Lixa, 15 de Outubro de 2009 Cena do Frade (Frei Babriel) Símbolos cénicos: †Hábito de frade †Escudo †Capacete † Espada †Moça (rapariga Florença) Equipamento de esgrima Pertencia: † ao clero (mundano) Argumentos de Acusação: † era mundano † não respeitou os votos de castidade e de pobreza O Frade não nega as acusações feitas, pois: † pensa que o facto de ser Frade e o seu hábito o vão salvar dos seus pecados Argumentos de Defesa: † ser Frade † rezou muito Apresenta-se como cortesão: † o que revela que ele frequentava a corte e os seus prazeres, era um frade mundano (moderno) “Gentil padre mundanal”: † contradição: encontra-se na palavra “mundanal” e “gentil” † o Frade deveria ser uma pessoa dedicada à alma, ao espírito, mas é mundanal, vive os prazeres do mundo, por isso existe aqui uma contradição “Diabo -(...) E não os punham lá grosa (regras) / no vosso convento santo? Frade - E eles faziam outro tanto!” revela que: † havia uma quebra de votos de castidade ao hábito comum entre eles † esta afirmação alarga a crítica a toda a classe social, pois o Frade é uma personagem tipo, representando toda uma classe social Uso do facto de ser Frade naquele tempo: † pretende mostrar que o clero se mostrava superior † poderia fazer o que quisesse sem ser condenado † mal-estar na sociedade por serem cada vez mais frequentes os Frades ricos e poderosos O Anjo recusa-se a falar com o Frade porque: † tem vergonha do seu réu † não tinha coragem de falar com alguém do clero com tantos pecados (repugnante) Frade aceita a sentença porque: † viu que o Anjo não quis falar com ele † porque não cumpriu as regras que deveria ter cumprido † se o Anjo se recusa a falar com ele é porque todos os seus pecados foram graves Caracterização do Frade: † auto-caracteriza-se “cortesão” (frequentava a corte) o que entra em contradição com a sua classe † é alegre pois chega ao cais a cantar e a dançar † tal como os outros Frades não cumpriu o voto de castidade numa de pobreza, como se comprovava com as suas palavras † está convencido que por ser membro da Igreja tem entrada directa no Paraíso † personagem tipo através da qual se critica o clero Vem um padre com uma rapariga pela mão, e um hábito e uma espada na outra, por cima do hábito traz uma armadura de guerra, bem a cantar muito satisfeito o diabo ao vê-lo assim tão feliz pergunta-lhe a que se deve a felicidade e o padre abençoou o diabo visto que ele também vinha a cantar o diabo pergunta-lhe se também sabe tocar. O padre responde-lhe que sim, o diabo disse entra e fazeremos uma festa, essa rapariga é tua? Responde o padre que é dele e sempre foi… o diabo pergunta se não lhe punham regras lá no convento, responde o padre que lá fazem como ele… Diabo: que coisa tão preciosa …entrai, padre respeitável (reverendo)! Frade: para onde levais gente? Diabo: para aquele fogo ardente que não temestes (receastes) viver. Frade: Juro a Deus que não te entendo! E este hábito de padre não me vale de nada? Diabo: gentil padre mundanal ( moderno), a Bazerbu vos encomendo! Frade: corpo de Deus consagrado! Pela fé de Jesus Cristo, que eu não posso entender isto! Eu hei-de ser condenado?!... Um padre tão namorado e tanto dado á virtude? Assim Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado! Diabo: não curês (acreditas) de mais detença (demora). Embarcai e partiremos: tomareis (apanharias) um par de ramos. Frade: não ficou isso no avença (acordo). Diabo: pois dada já está a sentença (decisão)! Frade: pardeus(parecida)! Essa seria ela! Não vai em tal caravela a minha senhora Florença. Como? Por ser namorado e folgar ( divertir-me) com uma mulher se há-de um padre de perder, com tanto salmo (cântico) rezado?!... Diabo: ora estás bem aviado (despachado)! Frade: mas estás bem corrigido (repreendido)! Diabo: devoto (religioso) padre marido haveis de ser cá pingado…. Descobriu o frade a cabeça, tirando o capelo; e apareceu o casco, e diz o Frade: Mantenha Deus esta coroa! Diabo: ó padre frei (irmão) capacete! Cuidei que tinha que tínheis (possuías) barrete (carapuço)… Frade: sabe que fui da pessoa! Esta espada é roloa e este broquel, rolão. Diabo: dê vossa Reverenda (venerada) lição de esgrima, que é coisa boa! Começou o frade a dar a lição de esgrima com a espada e o broquel (escudo), que era de esgrima, e diz desta maneira: -Demos graças! Demos caçada! -Para sempre contra sus ( ) -Um altibaixo! Ora sus! -Esta é a primeira levada (conduta)! Alto! levantai a espada! (…) Diabo: oh que valentes levadas (condutas)! Frade: ainda isto não é nada…demos outra vez caçada! (…) -Oh! Quantos daqui o faria!... Padre que tal aprendia no inferno há-de haver pingos?!... Ah! Não praza (agrado) a S. Domingos com tanta descortesia! Espero que tenham gostado da nossa personagem! FIM! Vamos fazer o melhor para representa-la