Filosofia cristã O cristianismo é monoteísta e se desenvolveu a partir das pregações de Jesus Cristo narradas pelos Evangelhos. Os cristãos acreditam que Jesus é o Messias e como tal referem-se a ele como Jesus Cristo. O cristianismo se desenvolve dentro do judaísmo, como uma seita do mesmo. Parte da práxis de Cristo e do surgimento das comunidades cristãos após a sua morte. É profundamente teísta. Filosofia cristã Os cristãos foram duramente persseguidos pelos romanos e acabaram sendo reconhecido por este como religião oficial em um longo processo que tem dois fatos fundamentais: a aceitação do cristianismo como uma das religiões do império romano feito por Constantino pelo “Edito de Milão” em 313 dC. e a oficialização do cristianismo feita por Teodósio pelo “Edito de Tessalônica” em 391 dC. A partir desse último o cristianismo foi imposto à todas as pessoas do império. Filosofia cristã Na Idade Média européia o cristianismo foi a religião que determinou tudo dizia-se que o “sino dirigia a vida das pessoas...” O cristianismo passa a ser teorizado especificamente como doutrina a partir da Idade Média com duas correntes filosóficas em dois espaços históricos diferentes: A – Patrística - que era a filosofia dos padres da Igreja e tem como principal expoente Santo Agostinho Filosofia01 Aula032 Filosofia Patrstica.avi • Filosofia cristã Santo Agostinho Século V. De família rica. Sua mãe era cristã. Ligado às idéias de Platão. Foi um grande estudioso da Sagrada Escritura. Sua principal obra foi “A Cidade de Deus”. Filosofia cristã Santo Agostinho Para ele a luz espiritual vem de Deus que é a única verdade e é onde estão todas as verdades. Para que se possa ter um conhecimento profundo das coisas é necessário a luz divina que é dada por Deus. Deus é poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa, consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor. Quanto, enfim, às relações com o mundo. Filosofia cristã Santo Agostinho O mal é fruto das paixões do corpo que mantém a alma como se estivesse em uma prisão. A alma é uma criação divina como o corpo. Porém a alma é a inteligência divina que está dentro do homem e é imortal. Junto com a união do corpo e alma Deus dá ao homem a vontade. Filosofia cristã Santo Agostinho A vontade no homem é amor; nos animais é instinto e nos seres inferiores é apetite. Daí que o homem tem que fazer a sua vontade e não se deixar levar pelas paixões do corpo pois elas são reflexo dos seres irracionais e isso pode levar a perder a alma. Filosofia cristã Santo Agostinho Essas idéias fizeram com que se desenvolvessem no cristianismo a idéa de acese (mortificação do corpo). O corpo tem que ser castigado e tem que suportar os castigos pois é o único jeito de salvar a alma. Filosofia cristã Santo Agostinho Na sua obra mais importante coloca dois mundos: a cidade Celeste e a Cidade Terrestre. O primeiro é um teste para chegar ao segundo. Deus salvou a todos, mas deixou a cada um o arbítrio onde decide se quer ou não aceita-lo. A Igreja é que deve estimular para que os cristãos escolham a salvação, livrando-se das paixões terrenas, a Igreja poderá até usar a força para trazer de volta as ovelhas desgarradas. Filosofia01 Aula034 Santo Agostinho 2 de 3.rm Filosofia cristã Santo Agostinho Na sua obra mais importante coloca dois mundos: a cidade Celeste e a Cidade Terrestre. O primeiro é um teste para chegar ao segundo. Deus salvou a todos, mas deixou a cada um o arbítrio onde decide se quer ou não aceita-lo. A Igreja é que deve estimular para que os cristãos escolham a salvação, livrando-se das paixões terrenas, a Igreja poderá até usar a força para trazer de volta as ovelhas desgarradas. Filosofia01 Aula034 Santo Agostinho 2 de 3.rm Filosofia cristã A- Escolástica -que é a filosofia das escolas e tem como principal expoente são Tomás de Aquino. Filosofia01 Aula036 Escolstica.avi Filosofia cristã São Tomás de Aquino • 1225-1274 - ordem beneditina - preso dominicano. • Séc. XIII foi o século de ouro da Idade Média no desenvolvimento das artes e do conhecimento. Passa-se para o Antropocentrismo. • Principal obra: Suma Teológica. Filosofia cristã São Tomás de Aquino Fé e Razão - A razão e a fé se realizam juntas. Não podem estar separadas. a) São modos diferentes de conhecer: a razão aceita a verdade por causa de sua evidência e a fé aceita por causa da autoridade de Deus que a revela. Umas verdades são conhecidas a luz natural do intelecto (aritmética, geometria), outras vem dos princípios superiores (teologia). b) Não podem contradizer-se: porque Deus é autor comum da verdade da razão que não pode entrar em conflito com a verdade revelada. Filosofia cristã São Tomás de Aquino Fé e Razão – c) Razão por si só é incapaz de penetrar nos mistérios de Deus. Mesmo as verdades que a razão pode atingir sozinha, nem todos chegam a conhecê-las, o caminho que a elas conduz não é livre de erros por isso Deus revela ao homem a verdade. d) a razão presta um precioso serviço à fé. Ela é serva da fé. Coloque-se Filosofia no lugar de razão e Teologia no lugar de fé. Filosofia cristã São Tomás de Aquino A filosofia do ser - Metafísica - ontologia. A perfeição máxima é o Ser. Ser é entendido como DEUS. Nele estão presentes todas as potências por isso que os seres procedem dele. a) A perfeição máxima é o ser: não a idéia de ser, mas o ato de ser. As coisas originam-se por participação na perfeição do ser. São finitas porque a sua participação é limitada, são semelhantes porque todas são aparentadas. O Ser é a atualidade de todos os atos, por isso a perfeição de todas as perfeições. Filosofia cristã São Tomás de Aquino b) Os seres procedem do Ser por criação. Por isso os seres têm sua identidade com Deus. Todos os seres devem ser causados por um ser primeiro que é perfeitíssimo. c) A criação é uma participação dos seres, por semelhança na perfeição do ser. Os seres não participam do Ser como fatias de um bolo, se fosse assim seriam da mesma natureza (panteísmo). Participam como a cópia participa do modelo. É participação por semelhança, não por essência. d) Entre os diversos seres e entre eles e o Ser há analogia ou semelhança. Os seres, procedendo todos da mesma fonte, têm alguma coisa em comum que os torna semelhantes, pertençam à mesma espécie ou não. Pertencem-se à mesma espécie a diferença é específica; se for ao mesmo gênero é genérica; se não forem do mesmo gênero e nem da mesma espécie a semelhança é por analogia. Entre Deus e as criaturas existe analogia uma vez que as coisas criadas são feitas à semelhança da natureza divina. Por isso os seres todos participam da perfeição do Ser. Filosofia cristã São Tomás de Aquino b) Os seres procedem do Ser por criação. Por isso os seres têm sua identidade com Deus. Todos os seres devem ser causados por um ser primeiro que é perfeitíssimo. c) A criação é uma participação dos seres, por semelhança na perfeição do ser. Os seres não participam do Ser como fatias de um bolo, se fosse assim seriam da mesma natureza (panteísmo). Participam como a cópia participa do modelo. É participação por semelhança, não por essência. Filosofia cristã São Tomás de Aquino d) Entre os diversos seres e entre eles e o Ser há analogia ou semelhança. Os seres, procedendo todos da mesma fonte, têm alguma coisa em comum que os torna semelhantes, pertençam à mesma espécie ou não. Pertencem-se à mesma espécie a diferença é específica; se for ao mesmo gênero é genérica; se não forem do mesmo gênero e nem da mesma espécie a semelhança é por analogia. Entre Deus e as criaturas existe analogia uma vez que as coisas criadas são feitas à semelhança da natureza divina. Por isso os seres todos participam da perfeição do Ser. Filosofia cristã São Tomás de Aquino Antropologia a) União substancial de alma e corpo - formam o sínolo. Disso chega à conclusão de que a alma é imortal. No homem há somente uma alma (a alma racional, a qual desempenha também as funções de alma vegetativa e sensitiva) e uma só forma (a própria alma). b) Auto-suficiência do conhecimento humano. Rejeita qualquer intervenção extraordinária de Deus em sua produção. O homem tem em si o intelecto agente, participação do intelecto divino, que tem capacidade de abstrair as idéias e de formar os juízos. Filosofia cristã São Tomás de Aquino Antropologia c) Imortalidade da alma – a alma é imortal porque tem um ser próprio, ser que ela não recebe nem do corpo nem da união com o corpo. O corpo recebe o ser da alma e deixa de existir quando cessa a sua união com a alma. As outras formas corpóreas recebem o ser da substância e perece quando a substância cessa de existir. O homem subsiste enquanto permanece a união com o corpo, porém quando essa união cessa morre o corpo e morre também o homem, mas não a alma ela tem um ser próprio de natureza espiritual como os anjos e continua a existir depois de separada do corpo. Filosofia cristã São Tomás de Aquino Teologia Natural - Existência de Deus. Pode ser provada somente a posteriori, pelos seus efeitos. Vias para provar a existência de Deus:So Toms de Aquino.avi a- Do movimento ao Motor imóvel – todo o movimento é movido por outro porém há um primeiro motor que não é movido por outro. b- Das causas segundas para a Causa primeira – é impossível, nas causas eficientes, proceder-se até o infinito. c- Do ser contingente ao Ser necessário – é impossível retroceder ao infinito nas séries dos seres que se geram sucessivamente. d- Dos graus de perfeição ao absolutamente perfeito – existem graus de perfeição e não haveriam graus se não existisse um máximo que é o absolutamente perfeito. e- Da ordem do cosmos ao supremo Ordenador - ordem e finalidade exigem uma inteligência e é necessário admitir a existência de uma inteligência ordenadora, causa da ordem do cosmo. Filosofia cristã São Tomás de Aquino Teologia Natural Natureza divina. O que Deus transmite no ato da criação é o ser. Pela participação do ser divino, nasce entre Deus e as criaturas um vínculo estreitíssimo em virtude do princípio segundo o qual “tanto maior é o amor quanto mais íntimo ou mais unido ao que ama é aquilo de que nasce a união”. Deus vive está nas criaturas que ele mesmo cria. Filosofia cristã São Tomás de Aquino A Política - O Estado nasce da natureza social do homem e das limitações do indivíduo. O Estado é uma sociedade, mais ainda, uma sociedade perfeita. É a união de muitos para fazerem alguma coisa em comum. É sociedade perfeita porque tem um fim próprio, o bem comum. O estado tem os meios suficientes para realizar um modo de vida tal que permita a todos os cidadãos terem aquilo de que necessitam para viverem como homens. Considera a monarquia constitucional a melhor forma de governo. A sociedade mais perfeita, porém, é a Igreja. Por isso o estado deve ser submissos à Igreja.