Objetivos: • Verificar a existência de sincronismo entre os ciclos econômicos do Brasil e os ciclos econômicos dos estados brasileiros para dados mensais. • Verificar a diferença entre os ciclos econômicos através de diferentes regras de datação. • Verificar a diferença entre os ciclos econômicos utilizando filtragens distintas. • Mostrar que não é trivial a aplicação de políticas que visem amenizar os ciclos econômicos brasileiros. • Verificar se vale a pena intervir na economia quando a variação cíclica é acima do normal. Literatura Relacionada Esta dissertação tem como base os artigos: • “Understanding bussines cycles” de Lucas (1977) • “A Theory of Optimum Currency Areas” de Mundell (1961) • “The Role of Monetary Policy” de Friedman (1968) • “Macroeconomic Priorities” de Lucas 2003. • “Rules Rather than Discretion: The Inconsistency of Optimal Plans” de Kydland e Prescott (1977) • “Does Detrending Matter For the Determination of the Reference Cycle and The Selection of Turning Points?” Canova (1999) • “Are U.S. and Seventh District business cycles alike?” de Kouparitsas e Nakajima (2006) • “The Welfare Costs of Business Cycles Smoothing.” de Araújo e Cunha (2004) • “Medindo o Impacto Regional da Política Monetária Brasileira: Uma Comparação Entre as Regiões Nordeste e Sul.” de Araújo (2004) Literatura Relacionada Principais motivos para a não implementação de políticas anticíclicas Requisitos para a implementação de políticas anticíclicas • • Áreas Monetárias ótimas. Escassez de estatísticas de previsão sobre o comportamento dos ciclos: – Defasagem de informações e efeitos. • Regiões com ciclos similares. • Políticas destinadas à atenuação dos ciclos não melhoram o bem-estar da sociedade. • Procedimentos distintos de análise, nos revelam conclusões diferentes. • No geral regiões distintas reagem de maneira distinta aos choques da política monetária. • Regiões com ciclos sincronizados. Fontes & Tratamentos • Os dados foram obtidos pelo site do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. • As séries utilizadas foram séries do índice de produção física industrial com base fixa mensal e ajuste sazonal do Brasil e de 10 estados da federação (RJ, SP, ES, MG, PR, SC, RS, BA, CE e PE). • Foram adotados os seguintes procedimentos sobre essas séries: – Transformação Logarítmica. – Filtro HP (λ=14.400) – Filtro HP (λ=129.600) – Ravn e Uhlig (2002) 0.6 0.3 0.2 0.1 0 -0.1 setembro 2007 maio 2007 janeiro 2007 setembro 2006 maio 2006 janeiro 2006 setembro 2005 maio 2005 janeiro 2005 setembro 2004 maio 2004 janeiro 2004 setembro 2003 maio 2003 janeiro 2003 setembro 2002 maio 2002 janeiro 2002 setembro 2001 maio 2001 janeiro 2001 setembro 2000 maio 2000 janeiro 2000 setembro 1999 maio 1999 janeiro 1999 setembro 1998 maio 1998 janeiro 1998 setembro 1997 maio 1997 janeiro 1997 setembro 1996 maio 1996 janeiro 1996 setembro 1995 maio 1995 janeiro 1995 setembro 1994 maio 1994 janeiro 1994 setembro 1993 maio 1993 janeiro 1993 setembro 1992 maio 1992 janeiro 1992 setembro 1991 maio 1991 janeiro 1991 O Ciclo Econômico 0.5 0.4 BR BRT BRC Resultados Estatísticas básicas: Volatilidade, Persistência e Co-movimento • A volatilidade do Brasil é Correlação UF Volatilidade Persistência menor do que a de todos os com Brasil BR 3,096 0,772 estados. CE PE BA MG ES RJ SP PR SC RS Média Desvio Padrão 5,984 5,864 5,143 3,244 3,820 4,055 4,104 4,625 3,796 4,804 4,412 0,968 0,728 0,583 0,140 0,760 0,517 0,220 0,781 0,554 0,733 0,714 0,591 0,223 0,426 0,449 0,285 0,759 0,323 0,426 0,936 0,456 0,633 0,711 0,540 0,210 • A persistência dos ciclos econômicos do Brasil só é menor que a de SP. • Apenas SP, MG e RS têm um co-movimento grande em relação ao Brasil. Resultados - Correlação entre os ciclos econômicos UF BR CE PE BA MG CE PE BA MG ES RJ SP PR SC RS 0,4255 0,4495 0,2850 0,7588 0,3227 0,4263 0,9365 0,4558 0,6329 0,7111 0,2406 0,0708 0,3761 0,3726 0,1597 0,3957 0,0550 0,3542 0,2373 0,1067 0,3257 0,0976 0,0809 0,4426 0,1168 0,4191 0,2750 0,0542 0,0754 0,4818 0,2239 0,1558 0,0999 0,2312 0,3583 0,1695 0,7134 0,2409 0,4656 0,4750 Média Desvio-Padrão 0,3253 0,2077 - ES RJ SP PR SC 0,1589 0,2429 0,2315 0,1633 0,1705 0,4165 0,1483 -0,0476 0,6777 0,3357 0,2366 0,2672 0,6551 0,4479 0,5117 Dentre os estados de uma mesma região apenas São Paulo e Minas tem um comovimento considerável. RS e SC também têm um co-movimento considerável em relação a SP. A Cronologia das Fases Cíclicas - As regras de datação Fases Cíclicas do Brasil Regra Simples Canova nov/97 - dez/97 - jan/98 + + fev/98 + + mar/98 + abr/98 + + mai/98 + + jun/98 + jul/98 + - ago/98 - set/98 - out/98 - nov/98 + - dez/98 - jan/99 + - fev/99 - mar/99 + + Resultados - A Cronologia das fases cíclicas Características das expansões e recessões utilizando a Regra Simples Característica BR CE PE BA MG ES RJ SP PR SC Meses em Expansão Meses em Recessão No. de Expansões No. de Recessões Média de meses em Expansões Média de Meses em Recessões 104 97 106 97 109 94 104 103 99 100 109 98 105 96 105 93 108 98 99 103 102 93 58 55 58 61 56 62 65 60 54 54 71 59 56 58 61 55 61 66 61 54 54 70 1,79 1,76 1,83 1,59 1,95 1,52 1,60 1,72 1,83 1,85 1,54 1,66 1,88 1,66 1,72 1,69 1,77 1,48 1,62 1,91 1,89 1,33 PE BA MG ES RJ SP PR SC Pela Regra Simples há menos meses de recessão. • O número de movimentos (recessões e expansões) é muito maior pela regra simples. • Pela Regra Simples verificamos 141 movimentos no RS contra 31 pela Regra de Canova. • A Regra de Canova define fases com amplitudes maiores. RS Características das expansões e recessões utilizando a Regra de Canova CE • Característica BR RS Meses em Expansão Meses em Recessão No. de Expansões No. de Recessões Média de meses em Expansões Média de Meses em Recessões 91 74 102 72 95 64 93 84 83 77 91 110 127 99 129 106 137 108 117 118 124 110 21 20 26 20 21 19 18 20 22 18 16 22 19 27 20 20 18 18 20 22 18 15 4,33 3,70 3,92 3,60 4,52 3,37 5,17 4,20 3,77 4,28 5,69 5,00 6,68 3,67 6,45 5,30 7,61 6,00 5,85 5,36 6,89 7,33 Resultados - A Cronologia das fases cíclicas Coincidência entre os ciclos econômicos em relação ao Brasil UF CE PE BA MG ES RJ SP PR SC RS • A coincidência entre os ciclos é diferente para cada regra de datação. • As regras de datação afetam diretamente os pontos de inflexão. • A coincidência entre as fases do Brasil e dos estados no geral é menor do que 70% pelas duas regras. • As duas regras indicam que uma política anticíclica afetará de forma diversa os estados. Regra Simples Regra de Canova Geral Recessão Expansão Geral Recessão Expansão 61,7 58,7 58,2 61,2 52,2 65,7 82,6 65,7 65,7 68,7 63,3 58,2 59,2 59,2 54,1 67,3 79,6 67,3 67,3 67,3 63,3 62,2 60,2 66,3 53,1 67,3 89,8 67,3 67,3 73,5 68,8 60,9 52,0 62,9 51,5 61,4 77,7 55,9 60,9 59,9 79,3 59,5 64,9 64,0 67,6 64,0 82,9 63,1 70,3 63,1 56,0 62,6 36,3 61,5 31,9 58,2 71,4 47,3 49,5 56,0 Resultados - Eventos Externos Variações acima do normal, fortes ou extremamente fortes da componente cíclica brasileira UF BR CE PE BA MG ES RJ SP PR SC RS • Períodos > Desvio-Padrão BR > 2 Desvios-Padrão BR > 3 Desvios-Padrão BR Recessão Expansão Recessão Expansão Recessão Expansão Recessão Expansão 98 105 96 105 93 108 98 99 103 102 93 104 97 106 97 109 94 104 103 99 100 109 22,45 9,52 9,38 3,81 9,68 6,48 10,20 16,16 11,65 8,82 13,98 20,19 10,31 8,49 13,40 7,34 9,57 11,54 15,53 9,09 11,00 11,93 6,12 2,86 4,17 2,86 1,08 0,00 4,08 6,06 1,94 1,96 4,30 4,81 1,03 1,89 4,12 2,75 2,13 2,88 3,88 3,03 1,00 2,75 3,06 1,90 2,08 1,90 1,08 0,00 3,06 1,01 0,00 0,98 1,08 1,92 0,00 0,00 2,06 0,00 0,00 1,92 0,97 2,02 0,00 1,83 • • • • • Eventos externos e não esperados, podem eventualmente aumentar a intensidade das variações cíclicas. • • Uma variação cíclica acima do normal ocorre quando esta variação é maior que a volatilidade da componente cíclica. • 22 meses tiveram recessões acima do normal; Destes, 6 foram recessões fortes; Destes, 3 foram recessões extremamente fortes. SP, RS, RJ e PE acompanham o Brasil em períodos recessivos fortes. Apenas em 11/91 todos os estados estavam em recessão. Em 12/95 e 02/05 apenas a Bahia não estava em recessão. Em média 2,73 estados não acompanham as recessões acima do normal. Principais Conclusões • Existe uma considerável falta de sincronia entre a componente cíclica brasileira e a de seus estados. • As regras de datação alteram o entendimento das fases cíclicas. • As filtragens utilizadas nesta dissertação chegaram a resultados semelhantes. • As componentes cíclicas estudadas não são homogêneas. Logo, políticas anticíclicas podem não surtir o efeito desejado. • Em uma recessão forte vale a pena intervir na economia apenas quando todos os estados estiverem sincronizados, caso contrário, a política anticíclica pode afetar negativamente o(s) estado(s) que não tiver(em) em recessão. • A adoção de políticas que visem amenizar ou acabar com os ciclos econômicos é não trivial. Sugestões para Trabalhos Futuros • Aplicação de diferentes filtros sobre as componentes cíclicas. • E verificação da existência de sincronismo para cada um destes filtros.