P 15 NÓS, PROFESSORES PRECISAMOS DE “...referenciais que nos ajudem a interpretar o que acontece em aula.” ASSIM, “...nós os utilizaremos previamente ao planejar, no próprio processo educativo, e, posteriormente, ao realizar uma avaliação do que aconteceu. A pouca experiência em seu uso consciente, a capacidade ou a incapacidade que se possa ter para orientar e interpretar, não é um fato inerente à profissão docente, mas o resultado de um modelo profissional que em geral evitou este tema, seja como resultado da história, seja da debilidade científica. Devemos reconhecer que isto nos impediu de dotarmo-nos dos meios necessários para movermo-nos numa cultura profissional baseada no pensamento estratégico, acima do simples aplicador de fórmulas herdadas da tradição ou da última moda.” NOSSO ARGUMENTO – ATUAÇÃO PROFISSIONAL baseada no PENSAMENTO PRÁTICO, mas COMO CAPACIDADE REFLEXIVA “Sabemos MUITO POUCO....sobre os PROCESSOS DE ENSINO / APRENDIZAGEM, das VARIÁVEIS QUE INTERVÉM NELES e de COMO se INTER-RELACIONAM. Os próprios efeitos educativos dependem da interação complexa de todos os fatores que se inter-relacionam nas situações de ensino: - TIPO DE ATIVIDADE METODOLÓGICA, - ASPECTOS MATERIAIS DA SITUAÇÃO, - ESTILO DO PROFESSOR, - RELAÇÕES SOCIAIS, - CONTEÚDOS CULTURAIS P. 16 “...o conhecimento que temos hoje em dia é suficiente, ao menos, para determinar que existem atuações, formas de intervenção, relações professor-aluno, materiais curriculares, instrumentos de avaliação, etc, que não são apropriados para o que pretendem.” NECESSIDADE – MEIOS TEÓRICOS que contribuam para que a ANÁLISE DA PRÁTICA SEJA VERDADEIRAMENTE REFLEXIVA” “REFERENCIAIS TEÓRICOS – QUE PERMITAM FUNDAMENTAR NOSSA PRÁTICA; dando pistas acerca dos critérios de análise e acerca da seleção das possíveis alternativas de mudança.” NESTE LIVRO – TENTATIVA DE CONCRETIZÁ-LOS EM DOIS GRANDES REFERENCIAIS: - A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO - O CONHECIMENTO DE COMO SE APRENDE OU SEJA, “...existem modelos educativos que ensinam certas coisas e outros que ensinam outras... Existem atividades de ensino que contribuem para a aprendizagem, mas também existem atividades que não contribuem da mesma forma...” O que CONFIGURA A PRÁTICA? Por ser complexo – não é fácil reconhecer todos os fatores que define os processos educativos . a estrutura da prática obedece a múltiplos determinantes, . sua justificação tem raízes nos parâmetros institucionais, organizativos, tradições metodológicas, possibilidades reais dos professores, dos meios e condições físicas existentes “Mas a prática é algo fluido, fugidio, difícil de limitar com coordenadas simples e, além do mais, complexa, já que nela se expressa múltiplos fatores, idéias, valores, hábitos pedagógicos, etc.” P. 18 AQUI ENTRA o que o ZABALA defende SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES ou SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS como unidade preferencial para a análise da prática, que permitirá o estudo e a avaliação sob uma perspectiva processual, que inclua as fases de PLANEJAMENTO, APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO. AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS E AS DEMAIS VARIÁVEIS METODOLÓGICAS “A MANEIRA DE CONFIGURAR AS SEQUENCIAS DE ATIVIDADES É UM DOS TRAÇOS MAIS CLAROS QUE DETERMINAM AS CARACTERISTICAS DEFERENCIAIS DA PRÁTICA EDUCATIVA” Modelo tradicional – exposição, estudos sobre apontamentos ou manual, prova, qualificação; Modelo projetos de trabalho global – escolha do tema, planejamento, pesquisa e processamento da informação, índice, dossiê de síntese, avaliação. “... todos têm como elementos identificadores as atividades que os compõem...” - atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos” “...ESTA UNIDADE DIDÁTICA – permite incluir as três fases de toda a intervenção reflexiva: planejamento, aplicação e avaliação.” AS VARIÁVEIS METODOLÓGICAS DA INTERVENÇÃO NA AULA P. 20 ZABALA utiliza as seguintes variáveis agrupando em sequências de atividades: - aula expositiva, por descobrimento, por projeto - determinadas relações e situações comunicativas que permitem identificar certos papéis concretos dos professores e alunos (diretivos, participativos, cooperativos) - certas formas de agrupamento ou organização social da aula (grande grupo, equipes fixas, grupos móveis) - uma maneira de distribuir o espaço e o tempo (cantos, oficinas, aulas por área) - um sistema de organização dos conteúdos (disciplinar, inter-disciplinar, globalizador) - um uso dos materiais curriculares (livro-texto, ensino dirigido, fichas de autocorreção) - um procedimento para a avaliação (de resultados, formativa, sancionadora) P. 29 “É preciso insistir que tudo quanto fazemos em aula, por menor que seja, incide em maior ou menor grau na formação de nossos alunos. A maneira de organizar a aula, o tipo de incentivos, as expectativas que depositamos, os materiais que utilizamos, cada uma destas decisões veicula determinadas experiências educativas, e é possível que nem sempre estejam em consonância com o pensamento que temos a respeito do sentido e do papel que hoje em dia tem a educação.” OS CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM: INSTRUMENTOS DE EXPLICITAÇÃO DAS INTENÇÕES EDUCATIVAS Qual o ponto de partida da análise prática – a determinação das finalidades ou objetivos da educação p. 30 À QUESTÃO: POR QUE ENSINAR? deve ser acrescentada a resposta “O QUE ENSINAMOS?” Qual o ponto de partida da análise prática – a determinação das finalidades ou objetivos da educação Neste sentido entra OS CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM Para ZABALA os conteúdos que “normalmente” são utilizados ”para expressar aquilo que deve se aprender”, com relação “quase exclusiva aos conhecimentos das matérias ou disciplinas clássicas...” é um sentido “estritamente disciplinar e de caráter cognitivo”. Para o autor “Devemos nos desprender desta leitura restrita do termo ‘conteúdo’ e entendê-lo como tudo quanto se tem que aprender para alcançar determinados objetivos que não apenas abrangem as capacidades cognitivas, como também incluem as demais capacidades.” Assim não se “reduzem... as matérias e disciplinas tradicionais” “PORTANTO, TAMBÉM SERÃO CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM TODOS AQUELES QUE POSSIBILITEM O DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES MOTORAS, AFETIVAS, DE RELAÇÃO INTERPESSOAL E DE INSERÇÃO SOCIAL.” O autor chama isso de CURRICULO OCULTO. EXEMPLIFICA EM COLL que classifica a diversidade de conteúdos agrupando os conteúdos em “CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAIS OU ATITUDINAIS” Isso potencializa a AÇÃO DO ENSINO promovendo uma APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, integrando as diferentes disciplinas P. 31 Essa classificação corresponde a ESTAS PERGUNTAS: “o que se deve saber?” “ o que se deve saber fazer?” “e como se deve ser?” OU SEJA, “A MAIORIA DOS EXAMES...DAS PROVAS DE SELEÇÃO... ACIMA DE TUDO É PRECISO ‘SABER’, QUE SE NECESSITA DE UM POUCO ‘SABER FAZER’ E QUE NÃO MUITO NECESSÁRIO ‘SER’; quer dizer, MUITOS CONTEÚDOS CONCEITUAIS, ALGUNS CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS E POUCOS CONTEÚDOS ATITUDINAIS” P. 33 Subtítulo PRIMEIRA CONCLUSÃO DO CONHECIMENTO DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: A ATENÇÃO À DIVERSIDADE DIVERSIDADE no sentido de que AS APRENDIZAGENS SÃO O RESULTADO DE PROCESSOS QUE SÃO SEMPRE SINGULARES E PESSOAIS Aqui entra O CONSTRUTIVISMO Para o autor, ESTA CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA estabelece referências e critérios relevantes para a análise da prática e da intervenção pedagógica. Na APRENDIZAGEM – considera-se que a estrutura cognitiva do estudante configurada por uma rede de esquemas de conhecimento deve ser atualizada através de comparações com o que é novo e da identificação de semelhanças e diferenças. No ENSINO – intervenção pedagógica como uma ajuda adaptada ao processo de construção do conhecimento pelo aluno; uma intervenção que vai criando ZONAS DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL e que ajuda os alunos a percorrê-la. - identificação das fases da sequência didática - suas atividades - e as relações que estabalecem ZALALA PROPÕE UM ROTEIRO PARA INVESTIGAR O DESENVOLVIMENTO DESSES ELEMENTOS, possibilitando analisar se na sequência didática existem ATIVIDADES que: possibilitem determinar os conhecimentos prévios conteúdos que sejam significativos aos alunos um desafio alcançável o estimulo a auto-estima e o auto-conceito , OU SEJA, que o ALUNO POSSA SENTIR QUE EM CERTO GRAU ALGO APRENDEU, QUE SEU ESFORÇO VALEU A PENA Nas sequências de conteúdo sua preocupação básica , ou que ele acredita que é necessário estabelecer algumas características sobretudo OS CONTEUDOS DE CARÁTER procedimentais (regras, técnicas, métodos. Destrezas ou habilidades, as estratégias) para realizar um objetivo: QUAIS CONDIÇÕES? partir de situações significativas e funcionais a sequência deve contemplar atividades que apresentem os modelos de desenvolvimento do conteúdo de aprendizagem sigam um processo gradual atividades com ajudas de diferente grau e prática guiada atividades de trabalho independente adaptar o caráter dos conteúdos atitudinais às necessidades e situações reais dos alunos partir da realidade e aproveitar os conflitos que nela se apresentam introduzir processo de reflexão ciritica para que as normas sociais de convivência integrem as próprias normas favorecer modelos de atitudes que se queiram desenvolver fomentar a autonomia A NECESSIDADE DE RESOLVER O PROBLEMA DE COMO ENSINAR OAO MESMO TEMPO A UM NÚMERO MÁXIMO DE ALUNOS OCORREU QUE SE CONSIDEROU NECESSÁRIO GENERALIZAR O ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA, DENOMINADA ‘CULTURA GERAL’” A organização da sala privilegia a reunião de grandes grupos coordenada por alguém No século XX há outras experiências AS DIFERENÇAS MAIS SIGNIFICATIVAS DAS DIVERSAS FORMAS DE AGRUPAMENTOS ESTÃO DETERMINADAS POR SEU ÂMBITO DE INTERVENÇÃO: GRUPO-ESCOLA GRUPO-CLASSE Cada uma com - Grupo trabalhando junto ou equipes fixas e móveis são determinadas pela organização e pela estrutura de gestão (envolvimento e atribuição de responsabilidades dos professores e alunos, seus papeis) da escola e, segundo lugar pelas atividades que toda a escola realiza de forma coletiva Facilidade para compreender: - DEFINE DETERMINADAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS COMO A. DE AJUDA B. DE COLABORAÇÃO C. DE CONFIANÇA D. OU EXATAMENTE O CONTRÁRIO As decisões e o grau de participação nestas são igualmente básicos na formação dos alunos - DEVEM SER HETEROGÊNEOS PARA QUE OCORRA A APRENDIZAGEM ENTRE IGUAIS - CONTRASTE ENTRE MODELOS DIFERENTES DE PENSAR E ATUAR - AJUDA DOS COLEGAS QUE SABEM MAIS - COMPONENTES SÃO DIFERENTES CONFORME AS ATIVIDADES - ÁREAS OU MATÉRIAS QUE PODE TER PROFESSORES DIFERENTES PARA CADA ALUNO DIVERSIDADE DE AGRUPAMENTOS POSSÍVEIS – grandes grupos - equipes fixas (5 a 8 componentes por um longo período de tempo) ] - equipes móveis e flexíveis (alunos que se agrupam pelo tempo de realização de uma atividade) PARA ZABALA: EM SUA PESPECTIVA há QUATRO DIFERENTES MÉTODOS GLOBALIZADOS PROPONDO DIFERENTES FORMAS DE SEQUENCIAR OS CONTEÚDOS HOJE: O modelo disciplinar e o método globalizado são as duas formas básicas de organizar os conteúdos - CENTROS DE INTERESSE DE DECROLY – parte do núcleo temático motivador e segue pelos processos de observação, associação e expressão - O METODO DE PROJETOS DE KILPRATICK – consiste na elaboração e produção de algum objeto ou montagem - O MÉTODO DO ESTUDO DO MEIO – a pesquisa como um método de aprendizagem, possibilitando que o aluno conheça o mundo cientificamente - OS PROJETOS DE TRABALHO – com o fim de conhecer um tema, dossiê elaborado pelos alunos (indiv. ou em equipe) PARA ZABALA – todos aqueles instrumentos que proporcionam, ao educador referências e critérios para tomar decisões (planejamento, intervenção direta e avaliação) NOÇÃO: AMPLIA E PODE INCLUIR PROPOSTAS PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS EDUCATIVOS E CURRICULARES DA ESCOLA - aquele que oferece algumas potencialidades especificas e é importante determinar em que podem ser mais úteis ANÁLISE DE MATERIAIS E SUA SELEÇÃO - a partir do critério e referencias que detectam os objetivos educativos - importante – diversificação de materiais curriculares É POSSÍVEL DISTINGUIR DOIS PROCESSOS AVALIÁVEIS - COMO O ALUNO APRENDE - COMO O PROFESSOR ENSINA Finalidade: formação integral Objetivo: é o desenvolvimento de todas as capacidades da pessoa e não apenas as cognitivas NÃO CENTRA SUA ATENÇÃO EM PARÂMETROS FINALISTAS PARA TODOS, MAS NAS POSSIBILIDADES PESSOAIS DE CADA UM DOS ALUNOS - não nos resultados - mas no processo ensino/aprendizagem O SUJEITO DA AVALIAÇÃO – NO ALUNO E NA EQUPE QUE INTERVÉM NO PROCESSO - a avaliação torna-se FORMATIVA – observar as diferentes fases da intervenção A. conhecer a situação de partida (em função dos objetivos) B. planejamento intervenção (também flexível) C. atuação na sala onde as tarefas, atividades e os próprios conteúdos se adequarão às necessidades que vão se apresentando (AVALIAÇÃO REGULADORA) D. uma compreensão e valoração sobre o processo seguido (AVALIAÇÃO INTEGRADORA)