Matriz extracelular É formada por um conjunto extremamente diversificado de moléculas localizadas nos espaços intercelulares dos tecidos, as quais têm a capacidade de interagir formando agregados tridimensionais complexos, ligando-se a receptores celulares específicos. Tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo varia de tecido para tecido. É característica dos animais e é o principal constituinte do tecido conjuntivo. Matriz extracelular Compartimento intersticial Compartimento pericelular Função estrutural Modulação do comportamento celular Constituição Compartimento intersticial Sistema colagénio, sistema elástico, agregados de proteoglicanos. Compartimento pericelular Fibronectina, proteínas “multifuncionais” e proteoglicanos. Compartimento intersticial • Nos tecidos conjuntivos densos: tendões, cápsulas fibrosas, adventícia de vasos, é constituído por sistemas fibrosos, os sistemas colagénio e elástico. A função destes sistemas é conferir resistência e elasticidade aos tecidos conjuntivos. • Nos tecidos conjuntivos laxos: córion de mucosas, cordão umbilical, predominam vastas regiões ocupadas por grandes agregados macromoleculares, os agregados de proteoglicanos. Realizam um papel fundamental na manutenção de um ambiente hidratado nos tecidos Compartimento pericelular • Envolvido em processos de modulação de comportamento celular, nomeadamente em fenómenos de adesão, migração, proliferação/apoptose e diferenciação celular. • Existe em todos os tecidos. • As células interagem com os componentes da matriz extracelular através de receptores de membrana, nomeadamente os que constituem a grande família das integrinas. Exemplos de matrizes pericelulares 1. Lâminas basais 3. Glicocálice 2. Zona pelúcida Componentes da matriz extracelular A - FIBRAS • Colagénio: funções estruturais Glicina (35,5%): Sempre no interior hidrofóbico Prolina (12%) Estrutura triple hélice alfa Hidroxiprolina (10%) Fibras de colagénio A vitamina C é importantíssima para o corpo porque ela é um co-factor da enzima prolilhidrolixase, que faz a hidroxilação do aminoácido prolina nas cadeias alfa de colagénio. Essa hidroxilação é tão importante porque aumenta o número de pontes de hidrogénio na molécula e dá maior rigidez ao colagénio, que é a principal proteína estrutural do corpo. A carência de vitamina C produz o escorbuto. • Sistema elástico As fibras do sistema elástico: - Apresentam contorno e espessura irregulares. - Não exibem periodicidade transversal. - Estão formadas por dois componentes: 1. 2. Componente amorfo: Elastina (em locais com ciclos repetidos de extensão e relaxamento, artérias, pele, pulmões, etc.) Componente microfibrilar: pelo menos 5 proteínas com peso molecular entre 25 a 350 kDa. Fibrilina (glicoproteína) Síndrome de Marfan Mutações no gene da fibrilina, localizado no cromossoma 15, resultam no síndrome de Marfan, uma doença caracterizada pela falta de resistência dos tecidos ricos em fibras elásticas. Por causa da grande riqueza em componentes do sistema elástico, grandes artérias como a aorta, que são submetidas a alta pressão, rompem-se com facilidade. B – SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL Mistura complexa altamente hidratada de glicosaminoglicanos, glicoproteínas e proteínas multifuncionais. Incolor e transparente. Actua como lubrificante e como barreira à penetração de microrganismos invasores. • Proteínas Multifuncionais - Função estrutural - Função adesiva: fibronectina (incrementa a coagulação e a cicatrização), laminina - Função antiadesiva: tenascina, trombospondina • Glicosaminoglicanos - Ácido hialurónico, sulfatos de condroitina, de dermatano, de heparano, de queratano. • Proteoglicanos Glicosaminoglicanos + Proteínas + Oligossacarídeos Proteinoglicanos de sulfatos de condroitina ou, segundo a sua função, agrecano. Integrinas Glicoproteínas que participam na união das células à matriz extracelular. Formados por duas subunidades a e b