Projeto de Pesquisa: Uma imersão no tabuleiro da baiana: O acarajé e a modernidade em Santo Antônio de Jesus. Categorizações Santo Antônio de Jesus Outubro, 2009 Imergindo no tabuleiro da baiana você vai encontrar... A acarajé Ou melhor, o acarajé! Comparações e divergências nas categorizações de Nalva e Renata Renata “Procuro fazer da maneira que tem que ser feita é feijão, azeite, cebola, quiabo, a batata dele e sal. E no tempero do abará eu uso amendoim, camarão... Eu procuro manter a receita da maneira que sempre foi que eu sempre vi minha mãe fazendo” Mudanças no preparo Baiana D.A Nalva “Não, de jeito nenhum. Na verdade não mudo nunca. Não existe “acarajé light”, o acarajé é “engordiet” mesmo e acabou (muitos risos). Não existe. Tem pessoas que ficam nessa história de acarajé de soja, de “não sei o quê”. Eu vou respeitar sempre esta receita antiga, trazida dos nossos antepassados(...) Eu não sou a favor de outras maneiras de fazer acarajé porque eu sei que não vai dar certo. Então não tem porque mudar a receita. Pra mim não existe essa história de mudar receita de acarajé” Renata • (...) “Em outro ponto ali chegou dia de vender um ou dois acarajés, mas eu nunca desisti. Até que as pessoas se acostumaram com minha cara na rua, se acostumaram com meus produtos e foi indo, foi indo(...) aí as pessoas iam se aproximam, iam gostando e foi dando certo”. Mudanças na venda Nalva Não teve Renata • “Não. Agora não preciso mais não. Eu já usei a estratégia do copo de refrigerante e o acarajé (risos) agora não. Agora eu já estou conhecida, fiz amizade, o pessoal já me conhece bastante. Hoje já não preciso de estratégia, somente continuar mantendo a qualidade e a simpatia que é fundamental”. Nalva Igual Renata Estratégias para atrair clientes Renata • “Eu me sinto muito bem. Era isso que eu queria fazer toda vida! (risos) Era isso que eu queria fazer toda vida pode acreditar! (risos altos). Porque isso aqui ta no sangue! Isso aqui de todos os trabalhos que eu tive eu fazia com vontade, mas hoje eu tenho certeza que estou na profissão certa!” Nalva Igual Renata Representação do ser baiana Renata “E você ver que tem roupas de baiana maravilhosas, riquezas em renda, é característica, mas já é uma coisa altamente sofisticada. Houve um aprimoramento daquela coisa bem rústica, bem humilde que as negras usavam”. Quem é a baiana? Nalva Renata “A minha responsabilidade é manter a receita sempre e procurar oferecer um produto higienizado, com garantia que não vai acontecer nunca um problema de infecção, de nada com as pessoas, porque isso aí vai complicar o meu produto”. Nalva “Não. Os adereços são, mas o acarajé vem de Angola. Os nossos co-irmãos são angoleses e todo mundo da África e tudo é uma espécie de etnia (...) As negras chegaram aqui vestidas daquelas roupas então se achou que o traje de baiana deveria vir daquele traje ali. E você ver que tem roupas de baiana maravilhosas, riquezas em renda, é característica, mas já é uma coisa altamente sofisticada. Houve um aprimoramento daquela coisa bem rústica, bem humilde que as negras usavam”. Tombamento do Acarajé Renata “Porque não tem. Se tivesse um melhor eu ia, mas não tem”... “Eu estou aqui há oito anos eu sei, a ajuda não ta dando. Eu venho mesmo pra ajudar, aliás quase nada ta dando. Compra hoje, faz hoje, amanhã tem que comprar de novo. Tem vez que nem dá pra comprar tudo” Escolha do ponto Baiana D.E. Nalva Era lá em cima, mas estava perto de minha irmã, aí vim pra cá. Renata “Porque não pode mudar, né? O tempero é o mesmo. Não pode. O azeite continua bom, porque se a gente pegar o azeite ruim perde o cliente. Então não pode mudar”. Nalva Mudança no preparo "Na produção? Baixou muito! Agora a forma de fazer é a mesma." Tópico igual de Renata Renata “Na produção? Baixou muito! Agora a forma de fazer é a mesma”. Mudança na venda Nalva Não tem Renata “Deus que me livre porque tem gente aí que faz né?! Já sabe né? Faz só pra vender pra si, só ele vender. E eu não quero isso pra mim. Eu quero ter o que Deus me der, por lei e vontade dele e não”... Ritual na venda Nalva Eu não. Deus que me livre!Preparo todinha com Deus em meu coração e pensando em Deus e vendendo. Renata “Nenhuma. Por lei e vontade dele ( aponta para o céu) Deus é mais!E aí eu não tenho” “Eu não. Deus que me livre!Preparo todinha com Deus em meu coração e pensando em Deus e vendendo” Nalva Nenhuma. Por lei e vontade dele ( aponta para o céu) Deus é mais!E aí eu não tenho. Estratégia para atrair cliente Renata Porque lá não tava dando mais pra trabalhar, ai a gente se separou. Porque ela me pagava por semana ai ficou difícil pra ela. Chegou muitas baianas, ai ficou difícil pra ela, ai eu vim pra aqui”. Nalva Tem ele que traz. Quem é ele?Neto de minha irmã. Ele sempre vem com a senhora?É ele vem trazer o carrinho. Outros sujeitos envolvidos Renata Eu não visto roupa de baiana de acarajé. Eu não gosto (...). Não. Em Salvador mesmo, elas só trabalham, a baiana só trabalha com a roupa. Aqui eu só visto assim, tomo emprestado ou alugado, quando é a festa do folclore dia 22 de agosto, que a gente é convidada pra vender no colégio particular. Aí a gente vai, eu vou e minha irmã vai. Eles pedem pra gente ir de baiana, aí a gente vai”. Nalva Não. Em Salvador mesmo, elas só trabalham, a baiana só trabalha com a roupa. Aqui eu só visto assim, tomo emprestado ou alugado, quando é a festa do folclore dia 22 de agosto, que a gente é convidada pra vender no colégio particular. Aí a gente vai, eu vou e minha irmã vai. Eles pedem pra gente ir de baiana, aí a gente vai." Representação do ser baiana Renata Nalva “Eu cuido direitinho pra não dá problema nos meus clientes, não sentir uma dor de barriga, tenho muito medo de trazer uma massa azeda, chegar aqui fazer um acarajé, vender, a pessoa comer, quando for amanhã só vem me reclamar. Ai eu vou perdendo os clientes, já tenho pouco aí vou perdendo mais ainda. Aí eu me recuso a isso, a fazer direitinho Não tem Tombamento do acarajé Renata “Bem. Gosto muito do meu produto de vender. Eu trabalhava na casa dos outros e quando era de tarde eu vendia na frente da porta dela”. Nalva Não tem Motivação para consumo Baiana H. Renata Nalva Não tem Ritual para preparo Que despacha sete acarajé pra uma encruzilhada. Eu não faço isso. Meu acarajé não é feito assim não, meu acarajé é feito como vocês estão vendo aí, lavou o feijão, passou, bateu de manhã, peguei arrumei meu tabuleiro, vim pra meu ponto. Renata “Não. Eu vendo todo dia. Eu nunca venho pra voltar com meu acarajé. Não reclamam do meu acarajé não. Não fica em meu tabuleiro”. Ritual para venda Nalva Não, não. Eu venho por obra e por natureza. Não tem esse negócio de bruxaria não. Aí não gosto não. E o que é bruxaria?Bruxaria é feitiço que o povo faz aí. Ah mais, ta pensando que eu sou besta é? Não vou não, desse meu acarajé aqui ó, até os crente come. Meu acarajé não tem esse negócio de despachar pra estrada não, meu acarajé é só fazer e comer. E vender, consumir aqui pros meus clientes ó. Eu faço com obras de natureza. Renata “Uma baiana mesmo! Eu só não gosto de vestir a roupa porque é muito quente (...) A diferença é que o povo me chama de baiana né? E aí eu não sei se eu sou baiana ou se eu sou vendedora de acarajé. Eu sou as duas coisas e gosto do meu ramo”! Nalva "A diferença é que o povo me chama de baiana né? E aí eu não sei se eu sou baiana ou se eu sou vendedora de acarajé. Eu sou as duas coisas e gosto do meu ramo! “Baiana mesmo do acarajé!" Representação de ser baiana Renata “Que despacha sete acarajé pra uma encruzilhada. Eu não faço isso. Meu acarajé não é feito assim não, meu acarajé é feito como vocês estão vendo aí, lavou o feijão, passou, bateu de manhã, peguei arrumei meu tabuleiro, vim pra meu ponto”. Nalva Bruxaria é feitiço que o povo faz aí. Ah mais, ta pensando que eu sou besta é? Não vou não, desse meu acarajé aqui ó, até os crente come. Meu acarajé não tem esse negócio de despachar pra estrada não, meu acarajé é só fazer e comer. E vender, consumir aqui pros meus clientes ó. Eu faço com obras de natureza. Interface discurso religioso Renata “Quando começou foi difícil, né? Pra criar a clientela, os fregueses... O ponto era bom, mas o povo ainda não conhecia, levei um “bando” de tempo pra o povo conhecer e eu ter os fregueses, a mais de dois anos eu estou lutando, lutando, depois peguei os fregueses. Nalva Mudança na venda Baiana D.j. Tem porque o povo tem medo de comer qualquer coisa e fazer mal. O povo tem medo, se preocupa onde vai comprar, aonde vai comer o acarajé que é pra não fazer mal. Nalva Renata Não tem "Tem que lavar o feijão, tem que cozinhar as coisas bem cozida, tem que ter o asseio de casa, panelas, vasilhas; catar o camarão, lavar, passar o feijão tudo é trabalho né? E a responsabilidade de quem faz o acarajé pra dar para o povo comer." "Eu começo cedo. Eu começo 13 hs, 14 hs... Ai quando eu termino de cozinhar as coisas, eu arrumo o tabuleiro e venho pra cá." "Sempre foi assim ave Maria! É uma preocupação de não vir, eu me preocupo muito e gosto. Gosto mesmo de fazer, (...) O dia todo também, lavando pratos, panelas, fazendo feijão... o dia todo fazendo, ainda venho pra aqui. Graças a Deus né?... " Ritual para preparo Renata “Não. Trabalhava eu e minha irmã, depois começou a ficar mais dificuldade ai eu fiquei sozinha”. Nalva Não tem Outros sujeitos envolvido na venda Renata “Eu me sinto bem minha filha, é um trabalho. Já vinte anos é trabalho, né!? (...) Sempre foi assim ave Maria! É uma preocupação de não vir, eu me preocupo muito e gosto. Gosto mesmo de fazer, gosto (...) “ Olha eu sou uma vendedora de acarajé porque eu não uso roupa de baiana. Sou só uma vendedora de acarajé”. Nalva "Olha eu sou uma vendedora de acarajé porque eu não uso roupa de baiana. Sou só uma vendedora de acarajé." "A diferença é porque tem de usar aquelas roupas, aquele torço e isso aí eu não uso nada disso!" Representação do ser baiana Renata “Tem porque o povo tem medo de comer qualquer coisa e fazer mal. O povo tem medo, se preocupa onde vai comprar, aonde vai comer o acarajé que é pra não fazer mal”. Nalva Não tem Interface com discurso alimentação saudável Renata “Eu não acho nada. Porque eu não acredito. Eu acredito em Deus. Pra mim isso é em vão, eu não acredito nisso não. Lá mesmo quando comecei a fazer acarajé teve uma que disse para eu ir lá ‘abrir a mesa’” Nalva "Mãe de santo” (risos). Fala que abre mesa, que diz as coisas, muita gente eu vejo falar que vai pra mãe de santo, pra aprender as coisas, pra oferecer. Eu vejo o povo falar isso." "Quem sabe? Jogar acarajé na Sete, jogar na encruzilhada, tudo isso eu vejo o povo falando." "Eu não acho nada. Porque eu não acredito. Eu acredito em Deus. Pra mim isso é em vão, eu não acredito nisso não. (...) “Porque eu não acredito nessas coisas não! Não me iludo com essas coisas. Acredito muito em Deus, isso aqui mesmo foi Deus que me deu." Interface com discurso religioso Renata “Porque meu pai não ta agüentando mais trabalhar, então me pediu pra trabalhar. Ele me paga 15,00 reais por noite pra eu trabalhar pra ele. Porque na realidade, eu não vendo pra mim, eu vendo pra meu pai. Aí ele me falou, eu estou vendo as condições dele que já está velho, aí eu to vendendo aqui pra ele”. Motivação p/ venda Baiana D.S Nalva Não teve Renata “Quando minhas irmãs não estão fazendo que vão resolver alguma coisa, eu faço. Mas não sou eu mesma que faço às vezes sim, às vezes não, porque essas coisas eu não faço, quem faz são minhas irmãs, então quando minha irmã não pode fazer, quem faz sou eu”. Nalva Meu pai. Meu pai começou a trabalhar com minha tia, minha tia deu esse ponto a ele ai... 34 anos, fui criada nisso aí, to até hoje. Aprendizado da técnica de preparo Renata “Minha irmã Elma passa o feijão, lava, passa. Minha irmã Eliene prepara as coisas e aí traz tudo pra cá (risos como quem pensa pra que elas querem saber isso?) Ai meu Deus fale. É tudo dividido cada um faz uma coisa, eu venho vender”. Nalva Minha irmã, minha mãe, hoje em dia meu irmão. Tem que ter pessoas né? Duas, três pessoas porque a gente só não dá conta. Outros envolvidos no preparo Renata “Meu pai. Meu pai começou a trabalhar com minha tia, minha tia deu esse ponto a ele ai... 34 anos, fui criada nisso aí, to até hoje”. Nalva Escolha do ponto Um lugar bom de se vender, nós já tem os freguês certo. Tem gente que sai de baianas que moram perto da casa deles pra vir comprar aqui, então é sinal que aqui é um lugar bom né? É maravilhoso trabalhar aqui na praça. Renata “É tudo dividido cada um faz uma coisa, eu venho vender” Ritual para venda Nalva Minha irmã Elma passa o feijão, lava, passa. Minha irmã Eliene prepara as coisas e aí traz tudo pra cá (risos como quem pensa pra que elas querem saber isso?) Ai meu Deus fale. É tudo dividido cada um faz uma coisa, eu venho vender. Renata “Só sabedoria, um lindo riso no rosto e agradar todo mundo, agradar as pessoas, saber labutar com eles, só isso”. (risos) “Bom. Tem uns que é agressivo né? Mas a gente como tem sabedoria, já trabalha com isso há muito tempo, a gente sabe levar. Tem uns que não quer comprar a gente faz comprar. Ah, leva freguês, “não sei o quê”, você vai ver o acarajé é gostosinho”... Nalva “Só sabedoria, um lindo riso no rosto e agradar todo mundo, agradar as pessoas, saber labutar com eles, só isso”. (risos) Estratégia p/ atrair clientes Renata “Fui pra SP cheguei lá trabalhei 3 ano e 6 meses. No xxx da minha família e ai eu...voltei e vim embora. Mas eu continuei vendendo acarajé lá, depois eu vim embora. Quando eu cheguei aqui eu coloquei um ponto aqui pra mim. E aqui em SAJ tem cinco anos que eu trabalho aqui. E graças a Deus, levando uma vida que Deus quiser” Baiano Motivação p/venda Nalva Não teve Renata “Oh! Pra te falar a verdade eu nem sei te explicar isso ai. Porque quando a pessoa vive...quando a pessoa faz o acarajé, é como é o nome...tem crente que é cismado em comer na mão da gente o acarajé porque pensa que a gente faz também coisa errada. Mas quando tem aqueles crentes que sabe q a ente é cristão também, graças a Deus eles trazem os filhos de Deus pra puder ajudar a pessoa comer. Pra poder da gente” “Ai chama...oferenda. Oferenda, ela joga também na rua, dando lá os santos dela, dando sei lá o que for. O demônio chama ele”. Nalva Eu graças a Deus, eu não sou daqueles tipo de fazer bobagem com pessoa não. Porque ando você vai fazer acarajé em SSA mesmo, era feita tanta acarajé pequenininha e despacha pro demônio, você sabe muito bem né?" "Pode chegar em SSA ali né...né...no Terminal da França e a rua...quando eles começam logo a fritar acarajé eles fritam logo as acarajé pequenininhas. Ai quando termina de frita joga no meio da rua, oferecendo. "Eu quero que o pessoa coma acarajé minha com sabor e abençoado por Jesus. Mas negócio de maldição...mal coisa não. “Tendeu?!” E eu sou feliz, vendendo minha acarajé. O pessoal, graças a Deus, eu atendo o pessoal muito bem." " (...) minha igreja não permite que eu faça isso. Porque a gente que é cristão não pode vestir roupa de baiana. Pq diz que ta atraindo...sei lá....atrai... Interface com discurso religioso Renata “Olha, saudável...se uma pessoa comer um acarajé e ela é oleosa né?! É muito oleosa, se comer acarajé ele não vai se sentir bem. Se tiver um problema de gastrite, negócio de pressão...então, se comer fica doente. Podia até morrer. O intestino dá...dá alguma coisa no intestino."Ah! São entre jovens, assim com a faixa de 30 anos, 35. De 60-70anos não pode vir. Não pode...como é o nome?! Comer “ Nalva "Pra quem tem saúde é, agora pra quem não tem, não é." " Saudável é sim por causa do feijão, né?! Não tem mistura, não tem nada. É do feijão mesmo. Feijão não é saudável?! Então...só que o feijão é diferente, feijão daquele batata, aquele branquinho. Não é o feijão do almoço." "olha, saudável...se uma pessoa comer um acarajé e ela é oleosa né?! É muito oleosa, se comer acarajé ele não vai se sentir bem. Se tiver um problema de gastrite, negócio de pressão...então, se comer fica doente. Podia até morrer. O intestino dá...dá alguma coisa no intestino." Interface c/ discurso sobre alimentação saudável Motivação para venda Os discursos baseiam-se na venda de acarajé como um meio de subsistência, como uma forma de estar em contato com as pessoas, por influencia familiar, e pelo fato de existir uma dificuldade considerável para conseguir emprego por parte de alguns. Aprendizado da técnica de preparo Os relatos consistem no aprendizado através da família (Pai, mãe), através de vizinhos, pela televisão e uns disseram que aprenderam a fazer o acarajé sozinhos. Escolha do ponto Os relatos em relação às considerações para as escolhas dos pontos de venda consistem em lugares movimentados, os quais foram conquistados através da influencia de amigos e parentes, alguns demonstraram-se satisfeitos com seus pontos, outros nem tanto. D.E não mostrou-se satisfeita com seu ponto e confessou que estava no mesmo apenas porque não tinha outro lugar para ir. Outros sujeitos envolvidos no preparo Alguns entrevistados relataram ter o auxílio de filhos, esposo, netos na preparam do acarajé, outros relataram que fazem tudo sozinhos, desde a compra até a venda. Mudanças no preparo Os discursos basearam-se no fato de que o acarajé não pode mudar a forma de preparo por causa da tradição. Embora cada vendedor tenha sua forma especial de preparar o quitute, a receita deve ser igual para todos Mudanças na venda Os entrevistados disseram que houve mudanças na venda do acarajé. Houve um aumento na venda. A baiana D.E relatou que a venda diminuiu bastante em virtude da grande quantidade de vendedores de acarajé. Estratégias para atrair clientes Dentre as estratégias utilizadas para atrair clientes estão a simpatia, ter sempre um sorriso no rosto e tratar bem os clientes e o oferecimento de um produto saboroso. Outros sujeitos envolvidos na venda Por vezes há outras pessoas envolvidas na venda, esses indivíduos são familiares, amigos ou pessoas pagas para este serviço Ritual para venda Os entrevistados relataram que não utilizam nenhuma prática ritualística para vender o acarajé. Os discursos basearam-se em: “vendo por obra e por natureza”, “A gente não briga por esse lado de magia”, “Prática como? O Tempero que não muda! As outras coisas não sei não”, “Não tem esse negócio de bruxaria não”, “É tudo dividido cada um faz uma coisa, eu venho vender.” Interface com discurso de alimentação saudável De acordo com alguns entrevistados, o discurso da alimentação saudável tem influenciado na venda do acarajé pois as pessoas estão mais preocupadas com a saúde. Alguns deixam de comer o acarajé por julgarem-no como um alimento “muito calórico”. Outros entrevistados consideram o acarajé um alimento saudável por ser um alimento feito de feijão e acreditam que não houveram mudanças na venda. Representação do ser baiana Os entrevistados diferenciaram baiana de acarajé de vendedor de acarajé. Muitos relacionaram o ser baiana de acarajé ao fato de estar caracterizado e se consideraram como vendedores de acarajé, outros se reconheceram como baianas(os) de acarajé, considerando a dedicação envolvida na profissão. Interface c/ discurso religioso Os entrevistados relataram que o acarajé não está ligado a nenhuma religião, é apenas um produto cuja raiz é africana.Alguns dizem que a roupa de baiana está envolvida com o candomblé e por isso não se caracterizam, pois se o fizessem os evangélicos poderiam achar que o acarajé é oferecido. Preferência dos clientes A preferência dos clientes, de acordo com as(os) baianas(os), varia de pessoa para pessoa. O acarajé completo ( com todos os ingredientes) é muito comentado, e para muitos o camarão é o que não pode ser esquecido, enquanto que para outros (crianças, Adventistas do 7ºdia) o camarão é por vezes abolido. Perfil de clientes A clientela é a mais diversa possível, geralmente, jovens e adultos: estudantes, trabalhadores do comércio, professores, advogados, garis, médicos, motoristas, etc Tombamento do acarajé Os entrevistados consideraram o tombamento do acarajé como algo bonito, uma valorização do produto que existe há tantas décadas e tem grane importância cultural. Percepção sobre vigilância sanitária Os discursos apresentados apontaram a necessidade da Vigilância Sanitária, mas que sua presença nos tabuleiros é pouco frequente, limitando-se a períodos festivos.