“RESPONSABILIDADE SOCIAL:
UM NOVO PARADIGMA DE
GESTÃO SOCIAL”
Programa Social do Centro Espírita
Casa da Redenção Francisco XavierCaxias do Sul - RS
• “É preciso fazer o bem por caridade, quer dizer
por desinteresse”. (LE KARDEC, Q.897).
• “A moral sem ação é semente sem trabalho”. De
que serve a semente se não fazeis frutificar para
vos nutrir?” (LE KARDEC, Q.905).
• “O homem de bem, cheio do sentimento de
caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo
bem, sem esperança de retribuição, e sacrifica o
seu interesse à justiça” (LE KARDEC, Q.918).
SITUANDO A QUESTÃO
• Conscientes das possibilidades que este novo
paradigma de gestão social possui e das contribuições
que emergem nas mais diferentes instituições, no
sentido do resgate da dignidade humana e suas
condições de emancipação, o Centro Espírita Casa da
Redenção Francisco Xavier de Caxias do Sul, quer
participar desse movimento. Estamos ciente de que não
se trata de considerar o Centro Espírita uma empresa,
ao contrário, contribui para os processos de gestão
social dos Centros Espíritas que há muito já praticam a
responsabilidade social como caridade desinteressada.
• Transparência e sinceridade são fundamentais
nesse processo, para tanto é importante
deixarmos claros quem somos, que ações
desenvolvemos, quais os objetivos dos nossos
projetos sociais, qual é o nosso público alvo, e
qual a forma que utilizamos para avaliar nossas
ações.
A INSTITUIÇÃO
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•
O Centro Espírita Casa da Redenção Francisco Xavier, está situado em
Caxias do Sul, Rua Aurélia de Carli Andreazza, 1210, Cep 95112-275, Bairro
Cidade Nova é uma entidade religiosa, cultural, filantrópica de assistência
social , sem finalidade lucrativa registrada no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas da Comarca de Caxias do Sul com duração
indeterminada.
A associação tem como objeto a união de pessoas visando a conjugação de
esforços e recursos para a implementação do Centro Espírita da Casa da
Redenção Francisco Xavier de forma de clara e objetiva , através dos
ensinamentos dos Espíritos, desenvolvendo nos indivíduos o caráter moral,
auxiliando-os nos entendimentos da vida eterna diante da sociedade atual,
estabelecendo laços afetuosos no ensino das relações colaborativas entre
os agentes de mudanças de forma a instrumentá-lo na compreensão do
equilíbrio universal.
Os princípios que norteiam a Centro Espírita Casa Redenção Francisco
Xavier são os princípios contidos na Doutrina Espírita codificada por Allan
Kardec.
MISSÃO
• Desenvolver e praticar o amor, a luz do Doutrina
Espírita
codificada
por
Allan
Kardec,
considerando
os
aspectos
espirituais,
educacionais e sociais, com vistas à reinserção
social e evolução moral dos sujeitos, no
contexto de uma sociedade mais fraterna.
VISÃO
• Ser um novo paradigma no aspecto social
em Caxias do Sul.
VALORES E COMPROMISSOS
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Amor como prática;
Fraternidade na convivência;
Ética como postura;
Respeito às diferenças;
Capacidade de diálogo;
Servir ao próximo;
Aprendizagem contínua.
A OPÇÃO
• Quando da fundação da referida instituição,
sentiu-se a uma necessidade contundente de
além dos estudos doutrinários, necessários para
nosso aprimoramento pessoal, dos grupos
internos de trabalhos(sementeiros de luz),
devíamos dedicar um tempo para o exercício da
evangelho com sujeitos que se encontram em
situações menos favorecidas. Optamos então
pelo projeto Cozinha da Fraternidade anexo ao
nosso Programa de Responsabilidade Social.
OBJETIVO DESSE MATERIAL
• Contribuir na disseminação dos princípios que norteiam
esse novo Paradigma de Gestão Social;
• Participar da construção dessa nova cultura;
• Conhecer princípios que contribuem para um melhor
agenciamento das práticas sociais desenvolvidas na
Casa Espírita;
• Estabelecer parcerias visando contribuir com o resgate
da dignidade humana e de suas condições de
emancipação social de forma auto-sustentável.
O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL
EMPRESARIAL?
Responsabilidade social empresarial é uma
forma de conduzir os negócios que torna a
empresa parceira e co-responsável pelo
desenvolvimento social.
A empresa socialmente responsável é aquela
que possui a capacidade de ouvir os
interesses das diferentes partes (acionistas,
funcionários,
prestadores
de
serviço,
fornecedores, consumidores, comunidade,
governo e meio ambiente) e conseguir
incorporá-los ao planejamento de suas
atividades, buscando atender às demandas
de todos, não apenas dos acionistas ou
proprietários. (Fonte ETHOS).
AÇÃO SOCIAL
“qualquer atividade realizada para atender às
comunidades nas áreas de assistência
social, alimentação, saúde, educação, meio
ambiente e desenvolvimento comunitário,
EXCETUANDO-SE, as atividades geradas por
obrigação legal”(IPEA, 2002).
QUAL A DIFERENÇA ENTRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL E
FILANTROPIA?
A filantropia é basicamente uma ação social
externa da empresa, que tem como
beneficiária principal a comunidade em
suas
diversas
formas
(conselhos
comunitários,
organizações
nãogovernamentais, associações comunitárias
etc) e organizações.
A responsabilidade social é focada na cadeia
de negócios da empresa e engloba
preocupações com um público maior
(acionistas, funcionários, prestadores de
serviço,
fornecedores,
consumidores,
comunidade, governo e meio ambiente), cuja
demanda e necessidade a empresa deve
buscar entender e incorporar aos negócios.
Assim, a responsabilidade social trata
diretamente dos negócios da empresa e de
como ela os conduz. (Fonte ETHOS).
FILANTROPIA EMPRESARIAL
“É a ação social voluntária da empresa na
comunidade, realizada de forma pontual, pouco
profissional, pouco planejada e com pequeno
impacto de mudança da realidade daqueles que
são beneficiados”(MOSTARDEIRO).
INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO
“ É o repasse voluntário de recursos privados
de forma planejada, monitorada e sistemática
para projetos sociais, ambientais e/ou
culturais de interesse público. A preocupação
com o planejamento, o monitoramento e a
avaliação dos projetos é intrínseca ao
conceito de investimento social privado e um
dos elementos fundamentais na diferenciação
entre essa prática e as ações de filantropia
empresarial.
Os investidores sociais privados estão
preocupados com os resultados obtidos, as
transformações geradas e a cumplicidade da
comunidade para o desenvolvimento da
ação” (GIFE).
RESPONSABILIDADE SOCIAL
“É a permanente preocupação com a
qualidade ética das relações da empresa
com seus diferentes públicos e com a
comunidade onde está inserida”(ETHOS)
“É a conscientização da empresa de seus
direitos, deveres e obrigações equivalendo à
cidadania para os indivíduos”(TOJEIRO)
“Compromisso contínuo nos negócios pelo
comportamento ético, contribuindo para o
desenvolvimento e tomando decisões em
função dos impactos na qualidade de vida
com os quais interage” (ASHLEY)
“Responsabilidade Social é uma forma de
conduzir os negócios da empresa de tal
maneira que a torna parceira e coresponsável pelo desenvolvimento social.
A empresa socialmente responsável é aquela
que possui a capacidade de ouvir os
interesses das diferentes partes (acionistas,
funcionários,
prestadores
de
serviço,
fornecedores, consumidores, comunidade,
governo e meio-ambiente) e conseguir
incorporá-los no planejamento de suas
atividades, buscando atender às demandas
de todos e não apenas dos acionistas ou
proprietários”
(INSTITUTO
ETHOS).
HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Década de 60 - EUA inicia um movimento
para estimular as empresas a inserirem a
participação social na política de gestão do
negócio, em função da crença de que as
mesmas tem um papel fundamental dado o
seu poder econômico e a sua capacidade de
disseminar
valores
e
práticas;
No Brasil - a década de 90 é o marco em
função das crescentes demandas sociais, da
expansão
do
3º
Setor,
das
expectativas/pressões internas e externas
nas empresas, da ação das empresas
concorrentes, do crescente grau de R.S por
parte do empresariado, da Ação pela
Cidadania e da criação de Institutos e
Fundações empresariais.
COMO A ÉTICA SE RELACIONA COM A
RESPONSABILIDADE SOCIAL?
A ética é a base da responsabilidade social,
expressa nos princípios e valores adotados
pela organização. Não há responsabilidade
social sem ética nos negócios. Não adianta
uma empresa pagar mal seus funcionários,
corromper a área de compras de seus
clientes, pagar propinas a fiscais do governo
e, ao mesmo tempo, desenvolver programas
voltados a entidades sociais da comunidade.
Essa postura não condiz com uma empresa
que
quer
trilhar
um
caminho
de
responsabilidade social. É importante haver
coerência entre ação e discurso. (Fonte
ETHOS).
ALGUNS CRITÉRIOS PARA QUE A EMPRESA VENHA
A SER CONSIDERADA SOCIALMENTE RESPONSÁVEL
Ação integral na sociedade
Está passando o tempo onde se avaliava a
responsabilidade social de uma empresa apenas
pelo fato de ela destinar uma verba para o
hospital da comunidade. E com isso ela estaria
livre para se envolver em corrupção,qualquer
que seja o grau. Empresas que fazem
contribuições para organizações que cuidam de
idosos mas engana o consumidor, polui o meio
ambiente ou remunera mal seus empregados
(GRAJEW, 1999).
Produtos Responsáveis
Se o consumidor percebe que minha empresa é
responsável, certamente ele vai preferir meus
produtos. Sendo uma empresa socialmente
responsável não posso produzir maus produtos.
Uma empresa socialmente responsável fabrica
produtos de qualidade, seguros, e presta bons
serviços. Isso faz parte do respeito ao consumidor.
E se, além disso, souber que minha empresa investe
na comunidade, respeita o meio ambiente, que não
se envolve em corrupção, que é transparente, cada
vez mais ele vai balizar suas ações levando em
conta essas qualidades (GRAJEW, 1999).
Amplo Compromisso
“Há dez anos, quando se procurava uma
organização para pedir a ela que investisse
em ações sociais, costumávamos ouvir:
“Tudo bem, vou fazer um sacrifício, vou fazer
uma doação”. Como se isso representasse
um desvio perigoso dos negócios. Era
comum também afirmações deste tipo:
“Antes de tratar da responsabilidade social,
preciso ganhar dinheiro”. Ou então: “Vou me
preocupar com responsabilidade social no
fim de semana”.
O panorama hoje é completamente diferente.
Responsabilidade social não é uma atividade
separada do negócio da empresa. É a nova
forma de gestão empresarial. E, para uma
empresa ter sucesso, para conquistar e
ampliar mercado, para ter competitividade, a
responsabilidade social é indispensável”
(GRAJEW, 1999).
Palavra e ação
O fundamental é que ética não é só discurso
ou apenas boas intenções. O que vale são as
ações concretas, a coerência entre discurso
e ação. E a ação é importante pelo que traz
de boas conseqüências e pelo que ela
sinaliza de positivo para a sociedade
(GRAJEW, 1999).
O bom exemplo
“nós, empresários, dirigentes de empresas,
executivos temos a oportunidade de
interferir positivamente no processo de
mudança social, a partir das nossas
atividades, naquilo que fazemos no dia-a-dia.
Se conseguirmos, através de nossos atos,
de nossos exemplos, de nossas decisões,
mostrar para a sociedade um outro
referencial de valor, estaremos dando um
passo decisivo para a melhoria da empresa,
da comunidade, da região, do Estado, do
País”(GRAJEW, 1999).
QUAIS SÃO AS VANTAGENS DA EMPRESA
QUE ADOTA POLÍTICAS E PRÁTICAS DE
RESPONSABILIDADE SOCIAL?
A prática demonstra que um programa de
responsabilidade social só traz resultados
positivos para a sociedade, e para a
empresa, se for realizado de forma autêntica.
É necessário que a empresa tenha a cultura
da responsabilidade social incorporada ao
seu pensamento. Desenvolver programas
sociais apenas para divulgar a empresa, ou
como forma compensatória, não traz
resultados positivos sustentáveis ao longo
do tempo.
Porém, nas empresas que incorporarem os
princípios e os aplicarem corretamente,
podem ser sentidos resultados como
valorização da imagem institucional e da
marca, maior lealdade do consumidor, maior
capacidade de recrutar e manter talentos,
flexibilidade, capacidade de adaptação e
longevidade. (Fonte ETHOS).
EM QUAIS ÁREAS A EMPRESA PODE
DESENVOLVER PROJETOS DE
RESPONSABILIDADE SOCIAL?
Em diversas áreas, para vários públicos e de
diferentes maneiras. Com cada um dos
parceiros
(acionistas,
funcionários,
prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio
ambiente) a empresa pode desenvolver
atividades criativas.
Entre as opções, destacam-se: incorporação
dos conceitos de responsabilidade social à
missão da empresa, divulgação desses
conceitos
entre
os
funcionários
e
prestadores de serviço, estabelecimento de
princípios ambientalistas como uso de
materiais reciclados e a promoção da
diversidade no local de trabalho. (Fonte
ETHOS).
IPEA - PESQUISA AÇÃO SOCIAL DAS EMPRESAS (9902), APONTOU PARA OS SEGUINTES DADOS:
* apenas 11% avaliam suas ações e 7% divulgam tais
ações
* 60% dos empresários priorizam o atendimento dos
funcionários/familiares;
* 34% das empresas nada fazem;
* 38% dos funcionários participam das ações;
* é a região que mais concentra trabalho voluntário
RESUMINDO
Assim, a Responsabilidade Social pode ser
entendida como:
- um atributo ético
- um comportamento empresarial
- um modelo de gestão
Juntas, estas dimensões viabilizam o
exercício da cidadania empresarial.
GESTÃO DA R.S
A Responsabilidade Social congrega 3
dimensões e abarca os seguintes
stakeholders:
- R.S Interna (funcionários e familiares)
- R.S Externa (comunidade/sociedade,
governo, fornecedores,consumidores e
acionistas)
- R.S Ambiental (meio ambiente)
FASES DE GESTÃO DA R.S:
Fase 1 - Sensibilização
Fase 2 - Planejamento (definição da política e das
ações de R.S, inclusive responsáveis e
investimentos)
Fase 3 - Ação (execução de ações via projetos
sociais, culturais, ambientais...)
Fase 4 - Avaliação (impacto das ações, via relatório
de atividades e/ou balanço social)
BENEFÍCIOS DA R.S
- contribuição das organizações na gestão social
brasileira
- valorização da imagem institucional e da marca
- maior lealdade/fidelidade do consumidor
- maior capacidade de recrutar e manter talentos
- flexibilidade, capacidade de adaptação e
longevidade
- apoio, motivação, lealdade, confiança e
desempenho dos funcionários e parceiros
DESAFIOS/POSSIBILIDADES
- pressupõe profissionais habilitados para atuar na
área (cursos de formação específica, inclusão da
temática nos currículos de graduação, etc.)
- pressupõe planejamento estratégico e situacional
- pressupõe diferenciar ação de R.S e marketing
institucional
- pressupõe investimento social (o social é visto
como gasto?)
- pressupõe a atuação no social de forma
equivalente ao negócio da organização
O BRASILEIRO CONFIA MAIS NAS EMPRESAS
QUE TÊM AÇÕES DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL DO QUE OS CONSUMIDORES DE
OUTROS 21 PAÍSES.
• Esta foi a principal conclusão de estudo divulgado,
no final do ano passado, pelo Instituto Globescan
em parceria com o Market Analysis Brasil.
• De acordo com a pesquisa, 65% dos brasileiros
acham que as empresas têm feito bom esforço para
construir uma sociedade melhor e mais justa. Para
se ter uma idéia comparativa, menos de 43% de
norte-americanos, franceses e alemães pensam o
mesmo de suas corporações. Mais crentes que os
brasileiros, apenas os indonésios, os chineses, os
filipinos e os indianos.
( Ricardo Voltolini AKATU)
CERTIFICAÇÕES
A fim de criar um padrão internacional,
grupos de trabalho no mundo todo estão
formatando, há dois anos, o ISO 26000. Ao
contrário de outros produtos da Organização
Internacional de Normalização (ISO na sigla
em inglês), o ISO 26000 não será uma
certificação, mas sim uma referência para
padronização das informações que vão para
os balanços sociais. "Deverá ficar pronto
entre 2007 e 2008", diz Ambrósio. (Folha de
S.Paulo).
SITES INTERESSANTES NA ÁREA DE R.S
www.ethos.org.br
www.akatu.net
www.idis.org.br
www.gife.org.br
www.ipea.gov.br/asocial
www.rits.org.br
www.fundacaosemear.org.br
www.balancosocial.org.br
SISTEMATIZAÇÃO DO MATERIAL
Casa da Redenção
Vilmar Alves Pereira
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