Estudo da Perceção das Competências Comunicacionais em Estudantes de Tecnologias da Saúde Artemisa Rocha Dores1, Ana Salgado1 & Helena Martins1 1 Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, Instituto Politécnico do Porto (ESTSP-IPP) 1. Introdução A comunicação na área da saúde tem despertado um interesse crescente nas últimas décadas (e.g., Bachmann et al., 2013; Rimal & Lapinski, 2009). A literatura evidencia resultados positivos da comunicação eficaz nos contextos de saúde a vários níveis, como na satisfação dos doentes, na adesão aos tratamentos, na confiança nas decisões do profissional de saúde, na adaptação à doença crónica, na resolução dos sintomas ou no controlo da dor (Glase, Markham, Adler, Mamanus, & Hojat, 2007; Hojat et al., 2011; Stewart, Meredith, Brown, & Galadja, 2000; Wong, & Lee, A., 2006;). No entanto, alguns estudos têm revelado que enquanto que as competências técnicas tendem a aumentar ao longo da formação, as competências relacionais tendem a declinar durante os anos de prática clínica (Kosunen, 2008). Assim, a licenciatura não garante a aprendizagem natural destas competências (Carvalho et al., 2011), reforçando a importância de incluir o ensino e treino da comunicação no currículo (Royal College of Psysicians Surgeons of Canada, 2000). Contudo, não existem ainda linhas claras acerca dos conteúdos e metodologias a utilizar neste processo de ensino, nem acerca de como avaliar estas competências em Portugal ou em outras áreas da saúde para além da medicina (Carvalho et al., 2011; Makoul, 1999, 2003). OBJETIVOS: i) apresentar um projeto de investigação da perceção dos estudantes acerca da importância das competências comunicacionais em tecnologias da saúde e a sua relação com variáveis psicológicas; ii) apresentar as unidades curriculares que contribuem para a aquisição de competências neste domínio nas diferentes licenciaturas da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP-IPP). 2. Métodos Projeto de investigação da perceção dos estudantes acerca da importância das competências comunicacionais Participantes. Estudantes dos treze cursos de tecnologias da saúde que aceitem colaborar voluntariamente, a saber Análises Clínicas; Anatomia Patológica; Audiologia; Cardiopneumologia; Farmácia; Fisioterapia; Medicina Nuclear; Neurofisiologia; Radiologia; Radioterapia; Saúde Ambiental; Terapia da Fala; e Terapia Ocupacional. Instrumentos. Serão administrados - Brief-COPE (Pais-Ribeiro & Rodrigues, 2004), - Positive and Negative Affect Schedule (PANAS; Galinha & Pais-Ribeiro, 2005), - NEO Five Factor Inventory (NEO FFI, Magalhães et al., 2012), - Communication Skills Attitude Scale (CSAS; Loureiro & Soares, 2011), - Interpersonal Reactivity Index (IRI; Limpo, Alves & Luís Castro, 2010), - Questionário sócio-demográfico (Dores et al., 2014). Procedimento. Após uma breve explicação presencial do projeto e dos seus objetivos, os estudantes serão convidados a integrar o estudo e a preencher o consentimento informado, para que lhes seja enviada a bateria de instrumentos nos diferentes momentos, a preencher online. Desenho Experimental. Estudo longitudinal, controlado, com um momento de avaliação no início de cada ano letivo. Unidades curriculares que contribuem para a aquisição de competências neste domínio nas diferentes licenciaturas da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto (ESTSP-IPP) UNIDADE CURRICULAR CURSO TEMAS Comunicação e Informação em Farmácia Mestrado em Aconselhamento e Informação em Farmácia Competências de Comunicação nas Relações Interpessoais Licenciatura em Terapia da Fala Psicologia Relacional em Radioterapia Licenciatura em Radioterapia Psicologia da Comunicação e das Relações Interpessoais Psicologia da Comunicação e das Relações Interpessoais Fisioterapia em Condições Neuro Músculo Esqueléticas 1 Fisioterapia em Condições Neuro Músculo Esqueléticas 2 Comunicação (Watzlawick, Bavelas & Jackson, 1967/1993), Escuta ativa (Gordon & Edwards, 1997), Licenciatura em Anatomia Patológica Relação terapêutica (Rogers, 1957/1992, 1980, 1985), Licenciatura em Fisioterapia Competências e microcompetências/técnicas de atendimento e de observação (Ivey, 1983; Ivey & Downing, 1990; Ivey, Gluckstern & Ivey, 2006) Licenciatura em Fisioterapia Comunicações difíceis (Faulkner, Maguire & Regnard, 1994; Maguire, 2000). Licenciatura em Cardiopneumologia 3. Conclusões Esperamos que o desenvolvimento de investigação deste domínio possa contribuir para uma consciencialização crescente da importância das competências comunicacionais e consequentemente para o desenvolvimento de atitudes favoráveis à sua integração nos curricula, como parte integrante das competências técnicas cruciais ao exercício profissional de excelência no domínio da saúde, particularmente nas formações com estreita relação com os doentes/utentes. 4. Referências ANA SALGADO TRATAS DAS REFERÊNCIAS TODAS DO POSTER – IMPORTANTE VER EM TODAS AS SECÇÕES Área Técnico Científica de Ciências Sociais e Humanas