QUEIMADURAS DIRETRIZES Ac. Flávio A. C. Lopes – 6º ano de Medicina 2010 Definição Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos decorrentes de trauma de origem térmica resultante da exposição a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. Epidemiologia 1milhão de novos casos por ano no Brasil 200 mil atendimentos em Emergência 40 mil hospitalizações 2500 mortes/ano 3ª Maior Causa de Mortes Externas no Brasil Epidemiologia Crianças: Sexo Masculino Água Quente Adultos: 20-39 anos Sexo Masculino Álcool 71% dos acidentes em casa Diagnóstico: Mtos Fatores envolvidos Etiologia: Térmica, elétrica, etc Profundidade: 1º Grau: Epiderme 2º Grau: Epiderme + Parte da Derme 3º Grau: Epiderme, Derme e TCS ( até mm, ossos) Superfície Corporal Queimada Regra dos 9 (Wallace) Mortalidade por SCQ Em 1940: com 30% SCQ – mortalidade 50% Anos 90: 65 – 80% SCQ – mortalidade 50% UTQ: atendimento especializado – 4% com Prognóstico: Idade > 60 anos SCQ > 40% Lesão Inalatória Complexidade: Pequeno Queimado: 1º Grau, 2º Grau em pequena extensão Médio Queimado: 2º Grau em maior área ou em pé, mão, axila, face e pescoço, 3º Grau em pequena extensão Grande Queimado: 2º Grau em grande área, 3º Grau em maior área ou áreas nobres, queimaduras de períneo ou por corrente elétrica. Comorbidades, Politrauma, Quadros Infecciosos. Primeiros Cuidados Imediatos: Parar o Processo de queimadura, lavar com água corrente abundante Iniciais: Exame Básico, Analgesia e Hidratação (SRL 2000ml em 30 min em adultos) Cuidados Locais: remoção de contaminantes e medicamentos caseiros: caso seja pó deve-se escovar, curativo, aquecer pcte, verificar pulso Exame Básico A – Vias Aéreas: Inalação B – Respiração C – Circulação/Cardio D – Dano Neurológico e Disfunções E – Exposição: Procurar Lesões, Expor com cuidado F – Fluídos – Reposição de Volume Conduta na internação Controle diurese: Reposição adequada e IRA Reposição de Volume: Gdes perdas pela fórmula de Parkland Alimentação: Preferencialmente VO Antibioticoterapia: S/N Analgesia Cuidado com infecção e comprometimentos secundários Controle Alterações Metabólicas Profilaxia anti-tetanica Oxigenoterapia: se lesão inalatória Critérios de Clark REPOSIÇÃO HIDRO-ELETROLÍTICA Cateterizar preferencialmente veia periférica de grosso calibre e calcular reposição inicial: FÓRMULA DE PARKLAND: 2ml/Kg a 4ml/Kg de peso/ % SCQ: RL Programa-se que a metade deste volume deva ser infundido nas primeiras 8 horas após a queimadura, e outra metade em 16 horas. Na cça: 3- 4ml/Kg de peso/ % SCQ Elétrica: atenção diurese maior !!! Lembrar de calcular perdas diariamente FÓRMULA DE CARVAJAL: 5000 ml/m²/ % superfície corporal queimada; metade em 8 horas e outra metade correr em 16 horas. Adicionar 2000 ml/m²/dia manutenção. Grande queimado criança: iniciar 30ml/Kg e correr em 30 minutos. A melhor forma de avaliar a reposição volêmica é através do débito urinário: manter em 1 ml/kg/hora. Se houver hematúria ou hemoglobinúria: 50ml/h a 80ml/h na criança. ANTIBIOTICOTERAPIA Após fase aguda de ressuscitação, se o paciente apresentar temperatura superior a 39ºC, avaliada a situação e o aspecto da lesão, além dos exames laboratoriais, pode-se entrar com ATB na suspeita ou no diagnóstico de infecção. Ampicilina 25-50 mg/Kg/dia ou Cefalosporina de 1ª geração (Cefalotina) 80-150 mg/kg/dia e 500 a 2000 mg a cada 6 horas, via endovenosa. PRESCRIÇÃO - ITENS GERAIS Incluir polivitamínicos e vitamina C de infusão; Analgésicos (morfina 0.1 - 0.15 mg/Kg) + Dipirona Medicações específicas para cada paciente; Vitamina K – repor via oral Administração de coloide: Voluven – 24 hrs após lesão – diminui 3º espaço Exames diários – HMG, eletrólitos, uréia, Creatinina, Proteínas T e Fr, GJ e RX tórax. Pesar paciente diariamente; Avaliar função hepática Controle de PA e controle de diurese. Se queimadura por choque elétrico, monitorizar o paciente, pois possui maior risco de arritmias. Gaso pode ajudar bte !!! Atuação Multidisciplinar Nutrição TO Fisio Fono Psicologia Serviço Social Tratamento da Lesão Escarotomia Fasciotomia Desbridamento Cirúrgico Excisão Enxerto Curativos: Biológicos e Sintéticos Retalhos Tratamento Tardio Uso de órteses e malhas compresivas: atenção com a cicatrização Cirurgias reparadoras para reabilitação Atenção com a proteção solar Tratamento Cirúrgico Bibliografia Protocolo de Atendimento UTQ Sta Casa Limeira Projeto Diretrizes: Queimaduras ATLS Rossi LA, Barruffini RCP, Garcia TR, Chianca TCM. Queimaduras: características dos casos tratados em um hospital escola em Ribeirão Preto (SP), Brasil. Rev Panam Salud Publica. 1998; 4:401-4. Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do dermatologista