Abordagem alternativa dos estudos de usos e usuários (adaptado do material da Professora Adriana Bogliolo) Referências principais: CHOO, C.W. A organização do Conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Ed. Senac, 2003, p. 63-120 NASSIF, M. E. ou BORGES, M. E. N. ; CABRAL, Ana Maria Rezende ; LIMA, Gercina Angela Borem de Oliveira ; DUMONT, Ligia Maria Moreira ; NAVES, Madalena Martins Lopes ; BORGES, Henrique Elias . A ciência da informação discutida à luzdasteoriascognitivas: estudos atuais e perspectivas para a área. Cadernos de Biblioteconomia, Arquivística e Documentação, v. 2, p. 80-91, 2004. NASSIF, M. E. ou BORGES, M. E. N. A abordagem contemporânea sobre a cognição humana e as contribuições para os estudos de usuários da informação. Cadernos do BAD , Lisboa, v. 2, p. 74-81. 2005. Prólogo... Estudos de usuários tiveram origem na década de 40 com a aplicação dos mesmos métodos das ciências naturais (exatas e biológicas) aos fenômenos humanos e sociais Avaliavam coleções, produziam indicadores de uso, de processos e fluxos de comunicação científica, produziam dados para diagnóstico, planejamento, gestão da informação... Araújo (2007) Estudos “nomotéticos”... Aludindo às Ciências nomotéticas em oposição às ciências idiográficas: nomotéticas (que visam à investigação das leis da natureza) idiográficas (ou culturais, que visam as formas particulares). Enquanto as nomotéticas buscam enquadrar os fatos dentro de leis gerais da espécie a que pertencem, as ciências idiográficas se aplicam na busca da forma do particular. Araújo (2007): Os compara à “física social” de Comte: Uma abordagem segundo à qual haveria leis tão determinadas para o desenvolvimento da espécie humana como as que definem a queda de uma pedra. Cita “o princípio do menor esforço” e a “medição” dos comportamentos e hábitos dos usuários Araújo (2007): Os compara, ainda, ao funcionalismo de Durkheim, segundo o qual: Era muito importante estudar as relações de causa e efeito e as regularidades com vistas a descobrir as leis e as ‘regras’ de ação par o futuro (observando, para isso, fenômenos rigorosamente definidos). Compara os estudos de usuários com o estudo que o autor fez do suicídio. Nesse estudoo estudo das estatísticas anuais de suicídios na Europa (e a busca de taxas constantes em longos períodos) era mais importante que as motivações individuais que causavam o fenômeno... Ou seja, o fato social era externo ao indivíduo! Tratava-se de buscar o “código de funcionamento da sociedade”: Para encontrar uma “técnica de controle social” para a manutenção da ordem estabelecida Ou seja vão dos estudos necessários para a previsão de demanda ou da mudança de demanda por produtos e serviços Até as metodologias para a promoção do uso da informação e para a educação dos usuários Outro modelo teórico que marcou os estudos de usuários foi o Behaviorismo ou comportamentalismo... O mais famoso Behaviorista foi B. F. Skinner (1904 -1990) “Os organismos tendem a repetir as respostas que levam a um resultado positivo e a não repetir as que levam a um resultado neutro ou negativo” Skinner cunhou inúmeros termos (reforço positivo, reforço negativo, esquemas de reforçamento...) Em seu livro Beyond Freedom and Dignity, afirmava que todo comportamento é governado por estímulos externos: “o livrearbítrio é uma ilusão” O Behaviorismo ou comportamentalismo nos estudos de usuários... Privilegiando o “comportamento informacional” (em detrimento da “praxis informacional”), onde a ação do usuário ou o seu comportamento resulta de determinada necessidade e a necessidade de satisfação é uma lacuna que serve de estímulo ao comportamento do usuário. Paralelamente às críticas de Araújo, ainda aqui na ECI... Borges et alli (2004) e Borges (2005) destacam que, em que pese o fato da ciência da informação ter evoluído segundo um caráter interdisciplinar e estreitamente ligado campos como o das ciências cognitivas, as suas proposições tem se sustentado, principalmente numa perspectiva que leva muito mais em consideração o indivíduo e menos a sua atuação como seres inseridos em contextos sociais. Ainda aqui na ECI... Venâncio (2007) sugere que esses estudos se baseiam, em grande parte, em abordagens cognitivas tradicionais que enfatizam a natureza individual das estruturas cognitivas dos usuários da informação e consideram uma visão do comportamento organizacional construída em fases, que o indivíduo atravessa na solução de um vazio cognitivo, ou uma situação problemática e cuja solução/transposição é alcançada pela assimilação da informação. Ainda aqui na ECI... Segundo Venâncio (2007), novos instrumentos necessitavam ser buscados de forma a abordar o usuário em suas múltiplas dimensões (lingüística, individual, social, emocional) e compreender a busca de informação como um processo histórico, social, experiencial e contingencial. Como ficamos sabendo: um modelo de uso da informação Para Watson e Crick, o objetivo da descoberta da estrutura do DNA (1953) foi “entremeado com os tormentosos prazeres da competição, da disputa e da recompensa. A absorção do problema científico alternava-se com períodos de ócio, fuga, diversão e de admirar garotas. A amizade e a hostilidade entre colaboradores expressavam-se numa simbiose persistente, mas produtiva, na qual nenhum conseguia fazer realmente alguma coisa sem as capacidades especiais do outro. E tudo isso envolvia não apenas a paixão por criar novos conhecimentos, mas também a paixão por serem reconhecidos pelos pares e por ocupar um lugar na competição” (Choo, 2003, p. 63) Como ficamos sabendo: um modelo de uso da informação • A informação e o insight nascem no coração e na mente dos indivíduos; • A busca e o uso da informação são um processo dinâmico e socialmente desordenado que se desdobra em camadas de contingências cognitivas, emocionais e situacionais. • A análise das necessidades e dos usos da informação vem se tornando um componente cada vez mais importante da pesquisa em áreas como a psicologia cognitiva, estudo da comunicação, difusão de inovações, recuperação da informação, sistemas de informação, tomada de decisões e aprendizagem organizacional. Abordagens de Estudos de Usuários: Foco no Sistema Demanda Necessidade/ Desejo Meio Ambiente Sistema de Informação Uso Itens Recuperados Existem várias maneiras de se caracterizarem estudos de usuários; uma das maneiras mais convenientes é dividi-los em dois tipos: 1) estudos orientados ao uso de uma biblioteca ou centro de informação individual; 2) estudos orientados ao usuário, isto é, investigação sobre um grupo particular de usuários, como este grupo obtém a informação necessária ao seu trabalho. (Figueiredo 1994, p. 8) Abordagens de Estudos de Usuários: Foco no Usuário Demanda Necessidade/ Desejo Meio Ambiente Sistema de Informação Uso Itens Recuperados Existem várias maneiras de se caracterizarem estudos de usuários; uma das maneiras mais convenientes é dividi-los em dois tipos: 1) estudos orientados ao uso de uma biblioteca ou centro de informação individual; 2) estudos orientados ao usuário, isto é, investigação sobre um grupo particular de usuários, como este grupo obtém a informação necessária ao seu trabalho. (Figueiredo 1994, p. 8) Abordagens de Estudos de Usuários Para Choo (2003, p. 66-82), os estudos de usuários não se classificam somente pela sua orientação (orientados para o sistema ou para o usuário), mas também pela finalidade da pesquisa, que pode ser dirigida para tarefas ou integrativa. Demanda Demanda Necessidade/ Desejo Necessidade/ Desejo Meio Ambiente Sistema de Informação Uso Itens Recuperados Meio Ambiente Sistema de Informação Uso Itens Recuperados Abordagens de Estudos de Usuários Choo (2003, p. 66-82) propõe uma nova ótica para interpretação da orientação da pesquisa, ou seja, do estudo de usuários empreendido. Ele avalia o foco no sistema ou no usuário levando em consideração a forma como a informação é avaliada no estudo empreendido. “... o termo sistemas tem um amplo alcance, já que inclui estruturas sociais, práticas e comunidades destinadas a partilhar e disseminar informações; instrumentos, serviços e agências que facilitam o acesso à informação; assim como sistemas computadorizados, que permitem que a informação seja procurada e armazenada. A pesquisa orientada para o sistema examina como a informação flui por esses sistemas sociais, e como é possível desenvolver instrumentos e serviços para simplificar o acesso à informação e fomentar a partilha de informações” (Choo, 2003, p. 68). Finalidade dos estudos: Dirigidos para tarefas Integrativos Dirigidos para tarefas Integrativos Concentra-se em determinados comportamentos e atividades que constituem o processo de busca da informação propriamente dito. Abrange todo o processo de busca e utilização da informação. Tem como objetivo identificar as fontes de informação interna e externa que são selecionadas e usadas intensivamente por grupos específicos de pessoas, ou examinar os modos formais e informais pelos quais a informação é partilhada e comunicada em profissões ou organizações definidas Objetivos incluem entender a situação ou o contexto que levou ao reconhecimento da necessidade de informação, examinar as atividades de busca e armazenamento da informação e analisar como a informação é utilizada para resolver problemas, tomar decisões e criar significado. Abordagem alternativa Consideramos “alternativa” a abordagem que privilegia pesquisas integrativas centradas no usuário. Abordagem Tradicional Abordagem Alternativa Informação Objetiva Informação Subjetiva Usuários Processadores de informação Usuários Seres que estão constantemente construindo (sentido) Objetivo da pesquisa procura por proposições trans-situacionais sobre a natureza do uso de sistemas de informação, enfocando as dimensões externamente observáveis do comportamento. Objetivo da pesquisa compreensão do uso da informação em situações particulares, centrando-se no usuário, examinando o sistema somente como este é visto pelo usuário. Pergunta O quê? Pergunta Como? Paradigma Físico Paradigmas Cognitivo e Social Abordagem alternativa • Enquanto a informação quase sempre tem uma manifestação física, como um documento ou registro, o contexto e o significado da informação se renovam a cada vez que ela chega a um usuário. • A informação é fabricada por indivíduos a partir de sua experiência passada e de acordo com as exigências de determinada situação na qual a informação deve ser usada. • Um modelo de uso da informação deve englobar a totalidade da experiência humana: os pensamentos, sentimentos, ações e o ambiente onde eles se manifestam. • Partimos da posição de que: • o usuário da informação é uma pessoa cognitiva e perceptiva; • a busca e o uso da informação constituem um processo dinâmico que se estende no tempo e no espaço; • o contexto em que a informação é usada determina de que maneiras e em que medida ela é útil. Abordagem alternativa • Os novos estudos de comportamento de usuários se caracterizam por: • Observar o ser humano como sendo construtivo e ativo; • Considerar o indivíduo como sendo orientado situacionalmente; • Visualizar holisticamente as experiências do indivíduo; • Focalizar os aspectos cognitivos envolvidos; • Analisar sistematicamente a individualidade das pessoas; • Empregar maior orientação qualitativa • As bases desta nova abordagem são: • O processo de se buscar compreensão do que seja “necessidade de informação” deve ser analisado sob a perspectiva da individualidade do sujeito a ser pesquisado; • A informação necessário e o esforço empreendido no seu acesso devem ser contextualizados na situação real da qual ela emergiu; • O uso da informação deve ser dado e determinado pelo próprio indivíduo. Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Metáfora da criação do significado (Sense Making de Brenda Dervin) Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Metáfora da criação do significado (Sense Making de Brenda Dervin) • Iniciada em 1972, publicada em 1983. • Adotada em áreas de comunicação, informação, biblioteconomia, educação, assistência social e psicologia. • Autora mais citada pelo Social Science Citation Index nos últimos 2 anos (dados de 1999) • Amostras de 20 a 1000 elementos. • Base conceitual com suporte em: 1. Bruner & Piaget (cognição) 2. Kuhn & Habernas (constrangimento das ciências tradicionais e alternativas) 3. Ascroft, Beltran & Rolins (teoria crítica) 4. Jackins & Roger (teoria psicológica) 5. Carter (teoria da comunicação o homem cria idéias para transpor os “vazios” (gaps) que lhes são apresentados em decorrência da descontinuidade sempre presente na realidade. Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Metáfora da criação do significado (Sense Making de Brenda Dervin) • A busca e o uso da informação são analisados em termos do triângulo situação-vazio-uso, exemplificado pelas perguntas: • 1. O que, em sua situação, o está bloqueando? O que está faltando em sua situação? • 2. Quais são suas dúvidas ou confusões? • 3. Que tipo de ajuda você espera receber? Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Metáfora da criação do significado (Sense Making de Brenda Dervin) Entrevista da linha do tempo: cada participante deve reconstruir uma situação em termos dos acontecimentos e passos que formaram a linha do tempo da situação. Compreensão da situação Que aspecto desta situação o concerne? Por onde você gostaria de começar? O que o trouxe à este ponto? No que você está trabalhando? Compreensão das lacunas O que parece estar faltando? O que você está tentando entender? O que você gostaria de saber a respeito disso? Você está procurando o sentido de que? Que confusões você está tentando superar? Compreensão dos auxiliadores O que o ajudaria? O que você está tentando fazer? Você se vê indo para que direção? Como você planeja usar isso? Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Metáfora da criação do significado (Sense Making de Brenda Dervin) Pelo modo como as pessoas percebem seus vazios cognitivos e como desejam informações para ajudá-las pode-se prever seu comportamento de busca e uso de informação. Os modos como as pessoas percebem seus vazios cognitivos e como desejam informações para ajudá-las podem ser codificados em categorias universais aplicáveis a diferentes grupos de usuários da informação. Três grupos de categorias: • Motivo das paradas (do ponto de vista do usuário) • Perguntas para transpor o vazio • Uso da informação Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Paradas de situação: grupo de categorias desenvolvidas para descrever a maneira pela qual as pessoas vêem o caminho à sua frente sendo bloqueado: • Parada de decisão: dois ou mais caminhos • Parada de barreira: bloqueio da passagem • Parada rotatória: sem caminho à frente • Parada de inundação: a estrada desapareceu • Parada problemática: em estrada que não escolheu • Outras categorias dependem de a pessoa julgar o entorno do ponto de vista perceptivo (quanta neblina há na estrada), situacional (quantas interseções tem a estrada) e social (quantas pessoas viajam na mesma estrada). Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação • Perguntas que visam transpor o vazio • Localizar os acontecimentos no tempo e no espaço • Entender suas causas • Determinar quais resultados são esperados • Definir as características da pessoa, dos outros, dos acontecimentos e dos objetos. Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação • Como as pessoas põem em prática a informação obtida • Criar idéias • Encontrar direções ou caminhos • Adquirir capacidades • Obter apoio ou confirmação • Motivar-se • Conectar-se aos outros • Acalmar-se ou relaxar • Sentir prazer ou felicidade • Alcançar os objetivos Necessidades cognitivas na busca e no uso da informação Belkin, Oddy e Brooks construíram um modelo de busca de informação baseado nos estados anômalos de conhecimento (ASK – Anomalous states of knowledge) dos usuários de informação: Nosso estado de conhecimento sobre determinado assunto, em determinado momento, é representado por uma estrutura de conceitos ligados por suas relações: nossas “imagens de mundo”. Quando constatamos uma deficiência ou uma anomalia desse estado, encontramo-nos num estado anômalo de conhecimento. Tentamos obter uma informação ou informações que corrigirão essa anomalia. Disso resultará um novo estado de conhecimento. Nesse modelo, os usuários possuem um problema, mas nem o problema nem a informação necessária para resolvê-lo são claramente compreensíveis (eles são anômalos). Os usuários devem passar por um processo de clarificação para articular uma requisição de busca. Reações emocionais na busca e no uso da informação • Kuhlthau divide o processo de busca de informação em seis estágios: iniciação, seleção, exploração, formulação, coleta e apresentação. • Cada estágio do processo de busca caracteriza-se pelo comportamento do usuário em três campos de experiência: • o emocional (sentimentos), • o cognitivo (pensamento) e • o físico (ação). Reações emocionais na busca e no uso da informação Estágios Tarefa apropriada EMOCIONAL: Sentimentos comuns COGNITIVO: Pensamentos FÍSICO: Ações Discutir possíveis tópicos e abordagens com outras pessoas Procurar informações secundárias dentro do tema geral Iniciação Reconhecer as necessidades de informação Insegurança e apreensão Se concentram no problema e o relacionam com experiências passadas Seleção Identificar um campo ou tema geral a ser investigado Otimismo e prontidão para buscar Escolher um tema que tenha probabilidade de sucesso Exploração Expandir sua compreensão sobre o tema geral Confusão, dúvida, frustração Tornar-se bem informado e orientado Estabelecer o foco ou perspectiva sobre o problema Clareza Mais claros e mais direcionados Formulação Formular um foco ou ponto de vista pessoal Coleta Reunir as informações pertinentes ao foco Senso de direção, confiança, interesse no projeto Interesse aumentado Interagir com sistemas e serviços de informação Especificar e procurar determinada informação Apresentação Completar a busca de informação Alívio e satisfação OU desapontamento Compreensão das questões investigadas Usar a informação Reações emocionais na busca e no uso da informação Fundamental no modelo do processo de busca da informação tanto de Belkin quanto de Khulthau é a noção de que a incerteza – vivenciada tanto como estado cognitivo quanto como reação emocional – aumenta e diminui à medida que o processo caminha. As implicações do princípio da incerteza são elucidadas por meio de seis corolários. 1. A busca da informação é um processo de construção de conhecimento e significado. 2. A formulação de um foco ou de um ponto de vista é o ponto de mutação do processo de busca. 3. A informação encontrada pode ser redundante ou original 4. O número de possibilidades de uma pesquisa é influenciado pelo estado de espírito do usuário (investigativo / indicativo) e sua atitude em relação à tarefa de busca 5. O processo de busca implica uma série de escolhas pessoais, baseadas nas expectativas do usuário sobre que fontes, informações e estratégias serão eficientes. 6. O interesse e a motivação do usuário crescem à medida que a busca prossegue. Dimensões situacionais na busca e no uso da informação A utilidade ou o valor da informação é medido não só pela importância do assunto ou pelo fato de seu conteúdo satisfazer plenamente determinado tópico ou pesquisa, mas também pelos requisitos, normas e expectativas que dependem do trabalho do usuário e dos contextos organizacionais. Ambientes do uso da informação: elementos que 1. Afetam o fluxo e o uso das mensagens que entram, saem ou circulam dentro de qualquer entidade; 2. Determinam os critérios pelos quais o valor das mensagens pode ser julgado. Categorias: grupos de pessoas, dimensões do problema, ambiente de trabalho e pressupostos para a solução dos problemas. Dimensões situacionais na busca e no uso da informação Grupos de pessoas • • • • Profissionais Empresários Grupos de interesse Grupos sócioeconômicos especiais Problemas típicos • • • Os problemas são dinâmicos Diferentes tipos de problemas são criados por força da profissão, cargo, condição social, etc. As dimensões do problema determinam os critérios para julgar o valor da informação Ambientes de trabalho • • • • Estrutura e estilo da organização Campo de interesse Acesso á informação História, experiência Solução de problemas • • • Pressupostos sobre o que constitui a resolução de um problema Modos de uso da informação Atributos da informação esperados para solucionar um problema. Dimensões situacionais na busca e no uso da informação • Problemas mudam com o tempo. • Problemas atuam como substitutos do ambiente de uso da informação. • Definir as dimensões do problema permite inferir as necessidades de informação. • Os problemas se posicionam num continuum entre os seguintes pares: • • • • • • • • • • Planejamento e descoberta Bem estruturado e mal estruturado Simples e complexo Objetivos específicos e objetivos amorfos Estado inicial compreendido e não compreendido Pressupostos acordados e não acordados Padrões familiares e novos padrões Risco de pequena ou de grande magnitude Suscetível ou não de análise empírica Imposição interna e imposição externa Comportamentos de necessidade, busca e uso da informação NECESSIDADES DE INFORMAÇÃO • Taylor descreve quatro níveis de necessidade de informações evidentes nos usuários: • Visceral – vaga sensação de insatisfação, um vazio de conhecimento que quase sempre é inexprimível em termos lingüísticos. • Consciente – área de indecisão que pode ser descrita mentalmente através de afirmações vagas ou narrativas ambíguas. • Formalizada – uma necessidade apontada formalmente, normalmente através de uma pergunta ou um tópico. • Adaptada – a questão conforme apresentada para o sistema de informação. Comportamentos de necessidade, busca e uso da informação BUSCA DE INFORMAÇÃO • Khulthau busca da informação em seis estágios: iniciação, seleção, exploração, formulação, coleta e apresentação. • Marchionini busca da informação em ambiente eletrônico em oito subprocessos que se desenvolvem paralelamente: • • • • • • • • Reconhecer e aceitar um problema de informação Definir e entender o problema; Escolher um sistema de busca; Formular questões; Executar a busca; Examinar os resultados; Extrair informações; Refletir e repetir ou parar. Comportamentos de necessidade, busca e uso da informação BUSCA DE INFORMAÇÃO • Ellis e Ellis oito atividades genéricas de busca (modelo comportamental derivado do estudo dos padrões de busca de cientistas sociais, físicos e químicos): • Iniciar identificar fontes que podem servir como ponto de partida. • Encadear seguir novas fontes sugeridas pelas fontes iniciais. • Vasculhar agrupar informações relacionadas pelo tema. • Diferenciar filtrar e selecionar fontes. • Monitorar manter-se a par dos progressos ocorridos numa área, acompanhando regularmente determinadas fontes. • Extrair explorar sistematicamente uma ou mais fontes. • Verificar checagem para garantir correção ou ausência de erros óbvios. • Finalizar voltar a literatura após a conclusão de uma pesquisa, na fase de escritura do texto. Comportamentos de necessidade, busca e uso da informação USO DA INFORMAÇÃO O indivíduo seleciona mensagens entre um grupo maior de mensagens que recebe ou acompanha. Faz a escolha quando percebe uma relação significativa (com base em seu conhecimento e sua rede de referências, assim como no conteúdo e na forma da mensagem) entre o conteúdo da mensagem e a tarefa ou problema que tem em mãos. O resultado do uso da informação é uma mudança no estado de conhecimento do indivíduo ou de sua capacidade de agir. A relevância é considerada um bom indicador do uso da informação. Comportamentos de necessidade, busca e uso da informação USO DA INFORMAÇÃO Do ponto de vista do sistema, um documento é relevante para uma pesquisa quando existe um consenso, entre os que atuam naquele campo, de que é importante. De uma perspectiva humana, a relevância é: • Subjetiva • Cognitiva • Situacional • Multidimensional • Dinâmica • Mensurável Relevância versus Pertinência Comportamentos de necessidade, busca e uso da informação USO DA INFORMAÇÃO Classes de usos: 1. Esclarecimento 2. Compreensão do problema 3. Instrumental 4. Factual 5. Confirmativa 6. Projetiva 7. Motivacional 8. Pessoal ou política Um modelo de uso da informação Referências Complementares ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila . Estudos de usuários: pluralidade teórica, diversidade de objetos. Comunicação oral apresentada ao GT03 – Mediação, Circulação e Uso da Informação do IX ENANCIB. In: Anais do IX ENANCIB , 2008. ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila . Estudos de usuários: uma abordagem da linha ICS. In: REIS, A. S. e CABRAL, A. M. Informação, Cultura e Sociedade: interlocuções e perspectivas. Belo Horizonte: Novatus, 2007. DERVIN, Brenda; NILAN, Michael. Information needs and uses. In: WILLIAMS, Martha E. (ed). Annual Review of Information Science and Technology, v. 21, Chicago, IL: Knowledge Industry Publications, 1986, p. 03-33. FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Estudos de usuários. In: ________. Estudos de uso e usuários da informação . Brasília: IBICT, 1994. cap. 1. p. 7-19 KULTHAU, C. Inside the Search Process: Information Seeking from the User's Perspective, Journal of the American Society for Information Science, vol. 42, pp. 361-371, 1991. LIMA, Ademir Benedito Alves de. Estudos de usuários. In: ________. Aproximação crítica à teoria dos estudos de usuários de biblioteca . Londrina: Embrapa-CNPso; Brasília: Embrapa-SPI, 1994. p. 46-85. NASSIF, M. E. ou BORGES, M. E. N. ; CABRAL, Ana Maria Rezende ; LIMA, Gercina Angela Borem de Oliveira ; DUMONT, Ligia Maria Moreira ; NAVES, Madalena Martins Lopes ; BORGES, Henrique Elias . A ciência da informação discutida à luzdasteoriascognitivas: estudos atuais e perspectivas para a área. Cadernos de Biblioteconomia, Arquivística e Documentação, v. 2, p. 80-91, 2004. NASSIF, M. E. ou BORGES, M. E. N. A abordagem contemporânea sobre a cognição humana e as contribuições para os estudos de usuários da informação. Cadernos do BAD , Lisboa, v. 2, p. 74-81. 2005. VENÂNCIO, Ludmila Salomão. O caminhar faz a trilha: o comportamento de busca da informação sob o enfoque da cognição situada. 128f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2007.