Resenha de "Mulheres que Correm com os Lobos" (Women Who Run with the Wolves) Clarissa Pinkola Estés (1992)
Nome: Daniel Phillipe Gonçalves Menezes
Idade: 18 anos
Cidade: Aracaju
04/05/2017
"Mulheres que Correm com os Lobos", escrito por Clarissa Pinkola Estés e publicado em 1992, é
uma obra que se destaca por sua abordagem inovadora e profunda sobre a psique feminina. A
autora, uma psicóloga analítica e contadora de histórias, utiliza mitos, contos de fadas e narrativas
folclóricas de diversas culturas para explorar a natureza instintiva da mulher e a importância de
reconectar-se com essa essência selvagem e autêntica. O livro se tornou um clássico na literatura
feminista e de autoajuda, ressoando com mulheres que buscam entender e reivindicar sua identidade
e poder.
A obra é dividida em várias seções, cada uma centrada em um conto ou mito específico que serve
como ponto de partida para a análise de Estés. Através dessas narrativas, ela examina temas como a
criatividade, a sexualidade, a intuição e a força interior das mulheres. O conceito central da obra é a
ideia da "Mulher Selvagem", um arquétipo que representa a parte instintiva e intuitiva da psique
feminina.
Estés argumenta que, ao longo da história, as mulheres foram desencorajadas a abraçar sua natureza
selvagem, sendo moldadas por expectativas sociais e culturais que as afastam de sua verdadeira
essência. A "Mulher Selvagem" simboliza a liberdade, a espontaneidade e a conexão com a
natureza, e a autora defende que a reconexão com essa parte de si mesma é essencial para a saúde
emocional e espiritual das mulheres. Essa ideia é particularmente poderosa, pois convida as
mulheres a redescobrirem sua força interior e a se libertarem das amarras que as limitam.
Estés utiliza uma variedade de mitos e contos de fadas, como "A Mulher Esqueleto" e "A
Rapunzel", para ilustrar suas ideias. Cada história é analisada em profundidade, revelando lições e
insights sobre a experiência feminina. Por exemplo, em "A Mulher Esqueleto", a autora discute a
importância de confrontar a morte e a transformação, enfatizando que a aceitação da morte é uma
parte essencial do ciclo da vida e do crescimento pessoal. Essas narrativas não apenas entretêm, mas
também oferecem uma rica fonte de sabedoria e reflexão sobre a vida das mulheres.
Outro tema importante abordado por Estés é a relação entre a criatividade e a intuição feminina. Ela
argumenta que as mulheres possuem uma capacidade inata de criar e de se conectar com sua
intuição, mas muitas vezes essa habilidade é sufocada por pressões externas. A autora encoraja as
mulheres a redescobrirem sua criatividade e a confiarem em sua intuição como guias em suas vidas.
Essa mensagem é particularmente relevante em um mundo que frequentemente desvaloriza a voz
feminina e a expressão criativa.
"Mulheres que Correm com os Lobos" foi amplamente aclamado e se tornou um clássico na
literatura feminista e de autoajuda. A obra ressoou profundamente com muitas mulheres, oferecendo
um espaço para a reflexão e a reconexão com a própria identidade. Estés se tornou uma voz
influente no movimento feminista, e seu trabalho continua a inspirar gerações de mulheres a abraçar
sua força interior e a buscar a autenticidade.
Além disso, a obra também gerou discussões sobre a importância da narrativa e da mitologia na
formação da identidade feminina. Estés defende que as histórias têm o poder de curar e transformar,
permitindo que as mulheres se vejam refletidas nas narrativas e encontrem força em suas próprias
experiências. Essa perspectiva é fundamental para entender como as histórias moldam não apenas a
identidade individual, mas também a coletiva.
Em suma, "Mulheres que Correm com os Lobos" é uma obra essencial que oferece uma visão
profunda e enriquecedora da psique feminina. Clarissa Pinkola Estés, através de sua análise
cuidadosa de mitos e contos, convida as mulheres a redescobrirem sua natureza selvagem e a
abraçarem sua autenticidade. A obra não apenas ilumina as injustiças enfrentadas pelas mulheres,
mas também oferece um caminho para a autoafirmação e a liberdade. Ao final, Estés nos lembra
que a reconexão com a Mulher Selvagem é uma jornada vital para todas as mulheres que buscam
viver de forma plena e verdadeira, fazendo de "Mulheres que Correm com os Lobos" uma leitura
indispensável para quem deseja explorar a profundidade da experiência feminina.
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Mulheres que correm com os lobos Clarissa Pinkola Daniel Phillipe Gonçalves Menezes Aracaju