Dia da Mulher: motivos para comemorar A celebração do Dia da Mulher é, hoje, um evento relevante dentre os principais da agenda mundial de datas comemorativas. Não é para menos: na maioria absoluta dos países é fato consolidado a ampla participação feminina nas atividades humanas. Para o bem dos gêneros, não há mais um mundo exclusivamente masculino, antes praticamente sinônimo de ser humano. A palavra homem retomou sua original etimologia e agora significa, igualmente, mulher e homem. Uma realidade que acompanha a própria evolução histórica da civilização moderna em seus grandes e seguidos saltos a partir do desenvolvimento científico e tecnológico, acelerado, sobretudo, desde os Anos 40 do século passado. Embora ainda existam diferenças de tratamento entre o trabalho feminino e o masculino, a mulher tem, pois, motivos que justificam a comemoração do seu dia. Atualmente, não ocorrem mais, ao menos com a amplitude e a intensidade de tempos atrás, a opressão e a discriminação que até dois séculos atrás atingiam de modo geral, em toda a Terra, as trabalhadoras. Felizmente, ficou no passado, como marca de épocas da exploração odiosa do trabalho, a brutal repressão que em 8 de março de 1857 vitimou 129 tecelãs de uma fábrica de Nova York, carbonizadas ao resistirem à ação policial durante uma greve pela redução da jornada de trabalho e pelo direito à licença maternidade. Em nossa seara específica de atuação profissional, a do exercício e da busca permanentes da justiça, a evolução é também constante. No Brasil, as mulheres que atuam na Justiça do Trabalho constituem em seu conjunto parcela altamente expressiva. E em Minas Gerais, a JT da 3ª Região já conta entre seus servidores com 2506 mulheres e 1621 homens. Há quase igual participação feminina e masculina no conjunto dos diretores administrativos, de secretarias de varas e de turmas e seções, assessores de desembargadores e secretários de foros do interior. Dentre os juízes titulares e substitutos, somam 116 mulheres e 157 homens. E no Tribunal, do total de 36 desembargadores já somos 11 mulheres, sendo três de nós investidas de cargos diretivos. Nós, da ala feminina do TRT Minas, temos também, portanto, motivo especial e muito orgulho de compartilhar com todas as mulheres as conquistas alcançadas de vitória em vitória, “removendo pedras e plantando flores” - como celebrizou um verso da magnífica poetisa Cora Coralina. Maria Laura Franco Lima de Faria Desembargadora Presidente