REUNIÃO COMUNITÁRIA
CONGREGAÇÃO GERAL 35ª - DECRETO 1
“A COMPANHIA É FERVOR” (Pe. Nadal)
1. Oração Preparatória
Senhor e Criador, renova em nós jesuítas nosso impulso e fervor, principalmente a
partir do que o Papa Bento XVI demonstrou em sua alocução aos nossos jesuítas
congregados em Roma, mostrando sua confiança, proximidade espiritual e apreço
profundo pela Companhia de Jesus. Assim como estas palavras inflamaram o coração
dos nossos na CG 35, elas também possam impulsionar e inspirar, em nossos
corações, o nosso desejo de amar e servir a Igreja (n. 1).
2. Composição de lugar
Contemplar, à semelhança de Inácio e dos seus primeiros companheiros, os 225
congregados, com o nosso P. Geral, Adolfo Nicolás, à cabeça, como Congregação
Geral da Companhia de Jesus, para sermos recebidos pelo Vigário de Cristo e escutar,
com abertura de coração, as suas indicações sobre a nossa missão. Foi uma
experiência espiritual densa e comovedora (n. 1).
3. Graça
Pedir ao Espírito Santo que nos ilumine, impulsione e inspire em nós o desejo de
servir à Igreja neste Mundo marcado por numerosos e complexos desafios sociais,
culturais e religiosos.
4. Pontos para reflexão
i) O Santo Padre:
- Situava-nos, definitivamente, perante o futuro da nossa missão. Uma missão
expressa com toda a clareza e firmeza: defesa e propagação da fé, que nos faça
descobrir novos horizontes e chegar às novas fronteiras sociais, culturais e religiosas
que, por serem fronteiras – como recordava o P. Adolfo Nicolás, nas suas palavras de
saudação ao Papa – podem ser lugares de conflito e de tensão, que põem em perigo a
nossa reputação, a nossa tranquilidade e a nossa segurança.
- Trata-se de manter unidos o serviço da fé e a promoção da justiça. Bento XVI
recordou-nos que a injustiça que gera pobreza tem “causas estruturais” que é
necessário combater, e que a razão de nos empenharmos nessa luta vem da mesma
fé: “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica naquele Deus
que por nós Se fez pobre, para nos enriquecer com a Sua pobreza (2 Cor 8, 9)”.
Ao enviar-nos aos “lugares físicos e espirituais onde os outros não chegam ou têm
dificuldade em chegar”, o Papa confia-nos a tarefa de sermos “pontes de compreensão
e de diálogo”, segundo a melhor tradição da Companhia, na variedade dos seus
apostolados...
- Hoje, sinto o dever de vos exortar a que vos coloqueis, novamente, nas pegadas dos
vossos predecessores, com igual coragem e inteligência, mas também com igual
motivação profunda de fé e paixão no serviço do Senhor e da Sua Igreja”. De maneira
decidida, Bento XVI confirmou o que as nossas últimas Congregações Gerais disseram
sobre a nossa missão específica de serviço à Igreja (n. 6)
- O Santo Padre, na sua carta e na alocução, insiste tanto em que “a obra
evangelizadora da Igreja conta, portanto, muito, com a responsabilidade que a
Companhia tem no campo da Teologia, da espiritualidade, e da missão”. Numa época
de complexos desafios sociais, culturais e religiosos, o Papa pede-nos que dêmos uma
ajuda fiel à Igreja. Esta fidelidade exige que nos dediquemos a uma investigação séria
e rigorosa no campo teológico e no diálogo com o mundo moderno, com as culturas e
com as religiões (n. 7)
ii) Da nossa parte:
- Como corpo apostólico, desejamos sinceramente responder ao seu apelo, com o
mesmo calor e afeto que ele nos demonstrou, e afirmar de maneira decidida o que
tem de específico a nossa disponibilidade ao “Vigário de Cristo na terra”. A
Congregação Geral 35ª exprime a sua adesão total à fé e ao ensino da Igreja, como
chegam até nós, nessa estreita unidade entre Escritura, Tradição e Magistério (n. 8).
- A Congregação Geral apela a todos os jesuítas a que vivam, com um coração grande
e com não menor generosidade, o que está no coração da nossa vocação: “combater
por Deus, sob o estandarte da cruz, e servir somente ao Senhor e à Igreja, Sua
Esposa, sob o Romano Pontífice, Vigário de Cristo na terra” (n. 9)
- O nosso desejo é, e há de ser, crescer sempre num “conhecimento interno do
Senhor que, por mim, Se fez homem, para que mais O ame e O siga”, tanto na oração
como na vida comunitária e na ação apostólica. Como dizia o P. Nadal, “a Companhia
é fervor” (n. 10).
- Sabemos que “a mediocridade não tem lugar na visão do mundo de Inácio”. Por isso,
é fundamental dar aos jesuítas mais jovens uma formação humana, espiritual,
intelectual e eclesial tão profunda como sólida, de modo que cada um possa viver
plenamente a nossa missão no mundo com “o sentido verdadeiro que devemos ter no
serviço da Igreja” (n. 11)... Para sermos verdadeiros “contemplativos na ação”,
procurando e encontrando, de fato, Deus em todas as coisas, é necessário que
voltemos, uma e outra vez, à experiência espiritual dos Exercícios Espirituais (n. 12).
- Temos consciência da importância que tem o apostolado intelectual para a vida e
para a missão da Igreja hoje, como nos recordou várias vezes Bento XVI, desde o
início do seu pontificado. Escutamos a sua interpelação e desejamos dar-lhe uma
resposta plena.
- Tendo presentes as dificuldades peculiares que a tarefa da evangelização arrasta
hoje consigo, é importante que estejam dispostos – “segundo o mais genuíno espírito
inaciano de ‘sentir com a Igreja e na Igreja’ a ‘amar e servir’ o Vigário de Cristo na
terra, com a devoção ‘efectiva e afectiva’, que os deve converter em valiosos e
insubstituíveis colaboradores seus, no seu serviço à Igreja universal” (n. 13).
- Convidamos cada jesuíta a que considere qual deve ser “o nosso sentido verdadeiro
no serviço da Igreja”. Trata-se de reconhecer – com honestidade perante nós mesmos
e diante de Deus – que nem sempre as nossas reações e atitudes exprimem o que o
nosso Instituto espera de nós: ser “homens humildes e prudentes em Cristo”... Por
isso, pedimos a cada jesuíta que, com uma atitude decididamente construtiva, se
esforce, juntamente com o Papa, por criar um espírito de “comunhão”, de modo que a
Igreja seja capaz de levar o Evangelho a um mundo tão complexo e agitado como é o
nosso (n. 14).
- O Senhor nos chama a ser e a viver, com mais intensidade “no espírito do quarto
voto circa missiones, que tão particularmente nos une com o Santo Padre”, assim
desejamos exprimir-lhe a nossa sincera vontade de realizar o que nos convida a pôr
em prática e o que nos anima a continuar ou a começar (n. 17).
5. Colóquio:
- Volte ao(s) parágrafos(s) que mais lhe chamaram atenção;
- Expresse seus pedidos, louvores e ações de graças seja ao Pai, ou ao Filho e/ou ao Espírito
Santo;
6. Oração final:
Senhor, desejamos viver “com renovado impulso e fervor, a missão para a qual
o Espírito suscitou [a Companhia] na Igreja”. Conscientes da nossa responsabilidade
na Igreja e para com a Igreja, desejamos amá-la e fazê-la amar cada vez mais,
porque é ela que conduz o mundo a Cristo humilde e pobre e anuncia a cada homem
que “Deus caritas est”.
Ajuda-nos a não separar o amor a Cristo deste “sentido da Igreja”, que leva
toda a Companhia a “esforçar-se, cada vez mais, numa inserção forte e criativa na
vida da Igreja, que nos faça experimentar e sentir internamente o seu mistério” (n.
16).
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