Descartes
filósofo e matemático francês – 1596-1650
Representante do racionalismo moderno
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Razão como principal fonte de conhecimento verdadeiro
logicamente necessário
universalmente válido
Inspiração: modelo matemático
 conhecimento racional em que as proposições assumem carácter
evidente
 Rigor dedutivo
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Processos ou operações que nos permitem obter
conhecimentos necessariamente verdadeiros
Intuição
Apreensão directa e imediata de
noções simples, evidentes e
indubitáveis
Ex. O todo é maior do que as partes
dedução
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
A Dúvida
“Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde os meus primeiros
anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que
aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não
podia ser senão muito duvidoso e incerto; de modo que me era
necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de
todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar novamente
desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de
constante nas ciências.”
Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Porquê duvidar?
 Pela constatação de que falta solidez e organização ao saber do seu
tempo (posição crítica)
Duvidar de quê?
 Dos sentidos
“Assim, porque os nossos sentidos nos enganam
algumas vezes, quis supor que nada há que seja tal
como eles o fazem imaginar.”
Descartes, Discurso do´Método
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Duvidar de quê?
 Da crença na existência de realidades físicas (impossibilidade de distinguir
o sono da vigília)
“…considerando que os pensamentos que temos quando
acordados, nos podem ocorrer também quando dormimos,
sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor
que tudo o que até então encontrara acolhimento no meu
espírito, não era mais verdadeiro que a ilusão dos meus
sonhos.”
 Dos próprios conhecimentos matemáticos
“E porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples
temas de Geometria, e neles cometem paralogismos, rejeitei como falsas,
visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de
que até então me servira nas demonstrações.”
Descartes, Discurso do´Método
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Como é esta dúvida?
Metódica – é um meio, um instrumento para atingir a certeza;
é colocada ao serviço da verdade (cepticismo metodológico)
Hipérbólica – implica a rejeição de tudo o que suscite qualquer
dúvida
Radical – incide sobre o conhecimento em geral e sobre os seus
fundamentos
Voluntária
Catártica – liberta a razão de falsos princípios
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
A dúvida
Primeira verdade
Há pelo menos uma realidade de que não se
pode duvidar: a própria existência (Cogito)
Penso, logo existo
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
“Dei conta de que se assim queria pensar que tudo era falso, eu,
que assim o pensava, necessariamente era alguma coisa. E
notando que esta verdade – penso, logo existo – era tão firme
e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos
seriam impotentes para a abalar, julguei que a podia aceitar…
para primeiro princípio da filosofia que procurava.”
O sujeito toma consciência da sua existência no acto de pensar
Esta verdade é obtida por intuição e a priori
Servirá de 1º critério de verdade porque é claro, evidente, distinto e
indubitável.
Descartes, Discurso do Método
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
2º critério – Existência de Deus
Ideias presentes no sujeito
 Adventícias (experiência sensível)
 Factícias (fabricadas pela imaginação)
 Inatas - fazem parte da própria estrutura da razão
- são claras e distintas
- são a priori
Ex: ideia de pensamento, existência, alma
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Entre as ideias inatas existe a ideia de perfeição
e de um ser perfeito
Se é perfeito tem de existir, porque a existência é um
aspecto da perfeição. Logo, Deus existe
(argumento ontológico obtido por dedução)
Se duvidamos somos imperfeitos e como tal não
poderíamos ser a causa da ideia de ser perfeito, logo
a sua causa só poderá ser um ser perfeito – Deus
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
Deus como garante de verdade do nosso conhecimento
Deus, sendo perfeito não é enganador e se é causa das ideias
inatas, então é a garantia das ideias claras e distintas, sendo
infinito, fonte de bem e da verdade
Deus é assim fundamento do conhecimento verdadeiro e da
realidade
Podemos conhecer a realidade em si mesma?
Sim. Através da razão apoiada na verdade divina.
O Conhecimento é uma dedução a partir das ideias da razão
Profs: Ana Vigário e Ângela Leite
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