-0- UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA JACKSON WEIGEL EFEITOS DA EXPANSÃO RÁPIDA MAXILAR EM PACIENTES JOVENS COM ATRESIA DA MAXILA PASSO FUNDO 2010 -1- JACKSON WEIGEL EFEITOS DA EXPANSÃO RÁPIDA MAXILAR EM PACIENTES JOVENS COM ATRESIA DA MAXILA Monografia apresentada à unidade de Pósgraduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Profa. Ms. Anamaria Estacia PASSO FUNDO 2010 -2- JACKSON WEIGEL EFEITOS DA EXPANSÃO RÁPIDA MAXILAR EM PACIENTES JOVENS COM ATRESIA DA MAXILA Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo FundoRS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Aprovada em ___/___/______. BANCA EXAMINADORA: ________________________________________________ Profa. Ms. Anamaria Estacia - Orientadora ________________________________________________ Prof. Dr. Marcel Farret ________________________________________________ Profa. Ms. Andrea Becker de Oliveira -3- Dedico este trabalho especialmente aos meus pais, Paulo e Iris, por serem exemplo de dedicação e amor, que trabalharam dobrado, sacrificando seus sonhos em favor dos meus, iluminando meu caminho e me dando condições para continuar nesta longa e difícil caminhada profissional. OBRIGADO!!! -4- AGRADECIMENTOS Agradeço a Profa Ana, pela paciência com nossa turma em alguns ou vários momentos, mas especialmente pelo aprendizado, com certeza, vamos embora com uma bagagem muito boa de conhecimento. Aos demais Professores, que vinham de outras cidades, tendo que enfrentar sol e chuva, rodoviárias e aeroportos, pela dedicação e prazer a docência. Aos meus colegas, Abacaxi, Dieison, Frizzo, Gigio, João e Nasim, pela amizade e alegria demonstrada nos momentos bons e ruins, e pelas piadinhas sem graça, contadas de 15 em 15 dias. Agradeço a minha “patroa” Chris, que tanto amo, por entender minha ausência em alguns momentos, me apoiando quando eu reclamava dos professores em casa, me ajudando nas traduções de artigos e corrigindo meu “eçelente” português, tenho certeza, que estas dificuldades, serviram para consolidar ainda mais nosso relacionamento, e que teremos um futuro maravilhoso juntos. -5- É ridículo limitar a indicação da expansão rápida maxilar por causa de uma limitação da própria forma de pensar, compreender, ou de utilização da técnica. (Haas, 1980) -6- LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Caso inicial: paciente B.F., foto intra-oral, análise frontal. 32 Figura 2 - Caso inicial: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral direita. 33 Figura 3 - Caso inicial: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral esquerda. 33 Figura 4 - Caso inicial: paciente B.F., foto intra-oral, análise oclusal. 34 Figura 5 - Caso inicial: paciente B.F., análise radiográfica. 34 Figura 6 - Travamento do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise frontal. 36 Figura 7 - Travamento do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral direita. 36 Figura 8 - Travamento do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral esquerda. 36 Figura 9 - Disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., parafuso fixado com amarrilho metálico, análise oclusal. 37 Figura 10 - Radiografia oclusal: paciente B.F., realizada após 17 dias da fixação do parafuso expansor do disjuntor de Haas modificado. 37 Figura 11- Telerradiografia de perfil e Cefalometria inicial: paciente B. F. 38 Figura 12 - Telerradiografia de perfil e cefalometria: paciente B. F. realizado após 9 meses de contenção. 39 Figura 13 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise frontal. 39 Figura 14 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral direita. 40 Figura 15 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral esquerda. 40 Figura 16 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise oclusal. 41 -7- Figura 17 - Radiografia oclusal: paciente B.F., realizada após 9 meses de contenção. 41 Figura 18 - Caso inicial: paciente T.K., foto intra-oral, análise frontal. 42 Figura 19 - Caso inicial: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral direita. 43 Figura 20 - Caso inicial: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral esquerda. 43 Figura 21 - Caso inicial: paciente T.K. , foto intra-oral, análise oclusal. 44 Figura 22 - Caso inicial: paciente T.K., análise radiográfica. 44 Figura 23 - Travamento do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intraoral, análise frontal. 46 Figura 24 - Travamento do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intraoral, análise lateral direita. 46 Figura 25 - Travamento do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intraoral, análise lateral esquerda. 46 Figura 26 - Disjuntor de Hyrax: paciente T.K., parafuso fixado com amarrilho metálico, análise oclusal. 47 Figura 27 - Radiografia oclusal: paciente T.K., realizada após 17 dias da fixação do parafuso expansor do disjuntor de Hyrax. 47 Figura 28 – Telerradiografia de perfil e Cefalometria inicial: paciente T. K. 48 Figura 29 - Telerradiografia de perfil e cefalometria: paciente T. K. realizado após 9 meses de contenção. 49 Figura 30 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise frontal. 49 Figura 31 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral direita. 50 Figura 32 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral esquerda. 50 Figura 33 - Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise oclusal. 51 Figura 34 - Radiografia oclusal: paciente T.K., realizada após 9 meses de contenção. 51 -8- RESUMO O tratamento ortodôntico fundamentado em diagnóstico completo, considerando as deficiências maxilares transversais, aliado a um plano de tratamento baseado em evidências e executado com competência produz resultados bem sucedidos e, principalmente, estabilidade em longo prazo. Essa deformidade observada em pacientes que buscam tratamento ortodôntico manifesta-se algumas vezes pela mordida cruzada posterior unilateral ou bilateral, sendo estas alterações as que mais sequelas podem causar na região crâniofacial. No entanto, a atresia maxilar transversal é a que melhor se responde às correções ortopédicas e funcionais realizadas com a expansão rápida maxilar. Essa modalidade de tratamento produz alterações esqueléticas na sutura palatina e estruturas anexas possibilitando maior estabilidade ao tratamento ortodôntico. A presente revisão de literatura e relatos de casos clínicos aborda a etiologia da atresia maxilar transversal, seu tratamento com expansão rápida maxilar (ERM) do tipo Hass e Hyrax e compara a resposta biológica das estruturas esqueléticas envolvidas no tratamento. Os resultados mostraram a correção da atresia maxilar transversal em ambos os casos, com melhora na respiração, ocorrendo abertura da sutura palatina mediana, leve aumento do plano mandibular, redução da sobremordida, presença de diastema interincisivos no paciente que utilizou o aparelho de Hyrax, enquanto no paciente que utilizou o aparelho de Haas não houve abertura do diastema, pois o espaço obtido serviu para dissolver o apinhamento anterior superior. Palavras-chave: Ortodontia. Maloclusão. Técnica da expansão palatina. -9- ABSTRACT Orthodontic treatment based on complete diagnosis, considering the transverse maxillary and dental deficiencies, allied to a treatment plan based on evidence and competently executed, produces successful results, and especially long-term stability. Such deformity seen in patients seeking orthodontic treatment is manifested sometimes by unilateral or bilateral posterior crossbite. Those alterations are the ones that can cause more sequels in the craniofacial region. Transverse maxillary atresy is the one that best suits orthopedic and functional changes implemented with rapid maxillary expansion. This type of treatment produces changes in skeletal sutures and associated structures providing greater stability to orthodontic treatment. Therefore, this study of literature review and clinical case reports, addresses the etiology of maxillary transverse atresy, its treatment with fast expansion of maxilla and compares the biological response of skeletal structures involved in treatment. The results showed the correction of transverse maxillary atresy in both cases, with improvement in breathing, occurring an opening of the midpalatal suture, presence of Interincisal Diastema in the patient who used appliance Hyrax, while in the patient who used appliance Haas there was no diastema opening, because the space was used to dissolve the upper anterior crowding. Keywords: Orthodontics. Malocclusion. Palatal expansion technique. - 10 - SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................. 13 2.1 ETIOLOGIA....................................................................................... 13 2.1.1 Hábitos............................................................................................ 13 2.1.1.1 Sucção.............................................................................................. 14 2.1.1.2 Deglutição atípica com pressão lateral de língua.............................. 15 2.1.1.3 Postura.............................................................................................. 15 2.1.1.4 Respiração bucal.............................................................................. 16 2.2 EXPANSÃO RÁPIDA MAXILAR........................................................ 17 3 RELATO DE CASO CLÍNICO........................................................... 32 3.1 PACIENTE TRATADO COM APARELHO DE HAAS........................ 32 3.2 PACIENTE TRATADO COM APARELHO DE HYRAX................... 42 4 DISCUSSÃO..................................................................................... 52 5 CONCLUSÃO.................................................................................... 56 REFERÊNCIAS............................................................................................... 57 APÊNDICES.................................................................................................... 61 ANEXOS ......................................................................................................... 63 - 11 - 1 INTRODUÇÃO O tratamento ortodôntico fundamentado em diagnóstico completo, considerando as discrepâncias esqueléticas e dentais nas três dimensões, aliado a um plano de tratamento baseado em evidencias e executado com competência, em geral produz resultados bem sucedidos e, principalmente, estabilidade a longo prazo. A morfologia dos arcos dentários assume grande importância para ação mastigatória, para fonética e estética bem como para a deglutição, respiração e harmonia facial. (FABRINI; GONÇALVES; DALMAGRO FILHO, 2006). Weissheimer (2008) diz que a deficiência maxilar no sentido transversal pode ser real ou relativa. A deficiência relativa ocorre quando a maxila apresenta tamanho normal, em relação aos ossos da região superior da face e crânio, enquanto a mandíbula encontra-se mais larga quando comparada a essas estruturas. Já na deficiência real, a maxila apresenta-se verdadeiramente atrésica, constrita. Os dentes posteriores podem estar verticalizados sobre a base óssea maxilar, mas, geralmente encontram-se inclinados para vestibular na tentativa de buscar a oclusão com os dentes inferiores. Fabrini et al. (2006) relatam que o arco dentário superior está frequentemente sujeito a alterações, podendo perder sua configuração parabólica e assumir uma forma triangular, caracterizando assim, a atresia maxilar e podendo causar: mordida cruzada posterior dentária, mordida cruzada posterior esquelética, mordida cruzada total, mordida cruzada posterior bilateral ou unilateral e atresia maxilar acompanhada de atresia do arco inferior. As displasias maxilares transversais normalmente estão associdas a hábitos deletérios e a repiração bucal. Todos os hábitos são padrões de contração muscular aprendidos de natureza complexa. As funções musculares normais servem como estímulo ao crescimento normal dos maxilares; por exemplo, a ação natural dos lábios, lingua, respiração nasal e a mastigação. Hábitos anormais que possam interferir no padrão regular de crescimento facial devem ser diferenciados das atividades fisiológicas que são parte de uma função orofaríngea normal e, portanto, desempenham um importante papel no crescimento craniofacial e na fisiologia oclusal. Os padrões habituais e danosos da conduta muscular freqüentemente são - 12 - associados ao crescimento ósseo deturpado ou retardado, malposições dentárias, distúrbios dos hábitos respiratórios, dificuldades na fala, perturbação do equilíbrio da musculatura facial e problemas psicológicos (MOYERS, 1991). Um dos procedimentos clínicos mais consagrados na prática ortodôntica, por sua eficiência e previsibilidade, é a expansão rápida da maxila (ERM), que pode ser realizada pelos aparelhos de Haas e Hyrax. A ERM ou disjunção corrige a atresia transversal maxilar, anomalia extremamente frequente, que se estabelece precocemente e não apresenta auto correção. (SCANAVINI et al., 2006). Portanto, o objetivo deste estudo de revisão de literatura e relatos de casos clínicos é abordar a etiologia desta maloclusão e identificar os efeitos da expansão rápida maxilar na correção da atresia maxilar transversal em pacientes em fase de crescimento. - 13 - 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ETIOLOGIA 2.1.1 Hábitos A criança ao nascer é avaliada através de testes neurológicos e deverá responder positivamente aos impulsos aos quais for submetida. Entre estes impulsos o mais importante é o da sucção. Quando lhe é oferecido o seio materno ela o apreende e faz sucções mesmo quando ainda não existe leite. Certo número de sucções fornece um volume de leite na boca que desencadeia outro reflexo, o da deglutição, sendo o alimento levado ao estômago. O leite deglutido acumula-se no estômago até a criança atingir a sensação de saciedade. Outro aspecto que se inicia desde o primeiro instante de vida é a respiração. A mãe deve tomar cuidado no momento da amamentação, para que o recém-nascido possa ter a respiração nasal e, ao mesmo tempo, observar a sua postura no berço para que não venha a assumir posições que possam trazer obstáculos à sua função respiratória normal (MOYERS, 1991). Tudo isso faz parte do ciclo natural evolutivo da criança. No entanto, por várias razões a mãe lança mão de recursos artificiais como a mamadeira, que deixa passar um fluxo bem maior de leite, fazendo com que a criança atinja em apenas alguns minutos a sensação de saciedade que, via amamentação natural, levaria cerca de meia hora. O bebê, no entanto, não faz sucções suficientes para obter o êxtase emocional, procurando desta maneira, um substituto que pode ser a chupeta, o dedo, etc. Os padrões habituais e danosos da conduta muscular frequentemente são associados ao crescimento ósseo deturpado ou retardado, malposições dentárias, distúrbios dos hábitos respiratórios, dificuldades na fala, desequilíbrio da musculatura facial e problemas psicológicos. (MOYERS, 1991). - 14 - 2.1.1 1 Sucção Hábitos de sucção são intensamente correlacionados com a atresia maxilar transversal. A maioria dos hábitos de sucção digital começa precocemente, e quase sempre tais hábitos são eliminados até os 3 ou 4 anos de vida, entretanto, se este hábito persistir, acabará interferindo no desenvolvimento da oclusão. (MOYERS, 1991). Popovich e Thompson (1996) relataram uma alta associação do hábito anormal de sucção com a amostra de maloclusão no Centro de Pesquisa Ortodôntica de Burlington, em Ontário, Canadá. Cook mediu as forças de sucção digital, encontrando três padrões distintos de forças aplicadas durante a sucção, todos utilizando forças intensas o bastante para deslocar dentes e deformar o osso em crescimento. Os hábitos de sucção foram relacionados a um aumento dos sinais das maloclusões graves dissociados do tipo de deglutição presente. Percebeu-se que, apesar da sucção digital ser mais prejudicial do que a sucção de chupeta, as crianças que usam chupetas não estão livres do desenvolvimento de maloclusões (GRABER; VANARSDALL, 1996). Deve-se lembrar que o tipo de maloclusão que pode desenvolver-se em um sugador digital vai depender de diversas variáveis: a posição do dedo, as contrações musculares orofaciais associadas, a posição da mandíbula durante a sucção, a morfologia esquelética facial, a duração da sucção, e assim por diante. Durante a sucção digital, as contrações da parede bucal produzem, em alguns tipos de sucção, uma pressão negativa dentro da boca, resultando em um estreitamento do arco maxilar. O assoalho nasal fica alterado. Desse modo, pode-se encontrar nos sugadores digitais um assoalho nasal estreito e uma abóboda palatina profunda. O lábio superior torna-se hipotônico e o inferior, hipertônico, pois deve ser elevado, por contrações do músculo orbicular, para uma posição malposicionados durante a deglutição (MOYERS, 1991). entre os incisivos - 15 - 2.1.1.2 Deglutição atípica com pressão lateral da língua Neste tipo de deglutição atípica, os dentes não entram em contato, a língua se aloja entre os incisivos, podendo às vezes se interpor entre pré-molares e molares. A presão lingual é realizada na região lateral do arco, a nível de prémolares, sendo o apoio obtido entre esses dentes do arco superior e inferior. As deformidades resultantes podem ser mordida aberta lateral na região de apoio, associada a uma mordida cruzada posterior do lado oposto, também devido a uma quebra do equilíbrio muscular deste lado (FERREIRA, 2001). 2.1.1.3 Postura As deformidades dos arcos podem ser causadas também pelas pressões anormais de posturas ao dormir ou sentar-se. O mais comum é o hábito de apoiar o rosto sobre a mão ou descansar o rosto sobre o antebraço durante o sono. O tipo de malocusão causado por este hábito geralmente é unilateral e localizado no arco superior. As estruturas da mandíbula não são afetadas, pois este osso é móvel e escapa às pressões, deslizando. Os dentes da maxila, portanto, sofrem uma inclinação para palatino, ocasionando uma mordida cruzada posterior. O hábito de apoiar as mãos, ao ler ou estudar, com a eminência palpar e base do polegar, descansando contra os pré-molares e molares superiores, provocando com esta pressão, um deslocamento lingual dos dentes, nem sempre provoca maloclusão, pois isso depende da prática constante do hábito. Essa postura pode resultar em uma mordida cruzada posterior unilateral verdadeira, sem desvio da linha média (FERREIRA, 2001). - 16 - 2.1.1.4 Respiração bucal A respiração bucal normalmente se associa a pacientes com interposição de língua e/ou de lábio. As causas da respiração bucal podem ser: obstruções das vias aéreas superiores, desvios do septo, inflamação da membrana basal, cornetos inflamados, adenóides hipertrofiadas, etc. O que ocorre, portanto, é que durante a inspiração e a expiração o ar só passa pela cavidade bucal, ocasionando um aumento da pressão aérea intrabucal. O palato vai se modelando e aprofundando e, ao mesmo tempo, como o ar não transita pela cavidade nasal, deixa de penetrar nos seios maxilares que ficam atrésicos, dando um aspecto característico ao paciente. Nota-se também uma atresia maxilar transversal, podendo ter como consequência mordida cruzada posterior bilateral esquelética. Numa visão extrabucal o paciente possui “faces adenoideanas”, ou seja, rosto alongado e estreito, olhos caídos, olheiras profundas, sulcos genianos marcados, lábios entreabertos, hipotônicos e ressecados e sulco nasolabial profundo. Esses pacientes frequentemente possuem deglutição atípica e postura de língua e lábios incorretos. Deve-se encaminhar o paciente ao otorrinolaringologista para solucionar a obstrução nasal. Isto, no entanto não é suficiente, pois, removida a causa direta, o paciente continua com o hábito. Há necessidade de que a musculatura seja reabilitada através de exercícios funcionais que fortaleçam os músculos periorais (FERREIRA, 2001). De Fillippe et al. (2009) relatam que os ossos maxilares formam cerca de 50% da estrutura anatômica da cavidade nasal. Portanto, modalidades de tratamento que alteram a morfologia do arco dental maxilar, como a expansão rápida maxilar, pode afetar a geometria e a função da cavidade nasal. Neste estudo, realizado na Universidade de Illinois, em Chicago, foram selecionados 50 pacientes, 25 na faixa etária de 12 a 17 anos foram submetidos à ERM, e 25 pacientes de 18 a 22 anos, sem história ortodôntica, foram selecionados para o grupo controle, esses pacientes, foram submetidos a teste de capacidade respiratória, os resultados demonstraram que a ERM é uma poderosa ferramenta para a ampliação do arco dental maxilar, aumentando a distância inter molar em 10,6%, aumentando o volume da cavidade nasal em 23,38% e diminuindo a resistência das vias aéreas superiores em 34,43%. - 17 - 2.2 EXPANSÃO RÁPIDA MAXILAR A primeira descrição de uma expansão maxilar da qual se teve notícias, foi de Le Foulon, em 1839, através de um arco transverso. O autor relatou que em uma paciente de 12 anos, num período de 5 meses, ele conseguira uma expansão de 14mm, na distância entre os primeiros molares superiores permanentes. (LE FOULON, 1839, apud RINDERER, 1966). A expansão rápida maxilar ou ERM é um importante método terapêutico para correção de discrepâncias maxilares transversais. Esse procedimento vem sendo utilizado na prática ortodôntica há quase dois séculos, sendo pela primeira vez relatada em um periódico científico, em 1860, por E.H. Angell. O trabalho descrevia o tratamento de uma paciente do sexo feminino de 14 anos e 5 meses de idade com o canino superior esquerdo em vestibuloversão e contato entre o incisivo lateral e o 1º pré-molar. Angell utilizou um expansor palatino fixado no 1º e 2º pré-molar do lado direito, e no 2º pré-molar do lado esquerdo. A fixação desse aparelho era mecânica, ou seja, pela própria ativação da rosca a qual produzia pressão suficiente para manter o aparelho fixado aos pré-molares. As ativações eram realizadas através de uma chave fornecida ao paciente e na quantidade que gerasse pressão constante para manter o expansor fixado aos dentes, assim promovendo a separação da sutura palatina mediana da maxila, comprovada clinicamente pelo diastema entre os incisivos centrais superiores (ANGELL, 1860). Durante as primeiras décadas do século XX, ortodontistas como Angle, Case, Ketcham e Dewey foram responsáveis pelo desuso da técnica de ERM nos Estados Unidos. Eles acreditavam que a expansão poderia ser obtida de maneira mais fisiológica, por meio de arcos ortodônticos, movimentando suavemente os dentes para seu correto alinhamento e função, havendo assim, estímulo para o crescimento ósseo. Na Europa, a técnica da ERM continuou sendo utilizada e, em 1956, Korkhaus, ao visitar o departamento de Ortodontia da Universidade de Illinois, deu início à reintrodução desta técnica nos Estados Unidos (HAAS, 1965). Haas (1980) salientando a importância do correto diagnóstico para o sucesso do plano de tratamento e a necessidade da correção das maloclusões nos três planos de espaços (transversal, vertical e ântero posterior), descreveu de maneira detalhada as seis indicações da ERM: - 18 - 1. Deficiência maxilar real ou relativa: a deficiência real seria caracterizada pela atresia maxilar quando comparada a outros ossos faciais e a mandíbula. A deficiência relativa seria caracterizada por uma mandíbula muito larga em relação à maxila e aos demais ossos de tamanho aparentemente normal. 2. Estenose nasal: respiradores bucais em tempo integral que possuem a cavidade nasal constrita, com as conchas nasais comprimindo o septo. 3. Todos os tipos de casos classe III: nesses casos, em três semanas a mordida cruzada posterior seria corrigida, além de melhorar a mordida cruzada anterior. 4. Portadores de fissura palatina com maturação esquelética: a ERM não seria vantajosa em pacientes jovens com fissura palatina, pois seria muito fácil expandir maxila com outros métodos menos complexos. 5. Deficiência maxilar ântero posterior: quando ANB for negativo, a expansão maxilar seria um pré-requisito para soltar a maxila facilitando sua protração. 6. Alguns casos de deficiência no comprimento do arco: pacientes de 14,5 a 16 anos com padrão esquelético bom e que o tratamento com extração de primeiros pré-molares ou até mesmo de segundos pré-molares achataria o perfil. Bishara e Staley (1987) citaram as indicações e contraindicações da expansão rápida maxilar. Dentre as indicações citadas estão os pacientes com discrepância transversal da maxila; Classe II 1ª divisão; Classe III; pseudo Classe III; pacientes fissurados; atresias moderadas do palato. Como contraindicações, citaram os pacientes não colaboradores; casos de mordida cruzada simples e mordida aberta anterior; plano mandibular inclinado; pacientes com perfil convexo; assimetria esquelética; adultos com severa discrepância ântero posterior e vertical. Relataram também, algumas recomendações clínicas, como o posicionamento do parafuso mais para posterior e a realização de tomadas radiográficas empregadas durante a terapia da expansão rápida maxilar. Qual a época mais favorável para início do tratamento ortodôntico? Diferentes respostas seriam dadas a esta pergunta feita em tom genérico; porém, se colocada em relação à correção da mordida cruzada posterior, a opção pela idade precoce seria unânime. Embora de certo modo limitada pela colaboração do paciente, a correção precoce desse problema é imposta pela lógica dos conceitos atuais de crescimento crânio facial e pela estabilidade dos resultados obtidos, principalmente - 19 - na região posterior, onde os movimentos dos dentes decíduos induzem a migração do germe dentário, sendo essa migração na mesma direção do movimento das raízes dos dentes decíduos. (CAPELOZZA FILHO; TANIGUCHI; SILVA FILHO, 1990). Brown (1914) estudando um grande número de casos tratados com expansão rápida maxilar notou que, num período de 7 a 14 dias havia ocorrido à presença de um diastema entre os incisivos centrais superiores; aumento da largura das narinas melhorando a respiração nasal; uma acentuada depressão na rafe mediana, indicando a ausência de tecido ósseo. Demonstrou, utilizando um crânio jovem, que a força aplicada através do palato promoveria a separação da sutura em todo seu comprimento. Alguns anos mais tarde, Haas (1961) descreveu um estudo experimental realizado em porcos. Instalou um expansor com ativação por 10 dias, dando um total de 12mm a 15mm de expansão. As avaliações foram realizadas em modelos de gesso e radiografias cefalométricas, antes, durante e após a ativação dos disjuntores. Os animais foram sacrificados e partes da maxila incluídas em resina poliéster e na sequência, seccionadas para possibilitar avaliação histológica. A conclusão foi que a sutura palatina mediana pode ser aberta suficientemente para expandir o arco maxilar, além de aumentar a capacidade intra-nasal. O sucesso dos resultados obtidos nesse estudo animal levou a realização de um estudo clínico em humanos, analisando 10 pacientes (5 do sexo masculino e 5 do sexo feminino). Foi utilizado um disjuntor dentomucossuportado, com protocolo de ativação de 4/4 de volta inicialmente. A partir do segundo dia, ativação diária de 2/4 de volta, sendo 1/4 de volta no período da manhã e outro 1/4 de volta à noite. As ativações foram realizadas durante 21 dias, logo após o parafuso expansor foi estabilizado. A contenção foi realizada com o próprio aparelho durante 3 meses após a estabilização e, na sequência, com uma placa acrílica removível. O autor encontrou ausência de sintomatologia dolorosa. Os pacientes notaram melhora na respiração. As telerradiografias em norma frontal mostraram aumento nas dimensões internas da cavidade nasal e na distância intermolares e interincisivos superiores. No Sentido vertical, a abertura da sutura palatina mediana se dava de forma triangular com o ápice voltado a cavidade nasal. A análise dos traçados cefalométricos em norma lateral mostrou movimentação da maxila para anterior em todos os casos e também - 20 - para inferior em cinco casos. Houve avanço do ponto A, com aumento do ângulo SNA e aumento do ângulo de convexidade. Entretanto, no período de contenção, essas medidas tenderam a retornar aos seus valores iniciais. Ocorreu diastema entre os incisivos centrais superiores após ativação do parafuso, com divergência das raízes e convergência das coroas. Assim como nos estudos em porcos, os dentes inferiores posteriores verticalizaram com a expansão rápida maxilar. Haas em 1980 comentou sobre o tratamento, as alterações e a estabilidade de dez casos: a) o aumento médio da largura da cavidade nasal foi de 4,5mm e da base apical foi de 9mm. Após o período de contenção, estas medidas mostraram-se estáveis; b) em seis dos dez casos, não se observou recidiva na distância intermolares superior, dois casos apresentaram diminuição na largura do arco enquanto outros dois apresentaram aumento; c) a necessidade do uso de contenção por quatro anos no arco superior e seis anos no arco inferior; d) aumento da distância intercaninos e intermolares inferiores, devido às alterações na oclusão e ao equilíbrio muscular. Marchioro et. al. (2001) avaliaram os efeitos da expansão rápida maxilar na área mínima de secção transversa nasal, em uma amostra de 27 pacientes, em fase da dentadura mista, leucodermas, sendo 11 meninos e 16 meninas, com idade variando entre 6,75 e 11,67 anos, portadores de mordida cruzada posterior uni ou bilateral, com indicação de expansão rápida maxilar. Os pacientes foram submetidos à expansão rápida maxilar e a rinometria acústica aplicada para a obtenção dos valores da área mínima de secção transversal nasal. Os exames foram realizados em 3 tempos, antes, imediatamente após e 90 dias após a expansão. Constatou-se um aumento na área mínima de secção transversal nasal imediatamente após a expansão em 24 pacientes (88,89%) e 90 dias após a expansão em 21 pacientes (77,78), estas variações representam um aumento da área de 17,5% e 16,25%. Concluíram que o tratamento ortopédico foi capaz de beneficiar os indivíduos de ambos os sexos, imediatamente e 90 dias após a expansão rápida maxilar, promovendo um aumento da área nasal transversal ao nível da válvula nasal. Haas, em (1965) com a descrição de três casos clínicos e o auxílio de modelos de gesso, fotografias e traçados cefalométricos concluiu que: a) a abertura da sutura palatina mediana no sentido ínfero-superior mostrava-se de forma triangular, com a base voltada para cavidade bucal; b) por causa desta abertura, observou-se um diastema entre os incisivos centrais superiores, que se fechou - 21 - devido à ação das fibras transeptais; c) aumento da capacidade nasal facilitando a respiração; d) movimento da maxila para baixo e para frente; e) abertura da mordida e aumento do ângulo do plano mandibular. Davis e Kronman (1969) realizaram este estudo para avaliar a separação da sutura palatina mediana, através de radiografias cefalométricas lateral e frontal, e modelos de gesso de 26 pacientes submetidos à expansão rápida maxilar. As radiografias foram tomadas antes da instalação do aparelho e ao final da contenção fixa como próprio aparelho, normalmente de 3 a 6 meses. Deste estudo concluíram que: a) o ponto A moveu-se para anterior; b) o ângulo formado pela linha SN e pelo plano palatino aumentou; na metade dos casos, resultando no abaixamento do ponto A; c) o ângulo do plano mandibular apresentou uma tendência a aumentar, abrindo a mordida; d) nenhuma alteração estatisticamente significativa foi observada nas medidas em norma frontal; e) à distância intermolares superior aumentou em maior proporção que intercaninos; f) os molares inferiores apresentaram uma tendência à expansão, seguindo os molares superiores; g) não se verificou alteração na altura da abóboda palatina. Ferreira et al., em (2007) relatam que a quantidade da expansão varia de acordo com as exigências individuais e é preconizada uma sobrecorreção, não pela abertura sutural, mas pela subsequente recidiva da inclinação dos dentes posteriores após a contenção. A abertura da sutura palatina, em uma vista oclusal e frontal, não ocorrem de maneira paralela, mas em forma piramidal, com o vértice na região posterior e superior, respectivamente. Isso ocorre devido à maior resistência das lâminas pterigoideas do osso esfenóide e rigidez das suturas do osso zigomático, (em pacientes adultos, por causa da maior calcificação e rigidez das suturas, os efeitos observados são dentoalveolares e não esqueléticos). Um estudo sobre expansão ortopédica, ERM, realizado na Universidade Loma Linda, na Califórnia, selecionou 30 pacientes, 17 meninos e 13 meninas, com idades entre 10,3 a 16,8 anos, mostrou que apenas 50% dos movimentos, realizados em crianças jovens, foi do esqueleto, e o restante da expansão foi atribuída a movimento dentário. Além disso, em adolescentes, somente 35% do movimento foi esquelético, e 65% foi dental. Portanto, como o paciente envelhece, o movimento dental torna-se mais provável. Isso coloca os dentes em maior risco de serem movidos através do processo alveolar, podendo resultar em redução da altura - 22 - do osso alveolar, deiscência óssea e recessão gengival. (RUNGCHARASSAENG et al., 2007). Ennes e Consolaro (2004) avaliaram 28 crânios de Homo sapiens (homem) em diferentes fases do desenvolvimento cronológico, crianças até 12 anos, adultos jovens de 13 a 18 anos, adultos 19 a 60 anos e idosos com mais de 60 anos, provenientes da coleção da Disciplina de Patologia Bucal da FOB-USP, sob os critérios de análise macroscópica, estereomicroscópica e radiográfica. Concluiu-se que a sutura palatina mediana no homem ossifica-se especialmente a partir da fase adulta, estabelecendo pontes de ossificação entre as margens ósseas, essa ossificação, inicia-se no segmento palatino posterior e evolui no sentido ântero posterior. Lagravereet al. (2006) selecionou 14 artigos sobre expansão rápida maxilar, para realizar uma revisão sistemática com meta análise, os resultados foram obtidos através de radiografias e modelos de gesso, feitos previamente e imediatamente após a expansão rápida maxilar. Os resultados demonstraram que a distância intermolar da maxila aumentou 6,74mm, quando medidas em modelos de gesso, e 6,04mm quando medidas radiograficamente. Foi realizado um estudo para avaliar a imagem da sutura palatina mediana em crianças submetidas à expansão rápida maxilar por meio de tomografia computadorizada após a fase de contenção. A amostra era constituída de 17 crianças, 10 meninos e 7 meninas, que apresentavam faixa etária de 5 anos e 2 meses a 10 anos e 5 meses, com idade média de 8 anos e 2 meses no início do tratamento. Para o tratamento da atresia transversal maxilar utilizou-se um aparelho expansor fixo dentomucossuportado tipo Haas. O protocolo de ativação constituiu em acionar o parafuso expansor uma volta completa por dia até a obtenção de uma boa morfologia do arco dentário superior, com alguma sobrecorreção. Todos os pacientes foram submetidos ao exame tomográfico computadorizado três vezes: antes da expansão, imediatamente após a fase ativa e após a fase de contenção com o próprio aparelho. A avaliação qualitativa dos cortes tomográficos póscontenção demonstrou normalidade ao longo da sutura palatina mediana, a nova sutura se organizou e as imagens tomográficas pós-contenção das 17 crianças mostraram semelhança com as imagens pré-tratamento. Quanto à avaliação quantitativa, a tomografia computadorizada pós- contenção mostrou que apenas na região da espinha nasal anterior foi encontrada uma pequena distância entre as - 23 - margens suturais (0,28mm). Entretanto, esta abertura não é estatisticamente significante quando comparada à distância apresentada nesta região na fase préexpansão (0,15mm). Os resultados desvendaram, com maior nitidez em relação à imagem obtida em radiografia oclusal da maxila, o comportamento da sutura palatina mediana frente à expansão rápida maxilar. A sutura mostrou-se inteiramente ossificada após o período aproximado de 8 a 9 meses de contenção. (SILVA FILHO, et. al. 2007). Kanekawa e Shimizu (1998) estudaram a capacidade regenerativa da sutura palatina mediana, depois da disjunção maxilar em ratos, com a intenção de determinar a influência da idade sobre esse fenômeno. Como resultado, obtiveram que a capacidade formativa da matriz óssea, em resposta ao estimulo provocado pelo estiramento mecânico provocado pelo aparelho expansor ortopédico, independe da idade, enquanto a velocidade de formação óssea é dependente da idade, sofrendo redução após a adolescência. Concluíram que há necessidade de mais tempo de contenção em pacientes adultos submetidos à expansão rápida maxilar. Silva Filho et. al. (2008) realizaram uma pesquisa com o objetivo de acompanhar radiograficamente a evolução da ossificação da sutura palatina mediana em pacientes submetidos à expansão rápida maxilar, bem como comprovar a validade de se avaliar a neoformação óssea através deste exame complementar de diagnóstico. A amostra constitui-se de 38 pacientes no estágio de dentadura mista, variando entre 6 e 11 anos, com média de 9 anos, sendo 19 meninos e 19 meninas, que se submeteram ao protocolo de expansão rápida maxilar com o aparelho expansor fixo tipo Haas, sendo 2/4 de volta pela manhã e 2/4 de volta à noite, totalizando uma volta completa por dia, compreendendo um período de 7 dias. As radiografias foram realizadas no estágio de pré-expansão e mensalmente, na fase de contenção, com o aparelho expansor mantido na boca, por um período de 4,5 meses. Como resultados, observou-se uma variação individual quanto ao período necessário para a neoformação óssea sutural durante a fase de contenção, o que justifica a imagem radiográfica como determinante da época propícia para a remoção do aparelho expansor. Tendo em vista a estabilidade pós-tratamento em longo prazo, o aparelho expansor deve ser removido somente depois que a nova sutura estiver completamente estabelecida. Os resultados revelaram que são necessários pelo menos três meses para a completa neoformação óssea da sutura - 24 - palatina mediana, mediante análise da imagem radiográfica oclusal, durante a fase passiva da expansão rápida maxilar. Entretanto, devido à variação individual no tempo de ossificação da sutura e visando menor efeito de recidiva, recomenda-se que o aparelho seja mantido passivo por pelo menos 6 meses. A imagem radiográfica se mostrou confiável para a determinação da época correta de remoção do aparelho expansor. As alterações esqueléticas induzidas pelos procedimentos de expansão rápida maxilar foram analisadas em 30 pacientes na fase da dentadura decídua e mista, com idade média de 8 anos. Baseados nos resultados obtidos neste estudo, os autores concluíram que: a) o deslocamento anterior da maxila, com alterações significantes no ângulo SNA não deveriam ser esperados; b) a maxila sempre se deslocou para baixo, apresentando uma rotação para baixo e para trás do plano palatino; c) os molares superiores de ancoragem também se deslocaram para baixo; d) a altura facial aumentou como resultado direto do deslocamento vertical da maxila e dos molares superiores; e) a subsequente rotação da mandíbula aumentou a inclinação do plano mandibular e reposicionou o ponto B para posterior. (SILVA FILHO, VILLAS BOAS, CAPELOZZA FILHO, 1991). Com o objetivo de analisar cefalometricamente as alterações dentoesqueléticas e determinar o comportamento neurofisiológico dos músculos masseter e temporal, direito e esquerdo por meio da duração do período de silêncio eletromiográfico, Almeida (1993) avaliou 15 pacientes, sendo 6 meninos e 9 meninas, leucodermas, brasileiros, na faixa etária entre 11 anos e 4 meses a 17 anos e 11 meses de idade, com atresia transversal maxilar, submetidos à disjunção da sutura palatina mediana com aparelhos dentomucossuportados tipo Haas, nas fases pré e pós expansão, pós contenção e 1 ano após a expansão, concluindo que: a) as alterações provocadas pela expansão rápida maxilar mostraram-se estatisticamente não significantes, com tendência à recidiva; b) o deslocamento para baixo da maxila, associado a uma discreta extrusão dos primeiros molares superiores, promoveram pequenas alterações verticais na face, com um aumento médio de 2mm na altura facial ântero inferior; c) a duração médio do período de silêncio eletromiográfico nas quatro fases estudadas, foi de 40,01; 52,11; 45,67 e 40,80ms, influenciada no seu incremento, possivelmente pelo discreto aumento na dimensão vertical, e tendência a redução, conforme o restabelecimento da condição oclusal normal. - 25 - Silva Filho, Pinheiro Júnior e Cavassan (1997) relatam que o diastema inter incisivos é reflexo do efeito ortopédico de separação dos processos maxilares, implica em movimento dentário de inclinação por restrição do movimento coronário causadas pelas fibras gengivais durante a abertura do diastema, e principalmente coronárias durante o fechamento do diastema que ocorre na fase passiva da expansão rápida maxilar. Neste estudo, os autores acompanharam longitudinalmente, durante um período médio de 12 meses, após a retirada do aparelho fixo de expansão rápida maxilar (tipo Haas), o comportamento radiográfico dos incisivos centrais superiores permanentes de 10 crianças, sendo 6 meninas e 4 meninos, com idade media de 8 anos e 5 meses, compreendendo uma faixa etária entre 6 anos e 7 meses a 10 anos e 4 meses de idade. Todos esses pacientes se encontravam no estágio da dentadura mista e foram submetidos somente à expansão rápida maxilar. Com a finalidade de avaliar comportamento radicular e a angulação mésio-distal dos incisivos centrais superiores permanentes, após o procedimento de expansão rápida maxilar, foram obtidas radiografias periapicais através da técnica do paralelismo ou cone longo, utilizando uma distância anódio filme de 40 cm. Estas radiografias foram tomadas antes da expansão, após a retirada do aparelho expansor, após o período de contenção com a placa palatina removível; e 1 ano após a retirada do aparelho expansor. As radiografias corroboram a divergência apical entre os incisivos centrais superiores permanentes durante a expansão rápida maxilar (fase ativa da expansão rápida maxilar), denunciando uma separação de 2,97mm ao nível coronário e de 3,53mm ao nível dos ápices radiculares. As coroas movimentam-se, abrindo o diastema inter incisivos durante a fase ativa da expansão e fechando o diastema durante a fase passiva da expansão. Porém, esta movimentação não se processa de corpo, a coroa movimenta-se menos que a raiz durante a separação dos processos maxilares, e a raiz movimenta-se menos durante a fase passiva da expansão, quando o diastema aberto se fecha. Com isso, as raízes tornam-se mais divergentes no final desta movimentação da coroa. Mas, este comportamento não traz as iatrogenias tão comuns da movimentação ortodôntica induzida pela força ortodôntica aplicada diretamente sobre o dente. O que chamou atenção dos pesquisadores foi a maior divergência apical observada mesmo depois de passada à fase de reestruturação sutural. (SILVA FILHO; GIMAIEL; OKADA, 1995). - 26 - Um estudo transversal com o objetivo de avaliar o comportamento dos incisivos centrais superiores permanentes frente à expansão rápida maxilar nas dentaduras decídua e mista comparou 29 crianças (12 meninos e 17 meninas) que haviam se submetido a uma expansão rápida maxilar com um grupo pareado de crianças sem tratamento ortodôntico prévio. Os resultados sugerem um encurtamento radicular em torno de 1mm para os incisivos que sofreram a movimentação ortodôntica consequente à expansão rápida maxilar; porém na ausência de imagem radiográfica periapical sugestiva de reabsorção radicular típica do tratamento ortodôntico. O caráter metodológico imprime algumas limitações que impedem a conclusão definitiva de que a expansão rápida maxilar em estágios de rizogênese incompleta compromete a formação radicular. (SILVA FILHO et al.,1992). Silva Filho, Gimaiel e Okada, (1995) seguiram essa linha de pesquisa, que ganhou corpo com uma amostra de dentes completamente formados e uma metodologia longitudinal. Este estudo na dentadura permanente previa uma proposição mais abrangente que incluía comprimento radicular, morfologia apical, angulação mesiodistal do longo eixo, além das possíveis iatrogenias intracanal dos incisivos centrais superiores permanentes. Foram acompanhados longitudinalmente, entre 4 e 8 meses, 20 jovens (sendo 13 meninas e 7 meninos) no estágio de dentadura permanente que na fase inicial do tratamento ortodôntico corretivo passaram pelo procedimento de expansão rápida da maxila. Os incisivos centrais mudaram a sua angulação mesiodistal, exibindo divergência apical após a retirada do aparelho expansor, houve estreita relação entre a magnitude da mudança angular e a faixa etária dos pacientes, reflexo da própria magnitude do efeito ortopédico. Quanto maior o diastema, maior foi a alteração angular ente os incisivos centrais. Não ficou comprovado, no entanto, a reabsorção apical e ou lateral na raiz dos incisivos centrais, e a medição do comprimento do dente pré e pós-expansão rápida maxilar não mostrou diferença com significância estatística. Para suprir a deficiência de um estudo transversal, e ao mesmo tempo verificar se os resultados encontrados para os incisivos na dentadura permanente são válidos para a rizogênese incompleta, o comportamento dos incisivos centrais superiores permanentes com rizogênese incompleta foi avaliada também em um estudo longitudinal com 34 crianças no estágio da dentadura mista, 23 meninas e 11 meninos, sendo acompanhados por um período médio de 7 meses. A avaliação das radiografias pré e pós-expansão não mostra evidência de interrupção da rizogênese, - 27 - nem sinais de reabsorção radicular e ou calcificação distróficas da polpa. O que ficou registrado pós-expansão foi a evolução aparentemente normal do processo de rizogênese e a mudança na morfologia da crista óssea devido à visível alteração da angulação mesiodistal dos incisivos centrais, os 7 meses de contenção também não foram suficientes para que as raízes retornassem às suas angulações préexpansão. (SILVA FILHO; HERNANDES; FERRRI JUNIOR, 1995). Em um estudo radiográfico, retrospectivo e longitudinal Silva Filho et al. (2009), verificaram se a ancoragem do aparelho expansor fixo tipo Haas, modificado para as dentaduras decídua e mista (com bandas nos 2º molares decíduos e barra de conecção tangenciando os 1º molares decíduos e abraçando os caninos decíduos), interfere na velocidade de rizólise e esfoliação dos caninos decíduos. Foi feita uma avaliação quantitativa da rizólise dos caninos decíduos mediante a medição do comprimento coroa ápice dos caninos decíduos superiores, dos lados direito e esquerdo. Para essa avaliação, 24 crianças foram submetidas à expansão rápida maxilar na dentadura decídua ou no início da dentadura mista as quais foram comparadas com 15 crianças que não passaram por este procedimento. A medição do comprimento coroa ápice dos caninos decíduos foi realizada com um programa computadorizado CEF-X Cefalometria Digital, que permitiu calibrar o tamanho dos dentes pela uniformização das imagens radiográficas digitalizadas. Os resultados estatísticos revelaram que não houve diferença na velocidade de rizólise dos caninos decíduos entre as crianças do grupo controle e as do grupo submetido à expansão rápida maxilar. (SILVA FILHO et al. 2009). Silva Filho, Pinheiro e Cavassan (1997) relataram que os efeitos ortodônticos manifestam-se por excelência na região posterior do arco, com a vestibularização dos dentes de ancoragem, mas manifestam-se também na região anterior, diagnosticada em parte durante a abertura do diastema inter incisivos centrais superiores e principalmente com o fechamento desse diastema. No entanto, como todas as mecânicas de movimentação ortodôntica vem acompanhada de um custo biológico, o movimento ortodôntico dos incisivos (mesmo sem aplicação de forças diretamente sobre estes dentes) tem levado a um questionamento específico acerca das possíveis iatrogenias inerentes a esta movimentação ortodôntica. Um estudo histológico realizado por Cleall et al. (1965) repetiu o trabalho de Haas em macacos, comprovando a ruptura da sutura palatina mediana e demonstrando a neoformação óssea progressiva subsequente. No momento da - 28 - ruptura observou-se a área do defeito ósseo preenchida com tecido conjuntivo fibroso desorganizado, bem vascularizado, sugestivo de resposta inflamatória crônica suave. Depois de três meses, a sutura apresentou um aspecto histológico similar à dos macacos controle, mas o osso adjacente era irregular e muito celularizado, e não obedecia ao padrão lamelar usual do osso mais distante da área sutural, indicando haver uma formação óssea rápida. O aspecto histológico sugeria remodelação da sutura recém reparada. Portanto, aos três meses, a morfologia sutural, quando avaliada radiograficamente, permanecia desorganizada e a área pobremente mineralizada quando comparada ao grupo controle. Após seis meses da fase ativa da expansão, a sutura mostrou-se bem organizada e histologicamente normal, mas o osso adjacente era de natureza irregular e não seguia o padrão lamelar normal. Somente no animal sacrificado com nove meses, a região sutural mostrou-se com grau de mineralização semelhante aos animais do grupo controle. Melsen (1972) descreveu o único trabalho histológico em crânios humanos secos com o objetivo de estudar o comportamento da sutura palatina mediana em crianças de 8 a 13 anos de idade. Na terceira e quarta semana após a expansão, conjuntamente ao alargamento da sutura, o tecido mostrou inicio de inflamação com acentuada atividade osteoblástica ao longo da superfície e processos ósseos, após 5 a 6 semanas, a ossificação progrediu, exibindo ilhas ósseas ao longo da sutura. Já um ano após a expansão, a sutura completamente calcificada mostrava a formação das pontes ósseas nas margens suturais. Em 1964, foi realizado um estudo com pacientes portadores de mordida cruzada posterior bilateral com algum grau de atresia maxilar. Foi utilizado um disjuntor dentomucossuportado, contendo bandas nos 1º molares e 1º pré-molares. A força foi medida com um dinamômetro, e concluíram que cada ativação gerava aproximadamente de 3 a 10 libras de força, isso significa 1,36kg a 4,53kg. Os autores perceberam que as ativações realizadas em pacientes jovens geravam forças menores, sugerindo que o esqueleto aumenta sua resistência com o passar da idade dos pacientes (ISAACSON; INGRAM, 1964). Zimring e Isaacson (1965) analisaram a quantidade de forças produzidas durante a fase de expansão maxilar e na fase de contenção pós-disjunção, através de um tenciômetro, em 4 pacientes com mordida cruzada posterior bilateral e atresia maxilar, analisaram também o tempo necessário de uso da contenção. Foi realizada a expansão rápida maxilar nestes pacientes e após o protocolo de ativação o próprio - 29 - aparelho foi mantido como contenção. Para avaliar o período de contenção foram confeccionados modelos de gesso logo após a remoção da contenção, 10 dias após a remoção e 30 dias após. Os resultados foram separados em 3 fases: 1ª Fase: de expansão – a força máxima ocorreu após a ativação do aparelho e dissipou em aproximadamente 12 horas, mas houve acúmulo de forças após 2 dias de tratamento, isso foi relacionado a idade dos pacientes, que variava de 11 a 15 anos, pois os de maior idade necessitam um período maior de tempo para que ocorra a liberação destas forças. Observaram que abria um diastema entre os incisivos centrais superiores quando o parafuso passava dos 2mm de ativação e aumentava também a distância transversal entre os molares e pré-molares. 2ª Fase: de contenção – observaram forças residuais nos 4 pacientes no final da fase de expansão, mas estas forças desapareciam em seis semanas. 3ª Fase: pós-contenção – não foi observada recidiva nas medições feitas antes e logo após da remoção da contenção, mas nas medições realizadas 10 dias e 30 dias após a remoção foram observados redução da distância entre os molares e pré-molares. Os efeitos da terapia de expansão rápida maxilar na maxila e no terço médio da face, além de sua estabilidade em largura, foram estudados por KREBS em (1964) que utilizou implantes metálicos nos processos zigomáticos da maxila e no palato duro. Avaliou através de radiografias oclusais e cefalométricas e através de modelos de gesso, por um período de 7 anos, 23 pacientes, 12 meninos e 11 meninas, que apresentavam mordida cruzada posterior bilateral, com idades variando de 8 a 19 anos no inicio do tratamento. Como resultados, obteve que os efeitos da expansão rápida maxilar mostraram ser dependentes da idade, com maior significância antes e durante o crescimento pubescente e, apesar de uma pequena recidiva, o aumento transversal da base maxilar pareceu ser estável. Ferreira et al (2007), afirma que o aumento da largura do arco inferior muitas vezes também é observado após a disjunção maxilar, sem que este arco sofra qualquer mecânica, pois, de acordo com ele, esta alteração ocorre devido a alguns fatores como: a nova direção das forças oclusais, a postura mais baixa da língua e as alterações do equilíbrio muscular da bochecha. Afirma ainda que durante a expansão, as coroas dos incisivos centrais se distanciam, sendo este o sinal da - 30 - abertura da sutura mediana palatina, e os dentes de apoio posteriores se inclinam para vestibular. A expansão rápida maxilar pode ser realizada por meio de aparelhos expansores fixos como o de Haas, que é um aparelho dentomucossuportado e Hyrax, que é classificado como dentossuportado. Os disjuntores apresentam um parafuso expansor, localizado paralelamente à sutura palatina mediana, ativado de forma a acumular uma quantidade significativa de forças com o objetivo de romper a resistência oferecida pela referida sutura e pelas suturas pterigopalatina, frontomaxilar, nasomaxilar e zigomáticomaxilar. Devido ao caráter ortopédico do procedimento, o mesmo apresenta limitação de idade para sua realização. Após o final do crescimento ativo, a quantidade de força necessária para o rompimento da sutura fica significativamente alta, resultando em dor, possibilidade de fenestração radicular nos aparelhos dentossuportados ou de necrose da mucosa palatina nos aparelhos dentomucossuportados. Nesses casos, a disjunção é associada a um procedimento cirúrgico, denominado expansão cirurgicamente assistida, que rompe a resistência sutural e permite a disjunção sem os efeitos colaterais já relatados. (SCANAVINI et al., 2006). Mazzieiro (1994) avaliou por meio de telerradiografias em norma frontal, as alterações dentoesqueléticas proporcionadas pela utilização de 2 tipos de aparelhos de expansão rápida maxilar, um dentomucossuportado e outro dentossuportado, e as possíveis diferenças entre os mesmos. A amostra constou de 123 telerradiografias, tomadas antes da expansão, imediatamente após a expansão e três meses após a contenção com o próprio aparelho fixo, a partir de 41 pacientes que apresentavam mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Concluiu que: a) os 2 tipos de aparelhos expandiram ortopedicamente a maxila; b) não houve diferença estatisticamente significante entre os resultados, em relação às alterações esqueléticas proporcionadas pelas expansões; c) com relação às recidivas esqueléticas, não houve diferença significativa; d) durante a fase ativa da expansão, os aparelhos dentomucossuportados provocaram uma maior abertura da mordida na região anterior, porém, no período de contenção não se observaram diferenças significativas; e) os molares de ancoragem também não apresentaram diferenças entre os 2 grupos; f) a distância inter molares inferiores aumentou em ambos os grupos, mas sem nenhuma diferença estatística entre os grupos. - 31 - Outro estudo sobre a comparação dos efeitos dentoesqueléticos produzidos pelo aparelho de Haas e Hyrax, analisou 123 telerradiografias. Estas foram tomadas no início do tratamento, imediatamente após a expansão e três meses após a contenção com o próprio aparelho expansor. Obtidas de 41 pacientes que se submeteram à expansão rápida maxilar, sendo 15 meninos e 26 meninas, na faixa etária de 10 e 8 meses a 17 anos e 8 meses, e que apresentavam mordida cruzada uni ou bilateral. Segundo a metodologia aplicada e pela análise dos resultados obtidos, avaliados estatisticamente, constatou-se que imediatamente após a expansão rápida maxilar, os dois tipos de aparelhos apresentaram resultados semelhantes, sem a ocorrência do deslocamento da maxila em direção anterior, sem reflexos para o perfil mole, induzindo, porém, uma rotação horária da mandíbula, aumentando a altura facial ântero inferior; durante os 3 meses de contenção após a expansão, os valores da maioria das medidas cefalométricas avaliadas em norma lateral tenderam a retornar aos seus valores iniciais. (KAWAKAMI et al. 1999). - 32 - 3 RELATO DE CASO CLÍNICO 3.1 PACIENTE TRATADO COM APARELHO DE HAAS Paciente B. F., sexo masculino, 10 anos de idade, procurou atendimento no Curso de Especialização em Ortodontia do CEOM – UNINGÁ, Unidade de Passo Fundo – RS, onde foi diagnosticado através de exames clínicos, fotográficos, radiográficos e de modelos de gesso, estar ainda na fase de dentição mista, apresentar maloclusão de Classe II de Angle, segunda divisão, sub-divisão esquerda, ser portador de atresia maxilar transversal e mordida cruzada unilateral posterior esquerda, apresentar apinhamento superior com deficiência de espaço para a erupção dos caninos superiores associada a desvio da linha média superior para a direita. Figuras 1; 2; 3; 4 e 5. No plano de tratamento foi decidido pela utilização da expansão rápida maxilar, com o aparelho dentomucossuportado, (disjuntor de Haas modificado), para correção da atresia maxilar. Figura 1 - Caso inicial: paciente B. F., foto intra-oral, análise frontal. - 33 - Figura 2 – Caso inicial: paciente B. F., foto intra-oral, análise lateral direita. Figura 3 – Caso inicial: paciente B. F., foto intra-oral, análise lateral esquerda. - 34 - Figura 4 - Caso inicial: paciente B.F., foto intra-oral, análise oclusal. Figura 5 – Caso inicial: paciente B.F., análise radiográfica. - 35 - Para construção do aparelho de Haas modificado, procedemos com a seleção das bandas dos primeiros molares superiores permanentes, devidamente adaptadas, soldagem de acessório ortodôntico na superfície vestibular das bandas, proporcionando um melhor posicionamento na transferência das mesmas para o molde de alginato. Antes de realizar o vazamento de gesso no molde, as bandas foram fixadas com um segmento de fio ortodôntico 0,019” x 0,025”, de aço inoxidável, para que estas não se deslocassem durante a vibração do molde, proporcionando um melhor escoamento do gesso. O aparelho foi composto de: 1. Barras de conexões palatinas, confeccionadas com fio redondo de aço inoxidável de 0,9mm de espessura, soldadas com solda prata às bandas dos 1º molares superiores permanentes e estendidas até os 1º pré-molares superiores, em cada hemiarco. 2. Parafuso expansor, elemento ativo do aparelho, o qual imerge na porção acrílica exatamente sobre a rafe palatina, estendendo-se sobre a abóbada palatina. Após a solda das barras de conexões nas bandas, da imersão do parafuso no acrílico e do acabamento e polimento do acrílico, o aparelho de Haas modificado foi cimentado com cimento de ionômero de vidro nos 1º molares superiores permanentes e colado com resina composta nos 1º pré-molares superiores, de cada hemiarco. Na consulta de cimentação do disjuntor, foram realizadas quatro ativações do parafuso do aparelho, cada ativação representa 0,25mm, totalizando então 1mm de expansão maxilar. O responsável pelo paciente, foi orientado e treinado a fazer em casa, o restante das ativações, duas ativações por dia, durante dez dias, realizando então uma expansão de 5mm. Somando as ativações feitas no dia da cimentação com as realizadas em casa, totalizamos 6mm de expansão maxilar. Após a fase de ativação, o parafuso do disjuntor foi travado com fio de amarrilho, (Figuras 6; 7; 8; 9). Foi solicitada radiografia oclusal realizada 17 dias após o travamento, na qual foi possível avaliar as alterações e a abertura da sutura palatina, quando comparada a inicial (Figura 10). - 36 - Figura 6 – Travamento do disjuntor de Haas modificado: paciente B. F., foto intra-oral, análise frontal. Figura 7 – Travamento do disjuntor de Haas modificado: paciente B. F., foto intra-oral, análise lateral direita. Figura 8 – Travamento do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intra-oral, análise lateral esquerda. - 37 - Figura 9 – Disjuntor de Haas modificado: paciente B. F., parafuso fixado com amarrilho metálico, análise oclusal. Figura 10 – Radiografia oclusal: paciente B.F., realizada após 17 dias da fixação do parafuso expansor do disjuntor de Haas modificado. - 38 - O período de contenção foi de cinco meses e utilizou-se o próprio aparelho para isto. Nova radiografia oclusal e documentação completa do paciente foram realizadas 9 meses após a fixação do parafuso, para observação da formação óssea no local e controle da contenção do caso (Figuras 11; 12; 13; 14 e 15). Os procedimentos de alinhamento e nivelamento do arco inferior foram iniciados, no intuito de realizar o tratamento ortodôntico indicado. Foi relatado pelo paciente, melhora na respiração nasal após o travamento do parafuso do aparelho de expansão rápida maxilar. Os resultados obtidos através de radiografias oclusais realizadas antes da expansão, após a fixação do parafuso do aparelho e 9 meses após a fixação, mostraram que a sutura palatina mediana abriu no sentido ântero-posterior, de forma triangular, com a base voltada para região anterior e o vértice voltado para região posterior, como descrito na literatura. Entretanto, não se observou abertura do diastema, pois o espaço serviu para dissolver o apinhamento que o paciente apresentava. Os resultados obtidos através de radiografias de perfil, realizadas antes da expansão rápida maxilar e 9 meses após a mesma, mostraram que: a) não houve deslocamento maxilar para região anterior; b) ocorreu um deslocamento para baixo da maxila; c) os molares superiores de ancoragem também se deslocaram para baixo; d) a altura facial aumentou como resultado do deslocamento vertical da maxila e dos molares superiores; e) houve rotação mandibular com aumento da inclinação do plano mandibular e reposicionamento do ponto B para posterior. 90 82 8 78 34 51 18 79 67 19 8 2 0 29 33 8 95 -1 Figura 11 – Telerradiografia de perfil e cefalometria inicial: paciente B. F. 0 - 39 - 89 80 9 77 18 51 80 35 65 21 11 1 31 8 34 94 0 1 -1 Figura 12 – Telerradiografia de perfil e cefalometria: paciente B. F. realizado após 9 meses de contenção. Figura 13 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intraoral, análise frontal. - 40 - Figura 14 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intraoral, análise lateral direita. Figura 15 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intraoral, análise lateral esquerda. - 41 - Figura 16 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Haas modificado: paciente B.F., foto intraoral, análise oclusal. Figura 17 – Radiografia oclusal: paciente B.F., realizada após 9 meses de contenção, já com os braquetes colados. - 42 - 3.4 PACIENTE TRATADO COM APARELHO DE HYRAX Paciente T. K., sexo masculino, 10 anos de idade, procurou atendimento no Curso de Especialização em Ortodontia do CEOM – UNINGÁ, Unidade de Passo Fundo – RS, onde foi diagnosticado através de exames clínicos, fotográficos, radiográficos e de modelos de gesso, estar ainda na fase de dentição mista e ser portador de atresia maxilar transversal. Apresentar assimetria de molares, sendo o molar superior esquerdo 2mm mesial em relação ao molar superior direito e o molar inferior esquerdo 2mm mesial em relação ao molar inferior direito, associada de desvio da linha média inferior para a direita. (Figuras 16; 17; 18; 19 e 20). No plano de tratamento foi decidido pela utilização da expansão rápida maxilar, com o aparelho dentossuportado, disjuntor de Hyrax, para correção da atresia maxilar. Figura 18 – Caso inicial: paciente T.K., foto intra-oral, análise frontal. - 43 - Figura 19 – Caso inicial: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral direita. Figura 20 – Caso inicial: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral esquerda. - 44 - Figura 21 – Caso inicial: paciente T.K. , foto intra-oral, análise oclusal. . Figura 22 – Caso inicial: paciente T.K., análise radiográfica. - 45 - Para construção do aparelho de Hyrax, procedemos com a seleção das bandas dos 1º molares superiores permanentes e 1º pré-molares superiores, devidamente adaptadas, soldagem de acessório ortodôntico na superfície vestibular das bandas, proporcionando um melhor posicionamento na transferência das mesmas para o molde de alginato. Antes de realizar o vazamento de gesso no molde, as bandas foram fixadas com um segmento de fio ortodôntico 0,019 x 0,025mm, de aço inoxidável, para que estas não se deslocassem durante a vibração do molde, proporcionando um melhor escoamento do gesso. O aparelho foi composto de: 1. Barras de conexão palatinas que saem diretamente do parafuso, fabricadas com fios de aço inoxidável, com 1,2mm de espessura, soldadas com solda prata às bandas dos 1º molares superiores permanentes e 1º pré-molares superiores de cada hemiarco. 2. Parafuso expansor, elemento ativo do aparelho, é posicionado exatamente sobre a rafe palatina. Após a solda das barras de conexões nas bandas, do acabamento e polimento das soldas, as bandas do aparelho de Hyrax foram cimentadas com cimento de ionômero de vidro nos 1º molares superiores permanentes e 1º pré-molares superiores de cada hemiarco. Na consulta de cimentação do disjuntor, foram realizadas quatro ativações do parafuso do aparelho, cada ativação representa 0,25mm, totalizando então 1mm de expansão maxilar. O responsável pelo paciente, foi orientado e treinado a fazer em casa, o restante das ativações, duas ativações por dia, durante dez dias, realizando então, uma expansão de 5mm. Somando as ativações feitas no dia da cimentação com as realizadas em casa, totalizamos 6mm de expansão maxilar. Após a fase de ativação, o parafuso do disjuntor foi travado com fio de amarrilho (Figuras 21; 22; 23 e 24). Foi solicitada radiografia oclusal realizada 17 dias após o travamento, na qual foi possível avaliar as alterações e a abertura da sutura palatina quando comparada com a radiografia inicial (Figura 25). - 46 - Figura 23 – Travamento do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise frontal. Figura 24 – Travamento do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral direita. Figura 25 – Travamento do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral esquerda. - 47 - Figura 26 – Disjuntor de Hyrax: paciente T.K., parafuso fixado com amarrilho metálico, análise oclusal. Figura 27 – Radiografia oclusal: paciente T.K., realizada após 17 dias da fixação do parafuso expansor do disjuntor de Hyrax. - 48 - O período de contenção foi de cinco meses e utilizou-se o próprio aparelho para isto. Nova radiografia oclusal e documentação completa do paciente foram realizadas 9 meses após o travamento, para observação do caso. (Figuras 26; 27; 28; 29; 30). Foi relatado pelo paciente, melhora na respiração nasal após o travamento do parafuso do aparelho de expansão rápida maxilar. Os resultados obtidos através de radiografias oclusais realizadas antes da expansão, após o travamento do parafuso do aparelho e 9 meses após o travamento mostraram que a sutura palatina mediana abriu no sentido ântero-posterior de forma triangular com a base voltada para região anterior e o vértice voltado para região posterior, como descrito na literatura. Observou-se abertura do diastema interincisivos, que se fechou pela ação das fibras transeptais. Os resultados obtidos através de radiografias de perfil, realizadas antes da expansão rápida maxilar e 9 meses após a mesma, mostraram que: a) não houve deslocamento maxilar para região anterior; b) ocorreu um deslocamento para baixo da maxila; c) os molares superiores de ancoragem também se deslocaram para baixo; d) a altura facial aumentou como resultado do deslocamento vertical da maxila e dos molares superiores; e) houve rotação mandibular com aumento da inclinação do plano mandibular e reposicionamento do ponto B para posterior; f) diminuição da sobremordia na fase ativa da expansão, mas que retornou durante a fase de contenção. 74 72 2 69 32 82 61 2 60 24 30 43 1 10 24 6 3 88 Figura 28 – Telerradiografia de perfil e cefalometria inicial: paciente T. K. 4 - 49 - 75 70 5 67 6 80 34 62 -1 24 23 3 5 22 46 1 86 Figura 29 – Telerradiografia perfil e cefalometria: paciente T. K. realizado após 9 meses de contenção. Figura 30 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise frontal. - 50 - Figura 31 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral direita. Figura 32 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise lateral esquerda. - 51 - Figura 33 – Momento clínico da remoção do disjuntor de Hyrax: paciente T.K., foto intra-oral, análise oclusal. Figura 34 – Radiografia oclusal: paciente T.K., realizada após 9 meses de contenção. - 52 - 4 DISCUSSÃO A terapia da expansão maxilar vem sendo estudada a mais de 150 anos. Teve seu início com Angell (1860), que utilizou um parafuso expansor e observou clinicamente, o alargamento transversal do maxilar, porém, este procedimento foi muito questionado e gerou uma grande polêmica entre os ortodontistas americanos, o que culminou no seu esquecimento por um longo período no início do século passado. Por outro lado, na Europa, a técnica continuava sendo utilizada e pesquisada por estudiosos como Brown (1914). Haas (1961), em sua pesquisa sobre expansão rápida maxilar em animais, observou os efeitos deste tratamento com o auxílio de análises histológicas, clínicas, de modelos de gesso e cefalométricas, levando seus resultados para a clínica ortodôntica e padronizando as condutas adotadas até hoje: disjuntor dentomucossuportado, com protocolo de ativação de 4/4 de volta inicialmente; a partir do segundo dia, ativação diária de 2/4 de volta, sendo 1/4 de volta no período da manhã e outro 1/4 de volta à noite, até obter uma expansão transversal maxilar de 12mm a 14mm. Este autor recomenda a utilização do próprio aparelho como contenção durante 3 meses após a estabilização e, na sequência, com uma placa acrílica removível. Silva Filho et. al. (2008) preconizam uma volta completa por dia, sendo 2/4 de volta pela manhã e 2/4 à noite, utilizando o aparelho como contenção durante 6 meses. Após a remoção do disjuntor, estes autores indicam a utilização de uma placa palatina removível por um período de 6 a 12 meses. Biederman (1968), considerando que o acrílico poderia causar irritações na mucosa palatina, devido à impacção de alimentos, descreveu um aparelho mais higiênico, apoiado somente em dentes, disjuntor dentossuportado. A mordida cruzada posterior, geralmente presente quando há atresia maxilar transversal, tem sido relatada como sendo uma das maloclusões mais prevalentes em crianças na dentadura mista, e na dentadura decídua, quando só perde para mordida aberta anterior (CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO,1997; SANTOS-PINTO, et. al., 2006). Tendo em vista que a sutura palatina mediana pode se ossificar antes dos 15 ou até os 27 anos de idade, o período adequado para expansão sutural é entre os 8 e 15 anos de idade. (PERSSON; THILANDER, 1977). Ennes e Consolaro (2004), concluiram que a sutura palatina mediana no homem ossifica-se especialmente a - 53 - partir da fase adulta, estabelecendo pontes de ossificação entre as margens ósseas, essa ossificação, inicia-se no segmento palatino posterior e evolui no sentido ântero posterior. A abertura da sutura palatina mediana mostra-se de forma triangular no sentido ântero posterior, com a base voltada para região anterior, ínfero superior, com a base voltada para cavidade bucal (HAAS, 1965). Isso ocorre, segundo Ferreira et. al. (2007), devido à maior resistência das lâminas pterigoideas do osso esfenóide e rigidez das suturas do osso zigomático. Por causa desta abertura, observa-se um diastema entre os incisivos centrais superiores, que se fecha devido à ação das fibras transeptais (HAAS 1965; SILVA FILHO; PINHEIRO; CAVASSAN, 1997). Este processo aumenta a capacidade nasal facilitando a respiração (MARCHIORO et. al. 2001). Haas (1965 e 1980) defende que ocorre movimento da maxila para baixo e para frente, enquanto Silva Filho, Villas Boas e Capelozza Filho (1991) defendem que a maxila só se movimenta para baixo, ocasionando abertura da mordida e aumento do ângulo do plano mandibular. (DAVIS e KRONMAN, 1969; KAWAKAMI et. al. 1999; SANTOS-PINTO et. al. 2006). Kanekawa e Shimizu (1998); Melsen (1972) estudaram a capacidade regenerativa da sutura palatina mediana, com a intenção de determinar a influência da idade sobre esse fenômeno. Como resultados obtiveram que a capacidade formativa da matriz óssea, em resposta ao estimulo provocado pelo estiramento mecânico provocado pelo aparelho expansor ortopédico, independe da idade, enquanto a velocidade de formação óssea é dependente da idade, sofrendo redução após a adolescência. Silva Filho et. al. (2008) revelaram que são necessários pelo menos três meses para a completa neoformação óssea da sutura palatina mediana, mediante análise da imagem radiográfica oclusal, durante a fase passiva da expansão rápida maxilar. Entretanto, devido à variação individual no tempo de ossificação da sutura e visando menor efeito de recidiva, recomenda-se que o aparelho seja mantido passivo por aproximadamente 6 meses. A imagem radiográfica se mostrou confiável para a determinação da época correta de remoção do aparelho expansor. Ao se executar o procedimento de expansão rápida maxilar, com finalidade de corrigir a atresia maxilar transversal, o principal efeito almejado pelo ortodontista consiste na abertura da sutura intermaxilar e consequente incremento transversal da - 54 - base óssea superior. Porém, concomitantemente a este desejável efeito ortopédico, a expansão rápida maxilar inevitavelmente redunda em um efeito ortodôntico de movimentação dentária vestibular, uma vez que os expansores ancoram-se diretamente sobre os dentes superiores. (HAAS, 1961; KREBS, 1964; GARIB, et. al., 2005). Estima-se que o efeito ortodôntico corresponda, em média, a 50% da quantidade de abertura do parafuso expansor, durante as fases da dentadura decídua e mista, e cerca de 65% da quantidade de expansão, durante a dentadura permanente (KREBS, 1964; RUNGCHARASSAENG et al., 2007).Isto corresponde a dizer que, com o aumento da idade e com o aumento da resistência óssea sutural, espera-se um maior efeito dentário, em detrimento da separação intermaxilar. (BACCETTI, et. al. 2001). A expansão rápida maxilar ocasiona reabsorção radicular por vestibular dos dentes de ancoragem de acordo com Silva Filho et. al. (2009) e reabsorção da tábua óssea vestibular, levando ao aumento do risco de resseções gengivais em longo prazo. (GREENBAUM e ZACHRISSON, 1982; GARIB et. al. 2006). Acredita-se que, durante a abertura ativa da sutura, os incisivos separam-se em aproximadamente metade da distância aberta pelo parafuso. Os incisivos também verticalizam e inclinam para lingual, é possível que isso aconteça pelo estiramento da musculatura peribucal, (HAAS, 1961; 1965). Ao final da expansão, as fibras transeptais tencionam primeiro as coroas e depois as raízes para as suas inclinações axiais originais. (BISHARA; STALEY, 1987). Os defensores da expansão rápida acreditam que ela seja o resultado de movimento dentário mínimo e deslocamento esquelético máximo. (HAAS, 1965; BISHARA; STALEY, 1987). O diastema inter incisivos é reflexo do efeito ortopédico de separação dos processos maxilares, implica em movimento dentário de inclinação por restrição do movimento coronário causados pelas fibras gengivais durante a abertura do diastema, e principalmente coronária durante o fechamento do diastema que ocorre na fase passiva da expansão rápida maxilar, quanto maior o diastema, maior a alteração angular ente os incisivos centrais.(SILVA FILHO; GIMAIEL; OKADA, 1995; SILVA FILHO; PINHEIRO; CAVASSAN, 1997). Poderia se esperar um encurtamento radicular para os incisivos que sofreram a movimentação ortodôntica consequente à disjunção maxilar, no entanto, a reabsorção apical e ou lateral na raiz dos incisivos - 55 - centrais, e a medição do comprimento do dente pré e pós-expansão rápida da maxila não mostrou diferença com significância estatística. (SILVA FILHO; GIMAIEL; OKADA, 1995). O aumento da largura do arco inferior também é observado após a expansão rápida maxilar, sem que este arco sofra qualquer mecânica. (HASS, 1980; FERREIRA et al., 2007). No caso relatado do paciente que usou o aparelho de Haas, não foi possível verificar as alterações ocorridas no arco inferior, pois foi realizada a montagem do aparelho inferior logo após a expansão rápida maxilar. Entretanto no paciente que utilizou o aparelho de Hyrax foi encontrada alteração na distância intermolares e caninos de 1,5mm e 1mm respectivamente. No presente estudo, foi relatado pelos pacientes, melhora na respiração nasal após o travamento do parafuso dos aparelhos de expansão rápida maxilar. Essa melhora na respiração também foi relatada nos trabalhos de Haas (1961 e 1980) e Marchioro et. al. (2001). Os resultados obtidos através de radiografias oclusais, mostraram que a sutura palatina mediana abriu no sentido ântero-posterior, de forma triangular, com a base voltada para região anterior e o vértice voltado para região posterior, como descrito na literatura por Haas (1965) e Ferreira et. al. (2007). Os resultados obtidos através de radiografias de perfil mostraram que: a) não houve deslocamento maxilar para região anterior; b) ocorreu um deslocamento para baixo da maxila; c) os molares superiores de ancoragem também se deslocaram para baixo; d) a altura facial aumentou como resultado do deslocamento vertical da maxila e dos molares superiores; e) houve rotação mandibular com aumento da inclinação do plano mandibular e reposicionamento do ponto B para posterior, como descreveram Davis e Kronman (1969), Silva Filho, Villas Boas e Capelozza Filho (1991), KAWAKAMI et. al. (1999) e Santos-Pinto et. al. (2006). - 56 - 5 CONCLUSÃO Os padrões habituais respiratórios danosos estão associados ao crescimento ósseo deturpado, sendo a atresia maxilar transversal a que melhor se adapta às alterações ortopédicas e funcionais realizadas com a expansão rápida maxilar. Houve correção da atresia maxilar transversal em ambos os casos, os pacientes sentiram melhora na respiração nasal, ocorrendo abertura da sutura palatina mediana de forma triangular, com a base voltada para região anterior e o vértice para região posterior da maxila, ocorreu ainda, um deslocamento para baixo, da maxila e dos molares de ancoragem, aumentado o plano mandibular, presença de diastema interincisivos superiores e diminuição da sobremordida no paciente que utilizou o aparelho de Hyrax, mas ambos retornaram a seus valores iniciais após a fase de contenção, enquanto no paciente que utilizou o aparelho de Haas não houve abertura do diastema, pois o espaço serviu para dissolver o apinhamento anterior superior. - 57 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELL, E. H. Treatment of irregularities of the permanent or adult tooth. Dental Cosmos, Philadelphia, v., n. 540-544, 599-601, 1860. BACCETTI, T. et. al. Treatment timing for maxillary expansion. The Angle Orthodontist. Appleton, v. 71, p. 343-350, 2001. BIEDERMAN, W. A hygienic appliance for rapid expansion. Journal of Clinica Orthodontics, Boulder, v. 2, n. 2, p. 67-70, 1968. BISHARA, S. E.; STALEY, R. N. Maxillary expansion: clinical implications. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics.Sant Louisv. 91, n. 1, p. 314, Jan. 1987. BROWN, G. V. I. The pathologic and therapeutic possibilities of upper maxillary contraction and expansion. Dental Cosmos, Philadelphia,v. 56, n.2, p.137-54, Feb. 1914. CAPELOZZA FILHO, L; TANIGUCHI, S. M.; SILVA FILHO, O. G. Expansão rápida e tração extrabucal reversa da maxila na dentadura mista: comentários através de caso clínico. Ortodontia. São Paulo, v. 23, n. 3, p. 66-78, 1990. CAPELOZZA FILHO, L.; SILVA FILHO, O.G. Expansão rápida da maxila: considerações gerais e aplicação clínica Parte I. Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Facial. Maringá. v.2, n.3, p.88-102,maio/junho 1997. CAPELOZZA FILHO, L.; SILVA FILHO, O. G. Expansão rápida da maxila: considerações gerais e aplicação clínica Parte II. Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Facial. Maringá. v.2, n.4, p.86-108, julho/agosto 1997. CLEALL. J. F.; et al. Expansion of the midpalatal suture in the monkey. The Angle Orthodontist, Appleton, v. 35, n. 1, p. 23-35, 1965. DAVIS, W. M.; KRONMAN, J. H. Anatomical changes induced by splintting of the midpalatal suture. The Angle Orthodontist, Appleton, v. 39, n. 2, p. 126-32. Apr. 1969. DE FELLIPPE et al. Long-term effects of orthodontic therapy on the maxillary dental arch and nasal cavity.American Journal of Orthodonticsand Dentofacial Orthopedics. Sant Louis October 136:490.e1-490.e8, 2009. ENNES, J.; CONSOLARO, A. Sutura palatine mediana: avaliação do grau de ossificação em crânios humanos. Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Facial. Maringá. v. 9, n. 5, p. 64-73, set/out. 2004. FABRINI, F. F.; GONÇALVES, K. J.; DALMAGRO FILHO, L. Expansão rápida da maxila, sem assistência cirúrgica, utilizando Hyrax. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 10, n. 3, p. 177-180, set./dez. 2006. - 58 - FERREIRA, F. V. Ortodontia: diagnóstico e planejamento clínico. 4 ed. São Paulo. Editora Artes Médicas Ltda., 2001. FERREIRA et al. Efeitos dentais e esqueletais mediatos da E.R.M. utilizando o disjuntor Hyrax. Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Facial. Maringá. v.12 n.4, 2007. GARIB, D. G. et. al. Rapid maxillary – tooth – tissue – borne vs. tooth-borne expanders: a computed tomography evaluation of dentoskeletal effects. The Angle Orthodontist. Appleton, v. 75, n. 4, p. 548-557, 2005. GARIB, D. G. et. al. Periodontal effects of rapid maxillary expansion with tooth – tissue borne and tooth borne expander: a computed tomography evaluation. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. Sant Louis, v. 129, n. 6, p. 749-758, 2006. GRABER, T. M.; VANARSDALL, R. L. Ortodontia: princípios e técnicas atuais. 2 ed. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan S. A., 1996. GREENBAUM, K. R.; ZACHRISSON, B. U.The effects of palatal expansion therapy on the periodontal supporting tissues. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics.Sant Louis, v. 81, n. 1, p. 12-21, 1982. HAAS, A. J. Rapid expansion of the maxillary dental arch and nasal cavity by opening the midpalatal suture. The Angle Orthodontist, Appleton, v. 31, n. 2, p. 73-90, 1961. HAAS, A. J. The treatment of maxillary deficiency by opening the midpalatal suture. The Angle Orthodontist, Appleton, v. 35, n. 3, p. 200-217, 1965. HAAS, A. J. Long-term posttreatment evaluation of rapid maxillary expansion. The Angle Orthodontist, Appleton, v. 50, n. 3, p. 189-217, july. 1980. ISAACSON, R.J.; INGRAM,A. H. Forces produced by rapid maxillary expansion The Angle Orthodontist, Appleton, v. 34, n. 4, p. 261-270, oct. 1964. KANEKAWA, M.; SHIMITZU, N. Age-related changes on bone regeneration in midpalatal suture during maxillary expansion in the rat. American Journal Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. Sant Louis, v. 114, n. 6, p. 646-653, Dec. 1998. KAWAKAMI, R. Y. et al. Comparação dos efeitos dento esqueléticos, produzidos por dois tipos de disjuntores palatinos, por meio de análise cefalométrica em norma lateral. Ortodontia. São Paulo, v. 32, n. 3, set/out/nov/dez. 1999. KREBS, A. Midpalatal suture espansion studied by the implant method over a sevenyears period. Europ. Orthodont. Soc. v. 40, p. 131-42. July 1964. - 59 - LAGRAVERE et al. Rapid Maxillary expansion results primarly in dental, not skeletal, changes. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. Sant Louis137 (1): 44-53, 2006. LE FOULON, 1839 apud RINDERER, L.The effects of expansion of the palatal suture.Trans. Europ.Orthod. Soc. v. 41, p. 365. 1966. MARCHIORO, E. M; et. al.Efeito da Expansão Rápida da Maxila na Cavidade Nasal avaliado por Rinometria Acústica. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial. Maringá, v. 6, n. 1, p. 31-38, jan/fev, 2001. MAZZIEIRO, E. T. Estudo cefalométrico, em norma frontal, das alterações dentoesqueléticas após a expansão rápida da maxila, em pacientes na faixa etária de 10 a 16 anos e 2 meses. Bauru, 1994. 128p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. MELSEN, B. A histological study of the influence of sutural morphology and skeletal maturation on rapid palatal expansion in children.Trans. Eur. Orthod. Soc., [s.l.], p. 499-507, 1972. MOYERS, R. E. Ortodontia. 4 ed. Rio de Janeiro.Editora Guanabara Koogan S. A., 1991. PERSSON, M.; THILANDER, B. Palatal suture closure in man from 15-35 years of age. American Journal Orthodontics and Dentofacial Orthopedics.Sant Louis, v. 72, p. 42, 1977. PROFFIT, W. R.; et. al. Ortodontia Contemporânea. 4 ed. Rio de Janeiro.Elsevier Editora Ltda., 2007. RUNGCHARASSAENG, K.; et al. Factors affecting buccal bone changes of maxillary posterior teeth after rapid maxillary expansion. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. Sant Louis; 132:428.e1-428.e8, 2007. SANTOS-PINTO, A. et. al. Avaliação da inclinação dentoalveolar e dimensões do arco superior em mordidas cruzadas posteriores tratadas com aparelho expansor removível e fixo. Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá vol.11 n.4 jul./ago. 2006. SCANAVINI et al. Avaliação comparativa dos efeitos maxilares da expansão rápida da maxila com os aparelhos de Haas e Hyrax. Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá vol.11 n.1 jan./feb. 2006. SILVA FILHO, O. G.; VILLAS BOAS, M. C.; CAPELOZZA FILHO, L. Rapid Maxillary expansion in the primary and mixed dentitions: a cephalometricevalutio. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, Sant Louis, v. 100, n. 2, p. 171-9, Aug. 1991. - 60 - SILVA FILHO, O. G. et al. Expansão ortopédica da maxila: um ensaio sobre o comportamento radicular dos incisivos centrais superiores. Ortodontia. São Paulo v.13, n.1, p.7-16, jan/jun. 1992. SILVA FILHO, O. G.; GIMAIEL, M.; OKADA, T. Comportamiento de los incisivos centrales superiores, ante la expansion rápida del maxilar enla dentadura permanente: estudio radiográfico. Rev. Esp. Ortod. v.25, p. 55-64, 1995. SILVA FILHO, O. G.; HERNANDES, R.; FERRARI JUNIOR, E. M. Influência da laexpansion rápida del maxilar em la risogenesis de los incisivos centrales permanentes. Rev. Esp. Ortod.v.25, p. 373-80, 1995. SILVA FILHO, O. G.; PINHEIRO, J. M.; CAVASSAN, A. O. Comportamento dos Incisivos Centrais Superiores após a Expansão Rápida da Maxila na Dentadura Mista: um Estudo Piloto Longitudinal Radiográfico. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringa, v. 2, n. 1, p. 68-85, jan/fev. 1997. SILVA FILHO, O. G. et al. Comportamento da sutura palatina mediana em crianças submetidas à expansão rápida da maxila: avaliação mediante imagem de tomografia computadorizada. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringa, v. 12, n. 3, p. 94-103, maio/jun. 2007. SILVA FILHO, O. G. et. al. Ossificação da sutura palatina mediana após o procedimento de expansão rápida da maxila: estudo radiográfico. . Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial,Maringa, v. 13, n. 2, p. 124-131, mar/abr. 2008. SILVA FILHO, O. G. et. al. Influência da expansão rápida da maxila na rizólise dos caninos decíduos usados como ancoragem. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial. Maringá. v. 14, n. 5, p.53-61, set/out. 2009. WEISSHEIMER, A. Efeitos imediatos da expansão rápida da maxila no sentido transversal, com os disjuntores tipo haas e hyrax, em tomografia computadorizada cone beam. PUCRS, Faculdade de Odontologia, 2008. ZIMRING, J. F.; ISAACSON, R. J. Forces produced by rapid maxillary expansion. The Angle Orthodontist, Appleton, v. 35, n. 3, p. 178-186, 1965. - 61 - APÊNDICE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE). -AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE EXAME E TRATAMENTO- Eu, Bruno Fappi, abaixo assinado, dou consentimento ao aluno pesquisador, CD Jackson Weigel e sua Orientadora Dra. Anamaria Estacia, para analisar minha maloclusão por meio de modelos de estudos, radiografias e fotografias, assim como acompanhar todo tratamento ortodôntico a que estou sendo submetido nesta mesma escola de Pós-graduação, o qual estou em fase inicial. Estou ciente que este estudo constitui o trabalho final (Monografia), para o Curso de Especialização em Ortodontia do CEOM – UNINGÁ, Unidade de Passo Fundo – RS, e que a exposição das fotos do meu tratamento tem como objetivo o aprendizado para estudantes e profissionais de Odontologia e por isso autorizo a exposição do estudo em Publicação Científica da área. Estou ciente que posso desistir do presente estudo, assim como solicitar informações, antes, durante ou depois do estudo. O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), explicando a finalidade do presente estudo, será enviado ao comitê de ética em pesquisa da Universidade Ingá - UNINGÁ, para aprovação. O objetivo do presente estudo é revisar, na literatura atual, a etiologia da atresia maxilar transversal e o tratamento desta com expansão rápida maxilar (ERM) em paciente jovem, observando os efeitos à expansão, sendo que, esses efeitos não trarão nenhum malefício ao paciente. Passo Fundo____/____/2008. Paciente ou Responsável legal:_____________________RG:______________ Paciente:_______________________________________Fone_____________ Professora/Orientadora:____________________________________________ Dra. Anamaria Estacia – Fone (54) 3313-5668 – [email protected], [email protected] Aluno pesquisador:________________________________________________ CD Jackson Weigel – Fone (51) 9637-3903 – e-mail: [email protected] email - 62 - APÊNDICE TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE). -AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE EXAME E TRATAMENTO- Eu, Thiago Kunz, abaixo assinado, dou consentimento ao aluno pesquisador, CD Jackson Weigel e sua Orientadora Dra. Anamaria Estacia, para analisar minha maloclusão por meio de modelos de estudos, radiografias e fotografias, assim como acompanhar todo tratamento ortodôntico a que estou sendo submetido nesta mesma escola de Pós-graduação, o qual estou em fase inicial. Estou ciente que este estudo constitui o trabalho final (Monografia), para o Curso de Especialização em Ortodontia do CEOM – UNINGÁ, Unidade de Passo Fundo – RS, e que a exposição das fotos do meu tratamento tem como objetivo o aprendizado para estudantes e profissionais de Odontologia e por isso autorizo a exposição do estudo em Publicação Científica da área. Estou ciente que posso desistir do presente estudo, assim como solicitar informações, antes, durante ou depois do estudo. O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), explicando a finalidade do presente estudo, será enviado ao comitê de ética em pesquisa da Universidade Ingá - UNINGÁ, para aprovação. O objetivo do presente estudo é revisar, na literatura atual, a etiologia da atresia maxilar transversal e o tratamento desta com expansão rápida maxilar (ERM) em paciente jovem, observando os efeitos à expansão, sendo que, esses efeitos não trarão nenhum malefício ao paciente. Passo Fundo____/____/2008. Paciente ou Responsável legal:_____________________RG:______________ Paciente:_______________________________________Fone_____________ Professora/Orientadora:____________________________________________ Dra. Anamaria Estacia – Fone (54) 3313-5668 – [email protected], [email protected] Aluno pesquisador:________________________________________________ CD Jackson Weigel – Fone (51) 9637-3903 – e-mail: [email protected] email