Título: Uma nova proposta para a modelagem do tempo de sobrevivência na
presença de imunes aplicada a dados de doadores de sangue
Palestrante: Gisela Tunes da Silva*
Instituição: IME-USP
Resumo
Uma preocupação de pesquisadores que trabalham com doação de sangue é a
saúde dos doadores. Em uma doação de sangue, o doador perde cerca de 200–250mg
de ferro para cada 450 ml de sangue coletado. Dessa forma, anemia decorrente da
deficiência de ferro é uma complicação comum em doações frequentes de sangue. Com
o objetivo de estudar esse problema, foram coletados dados de doadores com pelo
menos uma doação de sangue completa e pelo menos mais um registro de tentativa de
doação de sangue no período de janeiro de 1996 a dezembro de 2006 na Fundação PróSangue/Hemocentro de São Paulo. Esses dados correspondem a doações de 252.301
homens e 133.056 mulheres que realizaram 1.339.781 doações de sangue.
Gráficos da curva de sobrevivência estimada do tempo decorrido entre a
primeira ação e a ocorrência de anemia sugerem a existência de uma grande proporção
de doadores que não desenvolvem anemia; pesquisadores da área também reconhecem a
existência de um grupo de pessoas, chamadas informalmente de “superdoadores”, que
não desenvolvem anemia mesmo doando sangue com uma grande frequência.
Dessa forma, apresentamos uma nova proposta para a modelagem de dados com
fração de cura, baseada na técnica IPCW (Inverse Probability of Censoring Weighting).
A metodologia proposta pode ser aplicada para tanto para modelos de mistura quanto
para modelos derivados da estrutura de fatores latentes competitivos, com a
incorporação de covariáveis e sem suposições sobre a distribuição do tempo de
sobrevivência dos indivíduos suscetíveis. Por fim, discutimos a aplicação da nova
metodologia aos dados de doadores de sangue.
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* Trabalho feito em colaboração com Antonio Carlos Pedroso de Lima
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Gisela Tunes da Silva