Editorial Américo Bernardes, diretor do Departamento de Infraestrutura para Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, com muita propriedade escreve para esta edição na coluna Metrologia em Pauta sobre a reunião realizada recentemente entre líderes dos países que formam o BRICS. No centro das discussões, a sustentabilidade, que é entendida como o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. Na Coluna Microbiologia em Foco, Claudio Hirai discorre sobre a Burkholderia, um gênero de bactérias Gram negativas da família Burkholderiacea. Conhecida anteriormente como Pseudomonas cepacia, Analytica A revista da instrumentação e controle de qualidade industrial www.revistaanalytica.com.br foi isolada pela primeira vez em 1947 da análise da casca de cebola. Você vai acompanhar ainda nas Notícias que selecionamos especialmente para nossos leitores, a inauguração da ampliação do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental, no Departamento de Química da UFSCar. Suas atividades têm ênfase na avaliação e caracterização biogeoquímica, limnológica e ecotoxicológica, bem como na remediação de áreas contaminadas, fazendo uso de diferentes tecnologias. Vai conhecer também uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Monitoramento Ambiental do campus Sorocaba da UFSCar que foi premiada no 17° Encontro da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular: “Aplicação da luciferase de Macrolampis sp2 no desenvolvimento de biossensor bacteriano para metais pesados”. Da mesma forma, você poderá neste número 65 da sua revista Analytica ampliar seus conhecimentos com os trabalhos dos pesquisadores nos artigos, com os últimos lançamentos em equipamentos na coluna Em Foco e ficar por dentro de eventos e cursos que acontecerão no decorrer de 2013 com a nossa Agenda. Boa leitura! ANO XI - Nº 65 (Junho/Julho 2013) Redação e administração: Av. Paulista, 2.073 Ed. Horsa I - cj. 2.315 CEP: 01311-940. São Paulo. SP Fone: (11) 3171-2190 CNPJ.: 74.310.962/0001-83 Insc. Est.: 113.931.870.114 ISSN 1677-3055 A Revista Analytica é uma publicação bimestral da ESKALAB, com distribuição dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores farmacêutico, alimentício, químico, ambiental, mineração, médico, cosmético, petroquímico e tintas. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião da revista. Diretor Executivo: Sylvain Kernbaum (11) 9.8357-9857 ([email protected]) skype: sylvain.r.a.kernbaum Editora: Andrea Manograsso (Mtb 18.120) (11) 9.8357-9850 ([email protected]) Publicidade/Redação: Luiza Salomão ([email protected]) skype: luizasalomao Departamento de Assinaturas: Daniela Faria ([email protected]) skype: daniela_eskalab Conselho Editorial: Carla Utescher, Pesquisadora Científica e Chefe da Seção de Controle Microbiológico do Serviço de Controle de Qualidade do I.Butantan - Cheila Gonçalvez Mothé, Profª. Titular da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQUSP - Fernando Mauro Lanças, Prof. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA) do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA/Unicamp - Marcos Eberlin, Prof. de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Científica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S.Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Marina Tavares, Profª. do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes, Pesquisadora Titular em Saúde Pública do INCQS da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldino Dantas, Diretor Presidente da OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness Colaboraram nesta edição: Joana Angelica Barbosa Ferreira, Hilda do Nascimento Nobrega, Veronica Viana Vieira, Shirley de Mello Pereira Abrantes, Américo Bernardes, Claudio Hirai, Lourdes Cristina L. Agostinho, Luciano Nascimento, Reza Jamshidi Rodbari Impressão: IBEP Gráfica Editoração: Omar Salomão – (11) 9.9501-1145 Filiada à Anatec 4 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 5 Sumário 04 Editorial/Expediente 06 Sumário 08 Microbiologia Em Foco: Burkholderia cepacia, por Claudio Hirai 10 Metrologia em Pauta: Metrologia e Qualidade para o desenvolvimento sustentável, por Américo Bernardes 14 Notícias 38 Em Foco 56 Artigo Diversidade Genética e Produção de Biofilme de Amostras de Pseudomonas aeruginosa Isoladas da Água Utilizada em Unidades de Terapia Renal Substitutiva, Joana Angelica Barbosa Ferreira, Hilda do Nascimento Nobrega, Veronica Viana Vieira, Shirley de Mello Pereira Abrantes 71 Agenda Analytica 72 Artigo Desidratação do Metanol para Dimetil Éter em Reações Catalíticas Utilizando a Liga Quasicristalina Al62,2Cu25,3Fe12,5, Lourdes Cristina L. Agostinho, Luciano Nascimento, Reza Jamshidi Rodbari 81 Livraria Analytica Fale com a gente Se você quer fazer comentários, sugestões, críticas ou tiver dúvidas, entre em contato com a gente. Fone/Fax: (11) 3171-2190, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 12h e das 14 às 18h. Cartas: Av. Paulista, 2.073 Edifício Horsa I – 23ºA – cj. 2.315 CEP 01311-940. São Paulo. SP. E-mail: [email protected] Novas Assinaturas, Renovação, Alteração de Endereço e Dúvidas sobre sua Assinatura Fone: (11) 3171-2190 ou (11) 9.8357-9843 com Daniela Faria, de 2ª a 6ª feira, das 10h às 12h e das 14h às 18h. E-mail: [email protected] Edições Anteriores Solicite ao Departamento de Assinatura. O valor cobrado será o mesmo da última edição em vigor. Fone: (11) 3171-2190, com Daniela Faria, ou e-mail [email protected] Para Anunciar Fone: (11) 3171-2190, fale com Luiza Salomão, ou envie um e-mail para [email protected] 82 Anunciantes www.revistaanalytica.com.br @RevAnalytica RevistaAnalytica 6 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 7 Microbiologia em Foco Burkholderia Cepacia Devido à alta capacidade de produção de proteínas, estas espécies podem formar biofilme A Burkholderia é um gênero de bactérias Gram negativas da família Burkholderiacea. Era conhecida anteriormente como Pseudomonas cepacia, sendo isolada pela primeira vez em 1947 da análise da casca de cebola. Desde então tem sido associada com inúmeros problemas de saúde, sendo que podemos citar a endocardite, infecções de feridas, infecções devido à contaminação de cateteres de uso hospitalar, bacteremias intravenosas e muitas outras moléstias infeciosas. É um patógeno oportunista em enfermos de fibrose cística, atinge pacientes imunocomprometidos, incluindo-se nesta população idosos, recém-nascidos, pacientes com câncer, gestantes etc.. Dependendo da situação, a B. cepacia pode atingir também pessoas sãs. A condição patológica mais crítica que a infecção por B. cepacia pode causar é a pneumonia em pacientes imu- nocomprometidos ou com fibrose cística, sendo uma das maiores causas de morbidade e letalidade. O grau de severidade da infecção varia de paciente a paciente. Sabe-se que a colonização do pulmão pelo microrganismo reduz em 50% a sobrevida destes pacientes atingidos e cerca de 1/3 dos pacientes vai a óbito devido à doença. Avanços recentes na taxonomia mudaram a classificação de Pseudomonas cepacia do gênero Pseudomonas para o gênero Burkholderia, sendo formado a partir do ano de 1992 em decorrência da análise dos dados de ARNr. Este gênero abriga mais de 60 espécies. Análises do ARNr resultaram na nova denominação da espécie em Complexo Burkholderia cepacia (CBc). Os CBc estão amplamente distribuídos na natureza, podem ser isolados no solo, em plantas água e produtos agrícolas. Em algumas situações a espécie é utilizada como biopesticida na prevenção de doenças fúngicas. São bacilos Gram negativos, oxidase e catalase positivos. São bactérias móveis com flagelos polares de acordo com as espécies. São espécies mesófilas e não esporuladas e seu metabolismo é aeróbico. As infecções causadas pelos CBc ocorrem de maneira disseminada e são inúmeros os casos descritos na literatura sobre a contaminação de produtos farmacêuticos, cosméticos, desinfetantes e conservantes de uso na indústria em geral. Algumas espécies têm a habilidade de crescer em água a 12ºC e suportam temperaturas de até 48ºC. Devido à alta capacidade de produção de proteínas, estas espécies podem formar biofilme e contaminar plásticos, metais, sistemas de purificação de água, tanques de aço inoxidável, equipamentos hospitalares e mesmo tecido vivo. Por Claudio K. Hirai (11) 5539-6710 Esta seção é de responsabilidade da BCQ Consultoria e Qualidade. Mais informações: (11) 5539-6710. www.bcq.com.br 8 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 9 Metrologia em Pauta Metrologia e Qualidade para o Desenvolvimento Sustentável Professor Américo Bernardes Em reunião realizada recentemente, os líderes dos cinco países que formam o chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) procuraram avançar em acordos comerciais e mecanismos de cooperação para fortalecer suas economias e acelerar o seu desenvolvimento. Nestes países vivem perto de três bilhões de pessoas e ainda existem fortíssimas desigualdades sociais. Politicamente, cada um construiu uma rota diferente para chegar aos nossos dias. Mas esses países compartilham de uma necessidade básica: precisam crescer. Precisam se desenvolver. Implantar indústrias, transformar recursos primários em manufaturados. Incorporar cada vez mais gente ao mercado de consumo. Produzir bens. E tudo isso exige um consumo cada vez maior de energia. Dos cinco países dos BRICS, apenas o Brasil conta com uma matriz de produção de energia baseada em recursos renováveis (predominantemente hidráulica, mas contando com presença considerável de biomassa e mais recentemente de origem eólica). Os demais países têm suas matrizes fortemente dependentes de combustíveis fósseis, com presença considerável de geração por fissão nuclear. Assim, um quadro desafiador se apresenta. Ao mesmo tempo em que nos vemos face às urgências decrescimento, também somos confrontados diariamente com informações sobre a fragilidade de nosso planeta, sobre os riscos que enfrentamos pelo uso excessivo ou desequilibrado de recursos naturais. No livro Colapso, publicado no Brasil em 2005, Jared Diamond analisa a falência de diversas sociedades humanas, umas mais antigas, outras nem tanto, descrevendo a terrível rota que essas sociedades seguiram até sua completa extinção. Notamos na descrição das rotas de extinção que os processos de colapso, apesar de se darem de forma gradual, apresentam um ponto de não retorno. Como numa montanha russa, a partir de um momento já não é mais possível retroceder. Condições de recomposição foram ultrapassadas e o ambiente já não mais suporta uma sociedade humana. 10 No contexto da discussão sobre a definição de parâmetros que descrevem o estado dinâmico do planeta, Johan Rockström e colaboradores publicaram um artigo na mais importante revista científica do mundo, a Nature, em que discutem os valores críticos desses parâmetros. O quadro, inclusive discutido durante a Conferência Rio+20 pode ser descrito como alarmante. A questão fundamental é, portanto, medir esses diversos valores com razoável grau de segurança, a fim de que possamos caminhar numa rota segura, sem comprometer a nossa permanência na Terra. A palavra-chave que descreve essa preocupação é sustentabilidade. Sustentabilidade entendida como o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. Que medidas, quais os métodos? Questões como essas serão debatidas no 7o Congresso Brasileiro de Metrologia, onde sustentabilidade é um tema chave. Referências Diamond, J., Colapso, Record, São Paulo, 2005 Rockström, J. et al., A safe operating space for humanity, Nature, 461, 472475 (2009) Américo Bernardes é diretor do Departamento de Infraestrutura para Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. Possui graduação em Engenharia Elétrica, mestrado e doutorado em Física Correspondência: [email protected] R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 11 Metrologia em Pauta 12 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 13 Notícias Indústrias de ingredientes alimentícios e farmacêuticos reúnem-se no maior evento da América Latina Mais de 700 marcas nacionais e internacionais demonstrarão suas novidades a 15 mil visitantes São Paulo receberá, entre os dias 6 e 8 de agosto, no Expo Center Norte, a Fi South America e a CPhI South America. Os mercados de ingredientes alimentícios e farmacêuticos estarão unidos para apresentar seus lançamentos e apontar soluções inovadoras. Ao todo, serão 18 mil m² de área de exposição e cerca de 700 marcas nacionais e internacionais, entre fabricantes de matérias-primas, insumos farmacêuticos e alimentícios, distribuidoras e prestadoras de serviços. A expectativa da organização é receber cerca de 15 mil visitantes. O interesse que leva esse número considerável de público ao evento está diretamente ligado às possibilidades de geração de negócios. Tanto o mercado farmacêutico quanto o alimentício mostram-se como verdadeiras forças da economia brasileira e mundial. De acordo com o Ministério da Saúde, o mercado de fármacos e medicamentos movimenta anualmente R$ 28 bilhões e a tendência é de expansão, com estimativa de atingir R$ 87 bilhões até 2017. Já o setor alimentício, na projeção da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), verá uma necessidade de ampliar em 20% a produção de alimentos para atender o aumento da demanda até 2020. O Brasil é o país que mais deverá crescer, com previsão de incremento de 40% no período, com um faturamento de US$ 5,9 trilhões até o final de 2014. Busca de conhecimento - Em paralelo às exposições, serão realizados congressos, seminários e apresentações, que reunirão especialistas nacionais e internacionais para discussões relevantes em seus respectivos setores. No módulo alimentício, o Congresso Health Ingredients debaterá as soluções nutricionais inovadoras da indústria de alimentos e bebidas ligados à saúde e bem-estar. Ingredientes Bioativos e Funcionais, Ingredientes Naturais e Redução de sódio e açúcar serão alguns dos temas abordados. 14 Outro módulo, Fi Mercado e Tendências, abordará o business do setor, com destaque para o painel da Euromonitor, instituição de pesquisa mercadológica que apresentará dados atuais sobre a indústria do bem-estar, que deve movimentar um trilhão de dólares no mundo até 2017. Haverá também apresentações das principais associações do segmento, como a ABIAD (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais), e a ABENUTRI (Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais), entre outras. Além disso, o público poderá participar do Simpósio do ILSI - International Life Sciences Institute, que discutirá a gestão dos alergênicos na indústria de alimentos, com palestras de profissionais da Coca-Cola e Mondelez. Para o mercado farmacêutico, os conteúdos da grade tratarão de temas como Biotecnologia, Assuntos Regulatórios, Validação de Processos de acordo com o novo guia da FDA, Inspeções Internacionais da ANVISA, Perspectivas do Mercado Farmacêutico Brasileiro e Oportunidades e entraves para a Pesquisa Clínica no Brasil. E na área de exposição acontecerá o Seminar Sessions, palestras gratuitas para os visitantes sobre novos produtos e tecnologias, com inédito espaço dedicado à degustação de produtos. “A união dos eventos trará respostas às reais necessidades dos visitantes, com ofertas de soluções inovadoras em ingredientes farmacêuticos e alimentícios, discussões de alto nível e networking qualificado”, finaliza Gabriela Ramos, gerente de eventos da UBM Brazil, empresa responsável pela organização da CPhI South America e Fi South America. Serviço Fi South America e CPhI South America 06 a 08 de Agosto de 2013 Expo Center Norte. São Paulo. SP www.fi-events.com.br www.cphi-sa.com.br R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 15 Notícias Nova estrutura visa atender à demanda de alunos e projetos na área Foto: Caio Rodrigues UFSCar inaugura ampliação de laboratório de Biogeoquímica Ambiental A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) inaugurou a ampliação do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental (LBGqA), no Departamento de Química (DQ) da Universidade. A cerimônia de inauguração contou com a participação de alunos, professores e autoridades da UFSCar, além de pesquisadores de várias instituições do País. O LBGqA é um laboratório de pesquisa e extensão especializado em temas relacionados à Biogeoquímica de contaminantes orgânicos (HPAs, hidrocarbonetos alifáticos, BPCs, pesticidas, desreguladores endócrinos A Petrobras, juntamente com a ANP, financiou as etc.), inorgânicos (metais, semimetais e não-metais) e nutrientes em águas, obras de reforma e ampliação do laboratório sedimentos, material particulado, solos, biota, eflluentes e resíduos sólidos. As atividades desenvolvidas têm ênfase na avaliação e caracterização biogeoquímica, limnológica e ecotoxicológica, bem como na remediação de áreas contaminadas (águas subterrâneas, solos e sedimentos contaminados) fazendo uso de diferentes tecnologias. O laboratório está inserido no Núcleo de Estudos, Diagnósticos e Intervenções Ambientais (NEDIA) e oferece espaço para pesquisa e extensão para os alunos do curso de Química. O LBGqA é coordenado pelo professores Antonio Aparecido Mozeto e Pedro Sergio Fadini, do DQ, e foi ampliado para atender ao aumento da demanda de alunos e projetos, frente às novas tendências da Biogeoquímica Ambiental. A Petrobras, juntamente com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), financiou as obras de reforma e ampliação do referido laboratório. A reforma das instalações do LBGqA, assim como a aquisição de dois importantes equipamentos de análises químicas (um Cromatógrafo Líquido com Detecção de Massas e um Analisador de Carbono Orgânico Total) são importantes elementos que permitirão ao laboratório ampliar seus horizontes em termos de desenvolvimento de projetos avançados de pesquisa e extensão na área de Contaminantes em Ecossistemas Aquáticos em várias regiões do País. O laboratório fica localizado no Departamento de Química da UFSCar, na área Norte do campus São Carlos. Concurso BD Biosciences Pesquisador SBI 2013 Prêmios vão para os melhores estudos sobre a Técnica de Citometria de Fluxo com Múltipla Marcação no Brasil Destinado aos pesquisadores brasileiros da área da saúde, o Concurso, promovido pela Sociedade Brasileira de Imunologia e patrocinado pela BD Biosciences premiará os melhores estudos desenvolvidos com a utilização da Técnica de Citometria de Fluxo com Múltipla Marcação no Brasil. A escolha dos melhores resumos e entrega dos prêmios no valor de R$15 mil e R$10 mil em produtos BD Biosciences será realizada durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia, entre os dias 21 a 25 de setembro em Natal, RN. São aceitos resumos em diversas áreas da pesquisa científica como: câncer, sinalização celular, função imune, doenças infecciosas e parasitárias, alergia, neurociência e células-tronco, desde que utilize a técnica de citometria de fluxo multicolor, caracterizada pelo uso de três ou mais anticorpos conjugados com fluorocromos diferentes utilizados em um mesmo tubo. O concurso é aberto a todos os alunos de mestrado e doutorado, pós-doutorandos ou docentes com até três anos de contratação em todo território nacional, com vínculo empregatício em instituição de pesquisa, laboratório ou vinculado às agências de fomento à pesquisa. Saiba mais: www.bdbiosciences.com/br/pesquisadorsbi www.sbi.org.br www.bd.com 16 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 17 Notícias Pesquisa do campus Sorocaba da UFSCar utiliza enzimas de vaga–lumes para álise de toxicidade da água Estudo foi premiado durante encontro da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular A aluna Gabriele Verônica de Mello Gabriel, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Monitoramento Ambiental (PPGBMA) do campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) foi premiada no 17° Encontro da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq) pela apresentação do trabalho intitulado “Aplicação da luciferase de Macrolampis sp2 no desenvolvimento de biossensor bacteriano para metais pesados”. O trabalho teve orientação do professor Vadim Viviani, docente do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM) da UFSCar, e objetivou usar a enzima luciferase do vaga–lume brasileiro Macrolampis para construir um biossensor bacteriano de toxicidade ambiental. A pesquisa propõe o desenvolvimento de uma bactéria bioluminescente a partir da inserção do gene que codifica a luciferase de Macrolampis, enzima responsável pela emissão de luz em vaga-lumes, na bactéria Escherichia coli, utilizando-a como um biossensor para detecção de agentes tóxicos, como metais pesados (mercúrio, prata, e toxicantes em geral) presentes em águas, além de análise da toxicidade de agentes microbicidas. A continuidade desta pesquisa será a criação de um biossensor mais específico para metais a partir de mutantes da luciferase destes insetos. Segundo Gabriele, o prêmio recebido pela SBBq ressalta a qualidade do trabalho científico apresentado no Encontro, reafirmando sua importância na área de Bioquímica e Biologia Molecular. O orientador da mestranda, Vadim Viviani, disse que o prêmio recebido pela aluna de mestrado no encontro da SBBq “reconhece o esforço realizado pela estudante em suas pesquisas e é um estímulo a trabalhos científicos básicos, cujos desenvolvimentos frutificam com importantes aplicações biotecnológicas”. 18 Governo prepara regime especial para estimular a inovação na indústria química brasileira Desafio do setor é se fortalecer nos próximos anos, até que a oferta de insumos nacionais seja ampliada A indústria química brasileira precisa estar fortalecida para encarar os próximos sete anos, período que marcará a transição do atual mercado – fortemente impactado pelo baixo preço do gás de xisto norte-americano – para um cenário de maior oferta de insumos brasileiros, como o gás que é subproduto do pré-sal. A afirmação foi feita pelo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos, durante o Seminário Indústria Química: Uma Agenda para Crescer, ocorrido em maio, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Segundo Borges Lemos, o governo prepara um regime tributário especial para o setor. “Estamos buscando uma solução sustentável tanto do ponto de vista das finanças públicas quanto da oferta para, além de não deixarmos a cadeia se esvaziar nos próximos anos, ampliarmos seu desenvolvimento. Uma das propostas do novo regime é incentivar o investimento na indústria química por meio da desoneração de desembolsos com IPI, PIS e Confins em investimentos. Outra proposta é a desoneração de PIS e Confins nas vendas dos produtos químicos fabricados a partir de matérias-primas renováveis, com contrapartidas de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Esses são desafios ainda para este ano. A minuta já existe e a implementação da medida só depende de nós – do governo e do Congresso Nacional”. Ele afirma que uma das vantagens brasileiras nessa trajetória é a convergência entre os gargalos apontados pelo setor produtivo e pelo governo, o que facilita a construção de uma atuação conjunta. “O Plano Brasil Maior lançou em abril a agenda estratégica de química, construída a várias mãos por representantes de governo, empresas e trabalhadores. Todas as questões colocadas aqui, como pontos a serem solucionados, estão contempladas nessa agenda, a exemplo dos altos custos de produção e o seu impacto nos investimentos”, diz o presente da ABDI. Borges Lemos destaca ainda a recente publicação da medida provisória 613, que reduz a alíquota de PIS/Cofins incidente sobre matérias-primas da indústria química. “A lista de insumos impactados pela MP foi elaborada em estreita parceria com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o que mostra a importante articulação que estamos promovendo”. A indústria química brasileira alcançou um faturamento de 153 bilhões de dólares em 2012 e é o sexto maior mercado do setor no mundo. Porém, o déficit na balança comercial superou a marca dos US$ 30,2 bilhões nos últimos 12 meses. Em 1990, 7,3% da demanda doméstica por produtos químicos eram atendidos pelas importações e em 2012 essa fatia já aumentou para 30%. R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 Mayana Zatz pede cautela quanto ao genoma pessoal Existem 20 mil doenças genéticas, algumas causadas por mutações simples e outras por alteração de várias mutações “O estudo do genoma pessoal é o futuro da medicina. No entanto, é preciso ver como e para quê esse estudo vai ser usado”, adiantou a professora Mayana Zatz, antes de discorrer sobre “Genoma Pessoal” na Unicamp. Figurando entre os experts em genética médica e humana do país, a coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP esteve entre os convidados do curso internacional “Tópicos Avançados em Genômica e Biologia Celular”, que aconteceu em maio, no Centro de Convenções da Unicamp. “Em pessoas normais, que queiram estudar seu genoma apenas por recreação, vamos encontrar inúmeras alterações que não saberemos interpretar. Por isso, o objetivo deve ser realmente para diagnóstico e prevenção de doenças, em famílias de risco, que já tenham registro de doença genética. Ou então para a área da farmacogenômica, em que se busca uma resposta individual a drogas – área que também vai revolucionar a medicina. É preciso saber quando é importante estudar seu genoma, caso contrário, podemos trazer mais prejuízos do que benefícios”, reiterou a pesquisadora. Mayana Zatz observa que o esforço dos cientistas para o sequenciamento de todo o genoma humano custou 3 bilhões de dólares, e que agora isso pode ser feito por pouco mais de mil dólares. “O importante já não é a tecnologia e sim a interpretação do genoma, o que apenas começamos a aprender. Uma das questões é entender por que pessoas com a mesma mutação podem ter quadros clínicos completamente diferentes. Descobrimos novos genes R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 responsáveis por doenças, mas ainda temos um longo caminho a percorrer, pois existem 20 mil doenças genéticas, algumas causadas por mutações simples e outras por alteração de várias mutações. É esse o nosso caminho.” Na palestra, a especialista também destacou os seus temores, como da realização de testes em crianças e do acesso aos dados de genomas individuais. “A primeira preocupação é saber quem deve ser testado. Sou totalmente contra a se testar pessoas normais, assintomáticas, principalmente crianças, com o propósito de identificar doenças de início tardio para formular um tratamento. Outra preocupação, por exemplo, é se as empresas de seguros de saúde vão ter acesso aos nossos dados genômicos, até porque não é preciso tirar amostra de sangue para ter o genoma analisado, já que deixamos o DNA por todo lado. Tendo acesso a informações sobre riscos e doenças genéticas que podemos adquirir mais tarde, as empresas podem cobrar muito mais.” Por outro lado, como exemplo de aplicação importante deste conhecimento, Mayana Zatz aponta o Projeto 80+, desenvolvido pelo centro que coordena na USP, em que são coletados genomas de pessoas saudáveis com mais de 80 anos pensando em ajudar as gerações mais novas a viver mais e melhor no futuro. O curso internacional “Tópicos Avançados em Genômica e Biologia Celular” foi realizado em parceira entre o Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) e o Laboratório Central de Tecnologias de Alto Desempenho (LaCTAD), com apoio da Fapesp. 19 Notícias Consórcio Pesquisa Café lança publicação sobre clonagem de mudas de café Produção rápida e em larga escala de mudas clonadas de alto valor agregado confere mais competitividade para o café brasileiro Técnica que multiplica in vitro, a partir de tecido da folha, plantas de café arábica de características favoráveis, como resistência ao bicho mineiro e à ferrugem, boa qualidade de bebida e alta produtividade está disponível em publicação. Também conhecida por clonagem, a técnica foi desenvolvida pela Embrapa Café e Fundação Procafé, instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café, em parceria com o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa para o Desenvolvimento Agronômico – Cirad e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. A publicação tem como autores os pesquisadores Carlos Henrique Siqueira de Carvalho, da Embrapa Café, Ana Carolina Ramia dos Santos Paiva, Elizani Quintino Silva e Aline Aparecida Custódio. Clonagem e suas vantagens – Segundo o pesquisador Carlos Henrique, um dos grandes benefícios dessa pesquisa é a garantia de produção de mudas de alto valor agronômico, conferindo mais competitividade ao café brasileiro no mercado nacional e internacional. “Ao se produzir cafeeiros resistentes a pragas e doenças, o uso de agroquímicos diminui expressivamente, o que tem implicações positivas no equilíbrio do meio ambiente e na saúde do consumidor. A produção de clones representa uma ferramenta muito valiosa para o processo de melhoramento genético do café e mantém o Brasil na vanguarda das pesquisas cafeeiras”, completa. Outra vantagem da tecnologia de seleção de plantas matrizes de grande importância agronômica e produção de mudas clonadas é a redução para um terço do tempo convencional no processo de desenvolvimento de cultivares de café arábica, que por outras técnicas, chega a atingir cerca de 30 anos para chegar ao campo. Segundo o pesquisador, a técnica de reprodução por clonagem é considerada a mais adequada alternativa para a multiplicação de plantas híbridas em larga escala. Processo de clonagem - A produção de mudas clonais de café é realizada em laboratórios de cultura de tecidos projetados para a produção em escala industrial, denominados de biofábricas. As mudas clonadas de plantas de café são produzidas por meio do uso de biorreatores desenvolvidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, instituição participante do Consórcio Pesquisa Café. O biorreator participa de uma etapa importante no processo de produção de mudas clonais reduzindo o custo de produção e otimizando o processo. Segundo pesquisadores, plantas obtidas por esse processo apresentam comportamento semelhante ao de plantas oriundas de sementes, não havendo limitação para a sua utilização comercial. Saiba mais: http://www.sapc.embrapa.br/index.php/view-details/circular-tecnica/941-circular-tecnica-3-custo-de-producao-de-mudas-clonais-de-cafe-arabica-produzidas-por-embriogenese-somatica 20 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 21 Notícias Unicamp inaugura infraestrutura de Parque Científico e Tecnológico Espaço propicia aproximação da Unicamp com empresas que promovem a pesquisa e a inovação no país O objetivo do Parque é ampliar de forma sustentável a interação da universidade com os demais atores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação por meio da criação de ambientes que estimulem a pesquisa colaborativa e multidisciplinar com organizações públicas e privadas. O espaço visa ampliar as oportunidades de formação dos alunos da Unicamp, bem como valorizar e ampliar o fomento e as linhas de apoio à pesquisa. Empresas no Parque - São elegíveis para estabelecer prédios no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp empresas que possuam ou venham a desenvolver convênios de pesquisa em parceria com grupos das Unidades de Ensino e Pesquisa da Universidade. Dentre os benefícios da instalação, está a proximidade com grupos de pesquisa da Universidade. Além disso, há a possibilidade da utilização de incentivos fiscais para a implantação de laboratórios de pesquisa colaborativa universidade-empresa. Saiba mais: (19) 3521-5013 [email protected] Foto: Antoninho Perri – Ascom – Unicamp A Unicamp inaugurou a primeira parte da infraestrutura do Parque Científico e Tecnológico, realizada com o apoio do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos. Na área inaugurada pela administração da Universidade já é possível ver as ruas, calçadas, quadras e estacionamentos definidos no espaço de 100 mil m² destinados a abrigar os laboratórios de cooperação universidade-empresa. Além da parte de infraestrutura, dois prédios já despontam na área inaugurada. Um deles é o da sede da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp. Com 2.659,91 m², o prédio foi financiado pelo Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico do Estado de São Paulo. Neste novo prédio a Incubadora terá seu espaço ampliado para atender até 48 empresas de base tecnológica. O outro prédio em construção na área pertencente ao Parque Científico e Tecnológico da Unicamp é o do Laboratório de Inovação em Biocombustíveis (LIB). Com 1.656,79 m², foi financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) por meio do programa CT-Infra. 22 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 23 Notícias Pesquisa de expressão gênica de cultivares de cana-de-açúcar é premiada no 4º Prêmio TOP Etanol O Prêmio TOP Etanol é uma iniciativa do Projeto AGORA, a principal ação de marketing e comunicação integrada da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. A comissão organizadora do evento já divulgou a lista dos 19 ganhadores, em quatro categorias, que dividirão uma premiação total de R$104.500, a ser distribuída na 4ª edição do Prêmio. Entre os vencedores, está um trabalho desenvolvido na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), na categoria de pós-graduação stricto sensu. João Felipe Nebó Carlos de Oliveira ficou com a segunda colocação, com a participação do orientador Antonio Vargas de Oliveira Figueira, diretor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP e a colaboração de Mariana Belloti, com o trabalho “Caracterização fisiológica e perfil de expressão gênica de cultivares de cana-de-açúcar (saccharum spp) contrastantes para o déficit hídrico”. A pesquisa é fruto da tese de doutorado do biólogo, defendida em 2012 no programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas da ESALQ. Para o desenvolvimento do estudo, foi montado um experimento em Goianésia - GO, local com tendência a ocorrência de déficit hídrico, para seleção de genótipos a serem testados para a resposta à limitação de oferta de água. As análises de expressão gênica global associadas às avaliações fisiológicas apontaram para características associadas à manutenção da capacidade fotossintética de ‘IACSP94-2094’ sob déficit hídrico como um fator preponderante na sua maior tolerância. Pela indicação, o pesquisador receberá diploma e prêmio no valor de R$ 3 mil. Saiba mais: www.projetoagora.com.br/premiotopetanol/ Nanox obtém registro da Food and Drug Administration dos EUA Empresa nasceu de um grupo de pesquisa universitário da Unesp de Araraquara Empresa que nasceu de um grupo de pesquisa universitário no Instituto de Química (IQ) da Unesp de Araraquara, a Nanox obteve o registro da Food and Drug Administration (FDA), agência regulamentadora de alimentos e fármacos dos Estados Unidos, para comercializar materiais bactericidas para aplicação em embalagens plásticas de alimentos. A empresa foi criada a partir de um grupo de pesquisa do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fapesp. A empresa também foi contemplada, pela segunda vez, pelo programa Global Entrepreneurship Lab (G-LAB), da Escola de Administração do Massachusetts Institute of Technology (MIT Sloan). Desde setembro recebe 24 consultoria de estudantes da instituição no desenvolvimento de um plano de negócios para preparar sua entrada no concorrido mercado norte-americano. Em janeiro, uma equipe de estudantes do programa visitou a sede da empresa, em São Carlos, no interior de São Paulo, para concluir o trabalho. Com o plano de negócios em mãos, a Nanox pretende abrir uma subsidiária nos Estados Unidos e atrair investidores para auxiliá-la a montar a operação. Por meio de um projeto apoiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (PIPE), a empresa, que na época tinha o nome Science Solution, começou a produzir inicialmente partículas nanoestruturadas (em escala na bilionésima parte do metro) à base de prata, com propriedades bactericidas, antimicrobianas e autoesterilizantes. O material foi aplicado na superfície de metais – em instrumentos médicos e odontológicos, como pinças, bisturis e brocas –, em secadores de cabelo, purificadores de água, tintas, resinas e cerâmicas. A partir de 2007, passaram a estender a aplicação do produto para plásticos usados para embalar e conservar alimentos, com certificação obtida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2012 para essa finalidade. A meta da empresa é aumentar dez vezes a escala de produção de partículas antimicrobianas nanoestruturadas, saltando dos atuais 10 quilos para 100 quilos por dia. “Estamos testando diversas metodologias para aumentar nossa escala de produção”, disse Simões. R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 25 Notícias Novo compêndio oferece normas de testes gratuitas para ajudar a garantir a qualidade de ingredientes fitoterápicos utilizados em medicamentos tradicionais Primeiro Conjunto de Normas no Compêndio de Medicamentos Fitoterápicos da USP é apresentado para revisão e comentário de partes interessadas em todo o mundo Considerando o fato de consumidores em todo o mundo confiarem cada vez mais em medicamentos fitoterápicos, a U.S. Pharmacopeial Convention (USP) disponibilizou um novo recurso online gratuito que oferecerá normas públicas para ajudar a garantir a qualidade dos ingredientes fitoterápicos nesses produtos. A USP já apresentou os primeiros 23 ingredientes que serão incluídos no novo Compêndio de Medicamentos Fitoterápicos (Herbal Medicines Compendium - HMC) para obter comentários de todos os stakeholders ao redor do mundo, por meio da página hmc.usp.org. O HMC fornecerá normas para artigos fitoterápicos, mas não incluirá normas para ingredientes de origem animal, produtos químicos sintéticos ou medicamentos derivados de biotecnologia. A USP é uma organização independente, científica e sem fins lucrativos que estabelece normas para a identificação, potência, qualidade e pureza de medicamentos, ingredientes alimentícios e suplementos dietéticos. As normas da USP para produtos farmacêuticos estão reunidas na United States Pharmacopeia e no National Formulary (USP–NF), publicações reconhecidas pelas leis dos Estados Unidos e usadas em todo o mundo. Com o novo HMC, a USP possui, agora, um fórum para o avanço das normas para ingredientes fitoterápicos utilizados em medicamentos fitoterápicos em todo o mundo. Esses ingredientes podem fazer parte do USP–NF ou de um compêndio semelhante, o USP Dietary Supplements Compendium (DSC), mas nesse caso os ingredientes aparecerão como suplementos dietéticos legalmente comercializados nos Estados Unidos. “A USP acredita que normas públicas são muito importantes para ajudar a garantir a qualidade de todos os medicamentos, inclusive os fitoterápicos”, disse o Dr. Roger L. Williams, diretor executivo da USP. “Considerando o papel fundamental dos medicamentos na manutenção da saúde e no tratamento das doenças para a maioria da população mundial, não podemos subestimar a importância de normas públicas para todos os medicamentos, inclusive as preparações fitoterápicas. O Herbal Medicines Compendium nos permitirá atender melhor as necessidades dos nossos stakeholders, em âmbito mundial, que estão em busca de normas públicas para ingredientes em medicamentos fitoterápicos”. “Os medicamentos fitoterápicos estão cada vez mais presentes no comércio internacional, e é importante considerar a necessidade de normas públicas mundiais”, disse Dennis Gorecki, Ph.D. presidente do Comitê de Especialistas em Suplementos Dietéticos e Medicamentos Fitoterápicos da USP, que é parte do Conselho de Especialistas da USP, órgão que toma as decisões científicas e relativas ao estabelecimento de normas. “Normas como as do Herbal Medicines Compendium podem ser usadas por agências reguladoras e outros stakeholders em vários países para combater medicamentos fitoterápicos adulterados e de baixa qualidade, um problema crescente. Essas normas avançarão as técnicas modernas de análise, necessárias para lidar com as complexidades científicas associadas aos ingredientes fitoterápicos”. As monografias do HMC fornecem especificações de qualidade – testes, procedimentos e critérios de aceitação – com procedimentos analíticos validados e materiais de referência associados que contribuem para a avaliação de conformidade. As monografias do HMC e os capítulos gerais associados podem ajudar fabricantes de ingredientes, fabricantes de produtos fitoterápicos, agências reguladoras e outros stakeholders a avaliar a conformidade dos ingredientes de medicamentos fitoterápicos com normas públicas independentes, além de controlar a qualidade de artigos introduzidos no comércio internacional. Quando aliadas a processos robustos de registro e produzidas de acordo com boas práticas 26 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 de fabricação, as normas no HMC podem se tornar uma parte importante do mecanismo de segurança que ajuda a garantir o acesso a medicamentos fitoterápicos de boa qualidade. Processo robusto para o estabelecimento de normas públicas - As normas do HMC são desenvolvidas por meio de um processo de estabelecimento de normas que é aberto a contribuições de todas as partes interessadas e com a colaboração e aprovação de especialistas de todo o mundo, por intermédio de voluntários que formam o Conselho de Especialistas da USP. As monografias propostas no website do HMC são postadas primeiro como “Em desenvolvimento”, o que indica que mais informações são necessárias antes que possam avançar para o estágio seguinte. Depois que as informações estão completas, as monografias são encaminhadas para comentário público como monografias “Para comentário”. Depois que os comentários públicos são considerados, as normas são autorizadas pelo Conselho de Especialistas da USP e publicadas como “Finais autorizadas”. Primeiros ingredientes propostos para contribuições públicas - Com o lançamento do HMC, a USP está oferecendo as primeiras 23 monografias para comentário. Essas monografias ficarão disponíveis para comentários por um período de 90 dias, após o qual serão revisadas e adotadas pelo Conselho de Especialistas da USP como monografias autorizadas. Os usuários poderão enviar comentários diretamente no website para consideração do Conselho de Especialistas da USP e cada monografia terá um fórum de discussão associado para permitir a troca de informações em tempo real entre usuários em todo o mundo. Outras 20 monografias na categoria Em Desenvolvimento também estão disponíveis no website do HMC. Mesmo depois que as monografias forem autorizadas, usuários poderão enviar comentários para o Conselho de Especialistas da USP para futuras revisões. Saiba mais: hmc.usp.org R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 27 Notícias Melhores fornecedores da indústria farmacêutica recebem Prêmio Sindusfarma de Qualidade Festa reuniu 1.500 pessoas em São Paulo Os melhores fornecedores da indústria farmacêutica em 27 categorias receberam o Prêmio Sindusfarma de Qualidade 2013 em maio passado, em cerimônia que reuniu aproximadamente 1.500 pessoas na casa de espetáculos HSBC Brasil, em São Paulo. Na categoria especial Indústria Farmacêutica, a EMS foi premiada como o laboratório que se sobressaiu no processo de qualificação de seus fornecedores. Na categoria Materiais, Equipamentos, Instrumentos e Serviços de Controle de Qualidade, os vencedores foram: • Terceirização de Análises e Ensaios Físico-QuímicoMicrobiólogicas: T&E Analítica • Prestação de Serviços de Bioequivalência, Equivalência, Estudos Clínicos e Pré-clínicos: T&E Analítica • Aparelhos, Equipamentos e Instrumentos e Materiais de Laboratório: Waters Technologies • Padrões, Solventes e Reagentes Analíticos: Merck • Projetos e Instalações para laboratórios de Controle de Qualidade: Pharmacontrol “Para nós da T&E Analítica esta premiação representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido por toda equipe juntamente com nosso diretor Dr. Flávio Leite”, disse Tieres Leite, diretor administrativo da T&E Analítica. “Este prêmio reconhece o trabalho desenvolvido pela BD durante esses anos e a qualidade do nosso serviço para a indústria farmacêutica. É muito gratificante e agradecemos todas empresas que votaram na gente”, disse Augusto Geralde, responsável pela área de negócios farmacêuticos da BD, empresa vencedora na categoria Ampola e Frascos de Vidro (Tipo I), Seringas pré-enchidas e Bolsas para parenterais. Titular da UFSCar lança obras introdutórias à Química Analítica O químico Orlando Fatibello Filho lança os primeiros volumes da coleção “Introdução aos conceitos e cálculos da química analítica” O professor titular do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos, Orlando Fatibello Filho, lançou os dois primeiros volumes de uma coleção completa idealizada para estudantes e entusiastas da Química Analítica: Introdução aos conceitos e cálculos da química analítica. Integrantes da Série Apontamentos, publicada pela EdUFSCar, as obras abordam desde o seus conceitos essenciais e o equilíbrio químico, até etapas mais avançadas como o equilíbrio ácido-base e suas aplicações na própria Química Analítica. No primeiro volume são apresentados conceitos fundamentais da química desde os trabalhos pioneiros de Claude Louis Berthollet (1798) e de Guldberg e Waage (1864) da Lei da ação das massas ativas e o equilíbrio químico do ponto de vista cinético e termodinâmico. Cálculos envolvendo as constantes de equilíbrio e equações da termodinâmica (propriedades de estados), espontaneidade das reações, relação entre concentração e atividades, os vários tipos de equilíbrios químicos e os fatores que o afetam são discutidos pelo autor. São também abordados temas como concentrações das soluções, estequiometria das reações, os cálculos envolvidos em análises gravimétricas e volumétricas e cálculos estequiométricos. Já no volume 2 são discutidos o equilíbrio ácido-base em soluções aquosa e não aquosa e aplicações em química analítica. 28 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 29 Notícias Unesp e USP criam base de dados de produtos naturais A NuBBE Database é inédita e disponibiliza informações de mais de 650 moléculas A parceria entre cientistas da USP e da Unesp resultou na criação de uma Base de Dados Brasileira de Produtos Naturais que já está disponível na internet. A NuBBE Database é inédita e disponibiliza informações de mais de 650 moléculas de compostos de origem natural isolados da biodiversidade brasileira. Na nova base de dados, cientistas e pesquisadores que trabalham no desenvolvimento de fármacos terão acesso gratuito a informações sobre produtos naturais, como origem, estrutura molecular, classificação, estrutura molecular 3D, massa e volume moleculares, solubilidade e ligações de hidrogênio, entre outras. De acordo com a professora Vanderlan Bolzani, do Instituto de Química (IQ) da Unesp, Câmpus de Araraquara, “estes parâmetros são fundamentais quando se investiga uma substância natural visando um protótipo com finalidade farmacêutica”. Vanderlan e o professor Adriano D. Adricopulo, do Laboratório de Química Medicinal e Computacional (LQMC), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, são os coordenadores do projeto. A NuBBE Database nasceu da cooperação entre o Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de Produtos Naturais (NuBBE), da Unesp, Câmpus de Araraquara, e o LQMC-IFSC. A colaboração de Andricopulo para a parceria veio, principalmente, de sua larga experiência na criação da Base de Dados de Propriedades Farmacocinéticas batizada de PK/DB (http://www.pkdb.ifsc.usp.br), primeira do gênero na América Latina e que foi desenvolvida no IFSC com tecnologia inteiramente nacional. “Esta base já está no ar há cerca de cinco anos e proporciona aos pesquisadores estudar as propriedades de fármacos conhecidos, bem como explorar o potencial de novas moléculas”, descreve. Ele conta que a PK/DB levou cerca de sete anos para ser elaborada possuindo, atualmente, mais de 4 mil fármacos descritos. Andricopulo conta que receberam diversas propostas de comercialização da base. “Mas a ideia é manter o acesso público e gratuito a cientistas e estudantes de todas as partes do mundo”, afirma. A constituição da NuBBE Database foi um trabalho que durou entre dois e três anos, sendo o resultado da experiência dos dois grupos de pesquisas de mais de três décadas. A segunda etapa do projeto prevê a participação de outros grupos que estudam a biodiversidade brasileira. Para a professora Vanderlan, “entender o universo molecular da biodiversidade é avançar no conhecimento sobre as espécies de ambientes tropicais e equatoriais como o nosso, para poder reproduzir biotecnologia ou sintetizar tais compostos em laboratório”. O Brasil reúne cerca de 20% de todas as espécies do planeta. Unicamp sediará terceiro laboratório SGC A missão será realizar novas descobertas em biologia Em acordo assinado entre o Structural Genomics Consortium (SGC) e a Unicamp, foram dados os primeiros passos para a construção do terceiro laboratório da Instituição em uma Universidade brasileira. Com sede em Toronto e Oxford, os dois primeiros laboratórios do SGC formam a maior parceria público-privada do mundo, produzindo ciência sem patentes com patrocínio das companhias farmacêuticas. Segundo Edwards, a missão do SGC é realizar novas descobertas em biologia e, para isso, destaca a necessidade de pesquisa em química. Para ele, o mundo está mudando em sua maneira de ver e produzir ciência. As pesquisas realizadas nos laboratórios do SGC, apesar de patrocinadas diretamente pela indústria farmacêutica, são colocadas inteiramente em domínio público, isentas de qualquer tipo de patente. “É o equilíbrio perfeito entre o interesse privado e o bem público”, 30 explica Edwards. A contrapartida das empresas é ter pesquisadores de altíssima qualidade trabalhando e trocando informação em diversas partes do mundo, gerando descobertas muito mais significativas, colocadas à sua disposição. Cabe a cada companhia desenvolver produtos a partir de tais descobertas e inseri-los competitivamente no mercado. Próximos passos do SGC Unicamp - A consolidação do acordo foi realizada em reunião com representantes da Fapesp e da indústria farmacêutica. Na Unicamp, estudantes serão selecionados para passar uma temporada no laboratório de Oxford. O pesquisador Opher Gileadi, por sua vez, virá para Campinas para a implementação da plataforma do laboratório, semelhante aos de Toronto e Oxford, processo que deve durar aproximadamente dois anos. A previsão é que em três anos o laboratório SGC Unicamp esteja em pleno funcionamento. R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 31 Notícias Especialista diz que falta política adequada para toxicologia forense Para garantir qualidade, a análise deve ter resultado inequívoco e laudo irrefutável “Hoje em dia, o surgimento de novas drogas sintéticas mais potentes demanda o desenvolvimento de novos métodos para identificar e qualificar essas substâncias. A falta de uma política adequada a padrões de referência, no entanto, é o maior entrave ao desenvolvimento da toxicologia forense”. A observação é do chefe do Laboratório de Toxicologia do Centro de Estudo da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Sérgio Rabello Alves. Segundo ele, o poder público não autoriza a importação de drogas certificadas em razão de sua característica controlada. “Essa é uma questão regulatória dos ministérios da Saúde e da Justiça, que precisam flexibilizar as normas em prol da aquisição dessas drogas com alto teor de pureza, para fins de pesquisa em laboratórios de referência. A alegação do governo é em relação aos aspectos de segurança pública”, afirmou. Historicamente, a toxicologia é dividida em três fases. A primeira é caracterizada pelo contato inicial do homem com produtos e misturas, que ocorreu em virtude do desenvolvimento da agricultura e do armamento, e o contato com o fogo. A segunda fase é mais obscura, datada na Idade Média, e caracterizada por envenenamentos de grau importante por compostos arsenicais. A terceira fase refere-se à moderna toxicologia. Conforme disse Alves, a toxicologia é uma ciência multidisciplinar que investiga agentes tóxicos e o grau de nocividade nos organismos vivos, subdividida em diversas áreas: descritiva, mecânica, forense, clínica, ambiental, ocupacional, analítica. Para ele, qualquer aplicação ou estudo de tóxicos para elucidar procedimentos legais ou judiciais refere-se à toxicologia forense. Para garantir qualidade, a análise da toxicologia forense deve ter resultado inequívoco e laudo irrefutável. No entanto, de acordo com Alves, não existe laudo irrefutável, pois sempre pode se achar algum detalhe que não foi evidenciado. A análise toxicológica sistemática de substâncias desconhecidas prevê o seguinte processo: estratégia analítica de amostras, desenvolvimento analítico toxicocinético e investigação da toxicidade. Esse processo, que leva de dois a três meses, é cercado de uma política de garantia de qualidade. Na cadeia da custódia, a amostra toxicológica percorre o seguinte caminho: coleta, processamento, extração, preparo, análise propriamente dita, finalizando com a elaboração do laudo. Segundo Alves, caso não tenha controle desse fluxo, o juiz pode questionar o laudo, que pode ser invalidado. Depois do etanol, que lidera o número de amostras toxicológicas, o segundo lugar é ocupado pelo “chumbinho”, nome popular de um poderoso inseticida agrícola, cujo princípio ativo é o aldicarb, do grupo químico dos carbamatos. Nos casos sem histórico, os técnicos lançam mão de testes de screening, métodos de triagem e depois testes mais confirmatórios para aumentar o grau de certeza, a exemplo da análise de cromatografia. Quando não há suspeição da substância química, a tecnologia mais utilizada é a análise toxicológica sistemática, que se utiliza da padronização de métodos analíticos, inclusive é a mais aplicada na Europa, informou Alves. Importações de produtos químicos crescem 13,5% e somam US$ 18,0 bilhões até maio O Brasil importou US$ 3,8 bilhões em produtos químicos no mês de maio, queda de 6,9% em relação a abril, mas um aumento de 10,1% em relação ao mês de maio de 2012. De janeiro a maio, foram importados US$ 18,0 bilhões, 13,5% a mais do que no mesmo período do ano passado. Já as exportações brasileiras de produtos químicos alcançaram US$ 1,2 bilhão em maio, o que representa um moderado crescimento de 2,2% em relação a abril, mas queda de 5,7% em relação a maio de 2012. No acumulado do ano, até maio, as vendas externas somam US$ 5,9 bilhões, valor 4,6% inferior ao registrado em igual período do ano passado. “O estabelecimento de créditos presumidos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins na importação e sobre a receita decorrente da venda no mercado interno de insumos da indústria química nacional, medidas entre as prioritárias na Agenda Setorial da Química e recentemente instauradas pela Medida Provisória 613/2013, deverão ser fundamentais para a retomada do uso da capacidade instalada e consequente redução da participação de importados no Consumo Aparente Nacional de produtos químicos”, destaca a Diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo. O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 12,1 bilhões entre janeiro e maio deste ano. Nos últimos 12 meses, de junho de 2012 a maio de 2013, o déficit em produtos químicos é superior a US$ 30,6 bilhões, atingindo-se novos recordes para esse indicador a cada mês. Os produtos químicos representaram 18,2% do total de US$ 98,7 bilhões em importações e 6,4% dos US$ 93,3 bilhões em exportações realizadas pelo País de janeiro a maio. As importações de produtos químicos movimentaram 14,1 milhões de toneladas, ao passo que o volume das exportações chegou a 5,8 milhões de toneladas. 32 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 33 Notícias Parceria institui Centro de Referência Nacional em Síntese de Fármacos Para a construção do FioFarmo serão investidos R$ 33 milhões Foi assinado no Complexo Tecnológico de Medicamentos (CTM) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), no Rio de Janeiro, o Termo de Compromisso com vistas à implantação do Centro de Referência Nacional em Síntese de Fármacos, o FioFarmo. A iniciativa é mais uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Fundação visando garantir a soberania tecnológica na área da farmoquímica. Na ocasião, o diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe, falou sobre a importância da parceria. “Este é mais um passo que Farmanguinhos dá no apoio à política de incentivo a indústria”. Na apresentação do projeto, a chefe do Laboratório de Síntese Química de Farmanguinhos, Núbia Boechat, fez uma breve abordagem sobre a história da indústria farmoquímica no Brasil, setor que, segundo ela, apresenta, atualmente, um déficit na cadeia produtiva da saúde (cerca de U$ 12 bilhões). O MS, por meio da portaria 1.284/10, tem uma lista de 87 medicamentos considerados estratégicos à saúde da população. Entretanto, dos fabricantes de insumos farmacêuticos, observou, apenas 2% são produzidos por laboratórios oficiais, 2% por laboratórios privados e 96% são importados, disse Núbia. Para a construção do FioFarmo serão investidos R$ 33 milhões. Deste total, R$ 15 milhões serão destinados a equipamentos, R$ 10 milhões à obra civil, R$ 5 milhões para consumos e R$ 3 milhões para o pagamento de serviços de terceiros. O terreno onde ficará localizado o centro de referência terá um total de 10 mil metros quadrados, 2 mil dos quais serão ocupados pelo prédio de dois andares, incluindo a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). O projeto já teve algumas etapas finalizadas, como a definição do cronograma de atividades e do grupo de fármacos do 1º portfólio. Neste momento, os profissionais estão em busca dos fornecedores dos insumos e da definição das rotas sintéticas. Entre os fármacos que serão produzidos inicialmente estão o anti-helmíntico Dietilcarbamazina; os antimaláricos Mefloquina, Primaquina e Cloroquina; os antituberculostáticos Isoniazida, Pirazinamida e Etionamida; e os antirretrovirais Nevirapina e Efavirenz. Pesquisadores lançam obras sobre Farmacovigilância e Dispensação Professora, doutoranda e graduanda da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp, Campus de Araraquara, lançaram dois livros. Um deles é ‘Dispensação de medicamentos essenciais de uso ambulatorial’, com coordenação de Patrícia de Carvalho Mastroianni e participação de Mariane Dias Carradore e Fabiana Rossi Varallo. O outro é ‘Farmacovigilância para promoção do uso correto de medicamentos’, de autoria de Patrícia de Carvalho Mastroianni e Fabiana Rossi Varallo. A obra afirma que a farmacovigilância, além de ser uma atividade regulatória, vem se tornando uma prática de ensino, pesquisa e extensão universitária, o que amplia cada vez mais sua abrangência e importância. Soma-se a isso, a necessidade de profissionais de saúde preparados para atuar no mercado regulado e em serviços de saúde. O livro, além de abordar os fundamentos teóricos da farmacovigilância e da promoção do uso correto de medicamentos, contribui para o gerenciamento de riscos associados a esses produtos, capacitando os profissionais para detectar, avaliar, compreender e prevenir eventos adversos ou qualquer problema relacionado aos medicamentos. A contribuição de especialistas com ampla experiência na área a torna referência indispensável a todos os interessados no assunto As autoras Fabiana Rossi Varallo é mestre em Ciências Farmacêuticas com aperfeiçoamento em Farmácia Clínica pela Universidad de Chile. Atualmente é doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Unesp, Araraquara. Mariane Dias Carradore é graduanda do curso de Farmácia-Bioquímica e bolsista de Iniciação Científica em Farmácia Social na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Unesp, Araraquara. Patrícia de Carvalho Mastroianni é Doutora em Ciências da Saúde pela Unifesp, com estágio de pós-doutorado em Farmácia Social pela Universidad de Sevilla; é professora assistente doutora do Departamento de Fármacos e Medicamentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Unesp, Araraquara. Download gratuito: http://www.culturaacademica.com.br/catalogo-detalhe.asp?ctl_id=218 34 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 35 Notícias 36 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 37 Em Foco LAS do Brasil: há 10 anos empreendendo soluções analíticas Inovação, palavra-chave desde seu nascimento. A LAS do Brasil Comércio de Produtos Analíticos e Laboratoriais nasceu com a proposta de ser uma empresa inovadora na importação de bens e serviços para atender diversos ramos da indústria. As exigências da legislação sanitária, a necessidade de adequação documental e a crescente demanda da indústria nacional por produtos e serviços de qualidade superior impulsionaram o crescimento da LAS do Brasil, tornando-a a maior empresa brasileira na importação e distribuição de padrões de referência para as indústrias farmacêutica, cosmética, veterinária, alimentícia, petroquímica e mineração. Antenada às mudanças de nossa sociedade, foi a primeira empresa a distribuir no Brasil padrões de referência voltados especificamente para o controle ambiental. A empresa investiu desde o início nos produtos mais importantes: Excelência e Comprometimento. Hoje, a LAS do Brasil é referencial de sucesso e consolidação, atendendo todo o mercado nacional. Responsável pela distribuição de padrões de referência, compêndios oficiais, materiais analíticos, reagentes, solventes, meios de cultura, consumíveis para equipamentos laboratoriais de renomadas marcas globais no Brasil. Um de seus grandes diferenciais é a referência em qualidade de serviços, bom atendimento e o seu investimento nos profissionais. Atendendo aos mais diversos segmentos, a empresa conta hoje com uma equipe de profissionais altamente qualificados, provendo credibilidade e garantindo a prestação de serviços adequada a todas as necessidades de seus clientes. A LAS entende a importância da boa comunicação e da parceria com seus clientes, colaboradores e fornecedores, agindo sempre com uma visão de crescimento conjunto e investindo em novas formas de organizar informações, a fim de inovar e priorizar o atendimento. Segundo Marcelo Rocha, Diretor Comercial, nos últimos 10 anos, a LAS do Brasil obteve um grande crescimento e a empresa se prepara para expandir as suas fronteiras ainda mais nos próximos anos, sempre destacando a valorização de seus clientes: “Nós damos muito valor ao cliente, entendemos que sem ele a empresa não existe. Acredito que a qualidade do atendimento ao cliente é o que fez com que a empresa ampliasse e consolidasse o seu crescimento”, declarou. Há uma década a LAS do Brasil tem como missão ser o maior elo entre clientes e fornecedores, contribuindo com o desenvolvimento contínuo dos seus colaboradores e buscando a excelência no atendimento e relacionamentos sustentáveis. Como comprovação da responsabilidade social e ambiental com as comunidades onde atua e do compromisso e respeito aos clientes, fornecedores e colaboradores, agindo sempre com excelência e transparência, a LAS foi premiada pelo “Top of Quality Brasil”, selo de reconhecimento das empresas que se destacam nacionalmente em sua área de atuação, por oferecerem produtos e serviços de alta qualidade e escolhida por empresas de todo o Brasil, como referência em bom atendimento. A LAS comemora o sucesso no lançamento de mais quatro linhas de consumíveis para cromatografia, equipamentos para laboratório, exclusividade nas vendas de contratos para manutenção em cromatógrafos Agilent (GO e DF). Na busca constante da expansão dos seus negócios e na excelência no atendimento aos seus clientes, ainda para 2013 a LAS do Brasil prepara diversas novidades para o mercado brasileiro. E para a concretização de seus objetivos, a LAS do Brasil tem como prioridade o investimento no ser humano, satisfação dos clientes, o respeito ao meio ambiente e o compromisso da comercialização de produtos da mais Saiba mais alta qualidade produzidos em conformidade com as legislações sanitárias e ambienwww.lasdobrasil.com.br tais internacionais, e principalmente, com o conceito de sustentabilidade, garantindo assim, o futuro da humanidade e do planeta. 38 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 39 Em Foco Coleta e análise de grande quantidade de dados Raman em alta resolução Com o novo software WiRE 4 da Renishaw, os usuários do inVia podem produzir imagens químicas de alta definição a partir de grandes conjuntos de dados Raman. Imagem de qualidade superior: a tecnologia por trás do WIRE 4 permite a produção de imagens nítidas e claras – na tela e impressas – sem processamento, interpolação ou pixelação. Aumento da exatidão e confiança: o WIRE 4 permite que usuários coletem e trabalhem com máxima eficiência uma quantidade maior de dados, observem mais detalhes e gerem imagens mais ricas para seus relatórios e trabalhos científicos. A informação adquirida com o WIRE 4 proporciona uma compreensão completa das amostras porque permite que os domínios sejam quantificados e descritos em detalhe simultaneamente. O usuário obterá informações mais exatas e representativas sobre sua amostra, permitindo resultados com um novo nível de confiança. A Renishaw é uma empresa líder mundial em metrologia e espectroscopia, com uma consolidação histórica de inovações em desenvolvimento e fabricação de produtos. Desde sua fundação em 1973, a empresa fornece globalmente produtos inovadores, que aumentam a produtividade dos processos, aprimoram a qualidade dos produtos e fornecem soluções de automação com a melhor relação custo-benefício. Um alto nível de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) resultou em desenvolvimentos em outras áreas tecnológicas, incluindo os microscópios Raman para a análise espectral de materiais. Historicamente, os investimentos totais em P&D, incluindo os custos de engenharia associaSaiba mais dos, alcançam 17% do faturamento. Com mais de 60 operações em 32 países e mais de 3.000 colaboradores, os clien(11) 4195-2866 tes da Renishaw são fortemente apoiados em todo o mundo, com conhecimento [email protected] especializado e serviços técnicos excepcionais. Novo sistema rápido de introdução de amostra para ICP-OES e ICP-MS A Analítica apresenta o ASXPress-Plus da CETAC, um sistema que proporciona um aumento real da quantidade de amostras analisadas, ao mesmo tempo em que preserva a qualidade dos resultados e reduz os custos de manutenção dos sistemas de ICP-OES e ICP-MS. O ASXPressPlus contém uma válvula de injeção de seis vias de material inerte e isento de metais, e uma bomba de vácuo de alta velocidade que carrega o loop de amostra mais rapidamente do que uma bomba peristáltica convencional. O desenho do ASXPressPlus permite a lavagem rápida do loop de amostra em paralelo à transferência da amostra para o nebulizador do ICP-OES ou ICP-MS. O resultado é uma redução dos tempos 40 de análise, de estabilização do sinal e uma lavagem mais eficaz da tubulação, com redução também do tempo entre as análises. O ASXPressPlus, de instalação simples e rápida, é compatível com todos os amostradores automáticos da CETAC e de outros fabricantes. Integra-se facilmente à configuração convencional do sistema, sem provocar modificações significativas nos métodos de análise. Ferramentas simples, baseadas no Windows®, configuram o ASXPressPlus sem a necessidade de um programa adicional para a operação Saiba mais (11) 2162-8080 [email protected] Sistema ASXPress-Plus R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 41 Em Foco STEQ participa das tendências de mercado Anualmente, acontece no Brasil um dos maiores eventos da área farmacêutica: a feira FCE Pharma. A FCE tem como objetivo atender à cadeia produtiva do setor farmacêutico, em especial as etapas de fabricação, fornecimento e distribuição de produtos e serviços. Pela 7ª vez consecutiva, a STEQ participou do evento e expôs alguns dos equipamentos que fazem parte do seu portfólio, abrangendo as áreas de produção e laboratorial. Um dos grandes destaques do estande foi o Isolador de Parede Flexível Isoflex da Getinge La Calhène, utilizado para realização de testes de esterilidade, com tecnologia aplicada e construído em conformidade com a norma cGMP. O equipamento, que oferece proteção contínua tanto para o operador como para o produto, conta com um sistema integrado de descontaminação interior por vapor de peróxido de hidrogênio, de forma rápida e eficaz. Por ser um equipamento compacto e de grande mobilidade, o Isolador Isoflex da Getinge La Calhéne pode ser instalado em diferentes áreas, além de ser de fácil operação e totalmente qualificável. A STEQ, ciente da importância de acompanhar as tendências de mercado e participar do seu desenvolvimento, também marcará presença na feira Analítica Latin America, que hoje é considerada um dos principais pontos de encontro mundiais das indústrias química Saiba mais e analítica. Esse ano o evento acontecerá entre os dias 24 e 26 de setembro e den(11) 5181-5570 tre as novidades apresentadas pela STEQ, estará a linha de equipamentos Erweka, [email protected] que conta com a mais alta tecnologia aplicada aos Dissolutores, Desintegradores, www.steq.com.br Durômetros e Friabilômetros. Novo STA 8000 da PerkinElmer Desde a comercialização do primeiro DSC em 1963, a PerkinElmer esteve na vanguarda da tecnologia e inovação de produtos em análise térmica. Agora a PerkinElmer oferece o novo STA 8000 para estudo de polímeros, materiais cerâmicos, metais, energia e mais outras diversas aplicações. Isso tudo é possível, pois o novo STA 8000 é um TGA/DTA/DSC e opera na faixa de 15 a 1.600°C, com sistema de controle e troca de gases integrado. Além disso, o STA 8000 possui as seguintes características: - Fácil posicionamento e troca de amostra manual - Equipamento pequeno permite ocupar melhor o espaço do laboratório - Temperatura da amostra e da referência medidas para melhor qualidade dos dados - Linha base do DTA plana - Forno compacto permite melhor distribuição da temperatura resultando em maior sensibilidade - Resfriamento rápido para maior produtividade. - Inicia a 15°C para coletar melhor os dados de evaporação de umidade A PerkinElmer é a empresa que possui a Saiba mais solução para aplicação através do amplo leque (11) 3868-6200 de hifenações: HPLC-ICP/MS, TGA-IR, TGA-MS, www.perkinelmer.com TGA-CG/MS, TGA-IR-CG/MS, UV-DSC, UV-DMA e HG-DMA. 42 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 43 Em Foco Fusion-FX7- Spectra: amplo espectro de aplicações para quimiluminescência, bioluminescência e fluorescência UV para NIR A Vilber Lourmat/Biosystems apresenta a nova geração de sistemas para fotodocumentação de géis/membranas por quimiluminescência e fluorescência em alta resolução. Construído na nova câmara escura CN8000, possui epi-iluminação de LED, módulo integrado Spectra RGB e outras opções de iluminação como transiluminador/luz UV. Seu sistema de aquisição de imagens é feito por uma câmera com resolução de 4,2MP,16 bits, lente (F:0,84) e sistema de resfriamento. O software Fusioncapt permite uma maior facilidade de uso e automação da captura da imagem e análise dos dados, com boas práticas de laboratório e preparado para CFR 21 part 11. Saiba mais [email protected] www.biosystems.com.br Bombas de vácuo Vaccumbrand: sinônimo de qualidade A Analítica agora é distribuidora da Vaccumbrand no Brasil. Há mais de 50 anos no mercado, a Vacuumbrand é a empresa número um em tecnologias para sistemas a vácuo, cuja prioridade é oferecer a seus clientes o mais alto padrão em qualidade. Bombas para as mais diversas aplicações: filtração, extração de fase sólida, rotaevaporadores, estufas, concentradores, liofilizadores etc. Sistemas robustos: partes internas revestidas com fluoroplásticos, altamente resistentes a solventes quimicamente agressivos. A linha proporciona: - Alto vácuo, ideal para solventes com baixo ponto de ebulição - Controle de bombeamento, para maior eficiência e reprodutibilidade do processo - Recuperação do solvente para proteção da bomba, do ambiente de laboratório e descarte consciente - Controladores para mais de uma aplicação simultaneamente, simplifica a rotina - Sistema de compressão de ar conjugado: dois equipamentos em um só - Reconhecimento automático do ponto de ebulição dos solventes em mistura, para um bombeamento rápido e sem necessidade de ajuste manual do vácuo pelo operador e muito mais Os modelos compreendem bombas de membrana isentas de óleo, livre de manutenções e com extraordinária vida útil; bombas de palhetas rotativas para um alto vácuo e alto fluxo de bombeamento; e bombas híbridas (sistema de membrana + palheta rotativa) para uma alta resistência química. Saiba mais www.analiticaweb.com.br 44 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 45 Em Foco Purelab Elga elimina risco de contaminação por BPA O Bisfenol A (BPA) tem sido utilizado na produção de plásticos policarbonatos e resinas epóxis por mais de 50 anos e, até recentemente, era largamente aplicado em toda indústria química, plástica e de alimentos e bebidas. Os riscos potenciais associados às pequenas quantidades de BPA permanecem altamente controversos. Recentes legislações que proíbem o BPA na fabricação de plástico têm criado a necessidade de técnicas rápidas, confiáveis e altamente sensíveis para a sua detecção. Para determinar a adequação dos sistemas de purificação de água da linha Purelab Elga para análises de BPA, foi feito um experimento com amostras de água de quatro equipamentos diferentes da linha Purelab submetidas a análises independentes de BPA. As amostras foram analisadas por HPLC-MS/MS, usando o método descrito por Sangiorgi et al. O estudo mostrou a adequação do método de detecção do BPA em nível de ppt. A curva de calibração padrão de 5 a 1.000 ppt de BPA foi gerada, demonstrando boa reprodutibilidade até 50.000 ppt de BPA, com limite de detecção calculado de 1,8 ppt. As concentrações de BPA medidas para todas as amostras estavam abaixo do limite de detecção da técnica analítica. A conclusão do estudo demonstra claramente a adequação dos sistemas de purificação de água Purelab Elga para uso em determinação do BPA por HPLC-MS/MS. Nenhuma das amostras de água testada continha níveis detectáveis de BPA, eliminando praticamente o risco de contaminação de BPA de amostras aquosas ou extratos para análise direta. Saiba mais [email protected] www.elgalabwater.com Dânica estreia site e catálogo na FCE Pharma A Dânica levou à FCE Pharma 2013, realizada em São Paulo no mês de maio, duas novidades que ajudam o público do segmento de arquitetura de salas limpas a conhecer melhor os detalhes de seus produtos. Após um intenso trabalho de desenvolvimento e arquitetura da informação, a marca recriou seu catálogo de produtos, que agora é mais ilustrativo e organizado, com tabelas revisadas de especificações de cada uma das categorias de produtos e imagens de aplicação de cada um dos itens. Além disso, o público também pode conhecer o novo site da Divisão Salas Limpas da Dânica, com acesso rápido a detalhes da linha de painéis, portas, visores, acessórios e demais componentes, novidades, fotos de grandes obras realizadas pela Dânica nos últimos anos, além de informações de contato por região e downloads – onde, inclusive, o novo catálogo pode ser baixado. O endereço é www.danica.com.br/salaslimpas. O Diretor Comercial – América Latina da Dânica, Tadeu Gonsalez, explica a importância da atualização fornecida por eventos como a FCE Pharma para a gestão de tecnologias e inovações: “Apesar de bem difundida na indústria farmacêutica e no setor hospitalar, a tecnologia de salas limpas deve ser uma constante busca pela qualidade e segurança. O foco deve estar na melhoria contínua do processo de produção e da qualidade dos produtos”. “Dessa forma”, ele complementa, “pode-se dizer Saiba mais que o Brasil tem tecnologia compatível www.danica.com.br com o que se apresenta no mundo, e a Dânica é a comprovação disso, com seus www.facebook.com/grupodanica projetos de ponta na pesquisa de inovawww.twitter.com/grupodanica ções para salas limpas”. 46 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 47 Em Foco Pharma-Test, qualidade em aparelhos para controle de qualidade e desenvolvimento galênico Pharma-Test (www.pharma-test.de) é sinônimo de qualidade, tecnologia e robustez em aparelhos para controle de qualidade e desenvolvimento galênico A linha de aparelhos é fabricada na Alemanha, com componentes alemães. A empresa vem há 34 anos fornecendo aparelhos para controle de qualidade e desenvolvimento de produtos com qualidade, robustez e tecnologia. As carcaças de todos os aparelhos da Pharma-Test são construídas em aço inox e a garantia de toda alinha da Pharma-Test é de 24 meses. Os documentos tipo IQ/OQ estão incluídos nos preços dos aparelhos. A assistência técnica é de responsabilidade da Catena, que tem 10 anos de experiência com estes tipos de aparelhos e tem a melhor relação custo benefício. Saiba mais (11) 5587-4777 / (11) 98445-0908 [email protected] Bombas peristálticas de baixa e alta vazão Masterflex A dpUNION traz ao mercado as melhores bombas peristálticas de baixa e alta vazão, com a melhor tecnologia e o melhor custo benefício para sua aplicação. Seguem as categorias e as mais variadas aplicações: Bombas L/S: display digital, oferece unidade de manutenção de motor de alta precisão e interface totalmente 48 nova, permitindo a instalação e operação mais fácil. A vazão pode variar de 0,001-3400 mL/min, dependendo do tipo de tubulação utilizada. Possui grande número de formulação de tubo conforme adequado às necessidades. Bombas I/P: bomba de baixa manutenção, com motores versáteis e de baixo custo. Vazão pode variar: 0,2-19 LPM (0,06-5,0 GPM), oferecendo assim precisão e repetibilidade. Visor de LED mostra a velocidade, com resolução de 1%. Bombas B/T: para alcançar as maiores taxas de fluxo, a MasteFlex desenvolveu a linha B/T com bombas que possuem vazão de até 37 LPM (9,8 GPM). Para facilitar a conexão dos tubos foi desenvolvido o modo “T PerfectPosition™” que faz com que a tubulação tenha um encaixe perfeito, evitando possíveis erros com a extração dos tubos. Possui as mais diversas aplicações de processos e produção e é de fácil limpeza. Apesar de ser uma bomba robusta, possui uma ação peristáltica suave, ideal para bombear fluidos sensíveis ao cisalhamento ou viscoso (até 10.000 cps). Possui ainda um sistema de segurança que desliga a energia quando a porta é aberta. O rotor é de simples design, com câmara de oclusão, o que permite o carregamento mais fácil do tubo. Controlador destacável com 6 pés (1,9 m) pode ser montado na parede, possui IP56-nominal, o que protege contra poeira e jatos fortes de água. Motor reversível: a purga antes ou depois do fluido da bomba sai tanto para o sentido horário como anti-horário. Saiba mais www.dpunion.com.br R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 49 Em Foco Nova versão 2.0 do LabWare ELN A nova versão do LabWare ELN, lançada no fim de 2012, traz novas funcionalidades disponibilizadas para incrementar ainda mais as experiências dos usuários na automação do gerenciamento dos dados de laboratórios. O LabWare ELN é um produto inovador que fornece as ferramentas necessárias para a gestão de experimentos e execução de métodos e tarefas, e para a captura e preservação de dados. Com foco nos experimentos e nos fluxos de trabalho, ele permite aos cientistas documentarem seus experimentos eletronicamente, permitindo a inclusão de conteúdo relevante e comentários de observações, resultados de instrumentos (com captura automática dos dados) e a anexação de documentos e objetos (como espectros, cromatogramas e imagens). Tudo isto aliado às tecnologias de informática que garantem, entre outras coisas, a automação de processos, a rastreabilidade e o histórico dos dados e a segurança da informação! Contando ainda com uma opção para a execução guiada de métodos, o LabWare ELN é totalmente alinhado às boas práticas, auxiliando na execução padronizada dos métodos de análise pelo corpo técnico do laboratório de acordo com uma sequência de passos definida. Entre as novidades, o LabWare ELN conta com um novo editor de documentos – que faz a interface com processador Word para experimentos neste formato – e conta ainda com novas opções para a anexação e edição de documentos e com a tecnologia LabWare Active Saiba mais Sync para a sincronização dos dados dos computadores envolvidos. (11) 2931-6969 Uma demonstração pode ser agendada para se conhecer o que a LabWare pode [email protected] oferecer aos laboratórios. Preservação com tecnologia de dupla proteção Motivados a oferecer soluções definitivas em preservação, a Panasonic (antiga Sanyo) desenvolveu tecnologias que proporcionam aos profissionais de laboratório, clínica, pesquisa e hospitalar, o padrão definitivo em confiabilidade, eficiência e segurança com a nova série Twin Guard de Ultrafreezers -86°C. Dois compressores completamente independentes são capazes de manter temperaturas baixas para garantir a preservação das amostras a qualquer momento, eliminando falhas de sistema devido aos defeituosos subcomponentes dos convencionais sistemas em cascata, configurados em sistemas de alto e baixo estágio mutuamente dependentes. Seu exclusivo módulo EcoMode implanta ambos os sistemas em ciclos de sobreposição para manter a temperatura e reduzir o consumo de energia em até 15%. A série inclui ainda a vantagem de um moderno sistema de gerenciamento digital cujas funções de data logging, comunicações remotas, alarmes, validação e desempenho preditivo são totalmente integradas ao equipamento. Combinado com sistemas de backup de CO2 líquido, é capaz ainda de oferecer um ciclo de proteção sem igual na indústria. Desenvolvido para uso com racks e boxes de inventário convencionais, a série Twin Saiba mais Guard é ideal para o armazenamento de células(11) 3829-8040 -tronco sensíveis, embriões, linhagem celular e [email protected] outras espécimes raras. 50 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 51 Em Foco Atividade de água: medir pode garantir a estabilidade de um produto A água envolvida em associações mais fortes é menos suscetível ou propensa para as atividades de degradação (crescimento de micro-organismos e reações químicas de hidrólise). O termo atividade da água (aw) foi implantado para se ter o valor da intensidade com que a água se associa a diferentes componentes não aquosos. A Novasina, empresa de origem Suíça com uma experiência de mais de 50 anos, trabalha no desenvolvimento e produção de instrumentos de medição de umidade relativa e de equilíbrio de materiais, respectivamente, a atividade de água. Parâmetro fundamental e indispensável de qualidade em diversos tipos de produtos alimentícios, ingredientes farmacêuticos e cosméticos. A Novasina possui ampla linha de produtos, entre eles o LabTouch aW, equipamento para medida de atividade de água, portátil, robusto, estável, preciso, com bateria recarregável e calibração com padrões salinos reutilizáveis. O instrumento tem um sensor eletrolítico, que fornece a medida direta da atividade de água, através do equilíbrio da pressão de vapor, sem interferências da condensação das amostras ou risco de contaminação da superfície espelhada e sensor NTC calibrado com 6 pontos de medição de umidade com certificado UKAS – Inglaterra. A metodologia é aprovada pela AOAC (The Scientific Association Dedicated to Excellence in Analytical Methods). Amostras de diferentes faixas de atividade de água podem ser medidas sem o risco de absorção de vapor de água/voláteis pelo sensor eletrolítico, permitindo uma rápida avaliação da necessidade de alteração da composição do produto visando aumentar seu tempo de prateleira (shelf-life). Fácil e rápido de verificar a linearidade da curva, utilizando os padrões reutilizáveis de soluções salinas. O cartão SD permite ao usuário armazenar as medições além dos protocolos, que podem ser facilmente passados a um computador ou impressora. Um software especial está disponível para visualização dos resultados e análise dos dados. Tela sensível ao toque, colorida, permite operação rápida e de fácil entendimento com excelentes leituras com valor final. Em destaque uma câmara medidora estabilizada de temperatura controlada que permite uma medição precisa e reprodutível. Graças ao desenho compacto, o LabTouch aW pode ser usado tanto em laboratório quanto em produção. O instrumento é portátil e vem acompanhado de Saiba mais maleta plástica para acondicionamento e transporte. (11) 3229-8344 A Além Mar mantém assistência técnica permanente através de [email protected] sionais treinados e capacitados pelo fabricante além de uma equipe de suporte científico para auxílio ao usuário na identificação dos melhores www.alemmar.com.br métodos de trabalho. 52 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 53 Em Foco YMC America lança novas fases baseadas em partícula híbrida Além das fases C18, C8 e Diol-HILIC a YMC agora também oferece as fases híbridas Fenil e PFP (Pentafluorofenil). As fases Fenil e PFP podem ser uma excelente escolha quando fases convencionais como C8 e C18 não são eficientes na separação de alguns compostos. As fases Fenil e PFP possuem diferentes seletividades das fases C8 e C18. O comparativo ao lado ilustra a separação de diversos tipos de compostos, dentre eles compostos básicos, de coordenação, neutros e ácidos em diferentes fases estacionárias. As interações π-π, as interações polares, bem como as interações hidrofóbicas contribuem para a separação dos compostos. Na YMC a descrição Triart refere-se à sílica híbrida e a descrição YMC-Pack refere-se à sílica convencional. Saiba mais Distribuidor YMC: Tedia Brazil 0800 7020020 ou (21) 2196-9000 Informações: www.ymcamerica.com Ou Marina Lelo: (16) 3624-1484 Novo processador de amostras líquidas da Gilson A Analítica apresenta o GX-241 Liquid Handler, um sistema compacto que executa automaticamente procedimentos múltiplos como: dispensar, diluir, extrair, injetar e coletar amostras líquidas. O GX-241 é especialmente adequado para aplicações em laboratórios onde o espaço de bancada é limitado. Esse novo sistema apresenta o equilíbrio perfeito entre tamanho, desempenho e características técnicas. Ele pode ser instalado inicialmente como um processador e amostrador automático e, em seguida, ser ampliado para injetar, coletar amostras e fazer extração em fase sólida (SPE). O GX-241 possui detecção de nível e opera com uma ampla faixa de volumes, desde 2 µL até 5 mL através de injeção direta. Também apresenta duas vias de transferência para dispensar amostras em aplicações com injeção em fluxo (FIA). O sistema com dois racks é capaz de executar tarefas em vials de 2 mL até tubos de 180 mm. Além de tubos e vials, esta plataforma flexível também comporta até quatro microplacas de 96 poços padrão ou profundos. Saiba mais (11) 2162-8080 [email protected] GX-241 Liquid Handler: pequeno, mas poderoso 54 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 55 Artigo Diversidade Genética e Produção de Biofilme de Amostras de Pseudomonas Aeruginosa Isoladas da Água Utilizada em Unidades de Terapia Renal Substitutiva Genetic Diversity and Production of Biofilm of Aeruginosa Pseudomonas Samples Isolated from Water Used in Units of Renal Replacement Therapy Resumo A terapia renal substitutiva, ou hemodiálise, é um tratamento primordial para pacientes com insuficiência renal crônica. A água é essencial para a terapia de hemodiálise, tanto na produção do fluido como na reutilização dos dialisadores. A contaminação bacteriana dos fluidos de hemodiálise é um grave problema nesta terapia, uma vez que excessivos níveis de bactérias nesta solução são responsáveis por reações pirogênicas. Estudos mostram que a espécie bacteriana Pseudomonas aeruginosa é a mais isolada como contaminante de fluidos de hemodiálise. Nesta pesquisa avaliamos amostras de P. aeruginosa oriundas de três pontos de coleta em seis Unidades de Terapia Renal Substitutiva (UTRS) do Estado do Rio de Janeiro. As UTRS escolhidas apresentaram valores insatisfatórios de contagem de bactérias heterotróficas, sendo isolada a bactéria P. aeruginosa em diversos anos consecutivamente. Estas amostras foram avaliadas quanto à produção de biofilme, resistência aos antimicrobianos e a diversidade genética. Na amostragem avaliada nenhuma amostra de P. aeruginosa mostrou resistência aos antimicrobianos empregados na prática clínica, tais como os aminoglicosídeos, fluorquinolonas, carbapenemas e β-lactâmicos utilizados para o tratamento de infecções por esta bactéria. Foi verificado também que todas as amostras analisadas eram fortemente produtoras de biofilme. Utilizando a análise dos perfis de fragmentação do DNA cromossômico, por eletroforese em gel de campo pulsado, foi observado que na maioria das vezes o mesmo clone de P. aeruginosa foi encontrado nos três pontos de coleta analisados numa mesma data. Esta metodologia também possibilitou a determinação do tempo de persistência de uma amostra bacteriana no sistema de tratamento de água de hemodiálise. Deste modo, detectamos clones de P. aeruginosa ao longo de até três anos nas clínicas analisadas. Um fato interessante foi a detecção do clone I em três clínicas analisadas. Portanto, podemos sugerir que a determinação da diversidade genética das amostras bacterianas, oriundas de água de hemodiálise, seja um instrumento adicional para avaliar o sistema de purificação de água das clínicas de hemodiálise. Este método pode indicar a persistência de clones, produtores de biofilmes, que não estão sendo efetivamente eliminados por procedimentos de desinfecção. Este procedimento pode contribuir para a melhoria da qualidade dos fluidos de hemodiálise e, consequentemente, a garantia da sobrevida de pacientes com doenças renais crônicas. Joana Angelica Barbosa Ferreira Hilda do Nascimento Nobrega Veronica Viana Vieira Shirley de Mello Pereira Abrantes Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde – INCQS/ FIOCRUZ Correspondências: Shirley de Mello Pereira Abrantes [email protected] Palavras-chave: Hemodiálise, contaminação bacteriana, Pseudomonas aeruginosa Abstract The substitutive renal therapy or hemodialysis is a primary treatment for patients suffering from chronic renal failure. The water is essential for hemodialysis and the bacterial contamination of hemodialysis fluids is a serious problem in this therapy, since excessive levels of bacteria are responsible for pyrogenic reactions. Some studies had showed that Pseudo- 56 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 monas aeruginosa was the most prevalent bacterial species in all types of water sample for hemodialysis. In this study we evaluated P. aeruginosa strains from three sampling points in six renal replacement therapy units (RRTS) of Rio de Janeiro. The selected clinics showed unsatisfactory values of counts of heterotrophic bacteria, and P. aeruginosa strains were isolated in several years consecutively. These samples were analyzed for the production of biofilm, antimicrobial resistance and genetic diversity. None of P. aeruginosa strains showed resistance to antimicrobial agents used in clinical practice, such as aminoglycosides, fluoroquinolones, carbapenems and β-lactam used for the treatment of infections by this bacterium. It was found that all samples were strongly biofilm-producing. The characterization of P. aeruginosa strains by pulsed-field gel electrophoresis (PFGE) showed that in most cases the same clone was found in three water samples for hemodialysis types analyzed in the same collection date. This approach also allowed the determination of time of persistence of bacteria in a water sample for hemodialysis. Thus, P. aeruginosa clones were detected over three years in the studied clinics. An interesting fact was the detection of clone I analyzed in three clinics. Therefore, we suggest that determining the genetic diversity of bacterial samples from hemodialysis water is an additional tool to evaluate the system for purification of water for hemodialysis clinics. This method may indicate the persistence of clones, which suggests the presence of biofilms that are not being effectively eliminated by the disinfection procedures. This procedure can contribute to improving the quality of hemodialysis fluids and therefore ensuring the survival of patients with chronic kidney disease. Keywords: Hemodialysis, bacterial contamination, Pseudomonas aeruginosa Introdução A terapia renal substitutiva, ou hemodiálise, é um tratamento primordial para pacientes com insuficiência renal crônica. A situação torna-se crucial, em razão das dificuldades na obtenção de um transplante renal, pois um paciente pode atualmente ter que esperar por anos para obtê-lo e, durante este tempo, a qualidade do tratamento de hemodiálise a ele prestado será fator preponderante para a sobrevida e a qualidade de vida (FAVERO et al., 1992; HOENICH, RONCO e LEVIN, 2006). A importância da hemodiálise pode ser evidenciada por dados que registram que, no ano de 2008, cerca de 87 mil brasileiros foram submetidos a este tratamento. Entre estes, poucos conseguem recuperar o funcionamento dos rins e apenas um pequeno número de pacientes consegue ser submetido a um transplante renal (OLIVEIRA, ROMÃO JR, e ZATZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2009). A água é essencial para a terapia de hemodiálise, tanto na produção do fluido como na reutilização dos dialisadores. O fluido de diálise ou dialisato, que banha o dializador (membrana semipermeável) não é uma solução estéril, é composta por uma mistura de água e concentrado polieletrolítico numa proporção de 34:1 (VORBECK-MEISTER et al., 1999). Durante uma sessão de tratamento por hemodiálise aproximadamente 120 litros de água purificada, misturados em proporções adequadas ao chamado concentrado polieletrolítico para hemodiálise, são utilizados na depuração do sangue, sendo assim, a qualidade da água é fundamental para evitar riscos adicionais à saúde do paciente (BOMMER e JABER, 2006). O tratamento da água para hemodiálise é mais rigoroso do que o da água potável, sendo necessário um sistema de purificação adicional onde a água utilizada deve ser potável. Alguns R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 elementos de toxicidade conhecida, tais como: alumínio, flúor, mercúrio, cobre entre outros e substâncias como endotoxinas bacterianas e cianotoxinas devem ter concentração controlada na água para hemodiálise (BRASIL, 2004, FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2002). Enquanto o concentrado polieletrolítico é produzido comercialmente numa composição consistente e com qualidade estritamente controlada, a água usada pode variar amplamente na sua composição química e microbiológica e isto irá influenciar diretamente a qualidade do fluido para hemodiálise (VORBECK-MEISTER et al., 1999). Existem sistemas de purificação de água para hemodiálise compostos de diferentes combinações de tratamento para assegurar a qualidade da água resultante. O pré-tratamento é realizado para retirar substâncias e partículas da água que podem danificar os equipamentos de purificação, diminuindo a sua eficiência. Filtros de areia, abrandadores, filtros de carvão ativado são utilizados para o pré-tratamento. Os sistemas de purificação utilizam a água pré-tratada e diferentes processos de filtração podem ser utilizados, tais como: filtração por osmose reversa, por troca iônica e outros, que permitem a remoção de partículas, sais e íons, outros ainda retêm bactérias da fase líquida, antes da água ser entregue as unidades de hemodiálise (VORBECK-MEISTER et al., 1999). Segundo o censo realizado em 2008 pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, no Brasil 93,7% das clínicas de hemodiálise utilizam em seus sistemas de tratamento da água a filtração por osmose reversa, 5,6% utilizam a filtração por osmose reversa e deionização e 0,7% utilizam apenas o processo de deionização (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2009). 57 Artigo A água purificada é armazenada em reservatórios e distribuída por tubulações para as máquinas. O projeto das tubulações deve evitar zonas mortas e volumes de água que não circulem. É recomendado que a água circule constantemente para evitar proliferação bacteriana. O sistema deve ser projetado de forma a facilitar a limpeza, desinfecção e enxágue do desinfetante (CALDERARO e BISCHOFBERGER, 1998). Apesar das múltiplas barreiras presentes no sistema de tratamento que podem remover bactérias da água, existe o risco de contaminação bacteriana caso o sistema esteja operando ou o método de desinfecção esteja ineficiente (MORIN, 2000; CAPPELLI et al., 2006). A prevenção da contaminação da água requer conhecimento da origem do problema dentro da linha de tratamento e a utilização de procedimentos de desinfecção adequados. A contaminação bacteriana em sistemas de tratamento e distribuição de água pode levar à formação de biofilmes que podem persistir em diferentes pontos do sistema de tratamento e desenvolver maior resistência ao procedimento de desinfecção (SMEETS et al., 2003). Vários métodos de desinfecção são recomendados e as unidades de hemodiálise devem manter um programa de desinfecção (AAMI, 2004; EUROPEAN PHARMACOPOEIA, 2008). Vários desinfetantes físicos (raios ultravioleta e água aquecida a 80ºC) e germicidas químicos (hipocloritos, ácido peracético, formaldeído, ozônio) são disponíveis comercialmente e a utilização de um destes ou a combinação podem controlar a formação de biofilme no sistema (CAPPELLI et al., 2007; RUTALA e WEBER, 1997). O aspecto microbiológico do tratamento da água foi levado em conta quando foi demonstrado que os excessivos níveis de bactérias no dialisato eram responsáveis pelas reações pirogênicas e de bacteremia. Estudos demonstraram que a endotoxina derivada de bactérias Gram negativas pode penetrar na membrana semipermeável do dialisador, sendo responsável por reações pirogênicas em pacientes em hemodiálise (LONNEMANN, 2000). A bacteremia é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em pacientes de hemodiálise e tem sido atribuída a diferentes causas (AAMI, 2004). A infecção pelo acesso vascular é a causa mais comum devido a cuidados inadequados com o cateter (TENA, et al., 2005; LO CASCIO et al, 2006), entretanto, alguns estudos observaram uma relação direta entre a ocorrência de casos de bacteremia causadas por bactérias e o isolamento desses microrganismos a partir da água purificada, possivelmente devido a defeitos na integridade da membrana ou a utilização de água contaminada no reprocessamento das máquinas de diálise (MAGALHÃES et al., 2003; WANG, 1999; YAN et al., 2008). A água purificada contém predominantemente bactérias heterotróficas do ambiente aquático como as espécies da classe Pseudomonadales, que podem crescer nos circuitos de água e nas máquinas de hemodiálise e, subsequentemente, contaminar o dialisato (BOMMER & JABER, 2006). Alguns estudos sobre identificação dos contaminantes bacterianos da água utilizada para hemodiálise indicam que o gênero bacteriano predominante é Pseudomonas (MORIN, 2000). Consequentemente tem sido sugerido que as amostras de água para hemodiálise deveriam ser testadas para a presença de bactérias indicadoras definidas, 58 tais como “Pseudomonas”, em volumes de pelo menos 100 mL. Na Itália e Alemanhã a legislação estabelece o limite de 1 UFC/ ml de Pseudomonas aeruginosa na água para hemodiálise (VORBECH-MEISTER et al., 1999; NYSTRAND, 2008). Atualmente várias discussões têm abordado o uso de dialisatos ultrapuros, que possuem limites de contagem menores que 0,1 UFC/mL e nível de endotoxina menor que 0,03 EU/mL para prevenir a inflamação crônica em pacientes em tratamento por hemodiálise e possíveis infecções devido às contaminações do dialisato (AAMI, 2004; ARIZONO et al., 2004; WARD, 2004; BOMMER e JABER, 2006). Em alguns países da Europa e no Japão o fluido de diálise ultrapuro está sendo amplamente utilizado (MASAKANE et al., 2008; NYSTRAND, 2008). Embora o papel da qualidade da água usada para a hemodiálise tenha sido enfatizado por vários autores, não existe uma padronização universal que inclua todos os parâmetros químicos e microbiológicos (NYSTRAND, 2001; TRAGER, 2002). Existem diversas recomendações oficiais, para os parâmetros de qualidade microbiológicos da água de hemodiálise, publicadas por órgãos governamentais e por organizações internacionais, sendo a mais amplamente utilizada da Association Advancement of Medical Instrumentation (AAMI, 2004). Uma vez que a pureza do dialisato está relacionada com complicações agudas e crônicas em pacientes em tratamento por hemodiálise, os limites de contagem microbiana e de endotoxina têm sido reduzidos (WARD, 2004). Em 1981, a AAMI recomendava o limite de 2000 UFC/mL para o dialisato, 200 UFC/mL para a água purificada e não havia limite para endotoxinas, atualmente há o limite de 200 UFC/mL e 2 EU/mL para o dialisato (AAMI, 2004). Alguns estudos mostraram a importância de manter a contagem bacteriana de 100 UFC/ml no dialisato para prevenir complicações clínicas oriundas da contaminação bacteriana do fluido de diálise (LONNEMANN, 2000; BRUNET & BERLAND, 2000). Em vários países da Europa e no Japão o limite de contagem microbiana foi reduzido para 100 UFC/mL (NYSTRAND, 2008). Atualmente, as Farmacopeias Europeia e a Americana também recomendam o valor de 100 UFC/mL para água purificada (EUROPEAN PHARMACOPOEIA, 2008 e THE UNITED STATES PHARMACOPOEIA, 2008). Nystrand (2008) alerta que as diferentes recomendações dos parâmetros para a qualidade da água de hemodiálise se referem a diferentes técnicas de cultivo bacteriano, o que pode gerar interpretações equivocadas destes limites. A espécie P. aeruginosa é um bacilo Gram negativo aeróbico, não fermentador, pertencente à família bacteriana Pseudomonadaceae. Estes microrganismos são aeróbios, não formadores de esporos, nutricionalmente versáteis, móveis devido à presença de um ou mais flagelos polares, possuem metabolismo oxidativo, apresentam temperatura ótima de crescimento entre 37 a 42°C, são produtores de pigmentos difusíveis em meios de cultura, incluindo pioverdina, piocinina (verde-azulado), piorrubina (vermelho) e piomelanina (preto) (MURRAY, 2007). São habitantes comuns de solo e água, encontrados em superfícies de plantas e, ocasionalmente, animais. Em humanos comporta-se como patógeno oportunista, formando biofilmes em dispositivos invasivos e permanecendo em tecidos quando há quebra de barR evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 reiras naturais ou perda da imunidade, embora possa em algumas ocasiões, fazer parte da flora normal de indivíduos sadios (POLLACK, 2000). Dentre as bactérias causadoras de infecções hospitalares, destaca-se a Pseudomonas aeruginosa que se caracteriza por sua resistência intrínseca a muitos antibióticos, seu perfil de ascendente resistência, sua alta prevalência em hospitais, especialmente em unidades de terapia intensiva (LIVERMORE, 2002). Estudos em vários países mostram a presença de Pseudomonas aeruginosa multirresistentes a antimicrobianos causando infecções hospitalares (ROSSOLINI e MANTENGOLI, 2008). Descrições de casos de ocorrência de Pseudomonas aeruginosa em unidades hospitalares, com perfil de resistência a todos os antimicrobianos testados, exceto polimixina, acontecem inclusive no Brasil (DEPLANO et al., 2005; CIPRIANO et al., 2007). Existem poucos relatos sobre a diversidade das espécies bacterianas encontradas como contaminantes de amostras de água de hemodiálise, entretanto, estes autores indicam que a espécie P. aeruginosa é uma das mais frequentemente encontradas (BORGES et al., 2007; MORIN, 2000; MONTANARI et al., 2009). O biofilme pode ser definido como uma estrutura comunitária de células microbianas protegidas por uma matriz polissacarídica ou proteica que é sintetizada pelas células e aderente tanto a superfícies inertes ou vivas. Esta matriz é formada fundamentalmente por água e substâncias poliméricas extracelulares (extracellular polymeric substances) (DONLAN, 2002; Wimpenny, Manz e Szewzyk, 2000). Os biofilmes podem ser constituídos por uma única espécie microbiana (por exemplo, alguns biofilmes associados a infecções e biofilmes que crescem em implantes médicos) ou, mais frequentemente, por várias espécies formando consórcio de fungos, algas, bactérias e outros microrganismos (Wimpenny, Manz, Szewzyk, 2000). A natureza variável dos biofilmes foi mostrada utilizando recursos de microscopia eletrônica. Os biofilmes de implantes se mostraram mais simples contendo substâncias poliméricas e apenas uma forma bacteriana. Os biofilmes de sistemas de água são altamente complexos, formados por substâncias químicas diversas, produtos de corrosão e de diferentes espécies bacterianas, inclusive formas celulares filamentosas (DONLAN, 2002). No interior dos biofilmes se encontram partículas de matéria orgânica e inorgânica que servem como nutriente aos microrganismos e quanto maior a diversidade destes, maior a diversidade do consórcio (CAPELLI et al., 2007; Wimpenny J, Manz W, Szewzyk U, 2000). O desenvolvimento e persistência dos biofilmes são afetados não somente pelo ambiente circunvizinho, mas também pela variedade de espécies presentes (SIMÕES, SIMOES e VIEIRA, 2007; KOMLOS et al., 2005). Nos ecossistemas terrestres e aquáticos os microrganismos aparecem como células livres (estado planctônico) ou sob a forma de biofilmes ligados a suportes sólidos. Na última década, os biofilmes microbianos foram intensamente estudados, uma vez que há um grande interesse científico do conhecimento de como bactérias formam e vivem em comunidades multicelulares (KLAUSEN, el al., 2006). A formação e o desenvolvimento dos biofilmes ocorrem em etapas iniciando com a adesão das células R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 a superfície, maturação, onde ocorre a produção de polímeros e reprodução celular até o desprendimento, onde pode ocorrer a liberação de células do biofilme, as quais podem voltar ao seu estado planctônico (DONLAN, 2002). Monds e O’Toole (2009) afirmam que a formação de biofilme é um fenômeno biológico complexo, pois vários parâmetros ambientais podem influenciar o padrão de formação de biofilme. Segundo Parsek e Tolker-Nielsen (2008), os padrões em biofilmes de P. aeruginosa são formados através de uma interação complexa entre um número de diferentes fatores incluindo a proliferação e migração celular em resposta aos nutrientes disponíveis e outros sinais ambientais externos, assim como os sinais intracelulares e a produção de uma matrix extracelular. Estes autores afirmam que o padrão de formação de biofilme permite à bactéria se posicionar favoravelmente dentro de gradientes de nutrientes e também possibilita o desenvolvimento e manutenção de subpopulações distintas fisiologicamente, o que facilita a sobrevivência de uma ou mais subpopulações em condições ambientais adversas. Nos biofilmes as células se comunicam através da elaboração e do reconhecimento de pequenas moléculas. Tal mecanismo é conhecido como quorum sensing (QS) (SAKURAGI e KOLTER, 2007). Os sistemas QS estão envolvidos na regulação de uma variedade de processos fisiológicos incluindo biossíntese de antibióticos, motilidade, transferência de plasmídeos, produção de biofilme entre outros (JUHAS, EBERL e TÜMMLER, 2005). Em P. aeruginosa dois sistemas QS, conhecidos como las e rlh, foram descritos e estes estão envolvidos na produção e regulação da matrix do biofilme desta espécie bacteriana (SAKURAGI e KOLTER, 2007). Dependendo do ponto de vista, os biofilmes podem ser benéficos ou nocivos. Os biofilmes que se formam nos leitos dos rios, lagos e ambientes marinhos contribuem grandemente para a remoção de contaminantes orgânicos e inorgânicos da água e são considerados benéficos. Os utilizados nas indústrias de fermentação e farmacêutica também são considerados benéficos. Quando os biofilmes estão alojados em locais indesejáveis podem trazer sérios problemas. Nas indústrias o acúmulo de biofilmes nos equipamentos causa impacto negativo a qualidade dos produtos finais por causarem corrosão aos equipamentos, interrupção do processo para limpeza entre outros prejuízos (PEYTON e CHARACKLIS, 1995; Saravanan e Sreekrishnan, 2006). Estes também são indesejáveis no interior de oleodutos, na aquicultura e nos sistemas de ar condicionado (DONLAN, 2002). A formação de biofilme é um fator importante no desenvolvimento e persistência de doenças infecciosas. Eles podem ocorrer em cateteres, implantes e lentes de contato, causando infecções graves (FUX et al., 2005). Na nefrologia clínica, os biofilmes influenciam no desenvolvimento de cálculos renais e afetam sistemas de diálise, inclusive cateteres peritoneais e venosos, além de ter um papel crítico na persistência de infecções renais e do trato urinário (MARCUS et al., 2008). Foi sugerido que a proximidade das bactérias dentro do biofilme maduro poderia facilitar as trocas horizontais de informações genéticas, incluindo genes 59 Artigo de resistência aos antimicrobianos e determinantes de virulência (JUHAS, EBERL e TÜMMLER, 2005). Os biofilmes são os maiores responsáveis pela contaminação da água potável e em água tratada para utilização em unidades de terapia renal substitutiva (UTRS), com consequências em nível de saúde pública e elevados custos associados. Nas UTRS o controle da formação de biofilmes é uma grande preocupação uma vez que o desprendimento destes causa um aumento dos níveis de endotoxinas permeáveis às membranas utilizadas no processo de purificação do sangue dos pacientes, que são submetidos a este tratamento causando uma série de quadros clínicos e até a morte destes (MARION et al., 2005). Os biofilmes podem ser controlados através do uso de biocidas, biodispersantes, tecnologias enzimáticas e da minimização do nutriente limitante. As desinfecções realizadas nas UTRS devem ser direcionadas ao controle de biofilmes para garantir a qualidade adequada do tratamento dialítico (CAPELLI et al, 2006; MARION et al., 2005). Dentre os métodos de tipagem molecular que foram usados para estudar a epidemiologia de P. aeruginosa e outros patógenos hospitalares, a análise dos perfis de restrição separados por eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) é o método mais amplamente utilizado (SINGH et al., 2006). Essa técnica possibilita a separação efetiva de grandes fragmentos de DNA gerados após digestão do cromossomo bacteriano com enzimas de restrição de sítios pouco frequentes no genoma bacteriano. Os fragmentos obtidos originam um número relativamente pequeno de bandas no gel, que facilitam a interpretação do mesmo e permite a comparação dos genomas bacterianos em questão (TENOVER et al., 1997). Este método identifica e determina o espalhamento de clones bacterianos e possui grande reprodutibilidade interlaboratorial (CARRIÇO et al., 2005). PFGE mostrou ser útil nas investigações de surtos nosocomiais, na identificação de cepas de P. aeruginosa multirresistentes e/ou produtoras de β-lactamases, inclusive na detecção da disseminação do clone de P. aeruginosa produtora de Mβla SPM-1 em vários estados brasileiros (GALES et al., 2003; FONSECA et al., 2006; CIPRIANO et al., 2007). O objetivo deste trabalho é determinar a diversidade clonal e perfis de produção de biofilmes e de resistência aos antimicrobianos de Pseudomonas aeruginosa isoladas da água utilizada nas unidades de tratamento por hemodiálise. Metodologia Coleta de amostras Foram selecionadas aleatoriamente seis clínicas de hemodiálise para este estudo considerando os seguintes critérios: clínicas que tiveram resultados insatisfatórios para a análise microbiológica da água segundo os limites da RDC nº 154/2004 (republicada em 2006) durante os anos analisados e que apresentaram a espécie bacteriana Pseudomonas aeruginosa como contaminante da amostra de água em anos consecutivos. As clínicas analisadas neste estudo foram identificadas com letras maiúsculas diferentes. 60 As amostras de água foram coletadas de clínicas de hemodiálise localizadas no Estado do Rio de Janeiro em colaboração com a Coordenação de Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro e a Superintendência de Controle de Zoonoses, Vigilância e Fiscalização Sanitária do Município do Rio de Janeiro, em função da RDC nº 154/2004 (Republicada em 2006). Por ocasião das inspeções, foram coletadas amostras de água provenientes de três pontos do sistema de tratamento da água, que foram: 1) amostras coletadas após o tratamento (pós-osmose reversa); 2) amostras da água utilizada no reprocessamento dos dialisadores (reuso); 3) solução de diálise (dialisato). As amostras de água foram coletadas em frascos estéreis (um volume aproximado de 200 mL). As amostras foram mantidas em temperatura inferior a 10°C e processadas no mesmo dia da coleta. As amostras foram analisadas no período de 2004 a 2008. Métodos para análise de P. aeruginosa O ensaio foi realizado segundo metodologia descrita no Standard Methods for Examination of Water and Waste Water (American Public Health Association, 2005), Farmacopéia Brasileira (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 2005), British Pharmacopoeia (BRITISH PHARMACOPOEIA 2007), The United States Pharmacopoeia (THE UNITED STATES PHARMACOPOEIA 2008), POP INCQS/FIOCRUZ nº. 65.3210.008.rev.09/2008, POP INCQS/FIOCRUZ nº. 65.3210.010.rev.11/2009 e POP INCQS/ FIOCRUZ nº. 65.3210.030.rev.09/2009. Foi utilizado o método de contagem em placa de profundidade (em duplicata), utilizando o meio de cultura ágar caseína-soja (TSA). A amostra foi diluída em caldo caseína-soja (diluição 1:9) inoculando 1 mL da amostra em 9 mL de caldo caseína-soja. Um mililitro da diluição foi adicionado a 20 mL do meio TSA fundido e resfriado a 45-50ºC. Após solidificação, o meio foi incubado a 30-35ºC durante 48 ± 3 horas. A contagem das unidades formadoras de colônias (UFC) foi realizada em placas que continham até 300 UFC. Para a obtenção do resultado expresso em UFC/ mL foi utilizada a seguinte fórmula: N= Onde: (∑ Pi) (∑ Vi) D N = número de UFC/1 g ou 1 mL D = Fator da diluição utilizado ΣPi = Somatório do número de colônias observadas em cada placa ΣVi = Somatório do volume de teste em cada placa A identificação bioquímica foi realizada segundo Murray e colaboradores (2007) e o POP INCQS/FIOCRUZ nº 65.3210.008 rev.09/2008. As bactérias foram identificadas através de testes bioquímicos, tais como: fermentação-oxidação da glicose, mobilidade, presença da oxidase, presença da catalase, crescimento em agar Mac Conkey, utilização de carboidratos e produção de R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 gás, descarboxilação de aminoácidos, crescimento em diferentes concentrações de NaCl, incubação em diferentes temperaturas, detecção do indol, utilização do citrato, VM e VP, utilização da ureia, crescimento em ágar SS, em presença de KCN, detecção de DNAse, detecção de H2S, utilização da fenilalanina, lecitina e amido, ONPG, produção de pigmento, presença de flagelo e outras provas complementares quando necessário. O limite estabelecido pela legislação é de no máximo 200 UFC/mL para a água purificada e até 2000 UFC/mL para o dialisato (RDC nº 154/2004 (Republicada em 2006). Determinação do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos O perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos foi determinado pelo método automatizado VITEK 32 (BioMerieux), utilizando os cartões GNS-655 conforme instruções do fabricante. Os antibióticos utilizados no cartão utilizado foram: amicacina (AN), ampicilina (AM), ampicilina/sulbactam (AMS), aztreonam (AZM), cefepima (FEP), cefotaxima (TAX), cefoxitina (FOX), ceftazidima (TAZ), cefalotina (CF), ciprofloxacina (CIP), gentamicina (GM), imipinem (IMI), meropenem (MEM), piperacilina/tazobactam (TZP), trimetoprima/sulfametaxazol (SXT). As amostras foram repicadas no meio de cultura TSA por 24 horas e o crescimento bacteriano foi utilizado para preparar uma suspensão em salina 0,85% com turvação equivalente a 0,5 da escala de Mac Farland. Uma quantidade de 250 μl desta suspensão foi diluida em 1,8 ml de salina 0,85%. Esta diluição foi utilizada para preencher os cartões GNS-655. O resultado foi obtido após incubação do cartão no equipamento por aproximadamente 10 a 18 horas. Determinação dos perfis de fragmentação do dna cromossômico obtidos pela separação por eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) O DNA cromossômico foi preparado pela técnica de uso in situ, em blocos de agarose, segundo os procedimentos de Teixeira e colaboradores (1997) e Cipriano e colaboradores (2007). Em resumo, uma alíquota de 2 mL do crescimento bacteriano em fase exponencial foi centrifugada a 3.000 g por 10 minutos (epperdorf modelo 5415 C) e as células obtidas foram suspensas em 250 mL de salina estéril. Foi adicionada a suspensão de células, 250 mL de agarose (low melting, NuSieve, BMA) a 2% em salina 0,85% a 50°C. A mistura foi homogeneizada e distribuída em moldes. Os blocos foram então transferidos para tubos contendo 4 mL de solução de lise (NaCl 1 M; TRIS-HCl 6 mM pH 7,6; EDTA 100 mM pH 8,0; BRIJ-58 0,5 %; desoxicolato 0,2 %; sarcosina 0,5 % e lisozima 1 mg/mL) e incubados a 37°C durante 18 a 24 horas. Em seguida, o tampão de lise foi substituído pelo tampão ESP (EDTA 0,5 M pH 8,0; sarcosina 1 %) contendo 0,1 mg/mL de proteinase K (Sigma) e os blocos incubados por 24 horas a 50°C. Os blocos foram lavados 10 vezes com tampão TE (TRIS-HCI l0 mM pH 8,0; EDTA 0.1 mM pH 8,0) a 37°C e então incubados com 10 U da enzima de restrição SpeI (Invitrogen) diluída em tampão específico conforme instruções do fabricante por 24 h a 37°C. Os blocos foram fundidos a 68-70ºC e aplicados no gel de agarose (NA, Amersham) a 1,0% preparado em tampão TBE (TRIS 44,5 mM; ácido bórico 44,5 mM; EDTA 1 mM pH final 8,3). R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 Um padrão contendo fragmentos de DNA com pesos moleculares conhecidos foi aplicado em um dos orifícios do gel para a avaliação do tamanho dos fragmentos de DNA. Os fragmentos de DNA foram separados em um sistema de eletroforese em gel de campo pulsado, CHEF-DR III (Bio-Rad, Richmond, USA), utilizando as seguintes condições: tempo de pulso crescente de 5 a 35 segundos por 24 horas a 6 V/cm, na temperatura de 12ºC. Após a eletroforese os géis foram corados com solução de brometo de etídio (0,5 mg/mL) e os perfis de restrição foram observados e as imagens registradas no equipamento Gel Logic 100 - Imaging System (KODAK). A análise dos perfis de fragmentação do DNA cromossômico separados em gel de agarose por eletroforese de campo pulsado foi realizada por inspeção visual. As interpretações foram realizadas de acordo com as recomendações de Tenover e colaboradores (1995). As amostras que apresentaram o mesmo perfil eletroforético com diferença de até três bandas foram assinaladas como pertencentes a um único clone e receberam um algarismo em romano. As amostras que apresentaram perfis eletroforéticos com mais de seis bandas de diferença foram consideradas clones diferentes e receberam algarismos romanos diferentes para identificá-los. Ensaio da formação de biofilmes Para a detecção de biofilme foram utilizadas placas para microtitulação de fundo plano, compostas de poliestireno inerte, contendo 96 poços (Nunclon; Nunc InterMed). As amostras bacterianas analisadas foram semeadas por esgotamento em meio TSA (Tripticase Soy Agar) e incubadas por 24 h a 37ºC. Foram incluídas também como controles negativo (CN) e positivo (CP), cepas-padrão de E. coli HB101 e EAEC 042, além da cepa P. aeruginosa ATCC 9027. Após esse período, colônias foram repicadas para tubos contendo 3 ml de TSB (Tripticase Soy Broth) e incubadas overnigth com agitação. Em seguida, foram aplicados 200 μL das culturas bacterianas em cada poço em triplicata. Posteriormente, as placas foram incubadas por 4h a 37ºC para avaliação da produção rápida de biofilme e por 24 h a 37ºC conforme a metodologia seguida. Após a incubação, os conteúdos da placa foram aspirados e os poços foram lavados três vezes com 200 µL de PBS (0.01M, pH 7,2) e a placa foi colocada à temperatura ambiente para secar. Em seguida, 30 µL de solução de cristal violeta 0,5% foram adicionados em cada poço por 10 minutos. Após a coloração do biofilme o corante foi aspirado e os poços foram lavados três vezes com 200 µL de PBS (0.01M, pH 7,2). A placa foi mantida à temperatura ambiente para secar e o corante foi eluído com 200 µL de etanol absoluto por 10 minutos e 150 µL da solução contida em cada um dos poços da placa foram transferidos para outra placa limpa e seca. A densidade ótica do biofilme (DO) foi quantificada utilizando um leitor de ELISA (Bio-Rad, modelo 550), em comprimento de onda de 570 nm e as amostras foram classificadas segundo Stepanovic et al. (2000). Foram realizados quatro experimentos independentes. As amostras foram classificadas em quatro categorias de acordo com a média das DOs relacionada com os resultados obtidos para o controle negativo (E. coli HB101). As categorias foram base- 61 Artigo adas nos seguintes critérios: não aderente (NA), quando a DO ≤ DOCN; fracamente aderente (+) quando a DOCN < DO ≤ 2 x DOCN; moderadamente aderente (++), quando 2 x DOCN< DO ≤ 4 x DOCN ou fortemente aderente (+++), quando 4x DOCN <DO. RESULTADOS Análise de P. aeruginosa Neste estudo foram analisadas 56 amostras de P. aeruginosa provenientes de amostras de água para hemodiálise, coletadas após o tratamento (pós-osmose reversa), de água utilizada no reprocessamento dos dialisadores (reuso) e da solução de diálise (dialisato) (Tabela 1). Perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos Na análise do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos foi observado que todas as 56 amostras de P. aeruginosa apresentaram resistência aos seguintes antibióticos: ampicilina (AM), ampicilina/sulbactam (AMS), cefoxitina (FOX), cefotaxima (TAX), cefalotina (CF). Todas as amostras bacterianas apresentaram sensibilidade aos antimicrobianos: amicacina (AN), aztreonam (AZM), cefepima (FEP), ceftazidima (TAZ), ciprofloxacina (CIP), imipinem (IMI), meropenem (MEM), piperacilina/ tazobactam (TZP). Dezessete (30,36%) amostras bacterianas, todas pertencentes aos perfis eletroforéticos II, II a, III e VIII, apresentaram resistência ao trimetoprima/sulfametaxazol (SXT). Observamos também que todas as amostras (8,93%) dos perfis II e II a apresentaram resistência a gentamicina (GM) além do trimetoprima/sulfametaxazol (SXT). Análise dos perfis de fragmentação do dna cromossômico obtidos pela separação por eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) Um total de 56 amostras de P. aeruginosa provenientes de água de hemodiálise de seis clínicas foi analisado por esta metodologia. Foram observados nove perfis eletroforéticos entre as amostras analisadas. Com exceção dos perfis eletroforéticos, II e II a que apresentaram apenas duas bandas de diferença, os demais perfis apresentaram mais de seis bandas de diferença sendo considerados não relacionados e, portanto, clones dife- rentes. Os perfis II e II a foram considerados como pertencentes ao mesmo clone. Neste estudo foi observado que a maioria das amostras de P. aeruginosa oriundas de uma coleta na mesma data teve o mesmo perfil eletroforético independente do ponto de coleta (pós osmose, reuso e solução de diálise). Apenas as clínicas A e D apresentaram mais de um perfil de PFGE na mesma data de coleta. Na clínica A foi observado que no ano de 2007 (A4/2007, A5/2007, A6/2007) foram encontrados os perfis eletroforéticos II e II a, que pertencem ao mesmo clone, e no ano de 2008 (A7/2008, A8/2008 e A9/2008) foram encontrados os perfis eletroforéticos II a e I (Tabela 1, Figura 1). Na clínica D foi observado que o ano de 2007 (D7/2007, D8/2007 e D9/2007) apresentou os perfis eletroforéticos IV e V (Tabela 1 e Figura 4). O perfil eletroforético I foi encontrado em três clínicas de hemodiálise (A, B e C). Na clínica A foi encontrado no ano de 2005 e novamente em 2008, na clínica B em 2006 e 2008 e na clínica C nos anos de 2005, 2006 e 2007 (Tabela 1, Figuras 1, 2 e 3). Também foi verificada a persistência de outros perfis eletroforéticos nas demais clínicas. O perfil eletroforético III foi encontrado nos anos de 2004 e 2005 na clínica B, o perfil IV em 2005 e 2006 na clínica D, os perfis VI e VII em 2005 e 2006 e em 2007 e 2008, respectivamente, na clínica E, e o perfil VIII em 2005 e 2006 na clínica F (Tabela 1, Figuras 2, 4,5 e 6). Apenas as clínicas C e F apresentaram o mesmo perfil eletroforético em todos os anos analisados (Tabela 1, Figuras 3 e 6). Produção de biofilmes Os resultados sobre a expressão de biofilme pelas cepas de P. aeruginosa oriundas de amostras de água de hemodiálise estão apresentados na Tabela 2. A metodologia foi empregada utilizando amostras de P. aeruginosa de representantes de todos os perfis eletroforéticos. Todas as amostras provenientes de água de hemodiálise analisadas foram classificadas como fortemente aderentes (+++) quando analisadas quanto à produção de biofilme em 4 e em 24 horas. A amostra de P. aeruginosa ATCC 9027 foi utilizada neste estudo e também foi classificada como fortemente aderente. Pouca variação foi observada na DO dos biofilmes de P. aeruginosa quando comparamos o período de tempo (Tabela 2). Tabela 1. Amostras de Pseudomonas aeruginosa provenientes de água de hemodiálise: resultados da análise do perfil de resistência aos antimicrobianos e do perfil de fragmentação do DNA cromossômico obtidos pela separação por eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) 62 Código Origem (Pontos de Coleta) Perfil eletroforético Perfil de resistência aos antimicrobianos a A1/2005 Pós-osmose I AM, AMS, FOX, TAX, CF A2/2005 Reuso I AM, AMS, FOX, TAX, CF A3/2005 Solução de diálise I AM, AMS, FOX, TAX, CF A4/2007 Pós-osmose II AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT, GM A5/2007 Reuso II AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT, GM A6/2007 Solução de diálise II a AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT, GM A7/2008 Pós-osmose II a AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT, GM A8/2008 Reuso II a AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT, GM A9/2008 Solução de diálise I AM, AMS, FOX, TAX, CF R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 B1/2004 a Pós-osmose III AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT B2/2004 Reuso III AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT B3/2004 Solução de diálise III AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT B4/2005 Pós-osmose III AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT B5/2005 Reuso III AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT B6/2005 Solução de diálise III AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT B7/2006 Pós-osmose I AM, AMS, FOX, TAX, CF B8/2006 Reuso I AM, AMS, FOX, TAX, CF AM, AMS, FOX, TAX, CF B9/2006 Solução de diálise I B10/2008 Pós-osmose I AM, AMS, FOX, TAX, CF B11/2008 Reuso I AM, AMS, FOX, TAX, CF B12/2008 Solução de diálise I AM, AMS, FOX, TAX, CF C1/2005 Pós-osmose I AM, AMS, FOX, TAX, CF C2/2005 Reuso I AM, AMS, FOX, TAX, CF C3/2005 Solução de diálise I AM, AMS, FOX, TAX, CF AM, AMS, FOX, TAX, CF C4/2006 Pós-osmose I C5/2006 Reuso I AM, AMS, FOX, TAX, CF C6/2006 Solução de diálise I AM, AMS, FOX, TAX, CF C7/2007 Pós-osmose I AM, AMS, FOX, TAX, CF C8/2007 Reuso I AM, AMS, FOX, TAX, CF C9/2007 Solução de diálise I AM, AMS, FOX, TAX, CF D1/2005 Pós-osmose IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D2/2005 Reuso IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D3/2005 Solução de diálise IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D4/2006 Pós-osmose IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D5/2006 Reuso IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D6/2006 Solução de diálise IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D7/2007 Pós-osmose IV AM, AMS, FOX, TAX, CF D8/2007 Reuso V AM, AMS, FOX, TAX, CF D9/2007 Solução de diálise V AM, AMS, FOX, TAX, CF E1/2005 Pós-osmose VI AM, AMS, FOX, TAX, CF E2/2005 Reuso VI AM, AMS, FOX, TAX, CF E3/2005 Solução de diálise VI AM, AMS, FOX, TAX, CF E4/2006 Reuso VI AM, AMS, FOX, TAX, CF E5/2006 Solução de diálise VI AM, AMS, FOX, TAX, CF E6/2007 Pós-osmose VII AM, AMS, FOX, TAX, CF E7/2007 Reuso VII AM, AMS, FOX, TAX, CF E8/2007 Solução de diálise VII AM, AMS, FOX, TAX, CF E9/2008 Pós-osmose VII AM, AMS, FOX, TAX, CF E10/2008 Reuso VII AM, AMS, FOX, TAX, CF E11/2008 Solução de diálise VII AM, AMS, FOX, TAX, CF F1/2005 Pós-osmose VIII AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT F2/2005 Reuso VIII AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT F3/2005 Solução de diálise VIII AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT F4/2006 Pós-osmose VIII AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT F5/2006 Reuso VIII AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT F6/2006 Solução de diálise VIII AM, AMS, FOX, TAX, CF, SXT AM - ampicilina, AMS - ampicilina/sulbactam, FOX - cefoxitina, TAX - cefotaxime, CF - cephalotina, SXT - trimetoprim/sulfametaxazole, GM - gentamicina. R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 63 Artigo PM 1 2 3 4 5 6 7 8 PM 12345 6789 9 Figura 1. Perfil de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa provenientes da clínica A após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – A1/2004 (perfil de PFGE I), 2 – A2/2004 (perfil de PFGE I), 3 – A3/2004 (perfil de PFGE I), 4 – A4/2007 (perfil de PFGE II), 5 – A5/2007 (perfil de PFGE II), 6 – A6/2007 (perfil de PFGE IIa), 7 – A7/2008 (perfil de PFGE IIa), 8 – A8/2008 (perfil de PFGE IIa), 9 – A9/2008 (perfil de PFGE I) PM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Figura 2. Perfil de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa provenientes da clínica B após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – B2/2004 (perfil de PFGE III), 2 – B3/2004 (perfil de PFGE III), 3 – B5/2005 (perfil de PFGE III), 4 – B6/2005 (perfil de PFGE III), 5 – B8/2006 (perfil de PFGE I), 6 – B9/2006 (perfil de PFGE I), 7 – B10/2008 (perfil de PFGE I), 8 – B11/2008 (perfil de PFGE I), 9 – B12/2008 (perfil de PFGE I) 64 Figura 3. Perfil de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa provenientes da clínica C após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – C1/2005 (perfil de PFGE I), 2 – C2/2005 (perfil de PFGE I), 3 – C3/2005 (perfil de PFGE I), 4 – C4/2006 (perfil de PFGE I), 5 – C5/2006 (perfil de PFGE I), 6 – C6/2006 (perfil de PFGE I), 7 – C7/2007 (perfil de PFGE I), 8 – C8/2007 (perfil de PFGE I), 9 – C9/2007 (perfil de PFGE I) PM 1 23 8 9 PM 1 2 3 4 45 5 6 67 7 8 9 Figura 4. Perfil de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa provenientes da clínica D após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – D1/2005 (perfil de PFGE VI), 2 – D2/2005 (perfil de PFGE VI), 3 – D3/2005 (perfil de PFGE VI), 4 – D4/2006 (perfil de PFGE VI), 5 – D5/2006 (perfil de PFGE VI), 6 – D6/2006 (perfil de PFGE VI), 7 – D7/2007 (perfil de PFGE VI), 8 – D8/2007 (perfil de PFGE V), 9 – D9/2007 (perfil de PFGE V) R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 Tabela 2. Resultados de produção de biofilme de perfis eletroforéticos de amostras de Pseudomonas aeruginosa provenientes de água de hemodiálise Amostra bacteriana Classificação Perfil eletroforético Produção de biofilme 4 horas (média da DO) Produção de biofilme 24 horas (média da DO) E.coli AEAC 042 NA b NR 1,415 1,498 E.coli DH5A NA NR 0,138 0,240 P aeruginosa ATCC 9027 +++ NR 1,921 2,105 A/2005 +++ I 2,028 2,401 A/2007 +++ II 2,297 2,712 A/2008 +++ II a 1,944 2,792 B/2005 +++ III 2,092 2,612 B/2006 +++ I 2,065 2,262 B/2008 +++ I 1,921 2,448 C/2005 +++ I 1,910 2,324 C/2006 +++ I 1,940 2,269 C/2007 +++ I 1,985 2,275 D/2005 +++ IV 2,219 2,519 D/2006 +++ IV 1,997 2,421 D/2007 +++ IV 2,208 2,545 E/2006 +++ VI 2,201 2,750 E/2007 +++ VII 2.369 2,663 E/2008 +++ VII 2,401 2,576 F/2005 +++ VIII 2,434 2,525 F/2006 +++ VIII 2,198 2,512 a c a NR: Não se aplica b NR: Não realizado c +++: fortemente aderente PM PM 1 1 22 3 3 4 4 5 5 6 67 78 89 9 Figura 5. Perfil de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa provenientes da clínica E após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – E1/2005 (perfil de PFGE VI), 2 – E2/2005 (perfil de PFGE VI), 3 – E3/2005 (perfil de PFGE VI), 4 – E4/2006 (perfil de PFGE V), 5 – E5/2006 (perfil de PFGE VI), 6 – E7/2007 (perfil de PFGE VII), 7 – E8/2007 (perfil de PFGE VII), 8 – E10/2008 (perfil de PFGE VII), 9 – E11/2008 (perfil de PFGE VII) R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 PM PM 11 22 3 3 4 4 5 5 6 6 Figura 6. Perfil de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa provenientes da clínica F após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – F1/2005 (perfil de PFGE VIII), 2 – F2/2005 (perfil de PFGE VIII), 3 – F3/2005 (perfil de PFGE VIII), 4 – F4/2006 (perfil de PFGE VIII), 5 – F5/2006 (perfil de PFGE VIII), 6 – F6/2006 (perfil de PFGE VIII) 65 Artigo PM PM 11 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 Figura 7. Perfis de fragmentação do DNA cromossômico de amostras de P. aeruginosa após digestão com a enzima de restrição SpeI. PM – peso molecular (kilobase), lambda PFGE marker (New England Biolabs); 1 – Perfil , 2 – Perfil , 3 – Perfil , 4 – Perfil , 5 – Perfil , 6 – Perfil , 7 – Perfil , 8 – Perfil, 9 – Perfil DISCUSSÃO Os resultados obtidos no INCQS durante no período de 1999 a 2003 mostravam um quadro preocupante, onde o número de análises microbiológicas insatisfatórias estava acima de 64%. Neste período várias orientações sobre aperfeiçoamento do tratamento da água, desinfecção apropriada do sistema das máquinas, observação dos protocolos de reprocessamento dos dialisadores, monitoramento e controle de qualidade em todo sistema foram dadas pelo programa de hemodiálise visando à melhoria contínua para saúde dos pacientes. Os dados relacionados à avaliação microbiológica realizada pelo Programa de Hemodiálise/INCQS também alertaram para a necessidade de determinar um nível de ação que foi sugerido pelo INCQS numa consulta pública. O nível de ação de 50 UFC/mL referente à contagem de bactérias heterotróficas foi incluído na resolução RDC no. 154/2004 (BRASIL, 2004) que substituiu a Portaria no. 82/2000 (BRASIL, 2000). O nível de ação de 50 UFC/mL foi estabelecido pela AAMI e é atualmente recomendado (AAMI, 2001, 2004). O estabelecimento do nível de ação causou mudanças nos procedimentos do tratamento da água utilizada no sistema de hemodiálise e observamos o impacto desta medida na avaliação microbiológica realizada pelo programa de hemodiálise/INCQS. O cumprimento deste limite pelas clínicas de hemodiálise e o monitoramento constante das clínicas de hemodiálise resultaram numa profunda melhoria na qualidade da água de hemodiálise, o que pode ser facilmente constatado com a análise comparativa dos resultados obtidos a partir do ano de 2004, o número de análises insatisfatórias foi consideravelmente reduzido (12,9% em 2006) (Ferreira, 2006). Ferreira (2006) verificou também que a principal espécie bacteriana isolada de amostras de água purificada e dialisato nas clínicas do Estado do Rio de Janeiro era a P. aerugino- 66 sa, como também relatado em outros estudos (ZUNINO et. al., 2002; BOMMER & JABER, 2006; BORGES et al. 2007; MONTANARI et al., 2009). A espécie P. aeruginosa de origem clínica apresenta altas taxas de resistência aos antimicrobianos e geralmente apresentam multirresistência, incluindo importantes antimicrobianos como β-lactâmicos e fluorquinolonas (ROSSOLINI e MANTENGOLI, 2008). Entretanto, ao testar a suscetibilidade das amostras de P. aeruginosa provenientes de amostras de água de hemodiálise deste estudo frente aos antimicrobianos utilizados no cartão GNS-650 (VITEK/BioMérieux), observamos que nenhuma amostra mostrou resistência aos antimicrobianos utilizados na prática clínica, tais como os aminoglicosídeos, fluorquinolonas, carbapenemas e β-lactâmicos antipseudomonas. Obervamos em todas as amostras analizadas a resistência aos antimicrobianos dos quais a espécie bacteriana em questão apresenta resistência intrínseca. Apenas três perfis eletroforéticos (II, III e VIII) apresentaram resistência à gentamicina e/ou ao sulfametaxazol e trimetoprima, mostrando que as amostras de P. aeruginosa analisadas apresentaram pouca resistência aos antimicrobianos. Este fato pode ser explicado devido à origem das amostras de P. aeruginosa que estão presentes no ambiente e têm acesso ao sistema de purificação da água onde não há pressão seletiva das drogas antimicrobianas, como acontece com as amostras oriundas de pacientes hospitalizados. Recentemente, um estudo, realizado em uma unidade de terapia substitutiva em um hospital do Brasil, no Paraná, verificou que as amostras de P. aeruginosa isoladas de água de hemodiálise apresentaram resistência alta ao cloranfenicol (12/15 amostras) e algumas amostras apresentaram resistência aos antimicrobianos: cefepime (6/15), ceftazidima (3/15), gentamicina (5/15), imipinem (6/15) (BORGES et al., 2007). Neste trabalho, 12 das 15 amostras de P. aeruginosa foram isoladas de dialisato, entretanto, não foi descrito o que foi considerado como dialisato. Na legislação brasileira há um equívoco relacionado a este termo (BRASIL, 2004). Se a coleta foi realizada após contato com o paciente, estas amostras não representam as amostras do sistema de água, o que explica a presença de resistência aos antimicrobianos. A contaminação bacteriana no sistema de tratamento e distribuição de água de hemodiálise pode levar à formação de biofilmes e a presença destes representa um grande risco para a qualidade da água para hemodiálise por causa da persistência em diferentes pontos do sistema, da contínua liberação de bactérias e de seus componentes celulares e o desenvolvimento de resistência aos procedimentos de desinfecção (SMEETS et al., 2003; CAPPELLI et al., 2005). Vários estudos mostram a formação destas estruturas no sistema de tratamento de água para hemodiálise (MAN et al., 1998; CAPPELLI et al., 2003). Nós verificamos que todas as amostras analisadas eram fortemente produtoras de biofilme segundo a metodologia utilizada. No estudo de Borges e colaboradores (2007), que utilizou a mesma metodologia de detecção de biofilme em amostras de P. aeruginosa oriundas de água de hemodiálise e de “dialisato”, foram verificadas amostras classificadas como produtoras fortes, moR evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 deradas ou fracas. Bernardo (2009) utilizou a mesma metodologia para avaliar a produção de biofilme em água mineral e encontrou 52,9% de amostras produtoras fortes, 41,2% de amostras produtoras moderadas e 5,9% de amostras produtoras fracas. Outros estudos realizados com P. aeruginosa de origem clínica também mostram esta variação na classificação, entretanto, diferem nas metodologias de detecção (FONSECA et al., 2004; FONSECA et al., 2007). Contudo, não há outros estudos sobre a detecção de biofilme nesta espécie bacteriana provenientes de água e não há uma metodologia padronizada para a detecção da produção de biofilme em placas de poliestireno. Recentemente, um estudo (PEETERS, NELIS e COENYE, 2008) foi realizado comparando os métodos de quantificação da produção de biofilme utilizando placas de poliestireno, porém na literatura as metodologias empregadas ainda não seguem as recomendações sugeridas. Cappelli e colaboradores (2005) afirmam que não há como avaliar a extensão e incidência da formação de biofilmes num sistema de tratamento de água para hemodiálise uma vez que não há um método de detecção in vivo para verificar a sua erradicação e as condições experimentais in vitro não representam as condições reais do sistema. Estes autores afirmam também que uma vez que o biofilme é formado, este passa a ser mais resistente aos métodos convencionais da desinfecção e que todos os esforços devem ser feitos para impedir a contaminação bacteriana e a colonização a fim impedir complicações inflamatórias em pacientes de hemodiálise. Nosso estudo sugere que as amostras oriundas de água de hemodiálise apresentam um grande potencial de produção de biofilme nas condições em que foram realizados os experimentos in vitro. Entretanto, podemos sugerir que a determinação da diversidade genética das amostras bacterianas oriundas de água de hemodiálise seja um instrumento adicional para avaliar o sistema de purificação de água das clínicas de hemodiálise, uma vez que a metodologia empregada pode indicar a persistência de clones, que sugere a presença de biofilmes, que não estão sendo efetivamente eliminados por procedimentos de desinfecção. R eferências AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ed. Washington, D.C.,2005. ANDERSSON, S. et al. Biofilm formation and interactions of bacterial strains found in wastewater treatment systems. FEMS Microbiology Letters, v. 283, n. 1, p. 83-90, 2008. ARIZONO, K.; NOMURA, K.; MOTOYAMA, T.; TAKESHITA, H.; FUKUI, H. Use of ultrapure dialysate in reduction of chronic inflammation during hemodialysis. Blood Purification, v. 22, suppl. 2, p. 26-29, 2004. ASSOCIATION FOR THE ADVANCEMENT OF MEDICAL INSTRUMENTATION. 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SP Informações: www.abnt.org.br/exponorma CPhI South America Data: 6 a 8 de agosto Local: Expo Center Norte. São Paulo. SP Informações: www.cphi-sa.com.br/cphi/ Curso: Como interpretar uma FISPQ de acordo com a Norma NBR 14.725.4 e com o Programa GHS Data: 08 de agosto Local: São Paulo. SP Realização: Isolab Treinamentos Ltda. Informações: (11) 3721-3245 / [email protected] / www. isolabcursos.com.br 23º Congresso e Exposição Mundial de Mineração - Mapeando o futuro: Avanços em Engenharia de Minas Data: 11 a 15 de agosto Local: Montreal, Canadá Informações: www.wmc-expo2013.org 22nd International Federation of Societies of Cosmetic Chemists Conference (IFSCC) Data: 30 de outubro a 1 de novembro Local: Windsor Barra Hotel. Rio de Janeiro. RJ Informações: www.ifscc2013.com Curso: Resíduos de laboratórios, como segregar, armazenar e destinar corretamente Data: 21 de novembro Local: São Paulo. SP Realização: Isolab Treinamentos Ltda. Informações: (11) 3721-3245 / [email protected] 7º Congresso Brasileiro de Metrologia Data: 24 a 27 de novembro Local: Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto. MG Realização: Sociedade Brasileira de Metrologia Informações: http://www.metrologia2013.ufop.br/ Cursos e Eventos da Sociedade Brasileira de Metrologia Data Curso Valor 9 e 10 de julho Calibração de Transdutores/Transmissores de Pressão Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 Assoc. R$ 499,91 / Não Assoc. R$ 599,89 22 de julho Tratamento de Não-Conformidades 24 e 25 de julho Calibração de Instrumentos Dimensionais - Paquímetros Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 31 de julho, 1 e 2 de agosto Estimativa da Incerteza de Medição para Laboratórios de Ensaios e de Calibração Assoc. R$ 1036,99 / Não Assoc. R$ 1244,38 6 e 7 de agosto Calibração de Manômetros, Vacuômetros Digitais e Analógicos Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 9 de agosto ISSO 50001 (Parceria Eletrobrás) Assoc. R$ 550,73 / Não Assoc. R$ 660,88 12 e 13 de agosto Sistema de Gestão para Laboratórios Clínicos segundo a Norma NBR NM 15.189:2008 Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 14 de agosto Controle de Instrumentos e Analise Crítica de Certificados de Calibração Assoc. R$ 499,91 / Não Assoc. R$ 599,89 19 e 20 de agosto Garantia da Qualidade para Ensaios Microbiológicos Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 26 e 27 de agosto Auditoria Interna Assoc. R$ 768,4 / Não Assoc. R$ 922,14 29 e 30 de agosto Sistema de Gestão NBR ISO/IEC 22000 Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 3, 4 e 5 de setembro Cálculo de Incerteza de Medição em Ensaios Químicos conforme Guia Eurachem/CITAC Assoc. R$ 1036,99 / Não Assoc. R$ 1244,38 9 a 13 de setembro Segurança no Trabalho com Eletricidade (Parceria ACS Treinamentos) Assoc. R$ 450,00 / Não Assoc. R$ 500,00 24 e 25 de setembro MSA - Análise do Sistema de Medição Assoc. R$ 768,45 /Não Assoc. R$ 922,14 30 de setembro Confiabilidade Metrológica Assoc. R$ 499,91/ Não Assoc. R$ 599,89 8 e 9 de outubro Calibração de Instrumentos de Medição área de Eletricidade Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 14 e 15 de outubro Gerenciamento de Resíduos Sólidos Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 28 e 29 de outubro Estatística Aplicada à Incerteza de Medição Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 4 de novembro Técnicas de Coleta e Preservação de Amostras Ambientais Assoc. R$ 499,91 / Não Assoc. R$ 599,89 12 e 13 de novembro Calibração de Instrumentos área de MASSA Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 18 e 19 de novembro Estimativa da Incerteza para Ensaios Microbiológicos Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 2 e 3 de dezembro Validação de Métodos - Ênfase em Ensaios Microbiológicos Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 11 e 12 de dezembro Calibração de Instrumentos Dimensionais - Micrômetro Assoc. R$ 768,45 / Não Assoc. R$ 922,14 Informações: (21) 2532-7373 / www.metrologia.org.br R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 71 Artigo Desidratação do Metanol para Dimetil Éter em Reações Catalíticas Utilizando a Liga Quasicristalina Al62,2Cu25,3Fe12,5 Dehydration of Methanol to Dimethyl Ether in Catalytic Reaction Using the Alloy Quasicrystalline Al62,2Cu25,3Fe12,5 RESUMO O éter dimetílico (DME) tem sido considerado uma alternativa energética e promissora para derivados de petróleo, devido às suas boas características de combustão e ao seu elevado número de cetana, que é superior ao do diesel por ser mais limpo. O DME pode ser produzido por reação de desidratação do metanol, utilizando catalisadores sólidos em reações catalíticas. Este estudo mostra uma análise do desempenho da liga quasicristalinas Al62,2Cu25,3Fe12,5 como catalisador para a desidratação de metanol para produzir DME. Os quasicristais Al62,2Cu25,3Fe12,5 são estáveis em alta temperatura, possuem baixa condutividade térmica e natureza frágil, que permitem que sejam esmagados eficientemente. O catalisador de quasicristal revelou ser adequado para a desidratação de metanol para DME, pois a sua atividade não foi prejudicada pela água. Para esta pesquisa utilizaram-se as seguintes técnicas experimentais: (i) Difratometria de Raios-X (DRX) para acompanhar a evolução das fases da liga; (ii) Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) que permite a análise com grandes aumentos de superfícies irregulares, como superfícies de fratura nos quasicristais; (iii) Microscopia Eletrônica de Transmissão-(MET), que permite a análise de defeitos, discordâncias e fases internas nos núcleos quasicristalinos, além da aplicabilidade dos testes catalíticos para conversão e seletividade do metanol para o éter dimetílico e dos demais produtos formados a partir deste material usado como catalisador. O estudo mostrou um bom desempenho da liga quasicristalinas Al62,2Cu25,3Fe12,5 usada como catalisador na produção de DME. Lourdes Cristina L. Agostinho1 Luciano Nascimento2 Reza Jamshidi Rodbari3 Departamento de Química-DQ/ CCT – Universidade Estadual da Paraíba 2 Departamento de Física-DF/CCEN – Universidade Federal da Paraíba 3 Department of Sociology-DS / Islamic Azad University Central Tehran Branch (IAUCTB) 1 Correspondências: Lourdes Cristina L. Agostinho [email protected] Palavras-chave: Quasicristais, éter dimetílico (DME), desidratação do metanol ABSTRACT The dimethyl ether (DME) has been considered a promising alternative energy source for oil due to its good burning characteristics and its high number of cetana, which is high to diesel fuel to be cleaner. The DME may be produced by reaction of dehydration of methanol, using solid catalysts in catalytic reactions. This study shows an analysis of quasicrystalline alloy Al62,2Cu25,3Fe12,5 as a catalyst for dehydrating methanol to produce DME. The quasicrystals Al62,2Cu25,3Fe12,5 are stable at high temperature, have low thermal conductivity and the fragile nature, which allow effectively be crushed. The catalyst of quasicrystal proved to be suitable for the dehydration of methanol to DME, because its activity was not affected by water. For this research used the following experimental techniques such as (i) X-ray diffraction (XRD) to follow the evolution of the alloy phase, (ii), Scanning Electron Microscopy (SEM) allows the analysis with large increases in irregular surfaces as fracture surfaces in quasicrystals, (iii) Transmission Electron Microscopy-(MET), allows the analysis of defects, dislocations and internal nuclei quasicrystalline phases, and the applicability of tests for catalytic conversion and selectivity of methanol to dimethyl ether and other products formed from this material used as catalyst. The study showed a good performance of quasicrystalline alloy Al62,2Cu25,3Fe12,5 used as a catalyst in the production of DME. Keywords: Quasicrystal, dimethyl ether (DME), dehydration of methanol 72 R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 INTRODUÇÃO O dimetil éter ou éter metílico (DME) tem atraído uma vasta atenção mundial em função do seu potencial como uma alternativa em substituição ao diesel. A utilização de DME em motores a diesel provoca baixas emissões de partículas de fuligem e de NOX que é um termo genérico para mono-óxidos de nitrogênio NO e NO2 (óxido nítrico e dióxido de nitrogênio) (LIMA NETO et al., 2008). Devido a estes benefícios em relação ao meio ambiente, a produção de DME vem sendo investigada por diversas empresas, centros de pesquisas e universidades de vários países do mundo. O dimetil éter nas condições ambientais, ou seja, a um atm (1atm) e numa temperatura de 25°C, apresenta-se em estado gasoso. Quando é submetido a pressões mais elevadas ou a temperaturas mais baixas, liquefaz-se facilmente à semelhança do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) (OGAWA et al., 2003). O DME é geralmente produzido quando o metanol é desidratado, de acordo com a seguinte reação química (XU et al., 1997): 2CH3OH → CH3OCH3 + H2O (∆G = - 12,1 kcal.mol-1, 25ºC) (1) onde ∆G indica a energia livre padrão de Gibss dado em kcal/mol. Com vista, na obtenção de catalisadores quimicamente verdes, e com maior estabilidade nas reações catalíticas, estudos vêm sendo realizados com o propósito de modificação e/ou na formulação de sólidos cristalinos, amorfos, zeólitas ou quasicristalinos. A utilização das ligas quasicristalinas AlPdMn e AlCuFe está sendo aplicada em reações catalíticas. Isto se deve às suas fases de equilíbrio serem estáveis até em altas temperaturas. Os quasicristais encontram-se numa posição entre o cristal e o amorfo, pelo fato de estar no seu ordenamento quasiperiódico, densamente configurados pelos picos de Bragg com simetria não cristalográfica e refletem um longo alcance na ordem translacional. O sólido quasicristalino vem atraindo considerável interesse em pesquisa científica devido às suas propriedades estruturais, eletrônicas e magnéticas e químicas. Em geral, os quasicristais são bons isolantes elétricos e térmicos, são muito duros, resistentes à fricção e ao desgaste, e alguns são bons armazenadores de hidrogênio (NASCIMENTO et al., 2012). Os quasicristais foram usados em reações catalíticas em reforma vapor para obtenção de metanol. Logo, nesta reação não há apenas o metanol, mas formação de produtos metalorgânicos como, por exemplo, o éter dimetílico (DME). Este trabalho mostra a potencialidade da liga quasicristalina (Al62,2Cu25,3Fe12,5) em reações catalíticas e sua aplicabilidade promissora para obtenção do dimetil éter (DME) a partir da desidratação do metanol. TEORIA Síntese de desidratação de metanol em DME O éter dimetílico (DME) é obtido a partir do gás de síntese, que é uma mistura de monóxido de carbono e hidroR evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 gênio, originados dos processos de reforma do gás natural, derivados do petróleo ou da gaseificação do carvão ou de biomassa (Bio-DME). Nos processos de obtenção de DME a síntese é correspondente por duas funções catalíticas distintas; ou seja, por hidrogenante e/ou desidratante (ERDENER et al., 2011). A primeira função baseia-se na obtenção inicial de metanol formando o gás de síntese. A outra função está ligada na formação do DME a partir da condensação de duas moléculas de metanol. Nesses dois processos de obtenção do DME, as reações ocorrem na presença de um catalisador que pode ser sólido metálico, amorfo, cristalino, semicondutor, zeolítico e quasicristalino. As principais reações envolvidas na síntese de DME se constituem na combinação de uma reação limitada pelo equilíbrio da síntese do metanol e por uma reação não limitada pelo equilíbrio da desidratação de metanol sobre um catalisador (SUN et al., 2003). Representação das reações de síntese de metanol e a desidratação do metanol além da reação água-gás (WGS) (SHEN et al., 2000): 4H2 + 2CO → 2 CH3OH (2) em que o valor da entalpia é de ∆H = - 43,2 kcal.mol-1 2 CH3OH → CH3OCH3 + H2O (3) onde o valor da entalpia é ∆H = - 5,6 kcal.mol-1 CO + H2O → H2 + CO2 (4) sendo o valor da entalpia ∆H = - 9,8 kcal.mol-1 A reação global é: 3H2 + 3CO → CH3OCH3 + CO3 (5) onde o valor da sua entalpia é ∆H = - 58,6 kcal.mol-1, onde o produto de cada reação é o reagente da reação acima dada pela equação (5). O hidrogênio formado na reação é o reagente para a síntese do metanol. Isto permite as altas conversões do gás de síntese na reação global que é representada na equação 5. Convém salientar que a combinação destas reações resulta num efeito sinérgico que facilita não somente a termodinâmica da síntese do metanol, como sua reação de deslocamento associada à água-gás que é realizada normalmente ao longo do catalisador sólido que suporta altas temperaturas em torno de 500°C (LENARDA et al., 2007). Desidratação de metanol para o DME na reação catalítica dos quasicristais Os quasicristais na sua composição química possuem os metais de transição e devido a este fator apresentam uma alta atividade e boa estabilidade em reações catalíticas, principalmente numa reação de reforma vapor; sendo este metal suportado ou deve possuir uma estrutura bem definida. É necessário levar em consideração que na dispersão da fase ativa os estados de oxidação dos íons metálicos definem o caráter d (subnível eletrônico) e o raio atômico (NASCIMENTO, 2009). Esses fatores possuem grande influência na seletividade e atividade dos catalisadores. A obtenção do dimetil éter (DME) no catalisador de quasicristal Al62,2Cu25,5Fe12,3 é produzido por desidratação catalítica do metanol. Consequentemente, deve-se a uma reação de 73 Artigo oxidação do metanol, dessa forma, originam-se outros produtos, tais como: metanal+ácido metanoico (H2CO + CH2O2), DME e produtos intermediários. No que diz respeito à formação de DME na desidratação de metanol, foram propostos diversos mecanismos, onde a reação de metanol ocorre em sítios ácidos de Brønsted e nos seus locais de base de Lewis adjacentes, com formação de duas espécies de superfície [CH3·OH2]+ e [CH3O]- que por condensação dá DME e água. O catalisador de quasicristal demonstrou uma eficiência para esta reação de metanol na obtenção DME devido ao fato de ser ativo e estável em temperaturas mais elevadas, onde ocorre uma boa seletividade e também uma boa taxa de conversão de metanol. A vantagem da utilização desse catalisador foi que não houve o bloqueamento dos sítios ativos locais no começo da reação na água no estado gasoso. Dessa forma, não há preocupação da diminuição com a atividade catalítica, antes de a reação atingir o equilíbrio. Consequentemente, proporciona assim uma melhor seletividade dos produtos da reação, devido a uma menor formação de sítios ácidos fortes e a um aumento da acidez dos sítios ácidos fracos. A Figura 1 ilustra a reação de desidratação do metanol no catalisador de quasicristal. H2CO + CH2O2 H2O CH3OH CH3OCH3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL Outros produtos Desidratação do Metanol Outros produtos Figura 1. Fluxograma da reação da desidratação do metanol em dimetil éter a partir de um catalisador de quasicristal (Al62,2Cu25,5Fe12,3) A utilização do catalisador de quasicristal (Al62,2Cu25,3Fe12,5) na produção do dimetil éter (C2H6O) mostra que o radical metoxilo (–O–CH3) é adsorvido em todos sítios de adsorção na superfície do cobre (Cu) na liga quasicristalina (Al62,2Cu Fe12,5), uma vez que apresenta camada de valência nos 25,3 subníveis 3d e os 4s e 4p que influenciam efetivamente os sítios catalíticos do catalisador (AGOSTINHO et al., 2008). No processo da produção do DME nesta síntese desidratação do metanol na liga quasicristalina, em relação ao cobre, é importante dizer que o radical metoxilo é adsorvido na superfície do mesmo e, de fato, a parte da produção do metanol vem da interação do cobre na superfície com subtrato da reação. 74 Vale salientar que o cobre tem uma tendência à oxidação com o oxigênio presente na superfície do catalisador, formando os compostos CuO (oxido de cobre) ou para Cu(OH)2 (hidróxido de cobre) (NASCIMENTO et al., 2009). Há possibilidade do cobre formar um complexo com a magnetita (Fe3O4); ou seja, a ferrita de cobre (CuFe2O4), bem como o óxido de ferro (II) (FeO), é formada na reação produzindo a delafossita (CuFeO2) ou Cu1+Fe3+O2 que possui ótimas propriedades elétricas para condução metálica (ESTRELLA et al., 2009). Com relação ao alumínio, este se associa com o cobre e o oxigênio formando a delafossita CuAlO2 (p-tipo de condução elétrica) que são um dos elementos da liga quasicristalina. O seu comportamento na superfície mostrou a formação de um filme fino chamado de camada apassivadora - esta camada inicial de óxido surge numa faixa de temperatura de 670ºC (NASCIMENTO et al., 2008). O alumínio (Al) da liga quasicristalina Al62,2Cu 25,3Fe12,5 na desidratação do metanol em DME é descrito neste processo de reação catalítica que exerce a função ácida que catalisa a hidrólise de DME para MeOH (CH3OH). O alumínio na superfície do quasicristal forma o hidróxido de alumínio (AlOH) e estes aglomerados juntamente com os elementos da reação (hidrogênio, oxigênio e carbono) formam arranjos de ligações do tipo cluster, representando o sítio ácido do quasicristal. A reação de uma molécula de metanol que é inicialmente adsorvida no sítio local do quasicristal, em seguida é desidratada, deixando um grupo metilo ligado ao oxigênio da estrutura quasicristalina deste arranjo. Preparação da liga precursora quasicristalina (Al62,2Cu 25,5Fe12,3) Na preparação da liga precursora para ser aplicada como catalisador foi utilizado o sistema ternário Al62,2Cu25,5Fe12,3. Os pós com composição nominal Al62,2Cu25,5Fe12,3 foram classificados em termos de sua granulométria e preparados com pureza superior a 99,9%. A liga foi obtida por fusão ao ar dos elementos puros. O forno de indução foi utilizado com atmosfera controlada em Argônio 5.0. Esta liga foi submetida a várias fundições com o propósito de assegurar a dissolução completa dos componentes e ser utilizada como catalisador, e para obter uma boa homogeneização da fase quasicristalina. O preparo das amostras foi realizado no Laboratório de Solidificação Rápida (LSR) da Universidade Federal da Paraíba, UFPB, onde se utilizou um gerador de alta frequência (40 kVA) de fabricação Politron. Para a produção da liga pesaram-se 10g na balança Shimadzu cujo modelo é AY220, com uma precisão de ordem 10-4g. O processo da formação da liga foi através do método de solidificação no forno de soleira fria que gerou liga heterogênea, constituída de uma mistura da fase quasicristalina com a fase cristalina. R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 Testes catalíticos da liga quasicristalina (Al62,2Cu 25,5Fe12,3) Os ensaios catalíticos para a reação de desidratação de metanol em DME sobre as amostras do quasicristal foram realizados em unidade de avaliação catalítica, Modelo TCAT-1, à pressão R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 atmosférica. Cômputo a concentração de metanol no gás de admissão sempre ascendeu a 18,6% (em unidades molares), o restante era uma mistura de Ar, N2 e metanol, geralmente, de argônio (37%) + N2 (18,4%) + metanol (26%). Para a realização dos testes foram pesados 300mg da amostra, a qual foi introduzida em reator U de Vidro Pyrex aquecido em temperatura ambiente até 450°C numa taxa de aquecimento de 20°C.min-1 em atmosfera dinâmica de ar (argônio) com fluxo de 50°C min-1 (ROSAS & PEREZ, 2001). Após atingir a temperatura de 450°C a amostra permaneceu 2 horas nessas condições, a fim de remover a água fisicamente firssorvida. Em seguida, o metanol foi arrastado de um saturador mantendo a temperatura ambiente através de uma linha aquecida a 120°C até o leito catalítico com fluxo de ar de 50mL.min-1. Durante o processo reativo, o leito catalítico foi mantendo a temperatura constante de 450°C através de um controlador de temperatura Coel hw 1500. Os produtos efluentes do reator foram sucessivamente injetados “online’’ por uma válvula de 10 vias em um cromatógrafo a gás Varian CP 3800. Esse equipamento possui com detector de condutividade térmica em intervalos de 15 minutos até alcançar o estado pseudo-estacionário. Os ensaios experimentais foram feitos com seis injeções consecutivas em intervalos de 15 minutos, perfazendo um total de 90 minutos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Difratograma de Raios-X Os espectros de Difratometria de Raios-X da amostra da liga quasicristalina com estequiometria Al62,2Cu25,5Fe12,3 são ilustrados nas Figuras 2 e 3, respectivamente para tratamentos térmicos de 8 horas e 24 horas. Essa fase mostra claramente como o tamanho dos grãos dos quasicristais é crítico para dar início à transformação já existente. Nesses picos, podem ser visualizadas a fase icosaedral quasicristalina (i) e a fase cristalina (β) de composição Al50-x(Cu, Fe)50+x (CHEUNG et al., 2001). 800 i 700 i 600 Intensidade (u.a) Com vista no aumento da proporção da fase quasicristalina na amostra, foi necessário o tratamento térmico, de modo a favorecer a transformação peritética das fases. Esse tratamento térmico foi feito usando um forno de resistência da marca Nabertherm, onde se manteve as amostras durante o período de 8h e 24h, respectivamente, numa temperatura de 750°C. O próximo passo foi submeter as amostras no forno de indução mediante o usando de cadinhos de Caberto de Silício (SiC), numa atmosfera raro-efeito de argônio. O aquecimento das amostras foi realizado numa taxa de 30°C min-1. Tendo em vista evitar ocorrências de formação de óxidos, sulfetos ou outro composto sobre o material metálico, já que em temperaturas elevadas onde o decréscimo de energia livre é menor, a reação é mais favorecida cineticamente e a velocidade de oxidação é consideravelmente maior. Para fins de estudo e o quasicristal Al62,2Cu 25,5Fe12,3 ter sua aplicabilidade nas reações catalíticas, e para não haver ou diminuição da oxidação no processo da formação da liga, as amostras foram encapsuladas em um tubo de quartzo sob vácuo contínuo durante todo tratamento térmico. A Difratometria de Raios–X (DRX) foi utilizada para acompanhar a evolução das fases e estabilidade das amostras durante a fundição. Utilizou-se, para tanto, um difratograma Siemens D5000, sendo empregada a radiação CuKα com comprimento de onda λ =1,5406 Å. Os ensaios foram realizados a temperatura de 298K, tensão de 40Kv, corrente de 30mA, passo de 0,01º, tempo por passo de 3s e ângulo 2θ (2-theta) variando de 20 a 120 graus. A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) foi aplicada na análise da morfologia da superfície do quasicristal tendo sido utilizado um Microscópio Eletrônico de Varredura LEO, Modelo 1430, acoplado a uma Sonda Oxford. As amostras após a fundição e os testes catalíticos foram colocadas em dispersão na solução de álcool isopropílico. A seguir, elas foram colocadas em aparelho ultrassom Dabiatlante – Cabo Ultrassônico 3L, de modo a promover a desaglomeração dos pós que, após esta operação, foram depositados nos portas-amostras para análises no MEV. A Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) da amostra da liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 foi obtida na micrografia de análise de energia dispersiva após o tratamento térmico de 24 horas acoplado com o MEV, onde amostra foi previamente metalizada com uma camada de ouro (espessura média de 12 nm). As análises experimentais realizadas no Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET), em que foi utilizado um modelo Tecnai 20 com tensão entre 20 a 200 kV, 1.9 Å e resolução de ponto 0,2 nm, ajudam a descrever a estrutura e a morfologia das amostras fornecendo informações como: defeitos de superfície, discordâncias e tamanho de partículas. 500 400 β 300 200 i β Ɵ 100 β Ɵ Ɵ Ɵ 0 20 25 30 35 40 45 50 2Ɵ Figura 2. Difratograma de Raios-X (DRX) da amostra Al62,2Cu25,3Fe12,5 tratada termicamente no tempo de 8 horas 75 Artigo 800 i i 700 (cobre e ferro) que compõem a liga quasicristalina. As Figuras 5 e 6, respectivamente, mostram os resultados da análise de microscopia eletrônica de varredura na amostra após a reação catalítica. 600 Intensidade (u.a) 500 400 300 200 i i β i 100 0 20 25 30 35 40 45 50 2Ɵ Figura 3. Difratograma de Raios-X (DRX) da amostra Al62,2Cu25,3Fe12,5 tratada termicamente no tempo de 24 horas Nos difratogramas de raios-X das Figuras 2 e 3 podem ser reconhecidas as fases β-Al0,5Fe0,5,i - fase icosaedral quasicristalina, fases tetragonais θ - AlCu3, θ - CuAl2, identificadas nos picos. Geralmente a fase (β) coexiste com a fase quasicristalina quando o processo de obtenção não fornece as condições termodinâmicas para a liga se tornar completamente quasicristalina (WEISBECKER et al., 2005). Dessa forma é formada a fase icosaédrica. Quando se comparam as Figuras 2 e 3, observa-se que os picos da fase (β) sofrem um deslocamento para a esquerda. Quando o tratamento térmico atinge 24 horas, a liga quasicristalina se torna homogênea, sendo praticamente monofásica; ou seja, esse período é suficiente para garantir a saturação da amostra. A técnica de Difratograma de Raios-X permite caracterizar a pureza da fase chamada de “bulks’’ (massa). Os espectros estão de acordo com ROSAS e PEREZ (2001), que definiu essa fase como uma solução sólida controladora da formação da fase quasicristalina. Microscopia Eletrônica de Varredura e EDS As Figuras 4a e 4b, 5 e 6, respectivamente, mostram os resultados da amostra de Microscopia Eletrônica de Varredura nas amostras da liga quasicristalina de composição Al62,2Cu25,3Fe12,5 antes da reação catalítica e após as amostras serem submetidas à catálise. A Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e a Espectroscopia Dispersiva de Energia (EDS) aplicadas nas amostras do tipo Al62,2Cu25,3 Fe12,5 produziram as Figuras 4a e 4b, respectivamente, para um tratamento térmico de 24 horas. A microestrutura da amostra da liga quasicristalina na fase icosaedral ilustrada na Figura 4a mostra uma boa uniformidade geométrica, que é resultante de fraturas de clivagem, um pouco áspera, de simetria icosaedral, porém contendo alguma porosidade. Na superfície pode-se ver grãos quasicristalinos na forma de poliedros dodecaedrais. Na Figura 4b observa-se no espectro de análise elementar do EDS uma maior predominância de alumínio (Al) em relação aos demais elementos 76 Figura 4a. Imagem da formação do quasicristal Al62,2Cu25,3Fe12,5 mostrando a fase icosaedral, em 24 horas AI 12000 Cu Fe C o u n t s 0 CO 0,000 Au Au Fe keV 10,240 Figura 4b. Análise elementar do EDS da liga quasicristalina Al62,2Cu25,3Fe12,5 mostrando a fase icosaedral após o tratamento térmico em 24 horas Figura 5. Liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 com 8 horas de tratamento térmico e submetida a uma reação catalítica R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 Figura 6. Liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 com 24 horas de tratamento térmico e submetida a uma reação catalítica A microestrutura da amostra da liga quasicristalina ilustrada na Figura 5 (com tratamento térmico de 8 horas e com reação catalítica) formou nódulos na superfície do catalisador devido à formação de uma camada de óxido não homogênea de θ-Al2O3. Essa camada penetrou na superfície da liga Al62,2Cu25,3Fe12,5 e permitiu a formação de α-Al2O3. Dessa forma, ficou evidenciada uma morfologia superficial de nódulos que contêm cerca de 5% de Cu. Nesta figura, observa-se uma decomposição da fase quasicristalina em cristalina com uma forte presença da fase intermetálica, devido ao aumento da temperatura na reação de catálise. A Figura 6 mostra a morfologia de superfície típica de uma amostra que passou pelo processo de tratamento térmico de 24 horas e por uma reação catalítica. Esta reação ocorreu em temperatura acima de 400ºC e foi formado inicialmente sobre toda a superfície do quasicristal Al62,2Cu25,3Fe12,5 um revestimento de óxido amorfo. Este processo se deve a uma nucleação e crescimento de cristalitos de óxido na fase γ-Al2O3 distribuídos aleatoriamente na interface entre óxido de cristalino e o amorfo do metal. Este crescimento é alimentado por difusão, para a interface metal/óxido. O oxigênio atômico da camada amorfa é gerado através das fendas na camada amorfa. Naturalmente, ocorreu a redução na fase quasicristalina e uma oxidação na fase intermetálica, que por sua vez atuou como núcleos ou sítios catalíticos na superfície do quasicristal. Microscopia Eletrônica de Transmissão Devido à existência da fase quasicristalina icosaedral (fase cristalina e da fase intermetálica) foi feita a análise de caracterização estrutural utilizando a Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM). A Figura 7 apresenta a liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 investigada com o tratamento térmico de 24 horas a 750°C. Na Figura 8 observa-se a microestrutura da liga quasicristalina após o tratamento térmico e após ter sido submetida a uma reação catalítica. Ambas as Figuras 7 e 8 ilustram, através da Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), que é possível visualizar a morfologia da aglomerados de partículas numa faixa de 8.10-1nm a 20nm após a reação catalítica. R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 Figura 7. Imagem de Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) da liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 com tratamento térmico de 24 horas Figura 8. Imagem de Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) da liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 após uma reação catalítica Nas Figuras 7 e 8 observa-se uma imagem de campos claros onde ocorrem várias morfologias da fase. A natureza das partículas metálicas foi confirmada por EDS, apresentando localização preferencial de acordo com o metal. No caso do Cu, as partículas metálicas situam-se principalmente nas bordas. Esta região onde se encontram cristais maiores de cobre indica um enriquecimento na camada do catalisador de quasicristal Al62,2Cu25,3Fe12,5, ou seja, uma sinterização das partículas do Cu no desenvolvimento da reação catalítica. Pesquisas realizadas por FAUNGNAWAKIJ et al. (2007) relataram que a adição de Fe para Cu/ZnO/Al2O3 contribui significativamente para conduzir à formação de partículas 77 Artigo altamente dispersas de Cu. FANG et al. (2010) relataram que a adição de FeOx para Cu/Al2O3 conduz à formação de Cu altamente dispersa. Com relação ao ferro (Fe), é importante salientar seu efeito benéfico em termos de desempenho catalítico através da interação entre Cu e óxido de ferro (FeO). A interação entre Cu e Fe, como também seus óxidos em catalisadores do tipo (CuFe)-Cu/FeOx ou suportadas, neste caso aumenta a atividade catalítica e a sua estabilidade térmica (CHEN & LEE, 1992). Outras pesquisas mostraram uma relação de orientação única de Cu para Fe3O4, na qual o Cu tomou a mesma direção em Fe3O4 reduzindo numa ferrita do tipo CuFe2O4 (delafossita) (KRISHNAN et al., 2007). Neste caso, suas propriedades magnéticas e elétricas são funções não apenas de seus raios iônicos e valência, mas também das propriedades químicas, morfológicas, estequiométricas e tamanhos de partícula que facilita as propriedades catalíticas nas reações químicas. Segundo BERGSTEIN (1968) relatou, a rede correspondente na interface entre Cu e Fe3O4 em CuFe2O4 (delafossita), na forma reduzida, facilita o surgimento de novas fases metálicas. LINDSTROM et al. (2001) relataram que a interação direta entre as espécies de Cu e aglomerados de óxido de Fe poderia formar novas espécies para inibir a sinterização e aumentar a atividade catalítica. Em resumo, a reação de desidratação do metanol na superfície do Cobre (Cu) origina a formação de DME e de outros produtos intermediários. Avaliação dos Processos Catalíticos Os resultados obtidos da avaliação da atividade catalítica na reação de desidratação do metanol em DME, conforme a Tabela 1, representam a seletividade do dimetil éter e os demais produtos obtidos na reação e a Tabela 2 mostra conversão do metanol na reação de desidratação em dimetil éter. O catalisador da liga quasicristalina Al62,2Cu25,5 Fe12 obteve o desempenho esperado. A síntese do metanol para DME atinge um nível bem satisfatório e elevado da seletividade e uma boa taxa de conversão do metanol. A partir dos resultados das tabelas foi construído o gráfico da Figura 9 com as curvas da seletividade (%) em função do tempo (minutos). Essas curvas no gráfico permitem observar alguns comportamentos dos produtos desta reação. A curva da água permaneceu constante, mostrando que não houve nenhum aumento da água durante a reação de vapor. Geralmente a água numa reação de reforma a vapor e na presencia γ-Al2O3 tem uma tendência preferencial de ser adsorvida na superfície invés do metanol (CH3OH), com isso ocorre uma redução na atividade do metanol. Todavia, neste caso do catalisador de quasicristal Al62,2Cu25,5Fe12,3 não houve nenhuma diminuição do metanol (CH3OH), pelo contrário, houve um aumento na sua conversão (AGOSTINHO, 2009). 78 Tabela 1. Seletividade (%) do dimetil éter e dos demais produtos na reação de desidratação do metanol (CH3OH) em função do tempo de injeção (min.) t (min.) 15 30 45 60 75 90 CH3OCH3 (%) 25,87 22,88 21,1 20,13 19,01 18,02 H2CO+CH2O2 (%) 27,86 28 28,15 27,61 27,82 28,29 H2O(%) 19,54 19,56 19,6 19,85 19,93 20,12 CH3OH (%) 26,72 29,56 31,15 32,41 33,25 33,55 Outros produtos (%) 22,18 24,53 26,16 27,22 28,26 28,53 Figura 9. Comportamento catalítico da amostra do quasicristal Al62,2Cu25,5Fe12,3 em função da seletividade (%) dos produtos e tempo em minutos Tabela 2 - Conversão (%) dos produtos intermediários: metanol (CH3OH) e metanal + ácido metanoico (H2CO+CH2O2) da reação catalítica em função do tempo (min.) t (min.) 15 30 45 60 75 90 CH3OCH3 (%) 25,87 22,88 21,1 20,13 19,01 18,02 CH3OH (%) 26,72 29,56 31,15 32,41 33,25 33,55 Figura 10. Conversão (%) do metanol (CH3OH) e (CH3OCH3) da reação catalítica em função do tempo (minutos) A acidez da superfície do catalisador influencia na distribuição dos produtos, bem como na atividade catalítica. Logo, na síntese de desidratação de metanol para DME, a seletividade é R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 um fator importante na conversão do metanol. O éter dimetílico é normalmente formado pela catálise ácida por desidratação do metanol, onde o efeito foi mais significativo em catalisadores que apresentam em média uma fraca distribuição de sítios ácidos, mostrando que a desidratação do metanol ao DME é realizada ao longo de locais de maior atividade nos sítios ácidos. A Figura 9 mostrou a seletividade em função o da conversão do metanol em dimetil éter e a taxa de rendimento em temos da seletividade do éter dimetílico mostrou uma boa porcentagem nesta reação. Devem-se considerar dois fatores importantes, ou seja, (i) a presença de sítios ácidos fracos e a curva da água em todo tempo da reação foi constante contribuindo satisfatoriamente para a seletividade do DME, e (ii) o rendimento da seletividade diminui com o tempo que não foi tão significativo; só que foi decorrente da formação de coque na superfície e da formação de olefinas. O metanal + ácido metanoico (H2CO+CH2O2) apresentou sua curva de seletividade praticamente constante no decorrer dos intervalos de tempo. A análise da curva da porcentagem de seletividade do metanol mostrou um aumento de quase 10% no decorrer dos intervalos de tempo. Este crescimento pode ser atribuído a uma oxidação total do metanol verificado posteriormente na reação de formação do radical metoxi (CH3O) (WU, 2000). Esse radical é considerado o produto intermediário mais estável após a adsorção do metanol na superfície. Na reação em função do aumento de temperatura do metanol (CH3OH) há uma decomposição do formaldeído (H2CO) (YOSHIMURA & TSAI, 2002). Naturalmente, a etapa seguinte ao formaldeído é a produção em grau variável, de monóxido de carbono, CO ou dióxido de carbono (CO2). Em geral as reações ocorreram em etapas sequenciais. Observa-se, na primeira etapa, a reação uma dehidrogenação do metanol. Na etapa subsequente, o hidrogênio liberado pode reagir com o ar, exotermicamente, resultando em uma reação que é essencialmente uma dehidrogenação oxidativa. Convém salientar que o formaldeído foi produzido como um subproduto na reação de desidratação de metanol. Entretanto, o alumínio (Al) presente na liga quasicristalina também fornece alguns sítios para a formação de cerca de formaldeído (TSAI & YOSHIMURA, 2001). Em termos do rendimento de DME, que é avaliada através da multiplicação de conversão de metanol por DME, os resultados obtidos indicaram que o catalisador de quasicristal Al62,2Cu25,5Fe12,3 além de possuir boa estabilidade na reação catalítica pode ser aplicado na reação de desidratação de metanol, dando um bom rendimentos de DME. CONCLUSÕES As principais conclusões da pesquisa são as seguintes: 1. A liga quasicristalina Al62,2Cu25,5Fe12,3 usada nos experimentos é termodinamicamente estável em altas temperaturas, sendo um dos pré-requisitos favoráveis na utilização da catálise; 2. Os elementos Fe e Cu que compõem o quasicristal Al62,2Cu25,5Fe12,3 mostraram uma interação direta entre as espécies de Cu e aglomerados de óxido de Fe, possibilitando a formação de novas espécies para inibir a sinterização e aumentar a atividade catalítica; 3. As partículas do Cobre (Cu) (metais de transição externa com subníveis de energia 3dn-24s2) estão presentes na superfície do quasicristal. Elas se constituem no elemento metálico de transição mais favorável à reação de oxidação do metanol, bem como à formação do radical metilo (-CH3). Esse último se constitui no produto intermediário mais estável formado após a adsorção do metanol; 4. O catalisador de quasicristal (Al62,2Cu25,5Fe12,3) demonstrou ser adequado para a desidratação de metanol em DME, devido ao seu bom desempenho na reação. Sua atividade não foi afetada pela água, pois a mesma permaneceu constante no processo reacional. A água na reação tem um efeito positivo sobre a desidratação de metanol, uma vez que regenera o catalisador através da remoção de deposição de carbono, limitando assim a desativação por formação de coque; 5. O alumínio na superfície do quasicristal (Al62,2Cu25,5Fe12,3) propiciou a formação de óxido de alumínio (Al2O3). Esses aglomerados, juntamente com os elementos da reação (hidrogênio, oxigênio e carbono) formaram arranjos de ligações do tipo cluster representando o sítios ácidos (Lewis e de Brønsted) do quasicristal; 6. Os cátions metálicos do quasicristal (Al62,2Cu25,5Fe12,3) possuem habilidade de formar complexos quando reagem com água e podem ser representados pela fórmula geral: [M(H2O)n]m+; 7. O baixo custo na formação da liga incentiva a sua utilização nas reações catalíticas e é mais um dos índices de favorecimento que mostra a possibilidade dos quasicristais serem utilizados como catalisador industrial. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq, pelo apoio financeiro e ao Laboratório do Grupo de Magnetismo e Materiais Magnéticos-MMM do Departamento de Física da UFPE. R eferências LIMA NETO, E.P.; ALMEIDA, E.L.F.; BOMTEMPO, J.V. Reestruturando as cadeias da química e da energia: a via metanol. 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Hage R$ 129,00 Segurança em Laboratórios Autor: Freddy Cienfuegos 270 páginas R$ 66,00 Tintas - Ciência e Tecnologia – 4ª edição Autor: Jorge Fazenda 1152 páginas R$ 280,00 Toxicologia de Alimentos Autores: Antonio Flavio Midio e Deolinda Izumida Martins 295 páginas R$ 86,00 Tratamento de Resíduos Químicos – Guia Prático para a Solução dos Resíduos Químicos em Instituições de Ensino Superior Autores: Leny B.A. Alberguini, Luis Carlos ds Silva e Maria O.O. Rezende 104 páginas / R$ 30,00 Validação em Análise Química Autor: Flávio Leite 357 páginas R$ 80,00 Validação de Métodos Cromatográficos de Análise (+ software Validate – standard version) Autor: Fernando M. Lanças 62 páginas R$ 30,00 # Desejo adquirir o(s) seguinte(s) livro(s) Título Preço Título Preço Valor total de minha compra: Desejo pagar da seguinte forma: ( ) Cheque anexo nº e nominal à Editora Eskalab Ltda. ( ) Por meio de boleto bancário que será enviado para o endereço abaixo. ( ) Por meio de depósito bancário, que será feito no Banco Itaú, Ag. 0262, conta corrente: 13061-0, em nome de Editora Eskalab Ltda. - CNPJ 74.310.962/0001-83. Razão Social / Nome: Endereço: Cidade: Estado:CEP.: Fone: ( )E-mail: Esses preços são válidos até a publicação da próxima edição (nº 66) ou final do estoque. Todos os preços estão sujeitos a alteração. Para encomendas feitas na cidade de São Paulo e Grande São Paulo, não cobramos frete. Para outras localidades, o frete é de R$ 12,00 por livro. OBS: Feito o depósito, favor enviar o comprovante de pagamento juntamente com essa ficha preenchida para o fax (11) 3171-2190. Editora Eskalab Ltda. Av. Paulista, 2073. Ed. Horsa 1. Cj. 2315. CEP: 01311-940. São Paulo. SP - Fone/Fax: (11) 3171-2190 / 3171-2191 - E-mail: [email protected] R evista A nalytica • Junho/Julho 2013 • nº 65 81 Anunciantes Se você deseja saber mais sobre produtos, equipamentos e serviços oferecidos pelos anunciantes dessa edição, contate-os por telefone ou correio eletrônico. Abaixo, a lista completa dos nossos anunciantes Agetec R. dos Narcisos, 15 – cj 03 04048-040. São Paulo. SP Fone: (11) 5587-4777 [email protected] Página: 49 Alem Mar Av. Senador Queiroz, 96 – 5ºA. 01026-000. São Paulo. SP Fone: (11) 3229-8344 [email protected] [email protected] www.alemmar.com.br Página: 49 BCQ Consultoria e Qualidade Ltda. R. Conde Moreira Lima, 588/589 04384-032. São Paulo-SP TEL: 5539-6710/5579-5043/5579-7130 [email protected] [email protected] www.bcq.com.br Página: 9 BioMerieux Estrada do Mapuá 491, Jacarepaguá 22713-320. Rio de Janeiro. RJ Fone: (21) 2444-1400 [email protected] www.biomerieux.com.br Página: 39 Biosystems R. Cel. Amazonas Marcondes, 336 80035-230. Curitiba. PR Fone: 0800 7031012 [email protected] www.biosystems.com.br Página: 21 Charis Technologies R. dos Cardeais, 78 – cj.06 13280-000. Vinhedo. SP Fone: (19) 3836-3110 [email protected] www.charis.com.br Página: 4ª Capa Cral R. San José, 305 Parque Industrial San José 06715-862. Cotia. SP Fone/Fax: (11) 2712-7000 / 3454-7000 [email protected] www.cralplast.com.br Página: 25 Danica Av.Nações Unidas,12551-24ºA/cj2.404 04578-903.São Paulo.SP Fone: (11) 3043-7879 / 3043-7864 [email protected] www.danica.com.br Página: 15 82 dpUnion R. Monsenhor Basílio Pereira, 50 04343-090. São Paulo. SP Fone/Fax: (11) 5079-8411 [email protected] www.dpunion.com.br Página: 53 Expolabor Rod. Régis Bittencourt, 3.370 – km. 272,5 06793-000. Taboão da Serra. SP Fone: (11) 4787-8973 [email protected] www.expolabor.com.br Página: 33 FI South America www.fi-events.com.br Página: 31 Greiner Bio-One Brasil Av. Affonso Pansan, 1.967 13473-620. Americana. SP Fone: (19) 3468-9600 [email protected] www.gbo.com Página: 11 Labware R. Arminda, 93 – cj 41 04545-100. São Paulo. SP Fone/Fax: (11) 2931-6969 E-mail Brasil: [email protected]/ [email protected] E-mail Latin America: [email protected] www.labware.com Página: 51 LAS do Brasil Av. V-08 – Quadra 22 / lote 25/26, Papillon Park 74950-190. Aparecida de Goiânia. GO Fone/Fax: (62) 3097-5106 [email protected] www.lasdobrasil.com.br Página: 36, 37 Lobov Científica Av. Santa Marina, 1179 05036-001. São Paulo Fone: (11) 3829-8040 [email protected] www.lobov.com.br Página: 12, 13 Merck Millipore R. São Paulo, 30 Centro Industrial e Comercial de Alphaville 06465-130. Barueri. SP Fone: (11) 4133-8700 [email protected] www.millipore.com.br www.merckmillipore.com.br Página: 5 Mondragon Av. Luiz Stamatis, 474 A - sala 04 02260-000. São Paulo. SP Fone: (11) 2086-2174 [email protected] www.mondragon.com.br Página: 29 Nanocore R. James Clerk Maxwell,401 Condomínio Techo Park 13069-380. Campinas SP Fone: (19) 3283-0084 [email protected] www.nanocore.com.br Página: 3ª Capa Nova Analítica R. Assungui, 432 04131-000. São Paulo. SP Fone: (11) 2162-8080 [email protected] [email protected] www.analiticaweb.com.br Página: 17, 41, 45 PerkinElmer R. Cardoso de Almeida, 1.460 05013-001. São Paulo. SP Fone: (11) 3868-6200 [email protected] www.perkinelmer.com.br Página: 43 Renishaw Latino Americana Ltda. Calçada dos Cravos, 141 06453-053. São Paulo. SP Fone: (11) 4195-2866 / 1641 [email protected] www.renishaw.com.br Página: 2ª Capa, 3 Steq R. Verbo Divino, 1661 - cj 63 04719-002. São Paulo. SP Fone: (11) 5181-5570 [email protected] www.steq.com.br Página: 23 Veolia R. Jundiaí, 50 - 2° A 04001-140. São Paulo. SP Fone: (11) 3888-8800 [email protected] www.veoliawaterst.com.br Página: 47 Waters Technologies do Brasil Ltda Al. Tocantins, 125 – 27º andar Edif. West Side CEP 06455-020. Alphaville. Barueri. 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