1 - Projeto: “Conhecendo e Protegendo os nossos Manguezais”
2 - Proponente:
Ministério Público: 3ª. (terceira) Promotoria de Justiça de Valença -BA
3 - Órgão Executor:
Nome: IDEIA – Instituto de Defesa, Estudo e Integração Ambiental
CNPJ: 05.206.333/0001-95
Endereço: Rua Barão do Triunfo, 58 – Centro – Valença - BA
Coordenação da Área Temática Educação e Comunicação Ambiental:
Carlos Eduardo Alves da Rocha Passos.
4 – Parcerias:
•
CODEMA
•
Prefeitura Municipal de Valença/Secretaria de Educação
•
UNEB – Campus - Valença
5 – Público Alvo:
Professores da rede municipal- ensino fundamental.
6 - Justificativa:
Os manguezais são considerados ecossistemas-chave devido a sua riqueza em
recursos naturais e aos serviços ambientais que oferecem. São ecossistemas de
características únicas, de transição, não completamente terrestres ou aquáticos,
mas ambos, uma vez que são influenciados pela dinâmica complexa das marés. O
Brasil possui extensas áreas de manguezais ao longo de sua região costeira,
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cobrindo de forma estimada entre 10,000 a 25,000 km2. A maior parte foi
classificada como de importância mundial, e de alta prioridade para a
conservação da biodiversidade na América Latina e região do Caribe. Os
manguezais no Brasil são igualmente importantes para o sustento de populações
locais, que dependem da abundância dos recursos ecossistêmicos para sua
subsistência. Em conjunto, os manguezais ocupam áreas predominantemente de
livre acesso, e são utilizados por diversos atores sociais. (1)
Apresenta elevados teores de sais, sódio e compostos de enxofre. As áreas de
mangue são mal drenadas. Formam-se em regiões alagadas onde a matéria
orgânica provém da decomposição das espécies que compõem a vegetação típica
de
mangue.
A
formação
de
manguezais
depende
de
características
edafohidrológicas, aportes sedimentares, temperatura ambiente, salinidade,
marés, aporte de água doce e energia do mar promovida por ondas e marés
(Abrahão 1998). A temperatura é considerada como um dos fatores principais
para
o
desenvolvimento
dos
manguezais.
Estes
não
se
desenvolvem
satisfatoriamente em regiões onde a temperatura média anual seja menor que 19
ºC e normalmente, não toleram flutuações de temperatura que excedam a 10 ºC.
São responsáveis pela manutenção da linha de costa, retenção de sedimentos e
nutrientes, pela renovação dos estoques pesqueiros, bem como servem com áreas
de abrigo, e nidificação de aves. Os bosques de mangue, além do valor para as
populações locais como fonte de alimentação e sustento econômico, constituem
patrimônio paisagístico e bioecológico considerável. O monitoramento do
ambiente e do estoque dos recursos biológicos em manguezais deve ser realizado
de forma constante e sistemática, a fim de conciliar a exploração econômica e a
conservação ambiental (Almeida 1996).
Existem poucas espécies vegetais que conseguem se adaptar ao ambiente
característico de ocorrência da flora do Manguezal, ao contrário da fauna, que é
extremamente diversificada. Existem no mundo 39 espécies vegetais de mangue,
distribuídos em apenas 13 gêneros. Na Região do Baixo Sul encontram-se três
espécies arbóreas, quais sejam: a Avicenia shaueriana (siriúba, mangue preto),
Laguncularia racemosa (mangue branco) e Rhizophora mangle (mangue vermelho)
(Foto 6). Associados a essas espécies, Bostrychietum, juntamente com os prados
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de Halodule e algas filamentosas como Polyssiphonia sp., desenvolvem-se nos
canais estuarinos.
A maior parte da fauna do manguezal é proveniente do ambiente marinho, sendo
encontrado dentre outros, grandes quantidades de moluscos (berbigão –
Anomalocardia brasiliana, ostra – Cassostrea rhizophorae, mexilhão – Mytella
falcata, entre outros), crustáceos (camarões – Penaeus brasiliensis, siris –
Callinectes Sapidus, caranguejo – Goniopsis cruenata, entre outros) e aves
marinhas (garças, mergulhões, gaivotas). Do ambiente terrestre provém répteis
(cágados e jacarés), anfíbios (sapos e rãs), mamíferos (morcegos, ratos, macacos,
guaxinins, capivaras e lontras) e insetos (mosquitos, mutucas e abelhas). Os
peixes podem passar sua vida nos manguezais, alguma fase de sua vida ou ainda
períodos do dia ou do ano. Para as aves, os répteis e para os mamíferos, este
ecossistema serve de refúgio natural, reprodução, desenvolvimento (berçário) e
também para alimentação. Muitos peixes de importância comercial (curimãs,
robalo – Centropomus undecimalis, tainha – Mugil brasiliensis, sardinha, bagre –
Arius spixi, carapeba – Diapterus rhombeus, anchovas, linguado, entre outros)
utilizam de alguma forma esta região durante sua vida.
Embora se tenha um grande acervo de espécies animais e vegetais catalogadas na
Região do Baixo Sul da Bahia, nos seus mais diversos ecossistemas, considera-se
que ainda existe pouco conhecimento acerca da distribuição de algumas espécies
animais e vegetais nessa região. Poucas localidades foram inventariadas de forma
satisfatória,
havendo consideráveis
lacunas no
conhecimento taxonômico
ebiogeográfico da maioria dos gêneros e espécies da região, de forma que novas
espécies e novas localidades de ocorrências são identificadas a cada novo
estudo.(2)
Diante de sua importância ecossistêmica e de sua biodiversidade, os manguezais
possuem proteção legal conferida pelo SNUC, e pelo Código Florestal, amparado
pela Constituição Federal, atribuindo a eles a condição de Áreas de Preservação
Permanente (APP).
Entretanto, os manguezais no Brasil têm sofrido impactos significativos devido ao
desenvolvimento da região costeira e crescimento das atividades econômicas.
Aproximadamente 60% da população do Brasil vivem em áreas costeiras ao lado
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de algumas das mais extensivas atividades econômicas do país. A carcinicultura
desordenada e ilegal, a expansão de áreas urbanas, turismo, pesca predatória,
exploração de petróleo, e corte de madeira de árvores de mangue têm resultado
na crescente depleção de habitats dos manguezais e na poluição de águas
costeiras, afetando espécies dependentes desse ecossistema. Os desequilíbrios
ecológicos causados por essas atividades têm afetado também espécies de fauna
ameaçadas que transitam pelos manguezais. No aspecto sócio-ambiental, a
depleção de manguezais e ecossistemas associados vem comprometendo os meios
de vida das populações tradicionais que dependem desses recursos ambientais
para sua subsistência. (1)
Da exposição acima se observa que as causas de depleção dos manguezais e
ecossistemas associados são variadas e complexas. As quais precisam serem
avaliadas para identificação de estratégias para a sua proteção.
Nesta proposta de trabalho pretende-se aproximar atores sociais da localidade,
com as pessoas que têm intervenção direta com este ecossistema, numa
abordagem ao comportamento sócio-ambiental. Com efeito, não raro, ouvem-se
dizeres das pessoas “que o mangue é sujo”, “que ele tem mal cheiro” em uma
clara manifestação do desconhecimento de sua importância.
Atento a isto, acredita-se que a sensibilização para conhecimento de seu
significado ambiental seja uma ação inicial para a sua proteção no cenário local.
Dentre os atores sociais, que têm influência direta com as pessoas deste
ecossistema, aponta-se o professor, como agentes de multiplicação de um
conhecimento capaz de afetar comportamentos.
Ora, através da Educação Ambiental, pode-se promover o entendimento das
relações das pessoas o com o seu espaço, enfatizando como ela afeta e é afetada
pelo ecossistema que o cerca. A aprendizagem será mais significativa se a
atividade desenvolvida estiver adaptada concretamente às situações da vida real
de cada comunidade.
Entende-se, assim, como especial a ação do Educador como um dos principais
agentes formadores da geração futura. O que vem integrar um complexo de ações
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necessárias à salvaguarda dos recursos ambientais da região, em destaque, os
mangues, objeto deste projeto.
Portanto, tem-se na pessoa do educador o início de uma caminhada para atingir
a comunidade, que envolvida a um conhecimento aplicado, poderá despertar para
a importância do mangue, bem como também tornar-se responsável pela
salvaguarda do ecossistema em apreço e de sua biodiversidade, revendo seus
hábitos e costumes.
7- Objetivos
7.1. Objetivo Geral:
•
Sensibilizar os educadores como agentes multiplicadores do conhecimento
para a necessidade de trabalhar com a Educação Ambiental, com vistas
modificar atitudes de seus alunos e consequentemente da comunidade
para o respeito e proteção dos manguezais.
7.2. Objetivos Específicos:
Possibilitar os educadores à oportunidade de:
•
Reconhecer-se como parte do meio ambiente;
•
Estimular o desejo de participar do cuidado para com o meio ambiente;
•
Perceber-se como agente de importância especial para despertar a
comunidade sobre a questão ambiental.
•
Fornecer aos educadores ferramentas específicas para trabalhar com a
educação ambiental para a salvaguarda dos manguezais.
8 - Metodologia
I - Oficinas de Sensibilização e/ou Oficinas de Capacitação Cada oficina teve a duração de
08 horas, das 08:00 às 12:00 h e das 14:00 às 18:00 h, com 02 módulos de 04 horas cada um,
totalizando 16 horas/aula.
II – Os Recursos Pedagógicos: vídeos/filmes; Cartilhas explicativas, aulas
expositivas e atividades lúdicas, assim idealizados:
Respeitar o meio ambiente é uma grande IDEIA
Para cada aluno da rede pública: Cartilha “Toinzinho e o Manguezal”;
Para cada escola: um CD, contendo inúmeros textos informativos, como
base bibliográfica e uma apresentação em Power-Point para multiplicação
do conhecimento em sala de aula;
apoio pedagógico aos professores para facilitá-los na divulgação do
conhecimento junto aos seus alunos.
9 - Resultados Esperados:
9.1. Resultado Geral
Ter disponibilizado e democratizado informações suficientes par a sensibilização
dos educadores, com vistas a modificar atitudes de seus alunos para o respeito e
proteção dos manguezais.
9.2. Resultados Específicos
Ter despertado nos educadores:
I. sua valorização como sujeito de multiplicação e de conhecimentos para
sua
melhor
participação
individual,
social
e
coletiva,
visando
a
salvaguarda do mangue e de sua biodiversidade;
II. suas habilidades para melhor desempenho de suas atuação ambiental e
educativa;
III. suas competências para transformá-lo num agente multiplicador e de
intervenção positiva nos hábitos ambientais diretamente em seus alunos
atingindo a comunidade que intervém diretamente no mangue.
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Bibliografia:
(1) Fundo para o Meio Ambiente Mundial /Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento /Governo do Brasil /Seção 1 : Documento do
Projeto/“Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade de Manguezais
em Áreas Protegidas no Brasil”/BRA/05/G41/1G/A/01/PIMS 3280, pg.
04/05.
(2) Projeto Cidadania Ambiental, elaborado pelos técnicos do IDEIA, com
respaldo bibliográfico colacionado na versão escrita e original do projeto.
Isabel Cristina Ligeiro
Coordenadora Técnica
Rua Barão do Triunfo, 58
Valença – BA
Tel: (75) 3643-2004
[email protected]
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