UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL COM MANGUEZAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: USO DE GEOTECNOLOGIAS E PLATAFORMA E-LEARNING EM O APOIO À EDUCAÇÃO BÁSICA Talytha Santos Mendonça1 Elizabeth Maria Feitosa da Rocha de Souza2 1 - Universidade Federal do Rio de Janeiro – Bacharelado em Ciências Matemáticas e da Terra - ([email protected];) 2 - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Departamento de Geografia [email protected]) RESUMO Este trabalho integra um projeto desenvolvido em parceria pela UFRJ e UERJ que busca caracterizar os fragmentos de Mangue no estado do Rio de Janeiro, analisando seu estado de conservação e infraestrutura. O presente trabalho buscou identificar as Unidades de Conservação Ambiental com presença de Mangues no estado do Rio de Janeiro, destacando categorias, e jurisdição e áreas preservadas. Foram identificadas inicialmente 8 UC, sendo 4 de proteção integral e 4 de Uso sustentável. Posteriormente os dados gerados foram convertidos em informações com linguagem pouco técnica na construção de um curso online para divulgação junto aos professores e alunos na rede básica de ensino. Essa etapa será avaliada para permitir a elaboração de novas versões do curso bem como, melhorar a didática de apresentação. A plataforma do curso utiliza o aplicativo Izzui que permite o acesso a materiais didáticos, cursos, treinamentos, gratuitos ou pagos de maneira dinâmica pela rede social Facebook. O trabalho será convertido totalmente para a estrutura do curso podendo apresentar diferentes níveis de leitura para permitir o uso em diversos níveis de ensino. Palavra-chave: Manguezais, Redes sociais, Unidades de Conservação Ambiental. INTRODUÇÃO A Lei Federal n° 9985, de 18/072000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), regulamentada pelo Decreto Federal no 4.430, de 22 Agosto de 2002, define Unidade de Conservação como o “espaço territorial, incluindo as águas jurisdicionais e seus componentes, com características naturais relevantes, de domínio público ou privado, legalmente instituído pelo poder público para a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos e com regimes específicos de manejo e administração, ao qual se aplicam características adequadas de proteção”. Essa Lei estabelece os objetivos e as normas para a criação das Unidades de Conservação, agrupando-se as categorias de UC com especificações a saber: Unidades de Proteção Integral (PI) e Unidades de Uso Sustentável (US). O Parque Nacional de Itatiaia, localizado entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi o primeiro parque criado no país em 1937. Atualmente, as unidades de conservação criadas no país representam 51.728.772 hectares de área protegida em todos os biomas brasileiros, com: 49,4% na Amazônia; 23,9% no Cerrado; 12,5% na Mata Atlântica; 10,3% na Caatinga; 2,1% nos Pampas e 1,8% no Pantanal. (IBAMA, 2005). O objetivo principal do presente trabalho é caracterizar as unidades de conservação com presença de manguezais no estado do Rio de Janeiro, destacando aspectos de infraestrutura e importância para a conservação ambiental, apoiando a elaboração de material didático em atendimento à educação básica. METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido em três etapas principais, a saber: edição e ajuste das bases de Unidades de Conservação; elaboração de análises e dados de infraestrutura; Criação de curso online no aplicativo Izzui – na rede social Facebook. As bases referentes às Unidades de Conservação Ambiental foram obtidas junto ao IBAMA e INEA. Os dados principais coletados agregam: área das unidades, jurisdição, categoria e localização espacial. O mapeamento dos manguezais fluminenses foram obtidos após classificação de uso e cobertura de imagens Landsat 5 TM para o ano de 2007. Posteriormente foi realizada a sobreposição desses dados para verificar a localização dos mangues no interior de Unidades de conservação. Consultas ao INEA permitiram esclarecer a ocorrência de pequenos fragmentos de Mangues no interior de algumas Unidades não consideradas nesse trabalho. Esse refinamento será realizado em etapa posterior. Após a edição dos arquivos foram gerados gráficos e análises que pudessem servir como apoio à divulgação desse importante ecossistema como suporte á educação básica. Na última etapa do processo, o material preliminar gerado foi convertido em um treinamento on-line que pode ser acessado por professores e alunos por meio da plataforma Facebook a partir do aplicativo Izzui. RESULTADOS O estado do Rio de Janeiro possui 8 Unidades de conservação ambiental com presença de mangues. Essas unidades englobam: Área de Proteção Ambiental - APA, Parque Nacional - PARNA, Reserva Biológica- REBIO, Reserva Ecológica e Estação Ecológica. Em termos quantitativos há um total de 14.224 hectares de mangue em todo o estado e desse total 9.160 hectares estão inseridos em Unidades de conservação. Dessa forma, pouco mais de 64% das áreas de manguezais fluminenses podem ser considerados efetivamente protegidos. A Tabela 1 destaca os percentuais de mangue existentes em cada Unidade de Conservação identificada. TABELA 1: Porcentagens de áreas protegidas com mangues NOME DA UC Área da UC APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado APA de Cairuþu APA Guapimirim APA Tamoios Esec da Guanabara Parna da Restinga de Jurubatiba REBIO de Guaratiba Reserva Ecológica da Juatinga (km2) Área de Mangue Protegida (km2) Porcentagem 1503.7 1.7 0.1 652.2 3.1 0.5 278.5 52.1 18.7 826.0 1.2 0.1 19.4 16.5 85.1 148.7 1.7 1.2 33.6 14.9 44.3 99.7 0.5 0.5 Observa-se que do total de 8 unidades 50% são Áreas de Proteção Ambiental – APA como destaca a Figura 1. Figura 1. Categorias de UC com áreas de mangue no estado do Rio de Janeiro Os dados gerados sobre as Unidades identificadas foram convertidos para um formato educacional em apoio à educação básica. Dessa forma, a plataforma Facebook foi escolhida para divulgação gratuita dessas informações devido ao seu grande alcance entre os jovens, como suporte a educação básica para professores e alunos. As Figuras 2 e 3 destacam as primeiras janelas de apresentação do curso. Figura 2. Saudação inicial do curso “Conhecendo os Manguezais Fluminenses” Figura 3. Janela de apresentação conceitual do curso O curso pode ser acessado de forma gratuita por meio de consulta ao aplicativo Izzui, e ao termo “manguezais” no espaço de busca, após login no Facebook ao termo: https://www.facebook.com/. A Figura 4 destaca o caminho para consulta. Figura 4. Acesso ao curso pelo aplicativo Izzui na Plataforma Facebook. CONCLUSÕES O trabalho encontra-se em desenvolvimento e novos resultados serão obtidos após avaliação do público que consultar o curso on-line. Em etapa posterior serão incluídas as unidades de conservação municipais e ainda, será refinada a classificação de uso do solo para permitir a identificação de pequenos fragmentos de mangue na área de estudo. Pretende-se contribuir para a divulgação de um ecossistema tão importante permitindo ampliar a educação ambiental e o acesso a informações sobre os manguezais fluminenses. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (2005). Atlas das unidades de Conservação da Natureza Brasileira, Brasília – DF, 336pg. SOARES, M.L.G. 1997. Estudo da biomassa aérea de manguezais do sudeste do Brasil Análise de modelos. Tese de Doutorado - Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. 2 vol.