5º CON NGRESSO O INTERNA ACIONAL REELC ILHA AS E C CONT TINEN NTES:: ((RE)C CONSTRUÇ ÇÕES IDEN NTITÁ ÁRIAS S 5th INTERNAT TIONAL CON NGRESS ENCLS ISLANDS S AND CONTINENTSS: (RE)CON NSTRUCTIONS OF IIDENTITY 5ÈME CON NGRES INTER RNATIONAL: ÎLES ET E CONTIN NENTS: (R RE)CONSTR RUCTIONS S IDENTITTAIRES Univerrsidade da Madeira M Rede Europeia de Estudos Literários Comparados M adeira Universsity Europ pean Networkk for Comparattive Literary Sttudies Univversité de Madère Rése eau Européen D’Études Litté éraires Compa arées 26 a 28 de Setem mbro | 26th to o 28th Septem mber | du 26 au 28 septem mbre Fu unchal, Portugal 2013 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL Título | Title | Titre Livro de Resumos do 5º Congresso Internacional REELC, Ilhas e Continentes: (Re)Construções Identitárias. 26 a 28 de Setembro 2013, Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. th th th Abstract Book of the 5 International Congress ENCLS, Islands and Continents: (Re)Constructions of Identity. 26 to 28 September 2013, Funchal, Madeira Island, Portugal. ème Livre des Résumés du 5 Congres International: Iles et Continents: (Re)Constructions Identitaires. Du 26 au 28 septembre 2013, Funchal, Madeira Island, Portugal. Editor | Éditeur Universidade da Madeira Colégio dos Jesuítas - Rua dos Ferreiros 9000-082 Funchal - Portugal Telef. +351 291 209 400 | Fax +351 291 209 410 www.uma.pt Preparação do Livro | Book Layout | Conception du livre Énio Freitas The content of this publication can be used under the condition of full acknowledgement and citation of the source. (September 2013) 2 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL Índice Index COMISSÃO CIENTÍFICA ......................................................................................................................................................... 7 Scientific Committee........................................................................................................................................................................................................ 7 Comité Scientifique .......................................................................................................................................................................................................... 7 COMISSÃO ORGANIZADORA ............................................................................................................................................... 8 Organizing Committee ................................................................................................................................................................................................... 8 Comité d'Organisation ................................................................................................................................................................................................... 8 CONFERENCIA INAUGURAL ................................................................................................................... 9 Keynote Address................................................................................................................................................................................................................ 9 Conférence Inaugurale ................................................................................................................................................................................................... 9 - Comunidades e as suas imagens, relações e usos culturais. Proposta dos conceitos de sustentabilidade e afetividade identitárias. .................................................................................................................................................................................. 11 EIXOS DE REFLEXÃO ............................................................................................................................. 13 Lines of Refletion............................................................................................................................................................................................................ 13 Réflexion des intervenants .......................................................................................................................................................................................... 13 O MODO PELO QUAL A MEMÓRIA CULTURAL E OS FLUXOS MIGRATÓRIOS ENTRE ILHAS E CONTINENTES INTERVÊM AO NÍVEL DA (RE)CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA ........................................................................................... 15 The way in which cultural memory or migratory fluxes among islands and Continents intervene at the level of the (re)construction of identity ......................................................................................................................................................................................... 15 La façon dont la mémoire culturelle et les flux migratoires entre îles et continents interviennent au niveau de la (re) construction identitaire ................................................................................................................................................................................................ 15 - The shoreline and beyond. Sciascia on Sicily ................................................................................................................................ 17 - Indigenous and Exploited Caribbean Tastes in Daniel Defoe’s and Michelle Cliff’s Novels .......................................................... 18 - Imagining Space in Baltic Exile Life Writing.................................................................................................................................. 19 - The Woman-as-Witch in Old and New England: in a flight of fancy from Pendle to Salem ........................................................ 20 - Réception et libération: les rapports littéraires franco-irlandais au tournant du 20e siècle ......................................................... 21 - L’île Maurice et son identité: entre représentation du trauma et devoir de mémoire dans Les Rochers de Poudre d’or de Nathacha Appanah. ..................................................................................................................................................................... 22 - L’Archipel caribéen espace mouvant d’un pluriel archipélagique ................................................................................................ 23 - Madère. Le musée, l’île et l’ailleurs .............................................................................................................................................. 24 - Em Creta com Jorge de Sena: A oposição entre weltliteratur e nacionalismo na poética seniana............................................... 25 - A matriz da insularidade e a construção da identidade cultural .................................................................................................. 26 - Vasco Graça Moura e a Europa .................................................................................................................................................... 27 - Deambulações europeias na poesia de Fernando Pinto do Amaral ............................................................................................. 28 - Literatura História e Memória: D. Simoa, de São Tomé para Lisboa ............................................................................................ 29 - Dom Sebastião no sertão – deslocamento do mito de Portugal para o Brasil ............................................................................. 30 - As tradições como meio de (re)construção e afirmação identitárias: o caso dos Açores ............................................................. 31 - O urbano e o rural em Grande sertão: veredas: o embate social conformado através do espaço ............................................... 32 DISCURSOS METAFÓRICOS: MAR, ILHAS, CONTINENTES .............................................................................................. 33 Metaphorical discourses: Sea, islands, continents ............................................................................................................................................... 33 Discours métaphoriques: mer, îles, continentes................................................................................................................................................... 33 3 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL - The paradisiacal island and the search for self ............................................................................................................................ 35 - Navigation into paradise: Cecil B. DeMille’s Male and Female, Ellis island and the American insular imaginary ....................... 36 - Foscolo’s Zacynthos: the island between myth and nostalgia...................................................................................................... 37 - Becoming the island: Considering the self, virtual self and illusion through multisensory narrative in Dear Esther .................... 38 - As águas sem lado de lá: Por uma ética da ficção........................................................................................................................ 39 - Diálogos entre Eça de Queirós e o Oriente ................................................................................................................................... 40 - Entre o leito e a margem: plural de águas, singular identidade – um diálogo de Guimarães Rosa e Mia Couto ........................ 41 - A ilha como metáfora do corpo, o mar como espaço da fala: uma leitura dos poemas “Nenhum corpo é como esse, mergulhador, coroado...”, de Herberto Helder e “Do fundo do mar...”, de Cruzeiro Seixas ......................................................... 42 - The symbolism of bird islands (Anatol France’s ‘Penguin Island’ and Marko Tsepenkov’s ‘Stork Island’) .................................... 43 - The island as palimpsest: modern representations of isolation vs. communion in a dialogic/intertextual perspective ............... 44 - “Woman as island” in Places far from Ellesmere, a geografictione (by the Canadian writer Aritha van Herk)............................ 45 - Islands and continents in SF and epic fantasy .............................................................................................................................. 46 - Paquetá e a imagem de “Ilha dos Amores” .................................................................................................................................. 47 - Variações sobre o paradigma camoniano da ‘Ilha namorada’ na tradição épica portuguesa ..................................................... 48 - Variations of the Camonian pattern of the “Island of Love” in the Portuguese epic tradition ..................................................... 48 - A revista Atlantida (1915-1920): a metáfora do continente perdido e o projeto de união luso-brasileira ................................... 49 - Construções metafóricas e identidade em A ilha está cheia de vozes, de João Medina ............................................................... 50 - Posthuman geographies: the island as a natural and metaphorical landscape of posthuman mutation in M. Houllebecq’s and H.D. Wells’s novels ................................................................................................................................................................ 51 - A network of quotations between print and computer media: A qualitative approach to Gerhard Richter's "Text" ................... 52 O MAR ENQUANTO ELEMENTO DE UNIÃO/SEPARAÇÃO ............................................................................................... 53 The sea as an element of union and/or separation ........................................................................................................................................... 53 La mer en tant qu’élément d’union/separation ................................................................................................................................................... 53 - A simbologia do mar nas obras de Lygia Bojunga Nunes: Uma reflexão acerca do enquadramento utópico e distópico ........... 55 - Suplementos culturais, geografia textual e afirmação identitária: um estudo de caso ............................................................... 56 - A febre de cimento se apossa da Riviera ...................................................................................................................................... 57 - Une mer, deux rives et un pont pour le dialogue: la Méditerranée perçue par Taha Hussein ..................................................... 58 - Le rôle d‘Oscar Milosz, poète et diplomate, dans la formation de l‘image de Lituanie dans la culture française du XX-me siècle. La mer comme élément constitutif de cette image ........................................................................................................... 59 - Le motif de l'espace marin, du Delta, et des îles chez Marguerite Duras. Entre construction et reconstruction identitaire ........ 60 - Jorge Amado, o mar e a união/separação: ficção e vivências ...................................................................................................... 61 - Meditations about religious habits of madrileña society on the Canarian Jose Clavijo y Fajardo's work and his comparison with Spanish and contemporary intellectual ................................................................................................................................ 62 - A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen: O conto duma “maravilhosa” amizade entre Terra e Mar ................ 63 OS ESTEREÓTIPOS CULTURAIS .......................................................................................................................................... 65 Cultural stereotypes ...................................................................................................................................................................................................... 65 Les stéréotypes culturels .............................................................................................................................................................................................. 65 - Native and Colonists contact and cohabitation in Colonial New England, 1620-1676: An inquiry about images and identities....................................................................................................................................................................................... 67 - The conquest of Canary Islands in Castilian Literature during the early modern age .................................................................. 68 - England in miniature: Building a utopian island nation ............................................................................................................... 69 - Chronotopes de l’insularité polynésienne et (re)construction identitaire post-coloniale ............................................................. 70 - Des voies commerciales au récit de l’Atlantique par les îles. Les Archipels féeriques de Madère et des Canaries dans l’Insulaire de Benedetto Bordone (XVIe siècle) ............................................................................................................................. 71 - Stéréotypes continentaux et réalités insulaires ............................................................................................................................ 72 - The isle ‘squared’: librettos set in islands by Sicilian writers and composers between the Nineteenth and Twentieth Century .. 73 - Cultural Stereotypes and Regional Identity .................................................................................................................................. 74 - Alone on the island: Isolation in tragic fiction from Strindberg to D. H. Lawrence ....................................................................... 75 - A ilha como lugar de abandono na mitologia greco-latina: Filoctetes e Ariadne......................................................................... 76 4 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL TOPOGRAFIA E TEMPORALIDADE DOS ESPAÇOS INSULARES E CONTINENTAIS ........................................................ 77 Topography and temporality of insular and continental spaces ................................................................................................................... 77 Topographie et temporalité des espaces insulaires et continentaux ............................................................................................................ 77 - Beckett et l’Insularité ................................................................................................................................................................... 79 - Fictions insulaires au XVIe siècle (Camoëns, Rabelais, Shakespeare): une figure de la transition épistémologique .................... 80 - Les deux villes maritimes comme des îles – Trieste et Nagasaki .................................................................................................. 81 - The island of mysteries ................................................................................................................................................................. 82 - Mediterranean islands in the works of the Estonian writer Karl Ristikivi ..................................................................................... 83 - The Pastoral and the Island Utopia: Towards the archaeology of a literary topos ...................................................................... 84 - Insularizing - Philosophizing (Insularity and Philosophy) .............................................................................................................. 85 - Islands of desire: Periphery and solitude from Stevenson to Bioy Casares ................................................................................... 86 - Two 19th century heterotopias: The island in Jane Austen’s Mansfield Park (1814) and Charlotte Brontë’s Villette (1853) ........ 87 - Literary I-Lands: First-person narration on the desert island ....................................................................................................... 88 - O mundo insular caboverdiano: de Chiquinho a A Ilha Fantástica ............................................................................................... 89 QUESTÕES DE IMAGOLOGIA .............................................................................................................................................. 91 Questions of imagology .............................................................................................................................................................................................. 91 Questions d’imagologie ............................................................................................................................................................................................... 91 - L’île ou la quête de la connaissance: roman et savoir dans Mardi de Melville et L’Île mystérieuse de Jules Verne ...................... 93 - Lusitânia, corpo e voz de uma imagem ........................................................................................................................................ 94 - Imagologia de uma ilha em transformação: a Madeira de oitocentos e os seus visitantes ......................................................... 95 A DUALIDADE ILHA - CONTINENTE E O DISCURSO PÓS-COLONIALISTA..................................................................... 97 The duality island - Continent and the post-colonial discourse .................................................................................................................... 97 La dualité île – Continent et le discours pos-colonialiste ................................................................................................................................. 97 - Poétique de la transularité: Fatou Diome et la génération de la postcolonie .............................................................................. 99 - Deslocamentos continentais e formação de ilhas interiores em O Arquipélago da insónia ....................................................... 100 - A poética de Conceição Lima: Corpo das ilhas, braços do continente ........................................................................................ 101 A INSULARIDADE/HIPO-INSULARIDADE E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A CRIAÇÃO LITERÁRIA E ARTÍSTICA .......................................................................................................................................................................... 103 Insularity/hypo-insularity and its consequences for literary and artistic creativity ............................................................................... 103 L’insularité/ l’hypo-insularité et ses consequences pour la création littéraire et artistique ................................................................ 103 - L'insularité continentale: sémantique paysagère et construction identitaire dans les épopées grecques hellénistiques et tardives ...................................................................................................................................................................................... 105 - Images et mots en archipel ........................................................................................................................................................ 106 - Les romans malgaches et comoriens: insularité ou hypo-insularité? ......................................................................................... 107 - The Renaissance Isolario and Europe’s Eastern Boundaries ....................................................................................................... 108 - “The secret of the World”: Bolaño's “islands” of proper names ................................................................................................. 109 - A transformação do lugar: retratos da Madeira nos séculos XIX e XX ....................................................................................... 110 PAINÉIS TEMATICOS ........................................................................................................................... 111 Thematic Panels ........................................................................................................................................................................................................... 111 Panels Thématiques .................................................................................................................................................................................................... 111 O WEBMUSEU AGUSTINA BESSA-LUÍS: ABORDAGENS INSULARES ............................................................................ 113 - “Eu fiz a Electra” (Party Garden-Party nos Açores de Agustina Bessa Luís) ............................................................................... 115 - Musealização de quadros insulares de Agustina Bessa-Luís ...................................................................................................... 116 - A Corte do Norte: da sinopse ao plano ....................................................................................................................................... 116 - Visões da História: o passado e o presente dos Açores em Agustina Bessa Luís ........................................................................ 117 - Entornos políticos sobre insularidade e literatura: Anotações sobre 'A Corte do Norte' ........................................................... 118 5 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL ISLANDS AND CONTINENTS: HONG KONG AND THE WORLD................................................................................... 119 - Farewell to the sublime? Post-monumental landscapes in the poetry of Leung Ping-kwan and Xi Chuan................................. 121 - Bildungsroman in Hong Kong literature of the 1960s and 1970s: A study of Leung Ping Kwan’s literary work ......................... 122 - Street riots, domestic space, and the contours of sinophone Cold War modernism .................................................................. 123 ISLANDS AND IDENTITIES: NATURAL, NARRATIVE, AND NATIONAL ........................................................................ 125 - Performing islandness ................................................................................................................................................................ 127 - The isle in the forest. The motif of the island in Finnish literature and national identity ........................................................... 128 - “That’s where we’re going to live and lead a wonderful life, full of troubles” Identity, Gender and Islands in Tove Jansson’s Moomin Series............................................................................................................................................................................ 129 ÍNDICE DE AUTORES ........................................................................................................................... 131 Authors Index ................................................................................................................................................................................................................ 131 Liste des Auteurs .......................................................................................................................................................................................................... 131 6 Comissão Científica Scientific Committee Comité Scientifique • Brigitte Le Juez Dublin City University, Ireland • Cândido de Oliveira Martins Universidade Católica, Portugal • Cristina Robalo Cordeiro Universidade de Coimbra, Portugal • Dominique Costa Universidade da Madeira, Portugal • Helena Buescu Universidade Clássica de Lisboa, Portugal • Isabel Pires de Lima Universidade do Porto, Portugal • Isabel Santa-Clara Gomes Universidade da Madeira, Portugal • José Augusto Bernardes Universidade de Coimbra, Portugal • Lucia Boldrini Goldsmiths, University of London, UK • Manuel Ferro Universidade de Coimbra, Portugal • Maria Cristina Pimentel Universidade Clássica de Lisboa, Portugal • Maria de Fátima Marinho Universidade do Porto, Portugal • Maria do Céu Fraga Universidade dos Açores, Portugal • Maria Luísa Leal Universidade de Extremadura, España • Maria Teresa Nascimento Universidade da Madeira, Portugal • Maria Zina Abreu Universidade da Madeira, Portugal • Marina Grishakova University of Tartu, Estonia • Ofélia Paiva Monteiro Universidade de Coimbra, Portugal • Rita Marnoto Universidade de Coimbra, Portugal 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL Comissão Organizadora Organizing Committee Comité d'Organisation • Maria Teresa Nascimento Universidade da Madeira, Portugal Coordenação | Coordination | Coordination • Ana Margarida Falcão Universidade da Madeira, Portugal • Bernardo Vasconcelos Universidade da Madeira, Portugal • Carlos Valente Universidade da Madeira, Portugal • Isabel Santa Clara Gomes Universidade da Madeira, Portugal • Maria Teresa Nascimento Universidade da Madeira, Portugal Secretariado Secretariat | Sécretariat • Marco Livramento Apoio Técnico Technical support | Support Technique • Énio Freitas Universidade da Madeira, Portugal 8 CONFERÊNCIA INAUGURAL KEYNOTE ADDRESS CONFÉRENCE INAUGURALE KN-01 Comunidades e as suas imagens, relações e usos culturais. Proposta dos conceitos de sustentabilidade e afetividade identitárias. Elias J. Torres Feijó Grupo Galabra – Universidade de Santiago de Compostela. E-mail: [email protected] Os textos literários são também fabricadores de ideias; eles incidem ou espelham aspectos da cultura (entendido a cultura no sentido desenvolvido por I. Lotman ou I. Even-Zohar); partimos de uma hipótese geral: os textos literários expressam problemas, simpatias ou desejos em relação a espaços geográficos, e a espaços geo-humanos e geo-culturais; no caso concreto das ilhas, é comum elas aparecerem com singularidades (da insularidade) que salientam a sua maior vulnerabilidade em relação a outros espaços em que os fluxos e os continuums territoriais podem permitir maior proteção das singularidades ou dos elementos identitários ou próprios. Objetos de desejo para o forâneo, as ilhas podem, por exemplo, ver-se afetadas por assentamentos de pessoas estrangeiras relativamente maciços. Sob estas considerações, podemos estabelecer um plano de trabalho, sustentado também na antropologia e na sociologia, que nos permita saber se existem paralelos entre o discurso literário e as práticas sociais; e conhecer em que medida pessoas potencial ou realmente destinatárias destes textos elaboram as suas perspetivas e práticas em função de repertórios daqueles; como também se as pessoas que habitam esses espaços insulares funcionam ou calculam as suas práticas de maneira similar ou não a que determinada elite cultural elabora. O conjunto destes discursos e práticas pode levar a considerar aspectos relativos à manutenção das comunidades e/ou das suas atividades ou a alterações em que (setores da) comunidade tendam a não reconhecer-se, ficarem excluíd@s, etc. Isto tudo apresenta um corolário, que se oferece como instrumento metodológico para a análise e, também, planificador: as noções de sustentabilidade idenetitária e de afetividade identitária; com isto, queremos colocar (e tentar responder) algumas perguntas: é possível e como falar destes conceitos? Respondem (setores de) as comunidades a atuações vinculadas a identidades ou sentimentos não necessariamente harmonizadas com razões económicas, por exemplo? Quais as aplicações destes conceitos? Pode a análise de textos literários e o estudo de práticas culturais dar luz sobre estes assuntos? EIXOS DE REFLEXÃO LINES OF REFLETION RÉFLEXION DES INTERVENANTS O modo pelo qual a memória cultural e os fluxos migratórios entre ilhas e continentes intervêm ao nível da (re)construção identitária The way in which cultural memory or migratory fluxes among islands and Continents intervene at the level of the (re)construction of identity La façon dont la mémoire culturelle et les flux migratoires entre îles et continents interviennent au niveau de la (re) construction identitaire 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 16 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-035 The shoreline and beyond. Sciascia on Sicily Walter Geerts University of Antwerp, Italian Studies, Belgium. E-mail: [email protected] Sicilian authors, without exception, are obsessed by their island and eagerly have been translating their obsession into literature. It can be said without exaggeration that, for each of them, the island became a mould for the world. As a result, horizontal expansion of the playing field being limited, each writer had to select a paradigm to delve into the insular content, vertically and with great depth. No other solution was at hand for the exclusiveness of their monomaniacal literary penchant. Such compulsive fascination for their home-(is)land gave shape to a long list of distinctive literary personae. Many a writer was attracted by the island’s rich and vibrant history. Among them, Leonardo Sciascia (1921-1989). Sciascia’ novels disclose Sicily’s history by unearthing those episodes, both real and fictionalized, that illuminate the present. The author’s take on the past – his own past and the isle’s – is philosophically, sometimes politically, inspired. Insularity also takes on some paradoxical aspects: the more autonomy affirms itself, the more internal divisions tear apart the isle’s ancestral social constituencies. The more they are on their own, the more they are threatened by an impendent humiliating dependency. I would like to illustrate some aspects of such paradoxical traits starting from Sciascia’s 1963 novel The Council of Egypt, involving another Mediterranean island loaded with history, Malta. 17 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-043 Indigenous and Exploited Caribbean Tastes in Daniel Defoe’s and Michelle Cliff’s Novels Kaisa Ilmonen & Aino Mäkikalli Comparative Literature, University of Turku, Finland. E-mail: [email protected], [email protected] This joint paper (20 + 20 mins) deals with the politics of food cultures in the Caribbean islands represented in Daniel Defoe’s (1660–1731) and Michelle Cliff’s (1946–) novels. Our cases concern Daniel Defoe's colonial island representation in Robinson Crusoe, vols 1–2 (1719) and Michelle Cliff's postcolonial depictions in Abeng (1984) and No Telephone to Heaven (1987). In Robinson Crusoe we come across with a modern western myth, a survival story of an Englishman alone on a Caribbean island. Ultimately, he establishes there a colony with a sugar plantation in order to trade with the mother nation. Crusoe feels to be the owner of the island and as he is able to survive, in volume II, The Farther adventures of Robinson Crusoe, he brings in more people to populate and sugar canes to plant the island. From our perspective Crusoe thus exploits the local nature and cultivation and sees the island space from the perspective of the mother nation. The raw material of Caribbean taste, the sugar cane, is thereby radically transformed into a symbol of exploitation and abuse. In Michelle Cliff’s novels, on the other hand, food is used as a symbol of indigenous resistance. Fruits and other island produce signify the symbols of lost history and colonized tradition. Furthermore, in No Telephone to Heaven Caribbean scents and flavors operate as the locus of displaced identities for the migrant characters. Our aim is to consider the political and the poetical meanings of Caribbean tastes in order to rethink the material symbols for insular subjectivities. In general, our presentation reaches the ways food, flavors, and culinary experiences may tell something essential about our history and present as well as our means of creating social communities or constituting the sense of belonging. 18 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-117 Imagining Space in Baltic Exile Life Writing Leena Kurvet-Käosaar University of Tartu. Estonian Literary Museum. E-mail: [email protected] Exile life-writing in general can be characterized by movement, dislocation, or as André Aciman has formulated it, a state of permanent transience (1999: 13) that frequently embraces a large number of places and geographical locations. Although it may be ultimately impossible to realize, exilic representations of lives on the move also make visible attempts to create spaces of belonging, often tied to a concrete place and/or geographical location. In my presentation, I will focus on two works of life writing by Baltic exiles: Otsekui tõlkes (As if in Translation, 2004) by Käbi Laretei, the daughter of an outstanding Estonian politician who emigrated to Sweden after the outbreak of WW II and later became a world-reknown concert pianist, and Geography and the Art of Life (2004) by Edmunds Valdemārs Bunkše who left Latvia with his family as a young child, ended up in the USA and later worked as a professor cultural geography at the the University of Delaware. In her work, Laretei explores the position of an exile primarily through interpersonal relationships and the role of music in finding her place in life and Bunkse, whose work is both a memoir and a theoretical reflection in the field of cultural geography, reflects upon ways in which spatial imagination quides the formation of (exilic identity). In my analysis, I will focus on the the role the thematization of insularity and (inter)continentality plays in Laterei’s and Bunkse’s wife writing and how it relates to questions of exile identity and self-representation. 19 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-038 The Woman-as-Witch in Old and New England: in a flight of fancy from Pendle to Salem Inês Tadeu Gonçalves Centre of Arts and Humanities, University of Madeira. E-mail: [email protected] In the Lancaster Assizes of 1612, the majority of those accused of the crime of witchcraft were from Pendle Forrest, in Lancashire England. The chief accuser was the nine-year-old Jennet Device, who identified all the accused as having been present in a meeting of witches or Sabbath, at Malkin Tower. Eighty years later and “across the fishpond”, Elizabeth Paris 9, daughter of Salem Village’s Puritan Minister Samuel Parris, and the Minister’s eleven-year-old niece, Abigail Williams, lead the group of child accusers of the Salem Witch trials of 1692, in Massachusetts, New England. Accusatorial evidence provided by anyone, including children, became admissible in court, mainly due to King James I’s Daemonologie (1597) and his views on the nature of the crime of witchcraft. The admissibility of this kind of evidence in English witchcraft trials was further divulged by the Country Justice (1618), a guide of court proceedings later also used by New England magistrates. This paper will briefly analyse the way in which Protestant belief in the covenant between humans and the devil, along with the English folk beliefs in magic and witchcraft, migrated to the New World and survived as part of the cultural memory the Puritan settlers brought from old England. Indeed, it flourished in America, especially in the Puritan villages of New England, where ministers and magistrates had access to the writings of fundamental English demonologists and theologians. It was with them that the English Witch was transformed into the Puritan New England Witch, as cultural stereotypes. 20 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-060 Réception et libération: les rapports littéraires franco-irlandais au tournant du 20e siècle Brigitte Le Juez Dublin City University, School of Applied Language and Intercultural Studies (SALIS), Irlande. E-mail: [email protected] L’Irlande, en tant qu’île, a toujours fasciné l’imaginaire français de manière typique aux fantasmes rattachés à l’idée de jardin idéal (sa verdure et ses doux agneaux), de paysage romantique sur fond de mer démontée, mais aussi de lieu habité par un peuple fier et prêt à se battre pour son indépendance. Ces aspects sont maintenant repris diversement par les agences de tourisme et les artistes (les Irlandais eux-mêmes en jouent parfois). Derrière le fantasme se cache pourtant une réalité bien connue, celle d’une culture pratiquement annihilée par une nation colonisatrice. Pendant cinq siècles, en effet, la Grande-Bretagne assujettit l’Irlande, lui refusant les droits les plus fondamentaux concernant son identité, comme celui de s’exprimer dans sa langue ancestrale, de pratiquer ses rites religieux, mais tentant aussi de lui ôter sa dignité humaine. Loin d’appartenir à ces îles où l’on vient se réfugier, l’Irlande fut longtemps le lieu d’où l’on partait, définitivement. A partir de la fin du 19e siècle, certains écrivains commencèrent à lutter, par le biais de leur art, contre les stéréotypes dont leur condition de colonisés les avaient affublés (ivrognes, incapables, bestiaux). Ils ne cherchèrent pas à reconquérir le gaélique, pas plus qu’ils n’eurent cure de l’Eglise catholique ; ils n’appartenaient pas non plus à quelque mouvement révolutionnaire que ce soit. Ils se tournèrent intellectuellement vers l’ennemi héréditaire de l’Angleterre : la France. Les Français n’avaient en effet pas de visées politiques ou économiques envers les Irlandais. Ils avaient au contraire essayé, sans succès, de combattre à leurs côtés contre les Anglais. Cette amitié avait porté ses fruits, militairement, dans divers moments de rébellion, de part et d’autre. Culturellement, les Irlandais étaient donc plutôt francophiles. La connaissance d’une langue continentale, le français, devint alors le moyen, pour la génération de la fin du 19e-début du 20e, c’est-à-dire pré-révolution irlandaise, d’accéder à une autre forme d’expression littéraire (en particulier celle de Flaubert), phénomène qui allait donner naissance non seulement à une parole délivrée du carcan colonial et fondamentalement innovante (moderniste, comme celle de Joyce), mais aussi à des œuvres qui, loin d’être insulaires, conservent une renommée internationale. Cette communication se propose de démontrer, par une étude de réception, l’interaction particulière et bénéfique entre deux cultures, l’une îlienne et l’autre continentale, fonctionnant sur un plan artistique, dépourvu de critères hiérarchiques, et donc libérateur. 21 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-028 L’île Maurice et son identité: entre représentation du trauma et devoir de mémoire dans Les Rochers de Poudre d’or de Nathacha Appanah. Sonia Dosoruth Université de Maurice, Département de français, Île Maurice. E-mail: [email protected] La notion du double a longtemps marqué l’esprit des Mauriciens. Entre l’attirance perpétuelle pour la «Mère Inde» (Mother India) des immigrants d’origine indienne et l’envie de ceux issus des 3ème et 4ème générations pour une construction identitaire qui se serait débarrassée des caractéristiques calquées sur le passé, l’ambivalence est constante. Il s’agit là d’un moyen de se battre pour affirmer son identité. Dans l’île Maurice du XIXe siècle, coups de fouet, plaies enduites de sel, coolies (immigrants) attachés nus à des cactus ou couverts de sucre et prêts à la morsure de fourmis, étaient monnaie courante. Comment alors étouffer cela en s’interdisant de dire cette violence subie comme si ce silence forcé masquerait la plaie infligée aux immigrants? Représenter le trauma est donc, pour Nathacha Appanah, un moyen de revivre cette mémoire de l’horreur. Si l’affirmation de l’identité s’apparente également à un devoir de mémoire, la fiction historiographique agit comme sa représentation pluridimensionnelle. L’écrivaine devient ainsi porte-parole de ce qui a été transmis de manière tacite, dans l’inconscient collectif. En immortalisant le douloureux passé, l’écriture - ce besoin vital - ne crée pas de véritable mise à distance avec la réalité: l’Atlas, ce navire où furent entassés, à fond de cale, les Indiens à destination de Maurice, la traversée du Kala Pani (la mer noire), ou encore, croire en l’obtention de l’or en soulevant des rochers, l’attestent. Pour autant, l’esthétique de l’écriture, diminuerait-elle la dimension de la souffrance physique et psychologique vécue? Où est la marque frontalière entre l’écriture de l’interdit et le devoir de mémoire? Peut-on être en train d’induire le lectorat en erreur en y ajoutant une part de réflexion somme toute objective? 22 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-022 L’Archipel caribéen espace mouvant d’un pluriel archipélagique Audrey Debibakas Attachée Temporaire à l’Enseignement et à la Recherche à l’Université des Antilles et de la Guyane, Guyane. E-mail: [email protected] A l’assurance d’un monde stable et de lieux enracinés, le corpus choisi (Amour, colère et folie de Marie Vieux Chauvet et La case du commandeur d’Edouard Glissant et Tambour Babel d’Ernest Pépin) interrogera des œuvres désa/encrées, décentrées, mouvantes à l’image de la seule science qui étudie elle-même les variations terrestres. Lieu et localisation, espaces inflexibles et immuables deviennent dès lors mouvants, désaxés, déconstruits et délocalisés. L’Archipel n’est plus seulement ce regroupement d’îles mais devient reflet de l’émiettement, de l’éclatement et de la poussière d’îles disséminées dans l’infini de l’océan. Ce n’est plus cet espace stable et immobile qui poussera l’intérêt de cette recherche mais plutôt l’entre-deux, le passage entre ces espaces intersticiels improbables et insaisissables rendus possibles et concrétisés par la dissémination archipélique. Lieux géographiques certes, mais également productions narratives imageant l’indétermination et l’oscillation permanente que concrétisera une écriture de l’entre-deux, comme en suspend. L’archipel est composé de mondes de terres et de mondes d’eau; des lieux mais aussi des nœuds. Etant donné la conjonction de paradigmes de l’archipel, nous nous intéresserons à sa structure «insularisée». Sur l’addition de ses îles singulières, se forme une unité qui fait de l’archipel, un organisme en croissance où toutes les parties sont solidaires d’un système de représentation sans cesser d’être, en chacune, originales. Si le corpus choisi a dans un premier temps été choisi par rapport à son insularité, la thématique évoluera et s’étendra non plus sur un morceau de terre réduit mais au contraire sur l’archipélisation du territoire, sur le passage d’îles en îles que suggère la disposition géographique de l’archipel. Abolies les distances géographiques, les mondes communiquent allégoriquement. Le lieu cesse d’être un centre géographique stable pour entretenir une relation flottante au monde d’où la notion d’archipélité. 23 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-115 Madère. Le musée, l’île et l’ailleurs Ziolko Caroline École supérieure de beaux-arts de Montpellier. E-mail: [email protected] En quoi les musées de Madère révèlent-ils une interrelation multidimensionnelle, développée depuis le XVe siècle, entre l’archipel et les autres continents? Quelle image ces collections hétéroclites et complémentaires proposent-elles de siècles d’échanges économiques, technologiques et culturels privilégiés entre l’île de Madère et le Portugal? Comment, dans ce contexte, se décline – entre insularité, îléité et insularisme – le portrait d’une région aujourd’hui administrativement autonome, émergeant au milieu de l’océan atlantique? Le musée imaginaire regroupant cet ensemble de collections – qui souvent intègre diverses ressources numériques – réussit, à l’heure de l’information en temps réel et des échanges virtuels – à développer une approche muséographique attractive par sa forme, par son contenu, voire par son propos médiatique. Loin de muséifier ce petit territoire insulaire, les lieux d’exposition, de conservation, d’animation et de recherche réussissent ici – parallèlement à d’autres supports médiatiques – à muséaliser selon diverses approches l’identité évolutive d’une culture plurielle, riche et dynamique. Mots-clés: Madère, identité culturelle, muséographie, musée, relation île et continent. 24 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-032 Em Creta com Jorge de Sena: A oposição entre weltliteratur e nacionalismo na poética seniana Caio Gagliardi Universidade de São Paulo, FFLCH – DLCV, Brasil. E-mail: [email protected] A poesia de Jorge de Sena identifica-se historicamente com a experiência do duplo exílio do autor, no Brasil e posteriormente nos Estados Unidos, resultante de sua participação na conjura de 59 contra o salazarismo (o chamado Golpe da Sé), e, posteriormente, da instauração da ditadura militar no Brasil, com o Golpe de 64. O exílio e a errância, convertidos em experiências poéticas pujantes, e arvorados num intelectualismo discordante, balizam uma consistente perspectiva crítica a respeito das crenças e valores nacionais. Ao afirmar “Eu sou eu mesmo a minha pátria”, Sena substitui o tropo lingüístico pessoano, recorrentemente adotado como slogan pós-imperialista de uma hipotética lusofonia transnacional, por uma perspectiva radicalmente diversa, caracterizada pela noção ao mesmo tempo intelectual e apátrida de cidadania. O objetivo desta comunicação é refletir a respeito da poesia de Jorge de Sena à luz desses percursos intercontinentais, destacando sua perspectiva cosmopolita como reação às miragens nacionalistas. 25 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-014 A matriz da insularidade e a construção da identidade cultural José Cândido de Oliveira Martins Universidade Católica Portuguesa – Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH). E-mail: [email protected] A ilha e a condição da insularidade constituíram-se, frequentemente, como continuado pretexto afectivo e intelectual de questionação do tema da identidade cultural, tema polémico e complexo. Isso é particularmente visível na escrita, sobretudo ensaística, mas também literária, de Onésimo Teotónio de Almeida, autor de origem açoriana, mas professor e investigador numa universidade americana. Em vários dos seus textos, ao longo de algumas décadas – desde os ensaios Açores, Açorianos, Açorianidade (1989) e “A questão da identidade nacional na escrita portuguesa contemporânea” (1991); até à peça teatral No Seio desse Amargo Mar (1992) –, o discurso reflexivo do autor visa uma persistente indagação identitária, que articula o local ou regional com o nacional e até o universal. 26 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-026 Vasco Graça Moura e a Europa José Manuel Ventura Centro Universitário de Estudos Camonianos. E-mail: [email protected] A riqueza da produção lírica de Graça Moura deriva, em grande parte, de múltiplos núcleos estruturantes, pelo que, nos seus versos, a Europa, numa dimensão não só geográfica, mas também histórica e cultural, reveste-se de significativa importância na configuração dos desígnios nacionais. Assim, de entre as inúmeras referências, hauridas numa tradição milenar, o universo poético de Vasco Graça Moura não descura o legado camoniano na representação do continente europeu, contributo fundamental para descortinar um singular percurso criativo. Palavras-chave: Europa; Vasco Graça Moura; Poesia portuguesa contemporânea; representação poética da Europa. 27 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-027 Deambulações europeias na poesia de Fernando Pinto do Amaral Maria José Moura Ventura E-mail: [email protected] A mundividência de Fernando Pinto do Amaral em torno das sugestões invocadas pela Europa pode ser concebida como um motivo basilar na criação poética deste autor. Na realidade, a sua poesia revela um peculiar olhar sobre as ambiências urbanas do “velho continente” numa vasta perspetiva física, cultural e simbólica, conferindo aos versos do poeta a busca incessante da tão almejada originalidade lírica. Palavras-chave: Europa; Fernando Pinto do Amaral; criação poética; Poesia portuguesa contemporânea. 28 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-066 Literatura História e Memória: D. Simoa, de São Tomé para Lisboa Aldinida Medeiros Universidade Estadual da Paraíba, CCHE, Departamento de Letras. E-mail: [email protected] Identidade e Memória são elementos constitutivos da História de um povo, de uma nação. Buscar no passado figuras históricas, (re)figurá-las e(ou) redimensioná-las é tarefa que o romance histórico tem feito incessantemente, sobremaneira, do final do século passado aos dias atuais, nos quais constatamos uma infinidades de romances deste gênero na literatura portuguesa. Tomando como objeto para análise o romance A dama negra da ilha dos escravos, buscaremos imergir na “ilha-continente” que foi a vida de Dona Simoa Godinho, de São Tomé, para, através da Literatura, História e Memória, buscarmos, no passado, a identidade construída por uma mulher negra, casada com um fidalgo português, e que deixou um legado de obras de caridade. Simoa Godinho é a figura histórica que, romanceada por Ana Cristina Silva, torna-se nossa “ilha-continente”, nas ondulações da Memória de aquém e de além mar, nas possibilidades que os estudos sobre o romance histórico nos dá, a fim de podermos reler o passado e preencher, pela literatura, os silêncios da História. 29 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-090 Dom Sebastião no sertão – deslocamento do mito de Portugal para o Brasil Edna da Silva Polese FARESC, UNIANDRADE, UFPR, Brasil. E-mail: [email protected] O desaparecimento de Dom Sebastião nas areias de Alcácer Quibir em 1578 provocou o fenômeno chamado Sebastianismo. Profundamente marcante na história de Portugal, o mito sebástico atravessa os mares e encontra morada no sertão nordestino brasileiro, palco agreste e agressivo semelhante ao campo de batalha africano onde o monarca configurou-se em mito. Alguns movimentos messiânicos ocorridos no Brasil no decorrer dos séculos XIX e XX trazem em si as nuances do sebastianismo. O mais significativo desses foi o movimento conhecido como Pedra Bonita, ocorrido no sertão pernambucano, no ano de 1838. Ali, reuniu-se um grupo de crentes que, a partir das visões fantásticas do líder, aguardavam o desencantamento de Dom Sebastião, prisioneiro numa formação rochosa que lembrava duas torres. João Ferreira, o líder desse movimento convenceu os seguidores que Dom Sebastião voltaria a partir do sacrifício dos seguidores e deuse uma matança que horrorizou as autoridades de época e continua intrigando o imaginário sobre o fato ocorrido. Em 1971, o escritor Ariano Suassuna lança uma obra fundamental e grandiosa sobre os acontecimentos: O Romance da Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta, no qual retoma a figura do líder messiânico a partir do processo memorialístico de seu neto, Dom Dinis Ferreira Quaderna, que enxerga no mito sebastianista a esperança do povo sofrido e carente dessa região do Brasil. O mito sebastianista viaja e transita em diferentes espaços, modificando-se e reconfigurando-se a partir de movimentos históricos díspares aos ocorridos na África e em Portugal, no caso, o espaço sertanejo brasileiro, contribuindo para a construção da identidade cultural dessa região do Brasil. 30 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-091 As tradições como meio de (re)construção e afirmação identitárias: o caso dos Açores Carmen Ponte Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), Portugal. E-mail: [email protected] O presente trabalho tem por objectivo reflectir sobre o papel das tradições no processo de construção e afirmação da identidade no contexto açoriano. Neste âmbito e sob o ponto de vista etnográfico e cultural, pretende-se, pois, destacar algumas tradições, usos e costumes (Romeiros de São Miguel, Festas do Espírito Santo, Foliões, entre outras) que serviram de sustentáculo à consolidação da identidade açoriana. Armando Côrtes-Rodrigues, Vitorino Nemésio, Luís da Silva Ribeiro, Francisco Carreiro da Costa e Domingos Rebelo farão parte integrante das figuras intelectuais que abordaremos ao longo deste estudo e que enalteceram muitas das tradições, costumes e religiosidade do povo açoriano. Nesta perspectiva, torna-se importante analisar como esta identidade cultural é vivida e (res)sentida não só dentro das ilhas mas também fora delas, visto que um dos traços históricos do Arquipélago dos Açores é o processo secular da emigração. Deste modo, estudar-se-á igualmente o processo de representação e reafirmação da identidade cultural, da “açorianidade”, em diversas comunidades da diáspora açoriana. 31 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-052 O urbano e o rural em Grande sertão: veredas: o embate social conformado através do espaço Jaqueline Koehler UFPR/FARESC, Brasil. E-mail: [email protected] Grande sertão: veredas, romance de João Guimarães Rosa, apresenta ficcionalmente na conformação de seu espaço um embate entre a cidade e o sertão, que possibilita a discussão a respeito dos processos de constituição do Brasil no final do século XIX e início do século XX. A personagem Riobaldo, ao narrar sua vida de jagunço, desvela alguns processos a respeito do homem sertanejo e seus costumes, em contraponto ao homem da cidade, o que gera um embate entre esses dois espaços, bem como entre suas culturas e modos de ver o mundo. Para essa análise são fundamentais as contribuições a respeito do espaço em literatura de Zubiaurre, o estudo de Raymond Williams sobre as relações entre campo e cidade, além do trabalho de Willi Bolle a respeito da obra roseana. Dessa forma, este trabalho se subordina ao eixo de reflexão “O modo pelo qual a memória cultural e os fluxos migratórios entre ilhas e continentes intervêm ao nível da (re)construção identitária”, pois pretende analisar as relações entre os espaços sertanejo e citadino para a construção de uma leitura do romance como um retrato dos processos de migração do centro para o interior e seu contrário, e de como essas relações são parte da formação da sociedade brasileira, colocando em xeque questões como o tradicional lugar da periferia e da marginalidade, da cultura letrada, da violência e barbárie, e da educação . 32 Discursos metafóricos: Mar, ilhas, continentes Metaphorical discourses: Sea, islands, continents Discours métaphoriques: mer, îles, continentes 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 34 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-012 The paradisiacal island and the search for self Iosefina Blazsani-Batto Romulus Ladea Fine Arts High-school, Literature and Communication Department, Cluj-Napoca, Romania. E-mail: [email protected] Mihai Eminescu’s text, Cezara, invites the reader to take a journey in search for understanding the human condition. The island is the proper place to represent different levels of knowledge, so that the main character relates himself to various people and events. The persons he contacts represent stages of his understanding. The limitation of his actions is given by the space he lives in. Thus, the island represents life and death altogether, birth and rebirth of the soul due to the characters’ interactions or lack of them. The comparative method used to mark the core of the short-story defines the interrelational components that mark the main character’s evolution directly related to the special place he chooses to live in. The island illustrates a particular way of life that can have a double meaning in someone’s life: it can grow the feeling of fear or it can induce calm and peace. The individual can live both feelings in separate periods of time. The ways in which he reacts define his perceptions of life. Sometimes, he feels he is part of a community and other times he embodies the individual’s inner struggle to find his place in the universe. Living on the island helps him feel the connections between the two worlds, the inner and the outside world, and it represents a proper place for raising questions about its own identity. In conclusion, the direct relationship between the character and the place he lives in define him as a personality and permit the comprehension of the world through various experiences such as meditation, love, knowledge. 35 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-047 Navigation into paradise: Cecil B. DeMille’s Male and Female, Ellis island and the American insular imaginary Johannes Riquet University of Zurich, English Department, Switzerland. E-mail: [email protected] In another island, which they assure me is larger than Espanola, the people have no hair. In it there is incalculable gold... (Christopher Columbus, 1493) Islands have been imagined as gateways to America ever since Columbus’ discovery of a world of islands on his first voyage to the New World. In the first half of the twentieth century, European immigrants also had to pass through islands (Ellis Island, Angel Island) before they could reach America. These islands came to be associated with the hopes, dreams and frustrations of potential future Americans, marking them as spaces of heightened imaginative activity (as apparent in the poetry scratched on barracks by Chinese immigrants on Angel Island). In Columbus’ letter to King Ferdinand of Spain, the most pronounced utopian fantasies are, crucially, not located on the islands he visited, but in spaces just beyond them. Taking this observation as a starting point, this paper will argue that Cecil B. DeMille’s 1919 film Male and Female, an adaptation of J. M. Barrie’s The Admirable Crichton, formulates its own version of the American Dream in its construction of the island as a space where America first has to be imagined before it can be reached, a sort of fictional counterpart to Ellis Island. If The Admiral Crichton is a utopian fantasy about the reversal of master-servant hierarchies on a desert island, Male and Female reinterprets the British play by pointing to America as a genuine alternative to the locked social hierarchies of the old world. One major departure from Barrie’s narrative is an extravagant cinematic fantasy within the central island episode that offers a self-reflexive comment on Hollywood as an insular space from which a utopian America is imagined. As I intend to demonstrate, Male and Female (as do, albeit in different ways, more recent films such as Dr. No, The Truman Show and Superman Returns) points to the island as a stepping stone and transitional space between two worlds; a theatre of aesthetic production where America comes into being as an object of desire. 36 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-025 Foscolo’s Zacynthos: the island between myth and nostalgia Emilia Di Rocco University of Rome, La Sapienza, Department of European, American and Intercultural Studies. E-mail: [email protected] The essay addresses the meaning of Ugo Foscolo’s Homeland with regard to the Ulysses myth referred to in his sonnet To Zacynthos, the island where the poet was born. In the first eleven lines of the poem, besides voicing his nostalgia for his fatherland, Foscolo sketches an itinerary along which the real island becomes the island of myth. References to ancient myth (Venus and Ulysses) project on the real island the poet’s nostalgia for the island of his childhood as well as for the place where myth was born and, therefore, for a distant mythical past. The sea thus becomes an element of union between the mythical past and the present situation of the poet, his condition as an exile. The sentence culminates in the poet’s reference to Ulysses’ gesture of kissing the ground on his arrival in Ithaca. This act is part of a network of motifs, such as the opposition between the island and the sea, civilization and barbarism, and also between the real Zakynthos and the mythical one. In Foscolo’s sonnet the reference to Ulysses marks also the opposition between the sea, which dominates the first part of the sonnet and the island in closing lines. Here the mythical island of the first sentence becomes again the real island which in the future shall welcome the poet’s song, but not his dead body. The paper explores the meaning of the island as a key element in reconstructing the poet’s identity through the opposition between a mythical past and the present, the sea and the earth, as well as between the modern poet and Odysseus. 37 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-102 Becoming the island: Considering the self, virtual self and illusion through multisensory narrative in Dear Esther Nina Shiel Dublin City University, School of Applied Language and Intercultural Studies, Ireland. E-mail: [email protected] Conventionally termed a ‘game’, but, in reality, an example of a new genre that might best be described as a ‘virtual graphic novel’, Dan Pinchbeck’s Dear Esther situates its viewer/reader/player on a deserted Outer Hebridean island. The reader becomes, at once, an outside observer and also the main character of this short story. The ‘reading’ process involves parsing together the tragic events leading to the current situation on the island from the brief narrative fragments triggered by the reader’s movements around the highly detailed virtual environment and from the visual clues present in it. We learn that elsewhere, a car crash has occurred and that a loved one has been lost. We must discover who we are, how we came to be on the island and where we are intent on going. As the sea separates the main character from the painful past in the outside world, it also forms a symbolic border between the player’s own reality and the immersive world of the story. Dear Esther invites its reader to contemplate where the borders lie between the self and illusion, between this world and the ‘virtual’ in all the senses of the word. This paper will analyse Dear Esther from the perspective of visual/textual studies. It will consider how text and image function together in this work and how the multisensory elements present affect the reading experience. Unquestionably ludic in nature, but abandoning most of the elements of conventional gameplay, this text straddles both emerging electronic literature and traditional epistolary narratives. The virtual sea not only separates, but unifies as well. In its discussion, this paper will be relevant to the lines of reflection concerning the sea as an element of union and/or separation as well as metaphorical discourses on the sea and islands. 38 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-042 As águas sem lado de lá: Por uma ética da ficção Rodrigo Ielpo Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP / FAPESP), Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Brasil. E-mail: [email protected] No conto “A terceira margem do Rio”, um homem do interior do Brasil parte em sua canoa para aí permanecer, entre as margens, como a formar, como o título indica, a margem ausente de todas as margens. Como diz seu filho, “Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio (...).” No Livro das Ignorãças, do poeta Manoel de Barros, as águas também parecem apontar para esse lugar sem lugar em que “Minha canoa é leve como um selo / Estas águas não tem lado de lá.” Assim, por oposição à “terra firme”, as águas aparecem nos dois autores como desterritorialização dos espaços positivos, incitando-nos a refletir sobre uma ética da ficção em que “Aquilo que não havia, acontecia”, como lemos no conto de Rosa. Nem direita, nem esquerda, a terceira margem ou as águas do lado de lá não são tampouco um centro, no sentido geográfico, mas marca desse indecidível em que a ficção se forma em um espaço no qual o próprio espaço se forma, apontando para um regime em que a dicotomia entre as categorias de verdade e mentira parece ceder lugar às potências do falso. 39 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-069 Diálogos entre Eça de Queirós e o Oriente Antonio Augusto Nery Universidade Federal do Paraná. Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas. Centro de Estudos Portugueses. Brasil. E-mail: [email protected] Pretendemos averiguar as referências feitas ao Oriente em alguns textos de Eça de Queirós. Como sabemos, não foi somente a viagem realizada ao Egito, quando jovem, que proporcionou a Eça (re) visitar a região em suas obras, pois, muitas das menções feitas em seus textos ficcionais e não ficcionais sobre a China, por exemplo, vieram de outras fontes de informações e, obviamente, de sua própria imaginação. Entre os escritos que investigaremos neste trabalho estão “O 14 de Julho. Festas Oficiais. O Sião” e “A França e o Sião”, ambos de 1893, coligidos postumamente no volume Ecos de Paris (1905), além do artigo “França e Sião”, produzido em 1897 e coligido no volume Notas Contemporâneas (1909). Nesses artigos, Eça relata acontecimentos que ocorreram nos anos de 1893 e 1897, envolvendo a França e o Reino de Sião, hoje Tailândia. O intuito principal do escritor parece ser o de compreender as particularidades das relações estabelecidas entre o Ocidente e o Oriente. Por intermédio de seu discurso irônico, Eça emite opiniões críticas acerca dos interesses econômicos e políticos que balizavam o diálogo da França com o Sião e que, quase sempre, não previam as diferenças culturais existentes entre os países. 40 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-095 Entre o leito e a margem: plural de águas, singular identidade – um diálogo de Guimarães Rosa e Mia Couto Maria Cristina Cardoso Ribas Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Educação e Humanidades, Departamento de Letras, Brasil. E-mail: [email protected] O presente trabalho transita no fluxo e no pantanal de sentidos circunscritos à água em lugares distintos. Para isso, visamos ao diálogo de dois contos: “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa (Primeiras estórias, 1962), e “Nas águas do tempo”, de Mia Couto (Estórias abensonhadas,1994), logo após o fim da guerra civil em Moçambique. A nossa leitura do conto brasileiro - a história do filho esperando, na margem do rio, o pai que não volta e sofre a culpa por trair o modelo e não preencher a vacância daquele lugar; - e do moçambicano – um velho avô que, presente, resolve levar o neto para navegar em “interditos territórios” dramatiza, nas águas da ficção, as inovações metodológicas do comparativismo. Livres do postulado da continuidade e subserviência ao modelo, não mais rastreamos fontes e o antes entendido como dependência, dívida, torna-se reescritura (Carvalhal, 1986). Nossa leitura pretende rever a dívida, o que implica em questionar o conceito de superioridade (Silviano, 1979) e sua contraface, o assujeitamento ao modelo – aqui o pai e a tradição -, convertendo o novo texto – filho e neto - em outro ponto de referência, espaço liquefeito em que marginalizados e descendentes se instalam, a despeito da própria impotência e/ou interdição e ainda assim constituem um observatório privilegiado. Enquanto o conto moçambicano encena, no conforto da presença do avô, a possibilidade de atualização dos veios de uma tradição pautada em valores comunitários, o brasileiro dramatiza a cisão do sujeito com a linguagem e a quebra do circuito de transmissão do saber. Nos rios que parecem mar, entre o leito e a margem, a vida e a morte, a razão e o mito, ali, naquele espaço insulado, plural de águas, é possível emancipar-se: navegar numa canoaberço/ataúde- e constituir identidades singulares. 41 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-046 A ilha como metáfora do corpo, o mar como espaço da fala: uma leitura dos poemas “Nenhum corpo é como esse, mergulhador, coroado...”, de Herberto Helder e “Do fundo do mar...”, de Cruzeiro Seixas Ana Cristina Joaquim Universidade de São Paulo, Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Doutoranda bolsista (CAPES) do Programa de Pósgraduação em Literatura Portuguesa, Brasil. E-mail: [email protected] Trata-se de uma leitura dos poemas “Nenhum corpo é como esse, mergulhador, coroado...” (Herberto Helder) e “Do fundo do mar...” (Cruzeiro Seixas), que se insere no eixo de reflexão “Discursos metafóricos: Mar, Ilhas, Continentes”, cuja proposta é evidenciar o percurso de leitura de Herberto Helder neste poema que ele dedica ao Cruzeiro Seixas. Vale dizer que o mar e suas metonímias (sal, água, peixe) são uma constante na poética de Cruzeiro Seixas. Outra informação relevante é a proximidade que Herberto Helder manteve do poeta e pintor surrealista, para quem escreveu um texto publicado no catálogo de uma de suas exposições em Lisboa (1970-72). Para fins de análise, levaremos em conta dois aspectos presentes na poética de ambos: 1) a recorrência à metalinguagem, e 2) a adesão a uma escrita encarnada, isto é: nota-se, tanto no caso de Herberto Helder, como no caso de Cruzeiro Seixas, a recorrência às imagens corporais, de modo que o corpo passa a ser o fundamento do sujeito da escrita. Feito isso, elucidaremos, por fim, as metáforas em destaque: no poema de Herberto Helder, a metáfora da ilha em referência ao poeta Cruzeiro Seixas, bem como as constantes alusões ao mar; e, no poema de Cruzeiro Seixas, a metáfora do mar como espaço privilegiado, lugar da fala possível. Além da análise interpretativa dos dois poemas supramencionados, citaremos trechos de outros poemas, em que imagens do corpo, do mar e de suas adjacências se façam presentes. 42 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-062 The symbolism of bird islands (Anatol France’s ‘Penguin Island’ and Marko Tsepenkov’s ‘Stork Island’) Vladimir Martinovski University Ss Cyril and Methodius. Faculty of Philology “Blaze Koneski” – Skopje. Republic of Macedonia. E-mail: [email protected] Our paper aims to analyse the symbolic function of imaginary bird island in two works coming from two different literary traditions: the novel Penguin Island (L'Île des Pingouins, 1908) by Anatole France (1844-1924) and the fantastic folk story ‘Silyan the Stork’, written down by Marko Tsepenkov (1829-1920). From an imagological viewpoint the paper is to focus on two dichotomies: 1) island-continent and 2) man-bird. While in Anatole France’s novel the penguin island has the features of a utopian chronotope allowing for a series of satirical parallels, the stork island in the folk story as recounted by Tsepenkov has a myriad of symbolic functions: 1) a place to encounter Otherness; 2) a place for the hero’s metamorphoses (from man into stork and vice versa); 3) a place of initiation; 4) a place that may be compared to a kingdom of the dead (the underworld); 5) an exotic chronotope in which one searches similarities with the homeland; 6) a place of salvation from death, but also 7) a prison of sorts, in which the protagonist serves out his sentence (“this miserable place”). The paper will also draw parallels with several Macedonian literary works from the last two decades of the twentieth century inspired by the folktale: the novel Patešestvijata na Siljan Štrkot / Silyan the Stork’s Travels (1983) by Vidoe Podgorec (1934-1997), the novel Silyan Flies Again (1994, 2011) by Trajče Krsteski (1950), the poem Siljan the Stork Flies over Macedonia Once Again (1995, 2000) by Risto Lazarov (1949) and the play Siljan Stork Chance (1991) by Dejan Dukovski (1969). Кeywords: island, utopia, image, identity, Anatole France, Penguin Island, MarkoTsepenkov, Silyan the Stork, satire, folklore. 43 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-093 The island as palimpsest: modern representations of isolation vs. communion in a dialogic/intertextual perspective Carmen Popescu University of Craiova, Faculty of Letters, Romania. E-mail: [email protected] The analytical framework for this study will be ensured by a combination between intertextual theories and the cognitive approach to metaphor. Despite the polysemy of this topos, the island will be seen primarily as a metaphor for the self, entailing a heightened concern with communication/ communion. The (im)possibility of dialogue as emerging from the corpus engenders another important issue: the intertextual/interliterary dialogue in the guise of palimpsestic, differential rewriting, as in Michel Tournier’s revision of Defoe’s hypotext in Vendredi ou les limbes du Pacifique. For all the comparisons invited by the modern representations of the topic, the paper will focus on Romanian literature, where the island is less an (idealized) reality and more a pre-codified, pre-symbolized trope, somewhat abstract and artificial. In consequence, the palimpsestic ontology of the island is itself thematized by various writers. In his very “Borgesian” short-story The Island, Ioan Groşan literalizes the conceptual metaphor of the palimpsestic island (made of quotations). Along with the intertextual recasting of the theme, the text foregrounds the failure of sentimental communion of the couple, precisely because of the inextricable relation between the genuineness of life and the artificiality of literature. Other illustrations are taken from poems by Ion Pillat (Arta poetică/Ars poetica) and Virgil Mazilescu (Mâncau la o masă lungă şi bogată/ They were eating at a long lavish table), where the self’s insularity is experienced as egotism by Ion Pillat and as exclusion from the life’s feast by Mazilescu. Both poems are equally meta-poetic and hypertextual, replete with allusions to myth and literature and to the poet’s condition and social function. Solipsistic subjectivity is contrasted with empathy and conviviality. Integrated in a complex symbolic texture, the (post)modern island works both as an archetypal representation able to concentrate transcultural semantic invariants, and as a literary topos open to “debate” through dialogic, palimpsestic devices. 44 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-083 “Woman as island” in Places far from Ellesmere, a geografictione (by the Canadian writer Aritha van Herk) Isabel Nena Patim Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL-Porto, Portugal. E-mail: [email protected] In this geografictione, entitled Places far from Ellesmere, the imaginative possibility of the literary cartography and of the cartographic fiction are shaped in a geographical site, i.e. Ellesmere Island. While the geographical path of the narrative is towards the artic, the fictional geography calls other places, places far from Ellesmere. The reader is taken from Edberg, to Edmonton, and to Calgary, towards Ellesmere Island in the Canadian north. The limits of the artic are used as the site that enables the creation of space for alternative visions. Aritha van Herk uses the artic space to subvert literary and textual constraints, as well as to question gender issues. In the narrator’s journey to the artic, a single book is taken, to be read: Leo Tolstoy’s Anna Karenina. Later, this tragic character inhabits the space of the island of Ellesmere where she is unread to be recreated and given another possibility. The cartographic and the fictional discourses enable Anna a new life possibility as she becomes the woman as island, i.e. as the body is inscribed in the space of the island. This geografictione rewrites in different dimensions: Tolstoy’s character Anna Karenina is unread to be then rewritten in the artic space, the Ellesmere Island; the cartography of the Island is rewritten through this geografictione; the textual narrative is reinvented in a fusion of geography and fiction. 45 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-124 Islands and continents in SF and epic fantasy Mersiha Ismajloska UIST-Ohrid. University for Information Science and Technology "St. Paul the Apostle". Building at ARM. 6000 Ohrid. Republic of Macedonia. E-mail: [email protected] Starting with Lewis Carroll "Alice in wonderland" and "Alice through looking glass", we can speak about some special places, which remind or make allusion to islands and because they never can be explained geographically in some way is like with rule, connected with phantasy. Even spiking of epic phantasy and Tokin saga or SF cases as one of Stanislaw Lem, Carl Sagan, Arthur Clarke, where islands and continents came to opposition between them in some other out of Earth contest, which could lead to methodology to get some knowledge with making distance, but only to get more appropriate understanding of issues that man always emphasizes as questions. Having in mind Ursula K. Le Guin works we can speak about epic phantasy approach to SF context, and we can use this as paradigm to discuss islands and continents in phantasy with their potential to offer solutions for understanding of individual and world, only because island and continents are putted as opposites. 46 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-119 Paquetá e a imagem de “Ilha dos Amores” Maria Aparecida Ribeiro Universidade de Coimbra e Centro de Literatura Portuguesa. E mail: [email protected] Situada na Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro Brasil, a Ilha de Paquetá, conhecida desde o século XVI, foi lugar mencionado por André Thevet e frequentado por D. João VI, quando a família real portuguesa emigrou para o Brasil. A partir de 1844, tornou-se célebre, sem que, no entanto, seu nome fosse mencionado: Joaquim Manuel de Macedo, o primeiro romancista do período romântico a tornar-se famoso, celebrizou em A Moreninha, um espaço insular cuja imagem o público fez corresponder à Ilha de Paquetá. Cantada nos versos de Freire Júnior, musicados por Pixinguimha e, depois, por Radamés Gnatalli, Paquetá foi cenário de dois filmes homônimos do romance de Macedo (o primeiro de 1915 e o segundo de 1970, estrelado por Sônia Braga) e de três telenovelas igualmente homônimas: uma da TV Tupi, em 1956, com Yoná Magalhães, no papel de Carolina, e duas da TV Globo — em 1965, com Marília Pêra, e, em 1975, com Sônia Braga. Mas não só a mídia ajuda a manter a imagem mítica de Paquetá como Ilha dos Amores: também o poder público, que registrou a Pedra da Moreninha, a Gruta dos Amores, a Praia dos Tamoios e convida os turistas a visitá-los. 47 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-120 Variações sobre o paradigma camoniano da ‘Ilha namorada’ na tradição épica portuguesa Manuel Ferro Universidade de Coimbra e Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos. E-mail: [email protected] Se a presença de ilhas em epopeias é uma constante na tradição épica portuguesa, nem todas constituem variações ao espaço da Ilha dos Amores de matriz camoniana. Se bem que, na generalidade, todas elas ostentem autênticos ambientes edénicos, de acordo com o que normalmente a poética do espaço prescreve ou confirma, na verdade, alguns casos há em que a respetiva caracterização do ambiente aí encontrado parte e segue de perto o modelo d’ Os Lusíadas. Por conseguinte, torna-se prioritário, num primeiro momento, proceder ao levantamento sistemático e à abordagem literária das ilhas nas epopeias do Barroco e Neoclassicismo em Portugal, e, logo após, analisar a reescrita do poema de Camões ou o seu aproveitamento por iniciativa de autores tão díspares como José Agostinho de Macedo (O Gama, 1811, e Oriente, 1814), Almeida Garrett (Camões, 1825), e Fernando Pessoa (Mensagem, 1934), evidenciando assim aspetos de continuidade ou ruptura, resultante do estudo e cotejo dos referidos poemas. Palavras-chave: Ilhas; Epopeias; Os Lusíadas; comparatismo. Variations of the Camonian pattern of the “Island of Love” in the Portuguese epic tradition If the occurrence of islands in heroic poems is a constant in the Portuguese epic tradition, not all of them constitute variations to the exhibited space in the Island of Love of Camonian origin. Even though, in general, all of them display authentic edenic environments, according to the rules prescribed and sustained by the space poetics, in reality there are some examples in which the characterization starts and follows very closely The Lusiads’ pattern. Therefore, it becomes a priority in a first step to proceed to the systematic survey and to the literary approach of islands in the epic poems of the Baroque and Neoclassicism in Portugal, and, thereafter, analyse the rewriting of the Camonian poem or its reuse on the initiative of different authors such as José Agostinho de Macedo (Gama, 1811, and East, 1814), Almeida Garrett (Camões, 1825), e Fernando Pessoa (Message, 1934), thus showing aspects of continuity or rupture, resulting from the study and parallel of the mentioned poems. Keywords: Islands; Epics; The Lusiads; comparativism. 48 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-040 A revista Atlantida (1915-1920): a metáfora do continente perdido e o projeto de união luso-brasileira Lucia Maria Paschoal Guimarães Programa de Pós-Graduação em História. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Brasil E-mail: [email protected] "Um escritor português, João de Barros, e um escritor brasileiro, Paulo Barreto depois de terem inventado muitas páginas de encantadora literatura, tiveram um achado geográfico: encontraram essa misteriosa Atlantida nunca marcada no roteiro dos navegadores, (...). Uma ilha, ou um arquipélago, ou um continente, terra nebulosa, (...) Um único dado precioso aparecia em todas essas indecisas citações: aquele esquivo torrão deveria existir no meio do Atlântico, a oeste de Gibraltar (...) por consequência entre a Europa e a América, entre Portugal e o Brasil... [...] Assim foi descoberta, abordada e conquistada a Atlantida [...]. Novíssimo continente moral, de amor e de defesa, Atlantida liga o velho e o novo, e une principalmente Portugal e o Brasil, as duas pátrias eternamente irmãs." As palavras são do poeta brasileiro Olavo Bilac e foram pronunciadas em Lisboa, durante um banquete em sua homenagem, realizado em 1916. O poeta reportava-se ao mito platônico para se referir ao programa editorial defendido pela revista Atlantida. Mensário artístico, literário e social para Portugal e Brazil. A comunicação busca demonstrar que a metáfora do continente perdido, supostamente recuperado por João de Barros e Paulo Barreto, servia de mote a um projeto político-cultural, que envolveu intelectuais e políticos das duas margens do Mar-Oceano, voltado para a aproximação luso-brasileira. Neste sentido, será explorado o contributo do periódico, que circulou regularmente entre 1915 e 1920, publicando matérias literárias, artísticas e estudos contemporâneos de interesse geral, ao lado de textos de reflexão doutrinária acerca da conveniência de reforçar os laços entre Brasil e Portugal. 49 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-122 Construções metafóricas e identidade em A ilha está cheia de vozes, de João Medina Maria Luísa Leal Universidad de Extremadura, LEPOLL, España. E-mail: [email protected] Nos anos setenta (1971 para a primeira edição e 1978 para a segunda) veio a lume uma robinsonada que permite uma reflexão interessante sobre a construção de identidades pessoais e coletivas através do recurso a motivos que funcionam como metáforas cristalizadas na cultura ocidental, pelo menos depois de Defoe: a ilha deserta e o próprio naufrágio. Sobre o metafórico naufrágio e a metafórica ilha, assiste-se a uma ostentação de referências culturais e a uma proliferação de vozes que se combinam com uma ironia corrosiva, aniquiladora de todas as utopias e determinante de todo o registo discursivo. Numa obra que se filia na linhagem do conto filosófico e no registo paródico das viagens à Sterne ou à Xavier de Maistre encontramos, de maneira seminal, aspetos que seriam ulteriormente desenvolvidos no pensamento do historiador João Medina e plasmados noutra incursão ficcional sua de princípios do século XXI. É nessa linha que procuraremos mostrar como, da metáfora da ilha deserta, se transita para o Portugal náufrago, da instrução de Sexta-feira para o repositório cultural da cultura ocidental, da episódica companhia na ilha deserta para a solidão como condição intrínseca de uma certa existência quotidiana. 50 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-050 Posthuman geographies: the island as a natural and metaphorical landscape of posthuman mutation in M. Houllebecq’s and H.D. Wells’s novels Peggy Karpouzou National and Kapodistrian University of Athens, Faculty of Philology (Greece). E-mail: [email protected] According to G. Deleuze “humans can live on an island only by forgetting what an island represents. Islands are either from before or for after humankind” (Desert Islands and Other Texts 1953-1974, 2004, 9). Τhe aim of this paper is to investigate the role of the island as a utopian or dystopian landscape but also as a metaphor in the construction of posthuman identities in three science fiction novels (Michel Houellebecq’s, La possibilité d’une île, Les particules élémentaires and H. D. Wells’s, The Island of Doctor Moreau). The island is approached as the birthplace of the next step of humanity, the laboratory where scientific mutations create new species and the line between human and animal as well as between human and clone is blurred. Drawing on certain theoretical positionings proposed by Derrida, Deleuze, Braidotti and Terrada among others, the paper investigates new ways of individual and social being involving two main axes: the first one concerns the role of the emotions and the material embodiment in the interplay between animal, human and posthuman identities as challenged by the natural environment. The second one examines the contribution of the island/sea/continent metaphors to the representation of various mutational projects from one species to another. The paper argues that some trends of posthuman self representation (connectivity, fluidity etc) in the aforementioned novels can be fruitfully approached through insularity metaphors which provide a better understanding of posthuman rhizomatic subjectivities. 51 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-109 A network of quotations between print and computer media: A qualitative approach to Gerhard Richter's "Text" Aleš Vaupotič1 & Narvika Bovcon2 1 University of Nova Gorica, School of Humanities, Research Centre for Humanities, Slovenia. 2 University of Ljubljana, Faculty of Computer and Information Science, Computer Vision Laboratory, Slovenia. E-mail: [email protected] The paper considers the issue of identity and its (re)construction within the context of the study of networks, and also in the realm of cybertextuality. Gerhard Richter's books Text (2008, English version 2009) – a collection of painter's verbal statements about his artistic method – and Atlas (2006) – 783 sheets with images, mainly photographs and visual notations, that Richter collected since 1962 and organized in a meaningful way, some of them to be used later for his paintings – are two archives that complement the understanding of his diverse artistic practice. The paper will present a textual model that experimentally simulates a possible ordering principle for archives. Richter's statements in the book Text will be cut up and used as short quotations. Those that relate to multiple aspects of the painter's oeuvre will be identified as hubs in the semantic network. The hubs will be organized paratactically, as an array of different themes. Two research questions about Richter's poetics will be considered: the connection of the motif in the painting with the technique and the style, and the relation of the author to other painters as an alternative arthistorical narrative. The paper will thus present a methodological hypothesis and an experimental model that aim to connect the quantitative research of real networks with the paradigms of humanistic interpretation. We have to bear in mind that the network is actually a result of the researcher's interpretative approach, which is added to the initial archive included in the book Text. The breaking up of Richter's poetics into atoms of quotations is an experimental proposal of a new textuality in art history and humanities, which in fact is not completely new. In comparison to digital archives with complex interfaces that often tend to obscure the content, the elements in our experiment appear as specific configurations of the semantic network and are presented in a limited number of linear texts. The method of listing of quotations gathers the fragments into a potential “whole”, i.e. a narrativized gateway to an archive according to the researcher's interpretation. 52 O mar enquanto elemento de união/separação The sea as an element of union and/or separation La mer en tant qu’élément d’union/separation 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 54 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-064 A simbologia do mar nas obras de Lygia Bojunga Nunes: Uma reflexão acerca do enquadramento utópico e distópico Alice Atsuko Matsuda1 & Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira2 1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – câmpus Curitiba, Departamento Acadêmico de Comunicação e Expressão. Membro do Grupo de Pesquisa: CRELIT (UENP-CP) e Formações discursivas sobre Tecnologia e Trabalho (UTFPR-Curitiba), Brasil. 2 Universidade Estadual Paulista – UNESP, câmpus de Assis/SP e Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA. Membro dos Grupos de Estudo: CRELIT (UENP – CP) e Leitura e Literatura na Escola (UNESP – Assis), Brasil. E-mail: [email protected] A imagem ambivalente do mar é recorrente nas obras de Lygia Bojunga Nunes. O mar recebe vários significados simbólicos na produção da escritora, configurando-se ora como elemento positivo ora negativo. Assim, o mar é empregado tanto de forma utópica, como lugar de prazer e lazer, quanto distópica, como cenário para o rito de passagem que inclui a dor e o sofrimento, próprios do rito de passagem que caracteriza o Bildungsromans. Nos livros Os colegas, Angélica (1975), Corda bamba (1979), Sofá estampado (1980), e Sapato de salto (2006), além de nos contos “Tchau”, “Lá no mar”, “A troca e a tarefa” e “O bife e a pipoca”, pode-se notar que, pela caracterização do mar, este elemento assume valor simbólico ambíguo, sendo caracterizado de forma utópica e distópica. Desse modo, enquanto, em alguns textos, o mar assume o caráter utópico, conotando local de aconchego, segurança, ideal a ser atingido; em outros, ele é representado como distópico, pois é local de angústia, asfixia e morte. Constrói-se, neste texto, a hipótese de que, mesmo em seu sentido simbólico sombrio, o mar nas obras da escritora configura-se como elemento de reflexão e revelação. Desse modo, ele assume metaforicamente o sentido de ampliação do horizonte de expectativas do leitor. Pelo exposto, a presente comunicação, atendendo ao eixo de reflexão – O mar enquanto elemento de união/separação –, objetiva apresentar, pautando-se pelos pressupostos teóricos da Estética da Recepção, uma reflexão acerca da simbologia que esse elemento assume nos textos mencionados da autora e sua importância para a formação do leitor. Palavras-chave: Mar. Lygia Bojunga. Bildungsroman. 55 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-092 Suplementos culturais, geografia textual e afirmação identitária: um estudo de caso Lusa Ponte Universidade dos Açores, Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais – Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20) – Centro F.C.T., Portugal. E-mail: [email protected] Esta comunicação integra-se no eixo de reflexão “O mar enquanto elemento de união/separação” e incide sobre o suplemento Glacial – A União das Letras e das Artes, publicado na Terceira, no jornal A União, de julho de 1967 a julho de 1973 e, depois, em folhas esparsas policopiadas a stencil pela galeria de arte Degrau, até março de 1974. Partimos do princípio de que um suplemento pode ser considerado uma “obra cultural” com uma coerência e uma unidade que lhe são próprias, cuja estrutura possui uma significação específica capaz de revelar intenções e orientações que não apenas corroboram as que nele são textualmente expressas, mas que também as enriquecem, as completam, chegando mesmo a ultrapassá-las. Neste sentido, e após breve contextualização do seu aparecimento, referência às circunstâncias que levaram à sua extinção e caracterização dos eixos em torno dos quais o Glacial se constrói como “texto” e constrói o seu universo axiológico e semântico, fazemos incidir a análise sobre o valor descritivo e conotativo do seu nome, o conteúdo dos primeiros números do Suplemento e dos textos programáticos, a sua estrutura e geografia textual, e a proveniência dos seus colaboradores. Partindo das noções de centro, periferia e poética da Relação, propomos, com esta análise, identificar as estratégias discursivas que o Glacial utiliza para construir a sua relação com O Outro sem com isso se afastar do seu referente açoriano. O nosso objetivo é determinar o ponto de vista que lhe é subjacente e mostrar como ele se inscreve na problemática da Identidade açoriana. Palavras-chave: suplemento cultural, centro, periferia, Glacial. 56 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-087 A febre de cimento se apossa da Riviera Camila Pierobon Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPCIS/UERJ), Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected] Quinto Anfossi, morador da cidade grande, decide visitar sua mãe na Riviera italiana. Sempre que retornava, Quinto admirava de forma nostálgica a verde e calma paisagem, que parecia inalterada desde sua infância. Todavia, na última viagem, Quinto sentira certo incômodo. Nosso personagem viajava lendo no trem e, ao levantar os olhos do livro, percebeu “a febre do cimento [que] se apossara da Riviera”. Na pequena cidade do litoral italiano, em todos os seus cantos, despontavam novos edifícios, prédios modernos, recentes construções, formando incontáveis conjuntos urbanos que debruçavam sobre o mar “o maior número de janelas e varandas que podiam”. O mote do livro A especulação imobiliária de Italo Calvino está no incomodo e na fascinação do novo “espírito econômico” que tomara conta dessa região litorânea no período do pósguerra. Apaixonado por entender as transformações da vida nas cidades, uma das maiores inquietações do autor italiano foi a de compreender a lógica e o funcionamento dos centros urbanos através da criação de seus personagens e suas inserções objetivas e subjetivas nas tramas das cidades. Nossa proposta de comunicação é acompanhar a trajetória de Quinto Anfossi, analisando seu incomodo e fascinação pelas transformações dessa pequena cidade do litoral italiano. Em uma perspectiva comparada, traremos a relação entre a trajetória elaborada por Italo Calvino e a teoria desenvolvida pela socióloga Vera Telles no livro A cidade nas fronteiras do legal e ilegal, onde a pesquisadora apresenta a trajetória como um conceito importante para entender as sutilezas das transformações e complexidades presentes nas tramas cotidianas das cidades. Para tal aproximação, farei uso das reflexões de Wolfgang Iser quando este propõe que a obra deve ser pensada como uma construção do tipo “como se”. Isso significa dizer que a “realidade” deve posta entre parênteses devendo a obra ser compreendida como se fosse uma dada “realidade”. 57 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-045 Une mer, deux rives et un pont pour le dialogue: la Méditerranée perçue par Taha Hussein Omar Mokdad Jemni Faculté des sciences humaines et sociales. Université de Tunis, Tunisie. E-mail: [email protected] L’œuvre du grand écrivain arabe Taha Hussein, rénovateur de la littérature arabe, est plurielle et multiple. Mais Taha Hussein est, aussi et avant tout, un brillant penseur et avant-gardiste hors du commun, doté d’une intelligence critique et rationnelle et d’un esprit largement ouvert sur l’autre, et consacré par une formation et une carrière académiques d’historien et une orientation comparatiste. Dans son œuvre dite «intellectuelle» (Guides de la pensée, Avenir de la culture en Egypte, Prières sur l’Acropole, De loin, Voyage du printemps, etc.) la Méditerranée tient une place considérable, une dimension particulière et il n’a jamais cessé jusqu’à ses derniers jours de prêcher l’idée Méditerranéenne. Pour Taha Hussein, s’il est vrai que cette “mer commune” appelée Méditerrané , qui relie autant qu’elle sépare, était à certains moments de l’histoire objet de convoitises et de rivalités , une aire de tension et de conflits, un lieu d’affrontements , de batailles et de guerres et donc d’incompréhensions, on devrait faire d’elle - selon Taha Hussein – un espace de privilégié de dialogue, un lieu fructueux d’échanges, un lieu de rencontre et de construction , entre un Nord et un Sud dont l’avenir est inéluctablement commun. Thème principal privilégié ou étoile de fond de toute son œuvre, Taha Hussein, homme de voyage et de passage, passeur passionné de rives et des cultures, a su faire de la notion de Méditerranéisme “un projet identitaire commun” sans toutefois abdiquer en rien à son identité collective. Quelques semaines avant sa mort, Taha Hussein criait au journaliste venu l’entretenir de certains problèmes touchant à la culture arabe : «Pourquoi cette panique toutes les fois que la Méditerranée est évoquée? C’est notre mer autant que la leur; la mer Méditerranée n’est pas une barrière; elle est plutôt un pont entre les civilisations”. Nous tenterons, dans la communication proposée, de mener quelques réflexions sur cette perception de la Méditerrané chez un écrivain et penseur arabe de notoriété internationale: Taha Hussein. 58 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-051 Le rôle d‘Oscar Milosz, poète et diplomate, dans la formation de l‘image de Lituanie dans la culture française du XX-me siècle. La mer comme élément constitutif de cette image Nijolė Kaselioniene Université des sciences de l‘éducation de Lituanie. E-mail: [email protected] Le but de la communication est de révéler le rôle prépondérant du poète français d’origine lituanienne Oscar Milosz dans la formation de l‘image de Lituanie dans la culture française au XX-ième siècle. En 1919, Milosz devient le premier représentant à Paris de la Lituanie ayant retrouvé son indépendance. Les diplomates de l’Entre-deux-guerres avaient vite remarqué ces rapports de la Délégation lituanienne, rédigés dans un français remarquable. Milosz travaille à la Légation de Lituanie ; il apprend le lituanien, transcrit les contes et daïnos, se passionne pour la culture de son pays et se dépense sans compter pour le faire connaître. De sa carrière épuisante de diplomate nous tirons une idée géniale présentée dans son livre L’alliance des états baltiques. Là nous prêtons attention au phénomène de la mer Baltique non seulement comme élément essentiel de la réunion des états, mais aussi comme le danger virtuel menaçant l’équilibre politique et militaire en Europe. Ayant passé en revue les causes de l’échec du programme présenté dans le livre mentionné, nous proposons l’examen des motifs de la mer dans l’œuvre du poète. Cet examen permet de constater la même duplicité de l’image de la mer (terrifiante et consolante à la fois) dans la poésie de Milosz. Les repères imagologiques de l’analyse donne la possibilité de considérer la représentation littéraire du motif en cause non seulement comme une création individuelle, mais aussi comme une recréation de l’imaginaire social. Il est à noter à la fin l’actualisation des idées de Milosz au cours de la deuxième indépendance de Lituanie, à partir de la dernière décennie du XX-me siècle. L’intérêt pour la culture et l’identité lituanienne même se transforme en intérêt pour la culture et l’identité balte. 59 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-101 Le motif de l'espace marin, du Delta, et des îles chez Marguerite Duras. Entre construction et reconstruction identitaire Fatima Seddaoui Université de Toulouse Le Mirail. UT2, Ecole Doctorale ALLPHA@, Arts, Lettres, Langues, Philosophie, Communication. UT2, Laboratoire: LLA-CREATIS, Lettres, Langage, et Arts, (EA 4152), France. E-mail: [email protected] Le motif marin est un motif recurrent dans l'oeuvre de Marguerite Duras. Effectivement, nous pouvons constater que l’élément aquatique y est partout présent. Les bord de la mer ou les marées hautes et basses y sont souvent évoquées. La mer s’approche et s’éloigne, et son bruit peut parfois servir de leitmotiv, comme dans le roman, Moderato cantabile. Nous proposons dans cette communication un modèle bipolaire où les motifs aquatiques durassiens sont divisés, d'une part la mer, le delta ou encore l'île jouent les rôles d’éléments générateurs, d'autre part, ils peuvent s'afficher comme des éléments destructeurs. Quels sont les impacts de l'espace marin, du delta, de l'île sur les personnages et sur les pratiques identitaires ? Nous étudierons principalement la mer, le delta, l'île comme territoires d'union et de séparation qui s'inscriventt dans une dynamique de construction ou de (re)construction identitaires? L’identité aurait même connu un éclatement irrémédiable ; les repères d’appartenance des individus et des collectivités auraient récemment subi une mutation radicale, laissant leur identité en crise: une identité fragmentaire, éclatée, en errance. Cette réflexion est envisagée du point de vue dialectique, l'espace marin comme territoire d'union ou de séparation. Qu'en est-il du personnage? Nous verrons que le motif marin, celui du Delta ou de l'île interfèrent sur la construction ou la reconstruction identitaire du personnage. Comment se construit-il ou réagit-il? Quels sont les effets sur le personnage ou le lecteur? La mer est aussi un symbole maternel, étudié par Michelet, Bachelard. Le premier, inspiré par les théories sur l’évolution, constate qu’elle est «la grande mère qui commença la vie», Bachelard, y voit même une « eau maternisée» qu’il appelle «le lait de la mère des mères». Effectivement, en parcourant les oeuvres de Marguerite Duras, l'eau maternelle est accueillante, bienveillante et protectrice, un élément berçant. Et d'autres fois, l’eau apparaît comme un élément violent, effrayant, terrible et doué de pouvoir destructeur à l'image des eaux montantes qui envahissent la concession dans Un barrage contre le Pacifique. Un motif similaire, des eaux montantes qui apportent la mort et la destruction, se trouve aussi dans Le Vice-Consul et, comme nous pouvons le constater, dans Le Ravissement de Lol. V.Stein. Nous montrerons que l'espace marin, le Delta ou encore l'île tour à tour espaces d'union ou de séparation sont sous-jacents à la construction ou la reconstruction identitaire dans l'oeuvre durassienne. Mots-clés: Marguerite Duras, la mer, delta, île, identités, lecteur, personnage, Un Barrage contre le Pacifique, Le Ravissement de Lol. V.Stein, Moderato Cantabile, Le Vice-Consul, India. 60 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-110 Jorge Amado, o mar e a união/separação: ficção e vivências Benedito José de Araújo Veiga Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural, Brasil. E-mail: [email protected] Jorge Amado, enquanto artista e em atos vivenciais, é um interessado no mar e seu contexto, apresentandoo como resultado da fusão das culturas, notadamente a européia e a africana na Cidade da Bahia. O tema é desenvolvido em Mar Morto, de 1936, em Os velhos Marinheiros, de 1961, e em Navegação de Cabotagem, de 1992, suas anotações biográficas. Nos dois momentos ficcionais, o criador marca a presença afro-baiana, com o orixáYemanjá. Na sua biografia, Amado traz lembranças marítimas, situando-se como um navegador que veleja as dimensões mercantes nacionais, reforçando sua proposta de atingir o universal com os contornos da nacionalidade. 61 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-001 Meditations about religious habits of madrileña society on the Canarian Jose Clavijo y Fajardo's work and his comparison with Spanish and contemporary intellectual Alberto Pérez Camarma Autonoma University’s Madrid. Spain. E-mail: [email protected] This communication has the aim to analyze the opinion of Canarian intellectual Jose Clavijo y Fajardo about religious habits of Canarian and peninsular Spaniard contemporary society with him. Don Jose Clavijo y Fajardo was born on March 19th on 1726 in Lanzaroteña village of Teguise. When he was ten years, he arrived to Las Palmas de Gran Canaria town in order to be educated by his paternal aunt, he friar Presentado Clavijo, in the Dominican monastery of Saint Martyr Peter. He spent this time for study classical languages, philosophy and theology. However, he took up his residence to Madrid later. His intellectual work started on those months because of his job at Mercurio Histórico y Político review. His professional career started also on those months. Theresfore, he was choosen, for example, director’s Royal Theatres and skilled worker of the royal archives. On the El Pensador, an special newspaper which had several articles that were following to The Espectador of Joseph Addison, he wrote about religious habits of Madrileñas elites, Canarian oligarchies and the commons. These descriptions were really critics to them. It is common aspects for all Spanish and contemporary writters, for instance, Feijoo priest, Jovellanos and Viera y Clavijo -his kinsman-. In my opinion, the theological knowledges of Clavijo y Fajardo, that he learnt years ago, were very important because they let to him to know that situation. In addition, he came from different, social and geographical scopes that let him to establish that comparison. In conclusion, the following communication will try a comparison about religious matters of those societies. It is a subject that has not been studied seriously because almost all researchers have been interested to dramatic references contained in El Pensador. 62 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-039 A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen: O conto duma “maravilhosa” amizade entre Terra e Mar Barbara Gori Universidade de Pádua. Itália. E-mail: [email protected] Obra eterna, A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen perdurará através de todas as gerações num apelo constante ao sonho, transportando o leitor ao mundo imaginário de uma posia luminosa, repleta de canto, ritmo e harmonia. O Rapaz e a Menina são símbolos respectivamente da Terra o do Mar e a história das aventuras da sua amizade é também a história da contínua e muitas vezes difícil troca de relações entre a Terra e o Mar, dois elementos que desde sempre se atraem e que, apesar das barreiras materias que impedem a sua fusão, através do relato maravilhoso da amizade dos dois protagonistas do conto, conseguem alcançar e realizar o sonho de atingir a plena liberdade de viver um com o outro, anulando o conceito se separação e fazendo próprio aquilo de união. 63 Os estereótipos culturais Cultural stereotypes Les stéréotypes culturels 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 66 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-008 Native and Colonists contact and cohabitation in Colonial New England, 1620-1676: An inquiry about images and identities Ben Aissa Mouna Université Sorbonne Paris IV, Unité de recherche Histoire et Dynamiques des Espaces Anglophones, Groupe Travail, Culture et Société. E-mail: [email protected] Starting from the late 16th century, the discovery and the colonisation of the New World provided the Europeans with a valuable and unprecedented opportunity to enrich their knowledge about the human condition. At the same time, this discovery gave the population of the Old World a chance to enter into contact with new physiognomies and different ways of life, which, in turn, represented a new and wide field of ethnological investigation. This article looks at the meeting between American Indians and English colonists in the first decades of contact and colonisation in the southern part of New England. The encounter between two peoples does not simply imply a physical conjunction. It also means the encounter of two cultures and two communities, where the conceptions, the views and the behaviours intermingle. Because both the Natives and the English had different ways of conceiving of one another, and because these images and conceptions constitute an important element of their encounter, we will first focus in this article on the study of these images in order to analyse in a second stage how these images influenced and were influenced by their relationships, as well as the cultural interactions that fallowed their encounter. As the colonists and native people observed each others, they learned to understand and explain the other’s difference and, at the same time, thought about their own identities in novel ways We will thus focus on both peoples’ attempt to understand and place each other’s ways within their familiar schemes of how human society is supposed to function and what the contact with the other added to each of the two groups’ definition of “self” and “other”, beyond the preconceived and biased entities of race and culture. We will finally try to show how the specific feature of this part of the American continent made the colonial experience unique and how it deeply affected native and colonists relationships. 67 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-006 The conquest of Canary Islands in Castilian Literature during the early modern age Belinda Rodríguez Arrocha Max-Planck-Institut für europäische Rechtsgeschichte, Germany. E-mail: [email protected] The conquest of the Canarian Archipelago implied the introduction of political, juridical and ecclesiastical institutions from the Castilian Kingdom. Along the sixteenth and seventeenth centuries some Canarian authors –Bartolomé Cairasco de Figueroa and Antonio de Viana- and some writers from Iberian Peninsula – like the dominican Alonso de Espinosa and the franciscan Juan de Abreu Galindo- wrote literary works about the conquest and the evangelization of Canary Islands. The purpose of this paper is the elucidation of the ideological similitudes and divergences between their most important narrations, plays and poems –some emblematic works were Antigüedades de las Islas Afortunadas by Viana and El Templo Militante by Cairasco-. 68 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-009 England in miniature: Building a utopian island nation Christine Berberich Senior Lecturer, University of Portsmouth, United Kingdom. E-mail: [email protected] In 1947, the visionary architect Sir Clough Williams-Ellis wrote ‘Suppose that by some miracle, all the lands and buildings possessed by the National Trust were to be uprooted and set adrift and then, by some further sorcery, reassembled in one fabulous island. That would be magic indeed; the pith and pick of England closepacked into a compass smaller than that of the Isle of Wight, yet sampling all that we most prize.’ (WilliamsEllis, 1947: 13) Just over 50 years later, Julian Barnes, one of the most popular and critically acclaimed contemporary British novelists, turned this idea into a best-selling novel, England, England, which was duly shortlisted for the Booker Prize for Fiction for 1998. England, England actively deals with the concept of island versus mainland. The business-tycoon Sir Jack Pitman tries to assemble all the traditional and popular markers of Englishness in a theme park in the Isle of Wight – a theme park that soon becomes so successful that the ‘real’ England falls into decline and oblivion. Cultural memory thus moves from mainland England to the island; national identity is initially reconstructed in the theme park and then, eventually, actively manipulated and reshaped. The result is that Sir Jack’s hyperreality thus assumes the role of ‘the thing itself’. But England, England is by no means the utopian place that Sir Jack had aimed to create. Here, utopia and dystopia overlap – is the park an ideal community or a dictatorship with twenty-four hour surveillance? The mainland, by comparison, appears to turn back into a prelapsarian idyll – but is similarly divided between arcadian and dystopian setting. Just as Thomas More’s Utopia, which has often been read as a representation of England in miniature, Barnes’ novel thus cleverly dismantles the idea of an island utopia by using a theme park set in a small island to discuss notions of national identity, its construction and its inherent danger. 69 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-016 Chronotopes de l’insularité polynésienne et (re)construction identitaire post-coloniale Paola Carmagnani Université de Turin, Italie. E-mail: [email protected]; [email protected] A partir de Bougainville, Tahiti et les îles de la Polynésie Française ont été perçus par le regard occidental comme un espace clos situé hors de l’histoire, dans une sorte de temps mythique qui donnait aux voyageurs l’illusion de revenir en arrière vers un Eden perdu. A côté de l’exotisme idyllique du mythe tahitien ressurgissent cependant des images de mort et de déchéance, qui signalent l’ambivalence du fantasme et qui écrivent le destin d’une civilisation vouée à la disparition. Comment survivre, en effet, hors de l’histoire? Comment se réapproprier sa propre histoire, annihilée par la colonisation et l’exotisme? Ce sont là des questions essentielles qui se posent aujourd’hui à l’identité polynésienne, encore prisonnière de son propre mythe et projetée vers une «hypo-insularité» de façade promue par les liens administratifs et économiques qui rattachent la Polynésie à la France, par l’idéologie multiculturaliste des élites et par les effets de la globalisation. Il s’agira ici tout d’abord de retracer et de définir, à travers la littérature et la photographie, les stéréotypes qui constituent le mythe des îles polynésiennes, pour envisager ensuite une analyse des enjeux identitaires de l’insularité. Comme l’écrit Chantal Spitz, l’un des écrivains les plus intéressants de la Polynésie Française actuelle, «Nous sommes nés sur l’île des rêves écrasés». 70 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-105 Des voies commerciales au récit de l’Atlantique par les îles. Les Archipels féeriques de Madère et des Canaries dans l’Insulaire de Benedetto Bordone (XVIe siècle) Alessandra Stazzone Maître de Conférences des Universités. Université Paris-Sorbonne (Paris IV). France. E-mail: [email protected] «Mon cher neveu, il me semble fort judicieux de commencer mon travail de description des îles du monde entier par notre continent, car tout en étant petite, l’Europe a toujours dominé les autres terres par sa force, son intelligence et sa sagesse». C’est par ces propos que le cartographe et enlumineur Benedetto Bordone présente à son neveu Bartolomeo Bordone, médecin réputé de la Marine vénitienne, les critères sur lesquels repose son ambitieux projet de description de «toutes les îles qui existent et dont nous connaissons l’existence», intitulé Isolario dès 1534. Bien qu’animé par la volonté de proposer à ses lecteurs un arsenal exhaustif d’informations sur l’ensemble des îles «connues» à son époque, Benedetto éprouve un intérêt bien particulier pour les îles de la Méditerranée et de l’Atlantique. Aussi, loin d’être un simple recueil d’îles, l’œuvre de Bordone contient-elle – comme le veut la tradition du Livre des îles initiée par le Florentin Cristoforo Buondelmonti en 1420 – de précieuses informations sur les spécificités culturelles et l’identité des îles dont il décrit la localisation géographique. La présente communication se propose de dégager, d’une part, les spécificités identitaires et culturelles de deux archipels qui semblent exercer une fascination particulière sur Bordone, sans doute en raison de leur proximité avec l’Europe, celui de Madère et des Canaries. Elle s’articule notamment sur deux points : d’une part, une brève comparaison entre l’Isolario de Bordone et quelques portulans florentins des XIVe et XVe siècle nous permettra de dégager les constantes de l’identité sociale et commerciale des deux archipels tels qu’elles sont parvenues à Benedetto. D’autre part, le regard croisé avec la description des Açores, de Madère et des Canaries telle qu’elle est proposée par Valentim Fernandes dans le De Insulis et peregrinatione Lusitanorum se propose d’enrichir cette analyse par l’étude des spécificités strictement «atlantiques» de ces terres. 71 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-070 Stéréotypes continentaux et réalités insulaires Beatrice Nickel Université de Stuttgart, Allemagne. E-mail: [email protected] Le supplément au voyage de Bougainville (1796) de Diderot se présente comme un conte philosophique à la manière de Voltaire ou comme un conte moral. Comme le titre le suggère, il s’agit d’un supplément au récit de voyage de Louis Antoine de Bougainville intitulé Voyage autour du monde par la frégate du roi La Boudeuse et la flûte L'Étoile (1771). Ça, c’est bien évident. Mais il y a une autre dimension plus importante que la relation entre ces deux textes qui ne saute pas aux yeux à première vue. Le Supplément est implicitement conçu comme un dialogue intertextuel entre Diderot et Rousseau en ce qui concerne l’idée du bon sauvage défendue par Rousseau et soutenue par les decriptions parfaitement idéalisées des îliens qu’on trouve dans le récit de voyage de Bougainville. À l’inverse de son confrère Rousseau, Diderot met cette conception en doute à cause de son caractère idéalisé et pour cela irréel. Son Supplément confronte les stéréotypes continentaux concernant le bon sauvage avec les réalités insulaires représentées par les habitants de Tahiti. Au centre du texte, l’autochtone Orou familiarise un jeune jésuite avec les mœurs de l’île de Tahiti, par exemple avec les pratiques sexuelles, qui nous font penser – au moins les lecteurs européens – à l’eugénisme, ou avec l’état permanent de la guerre entre les Tahitiens et les peuples voisins. Ce qui résulte de cet entretien, c’est une image ambivalente des autochtones insulaires. Le but de cette communication sera de préciser comment Diderot arrive dans son texte à déstabiliser la conception continentale du bon sauvage formulée par Jean-Jacques Rousseau dans son fameux Discours sur l’origine et les fondements de l’inégalité parmi les hommes (1754). 72 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-121 The isle ‘squared’: librettos set in islands by Sicilian writers and composers between the Nineteenth and Twentieth Century Daniela Bombara University of Messina. Faculty of Arts and Humanities. Annunziata Campus. Messina. Italy. E-mail: [email protected] My research aims to investigate the complex chronotope of island in its interaction/ opposition with marine symbolism– freedom, danger, outside vs. inside – as it acts in some Sicilian librettos by poets and musicians, from The Romantic age to the Twentieth Century. In these works the ‘islandness’ condition, that is in the personal experience of Sicilian intellectuals, directs the meaning of their works, leading to a positive connotation of going out in opposition to staying inside; leaving the isle is more significant than remaining in its boundaries. Therefore mutability and adaptability of the sea surrounding the isles gives its shape to the insulate microcosm, and creates opposite couples of sedentary and travelling characters. Moreover the stormy sea fill with drama the solid ground, enhancing the insulating function of water; so the expense of sea-space turns the closed world of island in a prison, and a point of escape. An isle/ prison is the scenery of Il pirata (1827), by Vincenzo Bellini, words by Felice Romani, where the tempest narratively and emotionally connotes the piéce. Also the Edenic island of Mauritius in Gli amori di Paolo e Virginia (1833), composed in Messina by the poet Felice Bisazza and based on a novel of Bernardin de Saint Pierre, is influenced by the open sea; a rival in love arrives from the wide Ocean and gives the sentimental turning point to the story, connoting it romantically; by the way Sicilian literature can be connected to innovative cultural European ferment. Virginia’s rebirth after the shipwreck shows the early Romantics’ optimism, which enables the relationship between Utopia and Reality, the island/Garden of Eden and external civilization. Years later, Salvatore Quasimodo’s poetry, based on actualization of myth, shows the island – a fictive Sicily as a stage of primordial passions in L’amore di Galatea, (1964), music by the Sicilian composer Michele Lizzi. This closed land is dynamized by the conflict among Apollinian and Dionisyan principle, personified by Polyphemus and Aci, both in love with Galatea. Once again the problem solver is external: the rational Ulysses, coming from the sea, introduces in the utopian island the value of direct experience of reality and leads the main characters to self-consciousness. I believe that analysing how Sicilian intellectual deal with the isle paradigm, in a highly formalized genre as melodrama, we are able to clarify the conflictual relationship, interwoven with attraction and repulsion, between the marginal Sicily and Europe. 73 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-048 Cultural Stereotypes and Regional Identity Aušra Jurgutienė Lithuanian Literature and Folklore Institute, Lithuania. E-mail: [email protected] With the rise of globalization, the development of the European Union and the strengthening of the critique of national literary metanarratives, the regional tendency in the writing literary history becomes more and more topical. Why do various regional models of identity questioning the opposition of one‘s own to other and replacing the previous ethnocentric model of identity now get stronger positions in literary history? Could regional recollection development efforts be interesting and important to individuals of separate nations and their societes? The author of this article refers to concrete examples from the newest regional investigations in history of Baltic and East European literature and seeks particular answers for these questions. 74 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-081 Alone on the island: Isolation in tragic fiction from Strindberg to D. H. Lawrence Patrick Parrinder University of Reading, United Kingdom. E-mail: [email protected] Not only does August Strindberg’s play The Ghost Sonata (Spőksonaten) end with a stage projection of Arnold Bőcklin’s popular nineteenth-century painting Toteninsel (‘The Island of the Dead’), but Strindberg’s 1889 prose work By the Open Sea (I Havsbandet) pioneers the fiction of the psychologically tortured intellectual seeking isolation on a small island. Here, as in Joseph Conrad’s Victory and D. H. Lawrence’s ‘The Man Who Loved Islands’, the island quickly loses its paradisal allure and becomes a theatre of disconnection, psychic breakdown, and physical and spiritual ruin. The protagonist’s apparent search for a personal utopia becomes, instead, a doomed retreat from everyday social life and – to a greater or lesser extent – a retracing of the mythological associations between the island and death to which Bőcklin’s painting had drawn attention. This paper therefore brings together three remarkable works which – perhaps because of their very different geographical settings, in thr Baltic, the Malay Archipelago, and the North Atlantic – have rarely if ever been compared before, but which continue to resonate with more recent island fiction. 75 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-116 A ilha como lugar de abandono na mitologia greco-latina: Filoctetes e Ariadne Cristina Santos Pinheiro1 & Joaquim Pinheiro2 1 Professora Auxiliar da Universidade da Madeira (Centro de Artes e Humanidades) e investigadora do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa. 2 Professor Auxiliar da Universidade da Madeira (Centro de Artes e Humanidades) e investigador do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos. E-mail: [email protected] A ilha (nesos/insula), lugar de experiências humanas diversas, tem uma presença considerável nos textos clássicos. Seja como destino da viagem do herói, seja enquanto espaço fantástico ou imaginário, a ilha propicia ao ser humano vivências contraditórias de inclusão e isolamento. Neste trabalho, analisaremos a caracterização da ilha como lugar de abandono em dois mitos: no de Filoctetes e no de Ariadne. De Filoctetes, sobressai na transmissão literária, com algumas variantes que identificaremos, a imagem do herói abandonado pelos companheiros no caminho para a guerra de Tróia. Com uma ferida de cheiro nauseabundo, o herói debate-se com uma dolorosa solidão na ilha de Ténedo, socorrendo-se das armas de Héracles para sobreviver. Serão precisamente essas armas a desempenhar um papel fundamental na tomada de Tróia e a própria figura de Filoctetes ganhará uma nova dimensão nessa fase da história. Na história de Ariadne, é o desprezo do amante que a abandona, deixando-a sozinha em Naxos, que dá forma ao entendimento da ilha enquanto espaço de exclusão. A representação do espaço insular de ambas as personagens associa-se de forma manifesta à configuração cultural do espaço geográfico, em que se projectam estereótipos de natureza cultural. 76 Topografia e temporalidade dos espaços insulares e continentais Topography and temporality of insular and continental spaces Topographie et temporalité des espaces insulaires et continentaux 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 78 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-037 Beckett et l’Insularité Florence Godeau Professeur de Littérature comparée à l’Université Jean Moulin-Lyon3. Membre du CERCC (Centre Etudes et de recherches comparées sur la création» (ENS-LYON). E-mail: [email protected] Beckett est-il un écrivain irlandais ? La question peut sembler provocatrice, puisque c’est bel et bien en Irlande que naquit l’un des plus grands auteurs… bilingues du XXe siècle. Les relations entre Beckett et son île natale furent houleuses et complexes. L’œuvre elle-même, si soucieux que soit son auteur d’en effacer la plupart des coordonnées spatio-temporelles, est bel et bien «situable», et inscrite dans des paysages incontestablement insulaires. Jusque dans la topographie parisienne, sporadiquement signalée dans L’Innommable, c’est encore une île, voire des îles, que l’on retrouve. Nous nous proposons de souligner l’importance de ces paysages et de cet ancrage originels dans l’œuvre de Beckett, en soulignant la façon dont l’auteur fait de l’insularité, et souvent d’une insularité misanthrope, ou érémitique, le propre de ses «figures» errantes, tandis que le va-et-vient entre l’anglais et le français accomplit sans relâche une traversée symbolique, entre rives et dérives. La déconstruction des formes narratives traditionnelles s’accompagne en outre dans certains textes de Beckett (cf. Comment c’est/How It Is, par exemple), d’une segmentation du texte qui se disperse en archipel, comme autant d’éclats d’un «sujet/objet», d’un «je/il» dont l’identité s’est perdue. 79 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-055 Fictions insulaires au XVIe siècle (Camoëns, Rabelais, Shakespeare): une figure de la transition épistémologique Jean-claude Laborie Centre de recherche Poétique et littérature comparée, Paris-Ouest Nanterre La défense, France. E-mail: [email protected] Dans le contexte de la profonde crise épistémologique du milieu du XVIe siècle, la vogue des insulaires et des cosmographies, continuant les formes médiévales du tesaurus, puis leur disparition soudaine autour de 1570, incitent à s’interroger sur le sens de cette rupture. Ces formes étaient fondées sur une description du monde comme un chapelet d’îles, unies par une logique de successivité. De fait, l’île est un espace monovalent, éminemment flottant et incertain, que l’on peut saisir d’un seul regard sans avoir à le situer avec précision, et elle s’oppose au continent qui est, lui, un espace complexe, constitué de réseaux et de relations, donc difficile à saisir. En cela, l’île a correspondu à une représentation heureuse du savoir comme une suite ininterrompue d’objets disjoints et épars qui trouvaient leur place dans une forme cumulative susceptible de s’augmenter indéfiniment et d’accueillir la totalité du savoir humain. Dès lors que l’on commença à remettre en question cette structure cumulative dans tous les champs du savoir, l’île devint une représentation géographique caduque pour ne plus constituer qu’un lieu de compensation imaginaire et utopique, figurant exactement l’échec des savoirs. Cette révolution épistémologique trouva son écho dans le domaine littéraire où la métaphore insulaire connut la même destinée, en venant informer l’expérimentation de formes narratives nouvelles (le recueil de nouvelles comme un archipel face au continent romanesque en train d’émerger). En évoquant quelques fictions insulaires contemporaines, chez Camoens, Rabelais, Shakespeare ou Cervantès, on verra comment l’île y figure la perte du sens. 80 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-063 Les deux villes maritimes comme des îles – Trieste et Nagasaki Masayuki Tsuda Université d’Osaka, Japon. E-mail: [email protected] Des îles et des villes maritimes ont beaucoup de points communs. C’est probablement pour cette raison que l’écrivain irlandais James Joyce a éprouvé de la sympathie pour la ville maritime Trieste, où il a mené sa vie. Donc, dans le but d’observer les aspects culturels dans des villes maritimes comme des îles, je voudrais fixer les yeux sur les deux villes, Trieste et Nagasaki. En Italie, Trieste est singulier, en ce qui concerne le sentiment d’appartenance à l’Autriche. Trieste était le centre commercial de l’Empire des Habsbourg parce que le port de Trieste était le nœud de communication. Évidemment les identités des gens de Trieste se fondent fortement sur ce Empire. Mais, Trieste est bien différent des villes typiques dans l’Empire des Habsbourg, comme Vienne, Budapest, et Prague. Aujourd’hui, ces trois villes encore produisent les cultures contemporaines à la différence de Trieste. Comme Trieste n’est qu’une ville marginale en Italie, Nagasaki est une simple ville provinciale au Japon. Toutefois les gens de Nagasaki est s’est libérés du nationalisme parce que on peut trouver le multilinguisme ou l’extraterritorialité dans cette ville. Entre 1641 et 1853, les étrangers ne pouvaient jamais séjourner au Japon sauf à Nagasaki. C’est pourquoi cette ville maritime était une île au Japon comme une utopie à cette époque-là. Le protagoniste dans Ulysee de Joyce est juif parce que les rôles des juifs à Trieste au tournant des XIXème et XXème siècles étaient extraordinaires. D’un côté, les ghettos étaient les caractères particuliers à Trieste ; d’un autre côté, à Nagasaki le gouvernement central au Japon ne permettait aux étrangers de vivire que dans un quartier, qui s’appelait Dejima. Sur ce point on peut trouver une île dans une île à Trieste et Nagasaki. 81 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-053 The island of mysteries Anneli Kõvamees Tallinn University, Institute of Estonian Language and Culture, Estonia. E-mail: [email protected] Islands often function in literature and films as special places where different rules apply and strange things happen. To name but few examples: M. Scorsese’s “Shutter Island” (2010), TV-series “Lost” (2004-2010), J. Verne’s “The Mysterious Island” (1874), H. G. Wells’ “The Island of Dr. Moreau” (1896), A. Huxley’s “Island” (1962), T. More’s “Utopia” (1516). The term ‘utopia’ has been used to describe communities that attempt to create an ideal society. Estonian writer Karl Ristikivi’s (1912-1977) novel “The Isle of Miracles” (1964) is an allegory, based partly on the works of utopian authors like More and Tommaso Campanella and on the Platonic idea of an ideal society. The allegory is written in the form of a voyage in 1348 to Allotria, which has features of the modern Western society. By describing the island through the eyes of a medieval person, the author has an opportunity to create paradoxical and grotesque situations. Humankind has become a victim of its own freedom. The novel is also an allegorical examination of the interaction of democracy and totalitarianism. The book can be seen as an anti-utopian work. The paper takes “The Isle of Miracles” under closer observation and deals with the following aspects: • how does the island function in the text • the island as a paradise • the island vs. the continent • how is the continent characterised in contrast with the island • the point of view and its functions, the astonishing effect • is the reclusion of the island seen as positive or negative • different layers of the novel and social criticism: the 14th century, the 1960s and nowadays. 82 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-067 Mediterranean islands in the works of the Estonian writer Karl Ristikivi Brita Melts University of Tartu, Institute of Cultural Research and Fine Arts, Estonia. E-mail: [email protected] Mediterranean countries constitute the most important literary space in the works of the Estonian exile writer Karl Ristikivi (1912–1977). Ristikivi, who had been living in Sweden since 1944, was in addition to his everyday work and writing very much devoted to travelling. From 1950s until 1970s, the Mediterranean countries were his most frequent travel destination. There are at least seven Mediterranean islands that are highly important in both Ristikivi's oeuvre and life: Rhodos, Cyprus, Crete, Kos, Corfu, Sicilia and Capri. My intention is to study the meaning of those islands for the writer as they appear in Ristikivi's philosophical-historical novels. This means above all a geographical and topographical perspective: looking at how their coastlines and midland landscapes are depicted, what is the role of Ristikivi's own travel experiences in the depiction, and to what extend the islands that are described in novels are transformed into literary spaces. For example, landscape descriptions in Ristikivi's anti-utopian novel “Isle of Wonders“ are very similar to his personal impressions from Capri and Sicilia that are to be found in his travelogue written six years prior to the novel. At the same time, there are no real islands or geographical places mentioned in the novel. The isle of wonders, called Allotria and based on Platon's philosophy of ideal state, is more of an utopian land, reminiscent of T. More's “Utopia“. As the author himself hints, Tommaso Campanella's “La citta del sole“ had also been a source of inspiration. It would be interesting to see how this literary island, constructed on the basis of impressions from Capri and Sicilia, is used by Ristikivi as the setting for the establishment of a perfect society, and whether this can be regarded as criticism of the Soviet regime. In order to reflect on these connections between geography and fiction, it is necessary to contextualize the matter in reference to Ristikivi's literary oeuvre and his own real life experiences. It appears that the Estonian writer from Northern Europe found the Mediterranean countries much more attractive than his homeland – which is the way how an exile writer wanted to resonate with the great European literature. 83 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-071 The Pastoral and the Island Utopia: Towards the archaeology of a literary topos Diana Nikolova The Paisii Hilendarski University of Plovdiv, Faculty of Languages and Literature, Department of Comparative Literature and Literary History, Bulgaria. E-mail: [email protected] This text researches the genesis and the specificity of the island topos that is characteristic of the pastoral. The bucolic code and the rigid traits of the utopist topoi in Western-European art (literature, theatre, opera, or landscape) are to be analysed in the light of the ancient mytho-poeic utopias: the island of the blissful, the country of the Hyperboreans, the island of Scheria, the isle of the sirens, the islands of Ogygia, Lemnos, Leucas, Lesbos (where Longus situated the “pastoral paradise” in Daphnis and Chloe), Sicily and the island of Kos (where the idyll was born as a genre), as well as the kin topoi of antiquity: a river, a lake or a swamp, a clearing, and a garden. The mythological plots of love with a tragic end, typical of Hellenistic literature, keep elaborating on the island as location, e.g. the leap of love from the Leucas cliffs into the sea. The island as a locus amoenus and the mythologems of “the island of the blissful” and “the golden age” are present in the construction of a pastoral utopia, the concept of the idyllic, from the novels of Hecataeus of Abdera, Euhemerus, Iambulos, Strabo, and Pliny the Elder, to the literary achievements of Western European utopias. In the light of the mythologically ritualistic archetypes, this text analyses the functions of the island topos and of pastoral islandic isolation in Renaissance literature and in the novels and tragicomedies in the 17th—18th centuries: Prospero’s island in Shakespeare’s Tempest, the Belvedere del Po island in Tasso’s Aminta, Sciro in Guidobaldo Bonarelli’s Filli di Sciro (Phyllis), the island of Love in Paul Tallement’s Le Voyage de l'isle d'Amour, not to mention Giambattista Marino’s Adonis, de Saint-Pierre’s novel Paul et Virgini (Paul and Virginia), or Jean-François Le Sueur’s operas Paul et Virginie, ou le Triomphe de la vertu and Télémaque dans l'île de Calypso ou le Triomphe de la sagesse; there are also the island of Cythera in rococo landscapes and the island of Alcina (in literature, opera, and landscape) among others. 84 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-049 Insularizing - Philosophizing (Insularity and Philosophy) Svetlana Kalezic-Radonjic University of Montenegro, Faculty of Philosophy, Department for Serbian Language and South Slavic Literatures, Montenegro. E-mail: [email protected] His famous novel Island Of The Day Before, Umberto Eco conceived as a 17th Century maritime adventure, filled with “various novels” (from love and adventure, to philosophy), intellectual riddles, fabled “branches”, various styles (from gallant to tractate-like), and incredible literary wealth. In the focus of the story is the young nobleman Roberto de la Griva who is imprisoned at a ship near an island. The hero seeks refuge from the hopeless situation in philosophy – questions he asks lead him to truth about the world and himself. This paper is to consider the island-like isolation and philosophical thoughts that emerge therefrom. Wide implications of the work make the Island, through multitude of details, data, stories, characters, stand out as one of the cohesive threads which holds the novels’ disparate elements together, but also as a symbol of meaning of human life, which, although within reach, is actually unattainable, which turns the story about islands into a metaphorical discourse. The way that Island of the Day Before (over which there is a time meridian which separates yesterday from tomorrow) is transformed from symbol of heaven to symbol of hell. Also, solitude of the protagonist is shown first as a source of destruction of his identity, and then as a source of its reconstruction by his religious thinking and thoughts of creativity, through philosophy as a whole. 85 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-114 Islands of desire: Periphery and solitude from Stevenson to Bioy Casares Jobst Welge University of Konstaz, Institute for Romance Languages, Germany. E-mail: [email protected] Recent re-evaluations of the work of the Russian semiotician Jurij M. Lotman have emphasized the link between spatial periphery, liminality, and cultural dynamics. In my presentation I want to explore how imaginary islands, while situated in the geographical periphery, may nevertheless serve as a staging ground for desires and fears of modernity - that is, they constitute a liminal space between reality and phantasy, a virtual escape from society, but also an estranged confrontation with desires of possession, control, and consumption. At the same time, these imaginary, “autonomous” islands of individual desire are also conceived as re-presentations of previous narratives. This phenomenon I want to illustrate by way of a comparative analysis of R. L. Stevenson’s Treasure Island (1883) and Adolfo Bioy Casares’ La invención de Morel (The Invention of Morel, 1940). In fact, it is well known that Casares, just like his literary collaborator Jorge Luis Borges, was heavily influenced by the works of Stevenson. I want to detail how Casares’s phantastic Robinsonade, with its meta-fictional representation of a technological and amorous utopia/dystopia, may be interpreted as a Latin American counter-narrative to the European colonialist projections of island spaces. Although certainly not psychological in a conventional sense, Casares’s island may ultimately be read as a dreamscape or interior projection. The concern with human solitude and self-reflexive (literary) imagination is in fact a common trait that unites the island narratives by Defoe, Stevenson, and Casares. Yet while the earlier authors propose the first-person narrative as an account of subjective formation, the alienated subjectivity and mediated mimesis in Casares points to the peripheral position and the ontological “solitude” of Latin American identity, which is experienced as the tension between material reality and fictional simulacra, the “isolating” gulf between self and other. 86 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-104 Two 19th century heterotopias: The island in Jane Austen’s Mansfield Park (1814) and Charlotte Brontë’s Villette (1853) Olga Springer University of Tuebingen, English Literatures and Cultures, PhD Scholar in English Literature, Germany. E-mail: [email protected] This talk will relate the notion of heterotopias to Jane Austen’s Mansfield Park (1816) and Charlotte Brontë’s Villette (1853) and show how it can be applied to the island spaces in both texts. Both novels represent the island as a place literally “outside of all places“ (Foucault 24), so remote that it does not even occur as a setting in the narrative itself. My talk will explore the treatment of the island as heterotopia in both novels and compare their representations by means of this conceptual framework. The line of reflection which the paper will follow is “Topography and Temporality of Insular and Continental Spaces”. In “Of Other Spaces” (1967), Michel Foucault speaks of “certain [spaces] that have the curious property of being in relation with all the other sites, but in such a way as to suspect, neutralize, or invert the set of relations that they happen to designate, mirror, or reflect.” (Foucault 24) One of these kinds of spaces, “[…] which are something like counter-sites, a kind of effectively enacted utopia in which the real sites, all the other real sites that can be found within the culture, are simultaneously represented, contested, and inverted […]” (Foucault 24), he calls heterotopias. In Mansfield Park, the island as heterotopia is established within a hierarchy of centre and periphery: Sir Thomas’s controlling gaze is directed away from the young people’s theatre production in Mansfield Park by his stay on his plantations in the British island colony of Antigua, and their stage pleasures are interrupted by his unexpected return. In the case of Villette, the island as heterotopia is physically absent from the text as well. The allegorical scenes of shipwreck and nautical imagery in Villette take on a heightened significance after the reader learns at the very end of the novel that M. Paul, the protagonist’s fiancé, does not return from his voyage to the West Indies (to which he sets out, meaningfully, on a ship called “Paul et Virginie”). The heterotopic space of the island is thus linked to death, gaining an almost mythical status. M. Paul’s departure is preceded by a phase of remarkable harmony in Lucy and M. Paul’s often conflictual relationship. This phase is mostly set in the garden of the boarding school where Lucy and M. Paul work as teachers. The garden (named by Foucault as another example of a heterotopia (cf. Foucault 25f.)), resembling a green island in the middle of the school and of the busy town of Villette, holds special meaning for their relationship, and forms a counterpoint to the unknown colony M. Paul must travel to. 87 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-100 Literary I-Lands: First-person narration on the desert island Barney Samson Essex University, Department of Literature, Film and Theatre Studies, United Kingdom. E-mail: [email protected] Seen as the prototypical desert island novel, Robinson Crusoe was - not atypically for its time - written in the voice of a first-person narrator. This device has often been used since in novels where an individual is alone (literally or figuratively) on an island, and I will discuss four such works: Gulliver’s Travels (1726), The Island of Dr Moreau (1896), The Magus (1965) and Foe (1986). I will argue that first-person narration is central to the meaning of these works, containing an ambivalence of significance (as outlined below) that reflects the ambiguities at the heart of desert island stories. Each of these works, due to their narration, operates on two textual levels: as a novel written by an author, and as the words of a fictional author/protagonist. Thus each text presents the perspective of the protagonist and the author’s commentary on the protagonist. I will suggest that in the desert island novel the inner world of the protagonist is represented by the nexus of continent (home) and island (other, Paradise); in other words the protagonist ‘contains’ the island and its environs just as the text ‘contains’ a second authorial voice. The ambiguities of the relationship between the protagonist and the island (his or her inner world) map onto the space between the work’s two textual levels, which being of and about the protagonist align with his or her inner and outer worlds. As such, first-person narration reinforces and enriches the encounter between the protagonist and the island by reflecting the ambiguous spaces between them. Drawing on the work of Bongie, Benitez-Rojo, Beer and Loxley, I will argue that it is in these ‘spaces of significance’ that the protagonist is reconstituted, creating a new identity for the protagonist and perhaps for the island too. 88 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-068 O mundo insular caboverdiano: de Chiquinho a A Ilha Fantástica Teresa Gil Mendes Università degli Studi di Napoli “L’Orientale”, Dipartimento di Studi Letterari, Linguistici e Comparati, Itália. E-mail: [email protected] A produção literária caboverdiana foi desde sempre profundamente marcada pela sua insularidade e por todas as problemáticas a ela inerentes, quer fossem relativas aos longos anos de seca, quer às improvisas chuvas, quer à dependência das actividades no mar, quer ao chamamento que este exerce para novas terras longínquas, quer ao isolamento cultural sofrido sobretudo durante o período colonial. Em várias obras de narrativa encontra-se a maneira mais ou menos original, mais ou menos traumática que os habitantes dessas ilhas escolhem para fugir às tantas situações penosas e conseguirem superá-las. Aqui pretendo examinar o modo como a visão da relação ilha/mar/continente se altera, partindo de dois autores caboverdianos que se podem considerar situados em dois polos da literatura de Cabo Verde. Com esta análise, tentarei mostrar que há uma transformação radical da forma como a ilha e a sua relação com o continente é tratada, quer com os claridosos, cujo objetivo era mostrar o estado de indigência em que o arquipélago grassava duante a época colonial, quer com o escritor Germano Almeida, que a vê de um ponto de vista picaresco. 89 Questões de imagologia Questions of imagology Questions d’imagologie 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 92 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-123 L’île ou la quête de la connaissance: roman et savoir dans Mardi de Melville et L’Île mystérieuse de Jules Verne Bernard Franco Université Paris-Sorbonne, Centre de Recherches en Littérature Comparée, France. E-mail: [email protected] Les romans que sont Mardi et L’Île mystérieuse représentent une étape particulière dans le parcours de leurs auteurs respectifs. Alors que Mardi introduit une rupture, entre les récits d’exploration et la pure fiction, après les récits de voyage que sont Typee et Omoo, et avant le chef-d’œuvre romanesque de Melville que constitue Moby Dick, L’Île mystérieuse de Melville tient aussi un statut particulier dans la production de Jules Verne. Il se présente en effet à la fois comme une sorte de suite de Vingt mille lieues sous les mers et des Enfants du capitaine Grant, et comme une robinsonnade, inspirée de l’œuvre de Defoe, mais aussi du Robinson suisse de Johann David Wyss. Ces sources sont du reste revendiquées, aussi bien dans la correspondance de l’auteur que dans le roman même. Or, les deux romans présentent des caractères communs, à la fois par le mystère qui enveloppe l’île que par sa signification. Melville, dans le parcours riche de signification symbolique (un mouvement vers le sud et vers l’ouest, l’espace inconnu, en rejet du voyage vers le nord-est proposé au début par le Capitaine), fait passer son narrateur d’îles connues, renvoyant à une connaissance ethnographique précise, à des îles imaginaires, inscrivant son texte dans l’espace de la fiction. Pour sa part, Verne donne à l’île mystérieuse de son intrigue le nom d’île Lincoln, et en fait le lieu qui représente la quête d’un savoir à la fois géographique, biologique et scientifique. Dans les deux cas, le roman oscille entre roman du savoir, de quelque nature qu’il soit, et roman d’aventure, profondément inscrit dans un univers de fiction. Et ces romans de la connaissance associent l’île à la quête, toujours insatisfaite, d’un savoir absolu, quête qui semble être le propre de l’homme. 93 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-088 Lusitânia, corpo e voz de uma imagem Maria da Graça Gomes de Pina Università degli Studi di Napoli “L’Orientale”, Dipartimento di Studi Letterari, Linguistici e Comparati, Itália. E-mail: [email protected] As ilhas não são só porções de terra rodeadas por mar. O espaço insular, que é a delimitação de um elemento primordial in moto, pode também ser representado por um conflito interior, por um eu que se contrapõe a um outro; ou ainda, por uma nação que se combate, combatendo por um espaço próprio. A imagem que se recebe das ilhas distorce aquelas características, para se tornar um reflexo de outros horizontes de significado. É precisamente sobre esse alargamento possível de significação que pretendemos examinar o texto Comunicação (1959) de Natália Correia. Neste a denotação assume o carácter de metaforização da palavra, isto é, a palavra ganha corpo e voz insulares por oposição ao continente discursivo. Assim, com esta reflexão desejamos mostrar que no texto de Natália Correia o confronto ‘ilhas/continente’ pode ser percebido através do jogo de oposições palavra/discurso em que se esta insere, como forma de emissão de imagens e de sentidos que situam Portugal na sua história e o de-limitam na sua relação com os outros. 94 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-118 Imagologia de uma ilha em transformação: a Madeira de oitocentos e os seus visitantes Marco Livramento Doutorando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. E-mail: [email protected] Tal como hoje, também no decorrer do século XIX, qualquer pessoa que visitasse a Madeira e dessa visita pretendesse fazer uma descrição, não deixaria, certamente, de fazer referência às belezas naturais da Ilha, mostrando o fascínio pelo desconhecido e enaltecendo a exuberância desta natureza sempre rica em água, flores e frutos. E ao longo desse século muitos foram os estrangeiros que, fazendo eco de um hábito cada vez mais comum, ao regressarem ao seu país, publicaram as memórias ou o diário dessa viagem à Ilha que mais tarde viria a ser designada de Pérola do Atlântico, mostrando as suas gentes, aflorando formas de pensar e de sentir, descrevendo paisagens e habitações, pintando as listas de uma roupagem empobrecida e diferente, referindo descidas e subidas de uma orografia agreste. Ora, pretendemos, pois, neste breve apontamento, abordar alguns desses relatos, percebendo de que maneira a construção de um quadro idílico foi ganhando forma, fazendo eco da tradição setecentista que havia aflorado estes temas e que também descrevia aqueles que podemos considerar os primeiros 'lugares emblemáticos' da 'Madeira turística'. Rabaçal, Curral das Freiras, Santo da Serra, Monte, Ribeiro Frio, ainda sem grandes referências aos passeios a pé pelas levadas e veredas, emergem dos passeios de rede e a cavalo e transformam-se em verdadeiras referências de uma imagem da Ilha que se constrói a partir do outro, numa dialéctica exógena da construção da identidade dos madeirenses. Embora possamos referir outros, de entre os muitos textos, daremos especial atenção ao de Bowdich (Excursions in Madeira and Porto Santo, during the Autumn of 1823, while on his third voyage to Africa), ao de Dix (A Winter in Madeira and a Summer in Spain and Florence), ao de Isabella de França (Journal of a visit to Madeira and Portugal), ao de Penfold (Madeira, flowers, fruits and ferns), ao de Dyster (Madeira as a Residence for Invalids), ao de Carlota de Bégica (Un hiver a Madère) e ao de Maximiliano de Habsburgo (Memórias da minha vida). 95 A dualidade ilha - Continente e o discurso pós-colonialista The duality island - Continent and the post-colonial discourse La dualité île – Continent et le discours pos-colonialiste 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 98 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-108 Poétique de la transularité: Fatou Diome et la génération de la postcolonie Valentina Tarquini Sorbonne-Paris IV – Centre International d’Etudes Francophones (CIEF). E-mail: [email protected] Une réflexion sur les îles et continents dans les littératures dites "du sud" nous renvoie d’emblée à la question de la place de ces mêmes littératures par rapport à l’institution littéraire basée dans le continent européen, à savoir leur isolement. Parmi les écrivains de la dernière génération qui se considèrent eurafricains, tels que Waberi, Mabanckou et bien d’autres, nous prendrons l’exemple de Fatou Diome tout en assurant une étude comparée avec les autres romanciers. Par un terme audacieux mais du moins efficace, la poétique de Diome peut se définir transulaire dans la mesure où l’ancrage à sa terre natale, l’île de Niodior dans l’archipel de la Petite Côte au Sénégal, négocie son droit d’exister avec la nécessité du départ vers d’autres rivages, en l’occurrence la France continentale. Autrement dit, si Diome partage avec les « enfants de la postcolonie »1 le sentiment assumé d’appartenance à une culture transcontinentale, il n’en demeure pas moins vrai que son style est profondément marqué par la symbolique serer du Sine-Saloum. Sa propension pour l’écriture des espaces aquatiques se rattache aux conditions de non-fixité et du devenir perpétuel. Aussi, ce n’est pas un hasard si elle emploi la sémantique insulaire faite de binômes: contenant-contenu, phagocytant-phagocyté, enracinement-tangage, etc. Le cas exemplaire de Diome nous sert de prétexte pour avancer une hypothèse d’ordre général à l’appui de deux interprétations: d’abord, le langage tant dialectique que liquide et mouvant exprime le refus de la vision simplifiée du monde. Ensuite, le système dialectique île-continent ne fait que reproduire le mécanisme étudié par les postcolonialistes et par les sociologues de la littérature qui est celui du binôme désaxé, l’île étant un bribe de la terre et le continent son expression plus triomphante. Enfin cette tension constitue le point d’équilibre du processus de construction du soi; si bien que l’isolement littéraire consubstantiel au thème de l’insularité peut devenir pour les écrivains de la génération de Diome un appel à affirmer avec plus de force sa transculturalité identitaire.2 1 Abdourahman A. Waberi, «Les enfants de la postcolonie. Esquisse d’une nouvelle génération d’écrivains francophones d’Afrique noire», Notre Librairie, 135, sept/déc 1998, pp. 8-15. 2 Cf. Josias Semujanga, Dynamique des genres dans le roman africain. Éléments de poétique transculturelle, Paris, L’Harmattan, 1999. 99 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-094 Deslocamentos continentais e formação de ilhas interiores em O Arquipélago da insónia Tatiana Prevedello Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Letras, Departamento de Literaturas Portuguesa e Luso-Africanas, Brasil. E-mail: [email protected] A diversidade interdiscursiva articulada às representações fragmentárias da memória, à multiplicidade de planos espaço-temporais e ao estilhaçar de alteridades constituem alguns dos recursos que estão a compor a metáfora expressa no título do romance O arquipélogo da insônia, de autoria de António Lobo Antunes. Um conjunto de incomunicáveis “ilhas interiores”, segregadas pela angústia, solidão, traumas, ruínas físicas e existenciais, formam este arquipélago textual do qual emanam as vozes de sujeitos náufragos de si mesmos. Ambientado em território continental, na região portuguesa do Alentejo, o texto engendra o discurso de três gerações de uma família cuja atual decadência econômica paira sobre o antigo esplendor proveniente do poder agrário. A opressão insular do “eu” estende-se à formação de arquipélagos aparentemente destituídos de uma percepção coletiva, mas capazes de atingir a extensão continental ao explorar os caminhos tortuosos que se adentram pelos problemas advindos do pós-colonialismo e na abordagem de fatos recentes da história de Portugal, sobretudo após o período revolucionário. Na perspectiva do eixo de reflexão “A dualidade ilha – continente e o discurso pós-colonialista”, nos propomos a investigar as possibilidades de (re)construção ou (des)construção identitária de sujeitos ficcionais que, habitantes de um arquipélago insone, testemunham tais transições históricas e políticas, além de representar, em suas incursões memorialísticas, o deslocamento do individual para a coletividade. 100 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-079 A poética de Conceição Lima: Corpo das ilhas, braços do continente Naduska Mário Palmeira Ministério das Relações Exteriores do Brasil/Instituto Superior Politécnico de São Tomé e Príncipe, Departamento de Letras, Brasil/São Tomé e Príncipe. E-mail: [email protected] Propõe-se neste trabalho um estudo sobre a dualidade ilha-continente e o discurso pós colonialista a partir da (re)leitura das ilhas de São Tomé e Príncipe na poética de Conceição Lima, mais especificamente em seu último livro, O país de Akendenguê (2011), em que a poetisa projeta a Terra sonhada como se, no corpo da linguagem, o eu-lírico buscasse re-encontrar a sua própria casa, ou conciliar-se com a sua identidade e, ao mesmo tempo, expandir-se para o continente, lançando braços agregadores dos valores insulares e continentais. A ideia de que “todos os mares explodem na varanda” começa a ser traçada na obra anterior, A dolorosa raiz do micondó (2006), pois o eu-lírico, depois de se enveredar pelo útero da casa, começa a perscrutar as suas próprias raízes, numa espécie de viagem empreendida intimamente, por um ser que se anuncia peregrino e nômade, buscando a sustentação numa varanda, cujos pilares estão fincados na ilha-mãe, em que todos os mares, finalmente, explodem. É num contexto em que a arte literária revela a capacidade de construção de um sentimento de pertencimento a uma “identidade nacional” que procuro investigar a questão da construção de tal identidade no último trabalho de Conceição Lima, obra que pode ser lida como metáfora de construção identitária e de agregação dos valores africanos, forjada no uso da linguagem, que é chão/concreta e, ao mesmo tempo, ideia, num renascimento e reencontro confrontadores com a terra em que nasceu a poeta, cujo eu-lírico, na maioria dos poemas, modela e (re)negocia certos sentidos outrora inquestionáveis, a fim de “narrar” uma nação íntima, impregnada por São Tomé e Príncipe. 101 A insularidade/hipo-insularidade e as suas consequências para a criação literária e artística Insularity/hypo-insularity and its consequences for literary and artistic creativity L’insularité/ l’hypo-insularité et ses consequences pour la création littéraire et artistique 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 104 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-003 L'insularité continentale: sémantique paysagère et construction identitaire dans les épopées grecques hellénistiques et tardives Andre Laury-Nuria ENS de Lyon en Langues et Littératures anciennes, UMR 5189 HiSoMa, Lyon II et laboratoire junior CiTra ENS de Lyon, France. E-mail: [email protected] L'île est encore dans notre représentation actuelle, la figure spatiale à même de rendre compte de l'identité territoriale de l'espace grec. Depuis la première représentation en littérature du monde grec, tel que l'épopée homérique nous la présente, l'île est l'image condensée et analogique du monde tel que l'imaginaire grec archaïque se l'est représenté (S. Vilatte). Mais elle n'est jamais restée tout à fait seule : face à elle, le continent lui imposait le régime de continuité la condamnant définitivement au discontinu maritime et à l'isolement spatial. Pourtant, les conquêtes d'Alexandre le Grand ont apporté avec elles un profond changement de représentation du monde qui, précisément se centre sur la découverte du continent asiatique. La littérature, les arts visuels et la cartographie s'en font alors l'écho. On note en effet un phénomène intéressant dans nos épopées hellénistiques et tardives (des Argonautiques d'Apollonios de Rhodes aux Dionysiaques de Nonnos de Panopolis) qui font de l'île un vaste territoire malléable, un laboratoire d'expériences poétiques. Comment comprendre en effet qu'au moment même où l'île ne peut plus servir de modèle analogique au paysage du monde3, l'île gagne tant d'importance dans le processus de représentation et d'identification du monde à l'époque hellénistique4? C'est qu'il faut voir qu'à défaut d'une opposition stérile, île et continent entrent en résonance positive et se complètent dans des jeux mimétiques destinés à tisser le texte du monde grec. Ainsi assistons-nous à l'émergence d'une «insularité continentale», portée par le phénomène d'intertextualité et qui travaille en profondeur l'image du paysage pour jouer des codes et des identités nouvelles afin de proposer une nouvelle formulation, une nouvelle carte du monde, à la période hellénistique. Notre propos, après une étude diachronique du statut de l'île dans les textes grecs, envisagera de montrer comment îles et continent échangent leurs caractéristiques pour créer une union paysagère reconfigurant la forme du monde selon l'identité nouvelle souhaitée par la période alexandrine. 3 L'île est en effet, dans la pensée grecque archaïque, la pièce maîtresse du rapport analogique à l'origine de la forme du monde qui pose île, bouclier et monde comme solidaires ; c'est ce que Sylvie Vilatte a démontré dans son ouvrage, L'insularité dans la pensée grecque, Paris, Les Belles, 1991. 4 Le changement de paradigme de représentation du monde fait l'objet de l'analyse de la première partie de notre thèse de doctorat, Formes et fonctions du paysage dans l'épopée hellénistique et tardive, sous la direction de Christophe Cusset, ENS de Lyon, décembre 2012, qui vise à montrer comment on passe d'une île modèle de la forme du monde à la chlamyde (ou plus largement au tissu) – figure du continent – à partir des conquêtes d'Alexandre le Grand. 105 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-054 Images et mots en archipel Martine Suzanne Kunz1 & Philippe Enrico2 1 Université Fédérale du Ceará (UFC), Département de Lettres Étrangères, Programmes de maîtrise en Littérature Brésilienne et en Histoire, Laboratoire d'Études de l'Oralité. 2 Artiste plasticien. E-mail: [email protected], [email protected] “Rêver des îles… c’est rêver qu’on repart à zéro, qu’on recrée, qu’on recommence.” L’idée de Deleuze5 leur servira de guide — elle qui travaille avec les mots et la littérature et lui avec les images — pour créer un monde ouvert où l’imagination pourrait se manifester comme une île surgie au beau milieu de l’immensité marine. Créer c’est faire du lien, entrecroiser divers horizons, redéfinir ses limites. Elle vit à Fortaleza, il vit à Belo Horizonte. Du nordeste au sudeste brésilien, l’océan de terres qui les sépare trace à chaque correspondance les nouveaux contours d’une longue amitié. Ils échangent divers signaux: une réflexion pour une image postée, un recadrage pour une parole donnée. Le rendez-vous de Madère les attire pour être aussi le lieu hétérotopique des constructions identitaires passées, en cours et à venir, l’horizon possible de leur réflexion imagée sur la dimension métaphorique de l’île, sa force poétique. Ce qu’ils espèrent énoncer, montrer, en révélant un archipel de 36 îlots à se partager, à parcourir, à méditer. Images et textes à la fois, textes et images en 36 fois… 5 DELEUZE, Gilles. Causes et raisons des îles désertes. In : L’île déserte et autres textes. Paris : Les Éditions de Minuit, 2002. p. 12. 106 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-020 Les romans malgaches et comoriens: insularité ou hypo-insularité? Cynthia Volanosy Parfait Université d’Antsiranana, Madagascar. E-mail: [email protected] Les auteurs analyseront le concept d’insularité à travers quelques romans malgaches et comoriens. Il s’agira d’abord de définir les concepts d’insularité et d’hypo-insularité afin de les appliquer à Za (2008) de Jean-Luc Raharimanana, Géotropiques (2010) de Johary Ravaloson, La République des imberbes (1985), Le Kafir du Karthala (1992) de Mohamed A. Toihiri, Le Bal des mercenaires (2004) d’Aboubacar Saïd Salim. L’insularité a des effets sur la thématique des auteurs des îles, mais aussi sur les aspects stylistiques. Za et Géotropiques, s’affranchissent de la bipolarisation, l’île face à la culture colonisatrice marquant les littératures insulaires. Ces romans malgaches gardent un fort ancrage à l’île natale tout en cherchant leur place dans la République Mondiale des Lettres.Dans les deux littératures, comorienne et malgache, l’île est entourée de l’Océan Indien. La mer peut être vue en tant qu’élément d’union ou de séparation. Il s’agira de porter un regard analytique sur la manière dont la mer et l'océan sont (re)présentés dans les romans étudiés. Si la mer, en tant qu’enfermement, serait à l’origine du cri zézayé de Raharimanana, cri dédoublé par le statut d’écrivain mineur, la traversée de celle-ci aurait permis l’écriture chez Johary Ravaloson. La mer est une passerelle qui permet le trajet des personnages désirant retrouver les leurs. Ils y parviennent ou échouent, par l’aventure politique et l’escroquerie des plus inassouvis, pour avaler les corps et les espoirs. Mais le cimetière n’est pas seulement marin, des hommes armés viennent par la mer pour tuer et asseoir leur volonté. Une expression d’ambivalence se dégage de cette source naturelle incommensurable, telle qu’elle est peinte dans le roman comorien. Dans notre conclusion, nous tâcherons de voir si l’insularité est suffisante comme concept pour délimiter la production littéraire malgache et comorienne des littératures continentales après avoir identifié la mer et l’océan comme marqueur de différence. 107 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-086 The Renaissance Isolario and Europe’s Eastern Boundaries Katharina Piechocki Assistant Professor in the Department of Comparative Literature at Harvard University. E-mail: [email protected] The fifteenth and early sixteenth centuries mark the emergence of a new genre, the Isolario. More than real, physical, places the Isolario imagines islands as abstract placeholders for something else: here, islands mark the significant transition toward the imagery of bounded political territories in which a sovereign has control over a unified space or enclosed territory. While the Isolario has been the object of several studies in the past years, little - if no - attention has been paid to its impact in Eastern Europe. In this paper, I argue that the Isolario was not only well known to Eastern European humanists, but that the latter used it as a tool to define Europe’s Eastern boundaries. A particularly relevant example is Polish humanist Maciej Miechowita’s Tractatus de duabus Sarmatiis (1517), a sixteenth-century “best seller,” that cartographers such as Sebastian Münster subsequently used to map Eastern Europe. The Tractatus discloses a curious awareness of insular imaginary. The example of the Crimean Peninsula, the peninsula situated on the Northern shores of the Black Sea which the ancients referred to as “Thaurica Chersonesus,” is paradigmatic in this regard: geographically, the “Chersonesus” is situated close to the mouth of the river Tanais, exactly at the intersection between Asia and Europe. Miechowita is the only Renaissance writer, who refers to this peninsula as an island (insula). In doing so, he not only chronicles, as I show in this paper, the transitory moment of the island from space to place epitomizing the transitional moment of the insular imagery from the Middle Ages to the Renaissance period, but also significantly shapes the humanists’ vision of Europe’s Eastern limits. 108 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-106 “The secret of the World”: Bolaño's “islands” of proper names Cory Stockwell Bilkent University, Program in Cultures, Civilizations and Ideas, Turkey. E-mail: [email protected] In the fourth part of 2666, a fictional account of the systematic murder of women in the Mexican border city of Ciudad Juárez, Roberto Bolaño begins to obsessively list the names of dead women. These proper names are islands of sorts: while in a way, they are woven seamlessly into the space that surrounds them (the text), they are at the same time unique, belonging to a qualitatively different order, standing absolutely and terrifyingly on their own. How are we to make sense of the names of these women, in which, Bolaño asserts, “the secret of the world is hidden”? Drawing upon the work of Pseudo-Dionysius, Borges, and Werner Hamacher, this paper inquires into the status of these names. Do they function, in the words of Dionysius, as “divine names”? And if this is the case – if they can be said to attain a special status among all the words that surround them – then what are the political ramifications of this? What secret resistance do these proper names transmit, resistance to a violence that is all the more shocking in that it is completely mundane? 109 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-002 A transformação do lugar: retratos da Madeira nos séculos XIX e XX Ana Isabel Moniz1, Ana Margarida Falcão2 & Isabel Santa Clara3 1 Universidade da Madeira, Centro de Competência de Artes e Humanidades e Centro de Estudos Comparatistas. Portugal. 2 Universidade da Madeira, Centro de Competência de Artes e Humanidades. Portugal. 3 Universidade da Madeira, Centro de Competência de Artes e Humanidades e Instituto de História de Arte da Universidade de Lisboa. Portugal. E-mail: [email protected] A Ilha da Madeira foi, desde a sua descoberta e povoamento, um ponto de passagem estratégico para a navegação e um importante centro de comércio, primeiramente do açúcar e, depois, do vinho. Desde o século XIX, a ilha tornou-se um destino turístico e terapêutico privilegiado. Ao longo do tempo, muitas foram as personalidades que por lá passaram, deixando as suas impressões em textos literários: romances, cartas, diários, memórias ou crónicas. Entre os escritores que visistaram a Madeira, entre 1925 a 1935, escolhemos, pela sua perspicácia e espírito crítico em relação aos lugares e às gentes, três olhares diferentes: Raul Brandão (1867-1930), que visitou a Madeira em 1924; Ferreira de Castro (1898-1974), que para lá se deslocou várias vezes, a primeira em 1932; Luzia (1875-1945), pseudónimo de Luisa Grande da Câmara Lomelino, que passou na Ilha longos períodos, entre 1896 e a sua morte, em 1945. O corpus será constituído pelo último capítulo de As Ilhas Desconhecidas, 1926, de Raul Brandão, intitulado “Visão da Madeira”; por excertos de Eternidade, 1933, de Ferreira de Castro; por uma selecção de textos de Luzia, cujas cartas e reflexões sobre a sua estadia foram recolhidas em Cartas do Campo e da Cidade,1923, e Almas e Terras Onde eu Passei, 1936. Estes escritores registaram, nas suas obras, descrições, impressões e críticas nascidas das suas experiências na Madeira, tanto no que diz respeito a aspectos culturais como sociais e políticos, entre outros, e que ultrapassam largamente a visão turística associada à paisagem rural e citadina. Se Raul Brandão escreve uma narrativa de viagem, Ferreira de Castro, por sua vez, introduz as suas reflexões num romance, enquanto os textos de Luzia são de índole epistolar e memorialística, testemunhando pontos de vista diferentes em géneros literários diversos. Depois de uma breve análise do corpus, propomo-nos confrontá-lo com referências encontradas em outros documentos: jornais de bordo, documentos comerciais e, sobretudo, fotografias e outras imagens de época. Este confronto, intertextual e inter-artes, permitir-nos-á avaliar o peso dos factos documentais que impregnam a ficção literária aqui mencionada e reflectir sobre o papel do testemunho factual e histórico em contextos diversos. 110 PAINÉIS TEMÁTICOS THEMATIC PANELS PANELS THÉMATIQUES O webmuseu Agustina Bessa-Luís: Abordagens insulares 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 114 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-076 “Eu fiz a Electra” (Party Garden-Party nos Açores de Agustina Bessa Luís) Isabel Ponce de Leão Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL, Portugal. E-mail: [email protected] Em Party não há, de facto, matricídios, mas há um caracter inquebrantável na luminosidade de uma mulher impulsiva e determinada que, calando emoções, impõe uma convicta racionalidade. Refiro-me a Irene, a que fez Electra, onde “O ódio era puro como cristal”. A imagem de Irene é a de muitas das mulheres de Agustina, conhecedoras que são do seu poder persuasivo face à fragilidade humana. A diferença estará na determinação e no arrojo com que desvenda o seu sentido feminino. Nela, caridade e dedicação são formas do desespero que demanda a felicidade. A perfídia emerge e submerge em função dos apelos racionais. Cumplicidades e traições reconstroem uma história de liberdade num discurso em volta do amor. Com ironia, com sarcasmo, com a certeza da complexidade das relações humanas. Depois tudo se passa em S. Miguel onde “fugir se chama emigrar”. O mar, enquanto símbolo da dinâmica da vida, evidencia um clima ambivalente de incertezas, dúvidas e indecisões. Electra resolvê-las-á. Não a cruel Electra de Eurípedes, mas a racional de Agustina, sem recurso ao crime hediondo ou ao complexo edipiano. 115 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-078 Musealização de quadros insulares de Agustina Bessa-Luís Sérgio Lira Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL, Portugal. E-mail: [email protected] Nesta comunicação tomaremos por base algum do trabalho que membros da equipa de investigação do projecto Museu Agustina Bessa-Luís têm desenvolvido e que se vertem em quatro comunicações apresentadas nesta mesa. Nelas há significativos elementos comuns: o papel e as feições do feminino, a insularidade (ou alguma forma de isolamento, geográfico ou interior), ou quadro político e histórico que Agustina usa para desenhar os seus cenários. Tais elementos quadram com algumas das áreas museológicas definidas para o projecto do Museu (entre outras: Épocas e Personagens, Mulheres (e Homens), Perfídia, Sons da Vida) pelo que se ensaia neste texto a musealização correspondente. São partes, apenas partes, de um todo mais vasto que se vai desenhando paulatinamente à medida que a investigação avança – mas são partes fundamentais para estas áreas expositivas, uma vez que revelam aspectos essenciais da obra de Agustina. OC-075 A Corte do Norte: da sinopse ao plano Eduardo Paz Barroso FCHS - Universidade Fernando Pessoa e LabCom Universidade da Beira Interior, Portugal. E-mail: [email protected] "Era uma rainha e eu servia-a, não por amor, mas porque ela assim o desejava. Deus nos livre dos desejos de uma mulher!" (Agustina Bessa-Luís). O presente texto analisa questões de adaptação e de transposição do discurso literário para o discurso fílmico tomando por objecto o romance de Agustina A Corte do Norte e o filme com o mesmo título de João Botelho. A análise crítica do filme e a sua inscrição na obra do realizador, o espaço literário definido no romance e as suas possibilidades plásticas e visuais, o estatuto simbólico da mulher na obra da escritora e a sua transposição para a linguagem cinematográfica, constituem os principais tópicos a desenvolver neste texto. 116 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-077 Visões da História: o passado e o presente dos Açores em Agustina Bessa Luís Maria do Carmo Pinheiro Silva Cardoso Mendes Universidade do Minho, Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos, Instituto de Letras e Ciências Humanas, Portugal. E-mail: [email protected] A revisitação de episódios marcantes da História de Portugal é frequente na obra literária de Agustina Bessa Luís. No romance publicado em 1994, O Concerto dos Flamengos, a escritora converte um episódio musical – um concerto realizado num palácio de Ponta Delgada – em pretexto para um diálogo com o passado e o presente do arquipélago açoriano. Os propósitos principais desta comunicação são: 1) identificar a ligação de personagens do romance com aquelas que iniciaram a colonização dos Açores; 2) explicitar os vínculos entre a personagem principal, Ana Luísa Baena, e diversas personagens históricas, com destaque para Isabel de Portugal; 3) reconhecer os mais relevantes intertextos do romance (musicais, pictóricos e literários); 4) reconstituir a História do arquipélago, desde a colonização iniciada por flamengos até à contemporaneidade; 5) comentar a visão da narradora sobre elementos que definem a identidade dos Açores (mental, geográfica e paisagística); 6) determinar as continuidades e as ruturas entre o passado e o presente; 7) evidenciar de que modo o retorno ao passado permite a superação de angústias e conflitos do presente; 8) clarificar a dimensão pós-moderna do romance, na apresentação de múltiplas visões da História, que ora se chocam, ora se complementam. 117 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-074 Entornos políticos sobre insularidade e literatura: Anotações sobre 'A Corte do Norte' Cláudia Toriz Ramos Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL, Portugal. E-mail: [email protected] Por comparação com o discurso político, o discurso literário flúi, livre das contingências factuais da realidade histórica. Todavia, é justamente na literatura 'nacional' que se encontram muitos dos ancoradouros da identidade colectiva e porventura algumas das suas referências geniais. Na obra em apreço, a iteração por lugares e tempos do identitário - a saudade, a periferia, o mar, a própria língua portuguesa na mestria do seu uso - permitem colocar a questão, em aberto, do papel da produção literária, da escritora e da cultura de uma forma mais geral, na construção das comunidades políticas contemporâneas. 118 Islands and Continents: Hong Kong and the World 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 120 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-099 Farewell to the sublime? Post-monumental landscapes in the poetry of Leung Ping-kwan and Xi Chuan Andrea Riemenschnitter University of Zurich, Asia Orient Institute, Switzerland. E-mail: [email protected] The sublime has been a predominate concept of aesthetic theory in Western art and philosophy, receiving its more explicit formulation in early eighteenth century philosophy. It indicates the quality of greatness, whether physical, moral, intellectual, metaphysical, aesthetic, spiritual or artistic. The term especially refers to a greatness beyond all possibility of calculation, measurement or imitation. From t he first study of the value of the sublime is the treatise ascribed to Longinus On the Sublime (Peri hupsous), a document that has been thought to have been written as early as the first century A.D., but was first published in 1554 to Lyotard's postmodern reprise, this aesthetic category rose to become the founding principle of modernism, whether in capitalist or socialist contexts. After the recent breakdown of this political distinction under a global regime of capitalist consumerism, some avant-garde poets have begun to raise doubts and look for alternatives, broaching premodern poetic traditions as well as the paradoxes and ironies of contemporary life. In the insular poetic landscapes of Leung Ping-kwan (Hong Kong) and Xi Chuan (Beijing) two different ways to come to terms with the various legacies of western modernity can be traced: an attitude of dialogic, contemplative inclusion of the disparate in a poetics of the everyday on the one hand, and the distant, puzzled observation of unruly, oxymoronic entanglements on the other. In this paper I will explore the poetic image-traffic between islands and continents through a comparative analysis of these two sinophone poets' post-monumental landscapes. 121 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-097 Bildungsroman in Hong Kong literature of the 1960s and 1970s: A study of Leung Ping Kwan’s literary work Mary Wong Shuk Han Lingnan University, Chinese Department, Hong Kong. E-mail: [email protected] As a result of the political instability of mainland China in the 1940s, millions of mainland Chinese fled to Hong Kong for shelter. In 1940, the population of Hong Kong was estimated at 1.86 million. It drastically increased to 2.06 million in 1950. At the end of the 1950s, the population had increased to 3,023,300. The millions of newcomers, Chinese from different provinces were crammed into a small piece of land. Major novels of the 1950s addressed the lives of these immigrants, such as Cao Juren’s (1900-72) The Hotel (1952), Lu Lun’s (1911-88) Poverty Lane (1952), and Zhao Zifan’s (1924-86) Struggle of Humanism (1953). The term “refugee literature” is used to describe the literature of this generation. I regard their journey from mainland China to Hong Kong as a journey of growth, and have examined the literature produced by these authors from the point of view of the Bildungsroman, as novels of formation. In this paper, I continue to study the Bildungsroman of Hong Kong literature during the 1960s and 1970s, with special attention on Leung Ping Kwan (pen name Yesi, 1949-). He is regarded as belonging to the first generation of local Hong Kong writers following the migrant generation of the 1950s. Yesi, and his generation of writers grew up and were educated in Hong Kong. Quite different from their previous generation, they could adapt to the colonial city, yet they also encountered their own difficulties. In what ways is the Bildungsroman of the 1960s and 1970s different from its predecessors? How do the respective authors try to build an identity of themselves while redefining the relationship of Hong Kong culture with mainland China and the West? This paper examines major stories from the two Cold War decades. 122 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-098 Street riots, domestic space, and the contours of sinophone Cold War modernism Shuang Shen Penn State University, United States of America. E-mail: [email protected] The contours of China modernism in the twentieth century are much more difficult to trace when we begin to consider the transportability and mutual implication of ideas of “China” and “modernism,” that is, paying attention to what Eric Hayot calls “modernisms’ Chinas.” In this latter formulation, “China” does not just refer to a passive receptacle of something called “modernism.” In fact, it is not even necessarily an index of location, but can be an imaginary construction reflected in and refracted by modernisms that may have nothing to do with the actual China or Chinese. “Modernisms’ Chinas” is thus a historical construction, which when read in conjunction with Shu-mei Shih’s discussion of “Sinophone articulation,” provides an interesting lens to Cold War modernism’s uneven global passage and “regional imperative” (Margaret Hillenbrand) in Chinese-speaking territories outside mainland China. My talk will consider Cold War modernism as a regional formation with Hong Kong as a nodal point of connection. Using Ma Lang’s short story “The Streets under the Sun” (Taiyang xia de Jie, “Streets” hereafter), written in October 1956 and published in the November issue of New Currents in the same year, as a focal point, I will discuss how the story’s depiction of a historical street riot between the pro-Beijing and pro-Taipei forces reflects modernism’s implication in Cold War geopolitics reflected on the multiple scales of the street, the region, and the globe. I will further anchor this modernist articulation in historical terms by considering the story’s articulation of postwar and “postrevolutionary” consciousness. This historical positioning of Cold War modernism allows me to see the connections between this story and other modernist works of the same period, mainly Bai Xianyong’s “Hong Kong, 1960” and the modernist creative works and translations published in the Nanyang magazine Jiao Feng or Palm Winds. A central argument of my talk is that Cold War modernist regionalism allows us to gain a better understanding of modernism as a translocal formation interacting in complex ways with global geopolitical forces. 123 Islands and Identities: Natural, Narrative, and National 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 126 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-065 Performing islandness Mary McDonald-Rissanen University of Tampere. 33014 Tampere. Finland. E-mail: [email protected] In her article “… some distance to go”: A Critical Survey of Island Studies, Lisa Fletcher presents the idea of “performative geographies” as an approach to “studying the island as a space of cultural production which privileges neither geography nor literature (in their narrow senses) but insists on their connectedness.” (19) Based on women’s unpublished diaries from 19th and 20th century Prince Edward Island (Canada) I will review the performative features in women’s life writing and what such texts can tell us about ‘Islandness.’ Juxtaposed with other PEI cultural artefacts – stories, songs, and images – the autobiographical representations of ordinary Island women enhance and illustrate the performative aspects of Island life. This paper will begin by illustrating how Prince Edward Island’s most famous woman writer Lucy Maud Montgomery recorded her sojourns in nature in her diary and consequently how her journals can be read as performative geographies extraodinaires. Fletcher, Lisa. http://www.islandstudies.ca/sites/islandstudies.ca/files/NLR-Fletcher2011.pdf 127 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-057 The isle in the forest. The motif of the island in Finnish literature and national identity Toni Lahtinen University of Eastern. Finland. E-mail: [email protected] Aleksis Kivi (1834–1872) is the national author of Finland, whose novel Seven Brothers (1870, Seitsemän veljestä) is still regarded as the most important work in the Finnish canon. Although the Finnish National Romantic critics disapproved of Kivi’s work, Seven Brothers has profoundly shaped the Finnish literary tradition and national identity ever since. The novel tells a story of brothers who escape the agrarian society into the wilderness where they plan to build a world of their own. The getaway to the wild represents a Cervantesque journey which also seems to carnivalize the genre of Robinsonades. Kivi’s characters thus describe themselves as castaways and compare their new home to “a steep isle” in the forest. The brothers turn out to be poor substitutes for Robinson Crusoe, however, as they fail to tame the nature according to their adopted Christian ideology. The brothers’ tendency to misunderstand and misquote the Bible is one of the sources of the novel’s rich comedy. In the novel, the “isle” represents a romantic mirage which holds a promise of happiness and freedom for the protagonists: there will be no sin, hatred, disagreements nor persecution. This utopian motif of the island occurs throughout Kivi’s writings. The author associates the motif with the idea of the mythological Bird’s Nest, the intersection of the earth and the sky where birds fly to rest. In my ecocritical reading of the novel I will focus on the island-motif as a part of a carnivalized utopia. My analysis also concerns itself with the national identity of the Finns as citizens of a safe and peaceful nation, a cultural image which has in part been created by Kivi’s classic novel. Especially in the recent years phenomena such as globalization, ecological problems and economical crisis in the EU have challenged the national self-image of Finland as an isolated island far away from the evil world. 128 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL OC-058 “That’s where we’re going to live and lead a wonderful life, full of troubles” Identity, Gender and Islands in Tove Jansson’s Moomin Series Maria Laakso University of Eastern Finland. E-mail: [email protected] Tove Jansson (1914–2001), a Finnish author, painter and illustrator, has written several novels and short stories for adults, but she is definitely best known for her Moomin series for children. These novels and comic books have been translated into more than 40 languages and they have achieved wider international success and recognition than any other work of Finnish fiction. As a child Jansson spent her summers in a family cottage on a small island, and also later in her life she often escaped from the public world to a barren island on the Gulf of Finland, where she stayed with her female partner, artist Tuulikki Pietilä. It is not surprising that islands, real and imagined, are recurrent milieus and motifs in Jansson’s fiction – and that these depictions often deal with themes of identity and gender with deeply personal undertones. In my paper I will discuss the issues of identity, gender stereotypes and intertextuality in Jansson’s modern Robinsonades. I will focus on the novels’ ironic play which re-evaluates the traditional concept of wilderness as a masculine space. In the Moomin series islands comprise a particularly important topos. The earlier island stories are filled with pictures of picnics and adventures, but as the Moomin saga develops the islands turn into more metaphoric spaces with complex meanings and rich symbolism, and they are not without darker shades. In Jansson’s stories islands function as closed microcosms inside which their inhabitants respond to their isolation, which in turn changes the nature and personality of the characters. The island-motif is characteristically connected to the masculinity crisis of Moominpappa, the head of the troll family. In the Moominpappa's Memoirs (1950) the protagonist sees his story of manhood as an epic odyssey, whereas Moominpappa and the Sea (1965) alludes to the arch-masculinist Ernest Hemingway’s modern classic The Old Man and the Sea (1952). Both Moomin stories re-write the literary tradition of Robinsonades, where the wild nature of the island allows the male protagonist to regain his masculinity after he has been emasculated by the feminizing tendencies of civilization. 129 ÍNDICE DE AUTORES AUTHORS INDEX LISTE DES AUTEURS 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL 132 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL A Aino Mäkikalli.............................................................................................. 18 Alberto Pérez Camarma .......................................................................... 62 Aldinida Medeiros ...................................................................................... 29 F Fatima Seddaoui ......................................................................................... 60 Florence Godeau ......................................................................................... 79 Aleš Vaupotič ............................................................................................... 52 Alessandra Stazzone ................................................................................. 71 Alice Atsuko Matsuda ............................................................................... 55 Ana Cristina Joaquim ............................................................................... 42 Ana Isabel Moniz ..................................................................................... 110 Ana Margarida Falcão ........................................................................... 110 Andre Laury-Nuria.................................................................................. 105 Andrea Riemenschnitter ....................................................................... 121 I Inês Tadeu Gonçalves ............................................................................... 20 Iosefina Blazsani-Batto............................................................................. 35 Isabel Nena Patim...................................................................................... 45 Isabel Ponce de Leão .............................................................................. 115 Isabel Santa Clara ................................................................................... 110 Anneli Kõvamees ........................................................................................ 82 Antonio Augusto Nery .............................................................................. 40 Audrey Debibakas ...................................................................................... 23 Aušra Jurgutienė ......................................................................................... 74 B Barbara Gori ................................................................................................ 63 Barney Samson ........................................................................................... 88 Beatrice Nickel ............................................................................................ 72 J Jaqueline Koehler ....................................................................................... 32 Jean-claude Laborie .................................................................................. 80 Joaquim Pinheiro........................................................................................ 76 Jobst Welge................................................................................................... 86 Johannes Riquet .......................................................................................... 36 José Cândido de Oliveira Martins ......................................................... 26 José Manuel Ventura ................................................................................. 27 Belinda Rodríguez Arrocha ..................................................................... 68 Ben Aissa Mouna ........................................................................................ 67 Benedito José de Araújo Veiga .............................................................. 61 Bernard Franco............................................................................................ 93 Brigitte Le Juez ............................................................................................ 21 K Kaisa Ilmonen .............................................................................................. 18 Katharina Piechocki................................................................................ 108 Brita Melts ..................................................................................................... 83 L C Leena Kurvet-Käosaar .............................................................................. 19 Caio Gagliardi ............................................................................................. 25 Lucia Maria Paschoal Guimarães ......................................................... 49 Camila Pierobon ......................................................................................... 57 Lusa Ponte .................................................................................................... 56 Carmen Ponte ............................................................................................. 31 Carmen Popescu......................................................................................... 44 Christine Berberich .................................................................................... 69 Cláudia Toriz Ramos .............................................................................. 118 Cory Stockwell .......................................................................................... 109 Cristina Santos Pinheiro .......................................................................... 76 Cynthia Volanosy Parfait...................................................................... 107 D Daniela Bombara ....................................................................................... 73 Diana Nikolova ........................................................................................... 84 E Edna da Silva Polese ................................................................................. 30 Eduardo Paz Barroso .............................................................................. 116 M Manuel Ferro ................................................................................................ 48 Marco Livramento ...................................................................................... 95 Maria Aparecida Ribeiro .......................................................................... 47 Maria Cristina Cardoso Ribas ................................................................ 41 Maria da Graça Gomes de Pina ............................................................ 94 Maria do Carmo Pinheiro Silva Cardoso Mendes ........................ 117 Maria José Moura Ventura ...................................................................... 28 Maria Laakso............................................................................................. 129 Maria Luísa Leal .......................................................................................... 50 Martine Suzanne Kunz .......................................................................... 106 Mary McDonald-Rissanen .................................................................... 127 Mary Wong Shuk Han ........................................................................... 122 Masayuki Tsuda .......................................................................................... 81 Mersiha Ismajloska .................................................................................... 46 Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira .......................................... 55 Elias J. Torres Feijó ..................................................................................... 11 Emilia Di Rocco ........................................................................................... 37 N Naduska Mário Palmeira ...................................................................... 101 Narvika Bovcon ........................................................................................... 52 Nijolė Kaselioniene .................................................................................... 59 133 5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL Nina Shiel ..................................................................................................... 38 Svetlana Kalezic-Radonjic ....................................................................... 85 O T Olga Springer .............................................................................................. 87 Tatiana Prevedello .................................................................................. 100 Omar Mokdad Jemni ................................................................................ 58 Teresa Gil Mendes ...................................................................................... 89 Toni Lahtinen ............................................................................................ 128 P Paola Carmagnani..................................................................................... 70 V Patrick Parrinder ........................................................................................ 75 Valentina Tarquini ..................................................................................... 99 Peggy Karpouzou ....................................................................................... 51 Vladimir Martinovski ................................................................................. 43 Philippe Enrico.......................................................................................... 106 R W Walter Geerts ............................................................................................... 17 Rodrigo Ielpo ................................................................................................ 39 S Sérgio Lira .................................................................................................. 116 Shuang Shen ............................................................................................. 123 Sonia Dosoruth ........................................................................................... 22 134 Z Ziolko Caroline ............................................................................................ 24