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26 a 28 de Setem
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mber | du 26 au 28 septem
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unchal, Portugal
2013
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
Título | Title | Titre
Livro de Resumos do 5º Congresso Internacional REELC, Ilhas e Continentes: (Re)Construções Identitárias. 26 a 28 de Setembro 2013,
Funchal, Ilha da Madeira, Portugal.
th
th
th
Abstract Book of the 5 International Congress ENCLS, Islands and Continents: (Re)Constructions of Identity. 26 to 28 September
2013, Funchal, Madeira Island, Portugal.
ème
Livre des Résumés du 5 Congres International: Iles et Continents: (Re)Constructions Identitaires. Du 26 au 28 septembre 2013, Funchal,
Madeira Island, Portugal.
Editor | Éditeur
Universidade da Madeira
Colégio dos Jesuítas - Rua dos Ferreiros
9000-082 Funchal - Portugal
Telef. +351 291 209 400 | Fax +351 291 209 410
www.uma.pt
Preparação do Livro | Book Layout | Conception du livre
Énio Freitas
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(September 2013)
2
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
Índice
Index
COMISSÃO CIENTÍFICA ......................................................................................................................................................... 7
Scientific Committee........................................................................................................................................................................................................ 7
Comité Scientifique .......................................................................................................................................................................................................... 7
COMISSÃO ORGANIZADORA ............................................................................................................................................... 8
Organizing Committee ................................................................................................................................................................................................... 8
Comité d'Organisation ................................................................................................................................................................................................... 8
CONFERENCIA INAUGURAL ................................................................................................................... 9
Keynote Address................................................................................................................................................................................................................ 9
Conférence Inaugurale ................................................................................................................................................................................................... 9
- Comunidades e as suas imagens, relações e usos culturais. Proposta dos conceitos de sustentabilidade e afetividade
identitárias. .................................................................................................................................................................................. 11
EIXOS DE REFLEXÃO ............................................................................................................................. 13
Lines of Refletion............................................................................................................................................................................................................ 13
Réflexion des intervenants .......................................................................................................................................................................................... 13
O MODO PELO QUAL A MEMÓRIA CULTURAL E OS FLUXOS MIGRATÓRIOS ENTRE ILHAS E CONTINENTES
INTERVÊM AO NÍVEL DA (RE)CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA ........................................................................................... 15
The way in which cultural memory or migratory fluxes among islands and Continents intervene at the level of the
(re)construction of identity ......................................................................................................................................................................................... 15
La façon dont la mémoire culturelle et les flux migratoires entre îles et continents interviennent au niveau de la (re)
construction identitaire ................................................................................................................................................................................................ 15
- The shoreline and beyond. Sciascia on Sicily ................................................................................................................................ 17
- Indigenous and Exploited Caribbean Tastes in Daniel Defoe’s and Michelle Cliff’s Novels .......................................................... 18
- Imagining Space in Baltic Exile Life Writing.................................................................................................................................. 19
- The Woman-as-Witch in Old and New England: in a flight of fancy from Pendle to Salem ........................................................ 20
- Réception et libération: les rapports littéraires franco-irlandais au tournant du 20e siècle ......................................................... 21
- L’île Maurice et son identité: entre représentation du trauma et devoir de mémoire dans Les Rochers de Poudre d’or de
Nathacha Appanah. ..................................................................................................................................................................... 22
- L’Archipel caribéen espace mouvant d’un pluriel archipélagique ................................................................................................ 23
- Madère. Le musée, l’île et l’ailleurs .............................................................................................................................................. 24
- Em Creta com Jorge de Sena: A oposição entre weltliteratur e nacionalismo na poética seniana............................................... 25
- A matriz da insularidade e a construção da identidade cultural .................................................................................................. 26
- Vasco Graça Moura e a Europa .................................................................................................................................................... 27
- Deambulações europeias na poesia de Fernando Pinto do Amaral ............................................................................................. 28
- Literatura História e Memória: D. Simoa, de São Tomé para Lisboa ............................................................................................ 29
- Dom Sebastião no sertão – deslocamento do mito de Portugal para o Brasil ............................................................................. 30
- As tradições como meio de (re)construção e afirmação identitárias: o caso dos Açores ............................................................. 31
- O urbano e o rural em Grande sertão: veredas: o embate social conformado através do espaço ............................................... 32
DISCURSOS METAFÓRICOS: MAR, ILHAS, CONTINENTES .............................................................................................. 33
Metaphorical discourses: Sea, islands, continents ............................................................................................................................................... 33
Discours métaphoriques: mer, îles, continentes................................................................................................................................................... 33
3
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
- The paradisiacal island and the search for self ............................................................................................................................ 35
- Navigation into paradise: Cecil B. DeMille’s Male and Female, Ellis island and the American insular imaginary ....................... 36
- Foscolo’s Zacynthos: the island between myth and nostalgia...................................................................................................... 37
- Becoming the island: Considering the self, virtual self and illusion through multisensory narrative in Dear Esther .................... 38
- As águas sem lado de lá: Por uma ética da ficção........................................................................................................................ 39
- Diálogos entre Eça de Queirós e o Oriente ................................................................................................................................... 40
- Entre o leito e a margem: plural de águas, singular identidade – um diálogo de Guimarães Rosa e Mia Couto ........................ 41
- A ilha como metáfora do corpo, o mar como espaço da fala: uma leitura dos poemas “Nenhum corpo é como esse,
mergulhador, coroado...”, de Herberto Helder e “Do fundo do mar...”, de Cruzeiro Seixas ......................................................... 42
- The symbolism of bird islands (Anatol France’s ‘Penguin Island’ and Marko Tsepenkov’s ‘Stork Island’) .................................... 43
- The island as palimpsest: modern representations of isolation vs. communion in a dialogic/intertextual perspective ............... 44
- “Woman as island” in Places far from Ellesmere, a geografictione (by the Canadian writer Aritha van Herk)............................ 45
- Islands and continents in SF and epic fantasy .............................................................................................................................. 46
- Paquetá e a imagem de “Ilha dos Amores” .................................................................................................................................. 47
- Variações sobre o paradigma camoniano da ‘Ilha namorada’ na tradição épica portuguesa ..................................................... 48
- Variations of the Camonian pattern of the “Island of Love” in the Portuguese epic tradition ..................................................... 48
- A revista Atlantida (1915-1920): a metáfora do continente perdido e o projeto de união luso-brasileira ................................... 49
- Construções metafóricas e identidade em A ilha está cheia de vozes, de João Medina ............................................................... 50
- Posthuman geographies: the island as a natural and metaphorical landscape of posthuman mutation in M. Houllebecq’s
and H.D. Wells’s novels ................................................................................................................................................................ 51
- A network of quotations between print and computer media: A qualitative approach to Gerhard Richter's "Text" ................... 52
O MAR ENQUANTO ELEMENTO DE UNIÃO/SEPARAÇÃO ............................................................................................... 53
The sea as an element of union and/or separation ........................................................................................................................................... 53
La mer en tant qu’élément d’union/separation ................................................................................................................................................... 53
- A simbologia do mar nas obras de Lygia Bojunga Nunes: Uma reflexão acerca do enquadramento utópico e distópico ........... 55
- Suplementos culturais, geografia textual e afirmação identitária: um estudo de caso ............................................................... 56
- A febre de cimento se apossa da Riviera ...................................................................................................................................... 57
- Une mer, deux rives et un pont pour le dialogue: la Méditerranée perçue par Taha Hussein ..................................................... 58
- Le rôle d‘Oscar Milosz, poète et diplomate, dans la formation de l‘image de Lituanie dans la culture française du XX-me
siècle. La mer comme élément constitutif de cette image ........................................................................................................... 59
- Le motif de l'espace marin, du Delta, et des îles chez Marguerite Duras. Entre construction et reconstruction identitaire ........ 60
- Jorge Amado, o mar e a união/separação: ficção e vivências ...................................................................................................... 61
- Meditations about religious habits of madrileña society on the Canarian Jose Clavijo y Fajardo's work and his comparison
with Spanish and contemporary intellectual ................................................................................................................................ 62
- A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen: O conto duma “maravilhosa” amizade entre Terra e Mar ................ 63
OS ESTEREÓTIPOS CULTURAIS .......................................................................................................................................... 65
Cultural stereotypes ...................................................................................................................................................................................................... 65
Les stéréotypes culturels .............................................................................................................................................................................................. 65
- Native and Colonists contact and cohabitation in Colonial New England, 1620-1676: An inquiry about images and
identities....................................................................................................................................................................................... 67
- The conquest of Canary Islands in Castilian Literature during the early modern age .................................................................. 68
- England in miniature: Building a utopian island nation ............................................................................................................... 69
- Chronotopes de l’insularité polynésienne et (re)construction identitaire post-coloniale ............................................................. 70
- Des voies commerciales au récit de l’Atlantique par les îles. Les Archipels féeriques de Madère et des Canaries dans
l’Insulaire de Benedetto Bordone (XVIe siècle) ............................................................................................................................. 71
- Stéréotypes continentaux et réalités insulaires ............................................................................................................................ 72
- The isle ‘squared’: librettos set in islands by Sicilian writers and composers between the Nineteenth and Twentieth Century .. 73
- Cultural Stereotypes and Regional Identity .................................................................................................................................. 74
- Alone on the island: Isolation in tragic fiction from Strindberg to D. H. Lawrence ....................................................................... 75
- A ilha como lugar de abandono na mitologia greco-latina: Filoctetes e Ariadne......................................................................... 76
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
TOPOGRAFIA E TEMPORALIDADE DOS ESPAÇOS INSULARES E CONTINENTAIS ........................................................ 77
Topography and temporality of insular and continental spaces ................................................................................................................... 77
Topographie et temporalité des espaces insulaires et continentaux ............................................................................................................ 77
- Beckett et l’Insularité ................................................................................................................................................................... 79
- Fictions insulaires au XVIe siècle (Camoëns, Rabelais, Shakespeare): une figure de la transition épistémologique .................... 80
- Les deux villes maritimes comme des îles – Trieste et Nagasaki .................................................................................................. 81
- The island of mysteries ................................................................................................................................................................. 82
- Mediterranean islands in the works of the Estonian writer Karl Ristikivi ..................................................................................... 83
- The Pastoral and the Island Utopia: Towards the archaeology of a literary topos ...................................................................... 84
- Insularizing - Philosophizing (Insularity and Philosophy) .............................................................................................................. 85
- Islands of desire: Periphery and solitude from Stevenson to Bioy Casares ................................................................................... 86
- Two 19th century heterotopias: The island in Jane Austen’s Mansfield Park (1814) and Charlotte Brontë’s Villette (1853) ........ 87
- Literary I-Lands: First-person narration on the desert island ....................................................................................................... 88
- O mundo insular caboverdiano: de Chiquinho a A Ilha Fantástica ............................................................................................... 89
QUESTÕES DE IMAGOLOGIA .............................................................................................................................................. 91
Questions of imagology .............................................................................................................................................................................................. 91
Questions d’imagologie ............................................................................................................................................................................................... 91
- L’île ou la quête de la connaissance: roman et savoir dans Mardi de Melville et L’Île mystérieuse de Jules Verne ...................... 93
- Lusitânia, corpo e voz de uma imagem ........................................................................................................................................ 94
- Imagologia de uma ilha em transformação: a Madeira de oitocentos e os seus visitantes ......................................................... 95
A DUALIDADE ILHA - CONTINENTE E O DISCURSO PÓS-COLONIALISTA..................................................................... 97
The duality island - Continent and the post-colonial discourse .................................................................................................................... 97
La dualité île – Continent et le discours pos-colonialiste ................................................................................................................................. 97
- Poétique de la transularité: Fatou Diome et la génération de la postcolonie .............................................................................. 99
- Deslocamentos continentais e formação de ilhas interiores em O Arquipélago da insónia ....................................................... 100
- A poética de Conceição Lima: Corpo das ilhas, braços do continente ........................................................................................ 101
A INSULARIDADE/HIPO-INSULARIDADE E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A CRIAÇÃO LITERÁRIA E
ARTÍSTICA .......................................................................................................................................................................... 103
Insularity/hypo-insularity and its consequences for literary and artistic creativity ............................................................................... 103
L’insularité/ l’hypo-insularité et ses consequences pour la création littéraire et artistique ................................................................ 103
- L'insularité continentale: sémantique paysagère et construction identitaire dans les épopées grecques hellénistiques et
tardives ...................................................................................................................................................................................... 105
- Images et mots en archipel ........................................................................................................................................................ 106
- Les romans malgaches et comoriens: insularité ou hypo-insularité? ......................................................................................... 107
- The Renaissance Isolario and Europe’s Eastern Boundaries ....................................................................................................... 108
- “The secret of the World”: Bolaño's “islands” of proper names ................................................................................................. 109
- A transformação do lugar: retratos da Madeira nos séculos XIX e XX ....................................................................................... 110
PAINÉIS TEMATICOS ........................................................................................................................... 111
Thematic Panels ........................................................................................................................................................................................................... 111
Panels Thématiques .................................................................................................................................................................................................... 111
O WEBMUSEU AGUSTINA BESSA-LUÍS: ABORDAGENS INSULARES ............................................................................ 113
- “Eu fiz a Electra” (Party Garden-Party nos Açores de Agustina Bessa Luís) ............................................................................... 115
- Musealização de quadros insulares de Agustina Bessa-Luís ...................................................................................................... 116
- A Corte do Norte: da sinopse ao plano ....................................................................................................................................... 116
- Visões da História: o passado e o presente dos Açores em Agustina Bessa Luís ........................................................................ 117
- Entornos políticos sobre insularidade e literatura: Anotações sobre 'A Corte do Norte' ........................................................... 118
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ISLANDS AND CONTINENTS: HONG KONG AND THE WORLD................................................................................... 119
- Farewell to the sublime? Post-monumental landscapes in the poetry of Leung Ping-kwan and Xi Chuan................................. 121
- Bildungsroman in Hong Kong literature of the 1960s and 1970s: A study of Leung Ping Kwan’s literary work ......................... 122
- Street riots, domestic space, and the contours of sinophone Cold War modernism .................................................................. 123
ISLANDS AND IDENTITIES: NATURAL, NARRATIVE, AND NATIONAL ........................................................................ 125
- Performing islandness ................................................................................................................................................................ 127
- The isle in the forest. The motif of the island in Finnish literature and national identity ........................................................... 128
- “That’s where we’re going to live and lead a wonderful life, full of troubles” Identity, Gender and Islands in Tove Jansson’s
Moomin Series............................................................................................................................................................................ 129
ÍNDICE DE AUTORES ........................................................................................................................... 131
Authors Index ................................................................................................................................................................................................................ 131
Liste des Auteurs .......................................................................................................................................................................................................... 131
6
Comissão Científica
Scientific Committee
Comité Scientifique
• Brigitte Le Juez
Dublin City University, Ireland
• Cândido de Oliveira Martins
Universidade Católica, Portugal
• Cristina Robalo Cordeiro
Universidade de Coimbra, Portugal
• Dominique Costa
Universidade da Madeira, Portugal
• Helena Buescu
Universidade Clássica de Lisboa, Portugal
• Isabel Pires de Lima
Universidade do Porto, Portugal
• Isabel Santa-Clara Gomes
Universidade da Madeira, Portugal
• José Augusto Bernardes
Universidade de Coimbra, Portugal
• Lucia Boldrini
Goldsmiths, University of London, UK
• Manuel Ferro
Universidade de Coimbra, Portugal
• Maria Cristina Pimentel
Universidade Clássica de Lisboa, Portugal
• Maria de Fátima Marinho
Universidade do Porto, Portugal
• Maria do Céu Fraga
Universidade dos Açores, Portugal
• Maria Luísa Leal
Universidade de Extremadura, España
• Maria Teresa Nascimento
Universidade da Madeira, Portugal
• Maria Zina Abreu
Universidade da Madeira, Portugal
• Marina Grishakova
University of Tartu, Estonia
• Ofélia Paiva Monteiro
Universidade de Coimbra, Portugal
• Rita Marnoto
Universidade de Coimbra, Portugal
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Comissão Organizadora
Organizing Committee
Comité d'Organisation
• Maria Teresa Nascimento
Universidade da Madeira, Portugal
Coordenação | Coordination | Coordination
• Ana Margarida Falcão
Universidade da Madeira, Portugal
• Bernardo Vasconcelos
Universidade da Madeira, Portugal
• Carlos Valente
Universidade da Madeira, Portugal
• Isabel Santa Clara Gomes
Universidade da Madeira, Portugal
• Maria Teresa Nascimento
Universidade da Madeira, Portugal
Secretariado
Secretariat | Sécretariat
• Marco Livramento
Apoio Técnico
Technical support | Support Technique
• Énio Freitas
Universidade da Madeira, Portugal
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CONFERÊNCIA INAUGURAL
KEYNOTE ADDRESS
CONFÉRENCE INAUGURALE
KN-01
Comunidades e as suas imagens, relações e usos culturais. Proposta dos conceitos de
sustentabilidade e afetividade identitárias.
Elias J. Torres Feijó
Grupo Galabra – Universidade de Santiago de Compostela.
E-mail: [email protected]
Os textos literários são também fabricadores de ideias; eles incidem ou espelham aspectos da cultura
(entendido a cultura no sentido desenvolvido por I. Lotman ou I. Even-Zohar); partimos de uma hipótese
geral: os textos literários expressam problemas, simpatias ou desejos em relação a espaços geográficos, e a
espaços geo-humanos e geo-culturais; no caso concreto das ilhas, é comum elas aparecerem com
singularidades (da insularidade) que salientam a sua maior vulnerabilidade em relação a outros espaços em
que os fluxos e os continuums territoriais podem permitir maior proteção das singularidades ou dos
elementos identitários ou próprios. Objetos de desejo para o forâneo, as ilhas podem, por exemplo, ver-se
afetadas por assentamentos de pessoas estrangeiras relativamente maciços.
Sob estas considerações, podemos estabelecer um plano de trabalho, sustentado também na antropologia e
na sociologia, que nos permita saber se existem paralelos entre o discurso literário e as práticas sociais; e
conhecer em que medida pessoas potencial ou realmente destinatárias destes textos elaboram as suas
perspetivas e práticas em função de repertórios daqueles; como também se as pessoas que habitam esses
espaços insulares funcionam ou calculam as suas práticas de maneira similar ou não a que determinada elite
cultural elabora. O conjunto destes discursos e práticas pode levar a considerar aspectos relativos à
manutenção das comunidades e/ou das suas atividades ou a alterações em que (setores da) comunidade
tendam a não reconhecer-se, ficarem excluíd@s, etc.
Isto tudo apresenta um corolário, que se oferece como instrumento metodológico para a análise e, também,
planificador: as noções de sustentabilidade idenetitária e de afetividade identitária; com isto, queremos
colocar (e tentar responder) algumas perguntas: é possível e como falar destes conceitos? Respondem
(setores de) as comunidades a atuações vinculadas a identidades ou sentimentos não necessariamente
harmonizadas com razões económicas, por exemplo? Quais as aplicações destes conceitos? Pode a análise
de textos literários e o estudo de práticas culturais dar luz sobre estes assuntos?
EIXOS DE REFLEXÃO
LINES OF REFLETION
RÉFLEXION DES INTERVENANTS
O modo pelo qual a memória cultural e os fluxos
migratórios entre ilhas e continentes intervêm ao
nível da (re)construção identitária
The way in which cultural memory or migratory fluxes among
islands and Continents intervene at the level of the
(re)construction of identity
La façon dont la mémoire culturelle et les flux migratoires entre
îles et continents interviennent au niveau de la (re) construction
identitaire
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OC-035
The shoreline and beyond. Sciascia on Sicily
Walter Geerts
University of Antwerp, Italian Studies, Belgium.
E-mail: [email protected]
Sicilian authors, without exception, are obsessed by their island and eagerly have been translating their
obsession into literature. It can be said without exaggeration that, for each of them, the island became a
mould for the world. As a result, horizontal expansion of the playing field being limited, each writer had to
select a paradigm to delve into the insular content, vertically and with great depth. No other solution was at
hand for the exclusiveness of their monomaniacal literary penchant. Such compulsive fascination for their
home-(is)land gave shape to a long list of distinctive literary personae. Many a writer was attracted by the
island’s rich and vibrant history. Among them, Leonardo Sciascia (1921-1989). Sciascia’ novels disclose Sicily’s
history by unearthing those episodes, both real and fictionalized, that illuminate the present. The author’s
take on the past – his own past and the isle’s – is philosophically, sometimes politically, inspired. Insularity
also takes on some paradoxical aspects: the more autonomy affirms itself, the more internal divisions tear
apart the isle’s ancestral social constituencies. The more they are on their own, the more they are threatened
by an impendent humiliating dependency. I would like to illustrate some aspects of such paradoxical traits
starting from Sciascia’s 1963 novel The Council of Egypt, involving another Mediterranean island loaded with
history, Malta.
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OC-043
Indigenous and Exploited Caribbean Tastes in Daniel Defoe’s and Michelle Cliff’s
Novels
Kaisa Ilmonen & Aino Mäkikalli
Comparative Literature, University of Turku, Finland.
E-mail: [email protected], [email protected]
This joint paper (20 + 20 mins) deals with the politics of food cultures in the Caribbean islands represented in
Daniel Defoe’s (1660–1731) and Michelle Cliff’s (1946–) novels. Our cases concern Daniel Defoe's colonial
island representation in Robinson Crusoe, vols 1–2 (1719) and Michelle Cliff's postcolonial depictions in
Abeng (1984) and No Telephone to Heaven (1987).
In Robinson Crusoe we come across with a modern western myth, a survival story of an Englishman alone on
a Caribbean island. Ultimately, he establishes there a colony with a sugar plantation in order to trade with the
mother nation. Crusoe feels to be the owner of the island and as he is able to survive, in volume II, The
Farther adventures of Robinson Crusoe, he brings in more people to populate and sugar canes to plant the
island. From our perspective Crusoe thus exploits the local nature and cultivation and sees the island space
from the perspective of the mother nation. The raw material of Caribbean taste, the sugar cane, is thereby
radically transformed into a symbol of exploitation and abuse.
In Michelle Cliff’s novels, on the other hand, food is used as a symbol of indigenous resistance. Fruits and
other island produce signify the symbols of lost history and colonized tradition. Furthermore, in No
Telephone to Heaven Caribbean scents and flavors operate as the locus of displaced identities for the migrant
characters. Our aim is to consider the political and the poetical meanings of Caribbean tastes in order to rethink the material symbols for insular subjectivities. In general, our presentation reaches the ways food,
flavors, and culinary experiences may tell something essential about our history and present as well as our
means of creating social communities or constituting the sense of belonging.
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OC-117
Imagining Space in Baltic Exile Life Writing
Leena Kurvet-Käosaar
University of Tartu. Estonian Literary Museum.
E-mail: [email protected]
Exile life-writing in general can be characterized by movement, dislocation, or as André Aciman has
formulated it, a state of permanent transience (1999: 13) that frequently embraces a large number of places
and geographical locations. Although it may be ultimately impossible to realize, exilic representations of lives
on the move also make visible attempts to create spaces of belonging, often tied to a concrete place and/or
geographical location. In my presentation, I will focus on two works of life writing by Baltic exiles: Otsekui
tõlkes (As if in Translation, 2004) by Käbi Laretei, the daughter of an outstanding Estonian politician who
emigrated to Sweden after the outbreak of WW II and later became a world-reknown concert pianist, and
Geography and the Art of Life (2004) by Edmunds Valdemārs Bunkše who left Latvia with his family as a young
child, ended up in the USA and later worked as a professor cultural geography at the the University of
Delaware. In her work, Laretei explores the position of an exile primarily through interpersonal relationships
and the role of music in finding her place in life and Bunkse, whose work is both a memoir and a theoretical
reflection in the field of cultural geography, reflects upon ways in which spatial imagination quides the
formation of (exilic identity). In my analysis, I will focus on the the role the thematization of insularity and
(inter)continentality plays in Laterei’s and Bunkse’s wife writing and how it relates to questions of exile
identity and self-representation.
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OC-038
The Woman-as-Witch in Old and New England:
in a flight of fancy from Pendle to Salem
Inês Tadeu Gonçalves
Centre of Arts and Humanities, University of Madeira.
E-mail: [email protected]
In the Lancaster Assizes of 1612, the majority of those accused of the crime of witchcraft were from Pendle
Forrest, in Lancashire England. The chief accuser was the nine-year-old Jennet Device, who identified all the
accused as having been present in a meeting of witches or Sabbath, at Malkin Tower. Eighty years later and
“across the fishpond”, Elizabeth Paris 9, daughter of Salem Village’s Puritan Minister Samuel Parris, and the
Minister’s eleven-year-old niece, Abigail Williams, lead the group of child accusers of the Salem Witch trials
of 1692, in Massachusetts, New England.
Accusatorial evidence provided by anyone, including children, became admissible in court, mainly due to
King James I’s Daemonologie (1597) and his views on the nature of the crime of witchcraft. The admissibility
of this kind of evidence in English witchcraft trials was further divulged by the Country Justice (1618), a guide
of court proceedings later also used by New England magistrates.
This paper will briefly analyse the way in which Protestant belief in the covenant between humans and the
devil, along with the English folk beliefs in magic and witchcraft, migrated to the New World and survived as
part of the cultural memory the Puritan settlers brought from old England. Indeed, it flourished in America,
especially in the Puritan villages of New England, where ministers and magistrates had access to the writings
of fundamental English demonologists and theologians. It was with them that the English Witch was
transformed into the Puritan New England Witch, as cultural stereotypes.
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OC-060
Réception et libération: les rapports littéraires
franco-irlandais au tournant du 20e siècle
Brigitte Le Juez
Dublin City University, School of Applied Language and Intercultural Studies (SALIS), Irlande.
E-mail: [email protected]
L’Irlande, en tant qu’île, a toujours fasciné l’imaginaire français de manière typique aux fantasmes rattachés à
l’idée de jardin idéal (sa verdure et ses doux agneaux), de paysage romantique sur fond de mer démontée,
mais aussi de lieu habité par un peuple fier et prêt à se battre pour son indépendance. Ces aspects sont
maintenant repris diversement par les agences de tourisme et les artistes (les Irlandais eux-mêmes en jouent
parfois).
Derrière le fantasme se cache pourtant une réalité bien connue, celle d’une culture pratiquement annihilée
par une nation colonisatrice. Pendant cinq siècles, en effet, la Grande-Bretagne assujettit l’Irlande, lui refusant
les droits les plus fondamentaux concernant son identité, comme celui de s’exprimer dans sa langue
ancestrale, de pratiquer ses rites religieux, mais tentant aussi de lui ôter sa dignité humaine. Loin d’appartenir
à ces îles où l’on vient se réfugier, l’Irlande fut longtemps le lieu d’où l’on partait, définitivement.
A partir de la fin du 19e siècle, certains écrivains commencèrent à lutter, par le biais de leur art, contre les
stéréotypes dont leur condition de colonisés les avaient affublés (ivrognes, incapables, bestiaux). Ils ne
cherchèrent pas à reconquérir le gaélique, pas plus qu’ils n’eurent cure de l’Eglise catholique ; ils
n’appartenaient pas non plus à quelque mouvement révolutionnaire que ce soit. Ils se tournèrent
intellectuellement vers l’ennemi héréditaire de l’Angleterre : la France.
Les Français n’avaient en effet pas de visées politiques ou économiques envers les Irlandais. Ils avaient au
contraire essayé, sans succès, de combattre à leurs côtés contre les Anglais. Cette amitié avait porté ses fruits,
militairement, dans divers moments de rébellion, de part et d’autre. Culturellement, les Irlandais étaient donc
plutôt francophiles.
La connaissance d’une langue continentale, le français, devint alors le moyen, pour la génération de la fin du
19e-début du 20e, c’est-à-dire pré-révolution irlandaise, d’accéder à une autre forme d’expression littéraire
(en particulier celle de Flaubert), phénomène qui allait donner naissance non seulement à une parole délivrée
du carcan colonial et fondamentalement innovante (moderniste, comme celle de Joyce), mais aussi à des
œuvres qui, loin d’être insulaires, conservent une renommée internationale.
Cette communication se propose de démontrer, par une étude de réception, l’interaction particulière et
bénéfique entre deux cultures, l’une îlienne et l’autre continentale, fonctionnant sur un plan artistique,
dépourvu de critères hiérarchiques, et donc libérateur.
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OC-028
L’île Maurice et son identité: entre représentation du trauma et devoir de mémoire
dans Les Rochers de Poudre d’or de Nathacha Appanah.
Sonia Dosoruth
Université de Maurice, Département de français, Île Maurice.
E-mail: [email protected]
La notion du double a longtemps marqué l’esprit des Mauriciens. Entre l’attirance perpétuelle pour la «Mère
Inde» (Mother India) des immigrants d’origine indienne et l’envie de ceux issus des 3ème et 4ème générations
pour une construction identitaire qui se serait débarrassée des caractéristiques calquées sur le passé,
l’ambivalence est constante. Il s’agit là d’un moyen de se battre pour affirmer son identité. Dans l’île Maurice
du XIXe siècle, coups de fouet, plaies enduites de sel, coolies (immigrants) attachés nus à des cactus ou
couverts de sucre et prêts à la morsure de fourmis, étaient monnaie courante. Comment alors étouffer cela
en s’interdisant de dire cette violence subie comme si ce silence forcé masquerait la plaie infligée aux
immigrants? Représenter le trauma est donc, pour Nathacha Appanah, un moyen de revivre cette mémoire
de l’horreur.
Si l’affirmation de l’identité s’apparente également à un devoir de mémoire, la fiction historiographique agit
comme sa représentation pluridimensionnelle. L’écrivaine devient ainsi porte-parole de ce qui a été transmis
de manière tacite, dans l’inconscient collectif. En immortalisant le douloureux passé, l’écriture - ce besoin vital
- ne crée pas de véritable mise à distance avec la réalité: l’Atlas, ce navire où furent entassés, à fond de cale,
les Indiens à destination de Maurice, la traversée du Kala Pani (la mer noire), ou encore, croire en l’obtention
de l’or en soulevant des rochers, l’attestent.
Pour autant, l’esthétique de l’écriture, diminuerait-elle la dimension de la souffrance physique et
psychologique vécue? Où est la marque frontalière entre l’écriture de l’interdit et le devoir de mémoire?
Peut-on être en train d’induire le lectorat en erreur en y ajoutant une part de réflexion somme toute
objective?
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OC-022
L’Archipel caribéen espace mouvant d’un pluriel archipélagique
Audrey Debibakas
Attachée Temporaire à l’Enseignement et à la Recherche à l’Université des Antilles et de la Guyane, Guyane.
E-mail: [email protected]
A l’assurance d’un monde stable et de lieux enracinés, le corpus choisi (Amour, colère et folie de Marie Vieux
Chauvet et La case du commandeur d’Edouard Glissant et Tambour Babel d’Ernest Pépin) interrogera des
œuvres désa/encrées, décentrées, mouvantes à l’image de la seule science qui étudie elle-même les
variations terrestres. Lieu et localisation, espaces inflexibles et immuables deviennent dès lors mouvants,
désaxés, déconstruits et délocalisés. L’Archipel n’est plus seulement ce regroupement d’îles mais devient
reflet de l’émiettement, de l’éclatement et de la poussière d’îles disséminées dans l’infini de l’océan. Ce n’est
plus cet espace stable et immobile qui poussera l’intérêt de cette recherche mais plutôt l’entre-deux, le
passage entre ces espaces intersticiels improbables et insaisissables rendus possibles et concrétisés par la
dissémination archipélique.
Lieux géographiques certes, mais également productions narratives imageant l’indétermination et l’oscillation
permanente que concrétisera une écriture de l’entre-deux, comme en suspend. L’archipel est composé de
mondes de terres et de mondes d’eau; des lieux mais aussi des nœuds. Etant donné la conjonction de
paradigmes de l’archipel, nous nous intéresserons à sa structure «insularisée». Sur l’addition de ses îles
singulières, se forme une unité qui fait de l’archipel, un organisme en croissance où toutes les parties sont
solidaires d’un système de représentation sans cesser d’être, en chacune, originales. Si le corpus choisi a dans
un premier temps été choisi par rapport à son insularité, la thématique évoluera et s’étendra non plus sur un
morceau de terre réduit mais au contraire sur l’archipélisation du territoire, sur le passage d’îles en îles que
suggère la disposition géographique de l’archipel. Abolies les distances géographiques, les mondes
communiquent allégoriquement. Le lieu cesse d’être un centre géographique stable pour entretenir une
relation flottante au monde d’où la notion d’archipélité.
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OC-115
Madère. Le musée, l’île et l’ailleurs
Ziolko Caroline
École supérieure de beaux-arts de Montpellier.
E-mail: [email protected]
En quoi les musées de Madère révèlent-ils une interrelation multidimensionnelle, développée depuis le XVe
siècle, entre l’archipel et les autres continents? Quelle image ces collections hétéroclites et complémentaires
proposent-elles de siècles d’échanges économiques, technologiques et culturels privilégiés entre l’île de
Madère et le Portugal? Comment, dans ce contexte, se décline – entre insularité, îléité et insularisme – le
portrait d’une région aujourd’hui administrativement autonome, émergeant au milieu de l’océan atlantique?
Le musée imaginaire regroupant cet ensemble de collections – qui souvent intègre diverses ressources
numériques – réussit, à l’heure de l’information en temps réel et des échanges virtuels – à développer une
approche muséographique attractive par sa forme, par son contenu, voire par son propos médiatique. Loin
de muséifier ce petit territoire insulaire, les lieux d’exposition, de conservation, d’animation et de recherche
réussissent ici – parallèlement à d’autres supports médiatiques – à muséaliser selon diverses approches
l’identité évolutive d’une culture plurielle, riche et dynamique.
Mots-clés: Madère, identité culturelle, muséographie, musée, relation île et continent.
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OC-032
Em Creta com Jorge de Sena:
A oposição entre weltliteratur e nacionalismo na poética seniana
Caio Gagliardi
Universidade de São Paulo, FFLCH – DLCV, Brasil.
E-mail: [email protected]
A poesia de Jorge de Sena identifica-se historicamente com a experiência do duplo exílio do autor, no Brasil
e posteriormente nos Estados Unidos, resultante de sua participação na conjura de 59 contra o salazarismo
(o chamado Golpe da Sé), e, posteriormente, da instauração da ditadura militar no Brasil, com o Golpe de 64.
O exílio e a errância, convertidos em experiências poéticas pujantes, e arvorados num intelectualismo
discordante, balizam uma consistente perspectiva crítica a respeito das crenças e valores nacionais. Ao
afirmar “Eu sou eu mesmo a minha pátria”, Sena substitui o tropo lingüístico pessoano, recorrentemente
adotado como slogan pós-imperialista de uma hipotética lusofonia transnacional, por uma perspectiva
radicalmente diversa, caracterizada pela noção ao mesmo tempo intelectual e apátrida de cidadania. O
objetivo desta comunicação é refletir a respeito da poesia de Jorge de Sena à luz desses percursos
intercontinentais, destacando sua perspectiva cosmopolita como reação às miragens nacionalistas.
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OC-014
A matriz da insularidade e a construção da identidade cultural
José Cândido de Oliveira Martins
Universidade Católica Portuguesa – Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos (CEFH).
E-mail: [email protected]
A ilha e a condição da insularidade constituíram-se, frequentemente, como continuado pretexto afectivo e
intelectual de questionação do tema da identidade cultural, tema polémico e complexo. Isso é
particularmente visível na escrita, sobretudo ensaística, mas também literária, de Onésimo Teotónio de
Almeida, autor de origem açoriana, mas professor e investigador numa universidade americana.
Em vários dos seus textos, ao longo de algumas décadas – desde os ensaios Açores, Açorianos, Açorianidade
(1989) e “A questão da identidade nacional na escrita portuguesa contemporânea” (1991); até à peça teatral
No Seio desse Amargo Mar (1992) –, o discurso reflexivo do autor visa uma persistente indagação identitária,
que articula o local ou regional com o nacional e até o universal.
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OC-026
Vasco Graça Moura e a Europa
José Manuel Ventura
Centro Universitário de Estudos Camonianos.
E-mail: [email protected]
A riqueza da produção lírica de Graça Moura deriva, em grande parte, de múltiplos núcleos estruturantes,
pelo que, nos seus versos, a Europa, numa dimensão não só geográfica, mas também histórica e cultural,
reveste-se de significativa importância na configuração dos desígnios nacionais. Assim, de entre as inúmeras
referências, hauridas numa tradição milenar, o universo poético de Vasco Graça Moura não descura o legado
camoniano na representação do continente europeu, contributo fundamental para descortinar um singular
percurso criativo.
Palavras-chave: Europa; Vasco Graça Moura; Poesia portuguesa contemporânea; representação poética da
Europa.
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OC-027
Deambulações europeias na poesia de Fernando Pinto do Amaral
Maria José Moura Ventura
E-mail: [email protected]
A mundividência de Fernando Pinto do Amaral em torno das sugestões invocadas pela Europa pode ser
concebida como um motivo basilar na criação poética deste autor. Na realidade, a sua poesia revela um
peculiar olhar sobre as ambiências urbanas do “velho continente” numa vasta perspetiva física, cultural e
simbólica, conferindo aos versos do poeta a busca incessante da tão almejada originalidade lírica.
Palavras-chave: Europa; Fernando Pinto do Amaral; criação poética; Poesia portuguesa contemporânea.
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OC-066
Literatura História e Memória: D. Simoa, de São Tomé para Lisboa
Aldinida Medeiros
Universidade Estadual da Paraíba, CCHE, Departamento de Letras.
E-mail: [email protected]
Identidade e Memória são elementos constitutivos da História de um povo, de uma nação. Buscar no
passado figuras históricas, (re)figurá-las e(ou) redimensioná-las é tarefa que o romance histórico tem feito
incessantemente, sobremaneira, do final do século passado aos dias atuais, nos quais constatamos uma
infinidades de romances deste gênero na literatura portuguesa. Tomando como objeto para análise o
romance A dama negra da ilha dos escravos, buscaremos imergir na “ilha-continente” que foi a vida de Dona
Simoa Godinho, de São Tomé, para, através da Literatura, História e Memória, buscarmos, no passado, a
identidade construída por uma mulher negra, casada com um fidalgo português, e que deixou um legado de
obras de caridade. Simoa Godinho é a figura histórica que, romanceada por Ana Cristina Silva, torna-se nossa
“ilha-continente”, nas ondulações da Memória de aquém e de além mar, nas possibilidades que os estudos
sobre o romance histórico nos dá, a fim de podermos reler o passado e preencher, pela literatura, os
silêncios da História.
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OC-090
Dom Sebastião no sertão – deslocamento do mito de Portugal para o Brasil
Edna da Silva Polese
FARESC, UNIANDRADE, UFPR, Brasil.
E-mail: [email protected]
O desaparecimento de Dom Sebastião nas areias de Alcácer Quibir em 1578 provocou o fenômeno chamado
Sebastianismo. Profundamente marcante na história de Portugal, o mito sebástico atravessa os mares e
encontra morada no sertão nordestino brasileiro, palco agreste e agressivo semelhante ao campo de batalha
africano onde o monarca configurou-se em mito. Alguns movimentos messiânicos ocorridos no Brasil no
decorrer dos séculos XIX e XX trazem em si as nuances do sebastianismo. O mais significativo desses foi o
movimento conhecido como Pedra Bonita, ocorrido no sertão pernambucano, no ano de 1838. Ali, reuniu-se
um grupo de crentes que, a partir das visões fantásticas do líder, aguardavam o desencantamento de Dom
Sebastião, prisioneiro numa formação rochosa que lembrava duas torres. João Ferreira, o líder desse
movimento convenceu os seguidores que Dom Sebastião voltaria a partir do sacrifício dos seguidores e deuse uma matança que horrorizou as autoridades de época e continua intrigando o imaginário sobre o fato
ocorrido. Em 1971, o escritor Ariano Suassuna lança uma obra fundamental e grandiosa sobre os
acontecimentos: O Romance da Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta, no qual retoma a figura
do líder messiânico a partir do processo memorialístico de seu neto, Dom Dinis Ferreira Quaderna, que
enxerga no mito sebastianista a esperança do povo sofrido e carente dessa região do Brasil. O mito
sebastianista viaja e transita em diferentes espaços, modificando-se e reconfigurando-se a partir de
movimentos históricos díspares aos ocorridos na África e em Portugal, no caso, o espaço sertanejo brasileiro,
contribuindo para a construção da identidade cultural dessa região do Brasil.
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OC-091
As tradições como meio de (re)construção e
afirmação identitárias: o caso dos Açores
Carmen Ponte
Universidade de Coimbra, Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), Portugal.
E-mail: [email protected]
O presente trabalho tem por objectivo reflectir sobre o papel das tradições no processo de construção e
afirmação da identidade no contexto açoriano. Neste âmbito e sob o ponto de vista etnográfico e cultural,
pretende-se, pois, destacar algumas tradições, usos e costumes (Romeiros de São Miguel, Festas do Espírito
Santo, Foliões, entre outras) que serviram de sustentáculo à consolidação da identidade açoriana. Armando
Côrtes-Rodrigues, Vitorino Nemésio, Luís da Silva Ribeiro, Francisco Carreiro da Costa e Domingos Rebelo
farão parte integrante das figuras intelectuais que abordaremos ao longo deste estudo e que enalteceram
muitas das tradições, costumes e religiosidade do povo açoriano. Nesta perspectiva, torna-se importante
analisar como esta identidade cultural é vivida e (res)sentida não só dentro das ilhas mas também fora delas,
visto que um dos traços históricos do Arquipélago dos Açores é o processo secular da emigração. Deste
modo, estudar-se-á igualmente o processo de representação e reafirmação da identidade cultural, da
“açorianidade”, em diversas comunidades da diáspora açoriana.
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OC-052
O urbano e o rural em Grande sertão: veredas: o embate
social conformado através do espaço
Jaqueline Koehler
UFPR/FARESC, Brasil.
E-mail: [email protected]
Grande sertão: veredas, romance de João Guimarães Rosa, apresenta ficcionalmente na conformação de seu
espaço um embate entre a cidade e o sertão, que possibilita a discussão a respeito dos processos de
constituição do Brasil no final do século XIX e início do século XX. A personagem Riobaldo, ao narrar sua vida
de jagunço, desvela alguns processos a respeito do homem sertanejo e seus costumes, em contraponto ao
homem da cidade, o que gera um embate entre esses dois espaços, bem como entre suas culturas e modos
de ver o mundo. Para essa análise são fundamentais as contribuições a respeito do espaço em literatura de
Zubiaurre, o estudo de Raymond Williams sobre as relações entre campo e cidade, além do trabalho de Willi
Bolle a respeito da obra roseana. Dessa forma, este trabalho se subordina ao eixo de reflexão “O modo pelo
qual a memória cultural e os fluxos migratórios entre ilhas e continentes intervêm ao nível da (re)construção
identitária”, pois pretende analisar as relações entre os espaços sertanejo e citadino para a construção de
uma leitura do romance como um retrato dos processos de migração do centro para o interior e seu
contrário, e de como essas relações são parte da formação da sociedade brasileira, colocando em xeque
questões como o tradicional lugar da periferia e da marginalidade, da cultura letrada, da violência e barbárie,
e da educação .
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Discursos metafóricos: Mar, ilhas, continentes
Metaphorical discourses: Sea, islands, continents
Discours métaphoriques: mer, îles, continentes
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OC-012
The paradisiacal island and the search for self
Iosefina Blazsani-Batto
Romulus Ladea Fine Arts High-school, Literature and Communication Department, Cluj-Napoca, Romania.
E-mail: [email protected]
Mihai Eminescu’s text, Cezara, invites the reader to take a journey in search for understanding the human
condition. The island is the proper place to represent different levels of knowledge, so that the main
character relates himself to various people and events. The persons he contacts represent stages of his
understanding. The limitation of his actions is given by the space he lives in. Thus, the island represents life
and death altogether, birth and rebirth of the soul due to the characters’ interactions or lack of them.
The comparative method used to mark the core of the short-story defines the interrelational components
that mark the main character’s evolution directly related to the special place he chooses to live in.
The island illustrates a particular way of life that can have a double meaning in someone’s life: it can grow the
feeling of fear or it can induce calm and peace. The individual can live both feelings in separate periods of
time. The ways in which he reacts define his perceptions of life. Sometimes, he feels he is part of a
community and other times he embodies the individual’s inner struggle to find his place in the universe.
Living on the island helps him feel the connections between the two worlds, the inner and the outside world,
and it represents a proper place for raising questions about its own identity.
In conclusion, the direct relationship between the character and the place he lives in define him as a
personality and permit the comprehension of the world through various experiences such as meditation,
love, knowledge.
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OC-047
Navigation into paradise: Cecil B. DeMille’s Male and Female,
Ellis island and the American insular imaginary
Johannes Riquet
University of Zurich, English Department, Switzerland.
E-mail: [email protected]
In another island, which they assure me is larger than Espanola, the people have no hair. In it there is
incalculable gold...
(Christopher Columbus, 1493)
Islands have been imagined as gateways to America ever since Columbus’ discovery of a world of islands on
his first voyage to the New World. In the first half of the twentieth century, European immigrants also had to
pass through islands (Ellis Island, Angel Island) before they could reach America. These islands came to be
associated with the hopes, dreams and frustrations of potential future Americans, marking them as spaces of
heightened imaginative activity (as apparent in the poetry scratched on barracks by Chinese immigrants on
Angel Island).
In Columbus’ letter to King Ferdinand of Spain, the most pronounced utopian fantasies are, crucially, not
located on the islands he visited, but in spaces just beyond them. Taking this observation as a starting point,
this paper will argue that Cecil B. DeMille’s 1919 film Male and Female, an adaptation of J. M. Barrie’s The
Admirable Crichton, formulates its own version of the American Dream in its construction of the island as a
space where America first has to be imagined before it can be reached, a sort of fictional counterpart to Ellis
Island. If The Admiral Crichton is a utopian fantasy about the reversal of master-servant hierarchies on a
desert island, Male and Female reinterprets the British play by pointing to America as a genuine alternative to
the locked social hierarchies of the old world. One major departure from Barrie’s narrative is an extravagant
cinematic fantasy within the central island episode that offers a self-reflexive comment on Hollywood as an
insular space from which a utopian America is imagined.
As I intend to demonstrate, Male and Female (as do, albeit in different ways, more recent films such as Dr. No,
The Truman Show and Superman Returns) points to the island as a stepping stone and transitional space
between two worlds; a theatre of aesthetic production where America comes into being as an object of
desire.
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OC-025
Foscolo’s Zacynthos: the island between myth and nostalgia
Emilia Di Rocco
University of Rome, La Sapienza, Department of European, American and Intercultural Studies.
E-mail: [email protected]
The essay addresses the meaning of Ugo Foscolo’s Homeland with regard to the Ulysses myth referred to in
his sonnet To Zacynthos, the island where the poet was born.
In the first eleven lines of the poem, besides voicing his nostalgia for his fatherland, Foscolo sketches an
itinerary along which the real island becomes the island of myth. References to ancient myth (Venus and
Ulysses) project on the real island the poet’s nostalgia for the island of his childhood as well as for the place
where myth was born and, therefore, for a distant mythical past. The sea thus becomes an element of union
between the mythical past and the present situation of the poet, his condition as an exile. The sentence
culminates in the poet’s reference to Ulysses’ gesture of kissing the ground on his arrival in Ithaca. This act is
part of a network of motifs, such as the opposition between the island and the sea, civilization and barbarism,
and also between the real Zakynthos and the mythical one. In Foscolo’s sonnet the reference to Ulysses
marks also the opposition between the sea, which dominates the first part of the sonnet and the island in
closing lines. Here the mythical island of the first sentence becomes again the real island which in the future
shall welcome the poet’s song, but not his dead body.
The paper explores the meaning of the island as a key element in reconstructing the poet’s identity through
the opposition between a mythical past and the present, the sea and the earth, as well as between the
modern poet and Odysseus.
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OC-102
Becoming the island: Considering the self, virtual
self and illusion through multisensory narrative in Dear Esther
Nina Shiel
Dublin City University, School of Applied Language and Intercultural Studies, Ireland.
E-mail: [email protected]
Conventionally termed a ‘game’, but, in reality, an example of a new genre that might best be described as a
‘virtual graphic novel’, Dan Pinchbeck’s Dear Esther situates its viewer/reader/player on a deserted Outer
Hebridean island. The reader becomes, at once, an outside observer and also the main character of this short
story. The ‘reading’ process involves parsing together the tragic events leading to the current situation on the
island from the brief narrative fragments triggered by the reader’s movements around the highly detailed
virtual environment and from the visual clues present in it. We learn that elsewhere, a car crash has occurred
and that a loved one has been lost. We must discover who we are, how we came to be on the island and
where we are intent on going. As the sea separates the main character from the painful past in the outside
world, it also forms a symbolic border between the player’s own reality and the immersive world of the story.
Dear Esther invites its reader to contemplate where the borders lie between the self and illusion, between this
world and the ‘virtual’ in all the senses of the word.
This paper will analyse Dear Esther from the perspective of visual/textual studies. It will consider how text and
image function together in this work and how the multisensory elements present affect the reading
experience. Unquestionably ludic in nature, but abandoning most of the elements of conventional gameplay,
this text straddles both emerging electronic literature and traditional epistolary narratives. The virtual sea not
only separates, but unifies as well.
In its discussion, this paper will be relevant to the lines of reflection concerning the sea as an element of
union and/or separation as well as metaphorical discourses on the sea and islands.
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OC-042
As águas sem lado de lá: Por uma ética da ficção
Rodrigo Ielpo
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP / FAPESP), Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Brasil.
E-mail: [email protected]
No conto “A terceira margem do Rio”, um homem do interior do Brasil parte em sua canoa para aí
permanecer, entre as margens, como a formar, como o título indica, a margem ausente de todas as margens.
Como diz seu filho, “Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles
espaços do rio, de meio a meio (...).” No Livro das Ignorãças, do poeta Manoel de Barros, as águas também
parecem apontar para esse lugar sem lugar em que “Minha canoa é leve como um selo / Estas águas não
tem lado de lá.” Assim, por oposição à “terra firme”, as águas aparecem nos dois autores como
desterritorialização dos espaços positivos, incitando-nos a refletir sobre uma ética da ficção em que “Aquilo
que não havia, acontecia”, como lemos no conto de Rosa. Nem direita, nem esquerda, a terceira margem ou
as águas do lado de lá não são tampouco um centro, no sentido geográfico, mas marca desse indecidível em
que a ficção se forma em um espaço no qual o próprio espaço se forma, apontando para um regime em que
a dicotomia entre as categorias de verdade e mentira parece ceder lugar às potências do falso.
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OC-069
Diálogos entre Eça de Queirós e o Oriente
Antonio Augusto Nery
Universidade Federal do Paraná. Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas. Centro de Estudos Portugueses. Brasil.
E-mail: [email protected]
Pretendemos averiguar as referências feitas ao Oriente em alguns textos de Eça de Queirós. Como sabemos,
não foi somente a viagem realizada ao Egito, quando jovem, que proporcionou a Eça (re) visitar a região em
suas obras, pois, muitas das menções feitas em seus textos ficcionais e não ficcionais sobre a China, por
exemplo, vieram de outras fontes de informações e, obviamente, de sua própria imaginação. Entre os escritos
que investigaremos neste trabalho estão “O 14 de Julho. Festas Oficiais. O Sião” e “A França e o Sião”, ambos
de 1893, coligidos postumamente no volume Ecos de Paris (1905), além do artigo “França e Sião”, produzido
em 1897 e coligido no volume Notas Contemporâneas (1909). Nesses artigos, Eça relata acontecimentos que
ocorreram nos anos de 1893 e 1897, envolvendo a França e o Reino de Sião, hoje Tailândia. O intuito
principal do escritor parece ser o de compreender as particularidades das relações estabelecidas entre o
Ocidente e o Oriente. Por intermédio de seu discurso irônico, Eça emite opiniões críticas acerca dos
interesses econômicos e políticos que balizavam o diálogo da França com o Sião e que, quase sempre, não
previam as diferenças culturais existentes entre os países.
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OC-095
Entre o leito e a margem: plural de águas, singular
identidade – um diálogo de Guimarães Rosa e Mia Couto
Maria Cristina Cardoso Ribas
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Educação e Humanidades, Departamento de Letras, Brasil.
E-mail: [email protected]
O presente trabalho transita no fluxo e no pantanal de sentidos circunscritos à água em lugares distintos.
Para isso, visamos ao diálogo de dois contos: “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa (Primeiras
estórias, 1962), e “Nas águas do tempo”, de Mia Couto (Estórias abensonhadas,1994), logo após o fim da
guerra civil em Moçambique. A nossa leitura do conto brasileiro - a história do filho esperando, na margem
do rio, o pai que não volta e sofre a culpa por trair o modelo e não preencher a vacância daquele lugar; - e
do moçambicano – um velho avô que, presente, resolve levar o neto para navegar em “interditos territórios”
dramatiza, nas águas da ficção, as inovações metodológicas do comparativismo. Livres do postulado da
continuidade e subserviência ao modelo, não mais rastreamos fontes e o antes entendido como
dependência, dívida, torna-se reescritura (Carvalhal, 1986). Nossa leitura pretende rever a dívida, o que
implica em questionar o conceito de superioridade (Silviano, 1979) e sua contraface, o assujeitamento ao
modelo – aqui o pai e a tradição -, convertendo o novo texto – filho e neto - em outro ponto de referência,
espaço liquefeito em que marginalizados e descendentes se instalam, a despeito da própria impotência e/ou
interdição e ainda assim constituem um observatório privilegiado. Enquanto o conto moçambicano encena,
no conforto da presença do avô, a possibilidade de atualização dos veios de uma tradição pautada em
valores comunitários, o brasileiro dramatiza a cisão do sujeito com a linguagem e a quebra do circuito de
transmissão do saber. Nos rios que parecem mar, entre o leito e a margem, a vida e a morte, a razão e o
mito, ali, naquele espaço insulado, plural de águas, é possível emancipar-se: navegar numa canoaberço/ataúde- e constituir identidades singulares.
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OC-046
A ilha como metáfora do corpo, o mar como espaço da fala: uma leitura dos poemas
“Nenhum corpo é como esse, mergulhador, coroado...”, de Herberto Helder e “Do
fundo do mar...”, de Cruzeiro Seixas
Ana Cristina Joaquim
Universidade de São Paulo, Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Doutoranda bolsista (CAPES) do Programa de Pósgraduação em Literatura Portuguesa, Brasil.
E-mail: [email protected]
Trata-se de uma leitura dos poemas “Nenhum corpo é como esse, mergulhador, coroado...” (Herberto
Helder) e “Do fundo do mar...” (Cruzeiro Seixas), que se insere no eixo de reflexão “Discursos metafóricos:
Mar, Ilhas, Continentes”, cuja proposta é evidenciar o percurso de leitura de Herberto Helder neste poema
que ele dedica ao Cruzeiro Seixas. Vale dizer que o mar e suas metonímias (sal, água, peixe) são uma
constante na poética de Cruzeiro Seixas. Outra informação relevante é a proximidade que Herberto Helder
manteve do poeta e pintor surrealista, para quem escreveu um texto publicado no catálogo de uma de suas
exposições em Lisboa (1970-72). Para fins de análise, levaremos em conta dois aspectos presentes na poética
de ambos: 1) a recorrência à metalinguagem, e 2) a adesão a uma escrita encarnada, isto é: nota-se, tanto no
caso de Herberto Helder, como no caso de Cruzeiro Seixas, a recorrência às imagens corporais, de modo que
o corpo passa a ser o fundamento do sujeito da escrita. Feito isso, elucidaremos, por fim, as metáforas em
destaque: no poema de Herberto Helder, a metáfora da ilha em referência ao poeta Cruzeiro Seixas, bem
como as constantes alusões ao mar; e, no poema de Cruzeiro Seixas, a metáfora do mar como espaço
privilegiado, lugar da fala possível. Além da análise interpretativa dos dois poemas supramencionados,
citaremos trechos de outros poemas, em que imagens do corpo, do mar e de suas adjacências se façam
presentes.
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OC-062
The symbolism of bird islands (Anatol France’s ‘Penguin Island’
and Marko Tsepenkov’s ‘Stork Island’)
Vladimir Martinovski
University Ss Cyril and Methodius. Faculty of Philology “Blaze Koneski” – Skopje. Republic of Macedonia.
E-mail: [email protected]
Our paper aims to analyse the symbolic function of imaginary bird island in two works coming from two
different literary traditions: the novel Penguin Island (L'Île des Pingouins, 1908) by Anatole France (1844-1924)
and the fantastic folk story ‘Silyan the Stork’, written down by Marko Tsepenkov (1829-1920). From an
imagological viewpoint the paper is to focus on two dichotomies: 1) island-continent and 2) man-bird. While
in Anatole France’s novel the penguin island has the features of a utopian chronotope allowing for a series of
satirical parallels, the stork island in the folk story as recounted by Tsepenkov has a myriad of symbolic
functions: 1) a place to encounter Otherness; 2) a place for the hero’s metamorphoses (from man into stork
and vice versa); 3) a place of initiation; 4) a place that may be compared to a kingdom of the dead (the
underworld); 5) an exotic chronotope in which one searches similarities with the homeland; 6) a place of
salvation from death, but also 7) a prison of sorts, in which the protagonist serves out his sentence (“this
miserable place”). The paper will also draw parallels with several Macedonian literary works from the last two
decades of the twentieth century inspired by the folktale: the novel Patešestvijata na Siljan Štrkot / Silyan the
Stork’s Travels (1983) by Vidoe Podgorec (1934-1997), the novel Silyan Flies Again (1994, 2011) by Trajče
Krsteski (1950), the poem Siljan the Stork Flies over Macedonia Once Again (1995, 2000) by Risto Lazarov
(1949) and the play Siljan Stork Chance (1991) by Dejan Dukovski (1969).
Кeywords: island, utopia, image, identity, Anatole France, Penguin Island, MarkoTsepenkov, Silyan the Stork,
satire, folklore.
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OC-093
The island as palimpsest: modern representations of isolation vs. communion in a
dialogic/intertextual perspective
Carmen Popescu
University of Craiova, Faculty of Letters, Romania.
E-mail: [email protected]
The analytical framework for this study will be ensured by a combination between intertextual theories and
the cognitive approach to metaphor.
Despite the polysemy of this topos, the island will be seen primarily as a metaphor for the self, entailing a
heightened concern with communication/ communion. The (im)possibility of dialogue as emerging from the
corpus engenders another important issue: the intertextual/interliterary dialogue in the guise of palimpsestic,
differential rewriting, as in Michel Tournier’s revision of Defoe’s hypotext in Vendredi ou les limbes du
Pacifique.
For all the comparisons invited by the modern representations of the topic, the paper will focus on Romanian
literature, where the island is less an (idealized) reality and more a pre-codified, pre-symbolized trope,
somewhat abstract and artificial. In consequence, the palimpsestic ontology of the island is itself thematized
by various writers.
In his very “Borgesian” short-story The Island, Ioan Groşan literalizes the conceptual metaphor of the
palimpsestic island (made of quotations). Along with the intertextual recasting of the theme, the text
foregrounds the failure of sentimental communion of the couple, precisely because of the inextricable
relation between the genuineness of life and the artificiality of literature. Other illustrations are taken from
poems by Ion Pillat (Arta poetică/Ars poetica) and Virgil Mazilescu (Mâncau la o masă lungă şi bogată/ They
were eating at a long lavish table), where the self’s insularity is experienced as egotism by Ion Pillat and as
exclusion from the life’s feast by Mazilescu. Both poems are equally meta-poetic and hypertextual, replete
with allusions to myth and literature and to the poet’s condition and social function. Solipsistic subjectivity is
contrasted with empathy and conviviality.
Integrated in a complex symbolic texture, the (post)modern island works both as an archetypal
representation able to concentrate transcultural semantic invariants, and as a literary topos open to “debate”
through dialogic, palimpsestic devices.
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OC-083
“Woman as island” in Places far from Ellesmere, a geografictione
(by the Canadian writer Aritha van Herk)
Isabel Nena Patim
Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL-Porto, Portugal.
E-mail: [email protected]
In this geografictione, entitled Places far from Ellesmere, the imaginative possibility of the literary cartography
and of the cartographic fiction are shaped in a geographical site, i.e. Ellesmere Island. While the geographical
path of the narrative is towards the artic, the fictional geography calls other places, places far from Ellesmere.
The reader is taken from Edberg, to Edmonton, and to Calgary, towards Ellesmere Island in the Canadian
north. The limits of the artic are used as the site that enables the creation of space for alternative visions.
Aritha van Herk uses the artic space to subvert literary and textual constraints, as well as to question gender
issues. In the narrator’s journey to the artic, a single book is taken, to be read: Leo Tolstoy’s Anna Karenina.
Later, this tragic character inhabits the space of the island of Ellesmere where she is unread to be recreated
and given another possibility. The cartographic and the fictional discourses enable Anna a new life possibility
as she becomes the woman as island, i.e. as the body is inscribed in the space of the island. This
geografictione rewrites in different dimensions: Tolstoy’s character Anna Karenina is unread to be then
rewritten in the artic space, the Ellesmere Island; the cartography of the Island is rewritten through this
geografictione; the textual narrative is reinvented in a fusion of geography and fiction.
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OC-124
Islands and continents in SF and epic fantasy
Mersiha Ismajloska
UIST-Ohrid. University for Information Science and Technology "St. Paul the Apostle". Building at ARM. 6000 Ohrid. Republic of
Macedonia.
E-mail: [email protected]
Starting with Lewis Carroll "Alice in wonderland" and "Alice through looking glass", we can speak about some
special places, which remind or make allusion to islands and because they never can be explained
geographically in some way is like with rule, connected with phantasy.
Even spiking of epic phantasy and Tokin saga or SF cases as one of Stanislaw Lem, Carl Sagan, Arthur Clarke,
where islands and continents came to opposition between them in some other out of Earth contest, which
could lead to methodology to get some knowledge with making distance, but only to get more appropriate
understanding of issues that man always emphasizes as questions. Having in mind Ursula K. Le Guin works
we can speak about epic phantasy approach to SF context, and we can use this as paradigm to discuss
islands and continents in phantasy with their potential to offer solutions for understanding of individual and
world, only because island and continents are putted as opposites.
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OC-119
Paquetá e a imagem de “Ilha dos Amores”
Maria Aparecida Ribeiro
Universidade de Coimbra e Centro de Literatura Portuguesa.
E mail: [email protected]
Situada na Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro Brasil, a Ilha de Paquetá, conhecida desde o
século XVI, foi lugar mencionado por André Thevet e frequentado por D. João VI, quando a família real
portuguesa emigrou para o Brasil. A partir de 1844, tornou-se célebre, sem que, no entanto, seu nome fosse
mencionado: Joaquim Manuel de Macedo, o primeiro romancista do período romântico a tornar-se famoso,
celebrizou em A Moreninha, um espaço insular cuja imagem o público fez corresponder à Ilha de Paquetá.
Cantada nos versos de Freire Júnior, musicados por Pixinguimha e, depois, por Radamés Gnatalli, Paquetá foi
cenário de dois filmes homônimos do romance de Macedo (o primeiro de 1915 e o segundo de 1970,
estrelado por Sônia Braga) e de três telenovelas igualmente homônimas: uma da TV Tupi, em 1956, com
Yoná Magalhães, no papel de Carolina, e duas da TV Globo — em 1965, com Marília Pêra, e, em 1975, com
Sônia Braga. Mas não só a mídia ajuda a manter a imagem mítica de Paquetá como Ilha dos Amores:
também o poder público, que registrou a Pedra da Moreninha, a Gruta dos Amores, a Praia dos Tamoios e
convida os turistas a visitá-los.
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OC-120
Variações sobre o paradigma camoniano da ‘Ilha namorada’
na tradição épica portuguesa
Manuel Ferro
Universidade de Coimbra e Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos.
E-mail: [email protected]
Se a presença de ilhas em epopeias é uma constante na tradição épica portuguesa, nem todas constituem
variações ao espaço da Ilha dos Amores de matriz camoniana. Se bem que, na generalidade, todas elas
ostentem autênticos ambientes edénicos, de acordo com o que normalmente a poética do espaço prescreve
ou confirma, na verdade, alguns casos há em que a respetiva caracterização do ambiente aí encontrado parte
e segue de perto o modelo d’ Os Lusíadas. Por conseguinte, torna-se prioritário, num primeiro momento,
proceder ao levantamento sistemático e à abordagem literária das ilhas nas epopeias do Barroco e
Neoclassicismo em Portugal, e, logo após, analisar a reescrita do poema de Camões ou o seu
aproveitamento por iniciativa de autores tão díspares como José Agostinho de Macedo (O Gama, 1811, e
Oriente, 1814), Almeida Garrett (Camões, 1825), e Fernando Pessoa (Mensagem, 1934), evidenciando assim
aspetos de continuidade ou ruptura, resultante do estudo e cotejo dos referidos poemas.
Palavras-chave: Ilhas; Epopeias; Os Lusíadas; comparatismo.
Variations of the Camonian pattern of the “Island of Love”
in the Portuguese epic tradition
If the occurrence of islands in heroic poems is a constant in the Portuguese epic tradition, not all of them
constitute variations to the exhibited space in the Island of Love of Camonian origin. Even though, in general,
all of them display authentic edenic environments, according to the rules prescribed and sustained by the
space poetics, in reality there are some examples in which the characterization starts and follows very closely
The Lusiads’ pattern. Therefore, it becomes a priority in a first step to proceed to the systematic survey and to
the literary approach of islands in the epic poems of the Baroque and Neoclassicism in Portugal, and,
thereafter, analyse the rewriting of the Camonian poem or its reuse on the initiative of different authors such
as José Agostinho de Macedo (Gama, 1811, and East, 1814), Almeida Garrett (Camões, 1825), e Fernando
Pessoa (Message, 1934), thus showing aspects of continuity or rupture, resulting from the study and parallel
of the mentioned poems.
Keywords: Islands; Epics; The Lusiads; comparativism.
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OC-040
A revista Atlantida (1915-1920): a metáfora do continente perdido
e o projeto de união luso-brasileira
Lucia Maria Paschoal Guimarães
Programa de Pós-Graduação em História. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Brasil
E-mail: [email protected]
"Um escritor português, João de Barros, e um escritor brasileiro, Paulo Barreto depois de terem inventado
muitas páginas de encantadora literatura, tiveram um achado geográfico: encontraram essa misteriosa
Atlantida nunca marcada no roteiro dos navegadores, (...). Uma ilha, ou um arquipélago, ou um continente,
terra nebulosa, (...) Um único dado precioso aparecia em todas essas indecisas citações: aquele esquivo
torrão deveria existir no meio do Atlântico, a oeste de Gibraltar (...) por consequência entre a Europa e a
América, entre Portugal e o Brasil... [...] Assim foi descoberta, abordada e conquistada a Atlantida [...].
Novíssimo continente moral, de amor e de defesa, Atlantida liga o velho e o novo, e une principalmente
Portugal e o Brasil, as duas pátrias eternamente irmãs." As palavras são do poeta brasileiro Olavo Bilac e
foram pronunciadas em Lisboa, durante um banquete em sua homenagem, realizado em 1916. O poeta
reportava-se ao mito platônico para se referir ao programa editorial defendido pela revista Atlantida.
Mensário artístico, literário e social para Portugal e Brazil.
A comunicação busca demonstrar que a metáfora do continente perdido, supostamente recuperado por
João de Barros e Paulo Barreto, servia de mote a um projeto político-cultural, que envolveu intelectuais e
políticos das duas margens do Mar-Oceano, voltado para a aproximação luso-brasileira. Neste sentido, será
explorado o contributo do periódico, que circulou regularmente entre 1915 e 1920, publicando matérias
literárias, artísticas e estudos contemporâneos de interesse geral, ao lado de textos de reflexão doutrinária
acerca da conveniência de reforçar os laços entre Brasil e Portugal.
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OC-122
Construções metafóricas e identidade em A ilha está cheia de vozes, de João Medina
Maria Luísa Leal
Universidad de Extremadura, LEPOLL, España.
E-mail: [email protected]
Nos anos setenta (1971 para a primeira edição e 1978 para a segunda) veio a lume uma robinsonada que
permite uma reflexão interessante sobre a construção de identidades pessoais e coletivas através do recurso
a motivos que funcionam como metáforas cristalizadas na cultura ocidental, pelo menos depois de Defoe: a
ilha deserta e o próprio naufrágio. Sobre o metafórico naufrágio e a metafórica ilha, assiste-se a uma
ostentação de referências culturais e a uma proliferação de vozes que se combinam com uma ironia
corrosiva, aniquiladora de todas as utopias e determinante de todo o registo discursivo. Numa obra que se
filia na linhagem do conto filosófico e no registo paródico das viagens à Sterne ou à Xavier de Maistre
encontramos, de maneira seminal, aspetos que seriam ulteriormente desenvolvidos no pensamento do
historiador João Medina e plasmados noutra incursão ficcional sua de princípios do século XXI. É nessa linha
que procuraremos mostrar como, da metáfora da ilha deserta, se transita para o Portugal náufrago, da
instrução de Sexta-feira para o repositório cultural da cultura ocidental, da episódica companhia na ilha
deserta para a solidão como condição intrínseca de uma certa existência quotidiana.
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OC-050
Posthuman geographies: the island as a natural and metaphorical landscape of
posthuman mutation in M. Houllebecq’s and H.D. Wells’s novels
Peggy Karpouzou
National and Kapodistrian University of Athens, Faculty of Philology (Greece).
E-mail: [email protected]
According to G. Deleuze “humans can live on an island only by forgetting what an island represents. Islands
are either from before or for after humankind” (Desert Islands and Other Texts 1953-1974, 2004, 9). Τhe aim
of this paper is to investigate the role of the island as a utopian or dystopian landscape but also as a
metaphor in the construction of posthuman identities in three science fiction novels (Michel Houellebecq’s,
La possibilité d’une île, Les particules élémentaires and H. D. Wells’s, The Island of Doctor Moreau). The island is
approached as the birthplace of the next step of humanity, the laboratory where scientific mutations create
new species and the line between human and animal as well as between human and clone is blurred.
Drawing on certain theoretical positionings proposed by Derrida, Deleuze, Braidotti and Terrada among
others, the paper investigates new ways of individual and social being involving two main axes: the first one
concerns the role of the emotions and the material embodiment in the interplay between animal, human and
posthuman identities as challenged by the natural environment. The second one examines the contribution
of the island/sea/continent metaphors to the representation of various mutational projects from one species
to another. The paper argues that some trends of posthuman self representation (connectivity, fluidity etc) in
the aforementioned novels can be fruitfully approached through insularity metaphors which provide a better
understanding of posthuman rhizomatic subjectivities.
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OC-109
A network of quotations between print and computer media:
A qualitative approach to Gerhard Richter's "Text"
Aleš Vaupotič1 & Narvika Bovcon2
1
University of Nova Gorica, School of Humanities, Research Centre for Humanities, Slovenia.
2
University of Ljubljana, Faculty of Computer and Information Science, Computer Vision Laboratory, Slovenia.
E-mail: [email protected]
The paper considers the issue of identity and its (re)construction within the context of the study of networks,
and also in the realm of cybertextuality. Gerhard Richter's books Text (2008, English version 2009) – a
collection of painter's verbal statements about his artistic method – and Atlas (2006) – 783 sheets with
images, mainly photographs and visual notations, that Richter collected since 1962 and organized in a
meaningful way, some of them to be used later for his paintings – are two archives that complement the
understanding of his diverse artistic practice. The paper will present a textual model that experimentally
simulates a possible ordering principle for archives. Richter's statements in the book Text will be cut up and
used as short quotations. Those that relate to multiple aspects of the painter's oeuvre will be identified as
hubs in the semantic network. The hubs will be organized paratactically, as an array of different themes. Two
research questions about Richter's poetics will be considered: the connection of the motif in the painting
with the technique and the style, and the relation of the author to other painters as an alternative arthistorical narrative. The paper will thus present a methodological hypothesis and an experimental model that
aim to connect the quantitative research of real networks with the paradigms of humanistic interpretation.
We have to bear in mind that the network is actually a result of the researcher's interpretative approach,
which is added to the initial archive included in the book Text. The breaking up of Richter's poetics into
atoms of quotations is an experimental proposal of a new textuality in art history and humanities, which in
fact is not completely new. In comparison to digital archives with complex interfaces that often tend to
obscure the content, the elements in our experiment appear as specific configurations of the semantic
network and are presented in a limited number of linear texts. The method of listing of quotations gathers
the fragments into a potential “whole”, i.e. a narrativized gateway to an archive according to the researcher's
interpretation.
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O mar enquanto elemento de união/separação
The sea as an element of union and/or separation
La mer en tant qu’élément d’union/separation
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OC-064
A simbologia do mar nas obras de Lygia Bojunga Nunes:
Uma reflexão acerca do enquadramento utópico e distópico
Alice Atsuko Matsuda1 & Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira2
1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – câmpus Curitiba, Departamento Acadêmico de Comunicação e Expressão.
Membro do Grupo de Pesquisa: CRELIT (UENP-CP) e Formações discursivas sobre Tecnologia e Trabalho (UTFPR-Curitiba), Brasil.
2
Universidade Estadual Paulista – UNESP, câmpus de Assis/SP e Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA. Membro dos
Grupos de Estudo: CRELIT (UENP – CP) e Leitura e Literatura na Escola (UNESP – Assis), Brasil.
E-mail: [email protected]
A imagem ambivalente do mar é recorrente nas obras de Lygia Bojunga Nunes. O mar recebe vários
significados simbólicos na produção da escritora, configurando-se ora como elemento positivo ora negativo.
Assim, o mar é empregado tanto de forma utópica, como lugar de prazer e lazer, quanto distópica, como
cenário para o rito de passagem que inclui a dor e o sofrimento, próprios do rito de passagem que
caracteriza o Bildungsromans. Nos livros Os colegas, Angélica (1975), Corda bamba (1979), Sofá estampado
(1980), e Sapato de salto (2006), além de nos contos “Tchau”, “Lá no mar”, “A troca e a tarefa” e “O bife e a
pipoca”, pode-se notar que, pela caracterização do mar, este elemento assume valor simbólico ambíguo,
sendo caracterizado de forma utópica e distópica. Desse modo, enquanto, em alguns textos, o mar assume o
caráter utópico, conotando local de aconchego, segurança, ideal a ser atingido; em outros, ele é
representado como distópico, pois é local de angústia, asfixia e morte. Constrói-se, neste texto, a hipótese de
que, mesmo em seu sentido simbólico sombrio, o mar nas obras da escritora configura-se como elemento
de reflexão e revelação. Desse modo, ele assume metaforicamente o sentido de ampliação do horizonte de
expectativas do leitor. Pelo exposto, a presente comunicação, atendendo ao eixo de reflexão – O mar
enquanto elemento de união/separação –, objetiva apresentar, pautando-se pelos pressupostos teóricos da
Estética da Recepção, uma reflexão acerca da simbologia que esse elemento assume nos textos mencionados
da autora e sua importância para a formação do leitor.
Palavras-chave: Mar. Lygia Bojunga. Bildungsroman.
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OC-092
Suplementos culturais, geografia textual e afirmação
identitária: um estudo de caso
Lusa Ponte
Universidade dos Açores, Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais – Centro de Estudos Gaspar Frutuoso, Centro de Estudos
Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20) – Centro F.C.T., Portugal.
E-mail: [email protected]
Esta comunicação integra-se no eixo de reflexão “O mar enquanto elemento de união/separação” e incide
sobre o suplemento Glacial – A União das Letras e das Artes, publicado na Terceira, no jornal A União, de
julho de 1967 a julho de 1973 e, depois, em folhas esparsas policopiadas a stencil pela galeria de arte
Degrau, até março de 1974.
Partimos do princípio de que um suplemento pode ser considerado uma “obra cultural” com uma coerência
e uma unidade que lhe são próprias, cuja estrutura possui uma significação específica capaz de revelar
intenções e orientações que não apenas corroboram as que nele são textualmente expressas, mas que
também as enriquecem, as completam, chegando mesmo a ultrapassá-las.
Neste sentido, e após breve contextualização do seu aparecimento, referência às circunstâncias que levaram
à sua extinção e caracterização dos eixos em torno dos quais o Glacial se constrói como “texto” e constrói o
seu universo axiológico e semântico, fazemos incidir a análise sobre o valor descritivo e conotativo do seu
nome, o conteúdo dos primeiros números do Suplemento e dos textos programáticos, a sua estrutura e
geografia textual, e a proveniência dos seus colaboradores.
Partindo das noções de centro, periferia e poética da Relação, propomos, com esta análise, identificar as
estratégias discursivas que o Glacial utiliza para construir a sua relação com O Outro sem com isso se afastar
do seu referente açoriano. O nosso objetivo é determinar o ponto de vista que lhe é subjacente e mostrar
como ele se inscreve na problemática da Identidade açoriana.
Palavras-chave: suplemento cultural, centro, periferia, Glacial.
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OC-087
A febre de cimento se apossa da Riviera
Camila Pierobon
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
(PPCIS/UERJ), Rio de Janeiro, Brasil.
E-mail: [email protected]
Quinto Anfossi, morador da cidade grande, decide visitar sua mãe na Riviera italiana. Sempre que retornava,
Quinto admirava de forma nostálgica a verde e calma paisagem, que parecia inalterada desde sua infância.
Todavia, na última viagem, Quinto sentira certo incômodo. Nosso personagem viajava lendo no trem e, ao
levantar os olhos do livro, percebeu “a febre do cimento [que] se apossara da Riviera”. Na pequena cidade do
litoral italiano, em todos os seus cantos, despontavam novos edifícios, prédios modernos, recentes
construções, formando incontáveis conjuntos urbanos que debruçavam sobre o mar “o maior número de
janelas e varandas que podiam”. O mote do livro A especulação imobiliária de Italo Calvino está no incomodo
e na fascinação do novo “espírito econômico” que tomara conta dessa região litorânea no período do pósguerra. Apaixonado por entender as transformações da vida nas cidades, uma das maiores inquietações do
autor italiano foi a de compreender a lógica e o funcionamento dos centros urbanos através da criação de
seus personagens e suas inserções objetivas e subjetivas nas tramas das cidades. Nossa proposta de
comunicação é acompanhar a trajetória de Quinto Anfossi, analisando seu incomodo e fascinação pelas
transformações dessa pequena cidade do litoral italiano. Em uma perspectiva comparada, traremos a relação
entre a trajetória elaborada por Italo Calvino e a teoria desenvolvida pela socióloga Vera Telles no livro A
cidade nas fronteiras do legal e ilegal, onde a pesquisadora apresenta a trajetória como um conceito
importante para entender as sutilezas das transformações e complexidades presentes nas tramas cotidianas
das cidades. Para tal aproximação, farei uso das reflexões de Wolfgang Iser quando este propõe que a obra
deve ser pensada como uma construção do tipo “como se”. Isso significa dizer que a “realidade” deve posta
entre parênteses devendo a obra ser compreendida como se fosse uma dada “realidade”.
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OC-045
Une mer, deux rives et un pont pour le dialogue:
la Méditerranée perçue par Taha Hussein
Omar Mokdad Jemni
Faculté des sciences humaines et sociales. Université de Tunis, Tunisie.
E-mail: [email protected]
L’œuvre du grand écrivain arabe Taha Hussein, rénovateur de la littérature arabe, est plurielle et multiple.
Mais Taha Hussein est, aussi et avant tout, un brillant penseur et avant-gardiste hors du commun, doté d’une
intelligence critique et rationnelle et d’un esprit largement ouvert sur l’autre, et consacré par une formation
et une carrière académiques d’historien et une orientation comparatiste.
Dans son œuvre dite «intellectuelle» (Guides de la pensée, Avenir de la culture en Egypte, Prières sur
l’Acropole, De loin, Voyage du printemps, etc.) la Méditerranée tient une place considérable, une dimension
particulière et il n’a jamais cessé jusqu’à ses derniers jours de prêcher l’idée Méditerranéenne.
Pour Taha Hussein, s’il est vrai que cette “mer commune” appelée Méditerrané , qui relie autant qu’elle
sépare, était à certains moments de l’histoire objet de convoitises et de rivalités , une aire de tension et de
conflits, un lieu d’affrontements , de batailles et de guerres et donc d’incompréhensions, on devrait faire
d’elle - selon Taha Hussein – un espace de privilégié de dialogue, un lieu fructueux d’échanges, un lieu de
rencontre et de construction , entre un Nord et un Sud dont l’avenir est inéluctablement commun.
Thème principal privilégié ou étoile de fond de toute son œuvre, Taha Hussein, homme de voyage et de
passage, passeur passionné de rives et des cultures, a su faire de la notion de Méditerranéisme “un projet
identitaire commun” sans toutefois abdiquer en rien à son identité collective. Quelques semaines avant sa
mort, Taha Hussein criait au journaliste venu l’entretenir de certains problèmes touchant à la culture arabe :
«Pourquoi cette panique toutes les fois que la Méditerranée est évoquée? C’est notre mer autant que la leur;
la mer Méditerranée n’est pas une barrière; elle est plutôt un pont entre les civilisations”.
Nous tenterons, dans la communication proposée, de mener quelques réflexions sur cette perception de la
Méditerrané chez un écrivain et penseur arabe de notoriété internationale: Taha Hussein.
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
OC-051
Le rôle d‘Oscar Milosz, poète et diplomate, dans la formation de l‘image de Lituanie
dans la culture française du XX-me siècle. La mer comme élément constitutif de cette
image
Nijolė Kaselioniene
Université des sciences de l‘éducation de Lituanie.
E-mail: [email protected]
Le but de la communication est de révéler le rôle prépondérant du poète français d’origine lituanienne Oscar
Milosz dans la formation de l‘image de Lituanie dans la culture française au XX-ième siècle. En 1919, Milosz
devient le premier représentant à Paris de la Lituanie ayant retrouvé son indépendance. Les diplomates de
l’Entre-deux-guerres avaient vite remarqué ces rapports de la Délégation lituanienne, rédigés dans un
français remarquable. Milosz travaille à la Légation de Lituanie ; il apprend le lituanien, transcrit les contes et
daïnos, se passionne pour la culture de son pays et se dépense sans compter pour le faire connaître. De sa
carrière épuisante de diplomate nous tirons une idée géniale présentée dans son livre L’alliance des états
baltiques. Là nous prêtons attention au phénomène de la mer Baltique non seulement comme élément
essentiel de la réunion des états, mais aussi comme le danger virtuel menaçant l’équilibre politique et
militaire en Europe. Ayant passé en revue les causes de l’échec du programme présenté dans le livre
mentionné, nous proposons l’examen des motifs de la mer dans l’œuvre du poète. Cet examen permet de
constater la même duplicité de l’image de la mer (terrifiante et consolante à la fois) dans la poésie de Milosz.
Les repères imagologiques de l’analyse donne la possibilité de considérer la représentation littéraire du motif
en cause non seulement comme une création individuelle, mais aussi comme une recréation de l’imaginaire
social.
Il est à noter à la fin l’actualisation des idées de Milosz au cours de la deuxième indépendance de Lituanie, à
partir de la dernière décennie du XX-me siècle. L’intérêt pour la culture et l’identité lituanienne même se
transforme en intérêt pour la culture et l’identité balte.
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
OC-101
Le motif de l'espace marin, du Delta, et des îles chez Marguerite Duras.
Entre construction et reconstruction identitaire
Fatima Seddaoui
Université de Toulouse Le Mirail. UT2, Ecole Doctorale ALLPHA@, Arts, Lettres, Langues, Philosophie, Communication. UT2, Laboratoire:
LLA-CREATIS, Lettres, Langage, et Arts, (EA 4152), France.
E-mail: [email protected]
Le motif marin est un motif recurrent dans l'oeuvre de Marguerite Duras. Effectivement, nous pouvons
constater que l’élément aquatique y est partout présent. Les bord de la mer ou les marées hautes et basses y
sont souvent évoquées. La mer s’approche et s’éloigne, et son bruit peut parfois servir de leitmotiv, comme
dans le roman, Moderato cantabile. Nous proposons dans cette communication un modèle bipolaire où les
motifs aquatiques durassiens sont divisés, d'une part la mer, le delta ou encore
l'île jouent les rôles
d’éléments générateurs, d'autre part, ils peuvent s'afficher comme des éléments destructeurs. Quels sont les
impacts de l'espace marin, du delta, de l'île sur les personnages et sur les pratiques identitaires ? Nous
étudierons principalement la mer, le delta, l'île comme territoires d'union et de séparation qui s'inscriventt
dans une dynamique de construction ou de (re)construction identitaires? L’identité aurait même connu un
éclatement irrémédiable ; les repères d’appartenance des individus et des collectivités auraient récemment
subi une mutation radicale, laissant leur identité en crise: une identité fragmentaire, éclatée, en errance. Cette
réflexion est envisagée du point de vue dialectique, l'espace marin comme territoire d'union ou de
séparation. Qu'en est-il du personnage? Nous verrons que le motif marin, celui du Delta ou de l'île interfèrent
sur la construction ou la reconstruction identitaire du personnage. Comment se construit-il ou réagit-il?
Quels sont les effets sur le personnage ou le lecteur? La mer est aussi un symbole maternel, étudié par
Michelet, Bachelard. Le premier, inspiré par les théories sur l’évolution, constate qu’elle est «la grande mère
qui commença la vie», Bachelard, y voit même une « eau maternisée» qu’il appelle «le lait de la mère des
mères». Effectivement, en parcourant les oeuvres de Marguerite Duras, l'eau maternelle est accueillante,
bienveillante et protectrice, un élément berçant. Et d'autres fois, l’eau apparaît comme un élément violent,
effrayant, terrible et doué de pouvoir destructeur à l'image des eaux montantes qui envahissent la
concession dans Un barrage contre le Pacifique. Un motif similaire, des eaux montantes qui apportent la mort
et la destruction, se trouve aussi dans Le Vice-Consul et, comme nous pouvons le constater, dans Le
Ravissement de Lol. V.Stein. Nous montrerons que l'espace marin, le Delta ou encore l'île tour à tour espaces
d'union ou de séparation sont sous-jacents à la construction ou la reconstruction identitaire dans l'oeuvre
durassienne.
Mots-clés: Marguerite Duras, la mer, delta, île, identités, lecteur, personnage, Un Barrage contre le Pacifique,
Le Ravissement de Lol. V.Stein, Moderato Cantabile, Le Vice-Consul, India.
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OC-110
Jorge Amado, o mar e a união/separação: ficção e vivências
Benedito José de Araújo Veiga
Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade
Cultural, Brasil.
E-mail: [email protected]
Jorge Amado, enquanto artista e em atos vivenciais, é um interessado no mar e seu contexto, apresentandoo como resultado da fusão das culturas, notadamente a européia e a africana na Cidade da Bahia. O tema é
desenvolvido em Mar Morto, de 1936, em Os velhos Marinheiros, de 1961, e em Navegação de Cabotagem, de
1992, suas anotações biográficas. Nos dois momentos ficcionais, o criador marca a presença afro-baiana,
com o orixáYemanjá. Na sua biografia, Amado traz lembranças marítimas, situando-se como um navegador
que veleja as dimensões mercantes nacionais, reforçando sua proposta de atingir o universal com os
contornos da nacionalidade.
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OC-001
Meditations about religious habits of madrileña society on the Canarian Jose Clavijo
y Fajardo's work and his comparison with Spanish and contemporary intellectual
Alberto Pérez Camarma
Autonoma University’s Madrid. Spain.
E-mail: [email protected]
This communication has the aim to analyze the opinion of Canarian intellectual Jose Clavijo y Fajardo about
religious habits of Canarian and peninsular Spaniard contemporary society with him.
Don Jose Clavijo y Fajardo was born on March 19th on 1726 in Lanzaroteña village of Teguise. When he was
ten years, he arrived to Las Palmas de Gran Canaria town in order to be educated by his paternal aunt, he
friar Presentado Clavijo, in the Dominican monastery of Saint Martyr Peter. He spent this time for study
classical languages, philosophy and theology. However, he took up his residence to Madrid later. His
intellectual work started on those months because of his job at Mercurio Histórico y Político review. His
professional career started also on those months. Theresfore, he was choosen, for example, director’s Royal
Theatres and skilled worker of the royal archives.
On the El Pensador, an special newspaper which had several articles that were following to The Espectador of
Joseph Addison, he wrote about religious habits of Madrileñas elites, Canarian oligarchies and the commons.
These descriptions were really critics to them. It is common aspects for all Spanish and contemporary writters,
for instance, Feijoo priest, Jovellanos and Viera y Clavijo -his kinsman-. In my opinion, the theological
knowledges of Clavijo y Fajardo, that he learnt years ago, were very important because they let to him to
know that situation. In addition, he came from different, social and geographical scopes that let him to
establish that comparison.
In conclusion, the following communication will try a comparison about religious matters of those societies. It
is a subject that has not been studied seriously because almost all researchers have been interested to
dramatic references contained in El Pensador.
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OC-039
A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen: O conto
duma “maravilhosa” amizade entre Terra e Mar
Barbara Gori
Universidade de Pádua. Itália.
E-mail: [email protected]
Obra eterna, A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen perdurará através de todas as gerações
num apelo constante ao sonho, transportando o leitor ao mundo imaginário de uma posia luminosa, repleta
de canto, ritmo e harmonia. O Rapaz e a Menina são símbolos respectivamente da Terra o do Mar e a história
das aventuras da sua amizade é também a história da contínua e muitas vezes difícil troca de relações entre a
Terra e o Mar, dois elementos que desde sempre se atraem e que, apesar das barreiras materias que
impedem a sua fusão, através do relato maravilhoso da amizade dos dois protagonistas do conto,
conseguem alcançar e realizar o sonho de atingir a plena liberdade de viver um com o outro, anulando o
conceito se separação e fazendo próprio aquilo de união.
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Os estereótipos culturais
Cultural stereotypes
Les stéréotypes culturels
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
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OC-008
Native and Colonists contact and cohabitation in Colonial New
England, 1620-1676: An inquiry about images and identities
Ben Aissa Mouna
Université Sorbonne Paris IV, Unité de recherche Histoire et Dynamiques des Espaces Anglophones, Groupe Travail, Culture et Société.
E-mail: [email protected]
Starting from the late 16th century, the discovery and the colonisation of the New World provided the
Europeans with a valuable and unprecedented opportunity to enrich their knowledge about the human
condition. At the same time, this discovery gave the population of the Old World a chance to enter into
contact with new physiognomies and different ways of life, which, in turn, represented a new and wide field
of ethnological investigation.
This article looks at the meeting between American Indians and English colonists in the first decades of
contact and colonisation in the southern part of New England.
The encounter between two peoples does not simply imply a physical conjunction. It also means the
encounter of two cultures and two communities, where the conceptions, the views and the behaviours
intermingle. Because both the Natives and the English had different ways of conceiving of one another, and
because these images and conceptions constitute an important element of their encounter, we will first focus
in this article on the study of these images in order to analyse in a second stage how these images influenced
and were influenced by their relationships, as well as the cultural interactions that fallowed their encounter.
As the colonists and native people observed each others, they learned to understand and explain the other’s
difference and, at the same time, thought about their own identities in novel ways
We will thus focus on both peoples’ attempt to understand and place each other’s ways within their familiar
schemes of how human society is supposed to function and what the contact with the other added to each
of the two groups’ definition of “self” and “other”, beyond the preconceived and biased entities of race and
culture.
We will finally try to show how the specific feature of this part of the American continent made the colonial
experience unique and how it deeply affected native and colonists relationships.
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OC-006
The conquest of Canary Islands in Castilian Literature during the early modern age
Belinda Rodríguez Arrocha
Max-Planck-Institut für europäische Rechtsgeschichte, Germany.
E-mail: [email protected]
The conquest of the Canarian Archipelago implied the introduction of political, juridical and ecclesiastical
institutions from the Castilian Kingdom. Along the sixteenth and seventeenth centuries some Canarian
authors –Bartolomé Cairasco de Figueroa and Antonio de Viana- and some writers from Iberian Peninsula –
like the dominican Alonso de Espinosa and the franciscan Juan de Abreu Galindo- wrote literary works about
the conquest and the evangelization of Canary Islands. The purpose of this paper is the elucidation of the
ideological similitudes and divergences between their most important narrations, plays and poems –some
emblematic works were Antigüedades de las Islas Afortunadas by Viana and El Templo Militante by Cairasco-.
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OC-009
England in miniature: Building a utopian island nation
Christine Berberich
Senior Lecturer, University of Portsmouth, United Kingdom.
E-mail: [email protected]
In 1947, the visionary architect Sir Clough Williams-Ellis wrote ‘Suppose that by some miracle, all the lands
and buildings possessed by the National Trust were to be uprooted and set adrift and then, by some further
sorcery, reassembled in one fabulous island. That would be magic indeed; the pith and pick of England closepacked into a compass smaller than that of the Isle of Wight, yet sampling all that we most prize.’ (WilliamsEllis, 1947: 13) Just over 50 years later, Julian Barnes, one of the most popular and critically acclaimed
contemporary British novelists, turned this idea into a best-selling novel, England, England, which was duly
shortlisted for the Booker Prize for Fiction for 1998.
England, England actively deals with the concept of island versus mainland. The business-tycoon Sir Jack
Pitman tries to assemble all the traditional and popular markers of Englishness in a theme park in the Isle of
Wight – a theme park that soon becomes so successful that the ‘real’ England falls into decline and oblivion.
Cultural memory thus moves from mainland England to the island; national identity is initially reconstructed
in the theme park and then, eventually, actively manipulated and reshaped. The result is that Sir Jack’s
hyperreality thus assumes the role of ‘the thing itself’.
But England, England is by no means the utopian place that Sir Jack had aimed to create. Here, utopia and
dystopia overlap – is the park an ideal community or a dictatorship with twenty-four hour surveillance? The
mainland, by comparison, appears to turn back into a prelapsarian idyll – but is similarly divided between
arcadian and dystopian setting. Just as Thomas More’s Utopia, which has often been read as a representation
of England in miniature, Barnes’ novel thus cleverly dismantles the idea of an island utopia by using a theme
park set in a small island to discuss notions of national identity, its construction and its inherent danger.
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OC-016
Chronotopes de l’insularité polynésienne et (re)construction
identitaire post-coloniale
Paola Carmagnani
Université de Turin, Italie.
E-mail: [email protected]; [email protected]
A partir de Bougainville, Tahiti et les îles de la Polynésie Française ont été perçus par le regard occidental
comme un espace clos situé hors de l’histoire, dans une sorte de temps mythique qui donnait aux voyageurs
l’illusion de revenir en arrière vers un Eden perdu. A côté de l’exotisme idyllique du mythe tahitien
ressurgissent cependant des images de mort et de déchéance, qui signalent l’ambivalence du fantasme et qui
écrivent le destin d’une civilisation vouée à la disparition. Comment survivre, en effet, hors de l’histoire?
Comment se réapproprier sa propre histoire, annihilée par la colonisation et l’exotisme? Ce sont là des
questions essentielles qui se posent aujourd’hui à l’identité polynésienne, encore prisonnière de son propre
mythe et projetée vers une «hypo-insularité» de façade promue par les liens administratifs et économiques
qui rattachent la Polynésie à la France, par l’idéologie multiculturaliste des élites et par les effets de la
globalisation. Il s’agira ici tout d’abord de retracer et de définir, à travers la littérature et la photographie, les
stéréotypes qui constituent le mythe des îles polynésiennes, pour envisager ensuite une analyse des enjeux
identitaires de l’insularité. Comme l’écrit Chantal Spitz, l’un des écrivains les plus intéressants de la Polynésie
Française actuelle, «Nous sommes nés sur l’île des rêves écrasés».
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OC-105
Des voies commerciales au récit de l’Atlantique par les îles. Les Archipels féeriques de
Madère et des Canaries dans l’Insulaire de Benedetto Bordone (XVIe siècle)
Alessandra Stazzone
Maître de Conférences des Universités. Université Paris-Sorbonne (Paris IV). France.
E-mail: [email protected]
«Mon cher neveu, il me semble fort judicieux de commencer mon travail de description des îles du monde entier par notre
continent, car tout en étant petite, l’Europe a toujours dominé les autres terres par sa force, son intelligence et sa sagesse».
C’est par ces propos que le cartographe et enlumineur Benedetto Bordone présente à son neveu Bartolomeo
Bordone, médecin réputé de la Marine vénitienne, les critères sur lesquels repose son ambitieux projet de
description de «toutes les îles qui existent et dont nous connaissons l’existence», intitulé Isolario dès 1534.
Bien qu’animé par la volonté de proposer à ses lecteurs un arsenal exhaustif d’informations sur l’ensemble
des îles «connues» à son époque, Benedetto éprouve un intérêt bien particulier pour les îles de la
Méditerranée et de l’Atlantique. Aussi, loin d’être un simple recueil d’îles, l’œuvre de Bordone contient-elle –
comme le veut la tradition du Livre des îles initiée par le Florentin Cristoforo Buondelmonti en 1420 – de
précieuses informations sur les spécificités culturelles et l’identité des îles dont il décrit la localisation
géographique.
La présente communication se propose de dégager, d’une part, les spécificités identitaires et culturelles de
deux archipels qui semblent exercer une fascination particulière sur Bordone, sans doute en raison de leur
proximité avec l’Europe, celui de Madère et des Canaries. Elle s’articule notamment sur deux points : d’une
part, une brève comparaison entre l’Isolario de Bordone et quelques portulans florentins des XIVe et XVe
siècle nous permettra de dégager les constantes de l’identité sociale et commerciale des deux archipels tels
qu’elles sont parvenues à Benedetto. D’autre part, le regard croisé avec la description des Açores, de Madère
et des Canaries telle qu’elle est proposée par Valentim Fernandes dans le De Insulis et peregrinatione
Lusitanorum se propose d’enrichir cette analyse par l’étude des spécificités strictement «atlantiques» de ces
terres.
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OC-070
Stéréotypes continentaux et réalités insulaires
Beatrice Nickel
Université de Stuttgart, Allemagne.
E-mail: [email protected]
Le supplément au voyage de Bougainville (1796) de Diderot se présente comme un conte philosophique à la
manière de Voltaire ou comme un conte moral. Comme le titre le suggère, il s’agit d’un supplément au récit
de voyage de Louis Antoine de Bougainville intitulé Voyage autour du monde par la frégate du roi La
Boudeuse et la flûte L'Étoile (1771). Ça, c’est bien évident. Mais il y a une autre dimension plus importante que
la relation entre ces deux textes qui ne saute pas aux yeux à première vue. Le Supplément est implicitement
conçu comme un dialogue intertextuel entre Diderot et Rousseau en ce qui concerne l’idée du bon sauvage
défendue par Rousseau et soutenue par les decriptions parfaitement idéalisées des îliens qu’on trouve dans
le récit de voyage de Bougainville. À l’inverse de son confrère Rousseau, Diderot met cette conception en
doute à cause de son caractère idéalisé et pour cela irréel. Son Supplément confronte les stéréotypes
continentaux concernant le bon sauvage avec les réalités insulaires représentées par les habitants de Tahiti.
Au centre du texte, l’autochtone Orou familiarise un jeune jésuite avec les mœurs de l’île de Tahiti, par
exemple avec les pratiques sexuelles, qui nous font penser – au moins les lecteurs européens – à l’eugénisme,
ou avec l’état permanent de la guerre entre les Tahitiens et les peuples voisins. Ce qui résulte de cet
entretien, c’est une image ambivalente des autochtones insulaires.
Le but de cette communication sera de préciser comment Diderot arrive dans son texte à déstabiliser la
conception continentale du bon sauvage formulée par Jean-Jacques Rousseau dans son fameux Discours sur
l’origine et les fondements de l’inégalité parmi les hommes (1754).
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OC-121
The isle ‘squared’: librettos set in islands by Sicilian writers and composers
between the Nineteenth and Twentieth Century
Daniela Bombara
University of Messina. Faculty of Arts and Humanities. Annunziata Campus. Messina. Italy.
E-mail: [email protected]
My research aims to investigate the complex chronotope of island in its interaction/ opposition with marine
symbolism– freedom, danger, outside vs. inside – as it acts in some Sicilian librettos by poets and musicians,
from The Romantic age to the Twentieth Century. In these works the ‘islandness’ condition, that is in the
personal experience of Sicilian intellectuals, directs the meaning of their works, leading to a positive
connotation of going out in opposition to staying inside; leaving the isle is more significant than remaining in
its boundaries. Therefore mutability and adaptability of the sea surrounding the isles gives its shape to the
insulate microcosm, and creates opposite couples of sedentary and travelling characters. Moreover the
stormy sea fill with drama the solid ground, enhancing the insulating function of water; so the expense of
sea-space turns the closed world of island in a prison, and a point of escape. An isle/ prison is the scenery of
Il pirata (1827), by Vincenzo Bellini, words by Felice Romani, where the tempest narratively and emotionally
connotes the piéce. Also the Edenic island of Mauritius in Gli amori di Paolo e Virginia (1833), composed in
Messina by the poet Felice Bisazza and based on a novel of Bernardin de Saint Pierre, is influenced by the
open sea; a rival in love arrives from the wide Ocean and gives the sentimental turning point to the story,
connoting it romantically; by the way Sicilian literature can be connected to innovative cultural European
ferment. Virginia’s rebirth after the shipwreck shows the early Romantics’ optimism, which enables the
relationship between Utopia and Reality, the island/Garden of Eden and external civilization.
Years later, Salvatore Quasimodo’s poetry, based on actualization of myth, shows the island – a fictive Sicily as a stage of primordial passions in L’amore di Galatea, (1964), music by the Sicilian composer Michele Lizzi.
This closed land is dynamized by the conflict among Apollinian and Dionisyan principle, personified by
Polyphemus and Aci, both in love with Galatea. Once again the problem solver is external: the rational
Ulysses, coming from the sea, introduces in the utopian island the value of direct experience of reality and
leads the main characters to self-consciousness.
I believe that analysing how Sicilian intellectual deal with the isle paradigm, in a highly formalized genre as
melodrama, we are able to clarify the conflictual relationship, interwoven with attraction and repulsion,
between the marginal Sicily and Europe.
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
OC-048
Cultural Stereotypes and Regional Identity
Aušra Jurgutienė
Lithuanian Literature and Folklore Institute, Lithuania.
E-mail: [email protected]
With the rise of globalization, the development of the European Union and the strengthening of the critique
of national literary metanarratives, the regional tendency in the writing literary history becomes more and
more topical. Why do various regional models of identity questioning the opposition of one‘s own to other
and replacing the previous ethnocentric model of identity now get stronger positions in literary history?
Could regional recollection development efforts be interesting and important to individuals of separate
nations and their societes? The author of this article refers to concrete examples from the newest regional
investigations in history of Baltic and East European literature and seeks particular answers for these
questions.
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
OC-081
Alone on the island: Isolation in tragic fiction from Strindberg to D. H. Lawrence
Patrick Parrinder
University of Reading, United Kingdom.
E-mail: [email protected]
Not only does August Strindberg’s play The Ghost Sonata (Spőksonaten) end with a stage projection of
Arnold Bőcklin’s popular nineteenth-century painting Toteninsel (‘The Island of the Dead’), but Strindberg’s
1889 prose work By the Open Sea (I Havsbandet) pioneers the fiction of the psychologically tortured
intellectual seeking isolation on a small island. Here, as in Joseph Conrad’s Victory and D. H. Lawrence’s ‘The
Man Who Loved Islands’, the island quickly loses its paradisal allure and becomes a theatre of disconnection,
psychic breakdown, and physical and spiritual ruin. The protagonist’s apparent search for a personal utopia
becomes, instead, a doomed retreat from everyday social life and – to a greater or lesser extent – a retracing
of the mythological associations between the island and death to which Bőcklin’s painting had drawn
attention. This paper therefore brings together three remarkable works which – perhaps because of their very
different geographical settings, in thr Baltic, the Malay Archipelago, and the North Atlantic – have rarely if
ever been compared before, but which continue to resonate with more recent island fiction.
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OC-116
A ilha como lugar de abandono na mitologia greco-latina: Filoctetes e Ariadne
Cristina Santos Pinheiro1 & Joaquim Pinheiro2
1
Professora Auxiliar da Universidade da Madeira (Centro de Artes e Humanidades) e investigadora do Centro de Estudos Clássicos da
Universidade de Lisboa.
2
Professor Auxiliar da Universidade da Madeira (Centro de Artes e Humanidades) e investigador do Centro de Estudos Clássicos e
Humanísticos.
E-mail: [email protected]
A ilha (nesos/insula), lugar de experiências humanas diversas, tem uma presença considerável nos textos
clássicos. Seja como destino da viagem do herói, seja enquanto espaço fantástico ou imaginário, a ilha
propicia ao ser humano vivências contraditórias de inclusão e isolamento. Neste trabalho, analisaremos a
caracterização da ilha como lugar de abandono em dois mitos: no de Filoctetes e no de Ariadne. De
Filoctetes, sobressai na transmissão literária, com algumas variantes que identificaremos, a imagem do herói
abandonado pelos companheiros no caminho para a guerra de Tróia. Com uma ferida de cheiro
nauseabundo, o herói debate-se com uma dolorosa solidão na ilha de Ténedo, socorrendo-se das armas de
Héracles para sobreviver. Serão precisamente essas armas a desempenhar um papel fundamental na tomada
de Tróia e a própria figura de Filoctetes ganhará uma nova dimensão nessa fase da história. Na história de
Ariadne, é o desprezo do amante que a abandona, deixando-a sozinha em Naxos, que dá forma ao
entendimento da ilha enquanto espaço de exclusão. A representação do espaço insular de ambas as
personagens associa-se de forma manifesta à configuração cultural do espaço geográfico, em que se
projectam estereótipos de natureza cultural.
76
Topografia e temporalidade dos
espaços insulares e continentais
Topography and temporality of insular
and continental spaces
Topographie et temporalité des espaces
insulaires et continentaux
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OC-037
Beckett et l’Insularité
Florence Godeau
Professeur de Littérature comparée à l’Université Jean Moulin-Lyon3. Membre du CERCC (Centre Etudes et de recherches comparées sur
la création» (ENS-LYON).
E-mail: [email protected]
Beckett est-il un écrivain irlandais ? La question peut sembler provocatrice, puisque c’est bel et bien en
Irlande que naquit l’un des plus grands auteurs… bilingues du XXe siècle. Les relations entre Beckett et son île
natale furent houleuses et complexes. L’œuvre elle-même, si soucieux que soit son auteur d’en effacer la
plupart des coordonnées spatio-temporelles, est bel et bien «situable», et inscrite dans des paysages
incontestablement insulaires. Jusque dans la topographie parisienne, sporadiquement signalée dans
L’Innommable, c’est encore une île, voire des îles, que l’on retrouve. Nous nous proposons de souligner
l’importance de ces paysages et de cet ancrage originels dans l’œuvre de Beckett, en soulignant la façon
dont l’auteur fait de l’insularité, et souvent d’une insularité misanthrope, ou érémitique, le propre de ses
«figures» errantes, tandis que le va-et-vient entre l’anglais et le français accomplit sans relâche une traversée
symbolique, entre rives et dérives. La déconstruction des formes narratives traditionnelles s’accompagne en
outre dans certains textes de Beckett (cf. Comment c’est/How It Is, par exemple), d’une segmentation du texte
qui se disperse en archipel, comme autant d’éclats d’un «sujet/objet», d’un «je/il» dont l’identité s’est perdue.
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OC-055
Fictions insulaires au XVIe siècle (Camoëns, Rabelais, Shakespeare):
une figure de la transition épistémologique
Jean-claude Laborie
Centre de recherche Poétique et littérature comparée, Paris-Ouest Nanterre La défense, France.
E-mail: [email protected]
Dans le contexte de la profonde crise épistémologique du milieu du XVIe siècle, la vogue des insulaires et
des cosmographies, continuant les formes médiévales du tesaurus, puis leur disparition soudaine autour de
1570, incitent à s’interroger sur le sens de cette rupture. Ces formes étaient fondées sur une description du
monde comme un chapelet d’îles, unies par une logique de successivité. De fait, l’île est un espace
monovalent, éminemment flottant et incertain, que l’on peut saisir d’un seul regard sans avoir à le situer avec
précision, et elle s’oppose au continent qui est, lui, un espace complexe, constitué de réseaux et de relations,
donc difficile à saisir. En cela, l’île a correspondu à une représentation heureuse du savoir comme une suite
ininterrompue d’objets disjoints et épars qui trouvaient leur place dans une forme cumulative susceptible de
s’augmenter indéfiniment et d’accueillir la totalité du savoir humain. Dès lors que l’on commença à remettre
en question cette structure cumulative dans tous les champs du savoir, l’île devint une représentation
géographique caduque pour ne plus constituer qu’un lieu de compensation imaginaire et utopique, figurant
exactement l’échec des savoirs.
Cette révolution épistémologique trouva son écho dans le domaine littéraire où la métaphore insulaire
connut la même destinée, en venant informer l’expérimentation de formes narratives nouvelles (le recueil de
nouvelles comme un archipel face au continent romanesque en train d’émerger). En évoquant quelques
fictions insulaires contemporaines, chez Camoens, Rabelais, Shakespeare ou Cervantès, on verra comment
l’île y figure la perte du sens.
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OC-063
Les deux villes maritimes comme des îles – Trieste et Nagasaki
Masayuki Tsuda
Université d’Osaka, Japon.
E-mail: [email protected]
Des îles et des villes maritimes ont beaucoup de points communs. C’est probablement pour cette raison que
l’écrivain irlandais James Joyce a éprouvé de la sympathie pour la ville maritime Trieste, où il a mené sa vie.
Donc, dans le but d’observer les aspects culturels dans des villes maritimes comme des îles, je voudrais fixer
les yeux sur les deux villes, Trieste et Nagasaki.
En Italie, Trieste est singulier, en ce qui concerne le sentiment d’appartenance à l’Autriche. Trieste était le
centre commercial de l’Empire des Habsbourg parce que le port de Trieste était le nœud de communication.
Évidemment les identités des gens de Trieste se fondent fortement sur ce Empire. Mais, Trieste est bien
différent des villes typiques dans l’Empire des Habsbourg, comme Vienne, Budapest, et Prague. Aujourd’hui,
ces trois villes encore produisent les cultures contemporaines à la différence de Trieste.
Comme Trieste n’est qu’une ville marginale en Italie, Nagasaki est une simple ville provinciale au Japon.
Toutefois les gens de Nagasaki est s’est libérés du nationalisme parce que on peut trouver le multilinguisme
ou l’extraterritorialité dans cette ville. Entre 1641 et 1853, les étrangers ne pouvaient jamais séjourner au
Japon sauf à Nagasaki. C’est pourquoi cette ville maritime était une île au Japon comme une utopie à cette
époque-là.
Le protagoniste dans Ulysee de Joyce est juif parce que les rôles des juifs à Trieste au tournant des XIXème et
XXème siècles étaient extraordinaires.
D’un côté, les ghettos étaient les caractères particuliers à Trieste ; d’un autre côté, à Nagasaki le
gouvernement central au Japon ne permettait aux étrangers de vivire que dans un quartier, qui s’appelait
Dejima. Sur ce point on peut trouver une île dans une île à Trieste et Nagasaki.
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OC-053
The island of mysteries
Anneli Kõvamees
Tallinn University, Institute of Estonian Language and Culture, Estonia.
E-mail: [email protected]
Islands often function in literature and films as special places where different rules apply and strange things
happen. To name but few examples: M. Scorsese’s “Shutter Island” (2010), TV-series “Lost” (2004-2010), J.
Verne’s “The Mysterious Island” (1874), H. G. Wells’ “The Island of Dr. Moreau” (1896), A. Huxley’s “Island”
(1962), T. More’s “Utopia” (1516). The term ‘utopia’ has been used to describe communities that attempt to
create an ideal society. Estonian writer Karl Ristikivi’s (1912-1977) novel “The Isle of Miracles” (1964) is an
allegory, based partly on the works of utopian authors like More and Tommaso Campanella and on the
Platonic idea of an ideal society. The allegory is written in the form of a voyage in 1348 to Allotria, which has
features of the modern Western society. By describing the island through the eyes of a medieval person, the
author has an opportunity to create paradoxical and grotesque situations. Humankind has become a victim
of its own freedom. The novel is also an allegorical examination of the interaction of democracy and
totalitarianism. The book can be seen as an anti-utopian work.
The paper takes “The Isle of Miracles” under closer observation and deals with the following aspects:
•
how does the island function in the text
•
the island as a paradise
•
the island vs. the continent
•
how is the continent characterised in contrast with the island
•
the point of view and its functions, the astonishing effect
•
is the reclusion of the island seen as positive or negative
•
different layers of the novel and social criticism: the 14th century, the 1960s and nowadays.
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OC-067
Mediterranean islands in the works of the Estonian writer Karl Ristikivi
Brita Melts
University of Tartu, Institute of Cultural Research and Fine Arts, Estonia.
E-mail: [email protected]
Mediterranean countries constitute the most important literary space in the works of the Estonian exile writer
Karl Ristikivi (1912–1977). Ristikivi, who had been living in Sweden since 1944, was in addition to his everyday
work and writing very much devoted to travelling. From 1950s until 1970s, the Mediterranean countries were
his most frequent travel destination. There are at least seven Mediterranean islands that are highly important
in both Ristikivi's oeuvre and life: Rhodos, Cyprus, Crete, Kos, Corfu, Sicilia and Capri. My intention is to study
the meaning of those islands for the writer as they appear in Ristikivi's philosophical-historical novels. This
means above all a geographical and topographical perspective: looking at how their coastlines and midland
landscapes are depicted, what is the role of Ristikivi's own travel experiences in the depiction, and to what
extend the islands that are described in novels are transformed into literary spaces. For example, landscape
descriptions in Ristikivi's anti-utopian novel “Isle of Wonders“ are very similar to his personal impressions
from Capri and Sicilia that are to be found in his travelogue written six years prior to the novel. At the same
time, there are no real islands or geographical places mentioned in the novel. The isle of wonders, called
Allotria and based on Platon's philosophy of ideal state, is more of an utopian land, reminiscent of T. More's
“Utopia“. As the author himself hints, Tommaso Campanella's “La citta del sole“ had also been a source of
inspiration. It would be interesting to see how this literary island, constructed on the basis of impressions
from Capri and Sicilia, is used by Ristikivi as the setting for the establishment of a perfect society, and
whether this can be regarded as criticism of the Soviet regime. In order to reflect on these connections
between geography and fiction, it is necessary to contextualize the matter in reference to Ristikivi's literary
oeuvre and his own real life experiences. It appears that the Estonian writer from Northern Europe found the
Mediterranean countries much more attractive than his homeland – which is the way how an exile writer
wanted to resonate with the great European literature.
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OC-071
The Pastoral and the Island Utopia: Towards the archaeology of a literary topos
Diana Nikolova
The Paisii Hilendarski University of Plovdiv, Faculty of Languages and Literature, Department of Comparative Literature and Literary
History, Bulgaria.
E-mail: [email protected]
This text researches the genesis and the specificity of the island topos that is characteristic of the pastoral.
The bucolic code and the rigid traits of the utopist topoi in Western-European art (literature, theatre, opera,
or landscape) are to be analysed in the light of the ancient mytho-poeic utopias: the island of the blissful,
the country of the Hyperboreans, the island of Scheria, the isle of the sirens, the islands of Ogygia, Lemnos,
Leucas, Lesbos (where Longus situated the “pastoral paradise” in Daphnis and Chloe), Sicily and the island of
Kos (where the idyll was born as a genre), as well as the kin topoi of antiquity: a river, a lake or a swamp, a
clearing, and a garden. The mythological plots of love with a tragic end, typical of Hellenistic literature, keep
elaborating on the island as location, e.g. the leap of love from the Leucas cliffs into the sea.
The island as a locus amoenus and the mythologems of “the island of the blissful” and “the golden age” are
present in the construction of a pastoral utopia, the concept of the idyllic, from the novels of Hecataeus of
Abdera, Euhemerus, Iambulos, Strabo, and Pliny the Elder, to the literary achievements of Western European
utopias. In the light of the mythologically ritualistic archetypes, this text analyses the functions of the island
topos and of pastoral islandic isolation in Renaissance literature and in the novels and tragicomedies in the
17th—18th centuries: Prospero’s island in Shakespeare’s Tempest, the Belvedere del Po island in Tasso’s
Aminta, Sciro in Guidobaldo Bonarelli’s Filli di Sciro (Phyllis), the island of Love in Paul Tallement’s Le Voyage
de l'isle d'Amour, not to mention Giambattista Marino’s Adonis, de Saint-Pierre’s novel Paul et Virgini (Paul
and Virginia), or Jean-François Le Sueur’s operas Paul et Virginie, ou le Triomphe de la vertu and Télémaque
dans l'île de Calypso ou le Triomphe de la sagesse; there are also the island of Cythera in rococo landscapes
and the island of Alcina (in literature, opera, and landscape) among others.
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OC-049
Insularizing - Philosophizing (Insularity and Philosophy)
Svetlana Kalezic-Radonjic
University of Montenegro, Faculty of Philosophy, Department for Serbian Language and South Slavic Literatures, Montenegro.
E-mail: [email protected]
His famous novel Island Of The Day Before, Umberto Eco conceived as a 17th Century maritime adventure,
filled with “various novels” (from love and adventure, to philosophy), intellectual riddles, fabled “branches”,
various styles (from gallant to tractate-like), and incredible literary wealth. In the focus of the story is the
young nobleman Roberto de la Griva who is imprisoned at a ship near an island. The hero seeks refuge from
the hopeless situation in philosophy – questions he asks lead him to truth about the world and himself. This
paper is to consider the island-like isolation and philosophical thoughts that emerge therefrom. Wide
implications of the work make the Island, through multitude of details, data, stories, characters, stand out as
one of the cohesive threads which holds the novels’ disparate elements together, but also as a symbol of
meaning of human life, which, although within reach, is actually unattainable, which turns the story about
islands into a metaphorical discourse. The way that Island of the Day Before (over which there is a time
meridian which separates yesterday from tomorrow) is transformed from symbol of heaven to symbol of hell.
Also, solitude of the protagonist is shown first as a source of destruction of his identity, and then as a source
of its reconstruction by his religious thinking and thoughts of creativity, through philosophy as a whole.
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OC-114
Islands of desire: Periphery and solitude from Stevenson to Bioy Casares
Jobst Welge
University of Konstaz, Institute for Romance Languages, Germany.
E-mail: [email protected]
Recent re-evaluations of the work of the Russian semiotician Jurij M. Lotman have emphasized the link
between spatial periphery, liminality, and cultural dynamics. In my presentation I want to explore how
imaginary islands, while situated in the geographical periphery, may nevertheless serve as a staging ground
for desires and fears of modernity - that is, they constitute a liminal space between reality and phantasy, a
virtual escape from society, but also an estranged confrontation with desires of possession, control, and
consumption. At the same time, these imaginary, “autonomous” islands of individual desire are also
conceived as re-presentations of previous narratives. This phenomenon I want to illustrate by way of a
comparative analysis of R. L. Stevenson’s Treasure Island (1883) and Adolfo Bioy Casares’ La invención de
Morel (The Invention of Morel, 1940). In fact, it is well known that Casares, just like his literary collaborator
Jorge Luis Borges, was heavily influenced by the works of Stevenson.
I want to detail how Casares’s phantastic Robinsonade, with its meta-fictional representation of a
technological and amorous utopia/dystopia, may be interpreted as a Latin American counter-narrative to the
European colonialist projections of island spaces. Although certainly not psychological in a conventional
sense, Casares’s island may ultimately be read as a dreamscape or interior projection. The concern with
human solitude and self-reflexive (literary) imagination is in fact a common trait that unites the island
narratives by Defoe, Stevenson, and Casares. Yet while the earlier authors propose the first-person narrative
as an account of subjective formation, the alienated subjectivity and mediated mimesis in Casares points to
the peripheral position and the ontological “solitude” of Latin American identity, which is experienced as the
tension between material reality and fictional simulacra, the “isolating” gulf between self and other.
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OC-104
Two 19th century heterotopias: The island in Jane Austen’s Mansfield Park (1814) and
Charlotte Brontë’s Villette (1853)
Olga Springer
University of Tuebingen, English Literatures and Cultures, PhD Scholar in English Literature, Germany.
E-mail: [email protected]
This talk will relate the notion of heterotopias to Jane Austen’s Mansfield Park (1816) and Charlotte Brontë’s
Villette (1853) and show how it can be applied to the island spaces in both texts. Both novels represent the
island as a place literally “outside of all places“ (Foucault 24), so remote that it does not even occur as a
setting in the narrative itself. My talk will explore the treatment of the island as heterotopia in both novels
and compare their representations by means of this conceptual framework. The line of reflection which the
paper will follow is “Topography and Temporality of Insular and Continental Spaces”.
In “Of Other Spaces” (1967), Michel Foucault speaks of “certain [spaces] that have the curious property of
being in relation with all the other sites, but in such a way as to suspect, neutralize, or invert the set of
relations that they happen to designate, mirror, or reflect.” (Foucault 24) One of these kinds of spaces, “[…]
which are something like counter-sites, a kind of effectively enacted utopia in which the real sites, all the
other real sites that can be found within the culture, are simultaneously represented, contested, and inverted
[…]” (Foucault 24), he calls heterotopias.
In Mansfield Park, the island as heterotopia is established within a hierarchy of centre and periphery: Sir
Thomas’s controlling gaze is directed away from the young people’s theatre production in Mansfield Park by
his stay on his plantations in the British island colony of Antigua, and their stage pleasures are interrupted by
his unexpected return.
In the case of Villette, the island as heterotopia is physically absent from the text as well. The allegorical
scenes of shipwreck and nautical imagery in Villette take on a heightened significance after the reader learns
at the very end of the novel that M. Paul, the protagonist’s fiancé, does not return from his voyage to the
West Indies (to which he sets out, meaningfully, on a ship called “Paul et Virginie”). The heterotopic space of
the island is thus linked to death, gaining an almost mythical status.
M. Paul’s departure is preceded by a phase of remarkable harmony in Lucy and M. Paul’s often conflictual
relationship. This phase is mostly set in the garden of the boarding school where Lucy and M. Paul work as
teachers. The garden (named by Foucault as another example of a heterotopia (cf. Foucault 25f.)), resembling
a green island in the middle of the school and of the busy town of Villette, holds special meaning for their
relationship, and forms a counterpoint to the unknown colony M. Paul must travel to.
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OC-100
Literary I-Lands: First-person narration on the desert island
Barney Samson
Essex University, Department of Literature, Film and Theatre Studies, United Kingdom.
E-mail: [email protected]
Seen as the prototypical desert island novel, Robinson Crusoe was - not atypically for its time - written in the
voice of a first-person narrator. This device has often been used since in novels where an individual is alone
(literally or figuratively) on an island, and I will discuss four such works: Gulliver’s Travels (1726), The Island of
Dr Moreau (1896), The Magus (1965) and Foe (1986). I will argue that first-person narration is central to the
meaning of these works, containing an ambivalence of significance (as outlined below) that reflects the
ambiguities at the heart of desert island stories.
Each of these works, due to their narration, operates on two textual levels: as a novel written by an author,
and as the words of a fictional author/protagonist. Thus each text presents the perspective of the protagonist
and the author’s commentary on the protagonist. I will suggest that in the desert island novel the inner world
of the protagonist is represented by the nexus of continent (home) and island (other, Paradise); in other
words the protagonist ‘contains’ the island and its environs just as the text ‘contains’ a second authorial
voice. The ambiguities of the relationship between the protagonist and the island (his or her inner world)
map onto the space between the work’s two textual levels, which being of and about the protagonist align
with his or her inner and outer worlds. As such, first-person narration reinforces and enriches the encounter
between the protagonist and the island by reflecting the ambiguous spaces between them. Drawing on the
work of Bongie, Benitez-Rojo, Beer and Loxley, I will argue that it is in these ‘spaces of significance’ that the
protagonist is reconstituted, creating a new identity for the protagonist and perhaps for the island too.
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OC-068
O mundo insular caboverdiano: de Chiquinho a A Ilha Fantástica
Teresa Gil Mendes
Università degli Studi di Napoli “L’Orientale”, Dipartimento di Studi Letterari, Linguistici e Comparati, Itália.
E-mail: [email protected]
A produção literária caboverdiana foi desde sempre profundamente marcada pela sua insularidade e por
todas as problemáticas a ela inerentes, quer fossem relativas aos longos anos de seca, quer às improvisas
chuvas, quer à dependência das actividades no mar, quer ao chamamento que este exerce para novas terras
longínquas, quer ao isolamento cultural sofrido sobretudo durante o período colonial. Em várias obras de
narrativa encontra-se a maneira mais ou menos original, mais ou menos traumática que os habitantes dessas
ilhas escolhem para fugir às tantas situações penosas e conseguirem superá-las. Aqui pretendo examinar o
modo como a visão da relação ilha/mar/continente se altera, partindo de dois autores caboverdianos que se
podem considerar situados em dois polos da literatura de Cabo Verde. Com esta análise, tentarei mostrar
que há uma transformação radical da forma como a ilha e a sua relação com o continente é tratada, quer
com os claridosos, cujo objetivo era mostrar o estado de indigência em que o arquipélago grassava duante a
época colonial, quer com o escritor Germano Almeida, que a vê de um ponto de vista picaresco.
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Questões de imagologia
Questions of imagology
Questions d’imagologie
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OC-123
L’île ou la quête de la connaissance: roman et savoir dans Mardi de Melville
et L’Île mystérieuse de Jules Verne
Bernard Franco
Université Paris-Sorbonne, Centre de Recherches en Littérature Comparée, France.
E-mail: [email protected]
Les romans que sont Mardi et L’Île mystérieuse représentent une étape particulière dans le parcours de leurs
auteurs respectifs. Alors que Mardi introduit une rupture, entre les récits d’exploration et la pure fiction, après
les récits de voyage que sont Typee et Omoo, et avant le chef-d’œuvre romanesque de Melville que constitue
Moby Dick, L’Île mystérieuse de Melville tient aussi un statut particulier dans la production de Jules Verne. Il
se présente en effet à la fois comme une sorte de suite de Vingt mille lieues sous les mers et des Enfants du
capitaine Grant, et comme une robinsonnade, inspirée de l’œuvre de Defoe, mais aussi du Robinson suisse de
Johann David Wyss. Ces sources sont du reste revendiquées, aussi bien dans la correspondance de l’auteur
que dans le roman même.
Or, les deux romans présentent des caractères communs, à la fois par le mystère qui enveloppe l’île que par
sa signification. Melville, dans le parcours riche de signification symbolique (un mouvement vers le sud et
vers l’ouest, l’espace inconnu, en rejet du voyage vers le nord-est proposé au début par le Capitaine), fait
passer son narrateur d’îles connues, renvoyant à une connaissance ethnographique précise, à des îles
imaginaires, inscrivant son texte dans l’espace de la fiction. Pour sa part, Verne donne à l’île mystérieuse de
son intrigue le nom d’île Lincoln, et en fait le lieu qui représente la quête d’un savoir à la fois géographique,
biologique et scientifique.
Dans les deux cas, le roman oscille entre roman du savoir, de quelque nature qu’il soit, et roman d’aventure,
profondément inscrit dans un univers de fiction. Et ces romans de la connaissance associent l’île à la quête,
toujours insatisfaite, d’un savoir absolu, quête qui semble être le propre de l’homme.
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OC-088
Lusitânia, corpo e voz de uma imagem
Maria da Graça Gomes de Pina
Università degli Studi di Napoli “L’Orientale”, Dipartimento di Studi Letterari, Linguistici e Comparati, Itália.
E-mail: [email protected]
As ilhas não são só porções de terra rodeadas por mar. O espaço insular, que é a delimitação de um
elemento primordial in moto, pode também ser representado por um conflito interior, por um eu que se
contrapõe a um outro; ou ainda, por uma nação que se combate, combatendo por um espaço próprio.
A imagem que se recebe das ilhas distorce aquelas características, para se tornar um reflexo de outros
horizontes de significado. É precisamente sobre esse alargamento possível de significação que pretendemos
examinar o texto Comunicação (1959) de Natália Correia. Neste a denotação assume o carácter de
metaforização da palavra, isto é, a palavra ganha corpo e voz insulares por oposição ao continente
discursivo.
Assim, com esta reflexão desejamos mostrar que no texto de Natália Correia o confronto ‘ilhas/continente’
pode ser percebido através do jogo de oposições palavra/discurso em que se esta insere, como forma de
emissão de imagens e de sentidos que situam Portugal na sua história e o de-limitam na sua relação com os
outros.
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OC-118
Imagologia de uma ilha em transformação:
a Madeira de oitocentos e os seus visitantes
Marco Livramento
Doutorando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
E-mail: [email protected]
Tal como hoje, também no decorrer do século XIX, qualquer pessoa que visitasse a Madeira e dessa visita
pretendesse fazer uma descrição, não deixaria, certamente, de fazer referência às belezas naturais da Ilha,
mostrando o fascínio pelo desconhecido e enaltecendo a exuberância desta natureza sempre rica em água,
flores e frutos.
E ao longo desse século muitos foram os estrangeiros que, fazendo eco de um hábito cada vez mais comum,
ao regressarem ao seu país, publicaram as memórias ou o diário dessa viagem à Ilha que mais tarde viria a
ser designada de Pérola do Atlântico, mostrando as suas gentes, aflorando formas de pensar e de sentir,
descrevendo paisagens e habitações, pintando as listas de uma roupagem empobrecida e diferente,
referindo descidas e subidas de uma orografia agreste.
Ora, pretendemos, pois, neste breve apontamento, abordar alguns desses relatos, percebendo de que
maneira a construção de um quadro idílico foi ganhando forma, fazendo eco da tradição setecentista que
havia aflorado estes temas e que também descrevia aqueles que podemos considerar os primeiros 'lugares
emblemáticos' da 'Madeira turística'. Rabaçal, Curral das Freiras, Santo da Serra, Monte, Ribeiro Frio, ainda
sem grandes referências aos passeios a pé pelas levadas e veredas, emergem dos passeios de rede e a cavalo
e transformam-se em verdadeiras referências de uma imagem da Ilha que se constrói a partir do outro, numa
dialéctica exógena da construção da identidade dos madeirenses.
Embora possamos referir outros, de entre os muitos textos, daremos especial atenção ao de Bowdich
(Excursions in Madeira and Porto Santo, during the Autumn of 1823, while on his third voyage to Africa), ao
de Dix (A Winter in Madeira and a Summer in Spain and Florence), ao de Isabella de França (Journal of a visit
to Madeira and Portugal), ao de Penfold (Madeira, flowers, fruits and ferns), ao de Dyster (Madeira as a
Residence for Invalids), ao de Carlota de Bégica (Un hiver a Madère) e ao de Maximiliano de Habsburgo
(Memórias da minha vida).
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A dualidade ilha - Continente e o
discurso pós-colonialista
The duality island - Continent and the post-colonial discourse
La dualité île – Continent et le discours pos-colonialiste
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OC-108
Poétique de la transularité: Fatou Diome et la génération de la postcolonie
Valentina Tarquini
Sorbonne-Paris IV – Centre International d’Etudes Francophones (CIEF).
E-mail: [email protected]
Une réflexion sur les îles et continents dans les littératures dites "du sud" nous renvoie d’emblée à la question
de la place de ces mêmes littératures par rapport à l’institution littéraire basée dans le continent européen, à
savoir leur isolement. Parmi les écrivains de la dernière génération qui se considèrent eurafricains, tels que
Waberi, Mabanckou et bien d’autres, nous prendrons l’exemple de Fatou Diome tout en assurant une étude
comparée avec les autres romanciers.
Par un terme audacieux mais du moins efficace, la poétique de Diome peut se définir transulaire dans la
mesure où l’ancrage à sa terre natale, l’île de Niodior dans l’archipel de la Petite Côte au Sénégal, négocie
son droit d’exister avec la nécessité du départ vers d’autres rivages, en l’occurrence la France continentale.
Autrement dit, si Diome partage avec les « enfants de la postcolonie »1 le sentiment assumé d’appartenance
à une culture transcontinentale, il n’en demeure pas moins vrai que son style est profondément marqué par
la symbolique serer du Sine-Saloum. Sa propension pour l’écriture des espaces aquatiques se rattache aux
conditions de non-fixité et du devenir perpétuel. Aussi, ce n’est pas un hasard si elle emploi la sémantique
insulaire faite de binômes: contenant-contenu, phagocytant-phagocyté, enracinement-tangage, etc.
Le cas exemplaire de Diome nous sert de prétexte pour avancer une hypothèse d’ordre général à l’appui de
deux interprétations: d’abord, le langage tant dialectique que liquide et mouvant exprime le refus de la vision
simplifiée du monde. Ensuite, le système dialectique île-continent ne fait que reproduire le mécanisme étudié
par les postcolonialistes et par les sociologues de la littérature qui est celui du binôme désaxé, l’île étant un
bribe de la terre et le continent son expression plus triomphante. Enfin cette tension constitue le point
d’équilibre du processus de construction du soi; si bien que l’isolement littéraire consubstantiel au thème de
l’insularité peut devenir pour les écrivains de la génération de Diome un appel à affirmer avec plus de force
sa transculturalité identitaire.2
1
Abdourahman A. Waberi, «Les enfants de la postcolonie. Esquisse d’une nouvelle génération d’écrivains francophones d’Afrique noire»,
Notre Librairie, 135, sept/déc 1998, pp. 8-15.
2
Cf. Josias Semujanga, Dynamique des genres dans le roman africain. Éléments de poétique transculturelle, Paris, L’Harmattan, 1999.
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OC-094
Deslocamentos continentais e formação de ilhas
interiores em O Arquipélago da insónia
Tatiana Prevedello
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Letras, Departamento de Literaturas Portuguesa e Luso-Africanas, Brasil.
E-mail: [email protected]
A diversidade interdiscursiva articulada às representações fragmentárias da memória, à multiplicidade de
planos espaço-temporais e ao estilhaçar de alteridades constituem alguns dos recursos que estão a compor
a metáfora expressa no título do romance O arquipélogo da insônia, de autoria de António Lobo Antunes.
Um conjunto de incomunicáveis “ilhas interiores”, segregadas pela angústia, solidão, traumas, ruínas físicas e
existenciais, formam este arquipélago textual do qual emanam as vozes de sujeitos náufragos de si mesmos.
Ambientado em território continental, na região portuguesa do Alentejo, o texto engendra o discurso de três
gerações de uma família cuja atual decadência econômica paira sobre o antigo esplendor proveniente do
poder agrário. A opressão insular do “eu” estende-se à formação de arquipélagos aparentemente destituídos
de uma percepção coletiva, mas capazes de atingir a extensão continental ao explorar os caminhos tortuosos
que se adentram pelos problemas advindos do pós-colonialismo e na abordagem de fatos recentes da
história de Portugal, sobretudo após o período revolucionário. Na perspectiva do eixo de reflexão “A
dualidade ilha – continente e o discurso pós-colonialista”, nos propomos a investigar as possibilidades de
(re)construção ou (des)construção identitária de sujeitos ficcionais que, habitantes de um arquipélago insone,
testemunham tais transições históricas e políticas, além de representar, em suas incursões memorialísticas, o
deslocamento do individual para a coletividade.
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OC-079
A poética de Conceição Lima: Corpo das ilhas, braços do continente
Naduska Mário Palmeira
Ministério das Relações Exteriores do Brasil/Instituto Superior Politécnico de São Tomé e Príncipe, Departamento de Letras, Brasil/São
Tomé e Príncipe.
E-mail: [email protected]
Propõe-se neste trabalho um estudo sobre a dualidade ilha-continente e o discurso pós colonialista a partir da
(re)leitura das ilhas de São Tomé e Príncipe na poética de Conceição Lima, mais especificamente em seu
último livro, O país de Akendenguê (2011), em que a poetisa projeta a Terra sonhada como se, no corpo da
linguagem, o eu-lírico buscasse re-encontrar a sua própria casa, ou conciliar-se com a sua identidade e, ao
mesmo tempo, expandir-se para o continente, lançando braços agregadores dos valores insulares e
continentais.
A ideia de que “todos os mares explodem na varanda” começa a ser traçada na obra anterior, A dolorosa raiz
do micondó (2006), pois o eu-lírico, depois de se enveredar pelo útero da casa, começa a perscrutar as suas
próprias raízes, numa espécie de viagem empreendida intimamente, por um ser que se anuncia peregrino e
nômade, buscando a sustentação numa varanda, cujos pilares estão fincados na ilha-mãe, em que todos os
mares, finalmente, explodem.
É num contexto em que a arte literária revela a capacidade de construção de um sentimento de
pertencimento a uma “identidade nacional” que procuro investigar a questão da construção de tal identidade
no último trabalho de Conceição Lima, obra que pode ser lida como metáfora de construção identitária e de
agregação dos valores africanos, forjada no uso da linguagem, que é chão/concreta e, ao mesmo tempo,
ideia, num renascimento e reencontro confrontadores com a terra em que nasceu a poeta, cujo eu-lírico, na
maioria dos poemas, modela e (re)negocia certos sentidos outrora inquestionáveis, a fim de “narrar” uma
nação íntima, impregnada por São Tomé e Príncipe.
101
A insularidade/hipo-insularidade e as suas
consequências para a criação literária e artística
Insularity/hypo-insularity and its consequences for
literary and artistic creativity
L’insularité/ l’hypo-insularité et ses consequences
pour la création littéraire et artistique
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OC-003
L'insularité continentale: sémantique paysagère et construction identitaire dans les
épopées grecques hellénistiques et tardives
Andre Laury-Nuria
ENS de Lyon en Langues et Littératures anciennes, UMR 5189 HiSoMa, Lyon II et laboratoire junior CiTra ENS de Lyon, France.
E-mail: [email protected]
L'île est encore dans notre représentation actuelle, la figure spatiale à même de rendre compte de l'identité
territoriale de l'espace grec. Depuis la première représentation en littérature du monde grec, tel que l'épopée
homérique nous la présente, l'île est l'image condensée et analogique du monde tel que l'imaginaire grec
archaïque se l'est représenté (S. Vilatte). Mais elle n'est jamais restée tout à fait seule : face à elle, le continent
lui imposait le régime de continuité la condamnant définitivement au discontinu maritime et à l'isolement
spatial.
Pourtant, les conquêtes d'Alexandre le Grand ont apporté avec elles un profond changement de
représentation du monde qui, précisément se centre sur la découverte du continent asiatique. La littérature,
les arts visuels et la cartographie s'en font alors l'écho. On note en effet un phénomène intéressant dans nos
épopées hellénistiques et tardives (des Argonautiques d'Apollonios de Rhodes aux Dionysiaques de Nonnos
de Panopolis) qui font de l'île un vaste territoire malléable, un laboratoire d'expériences poétiques.
Comment comprendre en effet qu'au moment même où l'île ne peut plus servir de modèle analogique au
paysage du monde3, l'île gagne tant d'importance dans le processus de représentation et d'identification du
monde à l'époque hellénistique4? C'est qu'il faut voir qu'à défaut d'une opposition stérile, île et continent
entrent en résonance positive et se complètent dans des jeux mimétiques destinés à tisser le texte du monde
grec. Ainsi assistons-nous à l'émergence d'une «insularité continentale», portée par le phénomène
d'intertextualité et qui travaille en profondeur l'image du paysage pour jouer des codes et des identités
nouvelles afin de proposer une nouvelle formulation, une nouvelle carte du monde, à la période
hellénistique.
Notre propos, après une étude diachronique du statut de l'île dans les textes grecs, envisagera de montrer
comment îles et continent échangent leurs caractéristiques pour créer une union paysagère reconfigurant la
forme du monde selon l'identité nouvelle souhaitée par la période alexandrine.
3
L'île est en effet, dans la pensée grecque archaïque, la pièce maîtresse du rapport analogique à l'origine de la forme du monde qui
pose île, bouclier et monde comme solidaires ; c'est ce que Sylvie Vilatte a démontré dans son ouvrage, L'insularité dans la pensée
grecque, Paris, Les Belles, 1991.
4
Le changement de paradigme de représentation du monde fait l'objet de l'analyse de la première partie de notre thèse de doctorat,
Formes et fonctions du paysage dans l'épopée hellénistique et tardive, sous la direction de Christophe Cusset, ENS de Lyon, décembre
2012, qui vise à montrer comment on passe d'une île modèle de la forme du monde à la chlamyde (ou plus largement au tissu) – figure
du continent – à partir des conquêtes d'Alexandre le Grand.
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OC-054
Images et mots en archipel
Martine Suzanne Kunz1 & Philippe Enrico2
1
Université Fédérale du Ceará (UFC), Département de Lettres Étrangères, Programmes de maîtrise en Littérature Brésilienne et en
Histoire, Laboratoire d'Études de l'Oralité.
2
Artiste plasticien.
E-mail: [email protected], [email protected]
“Rêver des îles… c’est rêver qu’on repart à zéro, qu’on recrée, qu’on recommence.” L’idée de Deleuze5 leur
servira de guide — elle qui travaille avec les mots et la littérature et lui avec les images — pour créer un
monde ouvert où l’imagination pourrait se manifester comme une île surgie au beau milieu de l’immensité
marine.
Créer c’est faire du lien, entrecroiser divers horizons, redéfinir ses limites. Elle vit à Fortaleza, il vit à Belo
Horizonte. Du nordeste au sudeste brésilien, l’océan de terres qui les sépare trace à chaque correspondance
les nouveaux contours d’une longue amitié. Ils échangent divers signaux: une réflexion pour une image
postée, un recadrage pour une parole donnée.
Le rendez-vous de Madère les attire pour être aussi le lieu hétérotopique des constructions identitaires
passées, en cours et à venir, l’horizon possible de leur réflexion imagée sur la dimension métaphorique de
l’île, sa force poétique. Ce qu’ils espèrent énoncer, montrer, en révélant un archipel de 36 îlots à se partager,
à parcourir, à méditer. Images et textes à la fois, textes et images en 36 fois…
5
DELEUZE, Gilles. Causes et raisons des îles désertes. In : L’île déserte et autres textes. Paris : Les Éditions de Minuit, 2002. p. 12.
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OC-020
Les romans malgaches et comoriens: insularité ou hypo-insularité?
Cynthia Volanosy Parfait
Université d’Antsiranana, Madagascar.
E-mail: [email protected]
Les auteurs analyseront le concept d’insularité à travers quelques romans malgaches et comoriens. Il s’agira
d’abord de définir les concepts d’insularité et d’hypo-insularité afin de les appliquer à Za (2008) de Jean-Luc
Raharimanana, Géotropiques (2010) de Johary Ravaloson, La République des imberbes (1985), Le Kafir du
Karthala (1992) de Mohamed A. Toihiri, Le Bal des mercenaires (2004) d’Aboubacar Saïd Salim. L’insularité a
des effets sur la thématique des auteurs des îles, mais aussi sur les aspects stylistiques. Za et Géotropiques,
s’affranchissent de la bipolarisation, l’île face à la culture colonisatrice marquant les littératures insulaires. Ces
romans malgaches gardent un fort ancrage à l’île natale tout en cherchant leur place dans la République
Mondiale des Lettres.Dans les deux littératures, comorienne et malgache, l’île est entourée de l’Océan Indien.
La mer peut être vue en tant qu’élément d’union ou de séparation. Il s’agira de porter un regard analytique
sur la manière dont la mer et l'océan sont (re)présentés dans les romans étudiés. Si la mer, en tant
qu’enfermement, serait à l’origine du cri zézayé de Raharimanana, cri dédoublé par le statut d’écrivain
mineur, la traversée de celle-ci aurait permis l’écriture chez Johary Ravaloson.
La mer est une passerelle qui permet le trajet des personnages désirant retrouver les leurs. Ils y parviennent
ou échouent, par l’aventure politique et l’escroquerie des plus inassouvis, pour avaler les corps et les espoirs.
Mais le cimetière n’est pas seulement marin, des hommes armés viennent par la mer pour tuer et asseoir leur
volonté. Une expression d’ambivalence se dégage de cette source naturelle incommensurable, telle qu’elle
est peinte dans le roman comorien.
Dans notre conclusion, nous tâcherons de voir si l’insularité est suffisante comme concept pour délimiter la
production littéraire malgache et comorienne des littératures continentales après avoir identifié la mer et
l’océan comme marqueur de différence.
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OC-086
The Renaissance Isolario and Europe’s Eastern Boundaries
Katharina Piechocki
Assistant Professor in the Department of Comparative Literature at Harvard University.
E-mail: [email protected]
The fifteenth and early sixteenth centuries mark the emergence of a new genre, the Isolario. More than real,
physical, places the Isolario imagines islands as abstract placeholders for something else: here, islands mark
the significant transition toward the imagery of bounded political territories in which a sovereign has control
over a unified space or enclosed territory. While the Isolario has been the object of several studies in the past
years, little - if no - attention has been paid to its impact in Eastern Europe. In this paper, I argue that the
Isolario was not only well known to Eastern European humanists, but that the latter used it as a tool to define
Europe’s Eastern boundaries. A particularly relevant example is Polish humanist Maciej Miechowita’s Tractatus
de duabus Sarmatiis (1517), a sixteenth-century “best seller,” that cartographers such as Sebastian Münster
subsequently used to map Eastern Europe. The Tractatus discloses a curious awareness of insular imaginary.
The example of the Crimean Peninsula, the peninsula situated on the Northern shores of the Black Sea which
the ancients referred to as “Thaurica Chersonesus,” is paradigmatic in this regard: geographically, the
“Chersonesus” is situated close to the mouth of the river Tanais, exactly at the intersection between Asia and
Europe. Miechowita is the only Renaissance writer, who refers to this peninsula as an island (insula). In doing
so, he not only chronicles, as I show in this paper, the transitory moment of the island from space to place
epitomizing the transitional moment of the insular imagery from the Middle Ages to the Renaissance period,
but also significantly shapes the humanists’ vision of Europe’s Eastern limits.
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OC-106
“The secret of the World”: Bolaño's “islands” of proper names
Cory Stockwell
Bilkent University, Program in Cultures, Civilizations and Ideas, Turkey.
E-mail: [email protected]
In the fourth part of 2666, a fictional account of the systematic murder of women in the Mexican border city
of Ciudad Juárez, Roberto Bolaño begins to obsessively list the names of dead women. These proper names
are islands of sorts: while in a way, they are woven seamlessly into the space that surrounds them (the text),
they are at the same time unique, belonging to a qualitatively different order, standing absolutely and
terrifyingly on their own. How are we to make sense of the names of these women, in which, Bolaño asserts,
“the secret of the world is hidden”? Drawing upon the work of Pseudo-Dionysius, Borges, and Werner
Hamacher, this paper inquires into the status of these names. Do they function, in the words of Dionysius, as
“divine names”? And if this is the case – if they can be said to attain a special status among all the words that
surround them – then what are the political ramifications of this? What secret resistance do these proper
names transmit, resistance to a violence that is all the more shocking in that it is completely mundane?
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OC-002
A transformação do lugar: retratos da Madeira nos séculos XIX e XX
Ana Isabel Moniz1, Ana Margarida Falcão2 & Isabel Santa Clara3
1
Universidade da Madeira, Centro de Competência de Artes e Humanidades e Centro de Estudos Comparatistas. Portugal.
2
Universidade da Madeira, Centro de Competência de Artes e Humanidades. Portugal.
3
Universidade da Madeira, Centro de Competência de Artes e Humanidades e Instituto de História de Arte da Universidade de Lisboa.
Portugal.
E-mail: [email protected]
A Ilha da Madeira foi, desde a sua descoberta e povoamento, um ponto de passagem estratégico para a
navegação e um importante centro de comércio, primeiramente do açúcar e, depois, do vinho. Desde o
século XIX, a ilha tornou-se um destino turístico e terapêutico privilegiado. Ao longo do tempo, muitas foram
as personalidades que por lá passaram, deixando as suas impressões em textos literários: romances, cartas,
diários, memórias ou crónicas.
Entre os escritores que visistaram a Madeira, entre 1925 a 1935, escolhemos, pela sua perspicácia e espírito
crítico em relação aos lugares e às gentes, três olhares diferentes: Raul Brandão (1867-1930), que visitou a
Madeira em 1924; Ferreira de Castro (1898-1974), que para lá se deslocou várias vezes, a primeira em 1932;
Luzia (1875-1945), pseudónimo de Luisa Grande da Câmara Lomelino, que passou na Ilha longos períodos,
entre 1896 e a sua morte, em 1945.
O corpus será constituído pelo último capítulo de As Ilhas Desconhecidas, 1926, de Raul Brandão, intitulado
“Visão da Madeira”; por excertos de Eternidade, 1933, de Ferreira de Castro; por uma selecção de textos de
Luzia, cujas cartas e reflexões sobre a sua estadia foram recolhidas em Cartas do Campo e da Cidade,1923, e
Almas e Terras Onde eu Passei, 1936.
Estes escritores registaram, nas suas obras, descrições, impressões e críticas nascidas das suas experiências
na Madeira, tanto no que diz respeito a aspectos culturais como sociais e políticos, entre outros, e que
ultrapassam largamente a visão turística associada à paisagem rural e citadina. Se Raul Brandão escreve uma
narrativa de viagem, Ferreira de Castro, por sua vez, introduz as suas reflexões num romance, enquanto os
textos de Luzia são de índole epistolar e memorialística, testemunhando pontos de vista diferentes em
géneros literários diversos.
Depois de uma breve análise do corpus, propomo-nos confrontá-lo com referências encontradas em outros
documentos: jornais de bordo, documentos comerciais e, sobretudo, fotografias e outras imagens de época.
Este confronto, intertextual e inter-artes, permitir-nos-á avaliar o peso dos factos documentais que
impregnam a ficção literária aqui mencionada e reflectir sobre o papel do testemunho factual e histórico em
contextos diversos.
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PAINÉIS TEMÁTICOS
THEMATIC PANELS
PANELS THÉMATIQUES
O webmuseu Agustina Bessa-Luís:
Abordagens insulares
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OC-076
“Eu fiz a Electra” (Party Garden-Party nos Açores de Agustina Bessa Luís)
Isabel Ponce de Leão
Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL, Portugal.
E-mail: [email protected]
Em Party não há, de facto, matricídios, mas há um caracter inquebrantável na luminosidade de uma mulher
impulsiva e determinada que, calando emoções, impõe uma convicta racionalidade. Refiro-me a Irene, a que
fez Electra, onde “O ódio era puro como cristal”. A imagem de Irene é a de muitas das mulheres de Agustina,
conhecedoras que são do seu poder persuasivo face à fragilidade humana. A diferença estará na
determinação e no arrojo com que desvenda o seu sentido feminino. Nela, caridade e dedicação são formas
do desespero que demanda a felicidade. A perfídia emerge e submerge em função dos apelos racionais.
Cumplicidades e traições reconstroem uma história de liberdade num discurso em volta do amor. Com ironia,
com sarcasmo, com a certeza da complexidade das relações humanas. Depois tudo se passa em S. Miguel
onde “fugir se chama emigrar”. O mar, enquanto símbolo da dinâmica da vida, evidencia um clima
ambivalente de incertezas, dúvidas e indecisões. Electra resolvê-las-á. Não a cruel Electra de Eurípedes, mas a
racional de Agustina, sem recurso ao crime hediondo ou ao complexo edipiano.
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OC-078
Musealização de quadros insulares de Agustina Bessa-Luís
Sérgio Lira
Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL, Portugal.
E-mail: [email protected]
Nesta comunicação tomaremos por base algum do trabalho que membros da equipa de investigação do
projecto Museu Agustina Bessa-Luís têm desenvolvido e que se vertem em quatro comunicações
apresentadas nesta mesa. Nelas há significativos elementos comuns: o papel e as feições do feminino, a
insularidade (ou alguma forma de isolamento, geográfico ou interior), ou quadro político e histórico que
Agustina usa para desenhar os seus cenários. Tais elementos quadram com algumas das áreas museológicas
definidas para o projecto do Museu (entre outras: Épocas e Personagens, Mulheres (e Homens), Perfídia, Sons
da Vida) pelo que se ensaia neste texto a musealização correspondente. São partes, apenas partes, de um
todo mais vasto que se vai desenhando paulatinamente à medida que a investigação avança – mas são
partes fundamentais para estas áreas expositivas, uma vez que revelam aspectos essenciais da obra de
Agustina.
OC-075
A Corte do Norte: da sinopse ao plano
Eduardo Paz Barroso
FCHS - Universidade Fernando Pessoa e LabCom Universidade da Beira Interior, Portugal.
E-mail: [email protected]
"Era uma rainha e eu servia-a, não por amor, mas porque ela assim o desejava. Deus nos livre dos
desejos de uma mulher!" (Agustina Bessa-Luís).
O presente texto analisa questões de adaptação e de transposição do discurso literário para o discurso
fílmico tomando por objecto o romance de Agustina A Corte do Norte e o filme com o mesmo título de João
Botelho. A análise crítica do filme e a sua inscrição na obra do realizador, o espaço literário definido no
romance e as suas possibilidades plásticas e visuais, o estatuto simbólico da mulher na obra da escritora e a
sua transposição para a linguagem cinematográfica, constituem os principais tópicos a desenvolver neste
texto.
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OC-077
Visões da História: o passado e o presente dos Açores em Agustina Bessa Luís
Maria do Carmo Pinheiro Silva Cardoso Mendes
Universidade do Minho, Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos, Instituto de Letras e Ciências Humanas, Portugal.
E-mail: [email protected]
A revisitação de episódios marcantes da História de Portugal é frequente na obra literária de Agustina Bessa
Luís. No romance publicado em 1994, O Concerto dos Flamengos, a escritora converte um episódio musical –
um concerto realizado num palácio de Ponta Delgada – em pretexto para um diálogo com o passado e o
presente do arquipélago açoriano.
Os propósitos principais desta comunicação são: 1) identificar a ligação de personagens do romance com
aquelas que iniciaram a colonização dos Açores; 2) explicitar os vínculos entre a personagem principal, Ana
Luísa Baena, e diversas personagens históricas, com destaque para Isabel de Portugal; 3) reconhecer os mais
relevantes intertextos do romance (musicais, pictóricos e literários); 4) reconstituir a História do arquipélago,
desde a colonização iniciada por flamengos até à contemporaneidade; 5) comentar a visão da narradora
sobre elementos que definem a identidade dos Açores (mental, geográfica e paisagística); 6) determinar as
continuidades e as ruturas entre o passado e o presente; 7) evidenciar de que modo o retorno ao passado
permite a superação de angústias e conflitos do presente; 8) clarificar a dimensão pós-moderna do romance,
na apresentação de múltiplas visões da História, que ora se chocam, ora se complementam.
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OC-074
Entornos políticos sobre insularidade e literatura:
Anotações sobre 'A Corte do Norte'
Cláudia Toriz Ramos
Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, CLEPUL, Portugal.
E-mail: [email protected]
Por comparação com o discurso político, o discurso literário flúi, livre das contingências factuais da realidade
histórica. Todavia, é justamente na literatura 'nacional' que se encontram muitos dos ancoradouros da
identidade colectiva e porventura algumas das suas referências geniais. Na obra em apreço, a iteração por
lugares e tempos do identitário - a saudade, a periferia, o mar, a própria língua portuguesa na mestria do seu
uso - permitem colocar a questão, em aberto, do papel da produção literária, da escritora e da cultura de
uma forma mais geral, na construção das comunidades políticas contemporâneas.
118
Islands and Continents:
Hong Kong and the World
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
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OC-099
Farewell to the sublime? Post-monumental landscapes in the
poetry of Leung Ping-kwan and Xi Chuan
Andrea Riemenschnitter
University of Zurich, Asia Orient Institute, Switzerland.
E-mail: [email protected]
The sublime has been a predominate concept of aesthetic theory in Western art and philosophy, receiving its
more explicit formulation in early eighteenth century philosophy. It indicates the quality of greatness,
whether physical, moral, intellectual, metaphysical, aesthetic, spiritual or artistic. The term especially refers to
a greatness beyond all possibility of calculation, measurement or imitation. From t he first study of the value
of the sublime is the treatise ascribed to Longinus On the Sublime (Peri hupsous), a document that has been
thought to have been written as early as the first century A.D., but was first published in 1554 to Lyotard's
postmodern reprise, this aesthetic category rose to become the founding principle of modernism, whether in
capitalist or socialist contexts. After the recent breakdown of this political distinction under a global regime
of capitalist consumerism, some avant-garde poets have begun to raise doubts and look for alternatives,
broaching premodern poetic traditions as well as the paradoxes and ironies of contemporary life. In the
insular poetic landscapes of Leung Ping-kwan (Hong Kong) and Xi Chuan (Beijing) two different ways to
come to terms with the various legacies of western modernity can be traced: an attitude of dialogic,
contemplative inclusion of the disparate in a poetics of the everyday on the one hand, and the distant,
puzzled observation of unruly, oxymoronic entanglements on the other. In this paper I will explore the poetic
image-traffic between islands and continents through a comparative analysis of these two sinophone poets'
post-monumental landscapes.
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OC-097
Bildungsroman in Hong Kong literature of the 1960s and 1970s:
A study of Leung Ping Kwan’s literary work
Mary Wong Shuk Han
Lingnan University, Chinese Department, Hong Kong.
E-mail: [email protected]
As a result of the political instability of mainland China in the 1940s, millions of mainland Chinese fled to
Hong Kong for shelter. In 1940, the population of Hong Kong was estimated at 1.86 million. It drastically
increased to 2.06 million in 1950. At the end of the 1950s, the population had increased to 3,023,300. The
millions of newcomers, Chinese from different provinces were crammed into a small piece of land. Major
novels of the 1950s addressed the lives of these immigrants, such as Cao Juren’s (1900-72) The Hotel (1952),
Lu Lun’s (1911-88) Poverty Lane (1952), and Zhao Zifan’s (1924-86) Struggle of Humanism (1953). The term
“refugee literature” is used to describe the literature of this generation. I regard their journey from mainland
China to Hong Kong as a journey of growth, and have examined the literature produced by these authors
from the point of view of the Bildungsroman, as novels of formation. In this paper, I continue to study the
Bildungsroman of Hong Kong literature during the 1960s and 1970s, with special attention on Leung Ping
Kwan (pen name Yesi, 1949-). He is regarded as belonging to the first generation of local Hong Kong writers
following the migrant generation of the 1950s. Yesi, and his generation of writers grew up and were
educated in Hong Kong. Quite different from their previous generation, they could adapt to the colonial city,
yet they also encountered their own difficulties. In what ways is the Bildungsroman of the 1960s and 1970s
different from its predecessors? How do the respective authors try to build an identity of themselves while
redefining the relationship of Hong Kong culture with mainland China and the West? This paper examines
major stories from the two Cold War decades.
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OC-098
Street riots, domestic space, and the contours
of sinophone Cold War modernism
Shuang Shen
Penn State University, United States of America.
E-mail: [email protected]
The contours of China modernism in the twentieth century are much more difficult to trace when we begin to
consider the transportability and mutual implication of ideas of “China” and “modernism,” that is, paying
attention to what Eric Hayot calls “modernisms’ Chinas.” In this latter formulation, “China” does not just refer
to a passive receptacle of something called “modernism.” In fact, it is not even necessarily an index of
location, but can be an imaginary construction reflected in and refracted by modernisms that may have
nothing to do with the actual China or Chinese. “Modernisms’ Chinas” is thus a historical construction, which
when read in conjunction with Shu-mei Shih’s discussion of “Sinophone articulation,” provides an interesting
lens to Cold War modernism’s uneven global passage and “regional imperative” (Margaret Hillenbrand) in
Chinese-speaking territories outside mainland China. My talk will consider Cold War modernism as a regional
formation with Hong Kong as a nodal point of connection. Using Ma Lang’s short story “The Streets under
the Sun” (Taiyang xia de Jie, “Streets” hereafter), written in October 1956 and published in the November
issue of New Currents in the same year, as a focal point, I will discuss how the story’s depiction of a historical
street riot between the pro-Beijing and pro-Taipei forces reflects modernism’s implication in Cold War
geopolitics reflected on the multiple scales of the street, the region, and the globe. I will further anchor this
modernist articulation in historical terms by considering the story’s articulation of postwar and “postrevolutionary” consciousness. This historical positioning of Cold War modernism allows me to see the
connections between this story and other modernist works of the same period, mainly Bai Xianyong’s “Hong
Kong, 1960” and the modernist creative works and translations published in the Nanyang magazine Jiao Feng
or Palm Winds. A central argument of my talk is that Cold War modernist regionalism allows us to gain a
better understanding of modernism as a translocal formation interacting in complex ways with global
geopolitical forces.
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Islands and Identities: Natural,
Narrative, and National
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OC-065
Performing islandness
Mary McDonald-Rissanen
University of Tampere. 33014 Tampere. Finland.
E-mail: [email protected]
In her article “… some distance to go”: A Critical Survey of Island Studies, Lisa Fletcher presents the idea of
“performative geographies” as an approach to “studying the island as a space of cultural production which
privileges neither geography nor literature (in their narrow senses) but insists on their connectedness.” (19)
Based on women’s unpublished diaries from 19th and 20th century Prince Edward Island (Canada) I will review
the performative features in women’s life writing and what such texts can tell us about ‘Islandness.’
Juxtaposed with other PEI cultural artefacts – stories, songs, and images – the autobiographical
representations of ordinary Island women enhance and illustrate the performative aspects of Island life.
This paper will begin by illustrating how Prince Edward Island’s most famous woman writer Lucy Maud
Montgomery recorded her sojourns in nature in her diary and consequently how her journals can be read as
performative geographies extraodinaires.
Fletcher, Lisa. http://www.islandstudies.ca/sites/islandstudies.ca/files/NLR-Fletcher2011.pdf
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
OC-057
The isle in the forest. The motif of the island in Finnish
literature and national identity
Toni Lahtinen
University of Eastern. Finland.
E-mail: [email protected]
Aleksis Kivi (1834–1872) is the national author of Finland, whose novel Seven Brothers (1870, Seitsemän
veljestä) is still regarded as the most important work in the Finnish canon. Although the Finnish National
Romantic critics disapproved of Kivi’s work, Seven Brothers has profoundly shaped the Finnish literary
tradition and national identity ever since. The novel tells a story of brothers who escape the agrarian society
into the wilderness where they plan to build a world of their own. The getaway to the wild represents a
Cervantesque journey which also seems to carnivalize the genre of Robinsonades. Kivi’s characters thus
describe themselves as castaways and compare their new home to “a steep isle” in the forest. The brothers
turn out to be poor substitutes for Robinson Crusoe, however, as they fail to tame the nature according to
their adopted Christian ideology. The brothers’ tendency to misunderstand and misquote the Bible is one of
the sources of the novel’s rich comedy.
In the novel, the “isle” represents a romantic mirage which holds a promise of happiness and freedom for the
protagonists: there will be no sin, hatred, disagreements nor persecution. This utopian motif of the island
occurs throughout Kivi’s writings. The author associates the motif with the idea of the mythological Bird’s
Nest, the intersection of the earth and the sky where birds fly to rest. In my ecocritical reading of the novel I
will focus on the island-motif as a part of a carnivalized utopia. My analysis also concerns itself with the
national identity of the Finns as citizens of a safe and peaceful nation, a cultural image which has in part been
created by Kivi’s classic novel. Especially in the recent years phenomena such as globalization, ecological
problems and economical crisis in the EU have challenged the national self-image of Finland as an isolated
island far away from the evil world.
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5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
OC-058
“That’s where we’re going to live and lead a wonderful life, full of troubles”
Identity, Gender and Islands in Tove Jansson’s Moomin Series
Maria Laakso
University of Eastern Finland.
E-mail: [email protected]
Tove Jansson (1914–2001), a Finnish author, painter and illustrator, has written several novels and short
stories for adults, but she is definitely best known for her Moomin series for children. These novels and comic
books have been translated into more than 40 languages and they have achieved wider international success
and recognition than any other work of Finnish fiction. As a child Jansson spent her summers in a family
cottage on a small island, and also later in her life she often escaped from the public world to a barren island
on the Gulf of Finland, where she stayed with her female partner, artist Tuulikki Pietilä. It is not surprising that
islands, real and imagined, are recurrent milieus and motifs in Jansson’s fiction – and that these depictions
often deal with themes of identity and gender with deeply personal undertones.
In my paper I will discuss the issues of identity, gender stereotypes and intertextuality in Jansson’s modern
Robinsonades. I will focus on the novels’ ironic play which re-evaluates the traditional concept of wilderness
as a masculine space. In the Moomin series islands comprise a particularly important topos. The earlier island
stories are filled with pictures of picnics and adventures, but as the Moomin saga develops the islands turn
into more metaphoric spaces with complex meanings and rich symbolism, and they are not without darker
shades. In Jansson’s stories islands function as closed microcosms inside which their inhabitants respond to
their isolation, which in turn changes the nature and personality of the characters. The island-motif is
characteristically connected to the masculinity crisis of Moominpappa, the head of the troll family. In the
Moominpappa's Memoirs (1950) the protagonist sees his story of manhood as an epic odyssey, whereas
Moominpappa and the Sea (1965) alludes to the arch-masculinist Ernest Hemingway’s modern classic The Old
Man and the Sea (1952). Both Moomin stories re-write the literary tradition of Robinsonades, where the wild
nature of the island allows the male protagonist to regain his masculinity after he has been emasculated by
the feminizing tendencies of civilization.
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ÍNDICE DE AUTORES
AUTHORS INDEX
LISTE DES AUTEURS
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
132
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
A
Aino Mäkikalli.............................................................................................. 18
Alberto Pérez Camarma .......................................................................... 62
Aldinida Medeiros ...................................................................................... 29
F
Fatima Seddaoui ......................................................................................... 60
Florence Godeau ......................................................................................... 79
Aleš Vaupotič ............................................................................................... 52
Alessandra Stazzone ................................................................................. 71
Alice Atsuko Matsuda ............................................................................... 55
Ana Cristina Joaquim ............................................................................... 42
Ana Isabel Moniz ..................................................................................... 110
Ana Margarida Falcão ........................................................................... 110
Andre Laury-Nuria.................................................................................. 105
Andrea Riemenschnitter ....................................................................... 121
I
Inês Tadeu Gonçalves ............................................................................... 20
Iosefina Blazsani-Batto............................................................................. 35
Isabel Nena Patim...................................................................................... 45
Isabel Ponce de Leão .............................................................................. 115
Isabel Santa Clara ................................................................................... 110
Anneli Kõvamees ........................................................................................ 82
Antonio Augusto Nery .............................................................................. 40
Audrey Debibakas ...................................................................................... 23
Aušra Jurgutienė ......................................................................................... 74
B
Barbara Gori ................................................................................................ 63
Barney Samson ........................................................................................... 88
Beatrice Nickel ............................................................................................ 72
J
Jaqueline Koehler ....................................................................................... 32
Jean-claude Laborie .................................................................................. 80
Joaquim Pinheiro........................................................................................ 76
Jobst Welge................................................................................................... 86
Johannes Riquet .......................................................................................... 36
José Cândido de Oliveira Martins ......................................................... 26
José Manuel Ventura ................................................................................. 27
Belinda Rodríguez Arrocha ..................................................................... 68
Ben Aissa Mouna ........................................................................................ 67
Benedito José de Araújo Veiga .............................................................. 61
Bernard Franco............................................................................................ 93
Brigitte Le Juez ............................................................................................ 21
K
Kaisa Ilmonen .............................................................................................. 18
Katharina Piechocki................................................................................ 108
Brita Melts ..................................................................................................... 83
L
C
Leena Kurvet-Käosaar .............................................................................. 19
Caio Gagliardi ............................................................................................. 25
Lucia Maria Paschoal Guimarães ......................................................... 49
Camila Pierobon ......................................................................................... 57
Lusa Ponte .................................................................................................... 56
Carmen Ponte ............................................................................................. 31
Carmen Popescu......................................................................................... 44
Christine Berberich .................................................................................... 69
Cláudia Toriz Ramos .............................................................................. 118
Cory Stockwell .......................................................................................... 109
Cristina Santos Pinheiro .......................................................................... 76
Cynthia Volanosy Parfait...................................................................... 107
D
Daniela Bombara ....................................................................................... 73
Diana Nikolova ........................................................................................... 84
E
Edna da Silva Polese ................................................................................. 30
Eduardo Paz Barroso .............................................................................. 116
M
Manuel Ferro ................................................................................................ 48
Marco Livramento ...................................................................................... 95
Maria Aparecida Ribeiro .......................................................................... 47
Maria Cristina Cardoso Ribas ................................................................ 41
Maria da Graça Gomes de Pina ............................................................ 94
Maria do Carmo Pinheiro Silva Cardoso Mendes ........................ 117
Maria José Moura Ventura ...................................................................... 28
Maria Laakso............................................................................................. 129
Maria Luísa Leal .......................................................................................... 50
Martine Suzanne Kunz .......................................................................... 106
Mary McDonald-Rissanen .................................................................... 127
Mary Wong Shuk Han ........................................................................... 122
Masayuki Tsuda .......................................................................................... 81
Mersiha Ismajloska .................................................................................... 46
Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira .......................................... 55
Elias J. Torres Feijó ..................................................................................... 11
Emilia Di Rocco ........................................................................................... 37
N
Naduska Mário Palmeira ...................................................................... 101
Narvika Bovcon ........................................................................................... 52
Nijolė Kaselioniene .................................................................................... 59
133
5º COLÓQUIO INTERNACIONAL REELC | 5th INTERNATIONAL CONGRESS REELC | 5ÈME COLLOQUE INTERNATIONAL
Nina Shiel ..................................................................................................... 38
Svetlana Kalezic-Radonjic ....................................................................... 85
O
T
Olga Springer .............................................................................................. 87
Tatiana Prevedello .................................................................................. 100
Omar Mokdad Jemni ................................................................................ 58
Teresa Gil Mendes ...................................................................................... 89
Toni Lahtinen ............................................................................................ 128
P
Paola Carmagnani..................................................................................... 70
V
Patrick Parrinder ........................................................................................ 75
Valentina Tarquini ..................................................................................... 99
Peggy Karpouzou ....................................................................................... 51
Vladimir Martinovski ................................................................................. 43
Philippe Enrico.......................................................................................... 106
R
W
Walter Geerts ............................................................................................... 17
Rodrigo Ielpo ................................................................................................ 39
S
Sérgio Lira .................................................................................................. 116
Shuang Shen ............................................................................................. 123
Sonia Dosoruth ........................................................................................... 22
134
Z
Ziolko Caroline ............................................................................................ 24
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