RESUMO ALARGADO
“ACESSIBILIDADE E REVITALIZAÇÃO EM CENTROS HISTÓRICOS”
A presente dissertação aborda o tema da acessibilidade pedonal em espaços públicos e a forma
como a sua melhoria ou transformação contribui para a revitalização de centros históricos de cota
variável e qualificação da cidade.
O principal objectivo é testar as opções tomadas a nível de acessibilidade numa proposta concreta
de intervenção projectada para o centro histórico de Lisboa. Essas opções são sustentadas por:
1. uma base teórica;
2. um levantamento de diferentes tipologias de intervenção arquitectónica e urbanística;
3. um conjunto de casos de estudo de intervenções de revitalização através da acessibilidade
em centros históricos;
4. um estudo aprofundado do percurso da proposta de intervenção projectada em fase de
estudo prévio;
5. uma comparação da proposta de intervenção com os casos de estudo.
1)
Num primeiro ponto são definidos diversos conceitos relacionados com a
acessibilidade pedonal, com a dimensão espacio-temporal da sociedade e, no âmbito da
intervenção em tecido urbano consolidado e património, são também definidos conceitos
enunciados nas diferentes doutrinas, teorias, cartas e convenções internacionais,
Procura-se, com esta pesquisa, estabelecer um postulado das opções que são necessárias tomar
para fazer reviver a cidade e o seu centro-histórico. É abordada a temática do espaço público não
planeado e os consequentes constrangimentos de deslocação e acessibilidade pedonal, derivado da
existência de diversas barreiras arquitectónicas e urbanísticas, as quais tornam inacessível o meio
físico envolvente a pessoas com capacidade de mobilidade reduzida, acentuando a discriminação e
a exclusão social. Com vista à integração social dessas pessoas, assim como à melhoria da
qualidade de vida de todos os cidadãos em geral, há que procurar minimizar os obstáculos dos
percursos pedonais. É, então, definido o conceito de “desenho para todos” (CUD, Center for
Universal Design) e são também exploradas as vantagens das áreas pedonalizadas. Admite-se qu,
para fazer reviver o centro histórico da cidade, é necessária uma melhoria ou criação da
acessibilidade pedonal, aliada a uma intervenção no espaço público.
Observa-se, por outro lado, que a acessibilidade, só por si, não chega para caracterizar o
problema abordado nesta tese, ou para ser ancoragem de soluções, e que é necessário
complementá-la com outras questões fundamentais, nomeadamente com a dimensão
1
espacio-temporal da sociedade. De facto, como conjugar as exigências do momento e da
sociedade, que se traduzem num acelerar progressivo do tempo, com uma vivência que nos
permita o usufruto do local em que vivemos? Deparamo-nos com um tempo que ultrapassa o
próprio tempo, o qual deixamos de conseguir controlar. Que vivência do tempo é esta, que
se torna obsessiva e nos impede de desfrutar a cidade?
Relacionado com a temática da compressão do espaço-tempo, foram analisados os trabalhos de
diversos, tais como Edward Hall, Manuel Castells, Marc Augé e Renato M. Carmo. Hall define o
conceito de tempo monocrónico, de raízes anglo-saxónicas, associado à obsessão da vontade de
querer “fazer render” o tempo, conceito esse que se contrapõe ao do tempo policrónico, de raízes
mediterrânicas e latinas, e que assenta num forte envolvimento entre as pessoas e na sua relação
com o espaço público, existindo lugar para a tolerância e para a espera.
Com Renato Miguel Carmo, por outro lado, é a intensificação da mobilidade espacial, a
precariedade, a constante postura de instabilidade associada à imprevisibilidade do acto
(característica do tempo fragmentado) que impossibilita um forte enraizamento nos lugares do
quotidiano (o local de trabalho, o bairro de residência), passando estes a ser vividos como algo
provisório. Para este autor, que cita Castells, a emergência da sociedade em rede ou sociedade
pós-moderna, determinada pelos fluxos de informação e comunicação que se movimentam no
espaço, em articulação com o crescimento de uma realidade virtual, confronta-se com a sociedade
tradicional e com a vivência do espaço público.
Esta crescente globalização, que promove o efémero e o provisório, define-se com Auge como pósmodernidade (ou sobremodernidade), e acontece em espaços com objectivos bem definidos, tais
como espaços de transporte, trânsito, comércio e lazer. São estes, espaços definidos como “não
lugares”, que não existem sem horários nem sem tabelas, onde reina a superabundância espacial, a
actualidade e a urgência do momento presente. São os espaços da pós-modernidade, que se
multiplicam na cidade que perde qualidades e que dão lugar ao urbano sem qualidade. Surgem por
oposição aos “lugares”, os quais se definem como sendo identitários, relacionais, históricos ou
simbolizados. O “lugar” é assim definido como um espaço capaz de produzir o social orgânico,
dotado de algo de comum e de identificável, em cuja definição se insere(m) o(s) bairro(s).
Nos espaços pós-modernos, as vivências citadinas são reinventadas em confortáveis simulações
que tentam recriar um “mundo perfeito”, onde o lazer e o consumo se tornam cada vez mais em
formas indistintas de ocupar os tempos livres. São recriadas ruas e praças, em que o citadino não
tem lugar e em que a vivência acaba com a diferença tão característica da vida da cidade. O nãolugar cada vez mais atrai as pessoas, por oposição ao tradicional espaço público de vivência das
cidades. Para Cullen, um dos grandes desafios com que nos defrontamos neste início de século é o
de conciliar, de uma forma harmoniosa, a aceleração do progresso com a noção de escala humana.
O Homem sente a necessidade de se identificar com o local em que se encontra. Esse sentimento
2
de pertença encontra-se ligado à percepção de todo o espaço circundante e às interacções sociais.
Este autor e Kevin Lynch estudam essa relação do indivíduo com o seu espaço envolvente, dando
especial importância à cidade e ao meio urbano, contribuindo desta forma para um maior
desenvolvimento e especialização do estudo da temática do “espaco-tempo”.
Neste enquadramento, para fazer reviver a cidade e o seu centro-histórico é necessário manter as
características funcionais da sua condição central (Álvaro Domingues): a atractividade; um
policentrismo aliado a uma boa mobilidade; um comércio excepcional baseado na especialização de
produtos, assim como serviços especializados; e ainda exaltar a importância da identidade local e
das “cidades sustentáveis” (Charles Landry).
De referir ainda que, além destas opções mencionadas, se deve ter em conta a constante
reutilização do edificado e a planificação da revitalização de cada centro. A intervenção
arquitectónica e urbanística é necessária a uma cidade. As intervenções de reabilitação ou
requalificação do tecido urbano, através de operações de conservação e restauro, são
condições imprescindíveis para preservar o passado da cidade e dos seus centros
históricos, mas também para permitir que esses mesmos centros vivam o presente e o
futuro, evitando que se tornem em centros históricos em crise. O “novo” e o “antigo” devem
coexistir numa mesma realidade. Foram, então, estudadas diferentes doutrinas, cartas,
recomendações e convenções no âmbito da protecção e preservação do património, que
fundamentam teoricamente e permitem compreender a evolução histórica do estudo do tema
da revitalização urbana.
Nesta perspectiva são analisadas as tendências intervencionistas e não intervencionistas que foram
defendidas por diversos autores/arquitectos. Viollet-de-Duc defendia uma doutrina intervencionista
que se baseava no Princípio da Unidade de Estilo, tendo como concepção ideal do edifício a de um
“monumento-tipo” , deduzindo e repondo coisas que nunca lá tinham existido. Em contrapartida,
John Ruskin e William Morris acreditam que o restauro é uma destruição, defendendo a conservação
como meio de prevenir em lugar de remediar, apoiando uma doutrina não intervencionista. Surge,
então, Camillo Boito com uma teoria intermédia, defendendo a sinceridade construtiva e rejeitando a
invenção, assinalando que a nova intervenção se deve destacar claramente da antiga, teoria essa
que foi alargada por Gustavo Giovannoni ao ambiente que envolve o monumento, ou seja, o
contexto – alarga o conceito de monumento à “Cidade Histórica”, entendendo-a como um conjunto
patrimonial. Acrescenta ainda que, o património pode ter um valor museológico, mas deverá ter
também um valor de uso, que não necessariamente o original, permitindo dessa forma o
prolongamento da sua vida útil, justificando que há funcionalidades que são ultrapassadas pelo
tempo.
São também analisadas várias cartas, recomendações e convenções internacionais, na
sequência das doutrinas e escritas com vista à protecção do património. As duas primeiras, de maior
3
relevância, são a Carta de Atenas (1931) e a Carta de Veneza (1964), nas quais se enuncia a defesa
do interesse público sobreposto ao do privado, e ainda a sinceridade construtiva, no sentido em que
as intervenções feitas com materiais modernos deverão ser passíveis de reconhecimento. De entre
os outros documentos estudados, são referidas apenas as medidas que maior relação apresentam
com o tema da revitalização dos centros urbanos antigos e dos conjuntos urbanos, tais como: a
integração dos conjuntos urbanos e da arquitectura menor; a reutilização do património edificado
existente; o incentivar de um uso compatível, adequado às necessidades presentes de cada edifício;
a existência de planeamento urbano, de planos urbanísticos e de planos de ordenamento; a aposta
num turismo cultural e controlado; questões de carácter social, relacionadas com a manutenção da
ambiência social dos bairros históricos, assim como o alargamento da noção de património à
qualidade de vida das populações; a integração das construções contemporâneas e de qualidade
nos conjuntos arquitectónicos existentes, a fim de assegurar uma certa continuidade de tradição
arquitectónica; e, por fim, aspectos ambientais relacionados com uma arquitectura sustentável.
2) Com base na sustentação teórica, foi elaborado um levantamento de diferentes tipologias de
intervenção arquitectónica e urbanística. São assim definidos 3 modos fundamentais de
intervenção no tecido urbano consolidado, como via de revitalização de uma cidade ou
centro
histórico,
nomeadamente:
Demolição,
Reconversão,
Reabilitação
ou
requalificação. Estas intervenções assumem-se como operações que ajudam a transformar
e/ou a manter a cidade viva e desejada, melhorando-a e revitalizando-a.
É caracterizada e avaliada a importância das intervenções estratégicas localizadas na reconversão
de espaços ou de usos, com vista à revitalização de um conjunto urbano, nomeadamente de um
centro histórico. Põe-se a questão de saber qual será o tipo de intervenção mais apropriado, com
vista à sua revitalização e, ao mesmo tempo, à manutenção da sua integridade como um conjunto
urbano, tendo em conta os seus diferentes valores culturais, históricos e simbólicos, assim como o
estado de manutenção/degradação em que se encontram.
3) São analisados diversos casos de estudo que sofreram intervenções de revitalização,
situados em centros históricos, e nos quais a acessibilidade foi considerada importante ou
mesmo um dos principais objectivos, de forma a tentar compreender se o tipo de intervenção
realizado contribuiu para o sucesso ou insucesso global da proposta.
Os casos de estudo escolhidos para análise apresentam um conjunto com características
semelhantes:
a) localizam-se em cidades europeias;
b) inserem-se em terreno acidentado;
c) encontram-se integrados numa malha urbana consolidada;
4
d) estão relacionados com a definição de um percurso;
e) têm como objectivo a melhoria da acessibilidade;
f)
encontram-se associados a operações de intervenção.
De seguida são enunciados os casos, juntamente com as características particulares de cada um, as
quais justificam a sua escolha como objecto de estudo :
•
Rocca Paolina, Perúgia, Itália – por ser uma clara intervenção de revitalização que articula o
passado e o presente de uma forma original e interessante, e ainda por ser uma grande operação a
nível da escala da cidade;
•
Escadas mecânicas de La Granja, Toledo, Espanha – por ser uma operação simples e de clara
ligação entre dois pontos de cota variável, ao nível da escala da cidade, susceptível de comparação
com intervenções como elevadores ou funiculares. A opção por escadas mecânicas, em vez de outro
tipo de meio mais directo, tem em conta o tipo de vivência do percurso e a sua relação com o espaço
que envolve o indivíduo;
•
Baixa-Chiado, Lisboa, Portugal - pela sua escala de abrangência, quer ao nível da cidade, quer
do bairro; pelas opções tomadas nas operações de intervenção, a nível de resolução espacial e de
reabilitação; pela integração da componente mobilidade (metropolitano);
ƒ
Quarteirão a Poente da Rua Nova do Almada, no Chiado - pela sua intenção de
criar uma relação com o bairro que a envolve;
ƒ
Quarteirão a Poente da Rua do Carmo – pela falha na concretização da
acessibilidade associada proposta; pela resolução espacial do seu espaço público;
•
Quarteirão da Império – por ser uma intervenção que tenta criar uma relação de
acessibilidade através de um quarteirão, mas cujo funcionamento se encontra apenas
parcialmente activo.
Após serem expostos os objectivos e as intenções dos respectivos projectos, assim como o
resultado da concretização dos mesmos, são evidenciados os aspectos considerados mais
importantes, positivos e negativos. Pretende-se, com este conjunto de casos de estudo, e através da
elaboração de quatro tabelas, tipificar: a) a acessibilidade e as funções espaciais associadas ao
percurso criado pela intervenção; b) a relação entre o programa da intervenção e as soluções
espaciais concretizadas; c) o tipo de intervenção concretizado; d) a forma de abordagem a nível de
projecto, de acordo com o tipo de preocupações que foram tidas em conta. Procura-se, através de
uma análise comparativa, identificar os factores de sucesso ou insucesso que conduzem a que uma
proposta concretizada funcione ou, pelo contrário, falhe nos seus objectivos, conduzindo à criação
de espaços não funcionais.
5
Podem-se, então, definir dois grupos principais quanto à abrangência da intervenção: as de grande
envergadura, de “cosedura” entre diferentes malhas urbanas, associadas a grandes declives; as
mais localizadas, direccionadas para uma escala de bairro.
As conclusões mais relevantes obtidas a partir da análise anterior, foram as seguintes:
•
todos os casos implicam a criação de novos percursos;
•
as intervenções de grande envergadura englobam soluções como plataformas ou outros
espaços de descanso associados ou não a certo tipo de actividades;
•
os espaços públicos exteriores aos edifícios para simples usufruto, lazer ou descanso, são
imprescindíveis para fomentar e fortalecer a interacção entre moradores e criar raízes com o bairro
em que vivemos;
•
os factores que condicionam o sucesso ou insucesso da intervenção encontram-se
associados à percepção e bem-estar dos utilizadores, o que depende de certas soluções espaciais
definidas na fase de projecto, como por exemplo: a existência ou não de galerias ou de um átrio, ou
facto de serem ou não cobertos, interiores ou exteriores, quais as condições de iluminação natural e
de ventilação, assim como a regularidade da sua forma;
•
os programas associados a certos espaços ou a um percurso que mais contribuem para a
sua dinamização e/ou promoção do interesse pelo local em questão, são o comércio, a restauração,
a cafetaria, os espaços polivalentes ou culturais permanentes (museus ou espaços arqueológicos), a
informação turística e/ou o hotel;
•
a criação de parques de estacionamento automóvel associados à cidade histórica,
localizados quer no exterior, quer no interior, tem em vista eliminar o estacionamento à superfície; o
parque localizado no exterior contribui para eliminar também a própria circulação automóvel das
áreas centrais, e consequentemente, promove a criação de áreas pedonalizadas; o parque
localizado no interior contribui para atrair moradores e evitar a decadência da habitação e o
esvaziamento do centro da cidade;
•
a mobilidade revela-se como uma função imprescindível na articulação do bairro com o resto
da cidade (apoiada numa boa rede de transportes);
•
a acessibilidade apoia-se em dois elementos essenciais que favorecem a circulação vertical
a todos os utilizadores, nomeadamente o elevador (inexistente na maioria dos casos e o único que
permite verdadeiramente a deslocação vertical aos deficientes) e as escadas rolantes (que melhor
contribuem para a compressão do espaço-tempo, pois não têm tempo de espera na sua utilização);
•
os tipos de intervenção variam consoante a História de cada caso, mas todos eles revelam
um grande respeito pelo passado e/ou pela memória colectiva que suscitam aos moradores da
cidade onde se inserem;
•
todas as intervenções estudadas se baseiam nos princípios de revitalização, conservação e
restauro expostos nas doutrinas, cartas e convenções anteriormente referidas.
6
4) Seguidamente, foi realizado um estudo aprofundado sobre um caso prático que é definido
por um percurso, cuja proposta de intervenção consiste na revitalização da zona situada
entre a Baixa Pombalina e o Castelo de São Jorge, em Lisboa, o qual por sua vez se insere
num plano urbanístico mais abrangente de reabilitação de toda a zona da Baixa Pombalina.
Começou por se recolher informação específica quanto ao enquadramento socio-geográfico dos
diferentes bairros/freguesias envolventes ao percurso, mais concretamente a área da Baixa
Pombalina, São Cristóvão, Castelo, Costa do Castelo e Alfama, verificando-se que todos eles sofrem
de uma forte deterioração aliada à sua condição central.
Com vista a uma melhor compreensão do percurso em análise, foram elaborados e realizados
inquéritos na respectiva área, à população residente, aos trabalhadores, turistas e outros, com o
objectivo de avaliar se os meios destinados à deslocação pedonal dentro da área de intervenção se
encontram adequados a uma utilização quotidiana por parte de todos os utilizadores.
Verificou-se que grande parte dos utilizadores quotidianos são idosos (residentes), na sua maioria
com grandes dificuldades de mobilidade, sendo esta a faixa etária que mais enuncia a existência de
problemas, nomeadamente dando grande relevância à questão da fraca acessibilidade, nas suas
mais variadas vertentes (grande declive, piso escorregadio e degradado, estacionamento selvagem,
deficiente sistema de transportes públicos, falta de meios de acesso).
Na caracterização da área de intervenção deste percurso, foram ainda utilizados os seguintes
processos: a observação directa e participante e conversas informais com residentes, técnicos e
especialistas.
Relativamente à proposta de intervenção projectada em fase de estudo prévio – denominada por
“Baixa-Castelo” – foram definidos os seguintes objectivos gerais:
•
o vencimento da encosta com vista à facilitação do acesso pedonal vertical, através da criação
de um percurso que vá desde a Baixa até ao Castelo, no seguimento do já existente percurso BaixaChiado – intervindo em 4 pontos estratégicos;
•
a reabilitação de edifícios situados em locais estratégicos, que consigam articular as diferentes
malhas urbanas;
•
a revitalização do comércio, serviços, escritórios e habitação;
•
a devolução do espaço público ao peão, através do controle do parqueamento e circulação
automóvel.
7
Esta é uma operação de intervenção que visa resolver a questão da acessibilidade, associada a
diferentes vivências do espaço-tempo no espaço público, através:
•
da resolução estratégica de situações concretas, utilizando para cada uma o tipo de
intervenção de revitalização e soluções espaciais mais adequadas;
•
do cruzamento da escala do bairro com a da cidade;
•
da concretização de um programa diversificado;
•
da possibilidade de utilização por parte de todos os utilizadores, através dos meios de
acesso criados e disponíveis;
5) Por fim, é feita uma comparação da proposta de intervenção com os casos de estudo, com a
intenção de testar as opções tomadas na proposta de intervenção. Ao cruzar essas opções,
e acrescentando ainda as componentes adicionais de características sócio-geográficas
estudadas da proposta de intervenção em causa, foram obtidas conclusões em função dos
seguintes campos de análise:
Escala de Intervenção, Utilizadores do Percurso, Acessibilidade Pedonal Vertical - Meios de
acesso, Possibilidade de escolha, Acessibilidade Pedonal Horizontal (Áreas pedonais), Novos
percursos e legibilidade, Espaços públicos, Operações de Revitalização, Princípios teóricos
(Doutrinas, Cartas e Convenções), Mobilidade e Policentrismo, Estímulos e Orientação
(Experiência sensorial, Sequência e Alternância, Elementos marcantes e Cruzamentos,
Diversidade Funcional).
O processo de investigação revelou uma série de factores fundamentais a considerar neste tipo de
abordagem e que devem ser objecto de análise cuidada, em concreto:
•
a possibilidade de escolha do tipo de vivência temporal que o utilizador pretende, associada à
variedade de percursos derivada dos diversos meios de acessibilidade existentes, é algo com que
é necessário lidar;
•
a interdependência da cidade e do centro histórico, sendo que a articulação entre a escala do
bairro (apoiada na acessibilidade) e a da cidade (apoiada na mobilidade), com base numa
estrutura urbana policêntrica, é necessária;
•
a diversidade e especialização funcional do comércio, dos serviços e da manutenção da
habitação revelam-se como estímulos à vivência de um determinado espaço ou área por parte da
população – a sua capacidade de interacção com o programa é de extrema importância para a
vitalidade ou regeneração de uma área urbana consolidada;
•
a harmonização do passado com o presente numa malha urbana consolidada é importante
para uma cidade se manter viva, activa e desejada, sendo apenas possível através da acção
associada a operações de intervenção – revitalização, conservação, restauro – no seu suporte
físico (edificado e espaço público);
8
•
as sensações provocadas pelo espaço que envolve o indivíduo – 1) impacto visual, 2)
regularidade da forma dos espaços, 3) legibilidade, 4) capacidade de orientação e 5) protecção face
a agentes atmosféricos, – encontram-se intrinsecamente ligadas à necessidade da coexistência de
dois aspectos fundamentais associados ao estímulo e à recompensa pessoal do indivíduo que
usufrui da cidade: por um lado, o sentimento de conforto, segurança e bem-estar; por outro, o
desafio e a vontade de descoberta, relacionadas com a atracção provocada pelo factor surpresa.
Conclui-se que a existência de uma acessibilidade plena (horizontal e vertical) associada ao(s)
percurso(s) e às áreas pedonalizadas complementadas por espaços de estada (patamares, largos,
jardins), permite a fruição do espaço público associado à dimensão de lugar (sentimentos de
pertença), assumindo especial relevância como elemento facilitador da integração do indivíduo na
vida quotidiana do seu bairro e da sua cidade.
A conclusão fundamental deste trabalho deve ainda ser complementada pelo entendimento de que a
criação de novos percursos com vista à melhoria da acessibilidade pedonal, assim como a existência
de uma forte actividade associada a outras operações de intervenção pública, são factores
determinantes para o sucesso da respectiva proposta.
Palavras-chave:
Acessibilidade Pedonal
Revitalização
Centros-Históricos
Cota-Variável
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ABSTRACT:
“ACCESSIBILITY AND REVITALIZATION IN HISTORICAL CENTRES”
This dissertation concerns itself with pedestrian accessibility in public realm and argues that
improved accessibility can contribute to the revitalization of historical centres in variable levels.
The principal aim of this work is to investigate the viability of a number of different options for
improving accessibility in specific proposal of intervention in the historical centre of Lisbon. The
thesis consists of:
6. a theoretical framework;
7. a list of different typologies of architectural and urban interventions;
8. a set of case studies on accessibility improvement within revitalization interventions in
historical centres;
9. a detailed study of the proposed pedestrian pathway, to understand the needs of the users;
10. a comparison of the proposal of intervention with the case studies.
1) On a first approach are defined key concepts relating to the spatial-temporal dimensions of
society and public accessibility, and then different doctrines, theories and international
charters and conventions related to revitalization actions in consolidated urban areas and
heritage.
i)
This research allows to establish necessary options to help the revival of the city and its
historical centre. An approach is made to the non-planned public realm theme and to the
resultant handicapped motion and also pedestrian accessibility. This problem is the result
of urban and architectonic barriers, which constrain the people with low capacity of
mobility, increasing discrimination and social exclusion. The design of environments
should be “usable by all people, to the greatest extent possible, without the need for
adaptation or specialized design” (CUD, Centre for Universal Design) in order to integrate
everybody and improving quality of life. It’s believed that, to allow the revival of the city’s
historical centre, it is necessary not only an improvement or creation of the pedestrian
accessibility but also an intervention on the public realm.
ii)
On the other hand, accessibility by itself is not enough to define the studied subject of this
thesis not even to lead to solutions. It is necessary to be aware of some other important
questions, such as the society spatial-temporal dimension. How to conjugate the
requirements of the nowadays’ society, related to an increasing acceleration of time, with
an experience which allows the living of the place where we live? We are facing a time
that exceeds itself, and that we can not control. What kind of obsessive life is this one
that forbids us to enjoy the city?
10
Related to the theme of spatial-temporal compression, different works from various
authors were analysed, such as Edward Hall, Manuel Castells, Marc Augé e Renato
M. Carmo. Hall defines the concept of monochromic time, based upon Anglo-Saxon
routs and related to time obsession (“to make the most of time”), which is opposed to
the polychromic time concept, by its turn, based upon Mediterranean and Latin
routs and in people’s relationship and interaction with public space. In this last one,
there is a place for tolerance and waiting.
In another perspective, Renato M. Carmo states that spatial mobility intensification,
as well as precariousness or the constant instability allied to the unpredictability
(which is a characteristic of the fragmented time) does not allow to create and
maintain roots in the daily life places (the working place and the living
neighbourhood). They are now used as something temporary. Referencing M.
Castells, the emergence of Network Society is, in one hand, established by the
communication and information flows moving in space, and in another hand, related
to the rising of virtual reality. This new reality is now facing traditional society and the
use of public realm.
The increasing globalisation, promoting the ephemeral and the temporary, is defined
by Marc Augé as supermodernity. It happens in spaces which have precise
purposes, such as transport, traffic, trade and leisure places. These are defined as
“non-places”, which do not exist without timetables or schedules and are related to
superabundant spaces and also to the existent urgency of the present moment.
These spaces where supermodernity happens, multiply in the city, giving place to a
non-quality urbanity contrasting to “places”, which have the characteristic of having
an identity, history and symbolism. “Places” can generate organic sociality, through
the common and identifiable, as properties that belong to the neighbourhoods.
In post-modern spaces, urban living is reinvented as a “perfect world” through
comfortable simulations. Leisure and consume are, everyday more, a way to spend
free time. Streets and squares are reinvented in a way where urban living has no
place, which kills the peculiar life of the city. Non-places attract people, everyday
more and more, renouncing the living of the traditional public realm.
For Gordon Cullen, one of the biggest challenges we face now is to find a way to
conceal, in a harmonious way, the progress acceleration with the human scale. Man
needs to feel related to the environment that surrounds him. This feeling of belonging
is also connected to social interaction. Cullen and Kevin Lynch studied the person’s
relationship with the environment, focusing the importance of the city and urban
areas. This will go a long way to improve the study of the space-time theme.
11
In this framework, promoting the revitalization of the city and its historical centre, it is
necessary to maintain the functional characteristics of its central condition (Álvaro
Domingues): power of attraction; polycentrism allied to a good mobility; exceptional
commerce based on products specialization, as well as specialized services; at last,
emphasizing the importance of local identity and sustainable cities (Charles Landry).
iii) It is important also to have in mind the constant reuse of the buildings and the planning of
each centre’s revitalization - the architectonic and urban intervention are necessary. The
rehabilitation or qualification of the urban fabric, made through conservation and
restoration actions, are necessary to preserve the past of the city and its historical
centres. These actions also allow the centres to live the present and the future, avoiding
decay. The “new” and the “old” should coexist in the same reality. Therefore, different
doctrines, charters and conventions were studied, related to the heritage protection and
preservation. These lay the foundations of the theory of urban revitalization theme, and
allow understanding its evolution.
According to this last paragraph, are now analysed the intervention and nonintervention doctrines, which are supported by different authors/architects. Viollet-deDuc stood up for an intervention doctrine, based on the Principle of Unity of Style,
which means that each building was to be restored in its first style, re-establishing it
to a complete state even which may never have existed at any particular time. On the
other hand, John Ruskin e William Morris believe that restoration is “the most total
destruction which a building can suffer”, suggesting the concept of “conservative
repair” as a way to prevent, standing for a non-intervention doctrine. Camillo Boito,
appears with a compromise theory, standing up for a building sincerity and rejecting
invention, on condition that the new intervention must be clearly distinguished from
the old one. This theory was developed by Gustavo Giovannoni, which includes now
the environment around the monument – the context. This idea is widen up to the
concept of “Historical City”, realizing it as a heritage complex. He also says heritage
can have a museology significance, but should also have a use significance, that not
necessarily the original, allowing the extent of his life time, defending that some of the
functions of the monument are passed over.
Various charters, recommendations and international conventions are also analysed,
scoping the heritage protection. The Charter of Athens (1931) and Venice (1964) are
the first ones of most relevance. They stand for the public interest against the private
one, and also for the building sincerity, which means that the materials used in the
new interventions should be recognised. The most important topics described in the
other studied documents, related to revitalization of ancient urban centres and
12
complexes, are: the integration of urban complexes and minor architecture; the reuse of existent building heritage; the promotion of a compatible use, adapted to the
present needs of each building; urban planning and land use plan; a controlled
tourism based mostly in culture; social issues related with the maintenance of social
life in the historical neighbourhoods, as well as introducing the people’s quality of life
to the concept of heritage; the integration of quality contemporary constructions, to
ensure continuity of the architectonic tradition; at last, environmental aspects related
to a sustainable architecture.
2) Based on theory, it was made a list of different typologies of architectural and urban interventions.
Three fundamental ways of intervention in consolidated urban fabric are defined, as a way to
revitalize the city or its historical centre: Demolition, Re-conversion and Rehabilitation or Requalification. These interventions help to transform and maintain the city alive and desired,
improving it.
The importance of strategic interventions of spaces or uses re-conversion is
appraised for the revitalization of an urban complex, such as a historical centre. The
question is, which is the most appropriated type of intervention for each case, having
in mind its revitalization and also the preservation of its integrity as an urban
complex, taking into account its cultural, historical and symbolical values, as well as
its maintenance/degradation conditions.
3) A number of case studies is analysed, focusing on previous attempts to revitalize historical
centres through accessibility improvement within revitalization interventions in historical centres,
The chosen case-studies present a combination of similar characteristics, such as:
a) belonging to European towns;
b) all are located in uneven land;
c) existing on consolidated urban areas;
d) being related to a path;
e) having the purpose of improving the accessibility;
f)
being related to intervention actions.
Afterwards, the cases are announced simultaneously with its particular characteristics, which
justify the choice for each case-study:
13
• Rocca Paolina, Perugia, Italy – due to its obvious revitalization intervention which
harmoniously integrate past and present in an interesting and original way, and also
because it is a big city scale intervention;
• Mechanical stairs, La Granja, Toledo, Spain – because it is a simple intervention between
two points on different levels and also because it is a large scale action, which can be
compared to another types of interventions (lifts and funiculars); the choice for mechanical
stairs has into account the way of living the path and the relation with the environment
around;
• Baixa-Chiado, Lisbon, Portugal – due to its widen scale, including the city’s and the
specific intervention’s area; for the chosen options about spatial solutions and
rehabilitation; because integrates the mobility component (subway);
ƒ The West block of Rua Nova do Almada, Chiado - for the intention of creating a
bigger relationship with the involving neighbourhood;
ƒ The West block of Rua do Carmo – due to its failure of the planned accessibility;
for the spatial resolution of its public space;
ƒ Império block – because it is an intervention that tries to create a relationship of
accessibility through the block, but its main purpose was only half achieved.
After being explained the objectives and the purposes of the study-cases, as well as the outcome
of each one, the most relevant aspects are enounced – positive and negative ones. The result of
this analysis allows the definition of four tables, which typify:
•
the accessibility and spatial functions associated with a new path;
•
the relation between the concrete spatial solutions of interventions and the uses of those
spaces;
•
the types of intervention made in the cases;
•
the kind of approach of the project, according to the types of concerning taken into
account.
Through a comparative analysis, based on these tables, it is possible to identify the success or
failure criteria which allow a project to work properly, or in another way, to fail through the
creation of non-functional spaces.
Two main groups can be defined, taking into account the scale of the intervention: the large ones,
which connect different urban mesh in different levels; the smaller ones, which connect the
surrounding neighbourhood.
14
The most relevant conclusions, related to the analysis made, were:
•
all the study-cases imply the creation of new paths;
•
the big scale interventions include solutions such as platforms or some other places
which allow to rest; those may be associated to a certain type of activities;
•
the open-air public spaces, like places of leisure or places to rest, are essential, not only
to promote and strengthen the interaction between the residents, but also to create roots
with the living neighbourhood;
•
the elements that define the success or failure of the intervention are related to user’s
perception and comfort, which depends on the pre-defined spatial solutions, such as: the
existence of galleries or atriums, the covering, the inside and the outside spaces, the sun
lighting and ventilation conditions, and at last the regularity of its shape;
•
the programmes related to the spaces or paths which most enhance it and attract people
are: commerce, restaurant and café places, polyvalent or cultural spaces (museums and
archaeological places), tourist information and hotels;
•
the creation of parking places associated to the historical centres, have in mind the
removal of the car parking on the streets; the parking located outside the town,
contributes to remove the traffic inside the historical centre and to create pedestrian
areas; the parking located inside the historical centre, contributes to attract new residents
and to avoid the emptying of the town;
•
mobility reveals itself as a necessary function to articulate the living neighbourhood with
the rest of the city (based on good transport net);
•
accessibility is based on two fundamental elements, which support vertical circulation to
everybody: the elevator (non-existent most of times, and the only one which truly allows
the vertical dislocation to handicapped people); the escalators (which better allow the
space-time compression, due to its little waiting time);
•
the ways of intervention depend on each case’s past – but all of these interventions have
a big respect for its past and/or for the community’s memory related to the
building/monument;
•
all of the studied interventions are based on the revitalization, conservation and restore
principles enounced on the previous doctrines, charters and conventions.
4) Afterwards it was made a deep study about the practical case, which is defined by a path. Its
intervention proposal concerns to the revitalization of the area between Baixa Pombalina and the
castle of São Jorge, in Lisbon. This path is part of a bigger urban plan made for Baixa
Pombalina’s rehabilitation.
The first step was to gather specific information about the social-geographical environment
related to the path, more specifically the following areas: Baixa Pombalina, São Cristóvão,
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Castelo, Costa do Castelo e Alfama. All of them experience a big decline under their central
condition.
In order to better understand the path, several interviews were made to the residents, workers,
tourists and others. The main purpose was to judge if the existent ways of motion allow a daily life
use for everybody. From the results of the interviews, was possible to notice that most of the daily
users are seniors (residents) with mobility problems. These are the ones who mostly complain
about the accessibility problem (steep slope, slipping and degradated ground floor, wild car
parking, non-efficient public transports, lack of access ways).
The following processes were also used in this study of the proposed pedestrian pathway:
direct observation and informal conversations with residents, experts and technicians.
Concerning the intervention proposal, named as “Baixa-Castelo”, the following general objectives
were defined:
•
the overcoming of the hill, in order to make an easier vertical pedestrian access through a
path – this path is connected to the Baixa-Chiado’s existent one, acting in four main
strategic points;
•
the rehabilitation of strategically placed buildings which can connect different urban
meshes;
•
the revitalization of commerce, services, offices and housing;
•
the restitution of public realm to the pedestrians through traffic and parking control.
This intervention tries to solve the accessibility problem associated to different kind of space-time
living in public realm, through:
•
strategic resolutions of specific situations, using the most appropriated type of
revitalization intervention and spatial solutions for each case;
•
the coexistence of city and living neighbourhood scale;
•
the existence of a diversified program;
•
the possibility of total motion for all users through the enhanced or new access ways.
16
5) At last, it is made a comparison between the case-studies and the intervention proposal to test
the chosen options taken in this last one, which allows to obtain conclusions concerning to the
following analysis fields:
ƒ
Scale of intervention;
ƒ
Users of the path;
ƒ
Vertical pedestrian accessibility (access ways);
ƒ
Possibility of choice;
ƒ
Horizontal pedestrian accessibility (pedestrian areas);
ƒ
New paths and legibility;
ƒ
Public spaces;
ƒ
Revitalization actions;
ƒ
Theoretical principles (doctrines, charters and conventions);
ƒ
Mobility and Polycentrism;
ƒ
Stimulus and orientation (sensorial experience, sequence and alternation, unique
elements and crossroads, functional variety).
The investigation process revealed some of fundamental factors which have to be considered in
this kind of approaching, and deeply analysed:
•
the possibility of choice of the kind of living the user wants to have through the
existence of different paths originated by the different access ways, should be taken
into account;
•
the city’s and its historical centre’s interdependence is necessary, and it should be based
on both scales through accessibility (of the district) and mobility (in the city);
•
the commerce and services functional specialization and diversity, as well as the
maintenance of housing function, work as an incentive for the population to live and
enjoy spending time in the public realm – the ability of users’ interaction with the
programme is extremely important for the life and regeneration of consolidated urban
areas;
•
the harmony between present and past is important to a consolidated urban area, to
keep the city alive and desired – and that is only possible through intervention actions
in the buildings and the public realm, like revitalization, conservation and restoration;
•
the sensations caused by the surrounding space – 1) visual impact, 2) the regularity of
the space’s shape, 3) legibility, 4) orientation capacity, 5) protection against atmospheric
factors – they are deeply connected to the necessity of the mutual existence of two main
aspects, both related to stimulus and the personal reward: in one hand, the feeling of
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comfort, protection and satisfaction; in another hand, the challenge and feeling of
discovery, related to the attraction caused by the surprise aspect.
Drawing on the above research this thesis will argue that, if a pedestrian pathway offers full
accessibility to connected pedestrian area (platforms, squares and gardens), it permits the
enjoyment of public space in a way which encourages a sense of belonging (“place”), and this
facilitates the integration of individuals into daily life of their neighbourhood and city.
Finally, this dissertation claims that the creation of new paths providing better pedestrian access
and the existence of a strong activity use, when connected with these operations of the public
intervention, are determinant factors in the success of the project.
Key-words:
Pedestrian Accessibility
Revitalization
Historical Centres
Variable levels
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