CURSO PREPARATÓRIO PARA
CONCURSO PÚBLICO
Educação Física Escolar
Bibliografia Específica
CASTELLANI FILHO, Lino.
Educação Física no Brasil:
a história que não se
conta.
Campinas, SP: Papirus,
1988.
(1ª edição, coleção “corpo
e motricidade”)
SUMÁRIO
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Apresentação (p.11)
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Introdução (p.13)
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I. Lá vem com
história (p.17)
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II. Da história que
nos é contada para o
revelar de uma outra
história (p.33)

III. Pra onde caminha
essa história (p.125)
Os depoimentos
(p.130)
Tendências na
Educação Física no
Brasil (p.194)
Bibliografia (p.223)
BIBLIOGRAFIA
Fundamentação teórica (de 1920 a 1987)
BIBLIOGRAFIA
Mais antigas...
AZEVEDO, Fernando
de. Da Educação
Physica: o que ella é;
o que tem sido, o que
deveria ser. Rio de
Janeiro: Weisflog,
1920. (2ª edição)
 ARENO, Waldemar.
“Higiene e saúde”.
Educação Física, 53,
1941, p.40-42.

Mais recentes...
FEIO, Noronha.
Desporto e política:
ensaios para a
compreensão. Lisboa:
Compendium, 1978.
 SÉRGIO, Manuel. Para
uma epistemologia
da motricidade
humana. Lisboa:
Compendium, 1987.

APRESENTAÇÃO
“A história que se conta...”
Por João Paulo Subirá Medina (novembro, 1988)
APRESENTAÇÃO

“A Educação Física tem sido utilizada
politicamente como uma arma a serviço de
projetos que nem sempre apontam na direção
das conquistas de melhores condições
existenciais para todos, de verdadeira
democracia política, social e econômica e de
mais liberdade para que vivamos nossa vida
plenamente.”
APRESENTAÇÃO

“Ela tem servido de poderoso instrumento
ideológico e de manipulação para que as
pessoas continuem alienadas e impotentes
diante
da
necessidade
de
verdadeiras
transformações no seio da sociedade.”
APRESENTAÇÃO

“Por consequência escreve-se quase sempre
uma história que é o próprio reflexo dessa
situação de dominação.”
APRESENTAÇÃO


“É contra isto que Lino Castellani procura
interpretar a Educação Física com outros
olhos, tentando fugir da leitura dominante que
se faz dela. Busca reescrever a sua história.
Inspirando-se em Adam Schaff não vê a
história como verdade absoluta, definida e
acabada, mas como processo sujeito a
constantes reinterpretações.”
APRESENTAÇÃO


“Apoiada numa concepção histórico-crítica da
educação, esta obra procura dar indícios de
uma prática transformadora da Educação Física
no Brasil.
Colhendo
depoimentos
importantes
ou
relatando fatos dos mais significativos da
nossa história, procura a todo momento
resgatar a criticidade, tantas vezes ausente
nesta área do conhecimento humano.”
INTRODUÇÃO
História da Educação e da Educação Física
INTRODUÇÃO


Descaracterizar a Educação Física para
resgatá-la em sua dimensão histórica,
buscando encontrar a sua identidade
Identificar a quais necessidades a Educação
Física respondeu no Brasil em diferentes
momentos históricos, resgatando em seu
passado as influências por ela sofridas
INTRODUÇÃO


Influência das instituições militares e da
categoria profissional dos médicos, desde o
Brasil império
Reforço aos estereótipos do comportamento
feminino e masculino em nossa sociedade
INTRODUÇÃO


Concretização de uma identidade moral e
cívica,
estimulada
pelo
reordenamento
econômico e social na década de 1930
Envolvimento com os princípios da segurança
nacional e com a temática da eugenia da “raça”
INTRODUÇÃO



Constituição dos Estados Unidos do Brasil e
necessidade do adestramento físico
Defesa da pátria contra os “perigos internos”
que ameaçariam a ordem política e econômica,
e a eminência de um conflito bélico mundial
Assegurar mão-de-obra fisicamente adestrada
e capacitada, cuidando da recuperação e
manutenção da força de trabalho do Homem
brasileiro para o processo de industrialização
INTRODUÇÃO



Explicar a Educação Física no Ensino Superior,
já no período pós-1964
Reforma universitária
5540/68
consolidada
na
lei
Depois da repressão violenta, contribuir para o
esvaziamento de qualquer tentativa de
rearticulação do movimento estudantil, através
do caráter lúdico-esportivo da Educação Física
INTRODUÇÃO


Verificar os significantes dessa outra leitura da
história da Educação Física no Brasil e
correlacioná-los com as tendências que
permeiam a área na “atualidade” (final da
década de 1980)
Estabelecer
relações
entre
os
papéis
representados pela Educação Física ao longo
de sua existência e sua configuração presente
CAPÍTULO I
“Lá vem com história”
Era uma vez...
CAPÍTULO I



Várias maneiras de montar o “quebra-cabeça”
sobre a história da Educação Física
Inconformismo em relação à forma de tratar o
processo histórico da Educação Física
Limitações do referencial teórico, com uso
predominante dos livros de Inezil Pena
Marinho, escritos a partir de 1943
CAPÍTULO I



Duas formas de tratar da história, conforme
Adam Schaff: “presentismo” e “efeitos do
passado”
O presentismo entende ser a reinterpretação
da história, movida pelas necessidades do
presente
Ocorre quando a estabilidade é abalada pelo
descontentamento com o presente, assim se
busca uma reinterpretação do passado
CAPÍTULO I



Por outro lado, a visão da história varia em
função da emergência constante de novos
efeitos dos acontecimentos passados
Neste sentido, a evolução não pode, pela
natureza
das
coisas,
ser
plenamente
compreendida por aqueles que são seus atores
O significado de qualquer fato histórico
consiste na sua ação, nos efeitos que dele
resultam
CAPÍTULO I


As verdades parciais, fragmentárias, não são
erros; elas constituem verdades objetivas, mas
incompletas
Se a história nunca está definitivamente
acabada, se está sujeita a constantes
reinterpretações, daí resulta ser ela apenas um
processo e não uma imagem acabada ou uma
verdade absoluta
CAPÍTULO I


Desde o momento em que se toma o
conhecimento histórico como processo e
superação
das
verdades
históricas,
compreende-se o porquê da constante
reinterpretação da história, da variabilidade da
imagem histórica
Essa variabilidade confirma a objetividade da
verdade histórica e justifica a necessidade de
reescrever a história
CAPÍTULO I


De acordo com Manuel Sérgio, a Educação
Física – ramo pedagógico da ciência da
motricidade
humana,
que
trata
da
compreensão e explicação da conduta motora
humana – vem sendo refletida por filósofos e
educadores de vários países, mas vista como
elemento secundário no fenômeno educacional
Para Noronha Feio o problema reside na
política reacionária, aliada à ideologia
dominante, que é crítico-reprodutiva, e ao
desprezo dos intelectuais burgueses
CAPÍTULO I


No Brasil, alguns trabalhos se destacam, como
o de Fernando de Azevedo (original de 1916)
Para Jacques Rouyer seria possível medir a
importância de uma concepção da Educação
Física, quando adquirimos, pelo estudo
histórico, a convicção de que se trata de
ultrapassar o sistema de “classes” na
educação, que contém a marca da separação
do trabalho intelectual e manual na vida social
CAPÍTULO I
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
É assim que se começa a vislumbrar uma
concepção histórico-crítica da Educação Física
O primeiro princípio científico da teoria desta
Educação Física é realmente fundamentar seus
fins e meios na prática social
É pela aprendizagem das diversas formas do
trabalho manual que se criará uma cultura
politécnica, e na assimilação das atividades do
ócio que se enriquecerá as aptidões motrizes
CAPÍTULO I


Conforme Manacorda, em seu trabalho “Marx y
la pedagogía moderna”, a educação socialista
deve ser intelectual, física e tecnológica
A Educação Física não teria um papel
secundário, pois a ela caberia a correção dos
desvios oriundos de um modelo social
desumanizante
CAPÍTULO I

Mais recentemente (1987), na Assembléia
Legislativa de São Paulo, Florestan Fernandes,
ao tratar da Educação, menciona que a
Educação Física nela deva estar inserida, pois
além da educação intelectual cabe também a
educação dos sentidos
CAPÍTULO II
Da história que nos é contada para o revelar de uma
outra história
“Primeiro ato – sobe o pano...”
CENA I
Brasil império e republicano
CENA I

“...Devemos citar ainda a Escola de Educação
Física do Exército, subordinada ao Ministério
da Guerra pela Inspetoria Geral do Ensino no
Exército, aliás, célula máter da Educação Física
oficial no Brasil...” (Maria Lenk)
CENA II
Instituições militares e positivismo
CENA II


O positivismo como superestrutura ideológica
no Brasil e sua influência na Educação (Antonio
Carlos Bergo)
“Ordem e Progresso”, sendo a Ordem =
Segurança e o Progresso = Desenvolvimento
CENA III
Educação do físico e saúde corporal
CENA III



2.500.000 negros escravizados, cujo potencial
de rebeldia poderia ser manipulado para servir
de apoio aos portugueses recolonizadores
Padrões de conduta física, moral e intelectual
da “nova” família brasileira
Educação Física associada à educação sexual,
segundo os higienistas, deveria transformar
homens e mulheres em reprodutores e
guardiões de proles e raças puras
CENA IV
Mens sana in corpore sano (Juvenal)
CENA IV


Educação Física como elemento educacional,
ainda que atrelada à saúde corporal, saúde
física e eugênica
Parecer de Rui Barbosa (número 22, sobre
“reforma no ensino primário” na Câmara dos
Deputados em 12 de setembro de 1882)
enfatizando a Educação Física com o aforisma
de Juvenal e a relação existente entre corpo e
mente, entre matéria e espírito
CENA IV



Versículos 456 e 457 da Sátira X de Juvenal
“Orandem est, ut sit mens sana in corpore
sano. Fortem posce animum, mortis terrore
acarentem”
“Suplica mente sã em corpo são. Alma forte
que, fria, a morte encare” (tradução livre feita
por Inezil Pena Marinho)
CENA V
Modelagem de comportamentos e condutas
CENA V

Conforme Fernando de Azevedo (1916), a
eugenia é a ciência ou disciplina que tem por
objeto o estudo das medidas sociais e
econômicas, sanitárias e educacionais que
influenciam,
física
e
mentalmente,
o
desenvolvimento das qualidades hereditárias
dos indivíduos e, portanto, das gerações
p.62
Direitos das mulheres para a
prática de esporte
Decreto lei 3199 de 14/4/1941
“às mulheres não se permitirá
a
prática
de
desportos
incompatíveis
com
as
condições de sua natureza...”
Deliberação CND
número 7 de 1965
“às mulheres se permitirá a
prática de desportos na forma,
modalidades e condições
estabelecidas pelas entidades
internacionais dirigentes de
cada desporto, inclusive em
competições...”
p.64
Sobre a harmonia das formas
femininas e as exigências da
maternidade futura
Projeto número 224 de 1882
“extensão
obrigatória
a
ambos os sexos..., tendo em
vista, em relação à mulher, a
harmonia
das
formas
femininas e as exigências da
maternidade futura”
Lei 6503 de 13/12/1977
“é facultativa a prática da
Educação Física em todos os
graus e ramos de ensino: à
aluna que tenha prole...”
CENA VI
Modernização da escola
CENA VI

Mudanças no ensino para atender às
necessidades de capacitação de mão-de-obra
e interesses de qualificação intelectual com a
educação
CAPÍTULO II
“Segundo ato...”
CENA I
Reformas educacionais
CENA I

Métodos ginásticos na Educação Física durante
o “Estado Novo” com reformas educacionais
entre 1920 e 1928
CENA II
Obrigatoriedade da Educação Física
CENA II


Cumpre
que
a
Educação
Física
seja
devidamente considerada, que a sua prática se
torne obrigatória; é inadmissível que se pense
em desenvolver apenas o cérebro, em
detrimento do restante do organismo,
deixando atrofiar-se
Ademais disso, não seria possível ministrar
com
eficiência,
amplos
ensinamentos
intelectuais, a indivíduos doentes, torturados
por sofrimentos físicos que lhes diminuem a
percepção e a compreensão...
CENA II

Não se pode mais deixar de tratar, com o
maior
empenho
possível,
do
nosso
aprimoramento racial, do robustecimento do
nosso povo
CENA III
Direcionamento da educação
CENA III

Educação Física e educação moral e cívica
CENA IV
Militarização do corpo
CENA IV


Artigo de Hélion Póvoas na Revista “Educação
Física” (número 44, novembro 1938):
“Entreguemos ao exército todos os poderes
para que, no setor da Educação Física, ponha
em prática em todo o território nacional, a sua
técnica disciplinadora que é, no momento, um
evangelho salutaríssimo à nação...”
CENA V
Ensino profissionalizante
CENA V

Formação
de
mão-de-obra
fisicamente
adestrada e capacitada era a justificativa maior
da presença da Educação Física no sistema
oficial de ensino
CENA VI
“Nova mentalidade” das classes trabalhadoras
CENA VI


Pretendia-se mesmo, de forma articulada à
preocupação com a produção, estabelecer um
processo de educação da classe trabalhadora,
pautada nos valores burgueses dominantes, de
forma a descaracterizá-la enquanto classe
social, diluindo os antagonismos de classe
presentes na relação capital-trabalho
Criação do SENAI pelo decreto-lei 4048 de 22
de janeiro de 1942
CAPÍTULO II
“Terceiro ato...”
CENA I
Reforma universitária, liberalismo e tecnicismo
CENA I

Teoria da economia da Educação
CENA II
Educação Física como “atividade”
CENA II


Educação Física como atividade com papel
alienante
A ludicidade associada à produtividade no
trabalho
CENA III
Esportivização e alienação
CENA III

Movimento “Esporte para Todos” durante a
década de 1970
CENA FINAL
Papel ideológico da Educação Física
“Desce o pano...”
CENA FINAL

Sai a filosofia do currículo escolar e é
enfatizado o caráter de “Atividade” da
Educação Física
CAPÍTULO III
Pra onde caminha essa história
CAPÍTULO III

Para superar os fatos históricos do passado é
necessário reinterpretá-los do modo mais
completo possível, conhecendo seus atores
OS
DEPOIMENTOS
Histórias de vida de professores e professoras de
Educação Física
DEPOIMENTOS

História de vida dos professores: La Torre de
Faria, Vinícius Ruas Ferreira da Silva, Maria
Lenk, Jarbas Gonçalves e Moacir Daiuto
p.154
Notícias em jornais do Rio de
Janeiro e São Paulo, 1955
TENDÊNCIAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA
NO BRASIL
Biologização e psicopedagogização X transformação
da prática
TENDÊNCIAS
DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

Biologização

Psicopedagogização

Transformação da prática (histórico-crítica)
p.200
32ª reunião da SBPC, 1980
SUGESTÃO
PARA LEITURA RÁPIDA
p.61-66 happy days
 p.110-112 trabalho
 p.153-154 greve
 p.157 UNE e UNEEF
 p.159 1º Congresso
 p.162-176 Maria
Lenk
 p.186 APEF

p.189 Escola
Superior
 p.194-196 Eventos
 p.200-205 SBPC
 p.208 ENEEF
 p.214 FBAPEFs
 p.223-224
referencial teórico

PRÓXIMAS
REFERÊNCIAS
Bibliografia específica
NEIRA, Marcos Garcia;
NUNES, Mário Luiz Ferrari.
Pedagogia da cultura
corporal: crítica e
alternativas.
São Paulo: Phorte, 2006.
(capítulos 3, 4 e 5)
CARVALHO, Yara Maria; RÚBIO, Kátia
(Organizadoras).
Educação Física e ciências humanas.
São Paulo: Hucitec, 2001. (coleção
“paidéia”, p. 89 a 101)
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