OCB I
12–
Uma célula está abastecida de energia
quando a concentração de ATP está
mais elevada do que as concentrações
de
ADP-AMP.
Ao
contrário,
concentrações maiores de ADP-AMP
indicam um nível energético baixo.
Portanto, são as concentrações
intracelulares desses três nucleotídeos
que
controlam
o
metabolismo
energético celular, por meio da ativação
ou inibição de enzimas. O esquema ao
lado
mostra
resumidamente
o
metabolismo da glicose em uma célula.
Nele estão ressaltadas as etapas
geradoras de ATP, além da regulação
desse sistema por duas importantes
enzimas: a glicogênio fosforilase b e a fosfofrutoquinase.
Pode-se observar que o ATP funciona como inibidor das enzimas quando sua concentração está alta, já que
não há necessidade de gerá-lo. O ADP e o AMP funcionam como ativadores das enzimas, já que altos níveis
dessas moléculas indicam que a concentração de ATP está baixa, sendo necessário acelerar sua produção.
4–
4.1 – Existem dois grandes grupos de organismos, os procariontes e os eucariontes. As diferenças entre estes
seres são a nível celular, como podemos observar através da tabela que se segue:
CARACTERÍSTICAS
CÉLULA PROCARÒTICA
CÉLULA EUCARIÒTICA
Tamanho
0,5 a 5 μm de diâmetro
Cerca de 40 μm de diâmetro e em média 1000 a
10000 vezes o volume da célula Procariótica.
Parede celular
Rígida, constituída por
polissacarídeos com aminoácidos
Apenas nas plantas e fungos, constituída por
celulose e quitina respectivamente. Rígida.
Material genético
Em contato com o citoplasma e sem
qualquer invólucro nuclear
Possui núcleo e um ou mais nucléolos.
Organelos
Sem orgânulos membranares, com
muitos ribossomas
Vários tipos de organelos membranares
(mitocôndrias, retículo, complexo de Golgi).
Estruturas
respiratórias
Hialoplasma e membrana plasmática
Hialoplasma e mitocôndrias
Fotossínteses
Sem cloroplastos mas ocorre por
vezes em lamelas fotossintéticas.
Dá-se nos cloroplastos (apenas nas células
vegetais).
Flagelos
Organelos locomotores simples
apenas ligados à superfície da célula.
Organelos locomotores complexos envoltos na
membrana plasmática.
4.2 – As células bacterianas devem ser pequenas devido à ausência de organelas membranosas, que tornam
essas regiões especializadas na realização de cada função. Como a célula procariótica não e
compartimentada todas as reações devem se processar adequadamente mo seu citossol, logo quanto menor
mais otimizado seriam as reações.
5–
5.1 - Em 1920, os cientistas Oparin e Haldane, desenvolvendo paralelamente trabalhos correlacionados,
propuseram a hipótese sobre o surgimento da vida na Terra. A pesar das diferenças, em síntese,
concordavam que esse fenômeno teria iniciado a partir de moléculas orgânicas presentes na atmosfera
primitiva, posteriormente percoladas ao oceano, combinando-se a substâncias inorgânicas.
Segundo eles, ocorriam na Terra primitiva, intensos processos vulcânicos, emitindo grande quantidade de
gases (moléculas): metano – CH4, amônia – NH3, gás hidrogênio – H2 e água H2O.
5.2 - Mas, em 1953, Stanley Miller, na Universidade de Chicago, realizou em laboratório uma experiência.
Colocou num balão de vidro: metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteu-os a aquecimento
prolongado. Uma centelha elétrica de alta tensão cortava continuamente o ambiente onde estavam contidos
os gases. Ao fim de certo tempo, Miller comprovou o aparecimento de moléculas de aminoácido no interior
do balão, que se acumulavam no tubo em U.
A experiência de Miller consistiu basicamente em simular as condições da Terra primitiva. Para isto criou um
sistema fechado, onde inseriu os principais gases atmosféricos, tais como hidrogênio, amônia, metano, além
de vapor d'água. Através de descargas elétricas simulando os relampagos do ciclo da chuva, e ciclos de
aquecimento e condensação de água, obteve após algum tempo, diversas moléculas orgânicas
(aminoácidos). Deste modo, conseguiu demonstrar experimentalmente, que nas condições primitivas da
Terra, seria possível aparecerem moléculas orgânicas através de reações químicas na atmosfera. Estas
moléculas orgânicas são indispensáveis para o surgimento da vida.
5.3 - Há três posições “filosóficas” em relação à origem da vida. A primeira relaciona-se aos mitos da
“criação”, que afirmam que a vida foi criada por uma força suprema ou ser superior; essa hipótese,
evidentemente, foge ao campo de ação do raciocínio científico, não podendo ser testada e nem refutada
pelos métodos usados pela ciência.
Uma segunda posição se refere à possibilidade de a vida ter se originado fora do planeta Terra e ter sido
“semeada” por pedaços de rochas, como meteoritos, que teriam trazido “esporos” ou outras formas de vida
alienígena. Esses teriam evoluído nas condições favoráveis da Terra, até originar a diversidade de seres vivos
que conhecemos.
Um dado interessante: chegam todos os anos, à superfície da Terra, ao redor de mil toneladas de meteoritos.
Em algumas dessas rochas, foram encontradas substâncias orgânicas, como aminoácidos e bases
nitrogenadas. Ficou bastante claro, a partir da década de 70, que a matéria orgânica é muito mais frequente
no universo do que se acreditava antigamente. Um eminente astrônomo inglês, sir Fred Hoyle, defende a
ideia de que material biológico, como vírus, poderia ter chegado do espaço; Hoyle chega a aceitar que isso
aconteceria ainda hoje e que de alguma forma esse material “genético” novo poderia ser incorporado aos
organismos existentes, modificando assim sua evolução!
De qualquer forma, essas ideias não são seriamente consideradas pela maioria dos cientistas; para começo
de conversa, o aquecimento de qualquer corpo que entrasse na atmosfera terrestre seria de tal ordem, que
destruiria qualquer forma de vida semelhante às que conhecemos hoje. Por outro lado, aceitar que a vida
apareceu “fora” da Terra somente “empurraria” o problema para diante, já que não esclareceria como a vida
teria surgido fora daqui.
A terceira posição, a mais em voga hoje, aceita que a vida pode ter surgido espontaneamente sobre o
planeta Terra, através da evolução química de substâncias não vivas. Não é fácil ou seguro verificar eventos
que ocorreram há bilhões de anos, quando nosso planeta era muito diferente do que é hoje; no entanto, os
cientistas conseguiram reproduzir algumas das condições originais em laboratório e descobriram muitas
evidências geológicas, químicas e biológicas que reforçam essa hipótese. Essa terceira posição foi defendida
pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936, como veremos nos itens a seguir.
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