Afogamento em
Crianças
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O afogamento constitui um problema de
saúde pública negligenciado
40 a 45% das mortes ocorrem durante a
recreação na água
Mundo: 500.000/ano por afogamento
Mundialmente: 1ª causa de morte do sexo
masculino (entre 5-14 anos)
No Brasil: 2ª causa de morte (mesmo grupo)
Brasil: 7.210 mortes/ano (5,2/100.000
hab.); frequentemente em água doce
Szpilman, David. Afogamento na infância: epidemiologia, tratamento e
prevenção. Revista Paulista de Pediatria. 2005:23(3).142-153.
- Idade
- Sexo
masculino
- Uso de bebidas alcoólicas
- Baixa condição sócio econômica
- Falta de supervisão
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prevenção. Revista Paulista de Pediatria. 2005:23(3).142-153.
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Afogamento:
Aspiração de líquido não-corporal por submersão ou
imersão
Resgate:
Pessoa resgatada da água, sem sinais de aspiração de
líquido
Já cadaver ( drowned):
Morte por afogamento sem chances de iniciar
ressucitação, comprovada por tempo ou submersão >
que 1 hr ou sinais evidentes de morte a mais de uma
hora: rigidez cadavérica, livores ou decomposição
corporal
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Rigor Mortis: “Rigidez”
Algor Mortis: “Esfriamento”
Livor Mortis: “Manchas”
nos locais de
decúbito, acompanhando as dobras e áreas
de contato. Inicia imediatamente, torna-se
evidente após 2 ou 3 horas e fixa-se entre 6
e 8 horas
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Afogamento Primário:
◦ É o mais comum, não apresenta nenhum fator
incidental
ou
patológico
que
possa
ter
desencadeado o afogamento
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Afogamento Secundário: (13%)
◦ Causado por patologia ou incidente associado que
o precipita. Uso de Drogas (36.2%, maioria por
álcool), crise convulsiva (18.1%), traumas (16.3%),
doenças cárdio-pulmonares (14.1%), mergulho livre
ou autônomo (3.7%), e outros (homicídio, suicídio,
lipotimias, cãibras,hidrocussão ) (11.6%)
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prevenção. Revista Paulista de Pediatria. 2005:23(3).142-153.
Fonte: Szpilman, 1998
Incapacidade de manter
vias aéreas fora da água
Aspiração
involuntária
H2O rapidamente
aspirada
Destruição
de surfactante
alveolite
Edema
pulmonar
Ineficaz obtenção de O2
Torpor/perda
da consciência
do shunt pulmonar
hipóxia
apnéia
assistolia
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Hipóxia:
- do débito cardíaco
- Hipotensão arterial
- Hipertensão pulmonar
- da resistência dos vasos pulmonares
 Apnéia sem suporte ventilatório 
parada cardíaca
 Encefalopatia por hipóxia com ou sem
edema é a causa mais comum de
morbimortalidade
 Acidose metabólica
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Órgão mais acometido: pulmão
Aspiração de água, leva à insuficiência respiratória e
consequentes alterações na troca gasosa alveolocapilar, e distúrbios no equilíbrio ácido-basico
Alterações fisiológicas dependem da composição e
quantidade de líquido aspirado
Água do mar: leva a diminuição do surfactante
pulmonar
Água do rio: > grau de atelectasias (altera não só
quantidade, mas também qualidade do surfactante)
Em ambos: alveolite, edema agudo pulmonar não
cardiogênico e aumento do shunt intra pulmonar que
levam à hipoxemia
Poucas variações do ponto de vista de tratamento
Hipóxia + acidose= FV
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Fonte: Szpilman, 1998
Fonte: Szpilman, 2001
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Grau 1 – Nenhum
Grau 2 - Gasometria arterial e radiografia de
tórax
Grau 3 a 6 –
- Gasometria arterial;
- Hemograma completo;
- Eletrólitos;
- Uréia;
- Creatinina;
- Glicemia;
- Elementos anormais no sedimento da urina;
- Radiografia de tórax;
- TC de crânio (se houver alteração no
consciência)
nível
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de
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Ingestão de alimentos até 3 hs antes do incidente
+ constante deglutição de água durante evento:
grande risco de vômitos espontâneos ou com
ressucitação
SNC: convulsões, edema cerebral, encefalopatia
anóxica (grau 6)
Ap. respiratório: (grau 3 a 6) BCP, PNM, edema
agudo
de
pulmão,
pneumotorax/
pneumomediastino, atelectasias
Metabólico: (grau 2 à 6) acidose metabólica,
alterações eletrolíticas
Outros: NTA, hematúria...
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Figura 1
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prevenção. Revista Paulista de Pediatria. 2005:23(3).142-153.

I. PRÉ-HOSPITALAR com Suporte Básico de
Vida e equipamentos
◦ Ia. Abordagem da vítima ainda dentro da água
(Ventilação com ou sem equipamento)
◦ Ib. Transporte da água para areia
◦ Ic. Atendimento na areia
◦ Id. Conduta após o resgate e 1ºs socorros

II. PRÉ-HOSPITALAR com Suporte Avançado
de Vida
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Utilizar: Transporte Australiano

Suspeitar

de
TRM
se:
afogamento local raso,
politrauma dentro da água (acidente de barco, avião,
prancha, jet-ski), mergulhos de altura (trampolim,
cachoeira), brigas, etc...
Nestes casos, se possível utilizar imobilização
cervical até mesmo improvisando com uma prancha
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1º - Coloque o afogado em posição paralela a água, de forma
que o socorrista fique com suas costas voltada para o mar, e a
vítima
com
a
cabeça
do
seu
lado
esquerdo.
* A cabeça e o tronco devem ficar na mesma linha horizontal.
* Não tentar retirara a água (retarda o início da ventilação e
oxigenação do paciente e facilita a ocorrência de vômitos).
* Cheque a resposta da vítima perguntando: “Você está me
ouvindo?”
2º - Se houver resposta da vítima ela está viva, e indica ser um
caso de resgate ou grau 1, 2, 3, ou 4. Coloque em posição
lateral de segurança e aplique o tratamento apropriado para o
grau de afogamento. Avalie necessidade de chamar socorro.
Se não houver resposta,
3º - Abra as vias aéreas,
colocando dois dedos da
mão direita no queixo e a
mão esquerda na testa, e
estenda o pescoço.
4º - Cheque se existe
respiração (ouça e
sinta a respiração e
veja se o tórax se
movimenta) .
Se houver respiração é um caso de resgate, ou grau 1, 2, 3, ou 4. Coloque em
posição lateral de segurança e aplique o tratamento apropriado para grau.
5º - Se não houver respiração, inicie a ventilação boca-a-boca.
Obstrua o nariz utilizando a mão (esquerda) da testa, e com os
dois dedos da outra mão (direita) abra a boca e inicie a primeira
ventilação boca-a-boca observando a elevação do tórax, e logo
em seguida a seu esvaziamento faça uma segunda ventilação.
6º - e palpe o pulso arterial carotídeo ou cheque sinais de
circulação (movimentos ou reação à ventilação) - Coloque os
dedos (indicador e médio) da mão direita no "pomo de adão" e
escorregue perpendicularmente até uma pequena cavidade para
checar a existência ou não do pulso arterial carotídeo ou
simplesmente observe movimentos na vítima ou reação a
ventilação feita.
7º - Se houver pulso, é uma de parada respiratória isolada (grau 5), mantenha
somente a ventilação com 12 a 16 vezes por minuto até o retorno espontâneo da
respiração. Se não houver pulso ou sinais de circulação, retire os dois dedos do
queixo e passe-os pelo abdômen localizando o encontro das duas últimas costelas,
marque dois dedos, retire a mão da testa e coloque-a no tórax e a outra por sobre a
primeira e inicie 15 compressões cardíaca externa.
100 compressões em 60’’; Em crianças utilize
apenas uma mão para as compressões

Mantenha alternando 2 ventilações e 15
compressões, e não pare até que:
◦ a - Haja resposta e retorne a respiração e os
batimentos cardíacos. Coloque então a vítima de
lado e aguarde o socorro médico solicitado
◦ b - Você entregue o afogado a uma equipe
médica
◦ c - Você fique exausto


Fique atento e verifique se o afogado está
ou não respondendo, o que será importante
na decisão de parar ou prosseguir nas
manobras
Existem casos descritos de sucesso na
reanimação de afogados após 2 horas de
manobras e casos de recuperação sem
danos ao cérebro até 1 hora de submersão

1.
Liberar
a
recomendações
vítima
sem
maiores
◦ Vítima de RESGATE s/ sintomas, dças ou traumas associados

2. Liberar a vítima com recomendações de
ser acompanhada por médico
◦ Resgate com pequenas queixas.
◦ Grau 1 - Só liberar se a vítima estiver assintomática.

3. Encaminhar a hospital através de Suporte
Avançado de Vida (Ambulância).
◦ Afogamento grau 2, 3, 4, 5, e 6.
◦ Qualquer paciente que por conta do acidente ou doença aguda o
impossibilitam de andar sem ajuda.
◦ Qualquer paciente que perdeu a consciência mesmo por um breve
período.
◦ Qualquer paciente que necessitou de boca-a-boca ou RCP.
◦ Qualquer paciente com suspeita de doença grave como: IAM,
lesão de coluna, trauma grave, falta de ar, epilepsia, lesão por
animal marinho, intoxicação por drogas, etc.
 Afogados
grau 2 a 6
 Grau 2: observação na emergência
por 24h
 Graus 3 a 6: internação na UTI
 Graus 4 a 6: chegam já em
ventilação
mecânica
e
com
oxigenação satisfatória
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prevenção. Revista Paulista de Pediatria. 2005:23(3).142-153.
Szpilman, David. Afogamento na infância: epidemiologia, tratamento e prevenção.
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Carolina Matida Rocha Gontijo PSI – 2009 Faculdade de Medicina