PROJETO MADEIRA voz PROCESSO DÁ A RIBEIRINHOS DO MADEIRA Encontros para discutir a construção de hidrelétricas em Rondônia foram realizados em região onde os rios substituem as estradas E 20 xecutado em uma região caracterizada pelas gran- Desafios des distâncias e uma das mais baixas densidades O processo se deu ao longo de 260 quilômetros do rio populacionais do Brasil, onde os rios substituem as Madeira à montante da cachoeira de Santo Antônio, onde estradas, o Processo Comunitário Participativo na área de será instalada a primeira usina do projeto, até Abunã, nas abrangência do Projeto Madeira, em Rondônia, exigiu a proximidades do local escolhido para a segunda barra- atuação conjunta de 26 técnicos de FURNAS e da Constru- gem, na cachoeira de Jirau. Nesta região, foram promo- tora Norberto Odebrecht, nove consultores na área de vidos quatro encontros em cada uma das localidades de motivação da comunidade, e de integrantes da ONG Cen- Santo Antônio, Teotônio e Jacy-Paraná. Para as comunida- tro de Pesquisa de Populações Tradicionais – CPPT – Cuniã. des de Abunã e Fortaleza do Abunã, que ficam próximas, O trabalho, realizado diuturnamente, do dia 15 de abril a foram realizadas duas reuniões conjuntas em cada locali- 2 de julho, mobilizou os moradores e envolveu uma com- dade. Aconteceram ainda quatro encontros na zona urba- plexa logística para o transporte e alimentação dos parti- na de Porto Velho. Localizado à jusante da cachoeira do cipantes dos 29 encontros, reuniões e oficinas. Santo Antônio, numa área que não será impactada dire- Uma experiência inédita para todos aqueles que tamente pelas barragens, o distrito de São Carlos sediou colaboraram na empreitada, o Processo Comunitário uma reunião para uma comunidade que vive ao longo de Participativo exigiu um aprimoramento contínuo da aproximadamente 300 quilômetros do rio Madeira, o que equipe que, no decorrer da experiência, passou a co- exigiu a locação de dois barcos com capacidade para 40 nhecer melhor os anseios e dúvidas da população sobre passageiros cada um. as futuras usinas de Jirau e Santo Antônio. Em Além dos desafios oferecidos pelas características contrapartida, o teor das perguntas e expectativas dos da região, o Processo Participativo Comunitário impôs moradores apontou para um entendimento crescente um esforço constante para que fossem encontradas as do assunto em foco. O resultado foi a elaboração con- palavras certas ao entendimento entre técnicos e mo- junta de uma série de reivindicações e sugestões da radores, e superou a desconfiança inicial dos ribeiri- população para melhorar a qualidade de vida na região nhos. Os resultados puderam ser comemorados por todos. e minimizar os impactos ambientais e sociais da obra. Prevaleceu o direito de manifestação da comunidade e a Condensadas em um documento, as conclusões estão garantia de transparência na comunicação entre empre- inseridas nos estudos do Projeto Madeira. endedores e moradores. REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 334 NOVEMBRO 2006 ONG É PARCEIRA DE FURNAS NO PROJETO MADEIRA P Fotos: CPPT A coordenadora Eulina Trindade da Silva; e estudantes da zona ribeirinha do Madeira (abaixo) ara apoiar a aproximação com os moradores que vivem na região de in- fluência do Projeto Madeira, FURNAS e a Construtora Norberto Odebrecht firmaram uma parceria com o Centro de Pesquisa de Populações Tradicionais (CPPT – Cuniã). A ONG atua como “ponte” entre a comunidade e os empreendedores ao longo de 500 quilômetros do rio Madeira, entre Calama e Abunã, levando informações e ouvindo as expectativas e dúvidas dos moradores a respeito do projeto. “Nosso trabalho é direcionado ao fortalecimento da organização social, para que as pessoas tenham condições de entender a abrangência da obra e também para que saibam reivindicar seus direitos, garantindo melhores condições de vida na região das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau”, explicam a diretora executiva da ONG, Valdineusa Nascimento Borges, e a coordenadora Eulina Trindade da Silva. REVISTA FURNAS ANO XXXII Nº 334 NOVEMBRO 2006 21