Informativo nº 9 / agosto de 2011 www.caramujoafricano.com / [email protected] “MOLUSCOS SÃO USADOS PARA MEDIR A POLUIÇÃO DE INCINERADOR NA RÚSSIA Cientistas estudaram a carapaça que protege o molusco da espécie Crysomallon squamiferum, descoberto recentemente nas profundezas do Oceano Índico, e descobriram que, além de ser rica em ferro, ela é disposta em nada meCientistas ligaram sensores de movimento e nos que três camadas. Os dados obtidos foram cardíacos aos moluscos. Foram usados indiví- usados para desenvolver um modelo computaduos da espécie da África Subsaariana. cional do exoesqueleto do caramujo. Fonte: G1 28/01/2011 A companhia de saneamento Vodokanal utilizou seis moluscos do gênero Achatina, ligados a sensores de movimento e cardíacos, para medir o impacto da poluição gerada por incine- Nesta edição: radores de resíduos de esgoto na Rússia. O Atualidades 1 objetivo é simular o efeito gerado pela queima 2 Angiostrongylus cantonensis no Espírito Santo em humanos. A espécie utilizada é originária da Africa Subsa- Almoço de Domingo: Não é para a sogra não! 3 ariana e chega a 20 centímetros de comprimen4 to. Segundo os cientistas, a escolha pelos mo- Caracóis minúsculos sobrevivem ao trato digestivo de pássaros. luscos aconteceu pelo fato deles contarem com pulmões e respirarem como humanos. Os tes- Caracóis africanos podem virar etanol de 5 tes foram feitos nas redondezas de São Peters- segunda geração. burgo. Para incentivar os animais, os responsá6 Caracóis gigantes ameaçam conquistar mais veis pelo monitoramento utilizam alfaces.” áreas em Kerala CONCHA DE MOLUSCO RECÉMDESCOBERTO É MODELO PARA SUPERESCUDO PROTETOR Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 I Workshop Binacional Brasil-Argentina 7 E agora IBAMA? 8/11 www.Achatinafulica.com pag.01 Angiostrongylus cantonensis no Espírito Santo Mauricio Aquino, MV Mestrando em Ciências da Saúde Sarasinula marginata Essa semana li um trabalho no Boletim eletrônico Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) intitulado: Investigação de Casos de Meningite Eosinofílica causada pela infecção por Angiostrongylus cantonensis no Espírito Santo, Brasil. Este artigo assinado por uma competente equipe esclarece alguns pontos importantes. Primeiro que o Angiostrongylus cantonensis, parasita de roedores e um dos responsáveis pela Meningite Eosinofílica (ME), não tem o Achatina fulica como seu único hospedeiro intermediário no país, isso já é, por si só, uma declaração reveladora. O artigo cita ainda, claramente, que outras espécies de lesmas e caracóis, dentre eles o Bradybaena similares e Subulina octona, também são hospedeiros intermediários deste parasito no Brasil. De acordo com a SVS dois casos de Meningite Eosinofílica foram diagnosticados no município de Cariacica, a 15 km de Vitória (ES) em janeiro de 2007. As principais queixas foram dor de cabeça, rigidez da nuca e distúrbios visuais. E por incrível que pareça, estes dois casos não estão relacionados ao Achatina fulica, mas as “lesmas de jardim” que foram, acreditem, ingeridas cruas numa disputa de “coragem” entre dois indivíduos alcoolizados num churrasco de domingo. Cada um ingeriu meia lesma em 31 de dezembro de 2006 e, em 23 de janeiro de 2007, a SVS foi notificada. No informativo AchatinafulicaNews n° 8 (http://smtpilimitado.com/kennel/caracol8.pdf) publiquei uma matéria comentada sobre um recente artigo chinês que fez um importantíssimo alerta sobre o Pomacea canaliculata, uma espécie natiInformativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 va brasileira que foi introduzida como alimento em Taiwan em 1979 e depois, na China em 1981, tendo adaptado-se bem ao meio ambiente, particularmente ao sul da China, onde espalhouse, rapidamente, para mais de 10 províncias, onde hoje, vem causando mais problemas que o próprio Caracol Africano. Nesse mesmo trabalho (SVS) foram coletados 320 moluscos no bairro de São Conrado, em Cariacica e 100 moluscos no bairro de Nova América, em Vila Velha onde se diagnosticou, respectivamente, a presença de larvas com perfis moleculares correspondente ao perfil do A. cantonensis em Sarasinula marginata e Achatina fulica, na primeira e em Subulina octona e Bradybaena similares, na segunda. No entanto, o artigo esqueceu de informar o percentual dos animais positivos em cada espécie, não nos permitindo, infelizmente, ter uma visão global de infestação. O mais importante é que a “investigação amambientall/laboratorial demonstrou diferentes espécies de moluscos terrestres infectados com larvas de A. cantonensis”, demonstrando que para o controle desta enfermidade, medidas sócioeducativas devem ser priorizadas em toda a área de ocorrência, além de um maior controle sobre portos e aeroportos, por onde o A. cantonensis, provavelmente, ingressou no estado do Espírito Santo através de ratos parasitados. “Após a oficialização dos resultados, a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde desencadeou uma ação rápida e integrada de saúde pública envolvendo as secretarias do Espírito Santo e de Cariacica no sentido de prevenir e controlar a infecção. Carvalho destaca, entretanto, que “estas ocorrências não devem alarmar a população, uma vez que as medidas de controle e prevenção envolvem ações corriqueiras de higiene que também são úteis na prevenção de outras doenças”. Referências: AQUINO, Mauricio. O esclarecedor surto de meningite eosinofílica na China. Disponível em: <http://smtpilimitado.com/kennel/caracol8.pdf> Acesso em: 02/07/2011 SANTOS, Ailson. Pesquisadores identificam novo parasito em dois municípios do Espírito Santo. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/ ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm? from_info_index=841&infoid=866&sid=9&tpl=printerview> Acesso em: 02/07/2011 GARCIA, M. et. al. Investigação de casos de miningite eosinofílica causada pela infecção por Angiostrongylus cantonensis no Espírito Santo, Brasil. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/ ano08_n18_men_eosinofilica_es.pdf > Acesso em: 02/07/2011 www.Achatinafulica.com pag.02 Almoço de Domingo: não é para a sogra não!!! Em julho, após constatar que, para uma maior produção de muco, os melhores caracóis (Achatina fulica) devem ter entre 25 e 70 gramas de peso, padronizei o plantel utilizado na minha pesquisa na Universidade (UFAL) e os caracóis fora desta faixa de peso viraram o meu almoço do domingo. O que me causa muita estranheza é que num país como o Brasil, ainda, com tanta carência alimentar, o hábito de comer caracóis, atualmente uma praga abundante, ainda não tenha despertado o interesse do público em geral. Foto 1 Como preparar o Achatina? Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 Talharim caseiro ao Escargot no alho e óleo, alcaparras e ervas finas. mana comendo hortelã, seguida da semana da purga (jejum), os Achatinas estarão prontos para o abate, quando serão jogados numa panela com água quente. A cada 5 ou Fig. 1 10 minutos tente retirá-los da concha com a ajuda de um pequeno garfo. Quando começam a se soltar com facilidade, desligue o fogo, mas mantenha os caracóis na água e aos poucos, vá realizando esta tarefa, colocando os animais sem concha num escorredor. Depois lave os animais em água corrente, suco de limão ou vinagre para ajudar a tirar o muco e em seguida coloque os caracóis numa panela de pressão, com água e temperos à gosto (folhas de louro, cebola, alecrim, alho, cebolinha, etc) onde serão cozidos por 20 minutos, após iniciada a fervura (importante). Este procedimento deve ser usado para qualquer espécie de caracol comestível, pois é fundamental para eliminar-se qualquer eventual parasita e a grande maioria dos microorganismos. ☼ www.Achatinafulica.com pag.03 OBS:. Use luvas durante antes de abatê-los. A matéria-prima da receita ao lado (Foto 1) é o famoso Caracol Africano (Achatina fulica). Algumas recomendações são importantes, primeiramente, nunca colete animais próximo a bueiros, esgotos à céu aberto, lixões ou no meio da rua, enfim, qualquer local de possa comprometer a sua integridade com contaminantes de qualquer natureza. O ideal é capturá-los em casa ou em sítios de amigos, ou seja, de procedência conhecida!!! Depois de reunir uma boa quantidade, você deve alimentá-los exclusivamente com hortelã e água por uma semana; excelente para eliminar vermes e protozoários (etapa opcional) e só depois fazer a purga, um período de jejum alimentar que dura, aproximadamente, 5 dias, quando os caracóis ficam sem comida e são submetidos a lavagens, diárias, com água, para a retirada de seus dejetos (fezes e urina). Esse jejum é fundamental para que ele elimine o seu conteúdo intestinal. O ideal é utilizar baldes ou latões com tampa, mas sem fundo, para escoar a água das lavagens. (Fig.1) Toda manhã você deve aproveitar para descartar os caracóis que estão no chão ou muito próximo dele, pois demonstram menos vigor e correm o risco de estarem enfermos ou mortos. Depois da primeira se- CARACÓIS MINÚSCULOS SOBREVIVEM AO TRATO DIGESTIVO DE PÁSSAROS Tornatellides boeningi Fezes de Mejiro contendo caracóis da espécie Tornatellides boeningi cóis terrestres. Estudos das dietas de aves na ilha de Hahajima, especialmente do pássaro Mejiro, permitiu-se identificar caracóis da espécie Tornatellides boeningi em suas fezes. No laboratório os cientistas alimentaram essas aves com os caracóis e confirmaram que alguns sobreviveram ao processo digestivo. Foto do Mejiro do Japão "Ficamos surpresos de que uma taxa elevada, cerca de 20 por cento de caracóis ainda estavam vivos após a passagem pelo intestino das aves", explicou o pesquisador Shinichiro Wada. [...] Este é o primeiro estudo que demostra que as aves podem transportar micro caracóis terrestres em seu intestino ainda vivo “disse Shinichiro Wada, da Universidade de Tohoku. "Um dos caracóis alimentados pelo pássaro teve filhotes poucos dias após passar através do intestino do Mejiro", disse o Dr. Wada à BBC. Uma descoberta impressionante; caracóis minúsculos são capazes de sobreviver após serem comidos pelo Mejiro, um O principal fator que permitiu aos caracóis sobreviverem à pássaro da ilha de Hahajima, no Japão, que possui uma pre- ingestão é seu pequeno tamanho (2.5 mm), de acordo com os cientistas. Caracóis maiores são severamente danificados dileção por micro caracóis. quando ingeridos. Dr. Wada e seus colegas disseram que Os pesquisadores descobriram que 15% dos caracóis ingeri- outros estudos serão necessários para descobrir se os midos sobreviveram a digestão do trato digestivo do Mejiro e núsculos caracóis têm outras adaptações que lhes permitem foram encontrados vivos nas fezes dessa ave. Esta evidência sobreviver. Outro fator favorável é que as aves tem, em geral, sugere que a predação de aves pode ser um fator fundamen- o trato digestivo muito curto e portanto, uma digestão muito rápida. tal na dispersão da população de caracóis. A dispersão de semente por aves frugívoras já é bem conhecida, mas a capacidade de disseminar invertebrados é uma novidade, descoberta, recentemente, por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão e publicada no Journal of Biogeografhy. Pesquisas demostraram anteriormente que os caracóis aquáticos podiam sobreviver a ingestão por peixes, mas até então, não se conhecia esta capacidade dos caraInformativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 As ilhas foram recentemente adicionados à Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO "pela riqueza dos seus ecossistemas, que refletem uma ampla gama de processos evolutivos". Aí está uma novidade original. Fonte: DAVIES, Ella. Tiny snails survive digestion by bird. Disponível em: < http://www.bbc.co.uk/nature/14048754> Acesso em: 12/07/2011 www.Achatinafulica.com pag.04 “CARACÓIS AFRICANOS PODEM VIRAR ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO Em Feira de Santana, na Bahia, eles se transformaram no pesadelo dos produtores rurais. No Oeste de São Paulo, viraram peste de lavoura e até de ruas, e em Minas Gerais, tornaramse pragas da pior espécie para diversas culturas. Os caramujos africanos invadiram quase todas as áreas agrícolas brasileiras, em todas as regiões, e transformaram-se em uma verdadeira enxaqueca para o agronegócio. Antes de ser um mal para a saúde pública, estes molucos possuem grande poder de provocar desequilíbrio ecológico. Mas agora, pesquisadores concluíram que esta praga rastejante pode ser benéfica e ter grande utilidade como coadjuvante na produção de etanol de segunda geração, como é chamado o álcool obtido a partir de celulose. Os estudos com o caramujo africano foram concluídos recentemente pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e apontam que o aparelho digestivo do bicho, que é um devorador voraz de plantas (este é exatamente o estrago que ele faz nas lavouras e consequentemente, para o meio ambiente), tem enzimas, bactérias e fungos capazes de quebrar moléculas de celulose, resultando na produção de açúcares. Segundo os pesquisadores, várias outras pragas devoradoras de vegetais foram estudadas, mas só o caramujo africano apresentou esta capacidade. O processo de transformação de plantas em açúcares dentro do organismo do caramujo seria semelhante ao processo realizado na usina. Depois de ingerir o alimento, as bactérias e os fungos que vivem no seu intestino agem conjuntamente com as enzimas e transformam a celulose, rica em lignina, em açúcares. O trato digestivo destes animais (biomassa de molusco) seria comparado ao bagaço que sobra nas usinas, mas com qualidade superior ao fungo trichoderma reesei (organismo atualmente utilizado para fermentar a celulose do bagaço no processo convencional). De acordo com o Inmetro, a biomassa do caramujo poderia passar pelo processo convencional de Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 fermentação para ser transformada em etanol de segunda geração. Mas as pesquisas e o uso comercial dos caramujos ainda podem estar longe de serem efetivados. De acordo com o pesquisador Wanderley de Souza, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ainda seria necessário encontrar um meio de isolar estes fungos, bactérias e enzimas e fazê-los crescer fora do organismo do caramujo. Segundo Souza, se esta alternativa for logo encontrada e tornar-se economicamente viável, seria possível dobrar a quantidade de etanol de segunda geração produzida no Brasil em um prazo de dois anos, com a mesma área plantada. Por ser um processo moroso, as usinas queimam o bagaço que sobra da moagem da cana para gerar bioeletricidade e alimentar as instalações internas e exportar o excedente para as redes públicas, através de leilões. A fabricação do etanol de segunda geração ainda é um gargalo para o setor, já que transformar o bagaço em monossacarídeo é difícil e exige grandes quantidades de tratamentos enzimáticos e ácidos. "A lignina presente nas paredes celulósicas da biomassa são quebradas com dificuldade, o que não aconteceu no intestino do caramujo", explica Souza. Agora, o Inmetro vai testar e dar continuidade aos testes no Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Migues de Mello, o Cenpes, órgão da Petrobras. Isso inclui gerar um fungo modificado geneticamente para acelerar o crescimento das enzimas do intestino dos caramujos fora do organismo deles. " (CRMV, 2011) Fonte: PORTAL DO CFMV. Caracóis africanos podem virar etanol de segunda geração. Disponível em: http:// projetocaramujoafricano.blogspot.com/2011/07/caracois-africanospodem-virar-etanol.html. Acesso em:08/07/2011 www.Achatinafulica.com pag.05 CARACÓIS GIGANTES AMEAÇAM CONQUISTAR MAIS ÁREAS EM KERALA Estado de Kerala, Índia. No último dia 28/07, a edição online do jornal nacional indiano, o The Hindu, publicou que cientistas do Instituto de Pesquisa Florestal de Kerala (KFRI), um estado situado no extremo sudoeste da Índia, estão fazendo previsões com um mínimo de 70% de acertos, sobre a possibilidade do Caracol Africano (Achatina fulica) ocupar e se estabelecer em novos territórios, anteriormente, livres da espécie. De acordo com o especialista T.V. Sajeev, que lidera a equipe do KFRI, este modelo foi elaborado a partir de 20 parâmetros pesquisados, que vão desde a análise das marés e temperaturas médias, até as precipitações pluviométrica anuais regionais. A espécie exótica já foi listada como uma das "100 piores invasoras do Mundo". Os caracóis africanos que vivem até seis anos em condições favoráveis, alimentam-se mais de 500 diferentes espécies vegetais, incluindo plantas economicamente importantes, como o cacau, mamão, amendoim, borracha e diversas variedades de feijões, ervilhas, pepinos, melões, liquens, algas e fungos. “As atuais infestações na Índia vêm ocorrendo em áreas de intensa ocupação humana, especialmente em lixões e terrenos alagadiços, que são os seus locais favoritos”, comenta o Dr. Sajeev. Especialistas vêm recomendando a utilização de venenos, entre eles, o Arseniato de Cálcio e o Metaldeído, sob a supervisão de especialistas em Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 áreas de alta infestação. No entanto, curiosamente, eles desestimulam o uso do sal, devido as alterações o pH do solo. De acordo com os pesquisadores, a carne do molusco, morto com o sal, exala um cheio intenso e desagradável. Em minha opinião, o uso de venenos deve ser abolido, pois além de constituir num grande risco para a flora e fauna, para o lençol freático e o meio ambiente como um todo, constitui-se num enorme risco para crianças, especialmente, em áreas de grande densidade populacional, como é o caso. O desenvolvimento de pesquisas visando a exploração do enorme potencial zootécnico desta espécie para fins nutricionais e farmacológicos, deve ser o principal enfoque para a promoção do desequilíbrio de sua população no ambiente já tão desequilibrado. ☼ Caracóis em bananeira. Foto do artigo. SUDHI, K.S.. Giant snails threaten to conquer more areas in Ker ala. Dis ponível em : <http:// www.thehindu.com/news/national/article2300106.ece> Acesso em: 03/08/2011 www.Achatinafulica.com pag.06 “I Workshop ações de Gigante binacional Brasil-Argentina sobre manejo e controle do Caramujo Africano (Achatina fulica)” “ N o dia 27 de julho de 2011 ocorreu na Pontifícia Universidade Católica do Paraná o “I Workshop binacional BrasilArgentina sobre ações de manejo e controle do Caramujo Gigante Africano Achatina fulica” sob a o r g a n i za ç ã o de Eduardo Colley (UFPR), Marta Fischer (PUCPR) e Guillermo Gaudio (SENASA – ARG). O objetivo do encontro foi realizar um debate técnico-científico envolvendo as perspectivas dos três setores da sociedade reunidos no encontro para que ao final sejam estabelecidas as diretrizes que devem orientar as ações futuras e as metas a serem cumpridas e que contemplam a responsabilidade de todos os órgãos representados no encontro. O encontro evidenciou que no Estado do Paraná, Brasil na Província de Misiones, Argentina Achatina fulica é reconhecida uma espécie invasora que vem causando danos ambientais e sobre a malacofauna nativa e prejuízos eventuais sobre pequenos e médios produtores agrícolas. Quanto às questões de saúde, o molusco representa um risco potencial de transmissão de distintas enfermidades a saúde humana e animal. Portanto ficou estabelecido que é necessário o desenvolvimento de um trabalho de manejo do molusco terrestre invasor que envolva todos os setores da sociedade descritos nos seguintes tópicos: Compartilhar informações sobre as ações distintas e pesquisas relacionadas ao monitoramento e controle de Achatina fulica – Guillermo Gaudio (SENASA – ARG). Ênfase no controle entre fronteiras internacionais na América do Sul, principalmente entre Argentina, Brasil e Paraguai – Carlos Benzo (SENASA – ARG). Analisar as medidas legais vigentes sobre espécies invasoras que possam ser aplicadas na Argentina – Carlos Avalos(SENASA – ARG). Desenvolver um trabalho contínuo de monitoramento entre os distintos países e que possam envolver todos os países que apresentam o problema – Pedro Mendez (SENASA – ARG). Contar com a colaboração de pesquisadores de distinInformativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 tas áreas para monitorar a distribuição de Achatina fulica em todos os municípios do Estado do Paraná – Otto Mader Netto (LACTEC – BRA). Considerar a utilização racional de Achatina fulica tendo em vista a resolução do problema provocado pela invasão do caramujo gigante africano – Roberto Lamego (SALVEASERRA ONG – BRA). União das secretarias estaduais no Paraná (Meio Ambiente, Saúde e Agricultura) no Brasil, bem como na Argentina em prol do desenvolvimento de propostas para o controle do caramujo africano – Mauro Britto (IAP – BRA). Atualização dos dados com base na revisão da proposta inicial de manejo do caramujo africano para o Estado do Paraná e aplicação piloto – Gisélia Rubio (SESA – BRA). O desenvolvimento de pesquisa inter-disciplinares em busca de alternativas adequadas de manejo e utilização do caramujo como recurso biológico – Adam Coelho (NECPUCPR – BRA). Realização do diagnóstico da população de Achatina fulica para adaptação do manejo a realidade de cada município e área invadida; e que toda a ação esteja relacionada diretamente a uma ação social, na qual o caramujo sirva de termômetro em relação à qualidade de vida e meio ambiente – Marta Fischer (NECPUCPR – BRA). O envolvimento de uma ação social ambiental – Maria Fernanda Caneparo (NECPUCPR – BRA). Aprimorar a legislação tornando-a mais clara e aplicável em relação – Carolina Kostrzepa (NECPUCPR – BRA). Reforçar a necessidade do envolvimento acadêmico, de gestão pública e social em busca do manejo do caramujo invasor e melhoramento da qualidade de vida – Eduardo Colley (UFPR – BRA). Necessidade de um aperfeiçoamento da divulgação das informações dos impactos ambientais, de saúde e econômicos causados pela espécie invasora; os casos de sucesso e fracasso em relação ao manejo do caramujo em diferentes países com realidades de invasão semelhantes e distintas; destacar a aplicação de medidas de controle por parte das autoridades evitando impactos maiores; ampliar o controle entre fronteiras e de exportação de produtos que potencialmente sirvam como vetores de disseminação do caramujo; ampliar a capacidade de avaliação relacionada a impacto de saúde tendo em vista os casos possivelmente sub-notificados – Enrique Martínez (UCV – VENEZUELA).” Referência: ECOLOGIA URBANA. Construindo a Cidade Sustentávelàs.Disponível em: <http:// ecologiaurbanacwb.blogspot.com/2011/08/i-workshopbinacional-brasil-argentina.html> Acesso em: 07/08/11 www.Achatinafulica.com pag.07 E agora IBAMA? Brasil a questão ambiental, com maturidade. Nos anos 80 houde preocupapelo teMeio ve uma granção ma Ambiente no Brasil e, até o final da década, já havia centenas de associações ecológicas espalhadas por todo o país. Tudo era motivo para passeatas com cartazes, faixas e muita gritaria, então, convencionou-se chamar o movimento ecológico daquela época de Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 raramente, Achatina fulica Orthalicus prototypus Pilsbry, 1899 Ecologia: Ecologia no é tratada “festivo”. Muito embora essa expressão tivesse um caráter pejorativo, o movimento daquela época foi importantíssimo, pois ele foi espontâneo! Em 1982, depois de conversar sobre uma idéia com o Alm. Ibsen de Gusmão Câmara, presidente da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN), fundei a Associação de Proteção da Flora e www.Achatinafulica.com pag.08 Fauna e Extensionismo Rural (APFFER), uma entidade que destinou-se a levar a consciência ecologia ao meio rural: a primeira do gênero em todo o planeta. A entidade realizou, de 1982 a 1984, 4 projetos de extensão rural de caráter conservacionista, 3 em Sergipe e 1 no Rio de Janeiro, totalizando mais de 4 meses de trabalho no campo, inteiramente voluntário e realizado, exclusivamente, por acadêmicos. Um dos frutos palpáveis mais significativas foi ver o nascimento da primeira entidade ecológica no estado sergipano, a Associação Sergipana de Proteção Ambiental (ASPAM). De lá para cá, o conceito de conservação ambiental evoluiu junto com as entidades. As associações evoluíram para ONG e estas para OSCIP. “Existe uma certa confusão no que diz respeito ao termo OSCIP, de modo geral, a OSCIP é entendida como uma instituição em si mesma, porém, OSCIP é uma qualificação decorrente da lei 9.790 de 23/03/99. [...] A Lei 9.790 de 23/03/99, também conhecida como Lei do Terceiro Setor, é um marco na organização desse setor. Promulgada a partir de discussões promovidas entre governo e lideranças de organizações não governamentais, esta lei é o reconhecimento legal e oficial das ONGS, principalmente pela transparência administrativa que a legislação exige. [...] Como qualificação, a OSCIP é opcional, significa dizer que as ONGS já constituídas podem optar por obter a qualificação e as novas, podem optar por começar já se qualificando como OSCIP.” (SEBRAE, 2011) Depois disso trabalhei com assessor tecnocientífico da FBCN-RJ, como diretor de ecodesenvolvimento do Instituto de Ecologia Tropical (ECOTROPIC – RJ), presidi a Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA – SC), introduzi a educação ambiental em Alagoas como professor de biologia da rede educacional OBJETIVO, fui diretor de Desenvolvimento Sustentado da OIKOS MUNDI (SP), entre outras atividades, todas ligadas à área ambiental, minha principal vocação. Portanto, em minha opinião, a conservação ambiental não pode e nem deve ser abordada apenas com proibições, leis e ações políticas de repercussões jornalísticas duvidosas, como vêm ocorrendo com o Caracol Africano no Brasil, há anos. Atitudes como essas, nos arremetem a década de 80, quando não tínhamos maInformativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 turidade para debater os problemas com a necessária profundidade. Eu não sou a favor da preservação da introdução de espécies exóticas no país; no caso Achatina, o que defendo é o seu uso racional para manter sua população em níveis aceitáveis, pois está claro que não será possível mais erradicá-lo. Hoje, o Caracol Africano está presente em 25 dos 26 estados brasileiros e ao que parece, nenhuma das medidas adotadas até o momento, envolvendo valorosos funcionários públicos dos centros de zoonoses e até valentes soldados do exército brasileiro, vem sendo eficientes. Esclarecendo a população sobre a potencialidade desta espécie, sugerindo formas de aproveitamento racional que pode refletir-se em ganho financeiro ou simplesmente em alimento, com certeza iremos transformá-la no melhor aliado da conservação ambiental. E a única forma que temos para isso é através da educação. O problema é que, estimular os políticos a priorizar a educação no Brasil é uma tarefa mais difícil do que acabar com o próprio Caracol Africano que, diga-se de passagem, não é a primeira espécie exótica invasora presente no Brasil. “Algo semelhante ocorreu com as abelhas. [...] Em meados de 1950, a apicultura sofreu um grande baque em razão [...] do surgimento de doenças e pragas, o que dizimou 80% das colméias do país e diminuiu a produção apícola drasticamente. [...] Em 1956, o professor Warwick Estevan Kerr dirigiu-se à África, com apoio do Ministério da Agricultura, com a incumbência de selecionar rainhas de colméias africanas produtivas e resistentes a doenças. A intenção era realizar pesquisas comparando a produtividade, rusticidade e agressividade entre as abelhas européias, africanas e seus híbridos e, após os resultados conclusivos, recomendar a abelha mais apropriada às nossas condições. [...] Em 1957, 49 rainhas foram levadas ao apiário experimental de Rio Claro para serem testadas e comparadas com as abelhas italianas e pretas. Entretanto, nada se concluiu desse experimento, pois, em virtude de um acidente, 26 das colméias africanas enxamearam 45 dias após a introdução”. (EMBRAPA, 2010) De acordo com o Ministério da Saúde, em apenas 10 anos (1998-2008) as abelhas e vespas foram responsáveis por 466 óbitos e, é claro, estes números são subestimados. Estima-se www.Achatinafulica.com pag.09 que as abelhas no Brasil tenham contribuído para a morte de mais de 1000 pessoas e, um número muito maior de animais, desde sua introdução “acidental” e nem por isso o IBAMA proibiu sua criação ou estimulou um programa para sua erradicação ou, muito menos, indenizou as famílias das vítimas dos acidentes fatais e por que não? Afinal, o projeto teve o apoio do Ministério da Agricultura, não é mesmo? Com o tempo, as abelhas africanas se miscigenaram com as européias, produzindo um híbrido, que reuniu as melhores qualidades de todas as subespécies existentes na época. Mas na verdade foi a perseverança de poucos criadores o grande responsável pela retomada da atividade apícola no país, abandonada pela grande maioria dos apicultores devido a agressividades da nova espécie. “Esses apicultores foram os responsáveis pelo grande desenvolvimento apícola do Brasil que, de 28º produtor mundial de mel (5 mil t/ano), passou para o 6º (20 mil t em 2001). Da mesma forma que foi impossível exterminar as abelhas africanas, será impossível erradicar o caracol africano, portanto, a apicultura nos mostra o caminho que devemos adotar para conviver com esta espécie e, até mesmo, auferir lucro com ela, pois o caracol africano tem um enorme potencial zootécnico, nutricional e farmacológico e desprezá-lo por ignorância ou preconceito é um luxo que, simplesmente, não podemos aceitar num país com tantas desigualdades e necessidades sociais como o nosso. O caracol africano é largamente consumido na África, Ásia e até na França onde constitui um importante recurso alimentar, no entanto, no Brasil, onde se tem um enorme potencial para ser produzido, a um custo baixíssimo, os meios de comunicação, os principais formadores de opinião do país, difundem que o seu consumo é impróprio, que ele danoso a saúde humana, a agricultura e as espécies nativas, afirmando que o caracol deve ser crucificado, morto e sepultado. Há pelo menos 20 anos a imprensa brasileira vem difundindo o conceito de que o Achatina fulica deflagraria epidemias com grande mortalidade entre a população, dizimaria plantações e extinguiria espécies nativas. Uma visão pessimista que não se concretizou, mas que, infelizmente, gerou muita histeria. Felizmente não têm sido reportado casos de Achatina fulica causando prejuízos significativos à agricultura exceto a pequenas hortas, ou contribuindo Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 para a extinção de nenhuma espécie nativa; e até onde se sabe, houveram apenas dois óbitos associados a ele em 23 anos, ou seja, é muito mais fácil ganhar sozinho na loteria do que morrer de alguma doença transmitida pelo caracol africano. Como principal consequência desse fantasioso drama “o que se tem visto é uma verdadeira carnificina criminosa aos Moluscos Gastrópodes [...] pois a moda agora é matar lesmas e caramujos sem nenhum critério, por conta de uma série de informações [...] sem nenhuma veracidade científica sobre os possíveis “perigos” que o caramujo africano poderia estar causando às populações e ao ambiente. [...] A grande maioria das pessoas [...] relacionaram a palavra caramujo com a “Doença do Caramujo” (Esquistossomose) e acham que todos os caramujos são vetores de doenças para o homem e imaginam que quanto maior o caramujo, maior será o perigo”. (LIMA, p.1, 2010) De uma maneira geral, o desrespeito as lesmas e aos caracóis ficou patente, mas entre todos os caracóis nativos, os do gênero Megabolobullimus, os maiores caracóis do Brasil, são os que mais sofrem pela desinformação gerada pela imprensa, que elevou o seu status a de espécie ameaçada, no entanto, a realidade é que desde a sua introdução no país, a pouco mais de 22 anos, o caracol africano vem sendo responsabilizado por dois casos clínicos de meningoencefalite eosinofílica produzidos pelo A. cantonensis, um nematódeo que pode ser hospedado por ele. O primeiro caso foi divulgado em um encontro em 2006, de acordo com Caldeira (2007, pag. 887) ocorrido em Vitória (ES) e o segundo em Recife (PE), de acordo com Lima et.al. (2009, pag. 3), com uma média de um caso a cada 10 anos. Ambas são cidades portuárias. Só para se ter uma idéia, o percentual de óbitos humanos no mesmo período de tempo, 23 anos (1980 a 2003), produzidos pela esquistossomose, uma doença grave, transmitida por caramujos do gênero Biomphalaria, nativos do Brasil, de acordo com Ferreira (2010, pg. 69) foi de “14.463 óbitos”, 628 mortes por ano ou 7231 óbitos por “barriga d’água” para cada diagnóstico de meningite eoninofílica atribuído ao caracol africano. “ (AQUINO, 2010) Para se avaliar a seriedade da situação, se não fosse pelo geógrafo e conceituado malacologista Ignacio Agudo eu teria cometido o grave erro de publicar neste informativo, uma foto de um Orthalicus prototypus Pilsbry, 1899, uma espécie florestal arborícola nativa, que coletei este ano em Alagoas, no município de Capela, intewww.Achatinafulica.com pag.10 rior do estado, como se fosse um Achatina, devido a sua grande semelhança. Esta espécie rara, muito pouco conhecida da ciência, é representante da Família Bulimulidae e de nada adianta eu me justificar, dizendo que os coletei a noite, o que é um fato, pois pude conviver com ele por vários dias, antes de saber da sua real identidade. Agora imagine, se eu que trabalho, intensivamente com o Achatina (Lissachatina) fulica me confundi, o que esperar da população em geral que confunde caramujo com caracol e lesma com caramujo? Contemporaneamente, maioria dos gastrópodes nativos gigantes das famílias MEGALOBULIMIDAE e STROPHOCHEILIDAE, (envolvendo 5 gêneros e pelo menos umas 82 espécies) são os caracóis nativos mais parecidos, fenotipicamente, com o exótico invasor africano. São espécies florestais na sua maioria pertencentes à Família BULIMULIDAE e Subfamília ORTHALICINAE somando na América do Sul um total, aproximado, de 21 formas reconhecidas, incluídas nos gêneros “Orthalicus” (10 espécies), “Sultana” (2 espécies) e “Corona” (9 espécies). O meu equívoco, hilário até, levanta, novamente, uma séria preocupação: a devastação e a extinção indiscriminada de nossa malacofauna. Se eu tivesse que apontar entre os prejuízos causados pelo caracol africano, que pode ser transformado num aliado da conservação se devidamente aproveitado; ou a vaidade de alguns poucos pesquisadores que, por trás de um estereótipo heróico, continuam defendendo sua “erradicação” em prol da conservação na natureza e da saúde da população, (como se isso fosse possível); ou ainda a imprensa, que na ânsia de audiência, divulga notícias potencialmente chocantes apenas para aumentar a audiência, levando mais preocupações para uma população já tão sofrida eu, sem dúvida alguma, apontaria a imprensa como a pior das ameaças. Felizmente, essa preocupação não é apenas minha; inúmeros pesquisadores vocacionados, já tentaram alertar para esse problema; timidamente é verdade. Mas o problema é que, falar Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 com propriedade sobre um assunto polêmico, especialmente, quando se é minoria, normalmente atrai críticas e perseguições. Eu tenho recebido críticas sobre minhas propostas; até de louco já fui classificado, mas prefiro assim, pois estou em paz com a minha consciência, defendendo o desenvolvimento de metodologias para aproveitamento racional da espécie invasora para desta forma, controlá-la, eficientemente, na natureza. Mas o que me consola é saber que toda a idéia nova encontra oposição. Nenhuma é implantada sem discussões e debates acirrados e, como demonstra a história, algumas vezes, até alguns mártires. Mas a resistência as novas idéias é proporcional a sua importância, porque, quanto maior ela é, tanto mais numerosos serão os interesses que fere. Mas me pergunto, frequentemente, onde anda o bom senso, a ética profissional e a humildade de pesquisadores que não aceitam discutir pontos de vista conflitantes em pleno século XXI? “Vai dar trabalho reverter esta realidade. A imprensa terá que assumir sua parcela de responsabilidade e participar nesse processo de reeducação hercúlea. Só que agora, os jornalistas terão que estudar e consultar diversos pesquisadores pois o caracol africano, ainda hoje, instiga diferentes opiniões no meio científico. Não sou partidário da introdução de espécies exóticas no país, mas considero que a exploração do potencial do A. fulica será a única forma de controlar a sua população, a exemplo da China, tendo convicção que esta espécie poderá contribuir para minimizar a fome e as morte por desnutrição no Brasil pois detém todas as qualidades necessárias para esta empreitada, mas para isso, o IBAMA deverá reavaliar, corajosamente, a sua posição e discutir a questão com a necessária maturidade. “ (AQUINO, 2010) Agora, eu tenho uma idéia real, do quanto nossa malacofauna está realmente ameaçada pela histeria coletiva. Mas como o abate da fauna nativa é crime, eu pergunto: e agora IBAMA? *Mauricio Aquino é Médico Veterinário e Mestrando do curso de Ciências da Saúde da UFAL [email protected] www.Achatinafulica.com pag.11 Print out this poster and publish in your university or department. Thanks. Informativo AchatinafulicaNEWS nº 9 / Agosto de 2011 www.Achatinafulica.com pag.12