VARIAÇÃO DE TEMPERATURA EM COMPOSTEIRAS DE SOLO CASINI, J. V. M. 1; SILVA, L. M. V. 1; TERADA, G. T. 1 FERREIRA, B. 1; SILVA, C. V da2. 1 Discentes do Curso de Ciências Biológicas da FAP 2 Docente da Faculdade de Apucarana RESUMO O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a temperatura da compostagem orgânica realizada diretamente no solo. Os resíduos foram pesados e colocados junto com material seco nas composteiras. As temperaturas variaram entre 22,5±2,1 a 45 ±1,4 oC . Cerca de três meses após a montagem das composteiras obteve-se o composto maduro que foi peneirado e armazenado para posterior utilização. PALAVRAS CHAVE: Temperatura de compostagem; microorganismos; Adubo Orgânico. ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the temperature of composting organic performed directly in the soil. The residues were weighed and placed together with material in composting dry. The temperatures ranged from 22.5 ± 2.1 to 45 ± 1.4 ° C. About three months after assembly of composters compound was obtained mature was sieved and stored for later use. KEYWORS: Temperature composting; microorganisms; Organic Fertilizer. INTRODUÇÃO A compostagem é um processo que simula processos naturais de regeneração de solos, onde o produto deveria ser constituído de tal forma que mais rapidamente se integrasse nos processos biológicos naturais. Todo esse processo envolve uma população bastante heterogênea de microorganismos. Geralmente o composto é feito sobrepondo os resíduos orgânicos, formandose pilhas ou leiras. A montagem da leira é realizada alternando-se os diferentes tipos de resíduos em camadas com espessura em torno de 20 cm. Este processo permite tratar os resíduos orgânicos domésticos bem como os resíduos verdes. Para isso, uma estrutura denominada composteira deve ser desenvolvida, em contato direto com a terra para facilitar a entrada dos decompositores (microrganismos, minhocas, etc.). Ela deve apresentar muitos espaços para a circulação do ar e uma tampa para evitar a entrada em excesso da água quando chove. (OLIVEIRA, 2005). O húmus, ou matéria orgânica do solo (MOS), devido ao seu papel vital na manutenção da qualidade do solo, é fator chave nas modernas práticas de manejo sustentado da terra. A conservação e o aumento do húmus no solo exercem efeitos benéficos no suprimento dos nutrientes para as plantas, na estrutura e na compactabilidade do solo, e na capacidade de retenção de água (PICOLO et al., 1992). O objetivo desta pesquisa foi observar a influência da temperatura no amadurecimento do composto orgânico. Para a construção da composteira foi realizada uma abertura no solo com aproximadamente 300 mm de profundidade. Primeiramente foram colocados restos de alimentos, que incluíram folhas de hortaliças e frutas, em seguida alternaram-se camadas com este material e também material orgânico seco constituído principalmente de folhas secas e estrume de vaca seco. As variações de temperatura foram registradas semanalmente a fim de acompanhar o amadurecimento do composto. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO A compostagem é, pois, uma técnica idealizada para se obter mais rapidamente e em melhores condições a desejada estabilização da matéria orgânica. (KIEHL, 1985). Esta pesquisa foi baseada no pressuposto de que o amadurecimento do composto só é conseguido graças ao trabalho de diferentes formas de bactérias. A compostagem aeróbia pode ocorrer tanto em regiões de temperatura termofílica (45 a 85ºC) como mesofílica (25a 43ºC). Embora a elevação da temperatura seja necessária e interessante para a eliminação de microrganismos patogênicos, alguns pesquisadores observaram que a ação dos microorganismos sobre a matéria orgânica aumenta com a elevação da temperatura até 65ºC e que acima deste valor o calor limita as populações aptas, havendo um decréscimo da atividade biológica (FERNANDES,1999). CONCLUSÃO Os resultados mostraram que, no período experimental, a temperatura média do composto variou entre 22,5±2,1 a 45 ±1,4 oC (Figura 1). Segundo Pereira Neto 2007, a fase de degradação ativa é necessariamente termofílica, pois envolve a ação de bactérias termófilas, ativas a altas temperaturas. Este processo aumenta a eficiência do processo e elimina microorganismos patogênicos. No início do desenvolvimento do composto pode-se perceber que a temperatura da composteira estava relativamente baixa uma vez que o clima durante o início do experimento encontrava-se bastante úmido, com chuvas semanais. No último mês desenvolvimento, com um clima mais seco e quente, pode-se observar um aumento na temperatura do composto culminando com a sua maturação. Figura 1. Variação da temperatura na composteira de solo durante o tempo de maturação dos resíduos orgânicos. As características que permitiram a identificação da maturação do composto foram à cor escura o cheiro de terra molhada e o início de germinação de sementes. Estas características vão de encontro com aquelas encontradas por DIAS e VAZ, 1997. REFERENCIAS DIAS, S.M.F.; VAZ, L.M.S. Compostagem Aeróbica: Tratamento ao Lixo Gerado no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana. In Anais do 19º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. (CD-ROOM). Foz Iguaçu – PR, 14 a 19/09/1997. FERNANDES, F.; SILVA, S. M. C. P. da. Manual prático para a compostagem de biossólidos. Rio de Janeiro: ABES, 1999. KIEHL, J.E. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Agronômica Ceres, p. 492,1985. OLIVEIRA, A. M. G.; AQUINO, A. M.; NETO, M. T. C. Compostagem Caseira de Lixo Orgânico Doméstico. Revista Técnica 76. EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Cruz das Almas, 2005. PEREIRA NETO J. T. Manual de compostagem: processo de baixo custo. Viçosa MG:UFV, 2007. PICCOLO, A.; NARDI, S.; CONCHERI, G. Structural characteristics of humus and biological activity. Soil Biology and Biochemistry, Elmsford, v. 24, n. 373, p. 273-380, 1992.