UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO THEREZA RAQUEL GARCIA SILVA CORREIA CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR SOFTWARES NATAL/RN 2015 THEREZA RAQUEL GARCIA SILVA CORREIA CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR SOFTWARES Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte integrante dos requisitos para à obtenção do grau de Cirurgião-Dentista. Orientadora: Prof. Drª. Hallissa Simplício Gomes Pereira. NATAL/RN 2015 Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”. Correia, Thereza Raquel Garcia Silva. Concordância entre medidas cefalométricas obtidas por softwares / Thereza Raquel Garcia Silva Correia. – Natal, RN, 2015. 22 f. : il. Orientador: Prof°. Dra. Halissa Simplício Gomes Pereira. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia)–Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia. 1. Cefalometria. 2. Ortodontia. 3. Softwares. I. Pereira, Halissa Simplício Gomes. II. Título. RN/UF/BSO Black D4 THEREZA RAQUEL GARCIA SILVA CORREIA CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR SOFTWARES Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte integrante dos requisitos para à obtenção do grau de CirurgiãoDentista. Aprovado em: 27 de Maio de 2015 BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dra. Hallissa Simplício Gomes Pereira Universidade Federal do Rio Grande do Norte Orientadora _______________________________________________ Prof. Dr. José Sandro Pereira da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte Membro ________________________________________________ Prof. Dr. Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas Universidade Federal do Rio Grande do Norte Membro AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da vida e assim ter a oportunidade de concluir o curso que tanto almejei; à minha família, em especial aos meus pais, Jorge e Edna, e minha irmã, Anna Thereza, pelo apoio diário e pela oportunidade de proporcionar-me a melhor educação possível; a Raphael, meu namorado, pela força e paciência durante minha trajetória no curso; a Lorena Marques, por toda a dedicação em ajudar, sendo uma das peças principais na confecção da pesquisa; aos que também colaboraram com o trabalho, Victor de Farias e Anderson Fernandes, sem eles o êxito da pesquisa não seria conquistado; e por último, e não menos importante, à orientadora Prof. Drª. Hallissa Simplício, que sem dúvidas me encorajou e motivou a realizar o trabalho da melhor forma possível, sempre muito atenciosa e disponível. Agradeço a todos que colaboraram direta e indiretamente com o desenvolvimento da pesquisa e com minha história dentro do curso de graduação em Odontologia pela UFRN. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 6 2. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 7 3. RESULTADOS....................................................................................... 11 4. DISCUSSÃO........................................................................................... 13 5. CONCLUSÃO........................................................................................ 14 REFERÊNCIAS..................................................................................... 14 ANEXOS................................................................................................. 16 5 CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR SOFTWARES CEPHALOMETRIC MEASUREMENTS CONCORDANCE OBTANIED BY TWO SOFTWARES RESUMO INTRODUÇÃO: Com a popularização dos softwares voltados para a análise cefalométrica, o presente estudo teve como objetivo avaliar a concordância das medidas cefalométricas obtidas pelos softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging 11.7®. MÉTODO: Foram analisadas, por cada software, 30 telerradiografias em norma lateral, através da demarcação de 11 pontos cefalométricos e obtenção de 10 grandezas cefalométricas. Ao final, as medidas foram correlacionadas estatisticamente por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). RESULTADOS: As grandezas SNB e Pog-NB apresentaram forte concordância entre os softwares, as grandezas SNA, ANB, 1-NA, 1-NB, 1.NB, 1.1 e Go-Gn.SN obtiveram concordância moderada e, por sua vez, a grandeza 1.NA demonstrou fraca concordância entre os softwares. CONCLUSÃO: Estes resultados denotam a uniformidade entre os softwares, que podem ser aplicados intercambiavelmente na prática clínica. Palavras-chave: Software. Cefalometria. Ortodontia. ABSTRACT INTRODUCTION: With the popularization of softwares designed to cephalometrics analyzes, this study aimed to avaliate the concordance of two analyzes obtained from the software Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging 11.7®. METHOD: 30 lateral cephalometric radiographs were analyzed by each program through 11 cephalometrical points and obtainment of 10 cephalometric meansurements. Then, the measures were statistcaly correlated by the Intraclass Correlation Coefficient (ICC). RESULTS: The meansurements SNB e Pog-NB shown strong concordance between the softwares, the meansurements SNA, ANB, 1-NA, 1-NB, 1.NB, 1.1 and Go-Gn. SN obtained moderate concordance and in the other hand, the meansurements 1.NA shown weak concordance between the softwares. 6 CONCLUSION: These results denote the uniformity between the softwares and that they can be used interchangeably in the pratical clinic. Keywords: Software. Cephalometry. Orthodontics. 1. INTRODUÇÃO Estudos como os de Broadbent (1931)1 e Hofrat (1931)2 marcaram a evolução da Radiologia Odontológica ao introduzir o cefalostato como método de padronização das telerradiografias cefalométricas, tornando-as precisas e indispensáveis na análise cefalométrica, favorecendo um correto diagnóstico, planejamento, tratamento e prognóstico ortodôntico.3,4,5 O traçado cefalométrico pode ser obtido de duas formas: manual ou computadorizada. Durante muitos anos, o traçado cefalométrico manual foi o único método capaz de mensurar grandezas cefalométricas. Para sua realização uma folha de acetato transparente é colocada sobre a telerradiografia em norma lateral impressa e com o auxílio de um lápis são identificadas as estruturas anatômicas, pontos e medidas cefalométricas de interesse.6 Em 1969, Ricketts desenvolveu o traçado cefalométrico computadorizado.7,8 A partir de então, vários softwares foram desenvolvidos para essa finalidade, como Orto Manager®, Radiocef Studio®, CeF-X®, Dolphin Imaging Software®, Vistadent®, Dental Planner®, entre outros.9 A utilização desses softwares na obtenção dos dados permitiu a otimização do tempo de realização da análise cefalométrica quando comparado ao método manual, além da possibilidade de armazenamento, manipulação e recuperação dessas documentações no computador, e maior obtenção de informações que auxiliem no diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico.4 O Dolphin Imaging Software® foi criado na década de 80 pela empresa Dolphin Imaging and Management Solutions nos Estados Unidos e desde então ganhou espaço na Odontologia, tanto no âmbito clínico como no de pesquisa e ensino, em escala mundial.5 No Brasil, foi apresentado pela primeira vez durante o 2° Simpósio de Informática na Ortodontia, impulsionando o uso desse tipo de tecnologia dentro da Ortodontia nacional. Com o passar do tempo, a empresa aprimorou as funções desse software capacitando-o a importar e realizar análises em arquivos 3D. Sua utilização é prática, porém requer certo treinamento do operador, além disso, ele promove mensurações precisas e leitura instantânea 7 das medidas lineares e angulares do cefalograma.10 Apesar de tantas qualidades o Dolphin Imaging® possui um alto custo, o que inviabiliza, para muitos, sua utilização.4 Em 1994, foi criado no Brasil, pela empresa RadioMemory, o Radiocef Studio®, que revolucionou o processo de implementação da cefalometria computadorizada no país, tornando-se um dos softwares mais comercializados e utilizados até os dias atuais. O programa permite a marcação dos pontos anatômicos diretamente sobre a imagem digital na tela do computador, otimizando o tempo de trabalho despendido para o traçado cefalométrico e levando em consideração, que por ser um produto nacional, torna-se mais acessível para os ortodontistas e centros radiológicos, principalmente, no ponto de vista financeiro.9 Diante da popularização desses softwares, é de fundamental importância avaliá-los quanto à exatidão, confiabilidade, reprodutibilidade e aplicabilidade na vivência clínica e na pesquisa científica.11 Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a concordância das medidas cefalométricas obtidas pelos softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging Software 11.7®. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para a execução desta pesquisa foram obedecidos todos os critérios prescritos pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a qual versa sobre a ética em pesquisa com seres humanos. O projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CEP/UFRN e, somente após sua aprovação (ANEXO A), iniciou-se a seleção do material que compôs a amostra. Este material foi composto de 30 telerradiografias em norma lateral, obedecendo as seguintes especificações: resolução de 300 d.p.i. com 256 níveis de cinza e o tamanho 1360 × 1018 pixels.12 Cada uma dessas radiografias foi analisada nos softwares Radiocef Studio 2® (Radiomemory, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil) e Dolphin Imaging 11.7® (Dolphin Imaging and Management Solutions, Anaheim, Califórnia, Estados Unidos) através da demarcação de 11 pontos cefalométricos por um único examinador especialista em Ortodontia, devidamente calibrado. Os seguintes pontos cefalométricos foram demarcados (Figura 01): S - Sela - Centro da imagem da fossa pituitária; N - Násio - Ponto mais anterior da sutura fronto-nasal; 8 A - Ponto A - Ponto mais profundo na concavidade maxilar entre a espinha nasal anterior e o rebordo alveolar; B - Ponto B - Ponto mais profundo da concavidade anterior da sínfise mandibular; Gn - Gnátio - Ponto mais anterior e inferior da sínfise mentoniana; Go - Gônio - Ponto onde a bissetriz do ângulo formado pela tangente à borda posterior do ramo da mandíbula e a tangente ao limite inferior do corpo da mandíbula intercepta o contorno mandibular; Pog - Pogônio - Ponto mais anterior do contorno do mento no plano sagital; Iis - Borda incisal do incisivo superior - Ponto na borda incisal do incisivo central superior; Ais - Ápice do incisivo superior - Ápice radicular do incisivo central superior; Iii - Borda incisal do incisivo inferior - Ponto na borda incisal do incisivo central inferior; Aii - Ápice do incisivo inferior - Ápice radicular do incisivo central inferior; Figura 01 - Pontos cefalométricos Fonte: Autora, 2015. 9 Ao término das demarcações dos pontos cefalométricos, cada programa gerava automaticamente as seguintes grandezas cefalométricas, oriundas da análise de Steiner: (Figuras 02, 03 e 04): SNA: Ângulo formado entre as linhas SN e NA; SNB: Ângulo formado entre as linhas SN e NB; ANB: Ângulo formado entre as linhas NA e NB; 1.1: Ângulo formado pela intersecção do longo eixo do incisivo superior com o longo eixo do incisivo inferior; 1.NB: Ângulo entre o longo eixo do incisivo inferior e a linha NB; 1.NA: Ângulo entre o longo eixo do incisivo superior e a linha NA; 1-NB: Distância entre a parte mais anterior do incisivo inferior e a linha NB; 1-NA: Distância entre a parte mais anterior do incisivo superior e a linha NA; SN.GoGn: Ângulo entre o plano mandibular (Go-Gn) e a linha SN; Pog-NB: Distância do pogônio a NB, paralela ao plano de Frankfurt. Figura 02 – Grandezas cefalométricas (SNA, SNB e ANB) Fonte: Autora, 2015. 10 Figura 03- Grandezas cefalométricas (1.NA, 1.NB e 1.1) Fonte: Autora, 2015. Figura 04 – Grandezas cefalométricas (1-NA, 1-NB, SN.Go-Gn e Pog-NB) Fonte: Autora, 2015. 11 O banco de dados da pesquisa foi construído na plataforma do software SPSS® (Statistical Package for Social Sciences) versão 22.0 para Windows. Ao final, foi realizada a análise descritiva dos dados e os softwares comparados foram correlacionados estatisticamente por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). 3. RESULTADOS As Tabelas 01 e 02 mostram uma análise descritiva dos dados relativos às grandezas cefalométricas quanto à média, mediana, desvio padrão, valores mínimo e máximo e distância interquartílica, para os softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging Software 11.7®, respectivamente. Tabela 01 – Caracterização da amostra quanto à média, mediana (Md), desvio padrão (DP), valores mínimo e máximo (Mín-Máx) e distância interquartílica (Q25-Q75) de cada grandeza cefalométrica obtida pelo Radiocef Studio 2®. Natal/RN. 2015. Md DP Mín. – Máx. Q25 - Q75 Média SNA 82,54 82,14 4,26 72,92 – 93,96 79,87 – 85,03 SNB 80,65 80,42 3,69 75,54 – 88,21 77,60 – 84,22 ANB 1,89 3,02 3,27 -4,83 – 5,88 -0,93 – 4,82 1-NA 5,94 6,05 4,83 -0,83 – 16,05 1,54 – 10,00 1.NA 34,41 28,65 34,41 6,92 – 160,96 16,29 – 37,30 1-NB 4,98 4,63 2,18 1,70 – 10,89 3,58 – 6,12 1.NB 27,20 27,33 6,06 12,97 – 40,74 22,83 – 31,79 Pog-NB 2,18 2,39 2,21 -2,87 – 6,56 0,54 – 3,47 1.1 120,52 122,72 21,04 39,75 – 146,37 114,67 – 132,57 Go-Gn.SN 30,24 30,93 5,70 20,99 – 41,30 25,22 – 35,11 Fonte: Autora, 2015. 12 Tabela 02 – Caracterização da amostra quanto à média, mediana (Md), desvio padrão (DP), valores mínimo e máximo (Mín-Máx) e distância interquartílica (Q25-Q75) de cada grandeza cefalométrica obtida pelo Dolphin Imaging Software 11.7®. Natal/RN. 2015. Média Md DP Mín. - Máx Q25 – Q75 SNA 85,05 85,75 5,76 65,30 – 98,50 82,32 – 87,52 SNB 81,95 81,05 3,93 75,60 – 90,70 78,20 – 84,50 ANB 4,61 4,35 4,27 -2,20 – 22,50 2,50 – 5,85 1-NA 4,67 5,30 5,41 -4,90 – 23,90 1,17 – 6,35 1.NA 21,80 24,05 12,64 2,60 – 63,20 12,25 – 29,17 1-NB 5,50 4,95 2,76 1,90 – 16,10 3,65 – 6,80 1.NB 27,86 25,45 11,84 13,90 – 85,50 23,70 – 29,12 Pog-NB 2,44 2,55 2,46 -2,40 – 9,60 0,92 – 3,47 1.1 129,95 129,75 9,37 113,60 – 150,60 121,77 – 136,55 Go-Gn.SN 31,66 30,30 13,38 19,30 – 96,40 25,17 – 34,37 Fonte: Autora, 2015. O grau de concordância das grandezas cefalométricas analisadas entre os softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging Software 11.7® foi dado pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI), conforme a Tabela 03. Valores de CCI maiores ou igual a 0,7 demonstram forte concordância entre os softwares, valores de CCI entre 0,3 e 0,699 denotam concordância moderada, e valores de CCI menores do que 0,3 indicam fraca concordância. Tabela 03 – Valores do coeficiente de correlação intraclasse dos softwares da pesquisa comparados entre si. Natal/RN, 2015. CCI SNA 0,602 SNB 0,919 ANB 0,627 1-NA 0,436 1.NA 0,048 1-NB 0,484 1.NB 0,319 Pog-NB 0,874 1.1 0,417 Go-Gn.SN 0,491 Fonte: Autora, 2015. 13 4. DISCUSSÃO O crescimento da tecnologia na Odontologia tem despertado nos pesquisadores o interesse em testar o que é novo. Dentro da Ortodontia, destaca-se o traçado cefalométrico obtido com o auxílio de softwares específicos para este fim, que vem se tornando cada vez mais presente nos estudos científicos e também na prática clínica.5,13 A partir dessa necessidade, o presente estudo avaliou a concordância entre os softwares Dolphin Imaging Software 11.7®, programa que possui grande reconhecimento em escala mundial4,5,6,14,16,17, e Radiocef Studio 2®, bastante utilizado no Brasil7,9,15,18; obtendo boa concordância entre os programas em seus resultados. Outros estudos comparando softwares para análise cefalométrica entre si apresentaram resultado semelhante.9,16,19,20 Erkan et al.16 compararam os softwares Dolphin Imaging®, Vistadent®, Nemoceph® e Ceph Quick®. Os autores não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os softwares. No estudo de Vasconcelos et al.9, o Radiocef Studio® foi comparado ao software Dental Planner® e também não houve diferença estatisticamente significativa entre eles. Já Glaros et al.19,20 concordam parcialmente com os resultados deste trabalho. Os autores compararam os softwares Dolphin Imaging® e Vistadent® e observaram que as medidas de tecido duro não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os dois softwares.19 Porém, com relação as medidas de tecido mole, houve diferença estatisticamente e clinicamente significativa na aferição do ângulo facial.20 De acordo com os resultados, apenas uma das dez medidas avaliadas neste estudo apresentou fraca concordância. A maioria das grandezas denotou concordância moderada e duas grandezas mostraram forte concordância entre si. As medidas relacionadas aos incisivos (1.NA, 1-NA, 1.NB, 1-NB e 1.1) apresentaram os menores coeficientes de correlação intraclasse. Brangeli et al.21 relataram resultado semelhante quando compararam a análise cefalométrica computadorizada com a manual. Os autores observaram fraca concordância entre os métodos para as grandezas relacionadas a pontos demarcados em estruturas dentárias. Achados desse tipo levantam a hipótese de que essa fraca concordância se deve pela complexidade em identificar na telerradiografia os pontos em regiões de sobreposição de imagens, como na área dos incisivos.9,21 Finalmente, de acordo com a avaliação dos dados cefalométricos, é possível considerar os softwares concordantes entre si. Portanto, faz-se necessário analisar outras características no momento da aquisição desses softwares, como: o investimento financeiro, 14 arquivamento, transmissão dos documentos e tempo de trabalho requerido por cada um, tendo em vista que ambos realizam o mesmo trabalho. 5. CONCLUSÃO Os resultados, do presente trabalho, denotam a uniformidade entre os dois softwares avaliados, que podem ser aplicados intercambiavelmente na prática clínica. REFERÊNCIAS 1. Broadbent BH. A new x-ray technique and its application to orthodontics: The Introduction of Cephalometric Radiography. Angle Orthod. 1931 Apr;1(2):45-66. 2. Hofrat H. Die bedeutung der Rötgenfern und Abstandsaufnahme für die Diagnostik der Kieferanomalien. Fortschr Orthodont. 1931 Oct;1(2):232-258. 3. Guedes PA, Souza JEN, Tuji FM, Nery EM. A comparative study of manual vs. computadorized cephalometric analysis. Dental Press J Orthod. 2010 Sep/Oct;15(2):44-51. 4. Paixão MB, Sobral MC, Vogel CJ, Araújo TM. Estudo comparativo entre traçados cefalométricos manual e digital, através do programa Dolphin Imaging em telerradiografias laterais. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2010 Nov/Dec;15(6):123-130. 5. Albakari SF, Kula KS, Ghoneima AA. The reability and reproducibility of cephalometric measurements: a comparison of conventional and digital methods. Dentomaxillofac. Radiol. 2012 Jan;41(1):11-17. 6. Akhoundi MSA, Shirani G, Arshad M, Heidar H, Sodagar A. Comparison of an imaging software and manual prediction of soft tissue changes after orthognathic surgery. J Dent. 2012 Dec;9(3):178-187. 7. Quintão APA, Vitral RWF. Estudo comparativo entre cefalometria manual e computadorizada (análise de Steiner, Tweed e Downs) em telerradiografias laterais. HU Revista 2010 Apr/Jun;36(2):95-99. 8. Ricketts RM. Analysis the interim. Angle Orthod. 1970 Apr;40(2):129-137. 9. Vasconcelos MHF, Janson G, Freitas MR, Henriques JFC. Avaliação de um programa de traçado cefalométrico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006 Mar/Apr; 11(2):44-54. 10. Rossini G, Cavallini C, Cassetta M, Barbato E. 3D cephalometric analysis obtained from computed tomography. Review of the literature. Ann Stomatol. 2011 Jul/Dec; 2(3-4):31-39. 15 11. Shaheed S, Iftikhar A, Rasool G, Bashir U. Accuracy of linear cephalometric measurements with scanned lateral cephalograms. Pakistan Oral Dent J. 2011 Jun; 31(1):6872. 12. Ongkosuwito EM, Katsaros C, van’t Hof MA, Bodegom JC, Kuijpers-Jagtman AM. The reproducibility of cephalometric measurements: a comparison of analogue and digital methods. Eur J Orthod. 2002 Dec; 24(6):655-665. 13. Silva JMG, Castilho JCM, Matsui RH, Matsui MY, Gomes MF. Comparative study between conventional and digital radiography in cephalometric analysis. J Health Sci Inst. 2011 Jan/Mar;29(1):19-22. 14. Thurzo A, Javorka V, Stanko P, Lysy J, Suchancova B, Lehotska V et al. Digital and manual cephalometric analysis. Bratisl Lek Listy. 2010 Jan/Mar;111(2):97-100. 15. Trajano FS, Pinto AS, Ferreira AC, Kato CMB, Cunha RB, Viana FM. Estudo comparativo entre os métodos de análise cefalométrica manual e computadorizada. Rev. Dental Press Ortodon Ortop Facial 2000 Nov/Dec; 5(6): 57-62. 16. Erkan M, Gurel HG, Nur M, Demirel B. Reliability of four different computadorized cephalometric analysis programs. Eur J Orthod. 2012 Jun;34(3):318-321. 17. Sayinsu K, Isik F, Trakyali G, Arun T. An evoluation of the errors in cephalometric measurements on scanned cephalometric images e conventional tracings. Eur J Orthod. 2008 Feb;20(1):105-108. 18. Ferreira JT, Telles CS. Evaluation of the reability of computadorized profile cephalometric analysis. Braz Dent J. 2002 Mar;13(3):201-204. 19. Glaros AG, Gregston MD, Kula T, Kula K, Hardman P. A comparison of conventional and digital radiographic methods and cephalometric analysis software: I. hard tissue. Semin Orthod. 2004 Sep;10(3):204-211. 20. Glaros AG, Gregston MD, Kula T, Kula K, Hardman P. A comparison of conventional and digital radiographic methods and cephalometric analysis software: II. soft tissue. Semin Orthod. 2004 Sep;10(3):212-219. 21. Brangeli LAM, Henriques JF, Vasconcelos MHF, Janson, G. Comparative study of computadorized and manual cephalometric analysis. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2000 May/Jun;54(3):234. 16 ANEXOS ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP/UFRN 17 18 19 20 ANEXO B – NORMAS DE APRESENTAÇÃO DE ORIGINAIS (DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS) 21 22