UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO
THEREZA RAQUEL GARCIA SILVA CORREIA
CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR
SOFTWARES
NATAL/RN
2015
THEREZA RAQUEL GARCIA SILVA CORREIA
CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR
SOFTWARES
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado
ao Departamento de Odontologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como parte integrante dos requisitos para à
obtenção do grau de Cirurgião-Dentista.
Orientadora: Prof. Drª. Hallissa Simplício
Gomes Pereira.
NATAL/RN
2015
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.
Correia, Thereza Raquel Garcia Silva.
Concordância entre medidas cefalométricas obtidas por softwares / Thereza
Raquel Garcia Silva Correia. – Natal, RN, 2015.
22 f. : il.
Orientador: Prof°. Dra. Halissa Simplício Gomes Pereira.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia)–Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de
Odontologia.
1. Cefalometria. 2. Ortodontia. 3. Softwares. I. Pereira, Halissa Simplício
Gomes. II. Título.
RN/UF/BSO
Black D4
THEREZA RAQUEL GARCIA SILVA CORREIA
CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR
SOFTWARES
Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao Departamento de
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como
parte integrante dos requisitos para à obtenção do grau de CirurgiãoDentista.
Aprovado em: 27 de Maio de 2015
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dra. Hallissa Simplício Gomes Pereira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientadora
_______________________________________________
Prof. Dr. José Sandro Pereira da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro
________________________________________________
Prof. Dr. Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da vida e assim ter a oportunidade de concluir o
curso que tanto almejei; à minha família, em especial aos meus pais, Jorge e Edna, e minha
irmã, Anna Thereza, pelo apoio diário e pela oportunidade de proporcionar-me a melhor
educação possível; a Raphael, meu namorado, pela força e paciência durante minha trajetória
no curso; a Lorena Marques, por toda a dedicação em ajudar, sendo uma das peças principais
na confecção da pesquisa; aos que também colaboraram com o trabalho, Victor de Farias e
Anderson Fernandes, sem eles o êxito da pesquisa não seria conquistado; e por último, e não
menos importante, à orientadora Prof. Drª. Hallissa Simplício, que sem dúvidas me encorajou
e motivou a realizar o trabalho da melhor forma possível, sempre muito atenciosa e
disponível. Agradeço a todos que colaboraram direta e indiretamente com o desenvolvimento
da pesquisa e com minha história dentro do curso de graduação em Odontologia pela UFRN.
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO......................................................................................
6
2.
MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................
7
3.
RESULTADOS.......................................................................................
11
4.
DISCUSSÃO...........................................................................................
13
5.
CONCLUSÃO........................................................................................
14
REFERÊNCIAS.....................................................................................
14
ANEXOS.................................................................................................
16
5
CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS POR
SOFTWARES
CEPHALOMETRIC MEASUREMENTS CONCORDANCE OBTANIED BY TWO
SOFTWARES
RESUMO
INTRODUÇÃO: Com a popularização dos softwares voltados para a análise cefalométrica, o
presente estudo teve como objetivo avaliar a concordância das medidas cefalométricas obtidas
pelos softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging 11.7®. MÉTODO: Foram analisadas,
por cada software, 30 telerradiografias em norma lateral, através da demarcação de 11 pontos
cefalométricos e obtenção de 10 grandezas cefalométricas. Ao final, as medidas foram
correlacionadas estatisticamente por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI).
RESULTADOS: As grandezas SNB e Pog-NB apresentaram forte concordância entre os
softwares, as grandezas SNA, ANB, 1-NA, 1-NB, 1.NB, 1.1 e Go-Gn.SN obtiveram
concordância moderada e, por sua vez, a grandeza 1.NA demonstrou fraca concordância entre
os softwares. CONCLUSÃO: Estes resultados denotam a uniformidade entre os softwares,
que podem ser aplicados intercambiavelmente na prática clínica.
Palavras-chave: Software. Cefalometria. Ortodontia.
ABSTRACT
INTRODUCTION: With the popularization of softwares designed to cephalometrics
analyzes, this study aimed to avaliate the concordance of two analyzes obtained from the
software Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging 11.7®. METHOD: 30 lateral cephalometric
radiographs were analyzed by each program through 11 cephalometrical points and
obtainment of 10 cephalometric meansurements. Then, the measures were statistcaly
correlated by the Intraclass Correlation Coefficient (ICC). RESULTS: The meansurements
SNB e Pog-NB shown strong concordance between the softwares, the meansurements SNA,
ANB, 1-NA, 1-NB, 1.NB, 1.1 and Go-Gn. SN obtained moderate concordance and in the
other hand, the meansurements 1.NA shown weak concordance between the softwares.
6
CONCLUSION: These results denote the uniformity between the softwares and that they can
be used interchangeably in the pratical clinic.
Keywords: Software. Cephalometry. Orthodontics.
1.
INTRODUÇÃO
Estudos como os de Broadbent (1931)1 e Hofrat (1931)2 marcaram a evolução da
Radiologia Odontológica ao introduzir o cefalostato como método de padronização das
telerradiografias
cefalométricas,
tornando-as
precisas
e
indispensáveis
na
análise
cefalométrica, favorecendo um correto diagnóstico, planejamento, tratamento e prognóstico
ortodôntico.3,4,5
O traçado cefalométrico pode ser obtido de duas formas: manual ou computadorizada.
Durante muitos anos, o traçado cefalométrico manual foi o único método capaz de mensurar
grandezas cefalométricas. Para sua realização uma folha de acetato transparente é colocada
sobre a telerradiografia em norma lateral impressa e com o auxílio de um lápis são
identificadas as estruturas anatômicas, pontos e medidas cefalométricas de interesse.6
Em 1969, Ricketts desenvolveu o traçado cefalométrico computadorizado.7,8 A partir
de então, vários softwares foram desenvolvidos para essa finalidade, como Orto Manager®,
Radiocef Studio®, CeF-X®, Dolphin Imaging Software®, Vistadent®, Dental Planner®,
entre outros.9 A utilização desses softwares na obtenção dos dados permitiu a otimização do
tempo de realização da análise cefalométrica quando comparado ao método manual, além da
possibilidade de armazenamento, manipulação e recuperação dessas documentações no
computador, e maior obtenção de informações que auxiliem no diagnóstico e planejamento do
tratamento ortodôntico.4
O Dolphin Imaging Software® foi criado na década de 80 pela empresa Dolphin
Imaging and Management Solutions nos Estados Unidos e desde então ganhou espaço na
Odontologia, tanto no âmbito clínico como no de pesquisa e ensino, em escala mundial.5 No
Brasil, foi apresentado pela primeira vez durante o 2° Simpósio de Informática na Ortodontia,
impulsionando o uso desse tipo de tecnologia dentro da Ortodontia nacional.
Com o passar do tempo, a empresa aprimorou as funções desse software capacitando-o
a importar e realizar análises em arquivos 3D. Sua utilização é prática, porém requer certo
treinamento do operador, além disso, ele promove mensurações precisas e leitura instantânea
7
das medidas lineares e angulares do cefalograma.10 Apesar de tantas qualidades o Dolphin
Imaging® possui um alto custo, o que inviabiliza, para muitos, sua utilização.4
Em 1994, foi criado no Brasil, pela empresa RadioMemory, o Radiocef Studio®, que
revolucionou o processo de implementação da cefalometria computadorizada no país,
tornando-se um dos softwares mais comercializados e utilizados até os dias atuais. O
programa permite a marcação dos pontos anatômicos diretamente sobre a imagem digital na
tela do computador, otimizando o tempo de trabalho despendido para o traçado cefalométrico
e levando em consideração, que por ser um produto nacional, torna-se mais acessível para os
ortodontistas e centros radiológicos, principalmente, no ponto de vista financeiro.9
Diante da popularização desses softwares, é de fundamental importância avaliá-los
quanto à exatidão, confiabilidade, reprodutibilidade e aplicabilidade na vivência clínica e na
pesquisa científica.11 Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a concordância
das medidas cefalométricas obtidas pelos softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging
Software 11.7®.
2.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a execução desta pesquisa foram obedecidos todos os critérios prescritos pela
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), a qual versa sobre a ética em
pesquisa com seres humanos. O projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – CEP/UFRN e, somente após sua
aprovação (ANEXO A), iniciou-se a seleção do material que compôs a amostra.
Este material foi composto de 30 telerradiografias em norma lateral, obedecendo as
seguintes especificações: resolução de 300 d.p.i. com 256 níveis de cinza e o tamanho 1360 ×
1018 pixels.12 Cada uma dessas radiografias foi analisada nos softwares Radiocef Studio 2®
(Radiomemory, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil) e Dolphin Imaging 11.7® (Dolphin
Imaging and Management Solutions, Anaheim, Califórnia, Estados Unidos) através da
demarcação de 11 pontos cefalométricos por um único examinador especialista em
Ortodontia, devidamente calibrado.
Os seguintes pontos cefalométricos foram demarcados (Figura 01):
S - Sela - Centro da imagem da fossa pituitária;
N - Násio - Ponto mais anterior da sutura fronto-nasal;
8
A - Ponto A - Ponto mais profundo na concavidade maxilar entre a espinha nasal
anterior e o rebordo alveolar;
B - Ponto B - Ponto mais profundo da concavidade anterior da sínfise mandibular;
Gn - Gnátio - Ponto mais anterior e inferior da sínfise mentoniana;
Go - Gônio - Ponto onde a bissetriz do ângulo formado pela tangente à borda
posterior do ramo da mandíbula e a tangente ao limite inferior do corpo da
mandíbula intercepta o contorno mandibular;
Pog - Pogônio - Ponto mais anterior do contorno do mento no plano sagital;
Iis - Borda incisal do incisivo superior - Ponto na borda incisal do incisivo central
superior;
Ais - Ápice do incisivo superior - Ápice radicular do incisivo central superior;
Iii - Borda incisal do incisivo inferior - Ponto na borda incisal do incisivo central
inferior;
Aii - Ápice do incisivo inferior - Ápice radicular do incisivo central inferior;
Figura 01 - Pontos cefalométricos
Fonte: Autora, 2015.
9
Ao término das demarcações dos pontos cefalométricos, cada programa gerava
automaticamente as seguintes grandezas cefalométricas, oriundas da análise de Steiner:
(Figuras 02, 03 e 04):
SNA: Ângulo formado entre as linhas SN e NA;
SNB: Ângulo formado entre as linhas SN e NB;
ANB: Ângulo formado entre as linhas NA e NB;
1.1: Ângulo formado pela intersecção do longo eixo do incisivo superior com o longo
eixo do incisivo inferior;
1.NB: Ângulo entre o longo eixo do incisivo inferior e a linha NB;
1.NA: Ângulo entre o longo eixo do incisivo superior e a linha NA;
1-NB: Distância entre a parte mais anterior do incisivo inferior e a linha NB;
1-NA: Distância entre a parte mais anterior do incisivo superior e a linha NA;
SN.GoGn: Ângulo entre o plano mandibular (Go-Gn) e a linha SN;
Pog-NB: Distância do pogônio a NB, paralela ao plano de Frankfurt.
Figura 02 – Grandezas cefalométricas (SNA, SNB e ANB)
Fonte: Autora, 2015.
10
Figura 03- Grandezas cefalométricas (1.NA, 1.NB e 1.1)
Fonte: Autora, 2015.
Figura 04 – Grandezas cefalométricas (1-NA, 1-NB, SN.Go-Gn e Pog-NB)
Fonte: Autora, 2015.
11
O banco de dados da pesquisa foi construído na plataforma do software SPSS®
(Statistical Package for Social Sciences) versão 22.0 para Windows. Ao final, foi realizada a
análise descritiva dos dados e os softwares comparados foram correlacionados estatisticamente
por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI).
3.
RESULTADOS
As Tabelas 01 e 02 mostram uma análise descritiva dos dados relativos às grandezas
cefalométricas quanto à média, mediana, desvio padrão, valores mínimo e máximo e distância
interquartílica, para os softwares Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging Software 11.7®,
respectivamente.
Tabela 01 – Caracterização da amostra quanto à média, mediana (Md), desvio padrão (DP), valores mínimo e
máximo (Mín-Máx) e distância interquartílica (Q25-Q75) de cada grandeza cefalométrica obtida pelo Radiocef
Studio 2®. Natal/RN. 2015.
Md
DP
Mín. – Máx.
Q25 - Q75
Média
SNA
82,54
82,14
4,26
72,92 – 93,96
79,87 – 85,03
SNB
80,65
80,42
3,69
75,54 – 88,21
77,60 – 84,22
ANB
1,89
3,02
3,27
-4,83 – 5,88
-0,93 – 4,82
1-NA
5,94
6,05
4,83
-0,83 – 16,05
1,54 – 10,00
1.NA
34,41
28,65
34,41
6,92 – 160,96
16,29 – 37,30
1-NB
4,98
4,63
2,18
1,70 – 10,89
3,58 – 6,12
1.NB
27,20
27,33
6,06
12,97 – 40,74
22,83 – 31,79
Pog-NB
2,18
2,39
2,21
-2,87 – 6,56
0,54 – 3,47
1.1
120,52
122,72
21,04
39,75 – 146,37
114,67 – 132,57
Go-Gn.SN
30,24
30,93
5,70
20,99 – 41,30
25,22 – 35,11
Fonte: Autora, 2015.
12
Tabela 02 – Caracterização da amostra quanto à média, mediana (Md), desvio padrão (DP), valores mínimo e
máximo (Mín-Máx) e distância interquartílica (Q25-Q75) de cada grandeza cefalométrica obtida pelo Dolphin
Imaging Software 11.7®. Natal/RN. 2015.
Média
Md
DP
Mín. - Máx
Q25 – Q75
SNA
85,05
85,75
5,76
65,30 – 98,50
82,32 – 87,52
SNB
81,95
81,05
3,93
75,60 – 90,70
78,20 – 84,50
ANB
4,61
4,35
4,27
-2,20 – 22,50
2,50 – 5,85
1-NA
4,67
5,30
5,41
-4,90 – 23,90
1,17 – 6,35
1.NA
21,80
24,05
12,64
2,60 – 63,20
12,25 – 29,17
1-NB
5,50
4,95
2,76
1,90 – 16,10
3,65 – 6,80
1.NB
27,86
25,45
11,84
13,90 – 85,50
23,70 – 29,12
Pog-NB
2,44
2,55
2,46
-2,40 – 9,60
0,92 – 3,47
1.1
129,95
129,75
9,37
113,60 – 150,60
121,77 – 136,55
Go-Gn.SN
31,66
30,30
13,38
19,30 – 96,40
25,17 – 34,37
Fonte: Autora, 2015.
O grau de concordância das grandezas cefalométricas analisadas entre os softwares
Radiocef Studio 2® e Dolphin Imaging Software 11.7® foi dado pelo coeficiente de
correlação intraclasse (CCI), conforme a Tabela 03. Valores de CCI maiores ou igual a 0,7
demonstram forte concordância entre os softwares, valores de CCI entre 0,3 e 0,699 denotam
concordância moderada, e valores de CCI menores do que 0,3 indicam fraca concordância.
Tabela 03 – Valores do coeficiente de correlação intraclasse dos softwares da pesquisa comparados entre si.
Natal/RN, 2015.
CCI
SNA
0,602
SNB
0,919
ANB
0,627
1-NA
0,436
1.NA
0,048
1-NB
0,484
1.NB
0,319
Pog-NB
0,874
1.1
0,417
Go-Gn.SN
0,491
Fonte: Autora, 2015.
13
4.
DISCUSSÃO
O crescimento da tecnologia na Odontologia tem despertado nos pesquisadores o
interesse em testar o que é novo. Dentro da Ortodontia, destaca-se o traçado cefalométrico
obtido com o auxílio de softwares específicos para este fim, que vem se tornando cada vez
mais presente nos estudos científicos e também na prática clínica.5,13
A partir dessa necessidade, o presente estudo avaliou a concordância entre os
softwares Dolphin Imaging Software 11.7®, programa que possui grande reconhecimento em
escala mundial4,5,6,14,16,17, e Radiocef Studio 2®, bastante utilizado no Brasil7,9,15,18; obtendo
boa concordância entre os programas em seus resultados. Outros estudos comparando
softwares para análise cefalométrica entre si apresentaram resultado semelhante.9,16,19,20
Erkan et al.16 compararam os softwares Dolphin Imaging®, Vistadent®, Nemoceph® e Ceph
Quick®. Os autores não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os
softwares. No estudo de Vasconcelos et al.9, o Radiocef Studio® foi comparado ao software
Dental Planner® e também não houve diferença estatisticamente significativa entre eles. Já
Glaros et al.19,20 concordam parcialmente com os resultados deste trabalho. Os autores
compararam os softwares Dolphin Imaging® e Vistadent® e observaram que as medidas de
tecido duro não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os dois
softwares.19 Porém, com relação as medidas de tecido mole, houve diferença estatisticamente
e clinicamente significativa na aferição do ângulo facial.20
De acordo com os resultados, apenas uma das dez medidas avaliadas neste estudo
apresentou fraca concordância. A maioria das grandezas denotou concordância moderada e
duas grandezas mostraram forte concordância entre si. As medidas relacionadas aos incisivos
(1.NA, 1-NA, 1.NB, 1-NB e 1.1) apresentaram os menores coeficientes de correlação
intraclasse. Brangeli et al.21 relataram resultado semelhante quando compararam a análise
cefalométrica computadorizada com a manual. Os autores observaram fraca concordância
entre os métodos para as grandezas relacionadas a pontos demarcados em estruturas dentárias.
Achados desse tipo levantam a hipótese de que essa fraca concordância se deve pela
complexidade em identificar na telerradiografia os pontos em regiões de sobreposição de
imagens, como na área dos incisivos.9,21
Finalmente, de acordo com a avaliação dos dados cefalométricos, é possível
considerar os softwares concordantes entre si. Portanto, faz-se necessário analisar outras
características no momento da aquisição desses softwares, como: o investimento financeiro,
14
arquivamento, transmissão dos documentos e tempo de trabalho requerido por cada um, tendo
em vista que ambos realizam o mesmo trabalho.
5.
CONCLUSÃO
Os resultados, do presente trabalho, denotam a uniformidade entre os dois softwares
avaliados, que podem ser aplicados intercambiavelmente na prática clínica.
REFERÊNCIAS
1. Broadbent BH. A new x-ray technique and its application to orthodontics: The Introduction
of Cephalometric Radiography. Angle Orthod. 1931 Apr;1(2):45-66.
2. Hofrat H. Die bedeutung der Rötgenfern und Abstandsaufnahme für die Diagnostik der
Kieferanomalien. Fortschr Orthodont. 1931 Oct;1(2):232-258.
3. Guedes PA, Souza JEN, Tuji FM, Nery EM. A comparative study of manual vs.
computadorized cephalometric analysis. Dental Press J Orthod. 2010 Sep/Oct;15(2):44-51.
4. Paixão MB, Sobral MC, Vogel CJ, Araújo TM. Estudo comparativo entre traçados
cefalométricos manual e digital, através do programa Dolphin Imaging em telerradiografias
laterais. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2010 Nov/Dec;15(6):123-130.
5. Albakari SF, Kula KS, Ghoneima AA. The reability and reproducibility of cephalometric
measurements: a comparison of conventional and digital methods. Dentomaxillofac. Radiol.
2012 Jan;41(1):11-17.
6. Akhoundi MSA, Shirani G, Arshad M, Heidar H, Sodagar A. Comparison of an imaging
software and manual prediction of soft tissue changes after orthognathic surgery. J Dent. 2012
Dec;9(3):178-187.
7. Quintão APA, Vitral RWF. Estudo comparativo entre cefalometria manual e
computadorizada (análise de Steiner, Tweed e Downs) em telerradiografias laterais. HU
Revista 2010 Apr/Jun;36(2):95-99.
8. Ricketts RM. Analysis the interim. Angle Orthod. 1970 Apr;40(2):129-137.
9. Vasconcelos MHF, Janson G, Freitas MR, Henriques JFC. Avaliação de um programa de
traçado cefalométrico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006 Mar/Apr; 11(2):44-54.
10. Rossini G, Cavallini C, Cassetta M, Barbato E. 3D cephalometric analysis obtained from
computed tomography. Review of the literature. Ann Stomatol. 2011 Jul/Dec; 2(3-4):31-39.
15
11. Shaheed S, Iftikhar A, Rasool G, Bashir U. Accuracy of linear cephalometric
measurements with scanned lateral cephalograms. Pakistan Oral Dent J. 2011 Jun; 31(1):6872.
12. Ongkosuwito EM, Katsaros C, van’t Hof MA, Bodegom JC, Kuijpers-Jagtman AM. The
reproducibility of cephalometric measurements: a comparison of analogue and digital
methods. Eur J Orthod. 2002 Dec; 24(6):655-665.
13. Silva JMG, Castilho JCM, Matsui RH, Matsui MY, Gomes MF. Comparative study
between conventional and digital radiography in cephalometric analysis. J Health Sci Inst.
2011 Jan/Mar;29(1):19-22.
14. Thurzo A, Javorka V, Stanko P, Lysy J, Suchancova B, Lehotska V et al. Digital and
manual cephalometric analysis. Bratisl Lek Listy. 2010 Jan/Mar;111(2):97-100.
15. Trajano FS, Pinto AS, Ferreira AC, Kato CMB, Cunha RB, Viana FM. Estudo
comparativo entre os métodos de análise cefalométrica manual e computadorizada. Rev.
Dental Press Ortodon Ortop Facial 2000 Nov/Dec; 5(6): 57-62.
16. Erkan M, Gurel HG, Nur M, Demirel B. Reliability of four different computadorized
cephalometric analysis programs. Eur J Orthod. 2012 Jun;34(3):318-321.
17. Sayinsu K, Isik F, Trakyali G, Arun T. An evoluation of the errors in cephalometric
measurements on scanned cephalometric images e conventional tracings. Eur J Orthod. 2008
Feb;20(1):105-108.
18. Ferreira JT, Telles CS. Evaluation of the reability of computadorized profile
cephalometric analysis. Braz Dent J. 2002 Mar;13(3):201-204.
19. Glaros AG, Gregston MD, Kula T, Kula K, Hardman P. A comparison of conventional
and digital radiographic methods and cephalometric analysis software: I. hard tissue. Semin
Orthod. 2004 Sep;10(3):204-211.
20. Glaros AG, Gregston MD, Kula T, Kula K, Hardman P. A comparison of conventional
and digital radiographic methods and cephalometric analysis software: II. soft tissue. Semin
Orthod. 2004 Sep;10(3):212-219.
21. Brangeli LAM, Henriques JF, Vasconcelos MHF, Janson, G. Comparative study of
computadorized and manual cephalometric analysis. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2000
May/Jun;54(3):234.
16
ANEXOS
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP/UFRN
17
18
19
20
ANEXO B – NORMAS DE APRESENTAÇÃO DE ORIGINAIS (DENTAL PRESS
JOURNAL OF ORTHODONTICS)
21
22
Download

CONCORDÂNCIA ENTRE MEDIDAS CEFALOMÉTRICAS OBTIDAS