PÔSTER 44
STRESS EM FAMILIARES DE PACIENTES PSIQUIÁTRICOS
Christiane de Melo Peixoto (Núcleo Alagoano de Psicoterapias Cognitivas Maceió/AL)
Vania Maria Bitencourt Powell (Hospital Universitário de Salvador)
Juliana Barros De Oliveira (PUC de Campinas)
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O stress, segundo Lipp (2001), pode ser definido como um estado de tensão mental e
física que produz um desequilíbrio no funcionamento global do ser humano e
enfraquece seu sistema imunológico, deixando-o sujeito a infecções e doenças. Segundo
o modelo quadrifásico de Lipp, o stress se desenvolve nas seguintes fases: alerta,
resistência, quase-exaustão e exaustão. É relevante salientar que o diagnóstico precoce é
extremamente eficaz no controle do stress, razão pela qual se justificam os crescentes
estudos na área. O presente estudo originou-se da observação, na prática clínica de
abordagem cognitivo-comportamental, do intenso envolvimento e desgaste físico e
psicológico dos familiares de pacientes portadores de transtornos psiquiátricos,
decorrentes dos cuidados necessários no cotidiano destes, bem como do sofrimento
familiar em razão da própria existência do quadro psicopatológico em pessoas muito
próximas e afetivamente importantes. Lipp (2001) observou que em famílias onde
alguém sofre de um problema emocional grave, como uma neurose ou psicose, ou tem
comportamentos delinqüentes, há um componente desestabilizador da tranqüilidade e
harmonia no lar que atua como significativa fonte de stress permanente sobre seus
membros (pais, filhos, irmãos, cônjujes, etc). O presente trabalho teve como objetivo
investigar a presença de stress, a fase do stress e a sintomatologia predominante em
familiares de pacientes psiquiátricos. Participaram da pesquisa 102 familiares de
pacientes psiquiátricos residentes em Maceió e Salvador, na faixa etária entre 18 e 62
anos, escolhidos aleatoreamente quanto ao sexo, estado civil e parentesco com o
paciente. Utilizou-se, para o levantamento de dados, o Inventário de Sintomas de Stress
de Lipp. Observou-se um percentual de 60% dos participantes com stress e 40% da
amostra sem stress. As mulheres compuseram o maior número de pessoas estressadas.
Entre os participantes com stress, 5% encontrava-se na fase de alerta, 74%, na fase de
resistência, 18% na fase de quase-exaustão e 3% na fase de exaustão. Quanto à
predominância de sintomas, encontrou-se 48% de participantes com predominância de
sintomas físicos; 41% com predominância de sintomas na esfera psicológica e 7% com
equivalência de sintomas nas dimensões físicas e psicológicas. Os resultados deste
estudo comprovam, na amostra participante, a alta incidência de stress excessivo e a
necessidade do acompanhamento psicológico aos familiares de pacientes psiquiátricos,
paralelo ao atendimento aos próprios pacientes, uma vez que as condições de saúde de
quem os acompanha ou deles cuida devem ser igualmente preservadas. Conclui-se,
também, confirmando os resultados de outras pesquisas em populações semelhantes,
que as mulheres são um grupo de alta vulnerabilidade ao stress e, portanto, devem ser
prioritariamente orientadas quanto às possíveis estratégias de enfrentamento e controle
do stress.
Palavras-chave: stress, transtornos psiquiátricos, familiares.
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Vania Maria, Oliveira/ Juliana Barros de, Peixoto/ Christiane