Companhia de Construção de Comunicações da China Grupo de construção controlado pelo Estado Está na lista negra dos organismos internacionais de financiamento Corteja países em que o Estado de Direito é fraco Embora seja uma das maiores construtoras do mundo, esta companhia é proprietária única de subsidiárias conhecidas por trabalharem de forma pouco clara em projectos de grande envergadura, em países com um estado de direito fraco, desprovendo, à sua passagem, as comunidades locais de dinheiro, terra e recursos ambientais. Uma companhia que pertence parcialmente ao estado, sob a supervisão1 da autoridade administrativa superior da China – o Conselho de Estado – a Companhia de Construção de Comunicações da China (CCCC) é a maior2 empresa chinesa de construção, e está em quinto lugar3 entre as construtoras do mundo4. Em caso após de caso, ao longo de mais de uma década, descobriu-se que ela estava envolvida em processos de aquisições não competitivos, negociados em segredo, e, por vezes, alegadamente intermediados através de actos de suborno. Em muitos dos projectos da companhia, a população dos países onde opera têm de pagar empréstimos multimilionários através de taxas ou terras. A improbidade da companhia foi demonstrada em vários casos: Em ligação com um projecto de construção de uma doca, em 2009, uma subsidiária da CCCC subornou5 um funcionário público chinês, que, em 2011, foi dado como culpado de aceitar o suborno e condenado à morte6. A CCCC negou qualquer envolvimento. A CCCC foi impedida7 de participar em qualquer projecto de construção de estradas e pontes financiado pelo Banco Mundial, de 2011 a 2017, por fraude em um projecto nas Filipinas8. O Banco Africano de Desenvolvimento baniu uma subsidiária da CCCC de 2014 a 2017, por fraude e colusão durante o processo de propostas para um projecto de construção de estrada na República Democrática do Congo9. Um comunicado10 divulgado pelo grupo em 2009 admitia que uma subsidiária da CCCC havia feito um pagamento de US$ 1,5 milhão em uma conta bancária alegadamente de uma companhia pertencente a Arafat Rahman, filho de um antigo Primeiro Ministro de Bangladesh, pela “preparação dos documentos de concurso, coordenação com as autoridades locais e aconselhamento sobre os requisitos locais” para um projecto de construção de um porto em Chittagong, em Bangladesh. A 1 http://en.ccccltd.cn/investorrelations/waiting/announcement/201011/P020101118596796660306.pdf http://en.ccccltd.cn/pub/ccccltd/gsgk/gsjj/201308/t20130830_15280.htm 3 http://www.enr.com/toplists/2015_Top_250_International_Contractors1 4 http://en.ccccltd.cn/investorrelations/; http://en.ccccltd.cn/pub/ccccltd/gsgk/gsjj/201308/t20130830_15280.htm; 5 http://finance.sina.com.cn/g/20120104/140111124125.shtml 6 http://finance.sina.com.cn/g/20120104/140111124125.shtml 7 http://www.worldbank.org/en/news/press-release/2011/07/29/world-bank-applies-2009-debarment-to-chinacommunications-construction-company-limited-for-fraud-in-philippines-roads-project 8 http://www.smh.com.au/business/leightons-chinese-suitor-accused-of-corruption-20141119-11qacr.html; http://www.worldbank.org/en/news/press-release/2011/07/29/world-bank-applies-2009-debarment-to-chinacommunications-construction-company-limited-for-fraud-in-philippines-roads-project 9 http://www.afdb.org/en/news-and-events/article/integrity-in-afdb-projects-afdb-debars-and-fines-china-first-highwayengineering-co-ltd-13851/ 10 http://en.ccccltd.cn/investorrelations/waiting/announcement/201011/P020101118596796660306.pdf 2 CCCC negou ter conhecimento de qualquer suborno. Em 2011, um tribunal deu Rahman como culpado11 de suborno e lavagem de dinheiro, tendo sido condenado a seis anos de prisão 12. Em 2015, o Governo do Sri Lanka suspendeu um projecto de construção de um porto dirigido pela CCCC devido a falta de transparência, falta de aprovações relevantes do Governo, e inconformidade com os padrões ambientais. Um painel governamental de revisão está a investigar o negócio 13. Um relatório14 do Auditor Geral da Jamaica, de 2011, determinou que um projecto de construção de uma estrada entre a China Harbour Construction Company (CHEC) 15, “a divisão operacional da CCCC no estrangeiro”, orçado em US$ 400 milhões, e o governo da Jamaica, tinha falta de transparência e de concorrência, inconformidade com padrões de qualidade, e envolvia uma transacção de US$ 1,2 milhões para a subsidiária da CCCC renovar os escritórios da comissão16 responsável pela adjudicação do contrato. As receitas das portagens da estrada não deverão chegar para cobrir os custos do empréstimo concedido pela CHEC à Jamaica, pelo que o governo jamaicano está a permitir que a CHEC desenvolva cerca de 500 hectares de terra para o desenvolvimento de infraestruturas17. No início de 2014, o povo jamaicano tomou conhecimento de mais uma proposta de negócio de US$ 1,5 bilhão entre a CHEC e o governo para construir um grande porto e um parque industrial em uma área que é internacionalmente reconhecida pela sua biodiversidade. Os pormenores das negociações – se for para continuarem – ainda terão de ser divulgados publicamente18. Em 2011, a CHEC anunciou19 à imprensa jamaicana que tinha assinado com o governo da Guyana um acordo para a construção de um aeroporto no valor de US$ 150 milhões. Tendo ouvido falar do negócio, em primeiro lugar, pela imprensa de outro país, o povo da Guyana desconfiou. Aparentemente, o seu próprio governo tinha negociado20 o acordo em segredo. A CHEC negou que houvesse segredo, dizendo que “não tínhamos intenção de o esconder”. Em 2015, o projecto foi mandado parar21 pelo governo da Guyana, por ter ficado preocupado com o facto de o projecto vir a custar mais do que inicialmente acordado, incluindo “despesas duvidosas”, como 69 sanitas ao preço de US$ 2.121 cada22. A companhia negou qualquer irregularidade. Apesar de se encontrar na lista negra, a CCCC assinou um acordo23 com o Uganda, em 2013, para a construção de uma auto-estrada. Em 2014, em nome dos camponeses do Distrito de Mukono, um 11 http://star.worldbank.org/corruption-cases/sites/corruptioncases/files/Rahman_Bangladesh_Sentenced_NDTV_Jun_23_2011.pdf 12 http://en.ccccltd.cn/investorrelations/waiting/announcement/201011/P020101118596796660306.pdf; 13 http://www.wsj.com/articles/sri-lanka-halts-chinese-backed-construction-project-1425564657 14 http://www.auditorgeneral.gov.jm/files/u5/JDIP_Special_Audit_Report.pdf 15 http://www.checlatin.com/index.php/about_chec 16 http://www.ncc.gov.jm/ncc/overview.php 17.0. http://www.checlatin.com/index.php/about_chec 17.1.http://www.auditorgeneral.gov.jm/files/u5/JDIP_Special_Audit_Report.pdf;, 17.2.http://www.jamaicaobserver.com/news/Government-to-makes-changes-to-CHEC-agreement_18989296 18.0. http://www.jamaicaobserver.com/news/Goat-Islands-not-best-choice_17821178; 18.01.http://www.jamaicaobserver.com/latestnews/JET-s-unedited-letter-to-Dr-Davies-on-Goat-Islands-development 19 http://www.stabroeknews.com/2012/news/stories/06/04/chinese-company-in-timehri-airport-contract-debarred-byworld-bank-under-fraud-policy-–jamaica-contractor-general/ 20 http://www.kaieteurnewsonline.com/2012/06/29/china-harbour-denies-history-of-corruption-…-‘direct-questions-toyour-govt’/ 21 http://www.kaieteurnewsonline.com/2015/07/23/us150m-airport-project-suspended/ 22.0. http://www.kaieteurnewsonline.com/2014/12/17/cjia-expansion-likely-to-reach-us250m/;, 22.1.http://www.stabroeknews.com/2012/news/stories/06/04/chinese-company-in-timehri-airport-contract-debarred-by22.2.world-bank-under-fraud-policy-–jamaica-contractor-general/; 22.3.http://www.kaieteurnewsonline.com/2012/06/29/china-harbour-denies-history-of-corruption-…-‘direct-questions-toyour-govt’/; http://www.kaieteurnewsonline.com/2015/07/23/us150m-airport-project-suspended/ 23 http://www.africareview.com/Business---Finance/World-Bank-blacklisted-company-hired-to-build-Entebbe-Highway//979184/1724310/-/yg2wfg/-/index.html grupo de direitos humanos processou24 a CCCC e duas agências do governo, acusando o projecto de pedreira da CCCC de estar a poluir a água e o ar locais, violando os direitos humanos dos residentes à saúde e a um ambiente limpo25. Em sua defesa legal, a CCCC acusou o grupo de direitos humanos de “... desrespeitar o processo do tribunal para sabotar o desenvolvimento económico” 26. A CCCC nega ter levado a cabo quaisquer actividades que interfiram com as fontes de água dos camponeses, e dizem ter tomado todas as precauções necessárias para melhorar as vidas dos camponeses, fornecendo-lhes água potável de um tanque27. 24 http://www.cehurd.org/2014/07/from-baby-steps-to-realizing-rights-a-case-of-bamutakudde-and-kiryamuli-villages/ http://www.monitor.co.ug/News/National/Mukono-residents-want-quarry-company-closed/-/688334/2334940//4d0pkoz/-/index.html 26 http://www.newvision.co.ug/mobile/Detail.aspx?NewsID=657316&CatID=381 27 Ibid. 25