APOSTILA 2015 GEOGRAFIA GERAL ELABORADA E DESENVOLVIDA PELO PROFESSOR EDSON DE ALMEIDA GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 1 ÍNDICE: 1. PLANETA TERRA------------------------------------------------------------------------------------------- 04 1.1. Movimentos da Terra------------------------------------------------------------------------------------- 04 1.2. Estações do Ano------------------------------------------------------------------------------------------ 05 1.3. Exercícios---------------------------------------------------------------------------------------------------- 06 2. COORDENADAS GEOGRÁFICAS---------------------------------------------------------------------- 07 2.1. Fusos Horários do Mundo------------------------------------------------------------------------------- 08 2.2. Exercícios---------------------------------------------------------------------------------------------------- 08 3. ESCALAS DE UM MAPA----------------------------------------------------------------------------------- 09 3.1. Escala Gráfica----------------------------------------------------------------------------------------------- 09 3.2. Escala Numérica-------------------------------------------------------------------------------------------- 09 3.3. As Grandes e Pequenas Escalas---------------------------------------------------------------------- 11 3.4. Exercícios---------------------------------------------------------------------------------------------------- 11 4. CURVAS DE NÍVEL------------------------------------------------------------------------------------------ 11 4.1. Exercícios----------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 5. PLACAS TECTÔNICAS------------------------------------------------------------------------------------- 13 5.1. Exercícios----------------------------------------------------------------------------------------------------- 16 6. DINÂMICA EXTERNA DO RELEVO--------------------------------------------------------------------- 16 6.1. Causas Naturais da Erosão------------------------------------------------------------------------------- 16 6.2. Erosão Pluvial------------------------------------------------------------------------------------------------ 16 6.3. Erosão Fluvial------------------------------------------------------------------------------------------------ 17 6.4. Causas Humanas------------------------------------------------------------------------------------------- 17 6.5 Prejuízos ao ser humano----------------------------------------------------------------------------------- 17 6.6. Formas de evitar a erosão-------------------------------------------------------------------------------- 17 6.7. Exercícios------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18 7. COMO SE FORMAM OS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS------------------------------------ 19 7.1. Tipos de precipitações--------------------------------------------------------------------------------------- 19 7.2. Massas de Ar-------------------------------------------------------------------------------------------------- 20 7.3 Massas de Ar que atuam no Brasil------------------------------------------------------------------------ 21 GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 2 7.4. Climogramas do Brasil--------------------------------------------------------------------------------------- 22 7.5. Trabalho Direcionado – Climas--------------------------------------------------------------------------- 23 8. Biomas Terrestres----------------------------------------------------------------------------------------------- 25 8.1. Exercícios------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25 9. HIDROSFERA TERRESTRE-------------------------------------------------------------------------------- 26 9.1. Terras e Águas------------------------------------------------------------------------------------------------ 26 9.2. Águas Oceânicas--------------------------------------------------------------------------------------------- 26 9.3. Águas Subterrâneas----------------------------------------------------------------------------------------- 27 9.4. Bacias e redes fluviais--------------------------------------------------------------------------------------- 28 9.5. Lagos------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 30 9.6. Ciclo da Água-------------------------------------------------------------------------------------------------- 31 9.7. Exercícios------------------------------------------------------------------------------------------------------- 32 10. DADOS POPULACIONAIS--------------------------------------------------------------------------------- 33 10.1. População Economicamente Ativa--------------------------------------------------------------------- 34 10.2. Pirâmides Etárias-------------------------------------------------------------------------------------------- 35 10.3. Distribuição da População no Globo-------------------------------------------------------------------- 35 10.4. Distribuição da População pelo Espaço Geográfico------------------------------------------------ 36 10.5. As Populações Rural e Urbana-------------------------------------------------------------------------- 37 10.6. Idade e sexo da população------------------------------------------------------------------------------- 38 10.7. Etnia do Brasil------------------------------------------------------------------------------------------------ 39 10.8. Exercícios------------------------------------------------------------------------------------------------------ 39 11. BIBLIOGRAFIA------------------------------------------------------------------------------------------------- 40 GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 3 1. PLANETA TERRA. “O principal objetivo de Apollo não era ciência. Nem era o espaço. Apollo lidava com o confronto ideológico e a guerra nuclear – quase sempre descritos por eufemismo como “liderança” e “prestigio” nacional.” Carl Sagan, astrônomo da NASA. Introdução. A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar em ordem de proximidade do Sol, do qual dista 150 milhões de Km, em média. É uma posição privilegiada, considerados os limites de variação da temperatura, que permitiu o desenvolvimento da vida no planeta. Sua idade é estimada a 5 bilhões de anos, embora as rochas mais antigas encontradas em seu território tenham 3,4 bilhões de anos. A maior parte da superfície, 70% é coberta por águas, sendo que 97% concentradas em mares e oceanos. As águas doces dos rios, lagos e lençóis freáticos representam apenas 3% de toda a massa liquida do planeta. A profundidade média nos oceanos é de 3.795 m, mas o relevo submarino não é homogêneo, apresenta desde grandes cadeias de montanhas com picos superiores a 3 mil/m. até depressões profundas como as fossas abissais. A maior delas fica nas ilhas das Marianas, no oceano Pacifico, a 11.033 metros abaixo do nível do mar. As terras firmes, que compõem 30% da superfície, são distribuídas em continentes em continentes e ilhas. Sua altura média é de 840 m., o ponto mais elevado é o pico Everest (Tibet-China), com 8.848 m. O mais baixo está no Mar Morto (Jordânia - Oriente Médio), distando a 394 metros abaixo no nível do mar. 1.1. Movimentos da Terra. O movimento de Rotação é o movimento da Terra ao redor do seu próprio eixo. Sempre de oeste para leste a aproximadamente 1600 km/h. Parece rápido, mas mesmo nesta velocidade ela gasta cerca de 24 h, ou seja, um dia. Notamos que nosso planeta é achatado nos polos e dilatado na região do Equador, isto ocorre como consequência da mesma rotação. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 4 A Translação é o movimento que a Terra faz ao redor do Sol, ele ocorre a mais de cem mil km/h. este movimento é de grande importância para a Terra. Mesmo nesta velocidade devido ao grande espaço percorrido ele gasta aproximadamente 365 dias e 6 horas. Nosso planeta está girando meio inclinado, conforme podemos observar: Ilustração que mostra uma Translação terrestre em volta do Sol, na parte da direita da figura o afélio, a Terra fica a 152 milhões de km do Sol, já no periélio a Terra fica a 147 milhões de km do Sol. 1.2. Estações do Ano. Embora não se manifestem em todas as partes do globo da mesma maneira, são quatro: primavera, verão, outono e inverno e são regidas pelo equinócio e pelo solstício. O eixo de rotação da terra (movimento da terra em torno dela mesma) possui uma posição fixa que está ligeiramente inclinada em 23,5 º em relação ao eixo de translação da terra (movimento da terra em torno do sol). Isto faz com que em determinada época do ano, a luz solar incida com maior intensidade sobre o hemisfério norte e, na outra parte do ano, incida com maior intensidade sobre o hemisfério sul, caracterizando o chamado solstício. Da mesma forma, ocorre que em determinada época, a luz solar incide de maneira igual sobre os dois hemisférios, caracterizando o equinócio. Desta forma, diz-se que é solstício de verão no hemisfério sul quando a luz solar incide com maior intensidade sobre este hemisfério e, ao mesmo tempo, que é solstício de inverno no hemisfério norte, por causa da menor incidência de luz solar neste hemisfério. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 5 Desta forma, podemos dizer que o equinócio é um estágio intermediário entre o solstício de verão e o de inverno em determinado hemisfério. Ou seja, o equinócio ocorre quando a incidência maior de luz solar se dá exatamente sobre a linha do Equador. Então, diz-se que é equinócio de outono para o hemisfério que está indo do verão para o inverno e equinócio de primavera para o hemisfério que está indo do inverno para o verão. O solstício e o equinócio ocorrem duas vezes por ano, nos dias 22 de dezembro e 22 de junho, no caso do solstício, e nos dias 23 de setembro e 21 de março para o equinócio. O momento exato de um solstício é aquele em que o Sol, visto da Terra, encontra-se o mais distante possível do “equador celeste” (linha imaginária que marca o céu ao meio – como o Equador com a Terra), ou seja, quando ele se encontra a 23,5º para o norte ou para o sul dessa linha. Já o momento exato do equinócio é quando o Sol passa exatamente sobre o equador celeste Podemos dizer, também, que quando é solstício de verão no hemisfério sul, o Sol estará “a pino” sobre o Trópico de Capricórnio, pois este se encontra exatamente a 23,5º da Linha do Equador e, portanto, receberá incidência direta da luz solar. Ou o contrário, quando for solstício de verão no hemisfério norte, o Sol estará “a pino” sobre o Trópico de Câncer. No equinócio, o Sol estará “a pino” sempre sobre as regiões localizadas próximas a Linha do Equador. Da mesma forma, podemos dizer que, nas regiões polares, o Círculo Polar Ártico delimita a região que não receberá Sol durante o solstício de inverno no hemisfério norte. Da mesma forma que o Círculo Polar Antártico, delimita a região que não receberá sol durante o solstício de inverno no Hemisfério Sul. 1.3. Exercícios. 1. Diferencie a Rotação da Translação. 2. Como está distribuída a água no Planeta? 3. Como podemos definir o solstício? 4. Explique como e quando ocorre o equinócio nos hemisférios. 5. Explique como é o dia e o ano terrestre. 6. Quais são as funções da Linha do Equador? 7. Qual a divisão que os Círculos Polares determinam no Planeta Terra? GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 6 2. COORDENADAS GEOGRÁFICAS. Meridianos Coordenadas Geográficas são linhas imaginárias que cortam o planeta Terra nos sentidos horizontal e vertical, servindo para a localização de qualquer ponto na superfície terrestre. A distância das coordenadas geográficas são medidas em graus, minutos e segundos. Um grau corresponde a 60 minutos, e um minuto corresponde a 60 segundos. Dessa maneira, temos dois tipos de coordenadas geográficas: Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no sentido horizontal, também conhecidas como paralelas. O círculo máximo da esfera terrestre, na horizontal, é chamado de Equador. O Equador corresponde à latitude 0°, dividindo o planeta em hemisférios Norte e Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao Norte quanto ao Sul. A latitude, além de servir para localização geográfica, é uma variável importante para estudar os tipos de clima da Terra, pois a incidência de raios solares no planeta é maior nos lugares com latitudes menores, isto é, mais próximas à linha do Equador. Longitude: São as coordenadas geográficas que cortam a Terra no sentido vertical, também conhecidas como Meridianos. A distância das longitudes varia de 0° a 180°, nos sentidos Leste e Oeste. Como padronização internacional, adotou-se o Meridiano de Greenwich como ponto de partida, a longitude de 0°. Assim, tal meridiano divide a Terra em Ocidental (a Oeste) e Oriental (a leste). Foi a partir das longitudes que se criaram os fusos horários. Todos os meridianos se encontram e se cruzam nos polos Norte e Sul. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 7 2.1. Os Fusos Horários do Mundo. Em 1884, foi realizado a Conferência do Greenwich (Inglaterra), isso decorreu pelo crescimento da industrialização no Reino Unido e no restante da Europa Ocidental. Com isso, foi definido: - A Terra possui 360° em sua Translação, ou seja, em torno do Sol e 24 h dura um dia, que condiz a sua Rotação. Então os fusos horários foram definidos para uma melhor adequação nos negócios (venda e compra) de produtos e ocorreu também o desenvolvimento dos bancos pela Europa. Assim os fusos horários foram definidos, como o mapa abaixo: 2.2. Exercícios. 1. Quais são as funções dos paralelos? 2. Quais são as funções dos meridianos? 3. Cite as características das longitudes e das latitudes. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 8 4. Relate as características das coordenadas geográficas. 5. Nosso país possui três fusos horários, o horário do Distrito Federal é de -3 h ao GMT, ou seja, 45° de longitude a ocidente. Com isso dê os respectivos horários abaixo, sendo que no DF são 15 h: a) 105° Ocidente b) 120° Oriente c) 180° Ocidente d) 120° Ocidente e) 90° Oriente f) 30° Oriente g) 45° Ocidente h) 135° Ocidente i) 0° GMT j) 165° Oriente 3. ESCALAS DE UM MAPA. O mapa é uma imagem reduzida de uma determinada superfície. Essa redução - feita com o uso da escala - torna possível a manutenção da proporção do espaço representado. É fácil reconhecer um mapa do Brasil, por exemplo, independente do tamanho em que ele é apresentado, pois a sua confecção obedeceu a determinada escala, que mantém a sua forma. A escala cartográfica estabelece, portanto, uma relação de proporcionalidade entre as distâncias lineares num desenho (mapa) e as distâncias correspondentes na realidade. As escalas podem ser indicadas de duas maneiras, através de uma representação gráfica ou de uma representação numérica. 3.1. Escala gráfica A escala gráfica é representada por um pequeno segmento de reta graduado, sobre o qual está estabelecida diretamente a relação entre as distâncias no mapa, indicadas a cada trecho deste segmento, e a distância real de um território. Observe: De acordo com este exemplo cada segmento de 1cm é equivalente a 3 km no terreno, 2 cm a 6 km, e assim sucessivamente. Caso a distância no mapa, entre duas localidades seja de 3,5 cm, a distância real entre elas será de 3,5 X 3, ou 10,5 km (dez quilômetros e meio). A escala gráfica apresenta a vantagem de estabelecer direta e visualmente a relação de proporção existente entre as distâncias do mapa e do território. 3.2. Escala numérica A escala numérica é estabelecida através de uma relação matemática, normalmente representada por uma razão, por exemplo: 1: 300 000 (1 por 300 000). A primeira informação que ela fornece é a quantidade de vezes em que o espaço representado foi reduzido. Neste exemplo, o mapa é 300 000 vezes menor que o tamanho real da superfície que ele representa. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 9 Na escala numérica as unidades, tanto do numerador como do denominador, são indicadas em cm. O numerador é sempre 1 e indica o valor de 1cm no mapa. O denominador é a unidade variável e indica o valor em cm correspondente no território. No caso da escala exemplificada (1: 300 000), 1cm no mapa representa 300 000 cm no terreno, ou 3 km. Trata-se portanto da representação numérica da mesma escala gráfica apresentada anteriormente. Caso o mapa seja confeccionado na escala 1 300, cada 1cm no mapa representa 300 cm ou 3 m. Para fazer estas transformações é necessário aplicar a escala métrica decimal: Aplicação da escala A escala (E) de um mapa é a relação entre a distância no mapa (d) e a distância real (D). Isto é: As questões que envolvem o uso da escala estão geralmente relacionadas a três situações: a. Calcular a distância real entre dois pontos, separados por 5 cm (d), num mapa de escala (E) 1: 300 000. b. Calcular a distância no mapa (d) de escala (E) 1: 300 000 entre dois pontos situados a 15 km de distância (D) um do outro. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 10 c. Calcular a escala (E), sabendo-se que a distância entre dois pontos no mapa (d) de 5 cm representa a distância real (D) de 15 km. 3.3. Grande e pequena escala Para a elaboração de mapas de superfícies muito extensas é necessário que sejam utilizadas escalas que reduzam muito os elementos representados. Esses mapas não apresentam detalhes e são elaborados em pequena escala. Portanto, quanto maior o denominador da escala, maior é a redução aplicada para a sua elaboração e menor será a escala. As escalas grandes são aqueles que reduzem menos o espaço representado pelo mapa e, por essa razão, é possível um maior detalhamento dos elementos existentes. Por isso, são aquelas cujo denominador é menor. As escalas maiores normalmente são denominadas de plantas que podem ser utilizadas num projeto arquitetônico ou para representar uma cidade. De acordo com os exemplos já citados a escala 1: 300 é maior do que a escala 1: 300 000. A escolha da escala é fundamental ao propósito do mapa e ao tipo de informação que se pretende destacar. Numa pequena escala o mais importante é representar as estruturas básicas dos elementos representados e não a exatidão de seu posicionamento ou os detalhes que apresentam. Aliás, o detalhamento neste tipo de mapa compromete a sua qualidade e dificulta a sua leitura. Numa grande escala, como plantas de uma casa ou de uma cidade, existe uma maior preocupação com os detalhes, mas assim mesmo as informações devem ser selecionadas para atender apenas o objetivo pelo qual foram elaboradas. 3.4. Exercícios. 1. Por que as escalas de menor raio possuem maiores detalhes? 2. Quais são as funções das escalas de grande porte? 3. Transforme as escalas numéricas em escalas gráficas. a) 1: 1 300 g) 1: 34 550 000 b) 1: 200 000 c) 1: 1 000 000 h) 1: 78 000 000 i) 1: 100 GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 d) 1: 65 000 e) 1: 54 900 f) 1: 45 600 000 j) 1: 32 500 11 4. CURVAS DE NÍVEL. As curvas de nível são linhas que unem pontos de mesma altitude, facilitando a representação do relevo. Quando essas curvas representam um relevo abrupto (descida forte - declivoso) , elas se apresentam muito próximas umas das outras; quando representam um relevo suave, aparecem mais distantes. As curvas de nível, como o próprio nome sugere, são linhas projetadas verticalmente sobre a carta, resultantes da intersecção de planos horizontais que cortam o relevo terrestre, a partir da superfície da referência (nível zero) e em altitudes equidistantes. Lembrando que a legislação ambiental brasileira proíbe o desmatamento e plantio em terrenos com declividade maior que 45° por se tratar de Áreas de Preservação Permanente (APP), devido a alta tendência a erosão, o plantio em curvas de nível é uma técnica que visa diminuir a velocidade da enxurrada (arraste) e aumentar a infiltração da água no solo para, com isso, evitar que aconteçam erosões. Figura 1: Veja que nesta ilustração os pontos mais próximos indicam que o local é mais íngreme e as linhas mais distantes equivalem às áreas com menor declividade, nessa base agricultores plantam em regiões menos declivosas, ou seja, assim evitam a erosão e a perda do solo, bem como futuras multas, devido ao desgaste do solo que poderá ocorrer em regiões com grandes descidas. Figura 2: Mostra uma área declivosa a esquerda, bem como um rio centro, sendo que a direita o início de uma área íngreme. Nessa área demarcada há uma grande probabilidade de ocorrer erosões se haver desmatamento na borda do rio proveniente de enxurradas e lavagem de solo. Observe que as duas áreas que possui um aclive forte estão próximas e o rio com grandes curvas indicam que o mesmo é antigo geologicamente, com grande acumulo de sedimentos. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 12 4.1. Exercícios: 1. Por que as curvas de nível são importantes no manejo do solo? 2. Cite os pontos positivos e negativos de uma curva de nível, respectivamente. 3. Como se constrói uma curva de nível? 4. Faça em seu caderno as respectivas representações de curva de nível. a) de 10 em 10 m equivalendo a 100 m. b) de 20 em 20 m equivalendo a 160 m. c) dois morros com uma curva de nível entre 15 m a 15 m e uma área rebaixada no meio. 5. PLACAS TECTÔNICAS E A DERIVA CONTINENTAL. Quando os pesquisadores do século 19 e início do século passado observavam as diferentes formas de relevo, perguntavam-se por que alguns lugares possuíam montanhas elevadas com picos pontiagudos, outros eram montanhas arredondadas e outros eram planícies (áreas amplas e planas, geralmente muito baixas). Para tentar explicar a questão, chegaram a propor que a Terra estava se expandindo (crescendo como um pão de queijo ou um bolo no forno) e conforme se expandia apareciam essas diferenças de altitude e formas da superfície (essas desigualdades são chamadas de relevo). Outros pesquisadores pensavam que a Terra estaria se encolhendo como uma ameixa que seca e ao encolher apareceriam às montanhas e depressões. Então o pesquisador Alfred Wegener elaborou a teoria da deriva continental. foi confirmada com o surgimento da teoria de movimento das placas tectônicas. A teoria da Tectônica de Placas afirma que o planeta Terra é dividido em várias placas tectônicas (como uma bola de capotão, mas com gomos irregulares e de diferentes tamanhos) que se movimentam, pois estão flutuando sobre o magma (como a lava vulcânica derretida que sai dos vulcões). Ao se movimentarem, formam as montanhas mais recentes (dobramentos modernos), fossas oceânicas, atividade vulcânica, terremotos cordilheiras meso-oceânicas, tsunamis, etc. A Terra é formada por várias camadas, as três principais são: núcleo, manto e crosta. Existem várias subdivisões, algumas aparecem na figura abaixo: GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 13 Camadas da Terra A crosta é a camada superficial da Terra e é formada, principalmente por silício e alumínio (por isso ela também é chamada de Sial, abreviação dos dois componentes) e o manto é formado principalmente por silício e magnésio (também chamado de Sima) e apresenta subdivisões como a litosfera e a astenosfera; a litosfera faz contato com a crosta e é sólida, enquanto a astenosfera é uma camada de rocha derretida. Zona de convergência, que resulta na formação de dobramentos modernos e fossas oceânicas. ou se afastar: GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 14 Zona divergente no centro da figura, que resulta na formação da crista médio-oceânica. Os dois processos vão provocar resultados diferentes na superfície terrestre. Uma grande parte da atividade vulcânica e dos abalos sísmicos mais fortes (terremotos) estão localizados nas bordas das placas tectônicas. Se compararmos os mapas abaixo para relacionar esses fenômenos, perceberemos que os limites das placas tectônicas e a localização dos terremotos e vulcões coincidem e se concentram em volta do oceano Pacífico (por isto esta região é chamada de Círculo de Fogo do Pacífico). PLACAS TECTONICAS NO MUNDO. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 15 5.1. Exercícios. 1. Faça uma relação entre a teoria da deriva continental com a tectônica de placas. 2. Como ocorrem os vulcanismo na Terra? 3. Como se formou o Círculo de Fogo? 4. Diferencie o epicentro de um hipocentro. 5. Por que o Brasil não sofre com os epicentros de um terremoto? 6. Defina o que se pede: a) Limites Convergentes b) Limites Divergentes c) Limites Transformantes 7. Dê as funções positivas da astenosfera para o planeta Terra. 6. DINÂMICA EXTERNA DO RELEVO. A erosão é um processo de deslocamento de terra ou de rochas de uma superfície. A erosão pode ocorrer por ação de fenômenos da natureza ou do ser humano. Veja a ilustração: 6.1.Causas naturais No que se refere às ações da natureza, podemos citar as chuvas como principal causadora da erosão. Ao atingir o solo, em grande quantidade, provoca deslizamentos, infiltrações e mudanças na consistência do terreno. Desta forma, provoca o deslocamento de terra. O vento e a mudança de temperatura também são GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 16 causadores importantes da erosão. Quando um vulcão entra em erupção quase sempre ocorre um processo de erosão, pois a quantidade de terra e rochas deslocadas é grande. A mudança na composição química do solo também pode provocar a erosão. 6.2. Erosão Pluvial: Provém das chuvas que caem na terra e infiltram no solo, podendo ocasionar lavagem do solo, se o local não tiver uma vegetação adequada. Isso significa que quanto maior que, quanto maior a fragilidade e a inclinação dos terrenos atravessados pelas águas pluviais, maior será a ação corrosiva por atrito. O mesmo fato ocorre com a relação à quantidade de chuvas sobre esses terrenos, ou seja: quanto maior o volume, maior o desgaste erosivo provocado pelas águas pluviais. Portanto a ação desse agente na crosta é mais perceptível nos domínios climáticos tropicais e equatoriais. 6.3. Erosão Fluvial: (dos rios), se forma por intermédio da falta de vegetação nas margens dos rios, assim há a formação de ravinas e voçorocas. A lavagem do solo (lixiviação) será inevitável, pois o solo estará nú. Assim, o rio alargará, e blocos de terra cairão pelo leito fluvial, ocorrendo o assoreamento do rio e, consequentemente, haverá a diminuição da profundidade do rio. 6.4. Causas humanas O ser humano pode ser um importante agente provocador das erosões. Ao retirar a cobertura vegetal de um solo, este perde sua consistência, pois a água, que antes era absorvida pelas raízes das árvores e plantas, passa a infiltrar no solo. Esta infiltração pode causar a instabilidade do solo e a erosão. Atividades de mineração, de forma desordenada, também podem provocar erosão. Ao retirar uma grande quantidade de terra de uma jazida de minério, os solos próximos podem perder sua estrutura de sustentação. 6.5. Prejuízos ao ser humano A erosão tem provocado vários problemas para o ser humano. Constantemente, ocorrem deslizamentos de terra em regiões habitadas, principalmente em regiões carentes, provocando o soterramento de casas e mortes de pessoas. Os prejuízos econômicos também são significativos, pois é comum as erosões provocarem fechamento de rodovias, ferrovias e outras vias de transporte. 6.6. Formas de evitar · Não retirar coberturas vegetais de solos, principalmente de regiões montanhosas; · Planejar qualquer tipo de construção (rodovias, prédios, hidrelétricas, túneis, etc) para que não ocorra, no momento ou futuramente, o deslocamento de terra; GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 17 · Monitorar as mudanças que ocorrem no solo; · Realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regiões de encosta. 6.7. Exercícios. 1. Justifique a importância da água como regulador de terras erosivas. 2. Diferencie a erosão laminar da superficial. 3. Dê as diferenças entre as erosões de sulcos com as erosões de ravinamento. Cite dois modos de como podemos proteger o solo contra esses malefícios. 4. Diferencie a erosão eólica massiva da eólica seletiva. 5. Relate duas causas de como o homem prejudica o solo. 6. Quais prejuízos econômicos as erosões causam ao homem? 7. Diferencie a erosão natural da antrópica. (feito pelo homem) GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 18 7. COMO SE FORMAM OS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS. Este tópico destina-se á partilha de informação sobre as formações de fenômenos meteorológicos e de como são os climas no mundo áreas propícias a certos fenômenos conceitos meteorológicos etc. Tipos de precipitações. Precipitação convectiva. As nuvens de desenvolvimento vertical ou convectivas, Cu e Cb, dão normalmente precipitação sob a forma de aguaceiros. Se o nível de condensação está muito elevado a precipitação evapora-se antes de alcançar o solo, apresentando um aspecto esfriado por debaixo da nuvem. A este tipo de precipitação dá-se o nome de virga. Noutras ocasiões as correntes ascendentes são de modo intensas que as gotas são arrastadas até níveis bastante elevados, muito acima do nível de gelo, Neste caso a precipitação é sólida e chama-se granizo. Precipitação frontal. A precipitação frontal apresenta diversas formas consoantes o tipo de frente a que está associada. Assim, tratando-se de uma frente fria cuja nebulosidade é predominantemente cumuliforme, a precipitação ocorre sob a forma de aguaceiros e chuva forte à passagem da superfície frontal. Numa frente quente, cuja nebulosidade é essencialmente estratiforme, predomina a chuva e o chuvisco. Numa frente oclusa ocorre normalmente a precipitação sob a forma de aguaceiros, chuva e chuvisco, visto o tipo de nebulosidade predominante ser o das frentes quente e fria simultaneamente. Precipitação orográfica. Vimos anteriormente que quando o fluxo de ar encontra no seu caminho um sistema montanhoso, é forçado a subir a barlavento, descendo depois a sotavento. Como consequência, a nebulosidade concentra-se a barlavento, enquanto que a sotavento a descida do ar com o consequente aquecimento, dissipa as nuvens. Assim, as grandes quantidades de precipitação nas regiões montanhosas ocorrem sempre a barlavento. Formação de uma massa de ar - Regiões de origem. Para que uma massa de ar se forme é necessário que o ar fique estacionado durante algum tempo sobre uma região que tenha uma distribuição uniforme de temperatura, de modo a adquirir as suas características. A estas regiões chamam-se regiões de origem das massas de ar. As massas de ar que afetam Portugal têm origem em diversas regiões como sejam: A Sibéria, o Norte do Canadá, o Pólo Norte, o Norte de África e a região dos Açores. Assim, quando um anticiclone estaciona sobre uma destas regiões, e devido aos seus ventos fracos e à sua subsidência (movimento vertical descendente), o ar vai lentamente absorvendo as características termodinâmicas dessa região. Esse processo faz com que o ar fique com uma distribuição uniforme da temperatura e da umidade, quer na horizontal quer na vertical. 7.1. Massas de Ar. Classificação As massas de ar se classificam em três grandes grupos: massas equatoriais, massas tropicais e massas polares. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 19 Massas Equatoriais: são as massas que se formam nas proximidades do Equador, ou seja, nas áreas de baixas latitudes. São as massas de temperaturas mais elevadas que existem - e apresentam, portanto, baixas pressões em seu interior. A massa equatorial oceânica é, em geral, a massa mais úmida de todas, enquanto a continental, embora muito quente, é um pouco menos úmida. Massas Tropicais: são as que se formam nas proximidades de cada um dos trópicos - Câncer e Capricórnio -, geralmente em latitudes subtropicais, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul. São massas muito quentes, com pressões médias e baixas, sendo a de origem oceânica bem mais úmida que a continental. Massas Polares: são as massas que se formam nas proximidades dos círculos polares ártico e antártico, o sempre em latitudes superiores a 50 . São as massas mais frias que existem e, portanto, são também massas de pressão muito alta. A continental é a mais fria e mais seca de todas, enquanto a marítima, por ser um pouco úmida, não apresenta temperaturas muito baixas. 7.2. Massas de ar que atuam no Brasil O ar atmosférico está sempre em movimento, na forma de massa de ar ou de vento. Se uma massa de ar possui características particulares de temperatura e umidade, torna-se responsável pelo tempo e, portanto, pelo clima de uma área. Dependendo da estação do ano, as massas avançam para o território brasileiro ou dele recuam. Seus avanços ou recuos é que vão determinar o clima. Quando duas ou mais massas de ar de características diferentes se encontram, elas não se misturam. Forma-se entre elas uma zona de transição, que recebe influências das massas envolvidas e que, por isso, se apresenta como uma zona de instabilidade meteorológica. Essa faixa de ar recebe o nome de frente. Quando ocorre o encontro de duas massas quentes, forma-se uma frente quente. Quando há o encontro de duas massas frias, ou de uma fria e uma quente, forma-se um frente fria. No caso do Brasil, destaca-se o fato de que o nosso território recebe a influência de cinco grandes massas de ar, conforme quadro abaixo: Massas Características Massa Equatorial Quente e úmida, dominando a parte litorânea da Amazônia e do Nordeste em alguns Atlântica(mEa) momentos do ano, tem seu centro de origem no Oceano Atlântico. Massa Equatorial Quente e úmida, com centro de origem na parte ocidental da Amazônia, domina a porção Continental (mEc) noroeste da Amazônia durante quase todo o ano. Massa Tropical Quente e úmida, originária do Oceano Atlântico, nas imediações do trópico de Capricórnio, Atlântica (mTa) exerce enorme influência sobre a parte litorânea do Brasil. Massa Tropical Quente e seca, se origina na depressão do Chaco e abrange uma área de atuação muito GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 20 Continental (mTc) limitada, permanecendo em sua região de origem durante quase todo o ano. Massa Polar Atlântica Fria e úmida, forma-se nas porções do Oceano Atlântico próximas à Patagônia. Atua mais (mPa) no inverno, quando entra no Brasil como uma frente fria, provocando chuvas e queda de temperatura. s de Climas do Mundo Observação: o território brasileiro sofre a ação de cinco massas de ar. Três delas são mais atuantes durante todo o ano: a Equatorial Continental, a Tropical Atlântica e Polar Atlântica que, embora ocorra com mais frequência no inverno, quando entra no Brasil, como uma frente fria, pode ocorrer também em outros meses do ano. 7.3. TIPOS DE CLIMA NO MUNDO. Equatorial: ocorrem em áreas próximas à Linha do Equador, é caracterizado por altas temperaturas e grande concentração de umidade. As médias anuais de temperatura e os índices pluviométricos variam em distintos pontos da Terra. Tropical: possui duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa, a primeira ocorre entre os meses de maio a setembro e a segunda de outubro a abril. Os índices pluviométricos giram em torno de 1.000 a 2.000 mm. Subtropical: é caracterizado por apresentar uma grande amplitude térmica no decorrer do ano, as chuvas são bem distribuídas e há ocorrência de queda de temperatura na estação do inverno, chegando a nevar. No verão as temperaturas são semelhantes às de clima Tropical . Temperado Oceânico: também chamado de maritimidade, o mar influencia as temperaturas tornando os invernos menos intensos, além de amenizar a estação do verão. Temperado continental: ocorre uma grande disparidade de temperaturas entre inverno e verão, isso significa que no inverno as temperaturas são extremamente baixas até 0º e no verão as temperaturas são elevadíssimas. Mediterrâneo: nesse restrito clima é possível perceber todas as estações do ano, apresenta verões quentes e invernos . Desértico: enorme amplitude térmica e índices pluviométricos baixos, algo em torno de 250 mm anuais. Semiárido: possui temperaturas elevadas durante o ano e chuvas irregulares, com isso os índices pluviométricos GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 21 não superam 600 mm anuais. Subpolar: os índices pluviométricos variam de 200 a 1.000 mm ao ano, na estação do inverno as temperaturas são abaixo de 0ºC e no verão se elevam para uma média de 10ºC. Frio de montanha: independentemente do lugar do planeta, quanto mais eleva a altitude menor é a temperatura. Polar: é caracterizado pela presença constante de neve e gelo e as temperaturas registradas sempre se encontram abaixo de zero, os invernos são extremamente rigorosos e os verões secos. 7.4. Tipos de Climogramas no Brasil: GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 22 7.5. Trabalho Direcionado Mensal: Conceitos Clima, gráficos, estações do ano, tempo atmosférico. Objetivos 1) Construir um climograma, representando as variações de temperatura e precipitação; 2) Analisar um climograma, descrevendo a distribuição das temperaturas e das precipitações; 3) Associar a dinâmica climática com atividades econômicas determinadas, principalmente turismo e agropecuária; 4) Compreender que as variações de temperatura, umidade e precipitação anuais estão relacionadas com o preço de alguns produtos (leite, frutas, carne, etc.); 5) Compreender a relação entre as estações do ano e o deslocamento de populações (humanas e animais); 6) Perceber a relação entre as estações do ano e a sua própria realidade local (Quando chove mais? Existem deslizamentos de terra? Quando determinadas árvores e plantas, características do lugar, florescem ou dão frutos? Algumas doenças aumentam ou diminuem o número de casos em alguma estação do ano? Etc.). Estratégia 1) Propor a confecção de climogramas de diferentes climas, latitudes e hemisférios (norte e sul); 2) Ler os climogramas e procurar descrever as variações de temperatura e precipitação (ex.: verão seco, inverno chuvoso, total pluviométrico anual, média máxima, média mínima, amplitude térmica, etc.); 3) Pesquisar situações opostas, levando em conta informações turísticas. Por exemplo: em qual estação do ano a Áustria recebe mais turistas para esquiar na neve ou em qual estação do ano as praias do sul do Brasil recebem maior número de turistas; 4) Pesquisar, no seu estado, quando (quais meses ou estações do ano) ocorrem os principais plantios e colheitas e se provocam deslocamentos de pessoas. 7.6. Exercício: 1. Diferencie tempo de clima. 2. Como ocorrem as frentes quentes e frentes frias? 3. Diferencie uma precipitação frontal de uma convectiva. 4. Dê as diferenças especificas das massas de ar tropicais com as equatoriais. 5. Diferencie os climas semiáridos dos áridos. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 23 6. Defina as diferenças entre o clima Equaltorial Oceânico do Equatorial Continental. 7. Dê as diferenças entre o clima Polar do Subpolar. 8. Por que o fator altitude está à frente do fator latitude? 9. Faça uma pesquisa sobre: a) Granizo b) Neve c) Geadas d) Orvalho 8. BIOMAS TERRESTRES. a) Tundra. Localiza-se no Círculo Polar Ártico. Compreende Norte do Alasca e do Canadá, Groelândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Sibéria. Recebe pouca energia solar e pouca precipitação. esta ocorre geralmente sob forma de neve e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Durante a curta estação quente (2 meses) ocorre o degelo da parte superior, rica em matéria orgânica, permitindo o crescimento dos vegetais. O subsolo fica permanentemente congelado (permafrost). A Tundra caracteriza-se por apresentar poucas espécies capazes de suportar as condições desfavoráveis. Os produtores são responsáveis por capim rasteiro e com extensas áreas cobertas por camadas baixas de liquens e musgos. Existem raras plantas lenhosas como os salgueiros, mas são excessivamente baixas (rasteiras). As plantas completam o ciclo de vida num espaço de tempo muito curto: germinam as sementes, crescem, produzem grandes flores (comparadas com o tamanho das plantas), são fecundadas e frutificam, dispersando rapidamente as suas sementes. No verão a Tundra fica mais cheia de animais: aves marinhas, roedores, lobos, raposas, doninhas, renas, caribus, além de enxames de moscas e mosquitos. b) Taiga. Também chamada de floresta de coníferas ou floresta boreal. Localiza-se no norte do Alasca, Canadá, sul da Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria. Partindo-se da Tundra, à medida que se desloca para o sul a estação favorável orna-se mais longa e o clima mais ameno. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 24 Em conseqüência disso a vegetação é mais rica, surgindo a Taiga. Na Taiga os abetos e os pinheiros formam uma densa cobertura, impedindo o solo de receber luz intensa. A vegetação rasteira é pouco representada. O período de crescimento dura 3 meses e as chuvas são poucas. Os animais são representados por aves, alces, lobos, martas, linces, roedores etc. c) Floresta Caducifólia ou Floresta Decídua Temperada. Predomina no hemisfério norte, leste dos Estados Unidos, oeste da Europa, leste da àsia, Coréia, Japão e partes da China. A quantidade de energia radiante é maior e a pluviosidade atinge de 750 a 1.000 mm, distribuída durante todo o ano. Nítidas estações do ano. Neste Bioma, a maioria dos arbustos e árvores perde as suas folhas no outono e os animais migram, hibernam ou apresentam adaptações especiais para suportar o frio intenso. As plantas são representadas por árvores ditotiledôneas como nogueiras, carvalhos, faias. Os animais são representados por esquilos, veados, muitos insetos, aves insetívoras, ursos, lobos etc. d) Floresta Tropical ou Floresta Pluvial ou Floresta Latifoliada. A floresta tropical situa-se na região intertropical. A maior área é a Amazônia, a segunda nas Índias Orientais e a menor na Bacia do Congo (África). O suprimento de energia é abundante e as chuvas são regulares e abundantes, podendo ultrapassar 3.000 mm anuais. A principal característica da floresta tropical é a sua estratificação. A parte superior é formada por árvores que atingem 40 m de altura, formando um dossel espesso de ramos e folhas. No topo a temperatura é alta e seca. Debaixo desta cobertura ocorre outra camada de árvores, que chegam a 20 m de altura, outras a 10 m e 5 m de altura. Este estrato médio é quente, mais escuro e mais úmido, apresentando pequena vegetação. O estrato médio caracteriza-se pela presença de cipós e epífitas. A diversificação de espécies vegetais e animais é muito grande. e) Campos. É um Bioma que se caracteriza por apresentar um único estrato de vegetação. O número de espécies é muito grande, mas representado por pequeno número de indivíduos de cada espécie. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 25 A localização dos campos é muito variada: centro-oeste dos Estados Unidos, centro-leste da Eurásia, parte da América do Sul (Brasil, Argentina) e Austrália. Durante o dia a temperatura é alta, porém a noite a temperatura é muito baixa. Muita luz e vento, pouca umidade. Predominam as gramíneas. Os animais, dependendo da região, podem ser: antílopes americanos e bisões, roedores, muitos insetos, gaviões, corujas etc. f) Deserto. Os desertos apresentam localização muito variada e se caracterizam por apresentar vegetação muito esparsa. O solo é muito árido e a pluviosidade baixa e irregular, abaixo de 250 mm de água anuais. Durante o dia a temperatura é alta, mas à noite ocorre perda rápida de calor, que se irradia para a atmosfera e a temperatura torna-se excessivamente baixa. As plantas que se adaptam ao deserto geralmente apresentam um ciclo de vida curto. Durante o período favorável (chuvoso) germinam as sementes, crescem, florescem, frutificam, dispersam as sementes e morrem. As plantas perenes como os cactos apresentam sistemas radiculares superficiais que cobrem grandes áreas. Estas raízes estão adaptadas para absorver as águas das chuvas passageiras. O armazenamento de água é muito grande (parênquimas aqüíferos). As folhas são transformadas em espinhos e o caule passa a realizar fotossíntese. Os consumidores são predominantemente roedores, obtendo água do próprio alimento que ingerem ou do orvalho. No hemisfério norte é muito comum encontrar-se, nos desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se tivessem sido plantados em espaços regulares. Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto é, os vegetais produzem substâncias que eliminam outros indivíduos que crescem ao seu redor. 8.1. Exercícios. 1. Faça um quadro que mostre as características dos biomas do mundo, mostre os tipos climáticos dos respectivos biomas e flora. 2. Desenhe um mapa dos biomas do mundo, inserindo uma legenda, enumerando-o. 3. Diferencie as características do bioma da Tundra do bioma da Taiga. 4. Caracterize três modelos da Floresta Temperada. 5. Fale sobre o solo dos desertos. 6. Quais são as principais características das florestas tropicais? GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 26 9. HIDROSFERA TERRESTRE. A hidrosfera é uma camada da superfície terrestre composta de água. É formada pelos oceanos, mares, rios, lagos, águas do subsolo e geleiras. Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra é o único que possui água em seus três estados: sólido, líquido e gasoso. A presença de água em estado líquido e indispensável para a existência da vida. 9.1. Terras e Água. Na superfície da Terra observamos as águas oceânicas e as terras emersas. Estas compreendem os continentes e as ilhas. A maior parte da superfície do planeta, cerca de 70,7%, é coberta pelas águas oceânicas. Os restantes 29,3% são formados pelas terras emersas. Além disso, terras e águas, são desigualmente distribuídas. No Hemisfério norte, temos 40% de terras emersas e 60% de águas oceânicas; no hemisfério Sul, apenas 18% de terras e 82% de águas. As terras emersas compreendem, em sua maior parte, os seis continentes: Ásia,América,África,Europa, Antártida e Oceania. São considerados continentes, as grandes extensões de terras emersas cercados pelas águas oceânicas. As porções menores são consideradas ilhas. O menor dos continentes é a Oceania e a maior das ilhas é a Groenlândia. 9.2. As Águas Oceânicas. Grande parte do planeta Terra é constituída por água. A maioria das águas presentes no mundo é proveniente dos oceanos. Oceano é uma gigantesca massa de água salgada que ocupa cerca de 71% de nosso planeta. O homem, para facilitar a orientação, classificou os oceanos em: Pacífico, Atlântico e Índico. O oceano Pacífico responde por aproximadamente a metade de toda água salgada do mundo, o mesmo ocupa uma área de 179,7 milhões de km2, estando situado entre Ásia, América e Oceania. O oceano em questão abriga o ponto de maior profundidade do mundo, com cerca de 10 mil metros. Todas as características citadas classificam o Pacífico como o maior entre os oceanos. O oceano Atlântico ocupa uma extensão de 106,1 milhões de km2, tamanho inferior ao Pacífico, no entanto, possui uma grande importância para o fluxo comercial internacional, tendo em vista que é o mais navegado. O Atlântico está localizado entre as Américas, Europa e África (costa oeste). Já o oceano Índico ocupa uma extensão de 74,9 milhões de km2, sendo localizado entre África, Ásia e Oceania; esse é o menor dos oceanos. Os mares fazem parte dos oceanos e são definidos como grandes massas de água salgada, com tamanhos bem inferiores. Existem três tipos de mares: mares abertos (possuem grande ligação com o oceano), mares continentais (ligação restrita com o oceano) e mares fechados (não mantêm nenhuma ligação com oceano). Os oceanos são grandes reservatórios de águas da Terra. Suas águas estão em constante movimento, realizando o ciclo das águas. Cerca de 50% do vapor de água presente na atmosfera provêm da evaporação dos oceanos e mares. Esse vapor se condensa em nuvens, que trazem chuvas ou nevascas. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 27 Essas por sua vez dão origem aos rios, através dos quais as águas fluem novamente para os oceanos, completando assim o ciclo das águas. 9.3. Águas Subterrâneas: Aquífero é a denominação dada a grandes reservatórios de águas subterrâneas, localizados a centenas de metros de profundidade. Considerado o maior reservatório subterrâneo de água doce do planeta, o Aquífero Guarani possui cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do Paraná até a Bacia do Chaco–Paraná, estando presente em quatro países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil, esse aquífero se estende pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Não se sabe com precisão a quantidade de água armazenada no Aquífero Guarani, no entanto, conforme a Agência Nacional de Águas (ANA), as reservas permanentes de água são da ordem de 45 mil quilômetros cúbicos, sendo que aproximadamente 65% desse total, está localizado no território brasileiro. O armazenamento da água no Aquífero Guarani ocorre em função da estrutura geológica do local. De acordo com o geólogo José Luís Albuquerque, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo, essa região é composta de pouca argila e muita areia, funcionando como uma espécie de esponja gigante, em que ocorre a absorção das águas das chuvas, que ficam confinadas sob centenas de metros de rochas impermeáveis. O Aquífero Guarani é um importante manancial para o consumo humano. Atualmente, existem mais de dois mil poços perfurados no Sistema Aquífero Guarani, com profundidades que variam entre 100 e 300 metros. No Brasil, esse reservatório de água está localizado numa das áreas de maior concentração populacional do país. Em algumas regiões, como, por exemplo, Ribeirão Preto, cidade do estado de São Paulo, o aquífero vem sofrendo contaminação por agrotóxicos e pelo vinhoto (resíduo proveniente da destilação fracionada da cana-de-açúcar). Outras substâncias também podem provocar a poluição desse reservatório subterrâneo, pois a água da chuva entra em contato com esses elementos e, posteriormente, é infiltrada. Visando preservar a qualidade da água e explorar de forma consciente esse recurso, está sendo GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 28 elaborado o Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aquífero Guarani. Realizado pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Banco Mundial, esse projeto tem por objetivo tornar o Guarani uma fonte real de água, formulando um marco legal para a gestão compartilhada, pelos quatro países envolvidos, dos recursos hídricos subterrâneos. Estima-se que serão gastos 26,7 milhões de dólares nesse projeto. 9.4. Bacias e Redes Fluviais: Rede fluvial A análise das bacias hidrográficas é de fundamental importância, pois a água é um recurso natural essencial para todas as espécies do planeta. O conhecimento do comportamento das bacias hidrográficas proporciona projetos para evitar acidentes como, por exemplo, as inundações, além de maximizar o aproveitamento desse recurso (água) para o abastecimento de cidades, agropecuária, atividade industrial, construção de usinas hidrelétricas, entre outros. Bacia hidrográfica, também chamada de bacia de drenagem, corresponde a uma porção da superfície da Terra drenada por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água da precipitação pluviométrica (chuva) para esse curso de água. Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas partes mais altas do relevo e são denominados divisores de água, pois separam as águas de diferentes bacias. Existem várias bacias hidrográficas, sendo que algumas possuem maior destaque em razão de sua extensão. Entre as maiores bacias hidrográficas do mundo estão: GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 29 - Bacia Amazônica. Localização: América do Sul. Extensão: 7,05 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Congo. Localização: África. Extensão: 3,69 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Mississipi. Localização: Estados Unidos. Extensão: 3,33 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Prata. Localização: América do Sul. Extensão: 3,14 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Obi. Localização: Rússia. Extensão: 2,97 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Nilo. Localização: África. Extensão: 2,87 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Ienissêi. Localização: Rússia. Extensão: 2,58 milhões de quilômetros quadrados. - Bacia do Níger Localização: África. Extensão: 2,09 milhões de quilômetros quadrados. 9.5. Lagos. Lago é o nome utilizado para designar uma depressão de formação natural que armazena de maneira constante uma elevada quantidade de água. A água contida em um lago pode ter várias origens, como: nascente própria, água da chuva, água salgada de mares antigos, de rios e derretimento de geleiras. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 30 O volume de água de um lago é determinado pelo clima que predomina no local. Esse recurso hídrico pode se apresentar em diferentes tamanhos, alguns com metros de extensão, outros com centenas de quilômetros (exemplo: os Grandes Lagos, na América do Norte e os Grandes Lagos Africanos). Eles podem ter inúmeras profundidades, desde centímetros até centenas de metros. A limnologia é a ciência responsável por estudar os distintos tipos de lagos. Existem diversos tipos de lagos, isso em decorrência de sua origem, por essa razão são classificados em: lagos tectônicos, (suas águas estão acumuladas sobre deformações na crosta terrestre), lagos de origem vulcânica (águas armazenadas em crateras de vulcões extintos), lagos residuais (resíduos de água salgada de antigos mares), lagos de depressão (águas concentradas em relevo do tipo depressão) e lagos de origem mista (concebidos a partir de vários fatores determinantes que favorecem a acumulação de água). 9.6. Ciclo da Água. Devido às diferentes e particulares condições climáticas, em nosso planeta a água pode ser encontrada, em seus vários estados: sólido, líquido e gasoso. Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à constante mudança de estado da água na natureza. O grande motor deste ciclo é o calor irradiado pelo sol. A permanente mudança de estado físico da água, isto é, o ciclo hidrológico, é a base da existência da erosão da superfície terrestre. Não fossem as forças tectônicas, que agem no sentido de criar montanhas, hoje a Terra seria um planeta uniformemente recoberto por uma camada de 3km de água salgada. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 31 Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais da crosta, a água pode percorrer desde o mais simples até o mais complexo dos caminhos. Quando uma chuva cai, uma parte da água se infiltra através dos espaços que encontra no solo e nas rochas. Pela ação da força da gravidade esta água vai se infiltrando até não encontrar mais espaços, começando então a se movimentar horizontalmente em direção às áreas de baixa pressão. A única força que se opõe a este movimento é a força de adesão das moléculas d’água às superfícies dos grãos ou das rochas por onde penetra. A água da chuva que não se infiltra, escorre sobre a superfície em direção às áreas mais baixas, indo alimentar diretamente os riachos, rios, mares, oceanos e lagos. Em regiões suficientemente frias, como nas grandes altitudes e baixas latitudes (calotas polares), esta água pode se acumular na forma de gelo, onde poderá ficar imobilizada por milhões de anos. O caminho subterrâneo das águas é o mais lento de todos. A água de uma chuva que não se infiltrou levará poucos dias para percorrer muitos e muitos quilômetros. Já a água subterrânea poderá levar dias para percorrer poucos metros. Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície, através das fontes, indo se somar às águas superficiais, ou então, voltar a se infiltrar novamente. A vegetação tem um papel importante neste ciclo, pois uma parte da água que cai é absorvida pelas raízes e acaba voltando à atmosfera pela transpiração ou pela simples e direta evaporação (evapotranspiração). Distribuição da água na Terra Tipo Ocorrência Volumes (km3) Água doce superficial Rios 1.250 Lagos 125.000 Umidade do solo 67.000 Até 800 metros 4.164.000 Abaixo de 800 metros 4.164.000 Água doce sólida (gelo) Geleiras e Glaciais 29.200.000 Água salgada Oceanos 1.320.000.000 Lagos e mares salinos 105.000 Água doce subterrânea GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 32 Vapor de água Atmosfera Total 12.900 1.360.000.000 Observa-se no quadro acima que, de toda a água existente no planeta Terra, somente 2,7% é água doce. Pode-se também verificar que de toda a água doce disponível para uso da humanidade, cerca de 98% está na forma de água subterrânea. Da água que se precipita sobre as áreas continentais, calcula-se que a maior parte (60 a 70% ) se infiltra. Vê-se, portanto, que a parcela que escoa diretamente para os riachos e rios é pequena (30 a 40%). É esta água que infiltra, que mantém os rios fluindo o ano todo, mesmo quando fica muito tempo sem chover. Quando diminui a infiltração, necessariamente aumenta o escoamento superficial das águas das chuvas. A infiltração é importante, portanto, para regularizar a vazão dos rios, distribuindo-a ao longo de todo o ano, evitando, assim, os fluxos repentinos, que provocam inundações. Não adianta culpar a natureza. Esta relação, entre a quantidade de água que se precipita na forma de chuva, a quantidade que se infiltra, a que tem escoamento superficial imediato, e a que volta para a atmosfera, na forma de vapor, constitui uma verdade da qual não podemos escapar. As cidades são aglomerados, onde grande parte do solo é impermeabilizado, e a conseqüência lógica disto é o aumento de água que escoa, provocando inundações das áreas baixas. Se estiverem corretas as previsões de que está havendo um aquecimento global, e de que este levará ao aumento das chuvas, é de se esperar um agravamento do problema de inundações nos países tropicais. 9.7. Exercícios. 1. Fale sobre a composição da hidrosfera terrestre. 2. Por que a distribuição da água no planeta não é homogênea? 3. Quais são as funções das águas marítimas? 4. Fale sobre as funções das águas subterrâneas. 5. Explique em tópicos o ciclo da água. 6. Dê as características das águas subterrâneas. 7. Relacione as importâncias entre as águas fluviais das águas oceânicas. 8. Determine os pontos positivos das águas de um lago. 9. Faça uma análise sobre as redes fluviais. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 33 GEOGRAFIA POLITICA POPULACIONAL. 10. DADOS POPULACIONAIS. De acordo com dados divulgados em 2010 pelo Fundo de População das Nações Unidas (Fnuap), a população mundial atingiu a marca de 6,908 bilhões de habitantes. Esse total se encontra disperso pelo planeta de forma irregular, isso quer dizer que em determinados lugares há uma enorme concentração populacional enquanto outros são pouco povoados. Nesse sentido, o continente mais populoso é a Ásia que responde por cerca de 60% do total da população mundial, somente a China, a Índia e a Indonésia representam um elevado contingente, cerca de 2,8 bilhões de habitantes. Por outro lado, a Oceania responde por apenas 0,5% da população mundial. A distribuição populacional de acordo com cada continente: Ásia: 4,1 bilhões de habitantes, que representam 60% da população mundial. América: 934,3 milhões de habitantes, que respondem por 13,5% do total da população. África: 1,031 bilhão de habitantes, que correspondem a 14,9% da população mundial. Europa: 749,6 milhões de habitantes, que representam 10,9% do total da população do planeta. Oceania: 37,1 milhões de habitantes, que respondem por 0,5% do contingente populacional mundial. Em uma análise acerca da distribuição populacional, independentemente da escala (cidade, estado, país etc.), é preciso conhecer o número da população absoluta, ou seja, o número total de habitantes, além da população relativa que é concebida por meio do seguinte cálculo: Número total de habitantes dividido pela área territorial em quilômetros quadrados. A partir da obtenção dos números da população relativa torna-se possível identificar a intensidade do povoamento de um determinado lugar. Quando os dados apontam mais de 100 pessoas por quilômetro quadrado o lugar é considerado povoado. Quando o número varia entre 50 e 100 é considerado mediano povoado e, por fim, quando o número é menor que 50 o lugar é pouco povoado. Os países mais populosos do mundo são: 1° China: 1.354.146.443 hab. 6° Paquistão: 2° Índia: 1.214.464.312 hab. 7° Bangladesh: 164.425.491 hab. 3° EUA : 8° Nigéria: 158.258.917 hab. 4° Indonésia: 232.516.771 hab. 9° Rússia: 140.366.561 hab. 5° Brasil: 10°Japão: 126.995.411 hab. 317.641.087 hab. 190.755.799 hab. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 184.753.300 hab. Fonte: ONU 2010. 34 10.1. População Economicamente Ativa. Todo país, seja subdesenvolvido ou desenvolvido, possui uma população economicamente ativa. Essa parcela do contingente populacional representa todas as pessoas que trabalham ou que estão procurando emprego. São essas pessoas que produzem para o país e que integram o sistema produtivo. A população de idade ativa é dividia em: população economicamente ativa e não economicamente ativa ou mesmo inativa. No caso específico do Brasil, a população ativa soma aproximadamente 79 milhões de pessoas ou 46,7%, índice muito baixo, uma vez que o restante da população, cerca de 53,3%, fica à mercê do sustento dos economicamente ativos. Em diversos países, o índice é superior, aproximadamente 75% atuam no setor produtivo. No Brasil, os homens representam 58% e as mulheres 42% daqueles que desenvolvem atividades em distintos setores da economia. Atualmente, o Brasil vem atravessando muitas evoluções nos diversos setores da economia. A partir da década de 40, quando teve início de forma tardia o processo de industrialização, houve um acelerado crescimento urbano provocado pela mecanização do campo, fato que ocasionou a perda de postos de trabalho nesse setor, promovendo um enorme fluxo de trabalhadores para os centros urbanos, dando origem ao fenômeno conhecido como êxodo rural. Todo esse fluxo desencadeou uma diminuição de trabalhadores inseridos no setor primário. O setor secundário, por outro lado, teve um grande crescimento em razão dos fatores anteriormente citados, essa crescente perdurou até os anos 80, logo apresentou uma queda proveniente das crises econômicas que assolou o país nesse período, a modernização desse setor retira muitos postos de trabalho. O setor terciário brasileiro é o que mais cresce recentemente. As causas desse aumento são a urbanização do país e as necessidades das grandes cidades que impulsionam o mercado de prestação de serviços. Esse setor tem oferecido muitas oportunidades de trabalho, desde mão de obra especializada até de baixa qualificação. 10.2. Pirâmides Etárias. Atualmente, a população mundial já ultrapassa os 6 bilhões de pessoas. É inegável que se trata de um contingente bastante numeroso de pessoas que necessitam de abrigo, alimentos, água, entre muitas outras coisas. O tamanho de uma população qualquer é o resultado de entradas ou somas e saídas ou subtrações. As entradas ou somas correspondem aos nascimentos e imigrações, ao passo que as saídas ou subtrações correspondem aos óbitos e emigrações. Assim, ao considerarmos o tamanho da população brasileira, ao longo dos tempos, temos que levar em conta não só o crescimento natural como também o saldo migratório, isto é, a diferença entre o número de imigrantes e de emigrantes. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 35 É evidente que, no caso da população mundial, as migrações são desconsideradas, pois são priorizadas as taxas de natalidade e de mortalidade. Afinal, nosso planeta não recebe migrantes vindos de fora e tampouco perde população para outro planeta. A taxa de natalidade refere-se ao número de nascimentos a um dado período, usualmente um ano. Ele expressa o número de crianças nascidas para cada grupo de mil pessoas. Ao se dizer que a taxa de natalidade de um determinado país é de 19‰, significa que, para cada mil pessoas da população desse país, nasceram 19 crianças naquele ano. Vale a pena comentar que as taxas de natalidade variam de um grupo de país para outro e refletem as condições de existências de suas populações. A taxa de mortalidade corresponde ao número de mortes ocorridas em um ano em relação ao total da população. Assim como ocorre com as taxas de natalidade, a de mortalidade também é expressa em grupos de mil pessoas. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de 12‰ indica que, para cada grupo de mil pessoas da população, morreram 12. Quando as condições de existência podem ser consideradas boas, satisfatórias, a mortalidade tende a ser mais reduzida. A taxa de crescimento ou de diminuição da população é obtida subtraindo-se a taxa de mortalidade da taxa de natalidade. Tomando-se os exemplos acima utilizados e desconsiderando-se as migrações, esse país apresentaria um crescimento de 7‰ (19‰ - 12‰ = 7‰). Convém comentar que, ao contrário do que ocorre com as taxas de natalidade e de mortalidade, a taxa de crescimento natural é expressa em porcentagem. Assim, conforme o nosso exemplo, a população cresceu a uma taxa de 0,7%. 10.3. A Distribuição da População 1. A distribuição pelos espaços geográficos 2. A idade e o sexo da população 3. A tipologia étnica A população da Terra não está distribuída igualmente em todas as partes do globo. Ao contrário, há excesso de gente em algumas regiões e falta em outras. O relevo, o clima, a vegetação e os rios exercem influência sobre a distribuição dos grupos humanos. As regiões facilmente ocupadas pelo homem são denominadas ecúmenas. Aos vazios demográficos chamamos de regiões anecúmenas, isto é, de difícil ocupação humana. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 36 As altas montanhas, as regiões polares e os desertos dificultam a ocupação humana, sendo bons exemplos de regiões anecúmenas. Por outro lado, existem regiões na Terra, nas quais os homens se "acotovelam" por falta de espaço. É o caso do sul, do leste e do sudeste da Ásia, que reúnem mais da metade da população do globo. Por esse fato, essa região é considerada um "formigueiro humano". 10.4. A distribuição pelos espaços geográficos Pela distribuição da população nos continentes, notamos que: • A Ásia é o continente mais populoso, com quase 60% do total mundial; • A Ásia é também, o continente mais povoado, com quase 80 hab/km2; • A Oceania é o continente menos populoso e menos povoado; • A Antártida é o continente não habitado (despovoado). Com mais de 160 milhões de habitantes, o Brasil é: • o quinto país mais populoso do mundo; • o segundo país mais populoso do continente americano e de todo o hemisfério ocidental, superado apenas pelos Estados Unidos; • o país mais populoso da América do Sul e de toda a América Latina. A distribuição da população no Brasil é, também, bastante irregular: • o Sudeste é a região mais populosa e a mais povoada; • o Centro-Oeste é a região menos populosa; • o Norte ou Amazônia é a região menos povoada. Na distribuição da população pelos Estados, temos que: • o Rio de Janeiro é o mais povoado, com quase 300 hab/km2; • São Paulo é o mais populoso, com cerca de um quinto (20%) da população brasileira; • Roraima é o menos populoso e o menos povoado, com menos de 1 hab/km2. 10.5. As Populações Rural e Urbana Até 1960, predominava no Brasil a população rural. No recenseamento de 1970 já se constatou o predomínio da população urbana, com 56% do total nacional. À medida que um país se desenvolve industrialmente, a tendência geral é o abandono do campo em direção às cidades. O homem procura nos centros urbanos melhores condições de vida, conforto, salários e garantias. É o fenômeno do êxodo rural. Atualmente, 75% da população brasileira urbana, isto é, vive nas cidades. No estado do Rio de Janeiro, a população urbana é de 95%. 10.6. A idade e o sexo da população Quanto à idade, a população está dividida em três grupos: GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 37 • Jovem, de 0 a 19 anos; • Adulto, de 20 a 59 anos; • Velho, ou senil, com 60 anos e mais. A força de trabalho de uma população está mas concentrada na idade adulta e se constitui na população ativa de um país. Nos países desenvolvidos, em geral, predominam os adultos e os velhos. Nos países subdesenvolvidos e naqueles em fase de desenvolvimento, predomina a população jovem. Em alguns países, como a França e a Inglaterra, há o predomínio dos adultos. Isso se deve ao baixo índice de natalidade e ao fato de que a média de vida é mais longa, alcançando mais de 76 anos. Os brasileiros possuem uma longevidade média de 69 anos, sendo de 67 anos para os homens e de 68 anos para as mulheres. Quanto ao sexo, a população é composta por homens e mulheres. Quanto aos números de homens e de mulheres é comum: • haver um equilíbrio na idade jovem; • predominarem as mulheres nas idades adulta e velha. É que os homens, por razões diversas, vivem menos tempo que as mulheres, isto é, morrem geralmente antes. Em países de imigração, devido à entrada de mais trabalhadores, quase sempre predominam os homens. É o caso da Austrália e de alguns outros países. No Brasil, em cada grupo de 1 000 pessoas existem 501 mulheres e 499 homens. A representação gráfica da idade e do sexo da população é feita através das pirâmides etárias. Nelas, as mulheres ficam sempre do lado direito, os jovens embaixo, os adultos no meio e os velhos em cima. 10.7. A tipologia étnica Por muito tempo, e ainda hoje, tem sido comum dividir a população nas raças branca, negra, amarela e mestiça. Essa distinção pela cor não é correta, pois entre um português moreno e um russo (eslavo) existem muitas diferenças, apesar de ambos serem brancos. Hoje em dia, ao invés de se falar em raça, fala-se em etnia. Um dado grupo étnico possui semelhanças não só fisionômicas, mas também culturais. A determinação do grupo étnico a que pertence uma pessoa não é tarefa fácil e não pode ser tomada apenas pela cor. O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem européia, negros de origem africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. As diferenças de cor, de origem, têm sido problemas sérios em muitos países. Na África do Sul, onde numericamente predominam os negros, existia até 1991 uma violenta segregação racial, com exagerada discriminação social e econômica, denominada apartheid. No Brasil, perante as nossas leis, todos os grupos étnicos constituem um só conjunto: a população brasileira. GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 38 Recordar é saber: • O Estado de maior população absoluta é São Paulo, o de maior densidade é o Rio de Janeiro. • A população urbana predomina no Brasil desde 1970. • São ecúmenas as regiões de fácil ocupação humana, sendo, por isso, habitadas permanentemente. • São anecúmenas as regiões de difícil ocupação humana, como os desertos, as altas montanhas e as regiões polares. • A Ásia é o continente mais populoso e mais povoado da Terra. • A população brasileira está mais concentrada na Grande Região Sudeste. • A segregação racial na África era denominada Apartheid. • No Brasil todos os grupos étnicos são iguais perante a lei. • A população ativa é composta sobretudo de adultos e homens. • Na Austrália predominam, numericamente, os homens; no Brasil, as mulheres. • Na pirâmide etária representamos à idade e o sexo de uma população. • Os negros, os brancos, os amarelos e os mestiços são grupos étnicos, e não raças. 10.8. EXERCÍCIOS: 1. Quais são os problemas mais relevantes caracterizados por um país populoso? 2. Defina as diferenças entre um país populoso de um país povoado. 3. Explique como se define a população economicamente ativa. 4. Diferencie uma área ecúmena de uma área anecúmena. 5. Por que nosso país melhorou nas condições demográficas e médico-sanitárias? 6. Quais são as formações étnicas do povo brasileiro? GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 39 BIBLIOGRAFIA: Série Novo Ensino Médio – Tércio e Marina , Edit. Ática - SP, 2009. Geografia do Brasil – ROSS, Jurandyr Sanches, Edusp – SP, 2010. Trabalhando com Mapas – O mundo desenvolvido e subdesenvolvido, Edit. Ática, 2007. Atlas do meio ambiente do Brasil. Brasília. Embrapa, 2006. O relevo brasileiro e seus problemas. AZEVEDO, Aroldo de. A terra e o homem, as bases físicas. SP, Nacional, 1968. AB’SABER, Aziz Nacib. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. Orientação. SP. USP, 1967, n°3. REVISTA - CONHECIMENTO PRÁTICO-GEOGRAFIA. Ministério da Educação, Edit. Escala Educacional, 2011. SITES: IBGE.GOV.BR INPE.GOV.BR CLIMATEMPO.COM .BR PORTALR7.COM MAPASPARACOLORIR.COM.BR SOSMATAATLANTICA.COM.BR EMBRAPA.GOV.BR GEOGRAFIA – 1º ANO DO ENSINO MÉDIO TÉCNICO - 2015 40