RBNA
GUIA PARA ENTRADA
EM
ESPAÇOS CONFINADOS
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
GUIA PARA ENTRADA EM
ESPAÇOS CONFINADOS
CAPÍTULOS
A
ABORDAGEM
B
NORMAS, REGULAMENTAÇÃO E
REFERÊNCIAS
C
RISCOS DE ENTRADA, PERMANÊNCIA E
TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS
D
RECOMENDAÇÕES PARA ENTRADA E
PERMANÊNCIA EM ESPAÇOS CONFINADOS
ANEXO 1 – ANÁLISES DE CASOS
ANEXO 2 – PET –NR-33
ANEXO 3 – LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA
ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS
ANEXO 4 – DIRETRIZES PARA VISTORIADORES
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
CONTEÚDO
CAPÍTULO A.
ABORDAGEM
4
4
A1.
APLICAÇÃO
4
A2.
100.
DEFINIÇÕES
Definições específicas ao presente Guia
4
4
CAPÍTULO B.
5
DOCUMENTOS, REGULAMENTOS E NORMAS 5
CAPÍTULO D
RECOMENDAÇÕES PARA ENTRADA E
PERMANÊNCIA EM ESPAÇOS CONFINADOS
13
D1.
100.
APLICAÇÃO
Geral
14
14
D2.
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA ENTRADA
EM ESPAÇOS CONFINADO EM NAVIOS
14
Objetivo
14
Recomendações gerais
14
100.
200.
B2.
100.
NORMAS E REGULAMENTOS
Regulamentos e recomendações aplicáveis
5
5
D3
B3.
REFERÊNCIAS
5
100.
CAPÍTULO C
RISCOS DE ENTRADA, PERMANÊNCIA E
TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS
6
C1.
TIPOS DE RISCOS
6
C2.
100.
200.
300.
RISCOS DEVIDOS À ATMOSFERA
7
Atmosfera no interior do espaço confinado
7
Atmosfera deficiente em oxigênio
7
Atmosfera tóxica devido a produtos armazenados
no interior do espaço
7
Atmosfera tóxica gerada por trabalho executado
no interior do espaço
9
Atmosfera tóxica nas áreas adjacentes ao espaço
confinado
9
Atmosfera inflamável ou explosiva
9
400.
500.
600.
C3.
100.
200.
300.
D4
6
AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONTAMINAÇÃO
DA ATMOSFERA E VENTILAÇÃO
10
Avaliação da contaminação
10
Ventilação e exaustão dos espaços confinados
10
Compartimentos com camadas de poeira depositadas no interior
11
C4.
100.
200.
300.
RISCOS ELÉTRICOS
Natureza dos riscos
Riscos de choque elétrico
Riscos de explosão
C5.
RISCOS DEVIDOS ÀS INSTALAÇÕES FÍSICAS
12
Riscos envolvidos
12
Escadas
12
Aberturas
12
Lama
12
Queda de objetos
12
Isolamento do compartimento
12
Riscos associados a determinados tipos de carga
13
100.
200.
300.
400.
500.
700.
800.
11
11
11
11
100.
14
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS PARA
ENTRADA EM TANQUES DE LASTRO
15
Recomendações adicionais para entrada em tanques
de lastro
16
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS PARA
ENTRADA EM TANQUES DE NAVIOS
PETROLEIROS OU QUÍMICOS
16
Recomendações para entrada em tanques de navios
petroleiros e químicos
16
ANEXO 1 – ANÁLISES DE CASOS
17
1. INTRODUÇÃO
17
2. CASOS
17
Caso 1 – Envenenamento por gás sulfídrico ocorrido no
porto do Rio de Janeiro
17
Caso 2 – Incêndio com duas vítimas fatais em um tanque de
carga de um petroleiro em reparos.
17
Caso 3 – Intoxicação em navio graneleiro saído do porto de
Necochea, Argentina
18
Caso 4 – Morte no interior de tanque de lastro por choque
elétrico na área de ancoragem do porto do Rio de Janeiro
19
Caso 5 – Quase acidente no porto do Rio de Janeiro por
falta de oxigênio no interior de tanque de duplo fundo 19
Caso 6 – Um encontro inusitado no interior do duplo fundo
de uma barcaça nas margens do Rio Tietê
20
Caso 7 – Exemplo de eficiência em Paranaguá
20
3. CONSIDERAÇÕES REFERENTES AOS CASOS
ACIMA DESCRITOS
ANEXO 2 - PERMISSÃO DE ENTRADA E
TRABALHO – PET CONFORME NR33
22
ANEXO 3 - FORMDVIN 79_00 LISTA DE
VERIFICAÇÃO PARA ENTRADA EM ESPAÇOS
CONFINADOS
24
ANEXO 4 - DIRETRIZES PARA VISTORIADORES
29
1-3
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
CAPÍTULO A.
ABORDAGEM
A1
APLICAÇÃO
A2
DEFINIÇÕES
A1.
APLICAÇÃO
100.
Aplicação
101. Este guia aplica-se à inspeções que requeiram a
entrada em espaços confinados em embarcações. É aplicável a quaisquer embarcações, tanto às destinadas a navegação interior como às embarcações para navegação em
mar aberto tanto as cobertas pela NORMAM 01 como as
cobertas pelos regulamentos IMO.
A2.
DEFINIÇÕES
100.
Definições específicas ao presente Guia
101.- Abertura de linha – alívio intencional de um tubo,
linha ou duto que esteja transportando ou tenha transportado substâncias tóxicas, corrosivas ou inflamáveis, um
gás inerte ou qualquer fluido em volume, pressão ou temperatura capaz de causar lesão.
102. Atmosfera normal – quando o teor de oxigênio
medido por meio de um oxímetro for igual a 20,8%
103. Atmosfera deficiente em oxigênio – quando o teor
de oxigênio medido por meio de um oxímetro for igual ou
inferior a 20,8%
104. Atmosfera de risco – condição em que a atmosfera
em um espaço confinado possa oferecer riscos ao local e
expor os trabalhadores ao perigo de morte, incapacitação,
restrição de habilidade para auto-resgate, lesão ou doença
aguda.
105. Atmosfera explosiva – quando a leitura obtida da
medição da atmosfera no interior de um espaço confinado
estiver acima de 10% do limite inferior de explosividade.
Normalmente, não são aceitas leituras acima de 4%.
106. Analisador de gases - equipamento utilizado para
detectar a presença de determinados gases na atmosfera de
um compartimento pela reação química com ampolas cujo
conteúdo altera sua cor na presença de um contaminante
específico. O aparelho permite a troca de ampolas para
analisar diferentes gases.
107. Auto-resgate – capacidade desenvolvida pelo
trabalhador através de treinamento que possibilita seu
escape com segurança de ambiente confinado que entrou
em IPVS, isto é, entrou em condição “imediatamente
perigosa à vida ou à saúde.”
1-4
108. Bactéria redutora de sulfato (BRS) – bactéria que
em ambiente onde haja estagnação, anaerobiose (ausência de
oxigênio), presentes de fontes de enxofre tais como matéria
fecal pode gerar H2S (gás sulfídrico).
109 Clinckage – agregação de resíduos de carga que
aderem à estrutura do tanque, normalmente em petroleiros,
que não é removida com a lavagem do tanque e, por aquecimento, pode liberar gás.
110. Disulfato víbrio – pertencente às bactérias BRS, está
presente onde existir a presença de matéria fecal e libera gás
sulfídrico.
111. EPI – equipamento individual de proteção, constituído basicamente de macacão, luvas, botas de segurança,
capacete de segurança e alguns itens adicionais conforme
requerido, tais como: proteção visual, proteção auditiva,
lanterna.
112. Equipamento “à prova de explosão” Ex - o que
tem um invólucro tal que:
- suporta explosão de um gás ou vapor específico que ocorra
em seu interior;
- previne a ignição deste gás ou vapor específico no ar (atmosfera) ao seu redor, por centelhas ou explosão do gás no
seu interior;
- opera com temperatura exterior tal que uma atmosfera
inflamável ao seu redor não entre em ignição.
113. Equipamento de grau limitado contra explosão –
no qual o funcionamento normal não produz centelhas e não
conduz a temperaturas de superfície maiores que 200 o C.
Fazem parte deste equipamento, por exemplo:
- motores para corrente alternada com gaiola;
- geradores sem escova com excitação sem contato;
- fusíveis herméticos;
- equipamentos eletrônicos sem contatos.
114. Equipamento “intrinsecamente seguro” – Ex i - o
que é incapaz de gerar energia elétrica ou térmica, em condições normais ou anormais, que cause ignição de uma mistura atmosférica, na sua concentração mais favorável à ignição.
115. Equipamento “com proteção contra fogo” – Ex d
– para unidades elétricas que suportarão explosão de gases
inflamáveis ou vapores que possam ter penetrado na proteção, sem ser destruída e sem comunicar a ignição interna a
gases inflamáveis ou vapores externos à proteção. Isto é
conseguido por fendas ou aberturas similares na proteção.
116. Segurança reforçada – Ex e – método onde são
tomadas providências adicionais para conseguir proteção
contra temperatura excessiva, arco voltaico ou centelhamento em aparelhos elétricos, nos quais eles ocorram em operação normal.. Este tipo é também usado conjugado a outros
tipos de proteção (ex: proteção contra chamas).
117. Espaço confinado – qualquer área não projetada para
ocupação contínua que tenha meios limitados de entrada e
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
saída, e na qual a ventilação natural é insuficiente para
remover contaminantes perigosos e/ou deficiência ou
excesso de oxigênio.
118. Explosímetro – equipamento utilizado para medir
o conteúdo de gases explosivos em determinado local.
119. Gás inerte – gás injetado no interior de um tanque
contendo substâncias inflamáveis de médio ou baixo ponto de fulgor para tornar neutra a atmosfera ambiente, substituindo a atmosfera oxigenada por atmosfera rica em CO
ou nitrogênio.
125. Oxímetro – aparelho utilizado para a medição do
teor de oxigênio no interior de um compartimento. Alguns
modelos são pequenos e podem ser transportados no bolso
de um macacão, e disparam um alarme visual e sonoro caso
o teor de oxigênio caia abaixo de 20%.
CAPÍTULO B.
DOCUMENTOS, REGULAMENTOS E NORMAS
120. Gás sulfídrico (H2S) – gás liberado em ambientes
onde exista lama com resíduos de hidrocarbonetos ou
dejetos orgânicos que age paralisando o sistema respiratório, podendo provocar danos cerebrais permanentes ou a
morte a depender de sua concentração. Possui cheiro de
ovo podre e é também chamado gás de pântano ou gás de
ovo podre.
B1.
DOCUMENTOS – N/A
B2.
NORMAS E REGULAMENTOS
B3.
REFERÊNCIAS
121. Gás free - medição do grau de explosividade da
atmosfera no interior de um tanque de carga ou espaço
confinado.
B2.
NORMAS E REGULAMENTOS
100.
Regulamentos e recomendações aplicáveis
122. IPVS – condição imediatamente perigosa à vida
e à saúde – qualquer condição que cause uma ameaça
imediata à vida ou que possa causar efeitos adversos irreversíveis à saúde, ou que interfira com a habilidade dos
indivíduos para escapar de um espaço confinado sem
ajuda (auto-resgate).
101. Os seguintes regulamentos e recomendações foram
adotados neste guia:
-
123. Limite inferior de explosividade (LIE, em inglês
LEL – lower explosive level) – mínima concentração na
qual a mistura se torna inflamável.
-
124. Limite superior de explosividade (LSE, em inglês UEL – upper explosive level) – concentração em
que a mistura possui uma alta porcentagem de gases e
vapores de modo que a quantidade de oxigênio é tão baixa
que uma eventual ignição não consegue se propagar pelo
meio.
-
-
Curva
Curva de
de Explosividade
Explosividade
% Vol
B3.
IBC – código para navios que transportam produtos químicos a granel
IBG – código para navios gaseiros
NORMAM’S – Normas da Autoridade Marítima Brasileira
Regras do RBNA
ABNT – NB14787 – Espaços Confinados:
Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção.
IACS – Bulk Carriers: Guideline for Surveys,
Assessment and Repair
IACS – Confined Space Safe Practice Recommendation (no. 72)
ADNR – regulamento europeu para transporte
de mercadorias perigosas a granel no Rio Reno
Resolução IMO A.864(20) Recommendations
For Entering Enclosed Spaces Aboard Ships
como emendada
Norma Regulamentadora NR-33 Segurança e
Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
REFERÊNCIAS
101. O presente Guia foi elaborado com base nas seguintes
referências:
MISTURA RICA
LSE
MISTURA EXPLOSIVA
-
100
MISTURA
0
POBRE
LIE
t
-
Mario Cesar – “H2S – O Gás da Morte” – [email protected], 2004
Wilsen, C.O. et alia: “Characterization of an
Autotrophic Sulfide-Oxidizing Marine Acrobacter sp that Produces Filamentous Sulfur”, Journal of Bacteriology On Line, 2002
1-5
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
de navios e aeronaves
CAPÍTULO C
RISCOS DE ENTRADA, PERMANÊNCIA E
TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS
C1
TIPOS DE RISCOS
C2
RISCOS DEVIDOS À ATMOSFERA
C3
AVALIAÇÃO DO GRAU DE
CONTAMINAÇÃO E VENTILAÇÃO
C4
RISCOS DEVIDOS À INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
C5
RISCOS DEVIDOS ÀS INSTALAÇÕES FÍSICAS
C1.
TIPOS DE RISCOS
Figura 1 – Tipos mais comuns de riscos
de entrada em espaços confinados
RISCOS DE
ENTRADA
EM
ESPAÇOS
CONFINADOS
ATMOSFERA
NO
INTERIOR
DO
ESPAÇO
TEOR DE
OXIGENIO
GASES TÓXICOS
GASES
INFLAMÁVEIS OU
EXPLOSIVOS
1-6
RISCOS
ELÉTRICOS
CHOQUE
EXPLOSÃO
RISCOS
DEVIDOS ÀS
INSTALAÇÕES
FÍSICAS
ISOLAMENTO
ESCADAS
ABERTURAS
LAMA
QUEDA DE
OBJETOS
TIPO DE CARGA
CAPÍTULOS
-
Aa F
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
Riscos Atmosféricos: O2
16
>23% Aumento da inflamabilidade dos materiais
20.8% Nível normal de Oxigênio no ar
19.5% Nível mínimo de oxigênio para uma entrada segura.
10-11% A respiração se acelera e falta de coordenação,
incremento da pulsação, euforia e dor de cabeça.
6-10% Náuseas e vômitos, dificuldade de movimentos, perda
de conhecimento, falhas mentais, rosto pálido e lábios azuis.
<6% A respiração cessa, seguindo de parada respiratória e
a morte em minutos.
204.
O teor de oxigênio é medido por um oxímetro.
205. Normalmente, os petroleiros, gaseiros e navios químicos possuem tal equipamento a bordo, como também
graneleiros que transportam substâncias que liberam gases
perigosos tais como o Fe-Si em determinados graus de mistura.
C2.
RISCOS DEVIDOS À ATMOSFERA
100.
Atmosfera no interior do espaço confinado
101. A atmosfera no interior de espaços confinados
apresenta normalmente condição IPVS devido à ausência
do movimento natural do ar. Essa característica dos espaços confinados pode resultar em:
 Atmosfera deficiente em oxigênio
 Atmosfera tóxica
 Atmosfera inflamável ou explosiva
200.
Atmosfera deficiente em oxigênio
201. Abaixo fornecemos uma classificação da atmosfera
em função do teor de oxigênio presente:
Atmosfera
% O2
Aumento da inflamabilidade dos materiais > 23,0
Enriquecida
22,0
Normal
20,8
Deficiente em oxigênio
19,5
Julgamento e respiração afetados
16,0
Julgamento falho, fadiga rápida
14,0
Respiração difícil, morte em minutos
11,0
202. A atmosfera começa a ser considerada deficiente
em oxigênio a partir de um teor de 19,5% de O2.
203. Como norma geral, no entanto, não se deve adentrar compartimentos com teor de oxigênio abaixo de
20,8%.
206. Nos navios de navegação interior, não é comum
haver oxímetro a bordo. Por isso, o vistoriador deve estar
provido de oxímetro portátil, ou alternativamente os seguintes requisitos para entrada devem ser obedecidos:
a) abertura de todos os acessos (escotilhões, portas de visita)
durante um período mínino de 24 horas;
b) ventilação / exaustão mecânica durante a permanência no
interior do espaço confinado;
c) verificação prévia da atmosfera pelo Armador / Navio /
Estaleiro antes da entrada, na presença do vistoriador
d) Preenchimento do PET conforme Anexo 2 do presente.
207. Fatores que contribuem para o baixo teor de oxigênio
no interior de um tanque ou porão:
 Fechamento prolongado com suspiro deficiente, inexistente ou bloqueado
 Formação de camadas de ferrugem no chapeamento e
estrutura do tanque
 Tanque servido por gás inerte
 Tanque com presença de bactérias que consomem
oxigênio (redutoras)
 Cargas estivadas nos porões que reduzem o teor de
oxigênio, tais como serragem de madeira aglomerada para transporte.
300. Atmosfera tóxica devido a produtos armazenados
no interior do espaço
301. A atmosfera no interior de espaços confinados pode
tornar-se tóxica devido a:
 Produtos armazenado no interior do espaço
 Trabalho sendo executado no interior do espaço
 Áreas adjacentes ao espaço confinado
302. Todo tanque de carga de navio ou barcaça, gaseiro,
químico ou petroleiro bem como os coferdames adjacentes e
os porões em redor dos tanques independentes são áreas de
risco de atmosfera tóxica, especialmente se forem servidos
por sistema de gás inerte.
1-7
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
303. A entrada em tais espaços deve sempre ser precedida de análise por um químico responsável.
304. Produtos químicos a granel ou derivados de petróleo podem ser absorvidos pela estrutura e/ou revestimento
do tanque, liberando gases tóxicos.
O chamado clinckage - aderência de produtos derivados
de petróleo à estrutura e revestimento dos tanques de carga tem sido responsável por acidentes a bordo de petroleiros em reparo.
305. Mesmo após gás free e ventilação pode ser necessário utilizar proteções visuais e/ou respiratórias, pois o
cheiro remanescente pode ser irritante para as vias respiratórias e para os olhos.
306. Produtos em pó tóxicos ou explosivos deixam
resíduo de poeira que podem não ser removido pela ventilação.
307. Um dos gases mais perigosos é o chamado gás da
morte ou gás sulfídrico (H2S).
O gás sulfídrico pode ser liberado no interior de um compartimento, tal como tanque de lastro, quando houver
resíduos de lama com dejetos orgânicos ou de petróleo no
interior de um tanque.
O gás sulfídrico provoca efeitos de intoxicação mais intensos que os provocados por monóxido de carbono, e
pode causar a morte ou danos permanentes por paralisia
do sistema nervoso que controla a respiração incapacitando os pulmões de funcionar. Os efeitos toxicológicos
dependem da concentração do gás em partes por milhão
(ppm), conforme indicado no gráfico abaixo:
Descrição
Detectável pelo paladar
Detectável pelo odor
Irritação dos olhos. Exposição
máxima permissível 8 horas
Tosse e irritação dos olhos.
Odor forte. Exposição permissível 10 minutos a cada 8
horas
Irritação dos olhos, garganta e
pulmão. Exposição permissível 2 a 5 minutos
Perda de consciência seguida
de morte em 30 minutos
Inconsciência imediata, paralização da respiração e morte.
Pode causar danos cerebrais
permanentes.
Inconsciência
instantânea,
parada respiratória e morte em
poucos minutos
Concentração
Até 1 ppm
De 1 a 5 ppm
De 8 a 19 ppm
De 20 a 50 ppm
De 50 a 500
ppm
De 500 a 700
ppm
De 700 a 1000
ppm
Acima de
1000 ppm
308. Existe uma determinada espécie de bactérias denominada comumente BRS, bactéria redutora de sulfato,
1-8
que encontrando ambiente onde haja estagnação, anaerobiose (ausência de oxigênio), presença de fontes de enxofre tais
como matéria fecal pode gerar H2S (gás sulfídrico, gás de
ovo podre, gás de pântano, etc...)
Esse gás exala um cheiro forte de ovo podre que pode ser
notado em locais onde existam mangues com despejo de
dejetos sanitários. A bactéria denominada disulfato víbrio
pertence a essa espécie e já foi responsável por acidentes
com morte.
Portanto, a simples operação de deslastrar um tanque não
garante que a entrada no interior do compartimento de lastro
seja segura. O compartimento deve ser ventilado e o ar testado.
309. Tanques de carga onde foi desenvolvida atmosfera de
gás inerte podem ainda reter resíduos do gás e possuir atmosfera deficiente, e o ingresso a esses compartimentos
somente deve ser autorizado após medição do teor de O2 em
seu interior.
Onde existirem sistemas de gás inerte, assegurar-se de que
o espaço confinado está devidamente isolado contra a
possibilidade de injeção de gás durante a permanência das
pessoas no interior do compartimento.
308. Os coferdames formam o casco duplo e devem ser
considerados como áreas de risco para entrada, requerendo
cuidados especiais e avaliação da atmosfera e/ou ventilação
antes do ingresso .
309 O espaço de porão ao redor dos tanques independentes de navios ou barcaças petroleiras ou químicas deve ser
considerado como área de risco para entrada, requerendo
cuidados especiais e avaliação da atmosfera e/ou ventilação
antes do ingresso.
311. Os compartimentos fechados contendo garrafas de
CO2 e compartimentos fechados para baterias devem ser
considerados como espaços confinados. Jamais entrar num
compartimento de garrafas de CO2 logo após a abertura da
porta: deve-se esperar um mínimo de 30 minutos e solicitar
ventilação forçada prévia.
312. Os efeitos nocivos do monóxido de carbono CO: Por
não possuir odor e cor este nocivo gás pode permanecer por
muito tempo em ambientes confinados caso não se tome
providências de ventilar ou exaurir o local. Em concentrações superiores ao seu limite de tolerância (concentração
acima da qual poderão ocorrer danos à saúde da pessoa), que
é de 39 ppm:
- O exposto poderá sentir desde uma simples dor de cabeça (200 ppm);
- Palpitação (1000 a 2000 ppm);
- Inconsciência (2000 a 2500 ppm);
- Morte (4000 ppm).
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
400.
Atmosfera tóxica gerada por trabalho executado
no interior do espaço
401. Trabalhos de corte, solda e pintura no interior de
espaços confinados produzem contaminação perigosa da
atmosfera.
503. Portanto, para serviços o ingresso no interior dos
espaços descritos no item 502 é necessário que seja feito o
gás free de todos os compartimentos adjacentes.
504. A recíproca também é verdadeira, ou seja, para o
ingresso no interior dos tanques de carga deve ser feito gás
free no interior dos coferdames.
600.
Atmosfera inflamável ou explosiva
601. A atmosfera no interior de um espaço confinado em
que gás, vapor ou névoa inflamável estão presentes em concentração igual ou superior a 10% do limite inferior de explosividade (LIE).
A névoa causada pela pintura pode atingir concentração
suficiente para uma atmosfera explosiva.
A nuvem de gás e fumaça desprendida por trabalhos a
quente (solda e corte) pode atingir concentração tóxica.
Aplicação de revestimentos ou pintura por pistola gera uma
névoa inflamável.
602. Poeira combustível em uma concentração que seja
igual ou superior ao LIE e menor que o LSE também constituem uma atmosfera inflamável ou explosiva.
402. Tais trabalhos devem ser executados na presença
de ventilação mecânica contínua que garanta a circulação
do ar e exaustão dos contaminantes gerados do interior do
espaço; de preferência deve ser providenciada exaustão
com aspiração no ponto mais remoto do espaço, forçando
a entrada de ar puro pela extremidade oposta, trocando
assim todo o ar ambiente.
Normalmente o LIE está situado por volta de 20 g/m3 a 60
g/m3 ao passo que o LSE situa-se na faixa de 20 kg/m3 a 60
kg/m3.
500.
Atmosfera tóxica nas áreas adjacentes ao espaço
confinado
Descargas de trigo a granel podem gerar atmosfera explosiva nos dutos e ambientes por onde espalhar-se a poeira.
501. Nos navios ou barcaças destinados ao transporte de
derivados de petróleo, produtos químicos a granel e gás
liquefeito, os coferdames, tanques de duplo fundo do casco duplo ou porões contendo tanques independentes são
exemplos de áreas adjacentes que podem trazer riscos de
entrada.
603. Existe o risco de formação de atmosfera explosiva
nos compartimentos adjacentes a tanques de carga de navios
ou barcaças petroleiras, químicas ou gaseiras tais como:
Vazamentos não percebidos de líquido ou gás através da
solda, bem como processos de osmose podem gerar uma
atmosfera tóxica no interior desses compartimentos.
Mantendo-se as concentrações de pó fora dos seus limites de
explosividade a atmosfera não se torna inflamável ou explosiva.
1. tanques do casco duplo: tanques laterais, duplo fundo;
2. coferdames;
3. sala de bombas;
4. porão ao redor de tanques independentes
5. tanques de colisão AV e AR quando não houver coferdame entre esses tanques e os tanques de carga.
502. A entrada no interior de espaços confinados deve
levar em conta não somente a condição da atmosfera nesse
espaço, como também a condição da atmosfera nos tanques adjacentes.
1-9
REGISTRO BRASILEIRO
Guia para entrada em espaços confinados
CAPÍTULOS
-
Aa F
de navios e aeronaves
C3.
AVALIAÇÃO DO GRAU DE
CONTAMINAÇÃO DA ATMOSFERA E
VENTILAÇÃO
106. Ao observar um perito analisando a atmosfera no
interior de espaços confinados, deve-se atentar para o que
segue:
100.
Avaliação da contaminação
1.
101. A avaliação do grau de contaminação por gases
tóxicos e avaliação do teor de oxigênio no interior de um
espaço confinado deve ser feita por pessoal com treinamento e equipamento adequados, normalmente químico
qualificado para inspeções navais ou um oficial de segurança da tripulação treinado em inspeções desse tipo.
Não se deve nunca confiar nos sentido para determinar
se a atmosfera no interior de um espaço confinado permite entrada segura!
O H2S ou gás sulfídrico vai acomodar-se no fundo do
tanque;
2.
O CO ou monóxido de carbono tem a mesma densidade do ar e está disperso;
3.
O gás metano é mais leve que o ar e acumula-se na
parte superior do tanque;
107. Durante uma vistoria de gás free deve-se verificar em
quais locais foi feita a medição com explosímetro.:
108. De forma a obter um corte representativo da condição
da atmosfera no interior do espaço amostras devem ser tiradas de vários níveis e através de tantas aberturas quanto
possível. A ventilação deve ser parada por cerca de 10 minutos antes dos testes para entrada serem realizados.
109. Em adição a tais procedimentos deve-se tomar cuidado em medir também sob as borboletas e as longitudinais de
costado onde o gás costuma ficar preso.
200.
102.
Ventilação e exaustão dos espaços confinados
Os equipamentos utilizados são:
1.
oxímetro, que mede o teor de oxigênio em % e
deve indicar 20,8%;
2.
explosímetro, que mostra o porcentual dentro de
uma faixa de segurança de 0-10% do limite inferior de
explosividade, mas que idealmente deve fornecer leitura 0%;
3.
analisador de gases, aparelho que pode operar
com diversas ampolas, cada uma adequada à detecção
de um tipo de gás. A presença de gás provoca reações
químicas que alteram a cor das ampolas. A avaliação
do resultado é feita pela consulta a tabelas fornecidas
com o aparelho ou com as ampolas.
103. O gás free em barcaças e navios petroleiros é feito
com o explosímetro, e depois utilizado o oxímetro para
medir o teor do oxigênio.
104. Nos navios que transportaram produtos químicos é
utilizado o analisador de gases conjugado sempre com o
explosímetro e com o oxímetro.
105. Em graneleiros que transportaram Fe-Si em proporções de mistura passíveis de liberar gás é utilizado o
analisador de gases. Nessas embarcações, a atmosfera no
interior das acomodações deve ser analisada de forma
rotineira devido à possibilidade de penetração de gases
oriundos do porão.
1 - 10
201. A ventilação forçada por ventilador ou exaustor pode
ser necessária para remover gases nocivos e vapores do
interior de um espaço confinado. Há vários métodos para
ventilar tais espaços.
202. Observe-se que sob certas condições os gases ou
vapores inflamáveis alteram o teor de oxigênio formando
mistura rica demais para inflamar-se. Nesses casos, a ventilação forçada pode diluir a concentração até ser atingido um
teor dentro da faixa explosiva.
203. Se gás inerte foi utilizado (gás carbônico, nitrogênio)
para tornar neutra a atmosfera no interior do espaço confinado, o espaço deve ser bem ventilado e re-testado antes da
entrada de qualquer pessoa.
204. O método mais comum para ventilação utiliza mangueira de grande diâmetro, com uma extremidade conectada
ao ventilador e a outra inserida em porta de visita ou outra
abertura. A mangueira deve estender-se até o fundo para
diluir e deslocar os gases nocivos e vapores, criando circulação de ar no interior do tanque. A tomada de ar deve estar
em área que irá introduzir ar fresco no interior do compartimento. A ventilação deve ser contínua, porque em muitos
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espaços confinados a atmosfera nociva poderá formar-se
novamente quando pára o fluxo de ar de ventilação.
205. Em tanques de carga que transportaram derivados
de petróleo, a razão para o procedimento de manter a
ventilação todo o tempo e realizar vistorias de gás free
diárias mesmo depois da certificação inicial prende-se aos
seguintes fatores:
1.
2.
300.
Não é possível retirar totalmente a água de lavagem
do fundo de um tanque, permanecendo sempre um resíduo de água oleosa;
Por melhor que seja a lavagem de um tanque, sempre há a possibilidade da presença de resíduos de carga aderentes à parede e à estrutura, efeito esse chamado clinckage - agregação ao longo do tempo de resíduos de carga nas soldas e em cantos da estrutura do
tanque. Com o aquecimento por chama ou com a elevação da temperatura no interior do tanque, pode haver desprendimento de gases. A ventilação constante
normalmente remove esses gases.
Compartimentos com camadas de poeira depositadas no interior
301. As camadas de poeiras, diferentemente dos gases e
vapores, não são diluídas por ventilação ou difusão.
302. A ventilação pode aumentar o risco, criando nuvens de poeira que, em determinadas concentrações podem ser tóxicas ou explosivas.
303. As camadas de poeira depositadas podem criar um
risco cumulativo, enquanto gases ou vapores não.
304. Camadas de poeira podem ser objeto de turbulência
inadvertida e se espalhar pelo movimento de pessoas ou
equipamentos.
305. A maneira de efetuar a limpeza vai depender da
natureza da poeira acumulada no compartimento.
O melhor método para a limpeza deve ser determinado por
consulta ao produtor ou embarcador do produto que gerou
a poeira, ou alternativamente a um químico.
têm um determinado nível de líquido residual no fundo que
as bombas não conseguem esgotar. Em navios em construção, água proveniente de chuva ou de operações de desempeno a quente pode acumular-se em determinadas áreas do
fundo do compartimento.
202. Caso a fiação elétrica e as conexões com tomadas
e/ou lâmpadas não sejam estanques e que não estejam devidamente isoladas, o risco de choque elétrico no interior do
compartimento é muito grande.
300.
Riscos de explosão
301. Espaços onde haja a possibilidade da presença de
gases inflamáveis, mesmo que tenha sido feita a inspeção de
gás free, devem ter instalações elétricas intrinsecamente
seguras ou a prova de explosão.
302. Um caso comum de presença de gases inflamáveis
ocorre ao aplicar revestimento ou pintura em espaços confinados. Nesse caso, os acessórios tais como lâmpadas e tomadas devem ser a prova de explosão.
303. As lanternas de mão em ambientes inflamáveis também devem ser à prova de explosão.
304. Há relatos de casos de explosão quando telefones
celulares tocaram e foram atendidos., ou quando a pessoa
efetuar uma chamada. Portanto, não entrar com telefones
celulares no interior de ambientes onde haja risco de explosão.
305. Muitas vezes a máquina de solda é colocada dentro
do espaço confinado ou próximo à entrada, e o aterramento é
feito por uma linha de barras de aço soldadas.
306. Qualquer trinca nessa linha pode produzir um arco
voltaico que, se situado em região onde não tenha sido feito
o gás free, poderá provocar explosão.
307. De forma a obter um corte representativo da condição
da atmosfera no interior do espaço amostras devem ser tiradas de vários níveis e através de tantas aberturas quanto
possível. A ventilação deve ser parada por cerca de 10 minutos antes dos testes para entrada serem realizados.
308. Para entrada segura no espaço confinado devem ser
obtidas leituras estáveis como segue:
C4.
RISCOS ELÉTRICOS
100.
Natureza dos riscos
101. Instalações elétricas precárias no interior de espaços confinados têm sido a causa de acidentes. Uma classificação simplificada identifica dois tipos de risco:
1.
2.
Riscos de choque elétrico
Riscos de explosão
200.
Riscos de choque elétrico
.1
.2
20,81% de volume de oxigênio; e
não mais que 1% do limite inferior de inflamabilidade (LFL) em medidor com sensibilidade
adequada ao gás que se está verificando,
quando houver sido determinado em avaliação preliminar que há risco potencial da presença de gases inflamáveis ou vapores.
309. Caso tais condições não tenham sido alcançadas, o
espaço deve ser novamente ventilado até que o teste indique
que os níveis requeridos tenham sido alcançados. Os testes
devem ser realizados com a ventilação desligada.
201. Os compartimentos confinados tais como tanques
de lastro e água doce de navios em operação sempre con1 - 11
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C5.
RISCOS DEVIDOS ÀS INSTALAÇÕES
FÍSICAS
100.
Riscos envolvidos
101. Esta categoria de riscos envolve a condição de
isolamento; acesso, manutenção e limpeza de espaços
confinados. Para o presente guia vamos considerar riscos
por:
- Escadas em más condições
- Posicionamento e condições de aberturas
- Presença de lama
- Queda de objetos
200.
Escadas
201. As escadas de acesso a compartimentos confinados, especialmente se forem tanques de lastro, devem ser
cuidadosamente examinadas antes da entrada no compartimento. Os defeitos mais perigosos:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Os olhais de fixação estão corroídos ou destacados
da estrutura;
Os parafusos de fixação da escada no olhal estão
faltando, corroídos ou sem porca;
Os degraus da escada estão corroídos;
Faltam degraus pelo meio da escada ou a escada
não chega ao fundo do compartimento;
A escada está deformada;
Os punhos para apoio na entrada ou saída do tanque – quer soldados à tampa do escotilhão, à estrutura
do navio ou à braçola do escotilhão – estejam firmes.
300.
Aberturas
301. Quando o acesso se dá por escotilhões com tampa,
certificar-se de que a trava da tampa está firme. Sem a
trava, o inspetor poderá procurar apoio na tampa e esta
pode fechar-se inadvertidamente, provocando sua queda
ou ferindo sua mão.
302. Quando o acesso se dá por portas de visita, cuidar
para que o tecido do macacão não prenda nos prisioneiros
da tampa.
303. A possibilidade de tropeços no interior de espaços
confinados é grande, e requer constante atenção do inspetor. Por outro lado, especialmente nos anéis das plataformas de tanques de colisão (stringers) há com muita freqüência aberturas circulares para passagem de água que
requerem grande atenção especialmente para quem está
descendo porque é comum existirem aberturas próximo do
final das escadas. Dirigir a lanterna para baixo e certificarse de onde pisa é a regra.
1 - 12
Cuidado!
Melhor!
304. Por vezes são feitos reparos no interior de tanques
laterais e porões de carga que requerem andaimes, e são
soldadas barras na estrutura que, depois de removido o andaime, permanecem ainda soldadas na estrutura. Essas barras escapam facilmente ao foco da lanterna, especialmente
quando o inspetor está examinando o fundo, e podem feri-lo.
400.
Lama
401. Pode formar-se uma fina camada de lama bastante
escorregadia sobre as chapas e estrutura de tanques de lastro,
particularmente em compartimentos recentemente pintados
ou com revestimento novo. O chapeamento inclinado dos
tanques laterais superiores (slopping plate dos wing tanks)
também chamados “tanques de asa” é um local onde este
risco é mais comum.
500.
Queda de objetos
501. Os casos mais comuns ocorrem quando duas pessoas
estão subindo por escada vertical “quebra-peito”, e a pessoa
que está em cima deixa cair o capacete, lanterna, trena ou
alguma ferramenta atingindo quem está em baixo.
502. Também ocorre a queda de objetos deixados junto à
entrada do compartimento. Uma chave utilizada para abrir
uma porta de visita no convés e deixada próximo da abertura
pode ser inadvertidamente chutada para dentro do tanque,
especialmente em barcaças com braçolas de escotilha altas e
espaço lateral de passagem reduzido.
Como regra, jamais duas pessoas devem subir ou descer
simultaneamente uma escada vertical. Deve-se aguardar que
a primeira pessoa esteja fora da escada para iniciar uma
descida ou subida. As lanternas devem ser dotadas de tiras
para pendurar no ombro ou tiras de pulso para segurá-las. Os
capacetes devem ser dotados de jugular. Não portar objetos
soltos que possam facilmente cair dos bolsos.
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600.
Isolamento do compartimento
incluem: inflamabilidade, toxicada, falta de oxigênio ou
auto-aquecimento. Referir-se ao IMO Code of Safe Practice
for Solid Bulk Cargoes.
705. Cargas e materiais que provocam falta de oxigênio: Há
determinadas cargas que, devido a fatores a ela inerentes, causam um
abaixamento do nível de oxigênio, como por exemplo, carga sujeita a
auto-aquecimento, oxidação de metais e minérios, decomposição de
óleos vegetais, gorduras animais, grão, polpa de madeira com aglomerantes para transporte.
706. Fumigação: Quando um navio é fumigado, as recomendações detalhadas contida no “Safe Use of Pesticides in Ships” devem
ser seguidas. Espaços adjacentes aos fumigados devem ser tratados
com se tivessem sido fumigados também.
700.
Riscos associados a determinados tipos de carga
701. Material granulado estivado em porões ou tanques,
tais como grãos, areia, carvão ou material semelhante
podem engolir e sufocar o vistoriador. Tais materiais podem formar uma crosta ou “ponte” na superfície, aparentemente sólida, mas que pode quebrar-se sob o peso do
vistoriador engolfando a pessoa.
702. Cargas perigosas embaladas : A atmosfera de qualquer espaço contendo cargas perigosas pode colocar em
risco a vida de qualquer pessoa ao entrar. Os riscos incluem gases ou vapores tóxicos, gases corrosivos, vapores
que deslocam o oxigênio, resíduos em embalagens e vazamento de material..
703. Líquidos a granel: A indústria química e petroleira
fornece informações sobre cargas transportadas em navios
tal como óleo, produtos químicos, gases liquefeitos na
forma de guias especializados internacionais.
704. Granéis sólidos: Cargas de granel sólido transportadas em porões podem gerar atmosfera perigosa nos porões
de carga e espaços e compartimentos adjacentes. Os riscos
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CAPÍTULO D
RECOMENDAÇÕES PARA ENTRADA E
PERMANÊNCIA EM ESPAÇOS CONFINADOS
D2.
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS EM
NAVIOS
D1
APLICAÇÃO
100.
Objetivo
D2
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA
ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS
101. Este capítulo D2 trata de recomendações para entrada
em espaços confinados em navios e não se constitui em
procedimento.
D3
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS PARA
ENTRADA EM TANQUES DE LASTRO
D4
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS PARA
ENTRADA EM TANQUES DE NAVIOS
PETROLEIROS OU QUÍMICOS
D5
DIRETRIZES PARA VISTORIADORES
D1.
APLICAÇÃO
100.
Geral
102. Aplicam-se os procedimentos requeridos pelas normas nacionais e internacionais descritos no Capítulo B do
presente guia.
200.
Recomendações gerais
201. Nota: Para navios de bandeira brasileira, é obrigatória a apresentação do PET conforme Anexo 2 deste guia
(Modelo tirado da NR-33) com todos os campos preenchidos e devidamente assinado pelo responsável do Armador
para a entrada segura no espaço; para navios de bandeira
estrangeira, o PET poderá ser substituído pelo documento de
autorização para entrada em espaços confinados conforme o
manual ISM da embarcação (em sua Seção VII) devidamente preenchido e assinado pelo responsável do Armador para
a entrada segura no espaço.
202. A avaliação da qualidade da atmosfera no interior dos
espaços confinados não deve nunca ser subjetiva e baseada
nos sentidos, mas medida por pessoas qualificadas por meio
de equipamento adequado.
203. Não entrar em compartimentos fechados imediatamente após sua abertura.
204. Se existirem dois acessos a um compartimento, solicitar ao comandante do navio que abra ambos os acessos por
pelo menos 6 horas antes da entrada, sendo desejável 24
horas.
205. Sempre que possível, solicitar ventilação ou exaustão
mecânica forçada do local.
101. Com base nas análises acima, a equipe do RBNA
desenvolveu o presente guia destinado a conscientizar e
orientar as pessoas que estão escaladas para entrar em
compartimentos confinados de forma a minimizar os riscos acima expostos
102. Este guia é fundamentalmente destinado aos vistoriadores do RBNA.
206. Ventilação natural inadequada pode não fornecer
oxigênio suficiente para manter a vida, ou a atmosfera no
interior do espaço pode ter teor de oxigênio tão alto que
aumente o risco de fogo ou explosão.
207. Um tripulante ou técnico qualificado deve acompanhar o vistoriador, e um vigia deve estar postado fora do
compartimento, junto à entrada, munido de meios de comunicação, garrafa de ar com máscara respiratória ou ressuscitador de oxigênio.
208. A segurança do estaleiro ou um oficial de segurança
da embarcação deve entrar antes para verificar as condições
e autorizar a entrada e deve ser preenchido o documento
PET e/ou outros requeridos pelas regulamentações antes da
entrada do vistoriador.
209. Não havendo ventilação, proceder com muito cuidado e somente entrar no tanque se estiver com as duas portas
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de visita abertas por mais de 24 horas. Nesses casos, recomenda-se que o vistoriador somente entre no tanque
após verificar as condições reais de segurança para fazêlo.
210. Ambos os tripulantes ou operários mencionados no
item anterior devem possuir meios de comunicação rápida
com o comando do navio ou com equipes de resgate.
211. O vigia de plantão na entrada não deve nunca
abandonar seu posto. Ele deve saber a quem chamar em
caso de problemas e permanecer em seu posto como elemento de ligação mesmo depois da equipe de resgate ter
chegado.
212. Jamais entrar em um espaço confinado se não houver meios e equipes de resgate que possam agir rapidamente em caso de emergência que tenham conhecimento
de que uma operação de entrada em compartimento confinado está em curso.
213.
Caso o estaleiro ou embarcação não possua
equipe de resgate nem ambulância em suas instalações
verificar se o pessoal que vai acompanhar o vistoriador e o
vigia tem meios de comunicação com algum socorro próximo, e acertar um plano de ação em caso de acidente.
214. Caso seja detectado qualquer cheiro diferente tal
como: cheiro de ovo podre, de inseticida ou de produtos
químicos, não entrar no compartimento e solicitar a análise da atmosfera.
215. Somente entrar em espaços confinados portando
EPI completo.
216. Verificar se o telefone celular está desligado ou foi
deixado fora do compartimento.
220. Verificar se não há objetos soltos que possam cair do
bolso durante a entrada.
221. Verificar se não há objetos ao redor do acesso que
possam inadvertidamente cair para o interior do tanque tais
como: porcas, ferramentas, etc.
222. Uma escada vertical deve ser usada por uma pessoa
de cada vez. Há sempre a possibilidade de deslocar resíduos
de carga, placas de ferrugem ou queda de objetos que venham a atingir quem está em baixo, ou mesmo de pisar nos
dedos da mão de quem vem embaixo, podendo ocasionar
quedas fatais.
223. Verificar se a instalação elétrica para iluminação é
adequada para evitar choques, especialmente caso haja resíduos de água no fundo do tanque e se as emendas do cabo
de iluminação estão bem isoladas. Recomenda-se iluminação a partir de redes de 24V.
224. Caso haja dificuldade de respirar, sensação de vazio
no estômago, princípio de vertigem ou zunido nos ouvidos,
abandonar imediatamente o compartimento.
225. A insistência em permanecer no compartimento na
presença de qualquer um desses sintomas pode anular a
capacidade de auto-resgate e provocar danos à saúde ou
morte.
226. Nunca tentar o resgate de uma pessoa do interior de
um espaço confinado a menos que tenha sido treinado para
tal.
227. Mais de 50% dos trabalhadores que morrem em espaços confinados estavam tentando resgatar a outros.
228. A equipe de resgate deve ser treinada e seguir procedimentos de emergência bem definidos além de portar equipamento adequado: corda de segurança (lifeline), proteção
respiratória, etc.
229. Certificar-se de que quaisquer linhas de tubulação de
alimentação e descarga do tanque estejam fechadas.
230. Caso as linhas não tenham sido bloqueadas por flange cego, colocar aviso e/ou cadeado nas válvulas de abertura, comando de bombas, etc., seja na Praça de Máquinas ou
na Sala de Controle.
231. Ao entrar em compartimentos confinados onde foram
realizados serviços de corte, solda, limpeza ou pintura certificar-se de que o compartimento foi ventilado e que não há
mais gases tóxicos ou explosivos em seu interior.
217. Verificar a escada de acesso: se os degraus estão
firmes e se a escada está firmemente fixada à antepara.
218. Levar sempre uma lanterna principal e uma lanterna menor de reserva. Verificar a condição das pilhas antes
de entrar. A lanterna deve ter correia bem fixada.
219. Verificar se o tripulante que irá acompanhá-lo está
familiarizado com o arranjo do tanque.
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D3.
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS PARA
ENTRADA EM TANQUES DE LASTRO
100. Recomendações adicionais para entrada em
tanques de lastro
101. Perguntar à tripulação qual o local em que foi
bombeada água de lastro.
102. Caso o lastro tenha sido coletado em região petrolífera ou rica em dejetos orgânicos, não entrar no tanque
sem antes analisar a atmosfera quanto a presença de gás
sulfídrico e níveis adequados de oxigênio.
103. A água de lastro pode ter sido coletada em regiões
onde há a possibilidade de contaminação da água causando doenças contagiosas.
104. Verificar se não há cheiro semelhante ao de ovo
podre: se houver, não entre sem antes ventilar e analisar a
atmosfera.
105. Caso seja necessário entrar em um tanque onde
ainda haja água de lastro no fundo ou onde haja resíduos
de lama, deve-se tomar cuidado com a possibilidade de
choque elétrico devido a instalações de iluminação inadequadas.
106. Verificar se não há uma fina camada de lama nos
degraus e laterais da escada de acesso ao tanque, especialmente nas rampas inclinadas dos tanques laterais, pois
essas camadas são muito escorregadias.
107. Certificar-se de que não há a possibilidade se que
sejam ligadas as bombas de lastro durante o período de
permanência no interior do tanque.
D4.
RECOMENDAÇÕES ADICIONAIS PARA
ENTRADA EM TANQUES DE NAVIOS
PETROLEIROS OU QUÍMICOS
100.
Recomendações para entrada em tanques de
navios petroleiros e químicos
101. Os regulamentos IBC para barcaças de navegação
interior transportando produtos químicos e ICG para gases
liquefeitos requerem que os coferdames do casco duplo
tenham portas de visita com dimensões adequadas para
entrada de uma pessoa portando equipamento de respiração autônoma e retirada de pessoas feridas em macas.
102. Os regulamentos europeus (ADNR) e as regras do
RBNA para navegação interior estendem essas regras para
barcaças petroleiras utilizadas em navegação interior.
103. Portanto, o vistoriador deve certificar-se de que as
aberturas permitem uma fuga rápida e de que permitem a
retirada de uma pessoa inconsciente.
1 - 16
104. O Armador ou Estaleiro deve apresentar um certificado de gas free para o tanque em que vai ser realizada a
inspeção.
105. Verificar se além da inspeção inicial foi feito um gas
free na data de entrada no tanque. É normal a liberação de
gás a partir do clinckage em horários mais quentes, como
visto no Capítulo C, em que pese já ter sido emitido o certificado de gas free.
106. Verificar se compartimentos adjacentes não contêm
cargas perigosas, e se foi feito gas free também nesses compartimentos.
107. Um tripulante qualificado deve preceder o vistoriador
na entrada ao tanque portando oxímetro e explosímetro.
108. Verificar se os compartimentos foram ventilados
devidamente e por período adequado.
109. Verificar se os espaços estão sendo continuamente
ventilados durante o período de ingresso.
110. Verificar se já resíduos de carga ou de lama no interior do tanque.
111. Verificar se a instalação elétrica para iluminação do
tanque é à prova de explosão do tipo recomendado para
atmosferas explosivas.
112. Não portar telefones celulares no interior de tanques
de petroleiros, químicos ou gaseiros.
113.
Utilizar lanterna a prova de explosão (certificada).
114. Não portar objetos metálicos tais como trenas, marteletes que possam produzir faísca em caso de queda.
115. Em navios ou barcaças em operação, a entrada em
tanques de carga e tanques adjacentes deve ser feita somente
mediante autorização de entrada por um oficial responsável,
após a assinatura do documento de autorização de entrada
(PET e/ou documentos exigidos pelos regulamentos aplicáveis).
116. Em navios ou barcaças em estaleiros, a entrada em
tanques de carga e tanques adjacentes deve ser feita somente
mediante autorização de entrada pelo responsável pela segurança do estaleiro (PET e/ou documentos exigidos pelos
regulamentos aplicáveis).
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ANEXO 1
ANÁLISE DE CASOS
1. INTRODUÇÃO
A operação de navios ou balsas, ao lado de serviços de
inspeção, compreende entradas em tanques de lastro, ou
de combustível ou de carga em petroleiros, onde má ventilação ou resíduos de óleos e gases trazem a possibilidade
de acidentes.
Tanto no Brasil como no exterior ocorreram acidentes
fatais freqüentes, com operários, operadores e vistoriadores em espaços confinados, no exercício de suas atividades.
Poucas pessoas têm consciência de que a entrada em espaços confinados é uma operação de alto risco e poucos dos
que tiveram experiências pessoais a respeito sobreviveram
para contar a história.
escritório de peritos em vistorias de carga do Rio de Janeiro.
O perito que atendeu havia sido Imediato em navios de carga geral e petroleiros e havia recebido treinamento para
entrada em espaços confinados. Identificando o perigo,
utilizou o equipamento de respiração autônomo para coletar
amostras da lama presente no fundo do tanque.
A investigação da lama revelou a presença de uma bactéria
denominada disulfato víbrio. Essa bactéria pertencente a
uma espécie designada popularmente por BRS – bactéria
redutora de sulfato, pode gerar H2S (gás sulfídrico), gás que
já foi responsável por diversos acidentes, sendo alguns deles
fatais.
Análise do caso 1
Da análise dos fatos acima, podemos constatar que os tripulantes entraram em um espaço confinado nas seguintes condições:
1.
O presente trabalho analisa alguns desses acidentes, quanto ao encadeamento de fatores que os causaram, com o
objetivo de gerar instruções que poderiam tê-los evitado.
2.
É feita pesquisa sobre os tipos de riscos envolvidos e recomendações sobre como tratá-los para evitar acidentes.
Espera-se que o presente trabalho permita a operários,
operadores e vistoriadores terem consciência dos riscos
envolvidos e assim evitar a entrada em espaços confinados
em condições inseguras e que, quando entrarem, o façam
de maneira segura.
2. CASOS
Os casos aqui descritos são de nosso conhecimento por
envolvimento direto ou por relatos que nos chegaram.
Ocorreram num espaço de tempo relativamente curto (10
anos) e constituem cerca de 50% do total que nos foi informado.
Caso 1 – Envenenamento por gás sulfídrico ocorrido
no porto do Rio de Janeiro
Um navio de carga geral com um tanque para o transporte
de óleo vegetal descarregou num porto da Venezuela. O
tanque de óleo vegetal foi limpo e lastrado dentro da baía
do porto em questão para acertar o compasso do navio.
Ao chegar ao Rio de Janeiro, o navio foi deslastrado. Um
tripulante entrou no tanque de óleo para verificar a necessidade de lavagem. O acesso foi feito através de um agulheiro existente no escotilhão de carga. Como o primeiro
tripulante demorou a retornar, um segundo tripulante entrou no tanque para constatar o que havia acontecido, e
também não retornou. Cinco tripulantes entraram sucessivamente no tanque e não retornaram. Os cinco tripulantes
foram posteriormente resgatados, mas não sobreviveram.
O Comandante do navio solicitou auxílio ao representante
local de seu Clube de P&I para investigar as causas do
acidente, e o correspondente entrou em contato com um
3.
4.
logo após o final de uma operação de esgotamento de
lastro sem dar tempo para um processo de ventilação
natural e sem avaliarem a qualidade do ar no interior do
tanque;
utilizaram o agulheiro sem abrir o escotilhão principal de acesso;
apesar do mau cheiro reinante, não ventilaram o
compartimento;
os demais tripulantes entraram da mesma forma que
o primeiro, sem tomar quaisquer medidas preventivas.
Isso demonstra que os tripulantes:
- desconheciam ou subestimaram os riscos de ingresso em
espaços confinados;
- desconheciam completamente os riscos potenciais de envenenamento por gás sulfídrico gerado por lastro contendo
lama orgânica.
Faltou também um conhecimento – ou treinamento – em
operações de resgate de pessoas em espaços confinados.
Caso 2 – Incêndio com duas vítimas fatais em um tanque
de carga de um petroleiro em reparos.
Um petroleiro estava sendo submetido a reparos em um
estaleiro de grande porte. O estaleiro em questão tinha procedimentos bastante rígidos quanto ao ingresso em espaços
confinados, a saber:
1.
vistoria inicial de “gas free” (desgaseificação);
2.
verificação diária de “gas free” pela manhã;
3.
ficha de autorização para entrada no tanque postada
junto ao acesso;
4.
ventilação mecânica contínua do tanque de carga em
reparo;
5.
rede de incêndio pressurizada com mangueiras e
pessoal posicionados;
6.
procedimentos de entrada e serviço no interior dos
tanques;
7.
brigada de incêndio e resgate treinada e a postos.
Durante os reparos, foi necessário trocar uma pequena área
da chapa do costado, sendo designados um maçariqueiro e
1 - 17
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um auxiliar. A tarefa do auxiliar consistia em jogar água
com mangueira de pequena vazão na região do corte.
Havia um supervisor de segurança com rádio no fundo do
navio mais o elemento da brigada de incêndio (com mangueira pressurizada), a postos, observando o serviço.
DIAGRAMA MOSTRANDO O PROVÁVEL FLUXO DO
AR DE VENTILAÇÃO
ESCOTILHÃO DE ACESSO
Ao mesmo tempo, estava sendo trocada uma chapa do
fundo do navio em área quase exatamente sob a entrada da
ventilação.
Subitamente, houve uma violenta erupção de fogo que
rapidamente se alastrou, produzindo uma grande quantidade de fumaça. A brigada de incêndio entrou em ação de
imediato com a colaboração da tripulação do navio, já que
ambos tinham pessoal a postos para combate a incêndio.
Depois de cerca de 40 minutos, o tanque foi suficientemente resfriado para permitir a entrada de uma equipe de
resgate da brigada, que entrou com roupa completa de
bombeiro, incluindo linha de segurança e aparelho de
respiração autônoma.
Os dois operários foram resgatados com vida e removidos
de imediato para uma ambulância a postos junto ao navio.
Mas vieram a falecer no hospital de pronto socorro cerca
de duas horas depois de atendidos, devido às severas
queimaduras no aparelho respiratório.
Análise do caso 2
Os seguintes fatos foram observados pelos peritos do P&I:
1.
no curso das entrevistas transpareceu que o auxiliar
havia largado a mangueira e estava tentando praticar
corte com maçarico;
2.
o incêndio ocorreu próximo ao horário do almoço,
período de elevação da temperatura com a possibilidade de liberação de gás onde houvesse “clinckage”
(aderência de produtos derivados de petróleo à estrutura e revestimento dos tanques de carga de um petroleiro);
3.
a abertura para troca de chapas no fundo do navio
ficava imediatamente abaixo do acesso por onde era
insuflado ar de ventilação, sendo pouco provável que
o ar de ventilação circulasse adequadamente na região
onde os operários trabalhavam, a ré da entrada de ar.
ANDAIME
GAS
ABERTURA NO FUNDO
FLUXO DO AR
GÁS DESPRENDIDO
Na opinião do perito, os operários foram apanhados de surpresa e não reagiram de imediato; a propagação do fogo foi
muito rápida; e houve um fator imprevisto – a posição da
abertura no fundo do navio em relação à entrada do ar de
ventilação. Não tivemos acesso às conclusões dos laudos
oficiais.
Caso 3 – Intoxicação em navio graneleiro saído do porto
de Necochea, Argentina
Em 1998, um graneleiro zarpou do porto argentino de Necochea com carregamento de trigo a granel, que havia sido
fumigado com fosfato de alumínio, e fundeou para abastecimento. Durante a viagem até a área de fundeio, um tripulante de máquinas relatou forte cheiro de gás de fumigação
no interior da Praça de Máquinas.
O graneleiro era dotado de duto de quilha central com controle remoto de válvulas. O duto tinha acesso pela Praça de
Máquinas e estendia-se pela linha de centro do navio até a
altura da antepara de colisão AV, com saída para o convés.
Os tanques de fundo de ambos os bordos tinham suas válvulas e circuitos de controle no interior do duto de quilha,
permitindo a inspeção e operação manual em caso de falha
do controle remoto.
O Chefe de Máquinas resolveu confirmar no local se as
válvulas de lastro haviam sido corretamente fechadas. Um
tripulante ficou postado na entrada do duto de quilha, e o
Chefe de Máquinas entrou sobre um carrinho. Como o Chefe de Máquinas demorasse a retornar, o tripulante deu o
alerta e obteve auxílio, removendo o Chefe de Máquinas de
dentro do duto de quilha. Tanto o Chefe de Máquinas como
os tripulantes envolvidos no resgate ficaram intoxicados
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com gravidade proporcional ao tempo que permaneceram
no interior do duto de quilha.
2.
3.
Análise do Caso 3
As investigações revelaram que o gás de fumigação havia
entrado no duto de quilha, causando a intoxicação dos
tripulantes. Ressaltamos alguns pontos fundamentais:
1.
2.
3.
4.
Pelo relatado, não havia meio de comunicação
entre o Chefe de Máquinas e o tripulante a postos na
entrada do duto;
O aviso anterior de cheiro de gás na Praça de Máquinas não foi levado na devida consideração;
Provavelmente o Chefe de Máquinas também não
deu importância ao cheiro que deveria estar presente
no interior do duto de quilha;
Os tripulantes entraram no duto de quilha para
efetuar o resgate sem qualquer tipo de proteção respiratória, sendo afetados da mesma forma que o Chefe
de Máquinas, embora em menor grau.
Caso 4 – Morte no interior de tanque de lastro por
choque elétrico na área de ancoragem do porto do Rio
de Janeiro
Um navio estava fundeado na área de ancoragem do porto
do Rio de Janeiro, aguardando docagem. O Armador resolveu enviar uma equipe a bordo para determinar a condição dos tanques de lastro antes da docagem.
A equipe iniciou a inspeção. Os tanques de duplo fundo
eram muito baixos, e o espaço existente fazia com que os
inspetores tivessem que rastejar para se movimentarem em
seu interior. É sabido que as bombas de lastro não conseguem esgotar totalmente os tanques, permanecendo sempre um resíduo no fundo do tanque, que, no caso, era de
água do mar. Mas os inspetores resolveram instalar uma
bandeja de iluminação no interior do tanque. A instalação
elétrica era improvisada (“gambiarra”). Ao término da
inspeção, quando o último inspetor ainda estava no interior do tanque, houve algum contato com um ponto de isolamento deficiente sendo o vistoriador atingido por forte
descarga elétrica, ficando “grudado” no fio e com o rosto
mergulhado na água do fundo do tanque. Percebendo a
situação, um dos inspetores retornou e tentou virar o rosto
da pessoa atingida para evitar afogamento. Não conseguiu
porque ao tocar o corpo, foi atingido por forte descarga
elétrica. Gritou para que desligassem a energia, porém
quando a energia foi desligada, a vítima já não respirava.
Tentaram uma remoção imediata, mas não conseguiram
mover o corpo do inspetor no espaço muito confinado do
tanque. No final, foi necessário cortar uma abertura no
teto do tanque de duplo fundo para remoção do corpo.
Análise do Caso 4
1.
Instalações elétricas no interior de espaços confinados devem ser projetadas / instaladas de acordo
com as normas pertinentes, especialmente se há resíduos de água salgada ou atmosfera inflamável / explosiva no interior desse espaço;
4.
5.
6.
Os inspetores não levaram em conta o risco de choque elétrico;
Não haviam pessoas adestradas em resgate em espaços confinados de prontidão na entrada do tanque;
Não havia um plano de ação em caso de emergência;
A maior parte dos tripulantes havia deixado o navio,
permanecendo apenas os vigias e os inspetores;
O acidente poderia ter sido pior, pois o inspetor que
tentou o resgate não era adestrado para tal e poderia
ter-se acidentado - fato que quase ocorreu quando de
sua tentativa desesperada para evitar o afogamento da
vítima.
Como norma de ação, um resgate deve ser tentado somente
por pessoas treinadas. Caso a pessoa não seja treinada, esse
pode ser seu último resgate.
Caso 5 – Quase acidente no porto do Rio de Janeiro por
falta de oxigênio no interior de tanque de duplo fundo
Um vistoriador com treinamento para ingresso em compartimentos confinados foi realizar inspeção de um tanque de
lastro no duplo fundo de um navio de carga geral em operação de carregamento no porto do Rio de Janeiro. O navio
possuía costado duplo, com tanques laterais de lastro. Os
tanques de duplo fundo tinham acesso através do tanque
lateral e não a partir do teto do duplo fundo. O tanque lateral
tinha acesso pelo porão, com uma porta de visita AV e outra
AR, sendo que a porta de visita de vante estava bloqueada
pela carga e não podia ser aberta.
ARRANJO DE ACESSOS AOS TANQUES
Porão
Acesso ao fundo
Acesso porão x tq. lateral
Fundo duplo
O Imediato do navio acompanhou o vistoriador no interior
do tanque e o Superintendente do Armador permaneceu na
entrada, no interior do tanque lateral. Após andar cerca de
14 cavernas para vante o vistoriador sentiu frio no estômago,
cansaço, falta de ar e dificuldade de respirar. Imediatamente
retornou na direção da entrada do tanque. O Superintendente
ouviu o tumulto e pulou dentro do tanque, mergulhando os
sapatos finos que acabara de comprar nos resíduos de água e
lama no fundo do tanque. Ao encontrar o vistoriador, procurou acalmá-lo, mas depois tornou-se inquieto. Confessou
não saber onde ficava situada a saída, que não era perceptível pela luminosidade por estar dentro de outro tanque escuro. Afortunadamente, o vistoriador havia marcado a rota de
saída com giz, e foi fácil encontrar a porta de visita. O vistoriador levou cerca de 15 minutos para recuperar-se.
1 - 19
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Análise do caso 5
Os pontos principais do quase acidente são os seguintes:
1.
2.
3.
4.
5.
O vistoriador não deveria ter entrado no tanque
com uma das extremidades fechada;
O Comandante do navio não deveria ter autorizado
o ingresso no tanque com uma extremidade fechada
sem analisar a qualidade do ar;
Nem o vistoriador nem o Imediato tinham meios de
comunicação com o Superintendente que não fosse
o chamado por voz;
Um tripulante adestrado e equipado deveria estar a
postos na entrada do tanque. O Superintendente não
estava equipado para o resgate e não tinha conhecimento de como orientar-se dentro do tanque;
O vistoriador errou por excesso de confiança.
gue ao Comandante e apresentado aos vistoriadores. O Comandante autorizou a entrada no tanque com o seguinte
esquema montado:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Nota: o excesso de confiança opera de forma perniciosa:
começa por pequenas exceções em relação aos procedimentos recomendados. Enquanto nada acontece, essas
exceções vão aumentando e podem culminar em acidente,
caso a pessoa não seja alertada sobre seu procedimento.
7.
8.
Caso 6 – Um encontro inusitado no interior do duplo
fundo de uma barcaça nas margens do Rio Tietê
A área ao redor da entrada do tanque estava sinalizada;
Na entrada do tanque, havia dois tripulantes: um
deles pronto para entrada com uma corda de segurança
(“life line”), e o outro com um aparelho ressuscitador
de oxigênio.
O Comandante estava em rádio comunicação permanente com os tripulantes;
Todos os tripulantes envergavam EPI (equipamento
de proteção individual) completo, com fitas retrorefletoras;
O Imediato certificou-se de que o vistoriador estava
também envergando EPI completo e portava lanterna;
O Imediato comunicou ao Comandante que estava
entrando no tanque juntamente com o vistoriador;
A cada 2 minutos, o Imediato era chamado a informar se tudo estava bem;
Na saída, o Imediato comunicou ao Comandante o
encerramento da operação, ordenou o fechamento imediato da porta de visita e solicitou ao vistoriador a assinatura de relatório.
Análise do Caso 7
Um inspetor de Classificadora escolheu o período da manhã para inspecionar o interior dos tanques de lastro laterais e de fundo de uma barcaça graneleira de casco duplo.
Ao entrar no tanque com o encarregado do Estaleiro construtor o inspetor ouviu um ruído semelhante ao de um
chocalho. Com o auxílio das lanternas, localizaram uma
cobra cascavel enrodilhada em um canto do tanque. A
barcaça estava flutuando, e a cobra deve ter entrado pela
amarra num horário de calor, buscando o local frio e escuro apresentado pelo tanque. Foi grande a dificuldade para
remover a cobra.
Análise do Caso 6
Não há muito a ser analisado, pois a única forma de impedir a entrada de cobras em situações semelhantes é manter
a abertura de acesso fechada. Se já existir porta de visita
instalada, deixando a tampa posicionada nos parafusos; se
ainda não existir, colocando uma chapa sobre a abertura.
Rateiras nos cabos de amarração não são suficientes para
impedir cobras de subir a bordo.
É fácil perceber que a maior parte dos acidentes descritos
nos casos de 1 a 6 teria sido evitada caso os procedimentos
acima tivessem sido adotados.
4.
Os casos aqui descritos não constituem exceção no panorama mundial. Segundo o Instituto Norte-americano de Saúde
e Segurança do Trabalho, 179 pessoas perdem a vida anualmente nos USA em acidentes ocorridos em espaços confinados.
Por isso, tais acidentes tem sido objeto de diversos estudos,
normas e publicações, das quais citamos algumas:
1.
No Brasil há uma norma da ABNT, a NB-1318-1990
– Prevenção de Acidentes em Espaços Confinados – e
a NR-33 do Ministério do Trabalho.
2.
A IACS – Associação Internacional das Sociedades
Classificadoras – publicou em seu livro sobre inspeções em graneleiros que posteriormente foi transformada em um guia para entrada em espaços confinados.
3.
As Sociedades Classificadoras normalmente possuem
normas e listas de verificação para orientar seus vistoriadores quanto à entrada em espaços confinados. Como exemplo a do RBNA.
4.
Os Manuais do ISM Code, Seção VII, requerem um
sistema de autorização para operações envolvendo riscos a bordo: serviços a quente; a frio; em instalações
elétricas e entrada em espaços confinados, manual esse
Caso 7 – Exemplo de eficiência em Paranaguá
Ao contrário dos casos 1 a 6 relatados, o presente descreve
um padrão para entrada em tanques.
Um navio graneleiro estava em operação no porto de Paranaguá, com tripulação indiana, e os vistoriadores deveriam realizar vistoria de condição para ingresso do navio no
Clube de P&I (seguro contra terceiros) do Armador. Deram ciência ao Comandante, que se comunicou com o
Imediato, o qual procedeu à abertura dos tanques e depois
de 4 horas realizou a medição do conteúdo de oxigênio no
interior dos mesmos. Um relatório foi preenchido e entre1 - 20
CONSIDERAÇÕES REFERENTES AOS CASOS
ACIMA DESCRITOS
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que não só existia a bordo como também foi seguido
à risca no navio de tripulação indiana citado no Caso
7 acima.
5.
A Resolução IMO A.864(20) traz requisitos para
entrada em espaços confinados.
Essas normas, procedimentos, guias e manuais, no entanto, nem sempre são seguidos, não só a bordo de navios
como também nos Estaleiros de construção e reparos. Se
quisermos diminuir a ocorrência de acidentes e mortes
relacionados à entrada em espaços confinados deveremos
estudá-las, divulgar as medidas preventivas e aplicá-las.
Nota:
Conforme estudos recentes, da MAIF, Marine Accident
Invertigator’s International Fórum, os principais fatores
causadores de acidentes em espaços confinados são:
.1 lack of knowledge, training and understanding of the
dangers of entering enclosed spaces;
.2 Personal Protective Equipment (PPE) or rescue equipment not being used, not available, of inappropriate type,
improperly used, or in disrepair;
.3 inadequate or non-existent signage
;
.4 inadequate or non-existent identification of enclosed
spaces on board;
.5 inadequacies in Safety Management Systems; and
.6 poor management commitment and oversight.
1 - 21
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ANEXO 2 - Permissão de Entrada e Trabalho – PET conforme NR33
Caráter informativo para elaboração da Permissão de Entrada e Trabalho em Espaço Confinado
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ANEXO 3 - FORMDVIN 79_00 LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS
Check List for entrance into confined spaces
Preencher com “X” ou “NA”
PROCEDIMENTOS GERAIS PARA ENTRADA EM ESPAÇOS CONFINADOS
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
Geral General
Nome do navio Vessel’s name
Local ou espaço confinado Confined space
Data e horário da entrada Date and time of entrance
Trabalho a ser realizado Job to be carried out
Nome do vigia Name of watcher
Nome do supervisor de entrada Name of responsible Officer
Data e horário da saída Date and time of leave
Existe equipe de resgate? (Sim / Não) Is there a trained rescue
team?
Descrição Description
2 - Procedimentos antes da entrada no tanque Procedures before entering the tank
Item
Procedimento
2.1
2.2
O compartimento está isolado ? Has the compartment been isolated?
Foi realizado teste da atmosfera? Has the inner atmosphere beeh checked?
Horário do teste Time of checking
Leituras das condições ambientes antes da entrada Pré-entry atmosphere test readings:
Oxigênio (% em volume > 19,5% e menor que 23,0%, requisito do RNBA 20,8% mínimo Oxygen content (% volume > 19,5% and < 23,0%, RBNA requirement 20.8%
minimum)
Hidrocarbonetos hydrocarbons LII (limite inferior de inflamabilidade) menor que 1%
LFL (lower flamability limit) less than 1%
Gases / vapores tóxicos Gases / vapours concentration
Poeiras, / fumos / névoa / tóxicos ppm (gás específico e PEL) presence of dust / fumes
/ fog / toxic residues ppm (specific gás and PEL)
Rubrica do supervisor dos testes Signature of the responsible Officer
Foram bloqueadas as admissões de gases ou líquidos para a inspeção (entradas de lastro, gás inerte, redes de carga)? Have any points of admission of gases and/or liquids
(ballast, inner gas, cargo pipint) been blocked?
Bloqueios, travamento, etiquetagem Bolcking, locking, labelling
Purga e/ou lavagem Purge / washing
Ventilação Ventilation
O compartimento foi ventilado ou deixado com todos os acessos abertos por 24 horas ?
Has the compartment been ventilated or had all access been left open for 24 hours?
Existem meios de ventilação contínua durante a inspeção? Are there any means of
ventilation during the inspection?
Iluminação geral General illumination
Instalação adequada, com isolamento e sem riscos de choque elétrico? Is the installation adquate, isolated and free from risks of electrical shock?
Existem resíduos de água no fundo do tanque que possam causar choques elétricos?
Are there water residues at the bottom of the tank which may serve as means for an
electrica shock?
Existem resíduos de lastro ou lama que possam gerar gás sulfídrico ou constituir-se em
risco de queda? Are there mud residues which may generate sulphric gas repreent a
risk of slipping?
Existe equipamento de ressuscitar disponível para uso imediato na entrada do compartimento: Is rescue and resuscitation equimento available for immediate use by the
entrance to the space?
O Oficial de quarto (no passadiço, Praça de Máquinas, Compartimento de Controle de
Máquinas, Compartimento de Controle de Carga) notificado da entrada planejada? Hás
2.3
2.4
2.5
2.6
2;7
2.8
1 - 24
Sim
Yes
Não
No
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de navios e aeronaves
Item
2.9
Procedimento
Sim
Yes
Não
No
Sim
Yes
Não
No
the Officer of the watch (bridge, engine room, engine control room, cargo control
room)
Todo o equipamento está em boas condições de operação e foi inspecionado antes da
entrada? All equipment used in good working condition and inspected prior to entry?
3. Procedimentos de comunicação e resgate Procedures for communication and rescue
3.1
Acompanhamento e resgate Monitoring and rescue:
Vigia na entrada do compartimento is there a watch being kept by the entrance to the
compartment?
Uma pessoa responsável acompanhando o vistoriador durante toda a inspeção? Is there
a responsible crew memeber to escort the surveyor during the inspection?
3.2
3.3
Equipe de resgate treinada? Is there a trained rescue team on board?
Meios de remoção em caso de acidente? Are there means of removal in case of an
accident?
Comunicação Communication
Meios de comunicação entre o pessoal do tanque e o vigia? Are there means of communication between the persons inside the tank and the entrance watch man?
Meios de comunicação entre todas as unidades sendo testadas? Hás a system of communication between all parties been tested?
Sinal de alarme pré-combinado? Are there pré-arranged signals?
Procedimentos de evacuação e emergência estabelecidos e entendidos por todos? Are
emergency and evacuation procedures established and understood by all personnel
involved with the enclosed space entry?
Autorização Authorization
A entrada foi autorizada pelo oficial responsável pela segurança a bordo? Has the entrance to the tank been duly authorized by the repsonsible Officer on board?
Recebi instruções ou permissão do Comandante ou Pessoa Responsável para entrar no
espaço fechado I have received instructions or permission from the Máster or nominated responsible person to enter the enclosed space
A seção 2 desta lista de verificação foi completada satsifatoriamente pelo comandandte
ou pessoa responsável? Section 2 of this checklist hás been satisfactorily completed by
the máster or nominated responsible person?
Concordei e compreendi os procedimentos de comunicação I have agreed and understand the communication procedures
Concordei com o intervalo entre uma comunicação e outra de ____ minutos I have
agreed upon a reporting interval ofr __ minutes
Foram acertados entre as partes os procedimentos de evacuação e emergência Emergency and evacuation procedures have been agreed and are understood
Tenho conhecimento de que o espaço deve ser evacuado imediatamente no caso de
falha na ventilação ou se os testes da atmosfera do espaço mostrarem desvio dos critérios de segurança I AM aware that the spacemust be vacated immediately in the evento
f ventilation failure or IF atmosphere testes show a change from agreed safe criteria
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de navios e aeronaves
4 Equipamentos Equipmnent
Item
4.1
4.2
4.3
4.4
4.4
4.5
4.6
4.7
4.8
4.9
4.9
4.10
Parte I - Equipamento de proteção (EPI) básico para o vistoriador (conforme
IACS Rec 72) Basic surveyor PPE (as per IACS Rec 72)
Equipamento de monitoramento de gases adequado para os produtos transportados no
compartimento e com alarmes em condições Is the monitoring equipment for gas detection adequate for the products carried in the compartment, and are the alarms working?
Lanternas adequadas Adequate hand lanterns
Sim
Não
Roupas de proteção (macacão resistente com bolsos adequados para caderntetas de
anotação, etc) Protective clothing: hard weating overalls with suitable pockets for
notebook, etc.)
Proteção para os pés: botas com biqueira de preferência de material sintético resitente a
200 joules, solas de borracha ou material com boa aderência, resistente a óleo Foot
protection: boots with preferably synthetic material toecaps resistant 200 joules, rubber soles or equivalent material with a good grip and oil resistant
Proteção para as mãos: luvas resistentes ao desgaste Hand protection: hard wearing
gloves
Proteção para a cabeça: capacete rígido com jugular head protection: hard hat with
chinstraps
Proteção para os olhos: óculos protetores ou gogles Eye protection: protective glasses,
goggles
Proteção para os ouvidos: abafadores de ruídos Ear protection: ear defenders ore ar
plugs
Iluminação: lanterna portátil com correia e foco adequado Lighting: hand held torch
with lanyard and appropirate beam width
Todo o pessoal que vai entrar no espaço está dotado de cinturão de resgate e, se possível, linhas de vida All personnel entering the space have been provided with rescue
harnesses and, where practicable, lifelines
Parte II - Equipamento de proteção (EPI) adicional para vistoriador Additional
surveyor PPE)
Para uso quando requerimentos especiais são aplicáveis To be worn according to special requirements
Equipamentos de proteção respiratória Respiratory filtes / equipment
O equipamento de segurança respiratória deve ser testado como segue:
The breathing apparatus has been tested as follows:
Manômetro e capacidade de fornecimento de ar Gauge and capacity of air supply
Alarme audível de baixa pressão na garrafa Low pressure audible alarm
Máscara – sob pressão positiva e sem vazamentos Face mask: under positive pressure
and not lieaking
Equipamentos eletrônicos / elétricos adequados para trabalho em áreas potencialmente
explosivas (NÃO PORTAR TELEFONE CELULAR) Electronic/ electrical equipment
adequate for use in potentially explosive areas (DO NOT BRING CELL PHONES
INTO THE COMPARMENT)
5. Requisitos adicionais para petroleiros, químicos e gaseiros Additional requirements for tankers, chemical and gas
carriers
5.1
Petroleiros, químicos e gaseiros: requisitos adicionais
Certificado de gas free? Is there a gas free certificate?
Teste de toxidez e atmosfera explosiva referente aos três últimos produtos carregados?
Has a test been carried out for toxic and explosive atmosphere referrent to the last
three products carried in the tank?
Testes foram realizados na presença do vistoriador? Have any tests been carried out in
the presence of the surveyor?
Iluminação segura? (lanterna a prova de explosão, rede elétrica adequada ao meio) Is
the lighting adequate? (explosion proof hand lantern, electrical system adequate to
the médium)?
1 - 26
Sim
Yes
Não
No
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de navios e aeronaves
Abertura de entrada de dimensões suficientes ? (Deve permitir a retirada de uma pessoa
inconsciente) Is the entrance wide enough to permit the removal of an unconscious
person?
Há registros de vazamentos desde a última inspeção? Are there registers of any leakage since the last inspection?
Existe equipamento de resgate e pelo menos um aparelho respiratório junto à entrada
do compartimento? Is there a rescue equipment kit or a t least an oxygen ressuscitator
by the entrance?
6 Diversos Miscellaneous
Item
Equipamento Equipment
6.1
A condição das escadas: fixação, degraus, barras laterais, é segura? Is the condition of
the stairs: fixing, rungs, side bars, safe?
Há objetos soltos em volta da abertura de acesso? Are there any hard objects near the
entrance opening?
Há objetos sem correia de segurança, capacete sem jugular, ou objetos nos bolsos que
possam cair e atingir pessoa que vem subindo atrás? Are there any objects being carried without a safety tying belt, helmets without tying straps, or any objects in the
pockets which may fall and hit a person underneath?
Há uma lanterna de reserva? Is there a reserve hand lantern?
6.2
6.3
6.4
6.5
Sim
Não
Foi verificada a condição das pilhas da lanterna? Has the condition of the batteries for
the hand lanetrns been checked?
7. Registro de entrada de pessoal Personnel entry
Registro de entrada de pessoal Personnnel entry
A ser preenchida pelo supervisor / oficial responsável pela entrada
To be completed by the responsible person supervising entry
Nomes Names
Entrada Time in
Saída Time out
9. Término da inspeção Completion of job
Término da inspeção Completion of job
A ser preenchida pelo supervisor / oficial responsável pela entrada
To be completed by the responsible person supervising entry
Inspeção terminada
Data.................................Hora
Inspection completed....................................................Date.................................Time
O compartimento foi seguramente fechado Sapce secured against entry
O Oficial de quarto foi devidamente informado The Officer on duty hás been duly informed
Assinatura do supervisor da entrada
Signed by the responsible person supervisint entry
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Data
Hora
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CAPÍTULOS
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Notas Notes:
1. A permissão deve indicar claramente o período máximo de validade. The permit should contain a clear indication as to
its maximum period of validity.
2. De forma a obter um corte representativo da condição da atmosfera no interior do espaço amostras devem ser tiradas de
vários níveis e através de tantas aberturas quanto possível. A ventilação deve ser parada por cerca de 10 minutos antes dos
testes para entrada serem realizados. In order to obtain a representative cross-section of the space’s atmosphere, samples
should be taken from several levels and through as many openings as possible. Ventilation should be stopped for about 10
minutes before the pre-entry atmosphere tests are taken.
3. Testes para contaminantes tóxicos específicos, tais como benzeno ou sulfato de hidrogênio, devem ser realizados a depender do conteúdo anterior do espaço. Tests for specific toxic contaminants, such as benzene or hydrogen sulphide, should
be undertaken depending on the nature of the previous contents of the space.
10. Telefones e contatos Telephones and contacts:
Ambulância Ambulance
Bombeiros Firemen
Segurança Security
Fim da lista de verificação End of checklist
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ANEXO 4 – DIRETRIZES PARA VISTORIADORES
Actuation lines for surveyors
@ O vistoriador tem o direito de recusar a entrada em espaço que seja inseguro ou duvidoso.
Se o vistoriador não estiver convencido de que um espaço é seguro para entrada, não deve entrar até que todos os
requisitos de segurança sejam atendidos.
Somente entre num espaço confinado quando uma PET tiver sido emitida e permaneça somente pelo tempo que
julgar seguro.
@ Não entre em espaço que requeira o uso de respiradores.
Você pode usar um respirador ou EEBD caso seja requerido pela política de segurança de um cliente, MAS o espaço DEVE estar seguro para entrada ANTES.
É de responsabilidade de o Armador deixar um espaço em condições seguras para entrada, e não equipar o vistoriador para entrada em espaço não seguro.
@ Não entre um espaço confinado antes da tripulação ou sozinho.
@ EM CASO DE DÚVIDA, NÃO ENTRE. NENHUMA VISTORIA VALE SUA VIDA OU SUA SAÚDE.
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água no fundo