UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
A Interação dos Professores de Educação Física com os
Educandos e a Questão da Ética.
Adriano Cândido dos Santos
Raul Rodrigues
Tainã Oliveira Espósito
São José dos Campos - SP
2012
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A INTERAÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
COM OS EDUCANDOS E A QUESTÃO DA ÉTICA.
ADRIANO CÂNDIDO DOS SANTOS
RAUL RODRIGUES
TAINÃ OLIVEIRA ESPÓSITO
Relatório final apresentado como parte das
exigências da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso à Coordenação de TCC do curso de
Educação Física da Faculdade de Educação e
Artes da Universidade do Vale do Paraíba.
Orientador: Profª. MSC. Maria Amelia da Silva Alves de Almeida.
São José dos Campos - SP
2012
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os
homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.”
Paulo Freire
RESUMO
A interação faz parte da natureza do homem, pois desde os seus
primórdios vivem em grupos, tendo uma relação diária com outros da mesma
espécie. Porém ao longo do tempo o ser humano evoluiu e a interação tornouse mais complexa, fazendo com que o homem criasse “regras de conduta”,
regras estas, desenvolvidas de acordo com a cultura de um determinado povo.
Essas “regras de conduta” podem ser chamadas de ética que nada mais é do
que um conjunto de valores que traz harmonia ao convívio humano. E na
escola a ética é igualmente fundamental nas relações e fundamentalmente na
relação professor-aluno. Especificamente nas aulas de educação física escolar,
se pode trabalhar com abundância a interação professor-aluno e a questão da
ética. Pois por meio de jogos que trabalham a cognição e coordenação motora
que são regidos por regras , bem observadas e monitoradas pelo professor que
deverá relaciona-se de forma ética com seu aluno, trabalhando a sua
personalidade e consequentemente sua ética, tornando-o assim uma pessoa
melhor ao longo de sua formação.
(PALAVRAS-CHAVE: Interação, Ética e Educação Física)
ABSTRACT
Interaction is part of man’s nature, because since the beginning we in
groups, having a daily routine with each other from the same species.
But over the time the human being evolved and this interaction became
more complex, causing the man to create "rules of conduct", these rules
developed in accordance with the culture of a particular people. These "rules of
conduct" can be called ethics which is nothing more than a set of values that
brings harmony to human society. Ethics is equally primordial on relations and
in this job stands the teacher-student relationship. You can work with plenty
teacher-student interaction and ethics at the physical education classes at
school.
Through cognition and motor skills games that are conduct by fair rules,
well observed and monitored by the teacher that relates ethically with his
student, will develop the student, their personality and their ethical thus,
becoming a better person throughout his formation.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................... 7
2. OBJETIVO ............................................................................. 8
2.1.
Objetivo Geral .............................................................. 8
2.2.
Objetivo Específico...................................................... 8
3. METODOLOGI A ..................................................................... 9
4. REVIS ÃO DE LITERATUR A E DISCUSS ÃO ........................... 10
4. 1. Breve Passagem pela Educação e Ensino. ................. 10
4. 2. Interação - significado. ............................................... 11
4. 3. A Importância da Interação na Educação .................... 11
4. 4. O que é Ética? ............................................................ 12
4. 5. Educação Física.......................................................... 14
4. 6. Os Papéis do Professor no Contexto Escolar ............. 14
4. 7. Educação física escolar .............................................. 17
4. 8. Interação Professor-Aluno .......................................... 18
5. CONCLUS ÃO ...................................................................... 22
6. REFERÊNCI AS BIBLIOGR ÁFICAS ........................................ 23
7
1. INTRODUÇÃO
A educação pode ser definida como sendo o processo de socialização dos
indivíduos. Ao receber educação, a pessoa assimila e adquire conhecimentos. A
educação também envolve uma sensibilização cultural e de comportamento, onde as
novas gerações adquirem as formas de se estar na vida das gerações anteriores.
O processo educativo é materializado numa série de habilidades e valores,
que ocasionam mudanças intelectuais, emocionais e sociais no indivíduo. De acordo
com o grau de sensibilização alcançado, esses valores podem durar toda a vida ou
apenas durante um determinado período de tempo.
A educação pode ser dar de maneira informal - na família e nos contatos
sociais diversos – e também pode acontecer de maneira formal – nas escolas e em
todas instituições de ensino com as mais diversas designações. Este presente
trabalho vem abordar o aspecto formal da educação.
Neste aspecto formal da educação, destacam-se essencialmente dois papéis
fundamentais e interdependentes, para que processo educativo possa existir: o de
professores e o de aluno. Como expressa Aquino (1996) “(...) o lugar de professor é
imediatamente relativo ao de aluno, e vice versa.”.
Dentro desta perspectiva pensa-se em entender melhor a relação professoraluno, considerando a ética como algo essencial a este estudo. E mais
especificamente, entendendo esta relação nas aulas de educação física.
8
2. OBJETIVO
2.1.
Objetivo Geral
Levantar dados, por meio de pesquisa bibliográfica, a fim de elaborar
conclusões relevantes sobre a interação do professor de educação física com os
educandos e a questão da ética.
2.2.
Objetivo Específico
Buscar o caminho mais adequado para a melhora da qualidade interação
professor-aluno e, consequentemente, a educação.
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3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada na pesquisa é de natureza exploratória e bibliográfica.
Foram pesquisados artigos, livros, trabalhos de graduação, pós-graduação e sites
relacionados aos temas abordados: a importância da educação física, da ética, da
interação professor-aluno e questões relacionadas a estes. Com esta coleta de
informações foi elaborado o presente trabalho, visando o que de melhor a literatura
pode oferecer sobre a questão da interação professor-aluno de educação física e da
ética na educação.
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4. REVISÃO DE LITERATUR A E DISCUSSÃO
4. 1. Breve Passagem pela Educação e Ensino.
Ao longo do tempo a palavra educação é utilizada em dois sentidos: social e
individual.
Sentido Social
O sentido social abrange as atitudes e influências que os mais velhos e
experientes exercem sobre os jovens e menos experientes. Essas atitudes surgem
por meio dos conhecimentos de uma sociedade (normas, valores, crenças, etc.).
Esses conhecimentos podem variar conforme o contexto histórico e geográfico
(HAIDT, 2000).
Quanto mais simples forem os valores, costumes e cultura, de uma
sociedade, a educação é transmitida de forma prática, ou seja, as crianças e jovens
participam das atividades adultas, e, pela experiência vivida de forma direta,
aprendem as normas que regulam a conduta da sociedade onde vivem, imitando as
práticas dessa sociedade. Porém, isso muda quando a sociedade é mais complexa,
principalmente quando possui uma história e cultura vasta, pois assim acaba sendo
necessário sistematizar pelo menos uma parte desses atributos. É quando surge a
escola, que nada mais é do que uma instituição criada para educar e ensinar
(HAIDT, 2000).
Sentido individual
No sentido individual podemos ter uma interpretação mais simples, mas não
menos importante, do que a social. Ela se refere ao desenvolvimento do potencial e
aptidão de cada um, tendo como objetivo uma formação de caráter e aprimoramento
da personalidade do indivíduo (HAIDT, 2000).
11
Embora a palavra educação tenha dois sentidos ambos tem um aspecto de
formação. A educação pode ser um processo de forma sistemática ou assistemática,
já o ensino é uma ação organizada da melhor maneira possível (HAIDT, 2000).
4. 2. Interação - significado.
A palavra tem origem latim no termo integratio. É a relação da ação de integra
ou entregar-se, ou seja, tornar algum objeto ou alguém, parte complementar de um
todo.
A integração social, por sua vez, é um processo dinâmico que supõe que
pessoas que se encontrem em diferentes grupos sociais se reúnam sob um mesmo
objetivo ou preceito, seja ela uma cultura, modo de se vestir ou linguagem, do novo
ou especifico meio social que se encontra.
Em síntese, como considera Vygotsky(1987), o indivíduo é sujeito interativo,
que se constitui na relação com o meio, sempre mediada por "outros" de seu entorno
(SOUZA, 2012).
4. 3. A Importância da Interação na Educação
"Na ausência do outro, o homem não se constrói homem"
Vygotsky
A participação em relações que constituem a dinâmica social esta diretamente
relacionada na formação de crianças e adolescentes, pois é interagindo com outras
pessoas (da mesma faixa etária ou não), que eles assimilam seus conhecimentos e
desenvolvem hábitos e atitudes de convívio social. Daí a importância da interação
como elemento formador do ser humano (HAIDT, 2000).
A interação em turmas escolares se da por meio da relação do professor e
aluno, sobretudo. É no contexto da classe que o aluno, por meio do convívio com os
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professores e os colegas, acaba exercitando, desenvolvendo e assimilando seus
valores, hábitos e atitudes aceitos pela sociedade, sem desconsiderar, contudo, a
importância do papel da família nesse contexto (HAIDT, 2000).
De forma mais transparente, a escola é um lugar apropriado para ocorrência
da interação de relações humanas e princípios da vida em comunidade. A matéria
ou o conteúdo programático ministrado nas aulas pode ser esquecido ao longo da
vida, ao contrario da “vivência” no ambiente escolar, que, propicia e consolida, entre
outros fatores, o desenvolvimento e fortalecimento da personalidade do educando
(HAIDT, 2000).
4. 4. O que é Ética?
"Vigie seus pensamentos porque eles se tornarão palavras; Vigie
suas palavras porque elas se tornarão atos; Vigie seus atos porque
eles se tornarão seus hábitos ; Vigie seus hábitos, porque eles
tornara seu caráter; Vigie seu caráter, porque ele será o seu destino."
(Autor Desconhecido)
A palavra ética possui origem grega, ethos, envolvendo costumes, hábitos e
reflexões humanas (FIGUEIREDO, 2008). Pode-se dizer que a ética é o campo que
se estuda os valores das atitudes em relação a uma sociedade ou cultura .
A ética, parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral, é fundamental
para que se possa ter uma boa convivência na sociedade, porém nos dias atuais ela
se apresenta cada vez mais rara. Seja pelo estresse da rotina, ou pelas situações e
ambiente que nós somos criados. Observamos que em determinados ambientes,
onde o respeito e a ética deveriam ser essenciais, existe uma enorme carência em
relação a outros. Um desses ambientes é a escola, ou seja, a relação entre alunos
com outros alunos e principalmente alunos com professores.
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Ives de La Taille define que “Ética são costumes, e costumes não nascem
inscritos no DNA de ninguém, por isso as influências sociais são essenciais na
formação ética e moral. Para a criança, essas influências vêm da família e da
escola.” (GUIMARÃES, 2011).
Como ter ética em suas ações.
As atitudes éticas são desenvolvidas por meio da construção de uma cultura
especifica. Portanto, uns costumes que podem ser éticos em uma cultura, podem
não ser em outra (TOI e CARMO, 2005). Um exemplo para isso é o sacrifício de
animais para pesquisas cientificas, em muitos países são atitudes normais, porém
em outros podem ser interpretadas como atos antiéticos.
Portanto, ter ética é agir com responsabilidade perante a sociedade, sem
prejudicar alguém ou a si próprio, agir e ter a consciência tranquila de suas ações.
A importância da Ética nos dias atuais.
Muitas vezes o indivíduo age por impulso, e, por vezes são ações que vão
contra a ética e isso pode levar a arrependimentos, decepções, entre outros
prejuízos emocionais, financeiros, físicos, enfim, e que se estendem por muito
tempo. Vive-se hoje, em uma sociedade muito complexa, onde se cria muitas
normas e princípios para podermos "viver em harmonia". E conforme as ideias de
Ives de La Taille (2007), se implanta na sociedade, muitas regras, leis, como ele diz:
há um “clamor por normatização”, ao invés de se tratar de ética, ou seja, a
sociedade vai criando regras de controle em vez de discutir os valores envolvidos na
determinada situação - o respeito ao outro, por exemplo.”(POLATO, 2008).
Para Ives de La Taille a ética é cotidiana, tem que ser trabalhada o tempo
inteiro, e, assim como na família, nas instituições de ensino ela deve estar presente.
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Tratando da ética cotidianamente na escola, cuida-se do convívio diário entre alunos
e professores (GUIMARÃES, 2011).
4. 5. Educação Física
O termo educação física, é muito confundido entre as pessoas, sem saber o
que os profissionais dessa área realmente fazem (BARBANTI, 2007), o que é
normal, pois o campo da educação física é muito vasto, e muitas vezes essa
variedade pode trazer algumas dúvidas.
Mas o quê o termo educação física realmente significa? De forma direta, quer
dizer movimento corporal, isso é, praticar atividades físicas para educar o nosso
corpo, educação essa que pode nos proporcionar mais saúde, bem estar físico e até
mental, em resumo, uma melhor qualidade de vida (BARBANTI, 2007).
Professor de educação física atuam em lugares como clubes, centros
esportivos, academias, escolas entre outros.
O foco deste trabalho está no profissional de educação física escolar, ou seja,
o professor que trabalha com exercício físicas nas escolas.
4. 6. Os Papéis do Professor no Contexto Escolar
“Um bom professor é aquele que aponta a
verdade e não a entrega pronta.”
Bruce Lee
Há tempos que teorias, estudos e discussões, garantem que a família tem
total influência no desenvolvimento da personalidade da criança, isso porque é o
ambiente familiar que a criança tem sua primeira relação interpessoal e
consequentemente fica a maior parte de seu tempo neste ambiente.
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Mas qual é o local em que a criança se encontra mais tempo além do recinto
familiar? É a escola. É nesse ambiente também que a criança pode se relacionar
com outras pessoas. Portanto da mesma forma em que a família tem influência no
desenvolvimento da personalidade, o professor também, pois é junto com ele que a
criança vai conviver grande parte do seu dia, isso faz com que consequentemente a
criança adquira uma imagem de exemplo em relação ao professor, semelhante com
seus pais.
O professor Gabriel Chalita ressalta que “a alma de qualquer instituição de
ensino é o professor”. Não adianta um centro educacional ter as mais modernas
instalações como quadras esportivas, piscina, grandes bibliotecas, salas de
computação entre outras, se o professor não for capacitado e valorizado
devidamente, pois embora tudo isso seja importante, apenas o professor pode dar
algum afeto ao seu aluno (CHALITA, 2004).
Assim, antes de tudo, o professor deve exercer certa influência positiva sobre
a personalidade do aluno como um todo, sem ter em mente apenas o objetivo de
agrupar informações e repassar aos mesmos.
Dessa forma, o professor deve ter uma postura que sirva de exemplo para o
aluno, e, além disso, conforme Alves (2002), ele deve encaminhar o aluno a ter
curiosidade para o conhecimento, pois isso faz com que o aluno desenvolva o prazer
em aprender. Como diz Rubem Alves “A curiosidade é uma coceira nas ideias.”
(ALVES, 2002).
Segundo Machado (1994), ao desempenhar seu trabalho, o professor pode
deixar marcas de grande significado nos alunos em formação. O professor deve
possuir em sua formação conhecimentos teóricos que permitam realizar e trabalhar
aspectos físicos e motores, e também componentes sociais, culturais e psicológicos
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para desenvolver a função formadora em seus alunos. Para tanto, três
características se fazem primordiais. Silva (1992) relacionou às características e os
seguintes aspectos: técnicos, afetivos e sociopolíticos, podendo haver interação
entre os três.
Características técnicas - são norteadas por meio das adaptações do modo
de ensino do professor às necessidades dos educandos, incorporando às
experiências prévias do educando ao conteúdo. A estimulação ao processo de
ensino e de aprendizagem deve ser constante, ou seja: na participação nas aulas,
na valorização do conhecimento, no domínio do conteúdo e na metodologia para a
realização e reforço do próprio processo. Desta forma, a possibilidade de que o
docente reflita sobre sua prática é mais real, além de corresponder à utilização
correta dos recursos didáticos disponíveis, contribuindo para o enriquecimento do
conteúdo programático. Outros aspectos a serem considerados são o que dizem
respeito à assiduidade do docente, à comunicação dos objetivos propostos, a fim de
permitir a contextualização e a interdisciplinaridade.
Características afetivas - relacionam-se por meio da demonstração e
entusiasmo do professor, não desconsiderando seu interesse, motivação e
valorização da função que exerce. Esses componentes propiciam a manutenção do
clima de suas aulas, ou seja, o professor as torna agradáveis e como consequência,
respeitosas. Desenvolve laços afetivos e, desta forma, se tornando mais próximo de
seus alunos, diferenciando o “afetivo maduro” do “professor bonzinho”.
Características sociopolíticas - referem-se ao conhecimento que o professor
possui sobre as experiências sociais dos alunos, aliando sua visão critica da escola
e de seus determinantes.
17
4. 7. Educação Física Escolar
Como já vimos, a educação física trabalha o corpo e a mente, mas o ideal é
fazer esse trabalho desde a infância (SOUZA, 2012). A escola é um ambiente onde
frequentamos desde criança e a educação física é uma disciplina presente em seu
contexto, porém ela é vista como uma disciplina complementar, sendo menos
importante do que outras, como português ou matemática (RONDINELLI, 2012). Um
dos motivos para isso acontecer é que muitos professores dessa disciplina
influenciam essa verdade, fazendo com que os alunos não utilizem a aula de
maneira produtiva, como por exemplo: Largando bola aos alunos para jogarem
futebol, vôlei ou basquete deixando os de uma forma mais livre sem se preocupar
com regras, alongamento, motivação, ou seja, sem nenhum planejamento ou
preocupação (SOUZA, 2012). Em outras palavras, muitas pessoas, inclusive alguns
professores, acreditam que a educação física na escola tem apenas o objetivo de
descontração e lazer (GALLAHUE, 2012).
Logo quando foi inserida no currículo escolar, a educação física tinha como
objetivo a prática da ginástica, para poder deixar o corpo saudável, porém ao longo
do tempo ela foi sofrendo reformas e adaptações, hoje ela é uma matéria complexa,
que segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), é dividido em 3 formas:
1) Jogos, Esportes, Ginástica e Lutas; 2) Atividades Rítmicas e Expressivas; 3)
Conhecimento sobre o corpo (RODINELLI, 2012). Trabalhando esses atributos
desde a infância, podemos prevenir doenças ligadas ao sedentarismo, como
diabetes, obesidade, e até problemas cardíacos (GALLAHUE, 2012). Mas não é tão
simples elaborar uma aula que possa incluir essas exigências, pois a aula deve ser
planejada de acordo com a faixa etária de desenvolvimento de cada turma, fazendo
com que eles possam entender a importância do conhecimento corporal,
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desenvolverem suas potencialidades, estarem ligados nos esportes que existem no
mundo e introduzir em suas realidades, sendo que tudo isso deve ser feito com
cuidado, porque cada aluno tem suas individualidades e as aulas devem ser
acessíveis a todos e não de forma seletiva.
4. 8. Interação Professor-Aluno
Ao abordar o ensino formal, considera-se que o conhecimento, sendo ele qual
for, é algo primordial no processo educativo escolar, pois é neste que se baseia o
objetivo de se ingressar em determinado processo de formação. E com isso, muitas
vezes, o foco do ensino passa a ser o conhecimento, porém Aquino (1996) destaca
que o conhecimento deve estar no centro do cenário educativo, ou seja, que fique
entre os que ensinam e os que aprendem, tornando a relação professor-aluno o
núcleo concreto das práticas educativas. Apesar de cada qual ter seu papel
específico neste processo.
No processo de formação dos alunos o professor se torna um elemento
essencial, para isso ele deve estudar os ângulos mais importantes e intervenções
pedagógicas, nos seguintes aspectos; instrucionais e afetivos.
A dimensão afetiva da relação do professor-aluno é classificada em duas
categorias, sendo elas:
Afetividade
positiva:
dentro
dessa
afetividade
encontra-se
o
elogio
(manifestação na qual o professor usa para louvar, incentivar, animar, estimular e
alertar as manifestações dos alunos). Usar o primeiro nome do aluno (utilização do
primeiro nome do aluno em todas as situações de aulas), esse aspecto também
pode se relacionar com a afetividade negativa, já que o professor se recorda sempre
do primeiro nome dos alunos com os quais não possui relações positivas;
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demonstração de afeto (manifestação que o professor deverá, por exemplo, colocar
as mãos no ombro do aluno, dar tapinha nas costas); Uso da urbanidade – o
professor usa expressões “por favor” “obrigado”, “desculpa” incentivando os alunos a
também realizadas.
Afetividade negativa: Criticar (fazer censuras a qualquer tipo de desempenho
dos alunos, além disso, ironizar, menosprezar as ações dos alunos); agressões
(manifestações verbais ou gestuais do professor, para intimidar, ameaçar e ofender
seus alunos); punição (ação do professor em aplicar castigos, repressões ou
penalizar as manifestações consideradas incorretas).
De acordo com Galvão (1999), a segurança para lidar com as variações que o
professor possui com o aluno, como o uso da afetividade positiva, ou de atitudes
positivas, torna possível viabilizar tanto a aprendizagem como influenciar na
estruturação da personalidade do aluno. A utilização pelo professor da afetividade
negativa pode marcar o aluno profundamente, pois o medo de ser criticado, agredido
ou punido, provocará a insegurança e a vergonha podendo levar o aluno ao
desinteresse pelas aulas de educação física.
A aula em que há maior participação dos alunos e com qual professor possui
maior afinidade:
Uma pesquisa realizada por Rodrigo Alcindo Guatura Vieira, aluno do 7º
semestre da faculdade de educação Física da Unicastelo, aborda duas questões
com trinta e quatro alunos da 8ª serie do ensino fundamental, onde foram levantados
dados sobre a aula em que havia maior participação dos alunos e com quais
professores eles possuíam maior afinidade (VIEIRA, 2001).
A primeira questão, composta pelo enunciado “em qual disciplina havia maior
participação dos alunos”, dos trinta e quatro estudantes, dezoito responderam
20
afirmativamente que era nas aulas de Educação Física e dezesseis responderam
afirmativamente que era nas aulas de Matemática.
Na segunda questão, a pergunta incidiu sobre “a afinidade dos alunos em
relação ao professor”, nos trinta e quatro estudante, dois responderam que tinham
maior afinidade com o professor de educação física, quatro com o professor de
geografia, vinte e oito com o professor de Matemática.
O tipo de afinidade que os alunos possuem com o professor de Educação
Física está relacionado com o sentimento que eles têm pelo próprio professor e,
logicamente, como esse docente conduz as aulas professor e, logicamente, como
esse docente conduz as aulas. Certamente o professor de Educação Física
envolvido nessa pesquisa não deveria conduzir de forma correta suas aulas, o
professor de Educação Física, em alguns casos até mais do que os outros,
necessita se programar bem antes de suas aulas para acabar com a mística de que
professor de Educação Física não faz nada, que só dá bolas para os alunos jogarem
e também porque nem sempre é oferecido a esta disciplina as condições
necessárias para a realização das
aulas, pois muitas escolas nem quadra têm e cabe ao professor vencer essas
barreiras, por isso ele deve planejar-se, já que mesmo planejando o trabalho é
árduo, agora imagine sem planejamento, com certeza o sucesso do processo será
prejudicado, e consequentemente a afinidade com seus alunos também se tornará
comprometida.
.
O Diálogo na Interação Professor-Aluno
A Relação entre professor- aluno não pode ser unilateral, pois não é só o
aluno que pode desenvolver o saber, o professor também pode tirar um bom
21
proveito desta relação. Sabemos que o aluno pode assimilar e construir
conhecimento modificando e ampliando suas estruturas mentais, mas é verdade
também que o professor pode de certa forma aprender com seu aluno, isso acontece
na medida em que ele compreende a forma como seu aluno “sente o mundo”,
observando os saberes e habilidades que ele traz do seu ambiente familiar e de sua
realidade social para a escola.
Por meio deste conhecimento adquirido, o professor pode ter a oportunidade
de conhecer o mundo de uma maneira diferente da sua, fazendo assim com que
possa rever comportamentos e opiniões, desfazer preconceitos, alterar posturas etc.
A base para que tudo isso possa acontecer é o diálogo. Ele surge no
momento em que ocorre um problema no ambiente escolar (sala de aula, quadra,
pátio). O professor procura transmitir o que sabe, relacionando a sua formação
didática com o conhecimento adquirido por meio de manifestações anteriores a do
aluno. Desta forma, puderam chegar a uma síntese esclarecedora em relação ao
problema abordado. Após a síntese, o conhecimento poderá ser aplicado à prática,
porém agora de forma estruturada, tendo assim um melhor rendimento na educação.
Caso o diálogo não aconteça, o intercâmbio entre o professor e aluno pode se
transformar em um duelo, num defrontar de posições que acaba sendo pouco ou
nada proveitoso para nenhum dos dois.
22
5. CONCLUSÃO
É incontestável afirmar que a interação faz parte da natureza humana e, para
que isso aconteça de forma pacífica, é importante a presença da ética, que podem
ser trabalhadas na escola. A disciplina escolar que pode desenvolver esse atributo
com abundância encontra o seu território preferencial na área da Educação Física,
pois suas atividades propostas exigem muita interação e respeito entre professores
e educandos. Com este estudo pôde-se perceber que a interação professor-aluno,
cerceada pela ética, leva ambos a um aprendizado significativo em todas suas
vivências.
23
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS
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24
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Organizações. 2005
VIEIRA, Rodrigo Alcindo Guatura. Revista Unicastelo - ano 4 - nº6 São Paulo: 2001
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capa do trabalho que a tábata vai apresentar