UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CENTRO DE CÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
ÉTICA E TRABALHO
NAS
ORGANIZAÇÕES
Alessandra Barbosa
Angélica Gonçalves Maurício
Antonio Damique Teixeira
Mileni Bittencourt Costa
Tatiana Pereira Duarte
CABO FRIO – MAIO DE 2005
INTRODUÇÃO
A ética é uma importante fonte de direitos da pessoa, tanto na esfera pessoal
quanto profissional.
Mas a ética enquanto bem moral deve ser conquistada com esforço e
cobrança pessoal, de forma contínua e incessante, pois são várias as oportunidades
que se apresentam para transgredi-la no cotidiano de qualquer pessoa.
O exercício profissional é um dos campos mais carentes no que diz respeito à
aplicação da ética.
O profissional enfrenta problemas éticos quando do exercício da profissão
que se circunscrevem nos conceitos de dever, direito, justiça, responsabilidade,
consciência e vocação, por isso é de extrema importância o estudo nessa área.
Este trabalho apresenta alguns aspectos da ética profissional, denomina-se
também deontologia, que compreende o estudo dos conceitos básicos do direito e
do dever.
O QUE É ÉTICA?
A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e
comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo,
uma religião, uma certa tradição cultural etc.
Moral é um fenômeno social particular, que não tem compromisso com a
universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto
quando atacada: justifica-se se dizendo universal, supostamente válida para todos.
Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais?
Existe, e essa forma é o que chamamos de ética. A ética é uma reflexão crítica
sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de
princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo
objetivo é balizar as ações humanas.
A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de
modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. A ética pode e
deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida
cotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos a críticos da moral vigente. Mas a
ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética
se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso
acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi
considerada "natural". Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação
moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua
vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou
transformá-la.
A ética ilumina a consciência humana, sustenta e dirige as ações do homem,
norteando a conduta individual e social. É um produto histórico-cultural e, como tal,
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define o que é virtude, o que é bom ou mal, certo ou errado, permitido ou proibido,
para cada cultura e sociedade.
Dessa maneira, a ética é universal, enquanto estabelece um código de
condutas morais válidos para todos os membros de uma determinada sociedade e,
ao mesmo tempo, tal código é relativo ao contexto sócio-político-econômico e
cultural onde vivem os sujeitos éticos e onde realizam suas ações morais.
OS ASPECTOS HISTÓRICOS DA ÉTICA
Tanto Platão (Atenas, 427-347 a.C.) quanto Aristóteles (Macedônia, 384-322
a.C.) atribuem a Sócrates (Atenas, 470-399 a. C.) as primeiras reflexões sobre ética
no Ocidente.
Segundo esses grandes pensadores, o foco da ética estava na
educação(cultura) do caráter humano visando conter seus instintos e orientá-los
para o bem.
Aristóteles dizia que a ética abrange apenas as ações que dizem respeito ao
possível, aquilo que comporta deliberações ou escolhas humanas, a vontade guiada
pela razão, que são os elementos fundamentais da vida ética.
DEFINIÇÕES DA ÉTICA
Para Vázquez (1965:12), ética é “a teoria ou a ciência do comportamento
moral dos homens em sociedade”.
Portanto, a ética está voltada para a atuação do homem, tal como é ou
deveria ser, podendo-se dizer que ela gera normas e regras com o intuito de orientar
as condutas humanas em suas relações sociais e organizacionais.
CÓDIGO DE ÉTICA
No Brasil, esses códigos começaram a difundir-se a partir da década de 1990.
Arruda (2002) constata, a valorização das condutas correta e a tentativa de
reprimir as ações ilícitas e comportamentos danosos que dificultam o bom
relacionamento com os vários públicos, além da preocupação com as leis vigentes
relacionadas ao trabalho, a sociedade e o ecossistema.
Manhães Moreira (2002:33), tem a missão de padronizar e formalizar o
entendimento da organização empresarial em seus diversos relacionamentos e
operações.
A fiscalização do código de ética envolve: o cidadão, servidor público e o
empregado privado, um instrumento para analisar e julgar denúncias de
comportamentos aéticos.
È imprescindível à criação de conselhos de ética para julgar e punir os que
não adotem uma linha de conduta ética.
Ferrell (2001), tentativas de formular um conjunto de padrões éticos universal,
com valores compartilhados mundialmente, tais como: veracidade, integridade,
eqüidade e igualdade, o qual é constituído de 13 princípios que abrangem as mais
variadas interfaces das organizações.
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TEORIAS ÉTICAS
Entre as várias abordagens da ética, Max Weber, destaca duas: a ética da
convicção e a ética da responsabilidade.
Ética da Convicção está fundamentada no cumprimento do dever, e as ações
praticadas se respaldam em normas e valores previamente estabelecidos.
Ética da responsabilidade, essa teoria abraça a idéia de que o individuo se
torna responsável por aquilo que faz.
“ETHOS” – Ética, Em Grego – Designa A Morada Humana
Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente
para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente
integrada e espiritualmente fecunda.”
ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS
Ética, enquanto filosofia e consciência moral é essencial à vida em todos os
seus aspectos, seja pessoal, familiar, social ou profissional.
Assim, enquanto profissionais e pessoas, dependendo de como nos
comportamos, por exemplo, em nossas relações de trabalho, podemos estar
colocando seriamente em risco nossa reputação, nossa empresa e o sucesso em
nossos negócios.
Nesses tempos de globalização e reestruturação competitiva, as empresas
que se preocupam com a ética e conseguem converter suas preocupações em
práticas efetivas, mostram-se mais capazes de competir com sucesso e conseguem
obter não apenas a satisfação e a motivação dos seus profissionais, mas também
resultados compensadores em seus negócios.
A sobrevivência e evolução das empresas e de seus negócios, portanto,
estão associadas cada vez mais a sua capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas
marcadas pela seriedade, humildade, justiça e pela preservação da integridade e
dos direitos dos profissionais.
ÉTICA DO LUCRO
O lucro - fator de sobrevivência na dinâmica do modelo capitalista - é, em
geral, um valor mal resolvido, pois não claramente equacionado sob o ponto de
vista ético.
A Ética do Lucro importa em que se contemplem quatro condições
essenciais:
•
Empresa - reinvestimentos que assegurem a sobrevivência e o seu
desenvolvimento [Renovação Contínua].
•
Capital - justa remuneração aos investidores, que bancaram o risco
[Retribuição Societária].
•
Trabalho - remuneração, com justiça, aos agentes produtivos
[Salário Justo].
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Comunidade - retribuição à sociedade pelo sucesso do
empreendimento [Solidariedade Social].
A visão sobre a Ética do Lucro significa limpar a consciência empresarial da
confusão de conceitos e práticas distorcidas, responsáveis pelo fracasso em seus
posicionamentos. O conceito público tende a se deteriorar quando não há
convicção firme sobre a missão da empresa. E o lucro é a parte sensível do
iceberg organizacional.
•
A função da empresa, seu objetivo essencial, não é o lucro, mas prestar
serviços. Existe empresa, pois existe demanda: clientes que têm necessidades a
serem satisfeitas.
Para isso surge a empresa e a qualidade em servir é a sua responsabilidade
básica.
O lucro é objetivo dos negócios, que a empresa desenvolve para realizar
sua missão de servir ao cliente. O lucro é exatamente isso: remuneração pelos
serviços prestados.
O discurso radical: "o objetivo de nossa empresa é lucrar". Induzido ao "vale
tudo pelo lucro" Este conceito introduz-se no espírito do empregado e torna-se
princípio de cultura, e a ética vai para o arquivo morto.
ÉTICA DÁ LUCRO?
Afirmo que sim, pois o bom conceito traduz-se em confiabilidade, e esta é
fundamental para efetivar negócios.
Vou querer trabalhar com pessoas e produtos não confiáveis?
Vou me arriscar a estabelecer vínculos com empreendimentos duvidosos?
- Certamente não, se tenho bom senso.
O lucro, em geral, ganha força e significado puramente financeira. Essa é
uma visão estreita que não contempla a riqueza social e psicológica do resultado
positivo, como indicador de saúde institucional.
O lucro, em sentido maior, referenda o projeto coletivo vitorioso,
compartilhado, mutuamente usufruído como bem comum. É a realização pessoal,
onde está embutida a auto-realização. Não estou falando de uma ideologia
política meramente socializante, mas de humanismo e cristianização da
sociedade empresarial.
A obsessão pelo lucro acaba por gerar o não-lucro, pois desgasta parceiros
e inibe clientes, donde dificilmente a Ética sai imune.
ÉTICA E CREDIBILIDADE
As organizações possuem recurso valioso para gerar credibilidade interna e
externa e incentivo para o sucesso.
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O LUCRO É MOTIVAÇÃO PARA O EMPREGADO?
O lucro, imprescindível para a continuidade da empresa, não é
necessariamente um motivador forte para o empregado, mesmo quando ele
participa formalmente dos resultados. Fica sempre, no inconsciente das pessoas, a
suspeita de que os verdadeiros beneficiários são "eles" e não "nós”.
Quando a perspectiva de retribuição é dinheiro, sua aceitação é sempre
restritiva. Jamais alguém vai achar que está sendo remunerado à altura, fica
sempre o sentimento de que se é explorado.
O que motiva as pessoas é saber que estão comprometidas com um projeto
de vida. O que engaja vontades e inteligências são valores, sentimentos e idéias.
Preservados esses, o ganho financeiro faz sentido como estímulo positivo. A
materialidade dessa constatação é freqüentemente camuflada pela teatralidade
das mordomias e dos altos ganhos.
A DIVERSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES E O INDIVIDUO
Para falarmos sobre diversidade, teremos que ingressar no universo
organizacional e entender como se aplicam os conceitos de missão, valores e
cultura, e alinhar o indivíduo dentro deste mesmo contexto, na maneira de interpretar
as ações da Empresa e de apresentar resultados.
Dentro do contexto Empresarial, a palavra diversidade está intrinsecamente
ligada à discordância e divergência, que conseqüentemente irá culminar em conflito
de idéias, de posturas e de conceitos dependendo do assunto que está sendo
tratado.
É fundamental sabermos o que significa Missão, Cultura e Valores para as
Empresas e como são aplicadas, pois nem sempre o discurso é revertido em prática.
CONCEITO DE MISSÃO NAS EMPRESAS
É a definição que é dada para apresentar ao mercado, aos funcionários,
acionistas e parceiros de negócio para que a Empresa existe, qual é sua finalidade.
Exemplo de Missão: "Prover o cliente do melhor serviço de Atendimento, com
a mais alta tecnologia, otimizando custo e trazendo lucratividade para os acionistas e
parceiros de negócio". Esta pode ser uma definição de Missão para uma empresa de
serviços que tem como foco principal o serviço de Atendimento ao Cliente.
CONCEITO DE VALORES NAS EMPRESAS
Os valores são os pilares internos das organizações, são ações que se
apresentam em condutas que definem "o caráter da Empresa".
Comprometimento no atendimento ao cliente, respeitando-o, resolvendo e
solucionando seu problema ou, ouvindo sua sugestão. Nas tarefas que desenvolve,
nas responsabilidades que assume.No atendimento de um problema interno. Com a
imagem da Empresa, salvaguardando-a de qualquer conduta que venha a denegri-la
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Ética e qualidade são valores inseridos por quase todas as Empresas de
vanguarda, principalmente as multinacionais.
CONCEITO DE CULTURA NAS EMPRESAS
Os dois primeiros conceitos é que definirão a Cultura da Empresa que,
colocadas em prática torna-se explicita e acompanha anos adentro a história da
organização.
Por Exemplo: Planos de reconhecimento para o funcionário que apresenta um
alto padrão de qualidade dos seus serviços são ações que refletem a cultura interna
da Empresa e, são provocadas pela Missão e Valores.
O INDIVÍDUO NA ORGANIZAÇÃO
Quando o indivíduo ingressa na Empresa, ele leva consigo uma série de
condutas, pensamentos e posturas que em muitas vezes divergem das ações da
Empresa (Missão, Valores e Cultura), tornando estes um dos pontos para as
diversidades dentro do ambiente de trabalho.
Entra em cena aspectos emocionais que acabam ocasionando o conflito e
diversidade frente às metas que a empresa contrata com o profissional, nos
relacionamentos com chefe/subordinado, e vice-versa, ou frente a posturas adotada
pela Empresa que conflitam com a forma de pensar do indivíduo.
Geralmente as diversidades acontecem com maior intensidade nos
relacionamentos internos, entre áreas, intra-áreas e nos grupos de trabalho.
Tratar as diversidades no âmbito organizacional é difícil e em muitas vezes
complicado, pois, o tratamento não é personalizado, e sim de acordo com o número
de incidentes em uma mesma situação e que impactaram na motivação dos
funcionários e principalmente nos resultados financeiros da Empresa.
São avaliados neste momento gerenciamento de pessoas, comunicação
interna, relacionamento interpessoal, transparência e coerência nas ações.
A maioria das Empresas têm utilizado como ferramenta a Pesquisa de Clima
para trabalhar estas questões traçando ações e planejando formas eficazes de
fortalecer as relações, a comunicação, a gestão de processos e pessoas no
ambiente de trabalho ocasionadas pela diversidade.
ADMINISTRANDO AS EMOÇÕES FRENTE ÀS DIVERSIDADES
O "controle das emoções" visto por muito tempo como algo desejável, pois o
indivíduo devia "controlar-se" para não explodir, agora é considerado um requisito
indispensável para o sucesso. O descontrole emocional certamente cria obstáculos
ao crescimento.
Há uma série de emoções e sensações negativas, que se apresentam nos
processos de diversidade. A ira, o medo, o tédio, a magoa, a culpa, a tristeza, a
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angústia, são alguns exemplos que podem mobilizar o indivíduo dentro do contexto
de trabalho para, uma atitude inadequada frente às situações das quais às vezes ele
é exposto.
É necessário adquirir o hábito de refletir sobre o processo mental, pensar, por
exemplo, sobre como as emoções, sensações e idéias chegam e se desenvolvem
na mente.
É importante fazer exercícios para relaxar e "descarregar" tudo que ficou
"entalado" durante o dia, ginástica, massagem e exercícios respiratórios são vitais
dentro de um processo de diversidade.
Buscar o caminho do autoconhecimento é uma saída que deverá agregar
valor nestes processos, avaliar qual o limite para "suportar" determinadas pressões,
ou agressões são imprescindíveis para que cada um perceba como lidar com as
diversidades no contexto empresarial. Todos nós somos passíveis de mudança, não
cultive uma úlcera, um câncer, uma cefaléia crônica em função das diversidades.
A diversidade dentro das Empresas pode ser um catalisador para que cada
um possa se conhecer melhor e, como aprendizado, buscar um equilíbrio com
relação aos seus valores pessoais que são externalizados através de emoções e
sentimentos.
As ações da organização (missão, valores e cultura), ambos deverão
convergir para um resultado único, o do sucesso do indivíduo no seu papel
profissional e o da Empresa na conquista de resultados, tendo profissionais
altamente satisfeitos, com relações internas saudáveis e falando a mesma
linguagem do negócio.
GANHOS E BENEFÍCIOS:
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•
•
Possibilidades de construir uma cultura ética profissional e empresarial
verdadeira e apropriada aos novos tempos;
Harmonia e equilíbrio dos interesses individuais e institucionais;
Satisfação e motivação dos colaboradores e melhoria da sua qualidade
de vida integral;
Fortalecimento das relações da empresa com todos os agentes
envolvidos direta ou indiretamente com suas atividades;
Melhoria da imagem e da credibilidade da empresa e de seus
negócios;
Melhoria da qualidade, resultados e realizações empresariais.
ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL
É certo ligar o sucesso ou fracasso de uma organização ao seu
comportamento ético? Tenho convicção de que sim! Ser ético, hoje, não é mais
uma opção. Para pessoas e organizações, é questão de sobrevivência. Com a
velocidade com que se processam as transformações, há necessidade de valores
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internalizados para que haja alinhamento no momento das decisões, que exigem
rapidez.
A ética ganha respeitabilidade como forte diferencial de qualidade e conceito
público, mas será que já se formou a consciência ética no comando das
organizações?
Algumas questões básicas precisam ser devidamente equacionadas para
um melhor entendimento sobre a eficácia da ética nos negócios. A ética é
determinada pela cultura?
Numa tribo de canibais, é ético comer o semelhante. Por ser lei, é ético? Por
ser costume, é ético? Justifica-se uma "ética de conveniência?"
O discurso ético e a prática das organizações fazem lembrar o axioma
popular: de boas intenções o inferno está cheio.
Estamos vivendo um momento importante de renascimento moral, no
esboçar de uma nova conscientização. Nesse sentido, as boas intenções são
válidas como início de processo.
A conscientização: provoca desconforto com relação às situações negativas
vigentes. É imprescindível, que existam alternativas concretas, atitudes e
comportamentos que denotem mudanças significativas. Surge daí o
compromisso das lideranças.
Ética empresarial não é assunto para as horas vagas, é filosofia e prática de
empresa. Significa não ao individualismo. Não ao autoritarismo e suas
subdivisões.
Ética é vida! Sem princípios éticos é inviável a organização social.
Ética Empresarial é a alma do negócio. È o que garante o conceito púbico e a
perpetuidade.
A DIMENSÃO ÉTICA NA EMPRESA
Em uma economia globalizada, com um processo de produção flexível, os
novos empregos passarão a absorver os trabalhadores mais qualificados.Sendo
assim os empregados deverão passar pelo resgate da qualificação e da cidadania.
A RESPONSABILIDADE E O COMPROMISSO COM A COMUNIDADE
O desenvolvimento de uma prática coerente com uma ética pública, em que
fiquem preservados os interesses da organização, sem comprometimento das ações
que contribuam para o bem estar e o desenvolvimento da sociedade como um todo.
COMPROMISSOS E RESPONSABILIDADES DO ADMINISTRADOR
O administrador tem que compreender o âmbito de atuação, saber quais as
suas funções e principais atribuições.
RESPEITO À ÉTICA DO MERCADO
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Enquanto a ética profissional está voltada para as profissões, os profissionais,
as associações e entidades de classe do setor correspondente, a ética empresarial
atinge as empresas e organizações em geral. A empresa necessita desenvolver-se
de tal forma que a ética, a conduta de seus integrantes, bem como os valores e
convicções primários da organização se tornem parte de sua cultura.
A postura ética constrói ou destrói a reputação de uma empresa. A adoção de
um comportamento ético consagra valor à imagem da empresa.
O exemplo deve ser dado pelo líder. Os seus colaboradores irão seguir os
seus exemplo. A atuação baseada em princípios éticos é uma manifestação da
responsabilidade social da empresa.
O conceito de ética empresarial ou organizacional (ou ainda de ética nos
negócios) tem a ver com este processo de inserção. A empresa ou entidade deve
estar presente de forma transparente e buscando sempre contribuir para o
desenvolvimento comunitário, praticando a cidadania e a responsabilidade social. A
ética social se pratica internamente, recrutando e formando profissionais e
executivos que compartilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o
pluralismo, relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos,
adotando o consumo responsável, respeitando as diferenças, cultivando a liberdade
de expressão e a lisura nas relações comerciais.
A ética social é um atributo indispensável para as organizações que querem
manter-se vivas no mercado e a sociedade está cada vez mais alerta para os
desvios de conduta das organizações.
Valer-se do abuso econômico, constranger adversários que exprimem idéias
distintas, desrespeitar os funcionários, impondo-lhes condições adversas de
trabalho, agredir o meio ambiente, não priorizar a qualidade na fabricação de
produtos ou na prestação de serviços e usar procedimentos escusos para obter
vantagens a todo custo (corrupção, manipulação de balanços, formação de cartéis
etc) são alguns destes desvios que afastam a empresa de sua verdadeira função
social.
O trabalho "A ética nas organizações", da Coleção Reflexão, do Instituto
Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, de março de 2001, define, através
do extrato, a seguir, com coerência e adequação o conceito de ética empresarial
como:
“Não sendo a ética empresarial um valor acrescentado, mas intrínseco da
atividade econômica e empresarial, pois esta atrai para si uma grande quantidade de
fatores humanos e os seres humanos conferem ao que realizam, inevitavelmente,
uma dimensão ética. A empresa, enquanto instituição capaz de tomar decisões e
como conjunto de relações humanas com uma finalidade determinada, já tem, desde
seu início uma dimensão ética.
Uma ética empresarial não consiste somente no conhecimento da ética, mas
na sua prática. E este praticar concretiza-se no campo comum da atuação diária e
não apenas em ocasiões principais ou excepcionais geradoras de conflitos de
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consciência. Ser ético não significa conduzir-se eticamente quando for conveniente,
mas o tempo todo".
POR QUE A ÉTICA É NECESSÁRIA E IMPORTANTE?
A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da
humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários
fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a humanidade já teria
se despedaçado até à autodestruição. Também é verdade que a ética não garante o
progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são capazes de
concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos,
dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para
que esses princípios possam vir a ser postos em prática, mas não garante o seu
cumprimento. As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos
desses princípios. A "Declaração Universal dos Direitos Humanos", pela ONU
(1948), é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a
ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas nações,
povos, religiões etc.
Nem basta que as Constituições dos países reproduzam esses princípios
(como a Constituição Brasileira o fez, em 1988). É preciso que cada cidadão e
cidadã incorporem esses princípios como uma atitude prática diante da vida
cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento.
POR QUE SE FALA TANTO EM ÉTICA HOJE NO BRASIL?
Não só no Brasil se fala muito em ética hoje. Mas temos motivos de sobra
para nos preocuparmos com a ética no Brasil. O fato é que em nosso país
assistimos a uma degradação moral acelerada, principalmente na política. Ou será
que essa baixeza moral sempre existiu? Será que hoje ela está apenas vindo a
público? Uma ou outra razão, ou ambas combinadas são motivos suficientes para
uma reação ética dos cidadãos conscientes de sua cidadania.
O tipo de desenvolvimento econômico vigente no Brasil tem gerado
estruturalmente e sistematicamente situações práticas contrárias aos princípios
éticos: gera desigualdades crescentes, gera injustiças, rompe laços de
solidariedade, reduz ou extingue direitos, lança populações inteiras a condições de
vida cada vez mais indignas. E tudo isso convive com situações escandalosas, como
o enriquecimento ilícito de alguns, a impunidade de outros, a prosperidade da
hipocrisia política de muitos etc. Afinal, a hipocrisia será de todos se todos não
reagirem eticamente para fazer valer plenamente os direitos civis, políticos e sociais
proclamados por nossa Constituição.
ÉTICA BRASILEIRA
A desigualdade social persiste e agrava-se no Brasil enquanto vêm se
multiplicando denúncias de corrupção que, aliadas à sensação de impunidade, estão
escandalizando cada vez mais a sociedade.Um tal quadro indica que está faltando
ética na atividade política, com as lideranças políticas não se constituindo, como
deveriam, num referencial ético para a sociedade.
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A indignação e a necessidade de reagir começam, no entanto, a emergir em
diferentes níveis.
É preciso estimular a busca e a vivência, por toda a sociedade, dos padrões
éticos que podem consolidar nossa democracia e criar condições para obter a
solução de nossos problemas sociais.
O projeto “Por um Código de Ética para os agentes públicos e lideranças
políticas, sociais e comunitárias” visa contribuir para isso, convidando esses agentes
e lideranças a refletir sobre ética e a participar, com sua própria reflexão, da
elaboração de um Código de Ética.
ÉTICA PROFISSIONAL – É POSSÍVEL NUM PAÍS SUBDESENVOLVIDO?
É possível falar de ética profissional no Brasil? O Brasil parece um estado
feudal imperfeito porque peca por excessos (burocracia, leis, cobrança, etc).
Neste estado feudal imperfeito formam-se corporações: cada grupo de
profissionais procura defender seus interesses particulares, sem consciência social e
cívica.
A sociedade brasileira evoluiu e mudou profundamente sua maneira de ser e
se organizar. Passou de uma cultura agrária, tradicional, para uma realidade urbana,
industrial. Modernizou-se. Por outro lado o estado permanece atrasado, ineficaz e
não cumprindo sua função social.
fatos:
No Brasil, o problema da ética profissional começa a partir dos seguintes
Estado brasileiro cobra dos assalariados o equivalente aos
Estados escandinavos;
• Não oferecer retorno (esquece suas funções sociais);
• Paga muito mal certos profissionais;
• Possui uma burocracia ineficaz e incompetente.
•
Portanto, a ética profissional pressupõe normas morais, gerais e coletivas e
também uma organização moderna do Estado: uma consciência social e cívica, a
partir, do mundo político e do mundo econômico.
ÉTICA PROFISSIONAL
Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de
normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer
profissão. Seria a ação "reguladora" da ética agindo no desempenho das profissões,
fazendo com que o profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua
profissão.
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com
sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto
sócio-cultural onde exerce sua profissão.
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Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos
nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinada
profissão a partir de estatutos e códigos específicos.
Em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões muito
relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. A reflexão ética entra na
moralidade de qualquer atividade profissional humana.Cada profissional tem
responsabilidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas
que dela se beneficiam.
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana "o
fazer" e "o agir" estão interligados. O fazer diz respeito, à eficiência que todo
profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à
conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho
de sua profissão.
A ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o
fim de todo ser humano, por isso, "o agir" da pessoa humana está condicionado a
duas premissas consideradas básicas pela Ética: "o que é" o homem e "para que
vive", logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os
princípios essenciais da Ética.
Constata-se então o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e
sua importância na formação de recursos humanos.
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O planejamento é um instrumento fundamental.Deve ser estudado do
momento econômico e social, para que a empresa possa construir um cenário da
realidade onde atua e definir prioridades de investimentos.
Em empresas modernas tem consistido na reunião de várias operações de
tarefas afins, de modo em realizá-las em equipe, baseada na compreensão da
dinâmica da atividade.Essa idéia de tarefas e de ritmo de trabalho é mais compatível
com o exercício da liberdade.
A CONCEPÇÃO DO TRABALHO
O trabalho pode ser visto como, um lugar de auto-realização ou um lugar de
tortura.As culturas que valorizam o trabalho criam no sujeito uma dimensão social da
atividade produtiva.Nelas são criados vínculos sociais e comunitários, relações
fundamentais a vida das pessoas.
A QUESTÃO SALARIAL
Funciona como um dos fatores de motivação e participação, determinantes da
produtividade, por isso deve receber uma atenção especial do administrador.A
existência de grandes diferenças salariais provoca divisão entre os grupos ou união
contra o sistema de administração da empresa, além de aumentar a injustiça
social.Uma postura ética é a implantação de um plano de cargos e salários ou
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salários indiretos e também é recomendável à implantação de projetos para
funcionário demitidos.
A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
As exigências de maior responsabilidade e no comprometimento do
trabalhador no controle dos produtos, na verificação da qualidade e na introdução de
aperfeiçoamentos e correções no processo de produção, proporcionam uma
dimensão ao treinamento das empresas, alem de desenvolvimento de sua
identidade e realização.
O TRABALHADOR
O trabalhador deve ter a responsabilidade dce seus compromissos, com os
objetivos da organização com a sua produtividade e com a qualidade de serviços
oferecidos.
A empresa que tem o habito de enganar, não cumprir com sua palavra, entre
outros, dificilmente terá um corpo funcional ético, e menores chances de ser bem
sucedida.A ética empresarial não deve diferir dos princípios publico da ética.
O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM
A estrutura ética do ambiente empresarial dependerá, do projeto ou do desejo
da organização.No caso de uma opção pela ética da felicidade, o executivo precisa
desejá-la, acreditar na possibilidade de que dela derivem princípios e valores que
contribuem para o bem da empresa e da comunidade.
ÉTICA APLICADA
A prática da ética nas organizações vem se caracterizando por
manifestações concretas, dentre as quais destacamos:
•
Filosofia Empresarial - clara conceituação de missão, princípios e
orientações.
•
Comitê de Ética - grupo definidor e de controle de políticas e
estratégias.
•
Credos - divulgação das crenças institucionais para funcionários e
clientes.
•
Códigos - coletânea de preceitos sobre comportamentos.
•
Ombudsman - ouvidores ao alcance dos clientes para atenderem
aos seus reclamos.
•
Auditorias Éticas
empresariais.
•
Linhas Diretas - circuito aberto a críticas, reclamações e sugestões.
•
Programas Educacionais - aproximação da empresa com seus
públicos através de iniciativas que eduquem.
•
Balanço Social - divulgação dos investimentos da empresa em
benefício do público interno e da comunidade.
-
avaliações
periódicas
sobre
condutas
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Ser ético, como atitude na gestão, significa, em essência: reconhecer
necessidades, reconhecer o desempenho funcional, propiciar participação nos
resultados, estimular o compromisso social e favorecer a educação continuada.
Ser ético no comportamento de gestor significa: dar a informação relevante,
avaliar e fornecer feedback, abrir espaço à contribuição criativa, institucionalizar
canais de comunicação, delegar, delegar e delegar (pois além de instrumento
eficaz de gestão, implica dignificarão do homem, pelo poder decisório),
comemorar o sucesso e recompensar.
Tais práticas irão transformar a ambiência de trabalho numa cultura ética, na
qual se realiza a comunidade vivencias de aprendizagem, em que todos realizam
função educativa, em que a solidariedade torna-se valor espontâneo. Aí há
equipe, pois exercita-se a liderança integrada.
Os desafios da era tecnológica exigem essa postura de liderança: todos são
potencialmente líderes, a serem motivados ao aprendizado contínuo.
Só assim a empresa responderá com eficácia aos múltiplos compromissos
que fazem de cada empregado um agente vivo da organização. Qualquer
empregado, ao decidir, está comprometendo a empresa como um todo. Caso
não tenha consciência ética, está agravando o conceito empresarial. E pondo a
perder conquistas importantes.
A ética na era tecnológica é a estratégia para tolher males que vêm minando
as organizações, como:
•
Robotização social - a tecnologia condicionando o comportamento
humano.
•
Sociedade estressada - pela velocidade acachapante é exigido
esforço redobrado para acompanhar as exigências de rapidez nas
decisões.
•
Desemprego e violência - o ganho obsessivo como meta sacrifica
valores humanos e gera o comportamento violento.
•
Empresa infeliz - o ambiente de insegurança e injustiças induz à
competição predatória e à cultura egocêntrica.
Infelicidade social - o caos reinante, quando falta a consciência
ética, enfraquece o espírito.
Tais indicadores negativos mostram a importância vital das empresas
investirem em seu conceito público, através de manifestações concretas de
responsabilidade social.
•
VALORES ÉTICOS NA VIDA PRIVADA E PROFISSIONAL
ÉTICA E CONVIVÊNCIA HUMANA
Falar de ética é falar de convivência humana. São os problemas da
convivência humana que geram o problema da ética. Há necessidade de ética
porque os seres humanos não vivem isolados; e os seres humanos convivem não
por escolha, mas por sua constituição vital. Há necessidade de ética porque há o
15
outro ser humano. O outro está presente também no futuro (temporalidade) e está
presente em qualquer lugar, mesmo que distante (espacialidade).
O fundamento dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a
sua liberdade (possibilidade) de viver plenamente. As obrigações éticas da
convivência humana devem pautar-se não apenas por aquilo que já temos, mas
também por tudo aquilo que poderemos vir a ter, a realizar, a ser. As nossas
possibilidades de ser são parte da ética da convivência. A atitude ética é uma atitude
de amor pela humanidade.
ÉTICA E JUSTIÇA SOCIAL
A moral tradicional do liberalismo econômico e político acostumou-nos a
pensar que o campo da ética é o campo exclusivo das vontades e do livre arbítrio de
cada indivíduo. Por isso acostumamo-nos a julgar que não seja parte de minha
responsabilidade ética a situação do desempregado, do faminto, do que migrou por
causa da seca, do que não teve êxito na escola etc., só porque esses males não
foram produzidos por mim diretamente.
Um sistema econômico-político-jurídico que produz estruturalmente
desigualdades, injustiças, discriminações, exclusões de direitos etc., é um sistema
eticamente mau, por mais que seja legalmente (moralmente) constituído. Por outro
lado: o fato de existirem injustiças sociais obriga-me eticamente a agir de modo a
contribuir para a sua superação.
ÉTICA E SISTEMA ECONÔMICO
O sistema econômico é o fator mais determinante de toda a ordem (e
desordem) social. É o principal gerador dos problemas, assim como das soluções
éticas. O sistema econômico mundial, do ponto de vista dos que o comandam, é
uma vasta e complexa rede de hábitos consentidos e de compromissos
reciprocamente assumidos, o que faz parecer que sua responsabilidade ética
individual não exista.
A moral dominante do sistema econômico diz que, pelo trabalho, qualquer
indivíduo pode ter acesso à riqueza. A ética diz que, sendo assim, exigem-se
transformações radicais e globais na estrutura do sistema econômico.
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
A voracidade predatória do sistema econômico vigente o faz enxergar a
natureza tão somente como fonte de matérias-primas para a produção de
mercadorias. Com isso a natureza torna-se ela própria uma mercadoria.
A voracidade predatória de nosso sistema econômico está rompendo
perigosamente o equilíbrio de auto-sustentabilidade entre a natureza e o homem.
Este é um dos problemas éticos mais radicais da nossa geração, pois ameaça a
sobrevivência futura do planeta e da humanidade. Preservar e cuidar da natureza é
preservar e cuidar da humanidade, das gerações atuais e futuras. Preservar e cuidar
do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da natureza humana.
16
ÉTICA E EDUCAÇÃO
A educação é uma socialização das novas gerações de uma sociedade. A
educação é também uma possibilidade e um impulso à transformação:
desenvolvimento das potencialidades dos educandos.
Toda educação é uma ação interativa: faz-se mediante informações,
comunicação, diálogo entre seres humanos. Uma educação pode ser boa do ponto
de vista da moral vigente e má do ponto de vista ético. A educação ética (ou, a ética
na educação) acontece quando os valores no conteúdo e no exercício do ato de
educar são valores humanos e humanizadores: a igualdade cívica, a justiça, a
dignidade da pessoa, a democracia, a solidariedade, o desenvolvimento integral de
cada um e de todos.
ÉTICA E POLÍTICA
Política é a ação humana que deve ter por objetivo a realização plena dos
direitos e, portanto, da cidadania para todos. O projeto da política, assim, é o de
realizar a ética, fazendo coincidir com ela a realização da vontade coletiva dos
cidadãos, o interesse público. A função ética da política é eliminar, numa ponta, os
privilégios de poucos; na outra ponta, as carências de muitos; e instaurar o direito
para todos.
São inegáveis os aprimoramentos das instituições políticas no Brasil, ao longo
da sua história. Requer-se, pois, o exercício da cidadania ativa e criativa, tanto pelos
políticos quanto pelos cidadãos: reforçando-se e aprimorando-se as instituições
políticas, fazendo-as valer de direito e de fato. A cidadania ativa, como luta pelos
próprios direitos e pelos direitos de todos, é o exercício cotidiano da ética na política.
ÉTICA E CORRUPÇÃO
A corrupção é a suprema perversidade da vida econômica e da vida política
de uma sociedade. É a subversão dos valores social e culturalmente proclamados e
assumidos como legítimos. A corrupção seja ativa ou passiva, é a força contrária, o
contrafluxo destruidor da ordem social. É a negação radical da ética, porque destrói
na raiz as instituições criadas para realizar direitos. A corrupção é antiética.
A história recente de nosso país tem nesse ponto um dos maiores desafios a
enfrentar. Indignar-se, resistir e combater a corrupção é um dos principais desafios
éticos da política no Brasil.
ÉTICA E CIDADANIA
A ética tem por finalidade a investigação, análise e explicação do
comportamento moral humano.
Cidadania se efetiva num processo de conhecimento e conquista dos direitos
humanos. Inúmeros são os direitos que deveriam ser naturais de todo ser humano: o
17
direito à vida, à igualdade, etc; independentemente de cor, sexo, religião ou
nacionalidade.
É impossível não se reconhecer o seu desenvolvimento e o seu progresso em
muitos aspectos, pelo menos do ponto de vista formal. A escravidão era legal no
Brasil até 120 anos atrás. As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar
apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há 12 anos. Chamamos isso de
ampliação da cidadania.
A cidadania nem sempre é uma realidade efetiva, nem para todos. A
efetivação da cidadania e a consciência coletiva dessa condição são indicadores do
desenvolvimento moral e ético de uma sociedade. O desafio ético para uma nação é
o de universalizar os direitos reais, permitindo a todos a cidadania plena, cotidiana e
ativa.
TRAÇOS CULTURAIS
Há traços culturais em nossa realidade organizacional que exigem
substancial revisão:
•
Autoritarismo - concentração do poder, a dominação, a tendência
à fragmentação (ilhas de poder nas organizações).
•
Paternalismo - corrupção do poder, privilégios, assistencialismo
opressor.
•
Individualismo - competição predatória, egoísmo, falta de visão
social.
Consumismo - possessividade, canibalismo social, a ânsia de
possuir sempre mais.
Subjacente a essas manifestações egocêntricas está à desvalorização
humana, justificando manipulações tecnocráticas, tipo senhor/escravo, casa
grande e senzala, que hoje ganham colorações novas, mas que intrinsecamente
revelam uma mesma realidade. A mudança ética tem que ser organizacional. O
foco deve ser o homem, em dignidade e oportunidades. O homem em equipes
inteligentes, integrado e interagindo.
•
A consciência ética resulta dessa sinergia. O homem não subsiste sozinho.
Sem a equipe, sem o outro, torna-se uma abstração social, manipulável e
excluído.
É a ética da solidariedade que dá sustentação a uma equipe e a torna
indestrutível. Não há vida social autêntica sem fundamentação ética.
Todo trabalho de conversão pessoal precisa estar apoiado por uma
estrutura cultural adequada, sem o que as "recaídas" serão fatais.
Trabalhar a cultura das organizações é fundamental para que as pessoas
possam se converter autenticamente.
A ética pressupõe:
•
Liberdade - numa "cultura de escravos", não há ética que resista.
18
•
Dignidade/Responsabilidade - sem que se valorize o homem,
abrindo espaços à sua participação criativa, é inútil pensar na ética.
•
Igualdade de Oportunidades - o estabelecimento de privilégios,
decorrentes de indefinições políticas e preferências, inviabiliza
qualquer intenção ética.
•
Direitos Humanos - sem que se regulem, com precisão e clareza,
direitos e obrigações, que consultem o bem comum, ser ético tornase um milagre.
Ser competente envolve ser ético. De que serve um indivíduo extremamente
competente, mas sem ética? Profissionais competentes e aéticos freqüentemente
ganham negócios... e perdem a empresa. É o oportunismo - aventureirismo - que
mata a oportunidade, pois não se respaldam em credibilidade.
A visão imediatista é antiética, pois não respeita valores. Vale tudo para
obter resultados: o concorrente tem que ser eliminado. o cliente tem que ser
"encantado” a qualquer preço. Esses valores estão fortemente expressos no
inconsciente do marketing massificado. Daí os apelos publicitários que se
veiculam na mídia e as concessões à popularidade, na subversão dos valores
transmitidos em novelas e programas sensacionalistas.
A educação ética - é condição imprescindível ao processo de renovação e
de continuidade civilizatória.
COMO IMPLANTAR UM PROGRAMA DE ÉTICA
Segundo o advogado Manhães, o primeiro passo para estabelecer um
programa de ética numa empresa é a criação de um código com a participação de
todos os níveis da organização. A segunda etapa é a de treinamento para a
aceitação dos valores do código, e, neste caso, para que funcione efetivamente
deve ser transmitido pelo chefe direto do funcionário. O compromisso com o código
de ética como um todo deve valer também para os chefes, que serão avaliados
como qualquer funcionário.
É bom lembrar que o programa de ética deve vigorar a partir da seleção do
pessoal que concorre a uma vaga na empresa – daí o importante papel do setor de
RH para captar o histórico dos interessados a um determinado posto na empresa. O
último passo para estabelecer um programa de ética numa organização, de acordo
com Manhães, é punir os infratores para que sirvam de exemplo. Uma dica do
advogado para garantir o funcionamento do programa de ética é a criação de um
canal de comunicação interno na empresa.
Na opinião da professora Cecília, o código de ética é uma iniciativa viva, cada
vez mais simples de ser cumprida, mas exige uma mudança na cultura da empresa.
"Investir em filantropia é uma excelente opção, desde que antes a empresa cuide de
seus funcionários e se preocupe com a comunidade onde está instalada. Cometem
uma grande incoerência as empresas que investem milhões em filantropia e adotam
uma política de baixos salários para seus empregados".
19
COMO CARACTERIZAR A CONSCIÊNCIA ÉTICA?
Impossível a vida em sociedade e a continuidade de um grupo sem
estrutura ética.
Para tanto, é preciso distinguir:
Predisposição Ética que se refere à sensibilidade social, a percepção de
valor, a relevância do bem moral.
Consciência Ética que corresponde à capacidade de avaliar e julgar.
A falta de predisposição ética está na indiferença e no fastio quanto ao
comprometimento dos preceitos morais e as restrições que afrontam os
bons costumes.
Hoje, as empresas em ritmo crescente introduzem programas de
responsabilidade social. Houve acréscimo real na predisposição ética?
E quanto à conscientização ética, que é o passo além, referente à
compreensão e decisão em Ser Ético?
Exemplo de insensibilidade ética está no descomprometimento e
desconscientização da mídia televisiva promovendo programas totalmente
deseducativos, verdadeiros lixos morais, como:
exploração patológica do grotesco e do monstruoso
exploração da criança em entrevistas e exibições maliciosas
vocabulário chulo e pornográfico
exibição de anormalidades sexuais e licenciosidades de todo tipo.
Tudo é permitido e bem patrocinado por empresas, cujo critério é o nível de
audiência. Será que o poder econômico está isento da ética?
SOLUÇÃO ÉTICA DOS PROBLEMAS
Para dar uma solução ética a qualquer problema, em primeiro lugar é
necessário que as decisões tomadas se baseiem em normas éticas.
As organizações não podem ser prejudicadas pelas decisões tomadas por
seus empregados. A solução de preservar o bem comum pode ser produto do senso
ético, mas causar prejuízo à organização.
CONTROLE ÉTICO EXTERNO
Os códigos e regulamentos administrativos são os mecanismos que exercem
o controle ético externo, que regem a conduta de servidores públicos e empregados
de iniciativa privada.
AMPLITUDE DO CONTROLE ÉTICO
O controle ético interno e externo tem sob sua alçada todo comportamento
que implique:
•
•
malversação de fundos públicos ou privados e tráfico de influência;
prejuízo do interesse público ou coletivo, em favor do interesse pessoal;
20
•
violação dos direitos civis individuais ou da dignidade humana.
PROPOSTA DE UMA NOVA ÉTICA
Araújo(2001:98) afirma que “ Precisamos de um novo paradigma de
reencantamento pela natureza e de compaixão pelos que sofrem; uma nova
ternura para com a vida e um sentimento autêntico de pertença amorosa a
Terra”.
Urge conceber uma ética que valorize o equilíbrio, a harmonia, o respeito a todos
os seres, uma ética justa, livre e igualitária.
A HORA E A VEZ DA ÉTICA ECOCÊNTRICA
Diz Araújo(2001:102) – A ética ecocêntrica deverá ter como conteúdo central à
preservação e reprodução da vida, com uma conscientização ecológica e
cultural, com um contínuo intercâmbio entre a ética ambiental e o saber
ecológico.
Autora: Rodrigues, Denise Ferreira.
Livro: Aspectos comportamentais da gestão de pessoas / Denize Ferreira
Rodrigues, Maria Elizabeth Pupe Johann, Neisa Maria Martins da Cunha; Ivanildo
Izaias de Macedo, coordenador – Rio de Janeiro.
Editora: FGV, 2003.
148p. – (Gestão empresarial).
ÉTICA, EMPRESA E SOCIEDADE
"Acredito que o futuro do Brasil depende das empresas, uma vez que os
governos não têm sido um modelo e a Educação hoje está severamente
prejudicada", prevê a professora Cecília Arruda, responsável pela criação do Centro
de Estudo de Ética nas Organizações. "A empresa tem poder multiplicador de
padrões éticos e sua contribuição à sociedade é incalculável", afirma.
O advogado Joaquim Manhães classifica as empresas em três segmentos, no
que se refere a padrões éticos. "Num primeiro bloco, coloco as grandes empresas,
entre elas as multinacionais, que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto
(PIB). Nelas o processo ético está formalizado, escrito e possui mecanismos de
avaliação. Já as empresas de nível médio têm consciência do que é ética, mas o seu
programa não está formalizado, enquanto que as pequenas, que são mais
numerosas, estão preocupadas com a sobrevivência e não pensam no assunto. No
entanto, mesmo estas possuem uma consciência ética diante de uma situação que
envolve violação", sintetiza.
Dentro desse quadro, a consultora Elizenda Orlickas destaca o papel do setor
de Recursos Humanos. "Para acompanhar as propostas de gerenciamento
moderno, o RH passou ou deve estar passando por um processo de reformulação
sério, que inclui até mesmo uma revisão de seus padrões éticos", afirma Elizenda,
ressaltando que "o setor de RH deve participar das decisões da empresa e
principalmente ajudá-la a atingir seus objetivos estratégicos. As empresas que
desejam hoje permanecer no mercado têm de implantar um programa de ética e
monitorar o seu cumprimento".
21
"Infelizmente, muitas organizações ainda estão sentadas numa bolha que
pouco mais à frente com certeza irá explodir", lamenta Peter Nadas, da Fides,
referindo-se às empresas que ainda não se conscientizaram do seu papel hoje. "As
organizações devem criar riqueza para a sociedade, transformar o trabalho em
renda e propiciar melhoria na qualidade de vida a seus empregados e à
comunidade." Para ele, "ter princípios éticos não é só obedecer à lei, é uma
qualidade que vem da formação do indivíduo", explica Nadas. "Será que o que
certos empresários praticam na sua organização é aquilo que ensinam para os seus
filhos?", pergunta.
Um outro fator relevante quanto à questão da ética nas empresas é o
aumento de conscientização do público consumidor. "Custa caro não ser ético",
enfatiza Irani Cavagnoli, professor de pós-graduação da Escola Trevisan para
Dirigentes de Empresas. "Se a empresa tem uma política de ‘tirar o sangue’ de seus
funcionários, ‘espremer’ os seus fornecedores para abaixar seus preços, por
exemplo, essas informações são passadas à frente e podem interferir na escolha de
seu produto", observa o professor.
"Muitas das empresas que hoje possuem um código de ética e que o
praticam, infelizmente, implantaram este sistema depois de um escândalo que lhe
custou caro financeira e moralmente. É sempre um grande incômodo para a
empresa lembrar desse momento. É como um familiar com uma doença contagiosa:
os de casa tentam esconder, mas todos lá fora já sabem", adverte o professor Irani.
SOCIEDADE MODERNA A ÉTICA DO TRABALHO
Com o surgimento da burguesia, os interesses eram aumentar a
produtividade e de contribuir para prosperidade dos negócios.O trabalho, na
modernidade, declara uma expressão de liberdade onde ele modifica a natureza,
alterando a si próprio com a tecnologia e cria nova realidade junta á sociedade onde
ele vive.O trabalho identifica-se como fator econômico, salarial, aquisitivo e
psicológico, fazendo a pertencer á um grupo, permitindo-lhe a realização social e
felicidade pessoal e social.
A ética do trabalho consiste em entender essa atividade-o trabalho-como fator
fundamental á construção da identidade e da realização pessoal e ao
estabelecimento de uma ordem social, onde prevaleçam relações fundadas na
dignidade, na liberdade e na igualdade entre os homens.
Os valores do capitalismo são disciplina, subordinação, aplicação e
segurança pessoal.A modernidade afirma que a igualdade e a liberdade são
condições próprias da natureza humana, são valores necessários para o
desenvolvimento da ética no trabalho.Os homens apresentam diferenças, o homem
moderno afirma igualdade como natural porque é útil para aos interesses da
sociedade moderna.
Na defesa desses interesses, o homem moderno lança mão da teoria liberal,
que utiliza os conceitos de igualdade e de liberdade natural para justificar sua prática
social, sua ordem econômica e forma de organização de estado moderno.
Os princípios da teoria liberal, a economia é regulada por leis próprias, desse
modo as relações econômicas deveriam se desenvolver naturalmente, sem controle
22
e intervenção de qualquer outra ordem, para sua garantia de seu desenvolvimento e
o da sociedade.
CLIMA ÉTICO
Uma organização cria e sustenta um clima ético, seus colaboradores têm
melhor desempenho e se mostram mais satisfeitos.
Ferrell et alii(2001)- Os resultados demonstram que a satisfação dos colaboradores
contribuiu para a satisfação dos clientes, por sua vez reflete na satisfação dos
investidores.
Stephen Covey- Quando é baixa a confiança, a empresa entra em decadência, os
relacionamentos se deterioram,resultando em ineficiência geral.
ALGUNS EXEMPLOS DE CONDUTAS ANTIÉTICAS
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A empresa diz não ter preconceito, mas não se vê um só negro trabalhando lá
dentro.
Suborno indireto: os compradores negociam corretamente, mas aceitam
vantagens políticas e às vezes até sexuais de seus fornecedores.
O comprador se envolve com o fornecedor e acaba favorecendo-o mesmo
sem a intenção de fazê-lo.
Comprador para fornecedor: ou você aceita o preço ou seu concorrente
aceita. Este procedimento acaba liquidando os pequenos.
A empresa ter informantes em Brasília.
A contratação de pessoal do concorrente para obter informações.
Subfaturar o produto: o concorrente À pesquisa o mercado e estima que o
valor justo para um determinado produto é de R$ 100,00, computando entre
outros itens o seu custo, mão-de-obra e suas vantagens. No entanto, o
concorrente B fatura o mesmo produto por R$ 50,00 e paga o restante por
fora.
Dois concorrentes combinam abaixar o preço de um produto para liquidar um
terceiro.
Violar o meio ambiente.
A empresa que opta por uma publicidade enganosa, abusiva ou escandalosa,
uma vez que ela tem responsabilidade nesta escolha e não só a agência.
Vender sonho ao invés de produto: propaganda de um sabão que vende o
sonho de uma viagem para a Europa, por exemplo, e não o produto.
PROBLEMAS MORAIS E PROBLEMAS ÉTICOS
Os problemas morais são relativos a pratica e a cada situação especifica,
podendo afetar uma ou muitas pessoas. Já os problemas éticos envolvem reflexões
teóricas sobre os problemas morais.
A definição do que é bom é um problema ético. Determinar o que o individuo deve
fazer numa situação para ser considerado bom é problema moral.
ASSÉDIO MORAL
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O assédio moral é representado pela intenção de constranger ou desqualificar
a pessoa ou profissional.Essa conduta provoca desgaste psicológico, estresse e
angústia, prejudicando o clima organizacional e a produtividade, gerando descaso.
Agressões e ofensas, sem justificativa ou pedido de desculpas, vão aos
poucos destruindo a pessoa atingida.
O assédio moral nas organizações deriva de fatores como inveja,
preconceitos,
estereótipos, crenças religiosas antagônicas.
Raramente um superior é agredido por subordinados, mas isso pode
acontecer, quando ele é novo na empresa e assume posturas não aceitas pelos
colaboradores.
O assédio moral numa organização se manifesta em diferentes situações.
Alguns exemplos:
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desqualificação do elemento por meio de comunicação não-verbal;
recusa a comunicação direta;
descrédito por meio de insinuações sobre sua incompetência;
isolamento, fazendo-o crer que todos estão contra ele;
afronta, confiando-lhe tarefas inúteis;
indução ao erro, para poder acusá-lo em seguida;
assédio sexual, que não é senão outra forma de perseguição moral.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E VOLUNTARIADO
A Responsabilidade Social é uma exigência básica à atitude e ao
comportamento ético, através de práticas que demonstrem que a empresa possui
uma alma, cuja preservação implica solidariedade e compromisso social.
A imagem institucional é um bem que significa para a empresa a aceitação
pública de sua atuação e propostas. São seus ativos intangíveis, a força que
garante sua perpetuidade.
Uma das linhas de ação empresariais mais significativas, nesse sentido,
vem sendo o Voluntariado, ou seja, a disposição dos empregados em se
disponibilizarem a ações solidárias de assistência.
Vem crescendo o apoio efetivo das empresas ao engajamento de suas
equipes em projetos e obras sociais. Isso é excelente, mas requer organização
para que não se percam esforços e motivações.
Recomendamos, para tanto, a formação de Clubes de Cidadania nas
Empresas.
CLUBES DE CIDADANIA NAS EMPRESAS
O Clube de Cidadania consiste em criar uma espécie de “ong interna” grupo que se organiza para o esforço integrado e coordenador das ações sociais.
O Clube do Cidadão, preservado em sua autonomia, deve ser estimulado e
apoiado pela empresa.
Cabe ao Clube de Cidadania:
•
Estabelecer estratégias e programações sociais na empresa
•
Promover Campanhas Motivacionais ao Voluntariado
24
•
Cadastrar as adesões, planejar ações e as escalas de atendimento.
•
Selecionar as obras sociais
•
Debater idéias, buscar soluções criativas.
•
Avaliar resultados
• Treinar voluntários
O Clube de Cidadania é um esforço concentrado e uma inteligente
estratégia de criação do espírito solidário na empresa, que certamente
influenciará concretamente no trabalho empresarial, em reforço ao sentido de
equipe e a produtividade.
ÉTICA COM CHEIRO DE PIZZA
Ética ma non troppo. Ao aprovar ontem pela primeira vez um código de ética
e decoro para nortear o trabalho dos deputados fluminenses e criar um conselho de
ética para julgar infratores, a Assembléia Legislativa do Rio (ALERJ) não quis deixar
as famílias dos parlamentares no meio das discussões. Por 25 votos a 16, foi
rejeitados a emenda do deputado Alessandro Molon (PT) que vetava a nomeação de
mulheres, maridos e parentes até segundo grau dos deputados para cargos na
Casa. Além da vitória do nepotismo, o código também começa a valer com mais
uma polêmica: não foi aprovada a emenda que exigia que todos abrissem mão do
sigilo bancário ao tomar posse.
- A casa perdeu a oportunidade de dar o exemplo ao país ao não proibir o
nepotismo.Ao permitir a contratação de parentes, o código de Ética ficou aquém do
que deveria. Fiquei frustrado em relação ao código – lamentou Molon.
Suspeito da morte do parlamentar Valdeci Paiva (PSL), de quem era suplente, o
deputado Marcos Abrão (PRTB), que perdeu o mandato e conseguiu voltar a casa
graças a uma liminar, também criticou o código aprovado:
- Não existe ética no meio político. Existe conveniência. Se for conveniente
cassarem alguém cassam.Se não, esquecem. É tudo uma politicagem nojenta. Todo
mundo sabe que no PT é em outros partidos também há nepotismo.Só que em vez
de nomear o parente no próprio gabinete, nomeiam no de outro deputado.
O deputado André Corrêa (PPS) também não escondeu a insatisfação com a
rejeição à quebra do sigilo bancário.
- A Assembléia já deu bons exemplos ao acabar com o jeton e reduzir o
período de recesso. Deveria ter também exigido a quebra de sigilo bancário dos
parlamentares. Seria um avanço – reclamou André, que se aliou à bancada do PT
no pedido de quebra de sigilo.
O presidente da ALERJ, Jorge Picciani, considerou que o nepotismo não
venceu na casa:
- O nepotismo não era assunto para ser discutido pelo código de ética. Basta
que um deputado apresente um projeto de lei código,o deputado Paulo elo(PMDB)
também ao considerou uma derrota da ética a os critérios de nomeação que
podermos fazer uma ampla discussão sobre isso.
Um dos autores do projeto que criou a possibilidade de nomear parentes:
- Se não é proibido por lei como pode ser quebra de decoro?
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CONCLUSÃO
Não há dúvidas que a ética pode ser um diferencial no mercado empresarial e
profissional. Se por um lado às empresas querem se livrar da desonestidade,
omissão, má conduta, mentira por outro a atitude dos profissionais em relação às
questões éticas podem ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.
A imagem do profissional no mercado dependerá da suas atitudes e hábitos,
mas a questão ética é muito mais profunda.
Algumas inovações aliadas às mudanças do sistema capitalista causaram
grande impacto nas empresas. A disputa por cargos cresceu e, com ela, o desejo de
passar a perna nos colegas. Assim nos últimos anos, os escritórios viraram um
campo fértil para a desonestidade, a omissão, a má conduta e a mentira. No nosso
dia – a – dia, os sete pecados capitais (luxúria, ira, inveja, gula, preguiça, soberba e
avareza) servem como uma espécie de parâmetro para um bom ou péssimo
comportamento em sociedade.
Mas então o que seria ser ético no mundo atual e capitalista? Ser ético nada
mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É ser altruísta, é
estar tranqüilo com a consciência pessoal.
A imagem da empresa está diretamente ligada a do seu profissional e vice –
versa, assim como a ética pode maximizar os resultados da empresa a antiética
pode comprometer consideravelmente o seu desempenho.
Atuar com responsabilidade profissional e social é um bom caminho,
sobretudo se estiver em consonância com o ‘eu’ interior. O profissional deve se
orientar para uma liberdade responsável, na qual tome consciência das influências
que, em última análise, não dependem dele, pois embora não possa e não consiga
modificar esses elementos, pelo menos pode incorporá-los ao presente pelo qual
deve assumir a responsabilidade.
Assim, fica evidente que a riqueza nem sempre é sinônimo de felicidade, a
escolha pelo caminho a seguir é de critério de cada um, o compromisso com a
dignidade e com a sociedade deve ser o ponto de partida das nossas vidas.
O profissionalismo é a maneira íntegra e honesta de exercer uma profissão.
Ele está fundamentalmente ligado à ética, à moral dos bons costumes.
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ética e trabalho nas organizações