Seca reduz produção de leite em 15% em apenas uma semana, revela cooperativa de produtores Sem alimento suficiente, gado reduz produção de leite e criadores ficam no prejuízo A Por Diego Barros | Minuto Sertão 9 de novembro de 2015 Tw eet Foto: Diego Barros produção de leite entre os animais dos pequenos criadores do Sertão caiu cerca de 15% da semana passada para esta, segundo revelou o presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro. O motivo é a falta de alimento para o gado, provocada pela escassez de chuva. Segundo ele, as reservas de palma forrageira, principal alimento para o gado na região semiárida, já foram consumidas devido às estiagens severas dos últimos quatro anos. “Ninguém tem palma pra vender. Quem plantou, ainda tem a palma muito pequena”, disse Monteiro, que acompanha de perto a situação de alguns dos 4 mil pequenos criadores de gado que fornecem leite ao Programa do Leite, a maioria deles situados no Sertão. Com menos leite, a renda dos agricultores também tem diminuído. Mesmo assim, para aqueles que são fornecedores do Programa do Leite, coordenado pelo governo do Estado em parceria com o governo federal, a situação é um pouco melhor. Eles recebem R$ 1,14 por cada litro de leite fornecido, enquanto aqueles que vendem o produto aos atravessadores recebem apenas R$ 0,80. É o caso de um grupo de produtores do Alto Sertão, nas proximidades do Canal do Sertão. Eles ainda não possuem ponto de recepção com tanque de resfriamento de leite e, com isso, vendem o produto a atravessadores. Um desses criadores revelou ao Blog que, devido à baixa produção de leite, falta de alimento para o gado e pouco retorno financeiro, gostaria de vender alguns animais, mas não encontra compradores. “Nessa época é difícil vender, porque todo mundo tem dificuldade para alimentar os animais, por isso ninguém quer comprar”, pontuou Aldemar Monteiro, da CPLA. Um dos reflexos para o consumidor final, que compra o leite nas prateleiras dos supermercados, pode ser o encarecimento dos produtos alagoanos, o que pode facilitar a entrada de produtos lácteos de outros estados do país.