BEHAVIORISMO
EM PAVLOV E SKINNER
Profa. Dra. Maisa Helena Altarugio
(UFABC)
(1849-1936) foi premiado com o Nobel de
Fisiologia/Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos
de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar para a história por sua
pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel
do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo
condicionado).
Na década de 1920, ao estudar a
produção de saliva em cães expostos a
diversos tipos de estímulos palatares,
Pavlov percebeu que com o tempo a
salivação passava a ocorrer diante de
situações e estímulos que anteriormente
não causavam tal comportamento (como
por exemplo o som dos passos de seu
assistente ou a apresentação da tigela
de
alimento).
Curioso,
realizou
experimentos em situações controladas
de laboratório e, com base nessas
observações, teorizou e enunciou o
mecanismo do condicionamento clássico.
http://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U
PAVLOV E O REFLEXO CONDICIONADO
RESPOSTA/REFLEXO
INCONDICIONADO
(INATO)
CARNE
(ESTÍMULO
INCONDICIONADO)
SALIVAÇÃO
(RESPOSTA/REFLEXO
INCONDICIONADO)
CONDICIONAMENTO
CARNE (ESTÍMULO
INCONDICIONADO)
+ SOM (ESTÍMULO
NEUTRO)
SALIVAÇÃO
(RESPOSTA/REFLEXO
INCONDICIONADO)
RESPOSTA/REFLEXO
CONDICIONADO
(APRENDIDO)
SOM (ESTÍMULO
CONDICIONADO)
SALIVAÇÃO
(RESPOSTA/REFLEXO
CONDICIONADO)
Ex: dilatação e contração da pupila dos olhos em contato com a
mudança da iluminação. Arrepios por causa de ar frio. Salivação diante
da comida.
É controlado por um
.
Estabeleceu conexões entre
O ser humano demonstra ser capaz de assimilar
estímulos que não apresentam relação com seu
comportamento e responder a eles, como se tal
relação existisse.
Isso explicaria, por exemplo, num contexto escolar:
a dor (de cabeça, de estômago, de barriga) da criança
diante da presença de um determinado professor, ou
diretor, ou às vésperas de uma prova, ou diante da
sineta da escola.
Psicólogo norte-americano, expressão
máxima do behaviorismo.
Condicionamento operante: “voluntário”
É controlado por suas conseqüências :
os estímulos se seguem à resposta.
É um mecanismo que premia uma
determinada resposta de um indivíduo
até ele ficar condicionado a associar a
necessidade à ação.
Ex: rato faminto que, numa experiência,
percebe que o acionar de uma alavanca
levará ao recebimento de comida. Ele
tenderá a repetir o movimento cada vez
que quiser saciar sua fome.
O condicionamento operante é
um
mecanismo
de
aprendizagem
de
novo
comportamento – um processo
que
Skinner
chamou
de
modelagem.
http://www.youtube.com/watch?v=--VoFnc7z-Y&hl=pt-BR
O instrumento fundamental de modelagem é o
– a conseqüência
de uma ação quando ela é percebida por aquele que a pratica.
Para o behaviorismo em geral
(comportamento)
(consequência)
(estímulo)
Criança arruma os
brinquedos
Elogio da mãe
Aumenta as chances
(comportamento)
(consequência)
(estímulo)
Criança quebra
vidraça ao jogar
bola
diminui as chances
Obrigada a pagar
pelo estrago
(comportamento)
(consequência)
(estímulo)
Aluno sobe na
carteira para
chamar a atenção
da professora
Diminui/elimina as
chances
A professora
ignora a ação
A aprendizagem é um processo gradual.
 Ocorre quando a pessoa, em virtude de interrelações com contexto,
produz novas respostas, modifica as existentes, aplica em novos
contextos, estabelece relações entre sua atividade e o ambiente. Supõemse que a maior parte do comportamento é aprendida devido a sua
interação com o meio.
 A aprendizagem ocorre por modificações sucessivas das respostas
iniciais, sob efeitos de processos de reforço, extinção, e outros.
Na perspectiva skinneriana, o ensino se dá apenas quando o que precisa
ser ensinado pode ser colocado sob controle de certas contingências de
reforço. Estudantes não aprendem simplesmente quando alguma coisa
lhes é mostrada ou contada. Em suas vidas cotidianas, eles se comportam
e aprendem por causa das conseqüências de seus atos. As crianças
lembram, porque foram reforçadas para lembrar o que viram ou ouviram.
“...dizer que uma pessoa age como quer agir não é uma verdadeira
explicação de seu comportamento. Pois ainda não sabemos por que ela
quis agir desta e não daquela maneira. Isso nos leva diretamente a
”.
“...acredito que a chamada “luta pela liberdade” tem sido, ao longo da nossa
historia, a soma dos esforços do homem para escapar das condições
adversas do meio ambiente. Isto é, das condições de vida perigosas,
punitivas, irritantes, ou, para usar um termo geral, das condições adversas
que determinam nossa conduta e nossas decisões. Não gostamos, por
exemplo, de estar sujeitos a castigos – justos ou não – e portanto fugimos
deles, ou nos
. E,
quando conseguimos fazê-lo, acreditamos ser livres e ter tomado a decisão
de acordo com nossos desejos mais profundos. Mas o que temos
descoberto em nossos estudos é que, quando uma pessoa está fazendo
supostamente o que deseja fazer, na realidade não está fazendo o que
quer. E, sim,
“Nas experiências de laboratório feitas por mim, na década de 30, as
conclusões eram claras: quando um determinado tipo de comportamento é
castigado ...apenas se consegue, simplesmente, dar razões ao sujeito
da experiência para tratar de evitar o castigo não repetindo seus
atos. É este o ponto de partida dos conceitos propostos no meu livro
“Além da Liberdade e da Dignidade”. Nele eu assinalo que, se
continuarmos a castigar nosso semelhantes em nome do conceito de
“homem autônomo”, simplesmente estaremos perpetuando o sistema de
provocar tipos de comportamento desejáveis através de técnicas
punitivas. O problema é que temos medo de procurar soluções diferentes
– soluções que implicariam a aceitação de que é o meio ambiente a raiz
causal do comportamento e não a moral tradicional”.
“O melhor exemplo é, sem duvida, o que podemos tirar do nosso sistema
educativo. Normalmente, no esquema tradicional do processo educacional,
da escola primaria até o ingresso na universidade, o estudante assiste às
aulas só porque não ousa fazer o contrario, ou então é punido. Nossa
educação é obrigatória, não damos ao estudante razões positivas para
estudar; o resultado é que ele foge da aula sempre que pode. Seu objetivo é
sair da escola o mais rapidamente. Mas também parece possível dar aos
estudantes razões positivas, e não punitivas, para assistir às aulas.
Organizar, por exemplo, um sistema de recompensas de maneira que o
estudante deseje ir todos os dias à escola e aproveite sua educação.
Este objetivo pode ser obtido de diversas formas. E a primeira, naturalmente,
é encontrar os fatores que podem impulsioná-lo a procurar tal satisfação no
estudo. Por exemplo, comida especial na hora do lanche. Ou privilégios de
outras espécies, capazes de assegurar que o estudante vira a obter todos os
benefícios, desde que guarde um comportamento satisfatório tanto do ponto
de vista pessoal como da comunidade na qual ele vive e viverá”.
No livro Tecnologia do Ensino, de
1968, o cientista desenvolveu o que
chamou
de
, recebendo
estímulos à medida que avançava no
conhecimento. Grande parte dos
estímulos se baseava na satisfação
de dar respostas corretas aos
exercícios propostos.
Uma das primeiras máquinas de ensinar
aritmética. Esta máquina foi demonstrada
na Universidade de Pittsburgh, em março
de 1954.
Para atingir os objetivos são usados
“reforçadores”,
como
notas,
prêmios, status, reconhecimento de
professores e colegas e promessa
de vantagens sociais futuras.
http://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20
http://www.ufrgs.br/faced/slomp/pead/behaviorismo/maquina-de-ensinar/index.htm
 O material de ensino deve ser subdividido em pequenas etapas que
favoreçam com mais freqüência o feedback e, portanto, o reforço ao
estudante.
Respeito ao ritmo próprio dos aprendizes. A instrução programada leva
o aluno a estudar sem a intervenção direta do professor. O estudo é
individual, "mas auxiliado pelo professor“.
Os programas não precisam ser necessariamente
máquinas; muitos são escritos em forma de livro.
usados
em
REFERÊNCIAS
B.F. Skinner, o cientista do comportamento e do aprendizado. Revista Nova
Escola, 07/2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/praticapedagogica/skinner-428143.shtml#
O COMPORTAMENTALISMO DE PAVLOV E SKINNER , Cibelle Celestino
Silva, Instituto de Física de São Carlos – USP. Disponível em:
http://stoa.usp.br/podo/files/672/3518/Aula%203%20%20O%20Comportamentalismo%20de%20Pavlov%20e%20Skinner.pdf
Entrevista de B.F.Skinner, Revista Veja, no. 316, 25/09/74, pp. 3-6. Disponível
em: http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=251
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