Dinâmica espacial contemporânea Regionalização do Espaço Brasileiro Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz O território brasileiro: do passado ao presente As diferenciações no território contemporâneo Urbanização: cidades médias e grandes Modernização da agricultura/Mudanças nas relações campo-cidade Fluxos de cooperação produtiva no território Instrumentos reguladores do uso do território As diferenciações no território contemporâneo Zonas de densidade e de rarefação Fluidez e viscosidade Espaços da rapidez e da lentidão Espaços luminosos, espaços opacos Espaços que mandam, espaços que obedecem Novas lógicas centro-periferia As zonas de densidade e as de rarefação o território mostra diferenças de densidades quanto às coisas, aos objetos, aos homens, ao movimento das coisas, dos homens, das informações, do dinheiro e, também, quanto às ações; Vistas como números, as densidades não são mais que indicadores (o que vale são os processos evolutivos). Brasil – densidade demográfica (2000) Brasil, malha ferroviária Fonte: CNT (s/d). Disponível em http://www.cnt.org.br/informacoes/pesquisas/atlas/2006/arquivos/pdf/Mapa_Ferroviario.pdf Fluidez e viscosidade Característica do presente momento histórico: necessidade de criar condições de fluidez (circulação); Processo é seletivo e não-igualitário (sobretudo em países de maior extensão territorial); Fluidez virtual/fluidez efetiva. Espaços da rapidez e da lentidão Espaços da rapidez, da lentidão e espaços intermediários; Espaços da rapidez: dotados de maior número de vias, de mais veículos privados, de mais transportes públicos; são também aqueles que têm maior vida de relações e maior divisão do trabalho. Espaços luminosos, espaços opacos - espaços luminosos: acumulam densidades técnicas e informacionais; mais aptos a atrair atividades com maior conteúdo em capital, tecnologia e organização; - espaços opacos: onde tais características estão ausentes; - Entre esses extremos deve haver uma enorme gama de situações intermediárias. Espaços que mandam, espaços que obedecem - Há espaços que comandam e espaços que obedecem, mas o comando e a obediência resultam de um conjunto de condições, e não de uma delas isoladamente; - O exercício do poder regulatório por empresas e pelo poder público não é independente dos sistemas de engenharia e dos sistemas normativos presentes em cada lugar, mas este, em si mesmo, não dispõe de nenhuma força de comando. Síntese da proposta de Santos e Silveira Novas lógicas centro-periferia Três momentos da história territorial do Brasil: 1. Brasil arquipélago; 2. Advento da ferrovia (emergência de SP e RJ como um pólo com relações ainda incompletas com o restante do país) – indústria = motor do desenvolvimento; 3. Novo motor = informação; principais atividades econômicas moldam-se a forças centrífugas; - Centralidade política se fortalece em Brasília; centralidade econômica se afirma em São Paulo. O “novo” papel da circulação Produção (DIT e especialização produtiva) ↓ Circulação ↓ Produção Fluxos de cooperação produtiva no território - divisão territorial do trabalho (repartição das atividades entre lugares) + movimento (fluxos)= funcionamento do território; - A crescente segmentação territorial das etapas do trabalho intensifica as trocas e as relações entre as regiões (que não são, necessariamente, áreas contíguas); - Inteligência do capital: reúne o que o processo direto da produção separou (por meio de verdadeiros círculos de cooperação – fluxos). Características desse momento histórico o gigantismo dos navios a especialização/racionalização do transporte a multilocalização a hegemonia dos armadores a hegemonia dos portos da Ásia de Sudeste Porta-contêiner Fonte: www.bsoverseas.it/container-ship%2520melissa.jpg Multilocalização – nova face da circulação de mercadorias tradução territorial do fenômeno da globalização diz respeito à produção espalhada pelo território, viabilizada, principalmente, pelo aparecimento do contêiner principais ramos de atividade envolvidos: automobilístico, químico e eletrônico. Novos países industrializados Maiores portos do mundo em movimentação geral de carga e de carga conteinerizada (2003). O Sistema Portuário Brasileiro Atual Hinterlândia do Porto de Santos Instrumentos reguladores do uso do território - Zoneamento econômico-ecológico - ZEE - EIA-RIMA - Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro - Planos Diretores - Planos Diretores Municipais - Superposição, concorrência e complementaridade dos instrumentos reguladores do uso do território Sobre a natureza desses instrumentos - não há instrumento de ordenamento territorial que não seja imbuído de intencionalidades e, portanto, de ideologias; - Nossa legislação recente incentiva e incorpora o diálogo entre saberes técnicos e científicos e os saberes da prática. Daí, todos esses instrumentos preverem, de algum modo, a participação da sociedade civil. - Um pressuposto importante é reconhecer que não há uma metodologia hegemônica a ser adotada por todos esses instrumentos. Sobre espaço, território e planejamento - todo planejamento territorial não se dá sobre um espaço “plano”, “vazio”, um receptáculo puro e simples de nossas ações; - Ao contrário, ele se dá sobre um espaço concreto, híbrido, herdado, histórica e socialmente construído (constrangimentos objetivos às propostas de ordenamento). - Diante do exposto, há que se reconhecer, conforme Lipietz (1988), não existem regiões pobres, mas regiões de pobres. A economia política do território - As divisões do trabalho superpostas - A privatização do território (uso corporativo) - A ampliação dos contextos (uso diferencial=uso - hierárquico) A guerra global entre os lugares A circulação desnecessária A instabilidade do território Especializações alienígenas e alienadas