FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS COMO
CONTRIBUIÇÃO PARA QUALIDADE DE VIDA
ANDERSON JONES DURAN RODRIGUES
PORTO VELHO – RO
2013
OS BENEFÍCIOS DA PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIOS FÍSICOS COMO
CONTRIBUIÇÃO PARA QUALIDADE DE VIDA
Orientando: Anderson Jones Duran Rodrigues.
Orientadora: Mestre Silvia Teixeira de Pinho.
Monografia
de
Graduação
apresentada ao curso de Educação
Física do Núcleo de Saúde da
Universidade Federal de Rondônia –
UNIR, para obtenção do título de
Licenciatura Plena em Educação
Física.
PORTO VELHO - RO
2013
ANDERSON JONES DURAN RODRIGUES
DATA DA DEFESA: 07/05/2013
BANCA EXAMINADORA
Profª. Ms. Silvia Teixeira de Pinho (Orientadora)
Julgamento: ______________
Assinatura:_________________________________
Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves
Julgamento: ______________
Assinatura:_________________________________
Prof. Ms. José Roberto de Maio Godoi Filho
Julgamento: ______________
Assinatura:_________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho as pessoas mais importantes na minha vida, Astrid
minha dedicada e amada mãe e a Fernanda minha companheira para todos os
momentos, pois sem essas pessoas eu não teria conquistado tantas vitorias e
não estaria preparado para mais e mais vitorias.
Obrigado pelas broncas, carinhos, incentivos e tudo mais. Amo muito
vocês.
AGRADECIMENTOS
Por toda conquista realizada até este momento, agradeço a Deus, por
tudo de bom e crescimento que me proporcionou.
Após concluir uma faze tão importante de minha vida tenho tanto a
agradecer, tantas pessoas que fizeram parte deste momento.
Querida mãe, Astrid, sem seu amor e sua bravura eu não seria o pessoa
que sou obrigado por tudo que você me ensinou, me incentivou, muitas vezes
me deu broncas que me incentivaram a crescer, eu te amo muito.
A minha noiva, Fernanda, obrigado. Sem você tenho certeza que este
caminho seria muito difícil. Sei que para você não foi fácil ter que fazer seus
trabalhos e ainda cuidar de mim, apesar de tudo, está sempre ao meu lado me
apoiando. Eu te amo muito.
Aos amigos, de infância, da faculdade, do trabalho da vida meu muito
obrigado pelo companheirismo.
Querida orientadora, Silvia, agradeço ao destino por ter colocado você
no caminho de nossa turma, pois você é muito importante para nossa vida
profissional, você nos ajudou no momento mais decisivo de nossa vida
acadêmica. Obrigado por tudo.
Professores do Departamento de Educação Física, agradeço a todos,
cada uma de vocês me ensinou algo novo e importante para minha vida. Vocês
foram fundamentais para minha formação.
“Educais as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”.
Pitágoras
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
I – INTRODUÇÃO......................................................................................................10
1.1.
JUSTIFICATIVA............................................................................................12
1.2.OBJETIVO......................................................................................................13
II - METODOLOGIA...................................................................................................14
III – REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................14
3.1. EXERCÍCIO FÍSICO....................................................................................14
3.2. SEDENTARISMO........................................................................................20
3.3. QUALIDADE DE VIDA................................................................................23
3.4. EXERCÍCIOS AERÓBIOS E ANAERÓBIOS.............................................26
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................28
V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................29
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi descrever a relação da prática de Exercício Físico
com a promoção da Qualidade de Vida. Tendo em vista, o avanço tecnológico e com
isso o aumento excessivo da inatividade física, ocasionando um grande número de
Sedentários. Este trabalho utilizou a revisão expositiva do tema, com base em vários
estudos científicos. O início da prática de qualquer tipo de Atividade Física depende de
um estímulo e/ou incentivo. Influências sociais da família e amigos, da mídia e a busca
para alcançar seus objetivos, são de enorme importância para o início da prática de
Exercícios Físicos. O Exercício Físico ajuda na melhora da Aptidão Física, além de
evitar doenças e dar disposição para as pessoas realizarem as tarefas do cotidiano.
Estudos recentes apontam que um estilo de vida pouco ativo é um grande fator de
risco para o surgimento de varias patologias como a doença coronariana e o acidente
vascular cerebral que são as principais causas de mortes em todo o mundo. A
Organização Mundial da Saúde (1995) define Qualidade de Vida como a percepção do
indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos
quais ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
De acordo com Nahas (2001), são inúmeros os fatores que determinam a Qualidade
de Vida tais como: estado de saúde, longevidade, satisfação, prazer e até
espiritualidade. De acordo com o mesmo autor, num sentido mais amplo, Qualidade de
vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o
atendimento das necessidades humanas fundamentais. A adoção do hábito de pratica
Exercícios Físicos com regularidade e bem orientados por um professor de Educação
Física proporciona condição para enfrentar a atual vida cotidiana com jornada trabalho
e os afazeres do dia-a-dia. Assim sendo, a prática regular de Exercício Físico
proporciona um estado de bem estar biopsicossocial onde se obtêm uma saúde
estável sem sintomas e isso caracteriza a promoção da Qualidade de Vida.
PALAVRA-CHAVES: Exercícios Físicos; Qualidade de Vida; Sedentarismo.
ABSTRACT
The aim of this study was to describe the relationship of practice Exercise with
the promotion of quality of life. Given the technological advances and thus the
excessive increase in physical inactivity, resulting in a large number of sedentary. This
study used the review expository theme, based on several scientific studies. The early
practice of any type of physical activity depends on a stimulus and / or encouragement.
Social influences of family and friends, the media and the quest to achieve their goals,
are of great importance to the early practice of Physical Exercises. Physical Exercise
helps in improving the Physical Fitness, and prevent diseases and willingness to give
people perform daily tasks. Recent studies indicate that an active lifestyle is just a big
risk factor for the emergence of various diseases such as coronary heart disease and
stroke are the leading causes of deaths worldwide. The World Health Organization
(1995) defines quality of life as the individual's perception of their position in life in the
context of culture and value systems in which they live, considering your goals,
expectations, standards and concerns. According to Nahas (2001), there are many
factors that determine the quality of life such as: health, longevity, satisfaction,
pleasure, and even spirituality. According to the same author, in a broader sense,
Quality of life can be a measure of human dignity, because it presupposes the
fulfillment of basic human needs. Adopting the habit of practicing Physical Exercise
regularly and targeted by a physical education teacher provides the current condition to
face everyday life with journey work and chores of day-to-day. Thus, the regular
practice Exercise provides a welfare state where biopsychosocial get a stable health
without symptoms and this characterizes the promotion of quality of life.
KEYWORDS: Physical Exercises; Quality of Life; Sedentary.
1. INTRODUÇÃO
Nas ultimas décadas, tem-se assistido uma transformação sem precedentes no
padrão de vida das pessoas. A mecanização, os avanços tecnológicos, a
informatização e a presença cada vez mais frequente dos chamados labor saving
devices (mecanismos que poupam o esforço físico) como escadas rolantes,
elevadores e controles remotos têm reduzido, conduzido à diminuição progressiva da
Atividade Física no trabalho, em casa e no lazer (NAHAS, 2000).
Estudos recentes apontam que um estilo de vida pouco ativo é um grande fator
de risco para o surgimento de varias patologias como a doença coronariana e o
acidente vascular cerebral que são as principais causas de mortes em todo o mundo.
Segundo Haskell (1998), 54% dos fatores de risco de morte por problemas cardíacos
estão relacionados ao estilo de vida, isto é, alimentação, Atividade Física, pressão
arterial, entre outros.
Estudos epidemiológicos como de Monteiro et al (2003) realizados no Brasil,
mostram que de 87% a 96,5% da população adulta não são suficientemente ativos,
porcentagens estas superiores as de 60% reportadas por Gonzalez et al (2001) em
relação a 15 países membros da União Europeia. A elevada porcentagem de
brasileiros não suficientemente ativos pode contribuir para aumentar as taxas de
morbidade e mortalidade.
O conceito de Qualidade de Vida é amplo, sendo influenciado por todas as
dimensões da vida, que inclui, mas não está limitada a saúde. A Qualidade de Vida
está associada aos aspectos de estilo de vida, como Atividade Física, nutrição,
comportamento preventivo, controle do estresse e do uso de drogas (álcool, cigarro,
entorpecentes, etc.), adicionando-se a esses fatores: a) capacidade s que permitam
manter razoáveis funções físicas, emocionais e intelectuais e: b) habilidades para
participar em atividades com a família, no local de trabalho e na comunidade.
Buscando uma melhora na Qualidade de Vida a população recorre aos
Exercícios Físicos, que têm grande aceitação hoje em dia como um bom recurso para
minimizar os prejuízos que são causados por vários fatores que afetam o estilo de vida
saudável, como o estresse das grandes cidades, Sedentarismo e a má alimentação,
que acabam abalando a estrutura qualitativa dos seres humanos (TAHARA, 2003).
Segundo Pitanga e Lessa (2010), o Sedentarismo é caracterizado pela
ausência de Atividade Física, sendo considerada a doença do século por estar
associado ao comportamento cotidiano decorrente dos confortos da vida moderna que
através do processo de industrialização provoca a diminuição da prática de atividades.
Existem evidencias claras que o Sedentarismo está ligado a doenças
cardiovasculares, câncer, diabetes, saúde mental, hipertensão arterial, tendo maior
prevalência em mulheres, idosos e pessoas de baixa escolaridade.
Com o grande crescimento do Sedentarismo motivado pelo avanço tecnológico
mundial e com a grande concentração da população em grandes cidades, procura-se
cada vez mais a prática de Exercícios Físicos, buscando amenizar ou acabar com os
efeitos do Sedentarismo.
Atualmente está em evidencia à preocupação da população com a melhoria da
Qualidade de Vida, nota-se que as informações a respeito da pratica de Exercício
Físico, acarreta um grande aumento de procura pela prática.
É importante ressaltar, no entanto, que o estilo de vida Sedentário não é
verificado apenas em adultos, abrange crianças e adolescentes, que realizam cada
vez menos Atividade Física em seu dia a dia. Como consequência deste processo,
verifica-se que a Aptidão Física de crianças e adolescentes situa-se em níveis que
geram preocupações na comunidade científica da área da saúde.
Alguns pesquisadores têm discutido o papel da Educação Física escolar em
relação à prevenção e promoção da saúde no Brasil preocupação valida, na medida
em que se considera a escola como um local primário para a prevenção e promoção
da saúde. O profissional de Educação Física tem a possibilidade de avaliar e
acompanhar as sucessivas alterações em componentes do crescimento e da Aptidão
Física ao longo de determinados períodos. Com relação ao crescimento, por exemplo,
Prista (2002) afirma que o seu acompanhamento é consensualmente aceito como um
instrumento de utilização na aferição das condições de saúde de uma população, na
medida em que contribui de maneira decisiva no diagnóstico de possíveis problemas
nutricionais.
Com relação à Aptidão Física, Pate (1983) propõe a divisão em Aptidão Física
relacionada ao desempenho atlético, e Aptidão Física relacionada à saúde, esta última
força/resistência muscular localizada e flexibilidade.
Estudos evidenciam que o Exercício Físico praticado regularmente é benéfico
para a saúde, proporcionando melhora da eficiência do metabolismo (aumenta o
catabolismo lipídico e o gasto calórico corporal) com consequente diminuição da
gordura corporal, aumento da massa muscular, aumento da força muscular, melhora
da densidade óssea, fortalecimento do tecido conjuntivo, aumento da flexibilidade
(melhora a mobilidade articular), melhora na postura, aumento do volume sistólico,
diminuição da frequência cardíaca em repouso, aumento da potencia aeróbia,
aumento da ventilação pulmonar, diminuição da pressão arterial, melhora a
sensibilidade à insulina, melhora do autoconceito, melhora a autoestima e da imagem
corporal, diminuição do estresse, da ansiedade, da depressão, da tensão muscular e
da insônia, melhora do humor, aumento da disposição física e mental, diminuição do
uso de medicamentos como: anti-hipertensivo, antidiabéticos orais, insulina e
tranquilizantes, melhora das funções cognitivas e da socialização e também, melhora
o funcionamento orgânico geral proporcionando Aptidão Física para uma boa
Qualidade de Vida (SANTAREM, 1996; SAMULSKI; LUSTOSA, 1996; MATSUDO,
1996).
Conforme o estudo realizado por Santos (2006), os motivos iniciais para a
prática de Exercício Físico na idade adulta são: ordem medica; lazer e Qualidade de
Vida; estética; saúde (ou Condicionamento Físico). Apesar de o motivo principal não
ser a estética boa parte da população está preocupada com a imagem corporal diante
a sociedade o que torna a pratica regular de Exercícios Físicos uma grande
ferramenta pra se obter os resultados desejados.
Com a grande procura pelo Exercício Físico regular tanto por motivos de
melhoria de Condição Física e da saúde, ou a busca de um local atrativo socialmente
o mercado deste seguimento está em grande ascensão atualmente com o surgimento
de grades clubes, academias e ate mesmo profissionais que atendem nas residências
dos clientes ou atendem grupos em condomínios.
Para Saba (2001) o Exercício Físico é benéfico tanto no aspecto biológico,
como também no nível psicológico. Os efeitos positivos sobre os aspectos
psicológicos originam do prazer que se é obtido na atividade realizada.
Portanto, sabendo se dos malefícios a saúde causados a população que não
tem o hábito da prática regular de Exercícios este estudo visa analisar as relações
entre Exercício Físico e promoção da Qualidade de Vida.
1.1 JUSTIFICATIVA
Justificamos o presente estudo porque é relevante analisar as relações da
prática regular de Exercício Físico como contribuição para Qualidade de Vida, tendo
em vista que um estilo de vida Sedentário pode ocasionar alguns problemas de saúde.
O Exercício Físico ajuda na melhora da Aptidão Física, além de evitar doenças e dar
disposição para as pessoas realizarem as tarefas do cotidiano.
Os principais fatores abordados por Marcellino (2003) mostram que a saúde o
Condicionamento Físico, a estética, o relaxamento, fazer amigos e encontrar amigos,
são os motivos por ordem que levam as pessoas a procurarem locais que ofereçam à
prática de Exercícios Físicos.
Knijnik e Santos (2006), após analisarem os motivos iniciais de adesão de um
grupo de adultos, à prática de Exercícios Físicos identificaram aspectos como: ordem
médica; lazer e Qualidade de Vida; estética; saúde (ou Condicionamento Físico).
Enfatizaram que apesar da principal adesão destes indivíduos não ser de cunho
estético, os mesmos demonstraram certa preocupação com a imagem corporal
perante a sociedade. Para eles, vários autores apontam como aspectos comuns às
pessoas para o início da prática: conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; o
prazer da prática; conhecimento da melhora dos aspectos sociais e psicológicos e a
melhora estética.
Segundo Peluso (2005), além dos benefícios, a prática do Exercício Físico
também está associada a prejuízos para a saúde mental, aparecendo ligada a quadros
como “exercício excessivo”. Pessoas que criam relações de dependência e compulsão
pela prática de Exercícios Físicos passam a buscar nessas atividades mais a
diminuição de sensações desagradáveis, como ansiedade, irritabilidade e depressão
do que uma boa forma física.
Diante destes pressupostos, justificamos o interesse em realizar este estudo,
para expor a relação de forma geral entre a prática sistemática de Exercício Físico e a
e sua contribuição na Qualidade de Vida.
1.2 OBJETIVO
Objetivo Geral;
- Descrever a relação da prática de Exercício Físico como contribuição para
Qualidade de Vida.
Objetivos Específicos;
- Verificar os motivos da prática de Exercícios Físicos bem como analisar os
benefícios agudos e crônicos desta prática nas valências biológicas, sociais e mentais;
- Descrever os motivos que levam ao Sedentarismo;
- Analisar as valências da Qualidade de Vida.
2. METODOLOGIA
Este trabalho utilizou a revisão expositiva através de análise documental sobre
a prática regular de Exercícios Físicos para a promoção da Qualidade de Vida, com
base em vários estudos científicos. A escolha do estudo justifica-se pela relevância em
se analisar e evidenciar este tema.
Para coleta de dados foi feito um levantamento de artigos sobre o assunto e
realizado buscas bibliográficas utilizando-se o banco de dados das revistas científicas
da área, livros e periódicos da CAPES.
Segundo Miranda (1997), este modelo de revisão de literatura expõe o tema
em questão através da análise e síntese de pesquisas. No que diz respeito a sua
classificação, foi escolhido à classificação de abrangência. Desta forma, estipula-se
um período de tempo especifico para a cobertura do tema, considerando o progresso
da pesquisa atual. Sendo assim, torna-se claro o problema, além de ser possível uma
melhor definição e esclarecimento do mesmo (MIRANDA, 1997).
3
REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Exercício Físico
Sabe-se que a relação entre Exercício Físico e saúde não é simples, nem
tampouco unidirecional. Envolve de alguma forma, a relação com a Aptidão Física,
quando abrange componentes associados ao estado de saúde, pode também ser
determinada por outros fatores (ambientais, sociais e características genética) e variar,
principalmente, em função de objetivos pessoais, idade e condição geral da saúde
(NAHAS, 2003; PITANGA, 2003).
A Atividade Física é praticada pelo ser humano desde os seus primórdios, pois
segundo Saba (2001), a atividade física é o movimento corporal humano que envolve
um gasto de energia superior ao gasto da situação de repouso, logo, deduz-se que
qualquer atividade que um indivíduo faça que ultrapasse seu gasto energético basal
(gasto energético em repouso exigido pelas atividades básicas do corpo), pode ser
considerada atividade física.
A Atividade Física é primordial para todos, pois uma prática com qualidade
proporciona muitos benefícios não só a saúde como também para o social, humor e
psicológico.
Segundo Monteiro (2004) Exercício Físico é uma atividade com repetições
sistemáticas de movimentos orientados, com consequente aumento no consumo de
oxigênio devido à solicitação muscular, gerando, portanto, trabalho. O exercício
representa um subgrupo de Atividade Física planejada com a finalidade de manter o
condicionamento. Pode ser também ser definido como qualquer atividade muscular
que gere força e interrompa a homeostase. O Exercício Físico provoca uma serie de
respostas
fisiológicas
nos
sistemas
corporais
e,
em
especial
no
sistema
cardiovascular.
Com o objetivo de manter a homeostasia celular em face do aumento das
demandas metabólicas, alguns mecanismos são acionados. Esses mecanismos
funcionam sob a forma de arcos reflexos constituídos de receptores, vias aferentes,
centros integradores, vias eferentes e efetores; muitas etapas desses mecanismos
ainda não foram completamente elucidadas.
Para Mcardle (1992) o Exercício Físico pode ser usado no sentido de retardar
e, até mesmo, atenuar o processo de declínio das funções orgânicas que são
observadas nas fazes da maturação humana, pois promove melhoras na capacidade
respiratória, na força muscular, na memoria recente, na cognição e nas habilidades
sociais. Vale salientar que os Exercícios Físicos devem ser executados de forma
preventiva, ou seja, antes da doença apresentar suas manifestações clínicas. As
intervenções reabilitadoras devem ser programadas de modo a atender as
necessidades de cada indivíduo e, dessa forma, a Atividade Física deve ser mantida
regularmente na Qualidade de Vida e aumento na longevidade.
Além disso, o Exercício Físico leva o individuo a uma maior participação social,
resultando em um bom nível de bem-estar biopsicofísico, fatores esses que
contribuem para a melhoria de sua Qualidade de Vida (CARDOSO, 1992).
O exercício, depois de superado o período inicial, é uma atividade usualmente
agradável e que traz inúmeros benefícios ao praticante, que vão desde a melhora do
perfil lipídico até a melhora da autoestima.
Durante a realização de Exercício Físico, ocorre liberação da endorfina e da
dopamina pelo organismo, propiciando um efeito tranquilizante e analgésico no
praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-esforço
e, em geral, consegue manter-se num estado de equilíbrio psicossocial mais estável
frente às ameaças do meio externo (MARIN-NETO, 1995).
Os mecanismos responsáveis pelos ajustes do sistema cardiovascular ao
exercício e os índices de limitação da função cardiovascular constituem aspectos
básicos relacionados ao entendimento das funções adaptadas. Esses mecanismos
são multifatoriais e permitem ao sistema operar de maneira efetiva nas mais diversas
circunstanciais. Os ajustes fisiológicos são feitos a partir das demandas metabólicas,
cujas informações chegam ao tronco cerebral através de vias aferentes, até a
formação reticular bulbar, onde se situam os neurônios reguladores centrais
(MONTEIRO, 2004).
É importante destacar a importância do discernimento entre conceito de
Atividade Física que é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer
movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto
energético maior que os níveis de repouso, e do Exercício Físico (um dos seus
principais componentes), que é uma Atividade Física planejada, estruturada e
repetitiva que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a
saúde/aptidão física (MONTEIRO, 2000).
Os efeitos fisiológicos do Exercício Físico podem ser classificados em agudos
imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos, denominados respostas, são
os que acontecem em associação direta com a sessão de exercício; os efeitos agudos
imediatos são os que ocorrem nos períodos pré e pós-imediato do Exercício Físico,
como elevação da frequência cardíaca, da ventilação pulmonar e sudorese; já os
efeitos agudos tardios acontecem ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes,
até 72 horas) que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na
discreta redução dos níveis tensionais, especialmente nos hipertensos, na expansão
do volume plasmático, na melhora da função endotelial e na potencialização da ação e
aumento da sensibilidade insulínica na musculatura esquelética. Por último, os efeitos
crônicos, também denominados adaptações, resultam da exposição frequente e
regular as sessões de exercícios e representam aspectos morfofuncionais que
diferenciam um individuo fisicamente treinado de outro Sedentário, tendo como
exemplos típicos a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia muscular, a hipertrofia
ventricular esquerda fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO 2
máximo).
O exercício também é capaz de promover a angiogênese, aumentando o fluxo
sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco.
Tem sido demonstrado que o Exercício Físico é eficiente na redução da
pressão arterial, porem, a quantidade, o tipo e intensidade do exercício ainda são
controversos. Apesar de não haver dúvidas relacionadas aos benefícios do
treinamento físico no controle da pressão arterial e respostas metabólicas de pessoas
hipertensas, há poucos estudos que avaliam os resultados, em longo prazo de um
programa de Exercícios Físicos em pacientes hipertensos (MONTEIRO, 2007).
O Sedentarismo pode levar ao aumento da adiposidade visceral que
proporciona o aumento da secreção de citosinas pró-inflamatórias, tais como fator de
necrose tumoral-α (TNF- α) e interlucinina-6 (IL-6), o que resulta na instalação de um
estado de inflamação crônica de grau baixo. O Exercício Físico regular, por sua vez,
promove efeitos anti-inflamatórios e tem sido utilizado como terapia preventiva e de
tratamento para doenças crônicas (PETERSEN, 2005).
A leptina é um hormônio produzido pelo tecido adiposo que desempenha um
papel importante na regulação da ingestão alimentar, no gasto energético e na
adiposidade (BOMTEIN, 2000).
Reed (2010) sugere que o Exercício Físico regular melhora o perfil da
leptinemia. Contudo, a influência do exercício sobre a leptina é medida pela alteração
na composição corporal. Assim, em indivíduos obesos submetidos a treinamento físico
só se observa redução na concentração sérica de leptina quando o protocolo de
treinamento reduz a adiposidade.
A prática regular de Atividade Física tem sido recomendada para a prevenção e
reabilitação de doenças cardiovasculares e outra doenças crônicas por diferentes
associações de saúde no mundo como o American College of Sports Medicine, os
Centers for Disease Control and Prevention, a American Heart Association, o National
Institutes of Hearth, US Surgeon General, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, entre
outras. Estudos epidemiológicos tem demonstrado relação direta entre inatividade
física e a presença de múltiplos fatores de risco como os encontrados na síndrome
metabólica. Entretanto, tem sido demonstrado que a pratica regular do Exercício Físico
apresenta efeitos benéficos na prevenção e tratamento de hipertensão arterial,
resistência
à
insulina,
diabetes,
dislipidemia
e
obesidade.
Com
isso,
o
Condicionamento Físico deve ser estimulado para todos, pessoas saudáveis e com
múltiplos fatores de risco, desde que sejam capazes de participar de um programa de
treinamento físico. Assim como a terapêutica clinica cuida de manter a função dos
órgãos, a Atividade Física promove adaptações fisiológicas favoráveis, resultando em
melhora da Qualidade de Vida.
Atualmente vivemos em tempos da geração saúde, academias com grande
fluxo de alunos, corpos sarados e saudáveis. Nesse contexto o comércio de materiais
esportivos e profissionais da área de fitness como personal trainers, estão com muito
trabalho, não dando conta de atender toda a demanda, clientes com os mais diversos
objetivos, desde a redução das gorduras localizadas ao desenvolvimento da atividade
física com propósito de saúde e bem estar. Este contexto nos faz parecer uma
sociedade ativa, porém não é bem assim, os números apresentados sobre as taxas de
sedentarismo ainda são muito altas; em estudos, observa-se um percentual de 30 a
80% de pessoas, dependendo do grupo e de pessoas estudadas, que citam não
realizar qualquer tipo de atividade física em seu tempo livre (NAHAS, 2003).
Sendo assim, apesar dos benefícios dos exercícios físicos serem muitos e
bastante divulgados, a taxa de abandono nos seis primeiros meses dos programas de
exercícios físicos, é de aproximadamente 50% (WEINBERG e GOULD, 2008).
Segundo Saba (2001), entende-se a aderência como ponto máximo de uma
evolução constante, objetivando inserir-se no cotidiano da vida de uma pessoa. Neste
sentido, conforme Dishman (1993), o relacionamento com a prática de Atividade Física
no passado, tem grande relevância na interpretação dos determinantes passados e
presentes, como também nos prognósticos de atividades futuras. Contudo, conforme
Saba (2001), o grande desafio é fazer do exercício prática constante de um individuo.
Um estudo realizado por Garay e Oliveira (2012) que era objetivado em
verificar a relação entre a aderência e frequência dos indivíduos em programas de
Atividades Físicas e a influencia de diferentes níveis de Aptidão Física, a pesquisa
contou com 1.573 indivíduos que foram distribuídos em quatro subgrupos em relação
à prática de suas Atividades Físicas “regulares de alta” e de “baixa frequência” e
“baixa frequência”. Neste sentido foi possível observar que, indivíduos com Aptidão
Física inicial acima da média eram mais regulares e frequentes que aqueles com
aptidão aeróbia abaixo da média; o grupo “não regulares com baixa frequência”
apresentou valor médio de VO²max e, em contrapartida, níveis iniciais de flexibilidade
não influenciaram na manutenção aos programas de Atividade Física. A comparação
entre status inicial, “ativo” ou “menos ativo”, antes de se iniciar o programa com
posterior analise do estado de adesão aos Exercícios Físicos, não apresentou
resultado significativo. No estudo concluiu que se o individuo apresentar uma maior
Aptidão Física aeróbia pode estar associada a uma maior adesão ao Exercício Físico
e que, não necessariamente um perfil “ativo” ou “menos ativo” influencia no
comportamento posterior em relação à regularidade e a frequência das atividades.
O aumento da gordura abdominal pode estar associado a diversas
complicações metabólicas e doenças cardiovasculares. Exercícios Físicos reduzem a
gordura localizada abdominal, entretanto faltam evidencias conclusivas sobre quais
tipos e intensidades de treinamento são mais eficazes. Um estudo realizado por
Macedo e Silva (2009) teve como objetivo avaliar e comparar os efeitos dos Exercícios
aeróbio e resistido sobre a gordura abdominal de mulheres obesas. O estudo incluiu
31 mulheres (19 grupo aeróbio e 12 grupo resistido) com idades entre 29 e 59 anos,
com alto índice de gordura abdominal, não praticantes de Exercício Físico regular. O
treinamento do grupo aeróbio incluiu caminhada e corrida em pista de atletismo e do
grupo resistido exercícios com pesos. Os grupos realizaram de 50 a 70 minutos de
exercícios, três vezes por semana, durante 10 semanas. Foram aferidas a massa
corporal, estatura, circunferência da cintura, dobras cutâneas e calculados o Índice de
Massa Corporal, o percentual de gordura, a massa de gordura e massa magra nos
períodos pré e pós-treinamento. Ambos os programas de exercícios promoveram
diminuições significativas na circunferência da cintura, no percentual de gordura
corporal e de dobra cutânea do abdome, entretanto a massa corporal e o Índice de
Massa Corporal não alteraram significativamente. Apesar de o grupo resistido ter
apresentado maiores reduções de circunferência da cintura, gordura subcutânea
abdominal e percentual de gordura corporal o grupo aeróbio, não houve diferença
estatística entre os valores. O estudo concluiu então que tanto o exercício aeróbio
como o resistido, realizados com intensidade moderada e durações de 150 a 210
minutos semanais, promovem diminuição da gordura localizada abdominal e ajustes
positivos na composição corporal de mulheres obesas.
O Exercício Físico também tem seu lado considerado ruim, o overtraining, que
é semelhante a anorexia, ocorre quando a pessoa decide praticar Exercícios Físicos
por não estar satisfeito com seu corpo, e não percebe a diferença, dessa forma ele
acha que não esta obtendo o resultado desejado e aumenta a quantidade de
exercício, até tornar um ciclo vicioso.
O mecanismo do overtraining ou excesso de treinamento é um circulo vicioso.
O primeiro sintoma é a falta de rendimento no exercício, causada por excesso de
treinamento, que por sua vez, leva ao aumento da pratica de Atividades Físicas.
Segundo a medica do esporte do HC e da academia Bio Ritmo, Fernanda
Rodrigues Lima, intensificando o treinamento, a pessoa começa a sentir os outros
sintomas do overtraining, Eles são:

Aumento da pressão arterial;

Aumento dos batimentos cardíacos;

Insônia;

Irritabilidade;

Queda do sistema imunológico (VIDA SAUDAVEL, 2010).
A síndrome do overtraining, que normalmente afeta atletas, e as atividades
sem orientação qualificada, comprometem os sistemas fisiológicos, imunológicos e até
mesmo psicológicos. Em decorrência disso, o individuo pode sofrer alterações no
sono, alem dos distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, na busca pelo corpo
perfeito.
3.2 Sedentarismo
Estudos apontam que hábitos de vida inadequados (má alimentação, estresse,
tabagismo, alcoolismo, inatividade física e vários outros) são fatores que ampliam o
surgimento de inúmeros tipos de patologias.
O Sedentarismo começa a crescer na sociedade como uma grande epidemia, o
que representa um enorme risco a saúde da população. Do mesmo modo, Haskell
(2007) ratifica que existe uma associação entre Sedentarismo (inatividade física) e a
prevalência de doenças, tais como: doença arterial coronariana, hipertensão, acidente
vascular encefálico, diabetes, osteoporose, obesidade, câncer, depressão entre
outras.
Há ainda estudos epidemiológicos que demonstram em números que a
inatividade física aumenta substancialmente a incidência relativa de algumas doenças
tais como: doença arterial coronariana – 45%, infarto agudo do miocárdio – 60%,
hipertensão arterial – 30%, câncer de cólon – 41%, câncer de mama – 31%, diabetes
do tipo II 50% e osteoporose 59% (KATZMARZYK & JANSSEN, 2004).
O Sedentarismo causa muitos danos aos sistemas funcionais, o organismo das
pessoas nesse estado não é tão funcional quanto o de pessoas que são regularmente
ativas, com isso sofrem com os danos causados com a inatividade física tornando-as
cada vez mais propensas a demonstrar os sintomas de doenças que possivelmente
poderiam ser evitadas com a prática regular de Exercício Físico.
As evidencias também indicam que Sedentarismo é um grande aliado da
mortalidade, obesidade, maior incidência de queda e debilidade física em idosos,
dislipidemia, depressão, demência, ansiedade e alterações do humor (GREGG et al
2000, GRUNDY et al, 2004; LAUTENSCHLAGER & ALMEIDA, 2006; MANINI et al,
2006; WARBURTON et al, 2006).
Em populações pediátricas, o Sedentarismo é também considerado o principal
fator responsável pelo aumento pandêmico na incidência de obesidade juvenil. Além
disso, recentes achados sugerem que a inatividade física é um componente agravante
do estado geral de saúde em crianças e adolescentes acometidos por várias doenças,
incluindo
as
cardiovasculares,
renais,
endocrinológicas,
neuromusculares
e
osteoarticulares (ALMEIDA, SALLUM & SILVA, 2010).
O Sedentarismo é entendido como a ausência de algum tipo de Atividade Física
regular. Segundo Santos (2006) o Sedentarismo é definido como a falta ou a grande
diminuição da Atividade Física. Barros Neto (1997) explica que o conceito de
Sedentarismo não é associado necessariamente a falta de uma atividade esportiva, o
Sedentário é o individuo que não atinge gastos calóricos superiores a 1500 Kcal por
semana relacionada a atividades do cotidiano (limpar a casa, caminhar para o
trabalho, realizar funções profissionais que requerem esforço físico, etc.). Já para
Araújo (2007) o Sedentarismo assume um conceito mais abrangente na saúde pública,
envolvendo a ausência ou irregularidade da Atividade Física, de maneira insuficiente
para promover benefícios à saúde.
Pessoas no estado de inatividade física não obtêm êxito em realizar tarefas do
cotidiano que necessitem o mínimo de esforço físico, com isso ocorreu a crescente
das tecnologias com a função de diminuir os esforços físicos, com isso tornou a
sociedade cada vez mais dependente dessas tecnologias.
A evolução tecnológica ocorrida desde a metade do século passado e as
alterações no campo social, politico e econômico, bem como a urbanização das
cidades proporcionaram mudanças nas condições de vida e de saúde das pessoas
(DUCHIADE, 1999) e, como consequência, na exposição ao comportamento
Sedentário, no nível insuficiente de Atividade Física e no excesso de peso corporal em
nível populacional (KATZMARZYK & MASON, 2009; MALINA & LITTLE, 2008).
A inatividade física é um dos grandes problemas de saúde pública na
sociedade moderna, sobretudo quando considerado que cerca de 70% da população
adulta não atinge os níveis mínimos recomendados de Atividade Física. O peso
socioeconômico da inatividade física é alarmante, estimativas sugerem que os custos
relacionados ao tratamento de doenças e condições possivelmente evitadas pela
prática regular de Atividade Física são da ordem de um trilhão de dólares por ano,
apenas nos Estados Unidos (BOOTH, GORDON, CARLSON & HAMILTON, 2000).
Existem grandes evidências da relação entre prática regular de Atividade Física
e os aspectos do processo saúde-doença (LOLLGEN, BOCKENHOFF & KNAPP,
2009; U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 2008), parece que
a condição socioeconômica representa um fator importante em favorecer um estilo de
vida fisicamente ativo em adolescentes (STALSBERG & PEDERSEN, 2010).
Seguindo essa linha de estudo, pesquisas realizadas no Brasil, com vários
subgrupos populacionais, apontam para a associação entre Atividade Física e a menor
renda familiar, menor escolaridade, sexo masculino e com a renda “per capita”
(MARCONDELLI, COSTA & SCHMITZ, 2008; OEHLSHLAEGER, PINHEIRO, HORTA,
GELATTI & SAN’TANA, 2004; SÁVIO, COSTA, SCHMITZ & SILVA, 2008). Outro
estudo aponta que jovens com maior idade, não trabalhadores e de maior
escolaridade associam-se ao Sedentarismo (CUNHA, PEIXOTO, JARDIM &
ALEXANDRE, 2008; FARIAS JUNIOR, 2008).
Segundo Amboni & Farias Junior (2007) é altamente considerável que o
excesso de peso corporal há uma tendência a ser verificada associação direta com a
condição socioeconômica em jovens masculinos, o que pode influenciar diretamente
não só na adoção de comportamentos de risco para a obesidade, mas também tende
a contribuir para uma vida adulta caracterizada pela obesidade.
Twisk (2001) enfatiza que as práticas de Atividade Física pelos jovens,
provavelmente, os tornaram adultos fisicamente ativos, e uma das formas de promover
este estilo de vida em crianças e adolescentes e por meio de programas tem que
objetivar a adoção de hábitos saudáveis, tanto no ambiente escolar, quanto nas horas
de lazer.
Os Profissionais de Educação Física são de suma importância para a
proliferação da conscientização da prática de uma vida saudável, pois ele está
presente na vida das pessoas desde o inicio de todo seu aprendizado dentro da
sociedade.
Pesquisas demonstram que crianças e adolescentes tem um grande
componente de tempo livre não estruturado, e que cerca de 40% deste poderia ser
revertido em Atividades Físicas. Contudo, a maioria das atividades que os jovens
fazem e de característica Sedentária, como assistir TV e participar de jogos eletrônicos
(MOTA, 2005). Esta crescente forma de lazer Sedentário dos jovens das grandes
cidades foi reportada por Silva e Malina (2000) como um meio barato e seguro de
lazer, que favorece o aumento do quantitativo de horas de assistência a TV e
comportamentos sedentários.
Menezes e Duarte (2012) realizaram um estudo onde tiveram como objetivo
verificar a associação entre fatores da condição socioeconômica com a inatividade
física, comportamento Sedentário e excesso de peso corporal em jovens. A amostra
deste estudo foi composta por 758 sujeitos, retirada da população de jovens em
condição de alistamento militar. As variáveis independentes do estudo foram: classe
econômica, estado civil, escolaridade, ser trabalhador. A inatividade física, exposição
ao comportamento sedentário e excesso de peso corporal foram utilizados como
variáveis dependentes. Verificou-se a associação entre a inatividade física e os
indicadores de condição econômica escolaridade e ser trabalhador. O excesso de
peso corporal associou-se com as classes econômicas “C” e “D/E”. O estudo concluiu
que jovens com maior escolaridade e que não trabalhavam foram mais inativos
fisicamente e que os que estavam em menos condição econômica mostraram-se com
excesso de peso corporal.
A melhora da Qualidade de Vida de uma população pode estar relacionada
com o aumento do conhecimento sobre os fatores de risco que conduzem a doenças
crônicas.
Rombaldi e Borges (2012) realizaram um estudo que objetivou avaliar o
conhecimento dos professores de Educação Física sobre as associações entre quatro
fatores comportamentais (Sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e
alimentação inadequada) e oito morbidades (diabetes, hipertensão arterial, AIDS,
osteoporose, câncer de pulmão, depressão, cirrose hepática e infarto agudo do
miocárdio). O estudo foi realizado de forma observacional, de caráter transversal e
cunho censitário, incluindo 188 professores de ambos os sexos, das redes de ensino
básico publica e privada da cidade de pelotas/RS. Para cada fator comportamental, foi
gerado um escorre de conhecimento, que variava de zero a oito pontos. A maior media
deste escorre ocorreu para o conhecimento sobre sedentarismo (6,4), seguido por
alimentação inadequada (5,9), tabagismo (5,3) e consumo excessivo de álcool (4,5). O
estudo concluiu que os maiores escores de conhecimento estiveram relacionados com
faixas etárias mais baixas, com o local e a jornada de trabalho. Politicas públicas
voltadas à saúde e educação são indispensáveis e urgentes para requalificar os
docentes e prepara-los para a tarefa de ensinar.
A inatividade física é fortemente relacionada à incidência e severidade de um
vasto número de doenças crônicas. Assim sendo, o Exercício Físico torna-se uma das
ferramentas terapêuticas mais importantes na promoção de saúde e o profissional de
Educação Física, o responsável por sua ampla dimensão.
3.3 Qualidade de Vida
A conceituação de Qualidade de Vida tem sido uma difícil tarefa para os
pesquisadores e cientistas tendo em vista suas varias dimensões de abordagens,
como sua significância e principalmente seu caráter subjetivo. A Qualidade de Vida
varia de pessoa para pessoa, além disso, depende de fatores intrínsecos e
extrínsecos, desde aqueles do cotidiano do indivíduo, a seus hábitos e estilo de vida
(INTERDONATO, 2010).
A Organização Mundial da Saúde (1995) define Qualidade de Vida como a
percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de
valores nos quais ele vive, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações.
De acordo com Nahas (2001), são inúmeros os fatores que determinam a
Qualidade de Vida tais como: estado de saúde, longevidade, satisfação, prazer e até
espiritualidade. De acordo com o mesmo autor, num sentido mais amplo, Qualidade de
vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o
atendimento das necessidades humanas fundamentais.
Cada vez mais está se valorizando a Qualidade de Vida, em função dos vários
efeitos nocivos a saúde causados por motivos de um mau estilo de vida, sendo assim,
Qualidade de Vida saudável é o estado onde se tem a qualidade biopsicossocial em
padrões saudáveis ou sem sintomas.
O significado de Qualidade de Vida para Vilarta e Gonçalves (2004) pode ser
diferenciado segundo objetivos, formas de abordagem, resultados observados e
interpretações apropriadas ao contexto no qual é estudado ou aplicado como, por
exemplo: quando analisado a faixa etária especifica, verifica-se que para adolescentes
os Exercícios Físicos são recomendados para prevenir doenças hipocinéticas, já para
idosos espera-se que possam combater a debilidade, moderar os efeitos biológicos do
envelhecimento, entre outros.
Estudos apontam que a Qualidade de Vida ruim de estudantes é preocupante,
visto que ficou comprovada uma correlação significativa entre Exercício Físico,
Qualidade de Vida e adolescentes Sedentários têm grande probabilidade de se
tornarem adultos Sedentários, como foi referido em Alves (2005) justificando a adoção
de rotinas de Exercícios Físicos em escolas, Universidades e a devida indicação de
Profissionais da Saúde.
Outros aspectos são considerados por Caparroz (2008) ao apontar que os
sujeitos de sua pesquisa afirmaram que a prática de Atividade Física alterou
positivamente suas emoções proporcionando melhora no humor, relaxamento, mais
disposição, prazer e diminuição da tensão.
Existem fatores físicos e psicológicos intervenientes na Qualidade de Vida das
pessoas quando em situação de trabalho e que, dependendo do seu competente
gerenciamento proporcionarão condições favoráveis imprescindíveis ao melhor
desempenho e produtividade. A inatividade física e um estilo de vida Sedentário estão
relacionados a fatores de risco para o desenvolvimento ou agravamento de condições
medicas, tais como doença coronariana ou outras alterações cardiovasculares e
metabólicas.
Estudos realizados por Boscolo (2005) nos Estados Unidos afirmam que a
prática sistemática do Exercício Físico está associada à ausência ou a poucos
sintomas depressivos ou de ansiedade.
Por outro lado, a exigência pela boa performance, o elevado grau de
competitividade e a tolerância à frustração e ao estresse são algumas características
que o ser humano em encontra em seu dia-a-dia, segundo Rubio (2007).
A Qualidade de Vida é um dos principais objetivos que se tem perseguido nos
estudos clínicos atuais. Na pesquisa de novas metodologias para o tratamento e
prevenção de doenças, surgiu a necessidade de se padronizar a sua avaliação. Para
tanto, a ciência médica precisou definir conceitualmente, o que ela atende por
Qualidade de Vida. Esta definição deveria se aplicar a qualquer pessoa, fosse ela
fisicamente incapacitada, atleta de elite, operário, escriturário, bailarina, idoso, jovem,
entre outros tantos. Da mesma maneira, não poderia ser determinada pelas condições
ambientais ou pelo comportamento influenciado pelo meio social em que se vive.
Deveria ser definida como algo inerente ao individuo, as suas características mais
pessoais, tanto nos seus aspectos constitucionais de natureza hereditários, como
naqueles adquiridos durante a vida. Algo que somente o próprio indivíduo pudesse
avaliar e informar ao pesquisador, livre de julgamento a partir de valores externos a
ele.
Assim, a Qualidade de vida foi definida como sensação íntima de conforto,
bem-estar ou felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas
dentro da realidade familiar, do seu trabalho e dos valores da comunidade a qual
pertence (MIETTINEM, 1987).
Battisti e Guimarães (2005) investigaram a prática da Atividade Física e a
Qualidade de Vida na percepção dos operadores de caixa de supermercado. Pesquisa
de campo descritiva, sendo 40 operadores de caixa de uma rede de supermercados
de Florianópolis/SC. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário com 28
questões fechadas e 2 questões abertas. Obteve como resultado: 95% dos
entrevistados julgam existir movimentos repetitivos e cerca de 65% sentem algum tipo
de dor ou desconforto durante o trabalho, 61% sentem dores no corpo durante o
próprio serviço, a atividade que mais causa dor é erguer o braço. A maioria recebeu
algum tipo de orientação ou treinamento quanto às posições ou posturas a serem
adotadas durante o trabalho. Quando a prática de Atividade Física 57% são adeptos,
sendo que a mais citada foi à caminhada, numa periodicidade de 2 a 3 vezes por
semana, com duração superior a 30 minutos. Entre os motivos mais citados que
levaram os pesquisados a praticarem a Atividade Física são a promoção da Saúde e a
melhora da Aptidão Física. Quanto a Qualidade de Vida na concepção dos operadores
de caixa de supermercado a maioria deles, julga possuir uma boa Qualidade de Vida.
Concluiu-se então, a grande maioria dos entrevistados sentem dores ao realizarem
a atividade de trabalho, praticam algum tipo de Atividade Física e consideram sua
Qualidade de Vida boa.
3.4.
Exercícios Aeróbios e Anaeróbios
Existem dois tipos de Exercícios Físicos, os aeróbios e anaeróbios. Tanto
exercício aeróbio quanto exercício anaeróbio está ligado ao tipo de metabolismo
energético que será utilizado preferencialmente. Isto não tem relação com os efeitos
salutares dos exercícios. Ambos os tipos de exercícios podem ser de intensidade leve,
moderada ou forte (ALVIN, 2010).
Os exercícios anaeróbios são exercícios de alta intensidade e de curta duração
sem a participação do oxigênio para obtenção de energia. Correr em alta velocidade e
levantar pesos são exemplos de atividades anaeróbias. O termo anaeróbico se refere
a um tipo de bactéria (anaeróbica), capaz de produzir energia, sem a presença de
oxigênio. As adaptações necessárias ocorrem nos próprios músculos proporcionando
benefícios localizados. Esse é o modelo utilizado nos exercícios com peso (ROGERIO,
2009).
São exemplos de exercícios anaeróbios os exercícios de velocidade com ou
sem carga, de curta duração e alta intensidade, como a corrida de cem metros rasos,
os saltos, o arremesso de peso. Exercícios de força ou exercícios resistidos, como a
musculação também é considerado um exercício anaeróbio.
A fisiologia do exercício anaeróbio acontece através de dois sistemas, o
primeiro denominado Sistema Anaeróbio Alático, pela combinação de ATP (Adenosina
Trifosfato) e CP (Creatina Fosfato), gera e armazena energia no músculo. E o Sistema
Anaeróbico Lático ou Glicólise Anaeróbica, o qual o processa a substancia alimentar
denominada carboidrato, em ácido lático, que por sua vez será utilizado nos músculos
em forma de glicogênio.
Dentre as funções do exercício anaeróbico, pode-se destacar o estimulo a
resistência, densidade do osso e flexibilidade. A duração media deste tipo de exercício
deve ser de 60 minutos, sendo frequência mínima de duas vezes por semana. Para
obter o resultado esperado, é necessário se adaptar a rotina de exercícios, respeitar o
limite do corpo, sem exagerar no peso, bem como dar pausas para o descanso e
recuperação muscular (ADAMI, 2010).
Os exercícios aeróbios são aqueles que possuem longa duração (25 minutos
no mínimo) e intensidade moderada, obtendo energia a partir da utilização do
oxigênio. Andar, pedalar, nadar, dançar, correr em velocidade moderada são
exemplos de atividades aeróbias que por sua vez estimulam os pulmões, o coração, a
circulação, para levar o oxigênio aos músculos. São exercícios de natureza
cardiorrespiratórios (ROGERIO, 2009).
O exercício aeróbio é aquele que se refere ao uso de oxigênio no processo de
geração de energia dos músculos. Esse tipo de exercício trabalha uma grande
quantidade de grupos musculares de forma rítmica.
Os exercícios aeróbios típicos são contínuos e prolongados, realizados com
movimentos não muito rápidos. Esta categoria de exercício, é a que traz mais
benefícios ao organismo, diminuindo a chance de doenças cardiovasculares e
melhorando qualidade e expectativa de vida, pois somente os exercícios aeróbios de
longa duração utilizam as resevas de gordura do corpo humano como fonte de energia
(DAMASCENO, 2012).
Alguns dos benefícios para a saúde de fazer regularmente exercícios aeróbios
estão:

Fortalecimento dos músculos envolvidos na respiração;

Fortalecimento e aumento do músculo cardíaco;

Tonificação da musculatura;

Diminuição da pressão arterial;

Elevação do numero de células vermelhas;

Melhoria da circulação sanguínea;

Elevação das reservas de energia nos músculos;

Aumento da resistência;

Aumento do fluxo sanguíneo nos músculos.
Os exercícios anaeróbios são aqueles que exercem efeitos mais localizados
nos músculos, enquanto os exercícios anaeróbios beneficiam sobretudo a saúde do
sistema cardiorrespiratório.
Existem dois tipos de combustíveis energéticos que a musculatura pratica da
Atividade física: Carboidratos (açucares) e Ácidos graxos (gordura).
Ao realizarmos exercícios de intensidade elevada e duração curta (anaeróbio)
predominam os carboidratos como fonte energética. Já no treinamento de longa
duração e de intensidade moderada (aeróbio) a predominância de fonte energética
são as gorduras (ROGERIO, 2009).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em conta os temas abordados neste estudo, os motivos que levam as
pessoas a praticarem Exercícios Físicos são: de ordem médica; lazer e Qualidade de
Vida; estética; e saúde (ou Condicionamento Físico). Outro fator que é um dos mais
relevantes é o poder da mídia em influenciar a sociedade como um todo, onde levam
as pessoas as considerarem novos valores, sentimentos e desejos. As pessoas estão
cada vez mais voltadas para as questões estéticas, onde a uma preocupação em
adotar novos hábitos saudáveis que promovem a melhora na Qualidade de Vida.
Hoje em há muitas propagandas de alimentos que não contribuem em nada na
saúde das pessoas e que têm grande aceitação no lar destas, sendo assim, cabe aos
profissionais responsáveis em cuidar da melhoria ou manutenção da saúde destas
pessoas, alertar sobre os malefícios desses alimentos relacionados com a inatividade
física.
O profissional de Educação Física é a pessoa que está presente na vida das
pessoas desde cedo, sendo assim, tem grande influencia nas escolhas do estilo de
vida das pessoas desde a pré-escola ate a fase quase adulta.
Logo na fase de criança o profissional de Educação Física insere a Atividade
Física na rotina das crianças tornando-as mais ativas e com maior probabilidade de
tomarem isso como rotina no decorrer de sua vida e assim aprimorando sua Aptidão
Física e obtendo uma vida ativa e sem a prevalência de doenças crônicas.
Para iniciar qualquer tipo de Atividade Física é influenciável pela sociedade,
pela família e amigos, da mídia e a busca para atingir seus objetivos tanto estéticos
como de saúde.
A adoção do hábito de praticar Exercícios Físicos com regularidade e bem
orientados por um professor de Educação Física proporciona condição para enfrentar
a atual vida cotidiana com jornada trabalho e os afazeres do dia-a-dia. Assim sendo, a
prática regular de Exercício Físico proporciona um estado de bem estar
biopsicossocial onde se obtêm uma saúde estável sem sintomas e isso caracteriza a
promoção da Qualidade de Vida.
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