Como vai a vida
no Brasil?
Junho de 2014
A Iniciativa para uma Vida Melhor da OCDE, lançada em 2011, analisa os quesitos mais importantes
para determinar a qualidade de vida das pessoas. A iniciativa abrange um conjunto de análises e
indicadores de bem-estar, atualizados regularmente e publicados no relatório Como vai a vida?, além de
um aplicativo interativo na Internet, o Índice para uma Vida Melhor (BLI, sigla em inglês). Também inclui
diversos projetos metodológicos e de pesquisa, com o intuito de aprimorar a base de informações para
uma melhor compreensão das tendências e do que conduz ao bem-estar.
A Iniciativa para uma Vida Melhor da OCDE:
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Ajuda a fundamentar a definição de políticas para melhorar a qualidade de vida;
Conecta as políticas às vidas das pessoas;
Gera apoio para as medidas políticas necessárias;
Aprimora o engajamento cívico, estimulando o público a criar seu próprio índice e compartilhar suas
preferências;
Capacita o público, melhorando sua compreensão sobre a elaboração das políticas.
Este folheto apresenta constatações selecionadas do relatório Como vai a vida? Sobre o Brasil (páginas
3 e 4) e mostra o que os usuários brasileiros do Índice para uma Vida Melhor estão nos dizendo sobre
suas prioridades de bem-estar (páginas 5 e 6).
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COMO VAI A VIDA?
Publicado a cada dois anos, Como vai a vida? fornece uma visão abrangente
do bem-estar nos países da OCDE e em outras economias de destaque,
reunindo um conjunto internacionalmente comparável de indicadores de bemestar. O relatório examina as condições materiais das pessoas e sua qualidade
de vida em 11 quesitos, que incluem renda, empregos, moradia, saúde,
equilíbrio vida/trabalho, educação, comunidade, engajamento cívico, meio
ambiente, segurança e satisfação pessoal.
A seguir, são apresentadas as constatações sobre o Brasil, baseadas no
conjunto de indicadores de bem-estar e na análise encontrada no relatório
Como vai a vida?
COMO VAI A VIDA NO BRASIL EM 2014?
Em comparação com outros países da OCDE e com a Federação da Rússia, o Brasil apresenta um bom
desempenho em poucos dos 11 quesitos mencionados acima, que a OCDE considera essenciais para
uma boa qualidade de vida. O Brasil se coloca acima da média de 36 países nas dimensões de satisfação
pessoal, equilíbrio vida/trabalho e comunidade, mas abaixo da média nas dimensões de engajamento
cívico, moradia, empregos, meio ambiente, saúde, segurança, educação e renda.
Figura 1 – Como o Brasil se compara?
Bem-estar no Brasil em comparação com outros países da OCDE e economias importantes, 2014
Classificação dos países (1 a 36)
20% com melhor desempenho
Renda e
patrimônio
Educação e
habilidades
Segurança
pessoal
Saúde
60% com desempenho médio
Qualidade
ambiental
Emprego e
salário
Moradia
20% com desempenho baixo
Engajamento
cívico e
governança
Conexões
sociais
Vida/trabalho
Brasil
Satisfação
pessoal
Observação: para detalhes sobre os valores estimados, consulte a página BLI FAQ e o Banco de dados
BLI.
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BEM-ESTAR DURANTE A CRISE
A família brasileira média foi muito pouco afetada pela crise, que, em países da OCDE, foi
particularmente perceptível ao se observar a renda familiar, os empregos, a satisfação pessoal e o
engajamento cívico.
Nos países da OCDE mais afetados pela crise, o maior efeito sobre o bem-estar das pessoas veio da
redução do nível de emprego e da deterioração das condições do mercado de trabalho. Em contraste com
a tendência geral, no Brasil, a taxa de emprego recuou apenas 0,5 ponto percentual entre 2007 e 2011.
Na OCDE como um todo, a situação precária do índice de emprego teve um impacto importante sobre a
satisfação pessoal. Em contraposição à tendência geral, entre 2007 e 2013 a porcentagem de brasileiros
que se declararam bastante satisfeitos com suas vidas aumentou de 47% para 68%, um dos maiores
aumentos na OCDE e nas principais economias.
Nos países da OCDE mais afetados, a confiança nas instituições e no funcionamento da democracia
também diminuiu durante a crise. Contrariamente a essa tendência, a porcentagem de brasileiros que
informa confiar no governo aumentou, de 38% em 2007 para 45% em 2013.
No mesmo período, novas formas de solidariedade (quesito comunidade) e engajamento surgiram
nos países mais afetados pela crise. No Brasil, ao contrário, entre 2007 e 2013, a porcentagem de
pessoas que informou ter ajudado alguém e feito trabalho voluntário diminuiu em 10% e 4%,
respectivamente.
DIFERENÇAS DE GÊNERO NO BEM-ESTAR
As diferenças de gênero, normalmente em favor dos homens, diminuíram na maioria dos países da OCDE.
No Brasil, as mulheres ainda apresentam uma probabilidade menor que os homens de conseguir um
emprego remunerado, ser eleitas para o legislativo e, provavelmente, sentem-se inseguras ao andar
sozinhas à noite. Uma proporção significativa das mulheres brasileiras também informou ter sofrido várias
formas de violência íntima por parte de seus parceiros.
COMO OS HOMENS E MULHERES SE SAEM NO BRASIL?
Homens e mulheres ao longo da vida
Saúde
Expectativa de vida no nascimento (anos)
Mulheres e homens em ocupações remuneradas e não
remuneradas
Emprego e salário
Taxas de emprego (pessoas com formação superior)
Homens e mulheres na sociedade
Engajamento cívico e governança
Parcela das cadeiras no congresso nacional
Segurança pessoal
Parcela de mulheres que informa violência íntima por parte
do parceiro*
Parcela das pessoas que se sentem seguras ao caminhar
sozinhas à noite
Satisfação pessoal
Níveis de satisfação pessoal, numa escala de 0 a 10
of life satisfaction on a 0 to 10 scale
* Inclui violência física, sexual e emocional ou psicológica
4
E NA OCDE?
77
70
83
77
81%
91%
79%
88%
9%
91%
27%
73%
37%
-
-
-
40%
57%
61%
79%
7.2
7.2
6.7
6.6
ÍNDICE PARA UMA VIDA MELHOR
O Índice para uma Vida Melhor é um aplicativo interativo disponível na Internet que convida os cidadãos a
comparar o bem-estar entre os países da OCDE e outros, com base no conjunto de indicadores analisado
em Como vai a vida? Os usuários escolhem o peso a ser atribuído a cada um dos 11 quesitos abaixo e,
dessa forma, observam o desempenho dos países com base em suas próprias prioridades pessoais.
Os usuários podem compartilhar seu índice com outras pessoas em suas redes sociais, assim como com a
OCDE, o que nos permite coletar informações valiosas sobre a importância dada pelos usuários às várias
dimensões de vida, como essas preferências são diferentes em cada país e as características
demográficas dos usuários.
Desde seu lançamento, em maio de 2011, o Índice para uma Vida Melhor já atraiu mais de 4 milhões de
visitas, de praticamente todos os países do mundo (184), e recebeu mais de 8 milhões de page
views. Mais de 65.000 Índices para uma Vida Melhor criados por usuários foram compartilhados com a
OCDE. As constatações a seguir refletem o envio voluntário dos resultados à OCDE, por intermédio do
site http://www.oecdbetterlifeindex.org/pt/. Essas informações podem ser consideradas apenas como
indicativas e não são representativas da população como um todo.
Classificação dos tópicos de bem-estar de todos os usuários
11%
10.32% 10.39%
9.89%
10%
8.69%
9%
8.88%
9.18%
9.01%
9.22%
9.39%
8.18%
8%
7%
6.87%
6%
5%
4%
Saúde, Satisfação pessoal e Educação mantiveram-se sistematicamente no topo dos tópicos classificados.
5
AS PERCEPÇÕES PÚBLICAS DE BEM-ESTAR: CONSTATAÇÕES NO BRASIL
Educação, Satisfação pessoal e Saúde são os três tópicos aos quais os usuários do Brasil dão maior
importância.1 O gráfico a seguir compara os índices enviados por usuários do Brasil, México e Estados
Unidos.
Classificação dos tópicos de bem-estar no Brasil, México e Estados Unidos
12.0%
11.0%
10.0%
9.0%
8.0%
Estados Unidos
7.0%
México
Brasil
6.0%
O Brasil é atualmente o 30º país em quantidade de visitas (mais de 33.000) ao site do BLI. Os principais
estados foram São Paulo, com mais de 14.500 visitas, seguido pelo Rio de Janeiro (5.000) e por Minas
Gerais (3.000).
Distribuição por gênero dos
usuários
Comparação entre o Brasil e o
resto do mundo
100%
50%
80%
60%
61%
67%
43%
40%
32%
30%
40%
20%
Distribuição etária dos usuários
Comparação entre o Brasil e o resto do
mundo
25%
21%
20% 19%
20%
33%
39%
Brasil
Todos os usuários
11%12%
7%
4%
2% 3%
10%
0%1%
0%
0%
Mulheres
<15
15-24
25-34
Brasil
Homens
1
35-44
45-54
55-64
>65
Global
As informações sobre usuários do Brasil são baseadas em informações de índices enviados entre maio de 2011 e
maio de 2014. Informações atualizadas podem ser encontradas em:
http://www.oecdbetterlifeindex.org/responses/#BRA
6
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