Artigo VOCÊ ESTÁ VIVO? ENTÃO VOCÊ É CLIENTE DE FUNERÁRIA! Fala sério! Você sabe mesmo o que é cliente interno e externo? Maurício Góis Uma vez o Dr. Edwards Deming declarou: - Se você não tem um concorrente, reze para ter um. Se tem um, reze para ter dois. Um concorrente incompetente levará os dois à falência. O que fazem os concorrentes no mercado? Disputam a preferência de um cliente externo. Mas como eles fazem isso? Com o talento, foco, persuasão e dedicação dos clientes internos que são todos os que trabalham dentro de uma empresa. O conceito de cliente interno, - tão exaltado na década de oitenta, - foi esquecido em nossos dias. Infelizmente, a maioria entende cliente como aquela pessoa que precisamos levar na conversa para retirar o nosso dinheiro que está no bolso dela. Poucas pessoas sabem o que é cliente. Quem é cliente de médicos? A maioria dirá que são os doentes. Não são. Outros dirão: Remédios. Também não. Cliente de médico é farmacêutico, cliente de farmacêutico é doentes. Cliente de doentes é a esperança. Clientes potenciais de funerária não são os defuntos, somos todos nós que ainda não morremos. Cliente de religião é a fé, não os membros. Membros são clientes da igreja. Numa fábrica todo mundo é cliente de manutenção. Numa empresa todo mundo é cliente de recursos humanos. Seleção de pessoal é cliente de recrutamento e os dois são clientes de treinamento. Fornecedor é cliente de contas a pagar. E contas a pagar é cliente de contabilidade. O setor de vendas é cliente de estoque. A área de entregas é cliente de expedição. Meu serviço é fornecedor de iniciativa e energia de entusiasmo, cujo processo é o trabalho, cujo cliente é o meu contato. Qualidade, então, nos dias de hoje, não é mais o atendimento, mas a superação das necessidades e expectativas de um determinado cliente. Há empresas que dão um Palm top para um vendedor representante que está em Belém do Pará e exige que ele forneça informações diárias sobre seu trabalho de lá para a matriz que está em São Paulo. O representante reclama e berra: - Este maldita tecnologia que me forneceram não dá conexão, levo o dia inteiro para enviar um relatório. Houve qualidade? Claro que não. O conceito de cliente interno foi desrespeitado. Se os clientes internos não se entendem como ficará o cliente externo que é aquele que paga a conta? A área de entregas é cliente de vendedor. Mas há os que reclamam: - Nesta minha empresa é fácil vender, mas a empresa atrasa a entrega e destroe a nossa imagem junto ao cliente externo. A empresa que é boa de vendas, mas ruim de entregas mata a reputação que é a mãe da qualidade. Há muito que se propaga o conceito de que devemos esquecer a velha idéia de que o cliente externo deve ficar em primeiro lugar. Os novos gurus da “clientologia” ensinam que em primeiro lugar, lá no topo, devem estar os funcionários da organização (gerentes, vendedores, representantes etc), isto é, os clientes internos e o cliente externo em segundo lugar. A razão é óbvia: Clientes internos deslumbrados deslumbram clientes externos insatisfeitos. O cliente interno de um gerente de vendas é o seu profissional de vendas. Portanto, o padrão de qualidade de um gerente oscilará entre bom ou ruim dependendo das expectativas de seu cliente. Você, gerente, deverá fornecer a seu cliente vendedor: informações que agilizam vendas, uma apostila onde estão as melhores respostas para objeções de mercado, possibilidade de crescimento dentro da empresa, reuniões motivacionais para recarregar as baterias do entusiasmo dele etc. Se o seu vendedor só recebe de você ordens, - ele não é seu cliente interno, - é seu servo capacho. Se você apenas diz o que está errado com sua equipe, você não é um gerente de processos e, sim, um ditador de normas, um administrador de responsabilidade em vez de resultados. Mas se você, por meio de perguntas, estimula seu profissional a descobrir por si só o que está errado nele, então, você é um gerente focado nas excelências de seu cliente interno. Só um exército de clientes internos motivados conquistará o coração deste outro exército que são os clientes externos indecisos. O seu futuro depende desta guerra. MAURÍCIO GÓIS É empresário, palestrante, autor e estrategista. [email protected]