JOSÉ DA CONCEIÇÃO TAVARES BARBOSA
O desenvolvimento da Pecuária familiar e sua relação com a Condição Sanitária Local, Pedra
Badejo, Concelho de Santa Cruz
Licenciatura em Biologia
Vertente Educacional
Praia, Junho de 2006
i
JOSÉ DA CONCEIÇÃO TAVARES BARBOSA
O DESENVOLVIMENTO DA PECUÁRIA FAMILIAR E SUA RELAÇÃO COM A CONDIÇÃO SANITÁRIA
LOCAL, PEDRA BADEJO, CONCELHO DE SANTA CRUZ
Licenciatura em Biologia
Vertente Educacional
Monografia apresentada ao Instituto
Superior de Educação (ISE) como
requisito parcial para obtenção do
grau de Licenciatura em Biologia, sob
a orientação do Prof. Doutor Edwin
Pile
Praia, Junho de 2006
ii
JOSÉ DA CONCEIÇÃO TAVARES BARBOSA
O DESENVOLVIMENTO DA PECUÁRIA FAMILIAR E SUA RELAÇÃO COM A CONDIÇÃO SANITÁRIA
LOCAL, PEDRA BADEJO, CONCELHO DE SANTA CRUZ
Licenciatura em Biologia
Vertente Educacional
Membros do Júri
_________________________________
_________________________________
_________________________________
Praia, ________ de_________________ de 2006
iii
Lhe ofereço uma Homenagem ao
Prof. Doutor Edwin Pile,
meu
orientador, por quem tenho um
admiração, pessoal e profissional,
imensa. Pelo seu ensinamento e
incentivo à realização deste trabalho.
Com pessoas deste tipo trabalhando
cá, Cabo Verde terá um futuro
risonho e brilhante.
iv
“É na experiência da vida
que o homem evolui”.
Harvey Spencer Lewis
v
Resumo
Com a finalidade de determinar o grau de desenvolvimento da pecuária familiar e sua relação
com a condição sanitária, foi realizada a avaliação de uma localidade no Concelho de Santa
Cruz. Os dados foram obtidos a partir do inquérito realizado na localidade de Salina. A
análise e a interpretação dos dados foi realizada no período de Janeiro a Julho de 2006. Os
resultados demonstraram que a maior parte das famílias mantém uma condição sanitária
precária e que esta se relaciona principalmente com número de animais/família, as espécies
criadas e o uso de latrinas. O grande número de pessoas por agregado possibilita o
desenvolvimento acentuado de doenças de transmissão vectorial e que o problema da
educação sanitária actualmente se relaciona com indivíduos do sexo feminino de 39 a 56 anos
de idade, que criam sem os conhecimentos necessários um grande número de animais,
principalmente porcos e aves no quintal. Os resultados também demonstraram que as
recomendações devem ser fundamentadas nas espécies animais criadas, o tipo de alimentação
utilizado e o aumento do número de latrinas. Entretanto, também deverá ser considerada a
necessidade do esclarecimento da importância do saneamento básico como fonte para
melhoria da sua condição sanitária local.
vi
Abstracts
With the purpose of determining the degree of animal breeding development in families and
its relationship with the sanitary condition, the evaluation of a place was accomplished in the
Santa Cruz county. The data were obtained from inquiry accomplished at Salina locality . The
analysis and the interpretation of data was accomplished from January to July/2006. The
results demonstrated that most families maintains a precarious sanitary condition and its
relationship mainly with number of animals/family, the species raised and use of latrines. The
great number of individuals/family facilitates the accentuated development of diseases of
indirect transmission and that the problem of education sanitary is currently related with the
individuals of feminine sex of 39 to 56 years, which breeds without the necessary knowledge
a great number of animals, mainly pigs and birds in the porch. The results also demonstrated
that the recommendations should be based in the raised species animal, the used feeding type
and increase of latrines number. However, the need to clear the importance of basic sanitary
condition should also be considered as source for improvement of its local condition.
vii
AGRADECIMENTOS
Tendo decidido fazer um estudo de investigação científica acerca da condição sócio-sanitária
do concelho onde nasci e resido, Santa Cruz, é agradável agradecer a todos que me
acompanharam e apoiaram na concretização do trabalho.
Em primeiro lugar à minha família e principalmente aos meus pais, pela educação que me
deram e pelo apoio que me tem dado durante todos esses tempos.
Em seguida aos meus professores(do EBI ao Superior), pelos seus ensinamentos, e
principalmente ao Prof. Doutor Edwin Pile, quem deu-me o gosto e incentivo à realização do
trabalho, despertando-me o interesse pelo desenvolvimento de trabalhos de investigação
científica.
A todos os colegas do ISE, colegas do curso e destacando ao Sr. Adilson Freire por todas
essas andanças e pelo apoio dado aquando da realização do inquérito.
Aos responsáveis das casas na localidade de Salina, Santa Cruz, pela paciência durante o
inquérito.
À Câmara Municipal de Santa Cruz pela disponibilização de documentos.
A todos os meus amigos e camaradas de longas caminhadas e noitadas passadas juntos.
Enfim a todos aqueles que de uma forma ou outra me ajudaram;
viii
ÍNDICE
I.
Introdução .................................................................................................................... 13
II.
Objectivos .................................................................................................................... 14
III.
Revisão de Literatura................................................................................................ 15
A.
Enquadramento do concelho de Santa Cruz .............................................................. 15
1.
Dados históricos do Concelho de Santa Cruz (Vila de Pedra Badejo) .................... 15
2.
Caracterização Geográfica .................................................................................... 15
3.
Caracterização Climática ...................................................................................... 16
4.
Caracterização socio-económica ........................................................................... 17
5.
Alguns conceitos sobre Saneamento Básico .......................................................... 17
a)
Saneamento básico na vila de Pedra Badejo ...................................................... 17
6.
Alguns conceitos básicos sobre Abastecimento de água ........................................ 18
7.
Alguns conceitos sobre Sistema de esgotos ........................................................... 18
a)
Tipos de sistemas de esgotos............................................................................. 18
b)
Evacuação dos resíduos na Vila ........................................................................ 19
8.
Alguns conceitos sobre Disposição do Lixo .......................................................... 20
B.
Pecuária e condição sanitária .................................................................................... 20
C.
Zoonoses .................................................................................................................. 22
D.
Vectores ................................................................................................................... 22
1.
Da Família Muscidae ............................................................................................ 22
a)
Generalidades ................................................................................................... 22
b)
Classificação..................................................................................................... 24
(1)
Taxionomia ............................................................................................... 25
c)
Descrição .......................................................................................................... 25
d)
Ciclo de vida..................................................................................................... 25
(1)
Ovos ......................................................................................................... 26
(2)
Larvas ....................................................................................................... 26
ix
(3)
E.
e)
Hábito ............................................................................................................... 26
f)
Profilaxia e controle .......................................................................................... 27
(1)
Medidas contra larvas ou seus criadouros .................................................. 27
(2)
Medidas contra adultos.............................................................................. 28
Importância para a saúde (Vetores vs condição sanitária).......................................... 29
1.
Doenças causadas pela falta de saneamento básico ............................................... 29
a)
IV.
Musca domestica como disseminadora de moléstias.......................................... 29
Material e métodos ................................................................................................... 31
1.
V.
Pupas ........................................................................................................ 26
Local e época de estudos ...................................................................................... 31
Resultados .................................................................................................................... 32
VI.
Discussão ................................................................................................................. 52
VII.
Conclusões ............................................................................................................... 54
VIII.
Referências bibliográficas......................................................................................... 56
x
Índice de Ilustrações
Ilustração 1. Desenho esquemático da mosca comum (Musca domestica L.), hospedeiro
intermediário e vector de diversos parasitos. ................................................................... 22
Ilustração 3. Análise de probabilidades dos factores avaliados no grupo amostral.
Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de
Janeiro a Julho de 2006. ................................................................................................. 35
Ilustração 4. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e as espécies animais identificadas. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006. .............................. 38
Ilustração 5. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e as local de criação dos animais. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006. .............................. 39
Ilustração 6. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e o tipo de alimento utilizado. Trabalho realizado na localidade de Salina,
Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006. .......................................... 40
Ilustração 7. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e alguns dos factores sociais identificados. Trabalho realizado na localidade
de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006. .......................... 41
Ilustração 8. Representação gráfica da contribuição dos factores para a formação do
primeiro grupo. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006. ................................................................................ 42
Ilustração 9. Representação gráfica da contribuição dos factores para a formação do
segundo grupo. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006. ................................................................................ 43
Ilustração 10. Representação gráfica da contribuição dos factores para a formação do
terceiro grupo. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006. ................................................................................ 44
xi
Ilustração 11. Análise de probabilidades dos factores avaliados no grupo 3, após
homogeneização. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago
no período de Janeiro a Julho de 2006. ........................................................................... 46
Ilustração 12. Análise de probabilidades dos factores avaliados no grupo 2, após
homogeneização. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago
no período de Janeiro a Julho de 2006. ........................................................................... 48
Ilustração 13. Análise de probabilidades dos factores avaliados no grupo 1, após
homogeneização. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago
no período de Janeiro a Julho de 2006. ........................................................................... 50
Ilustração 14. Criação do porco no “chiqueiro” no quintal. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006………………………...51
Ilustração 15. Criação de vários ruminantes (cabras e ovelhas) na rua ao redor da casa.
Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a
Julho de 2006……………………………………………………………………………....…51
Ilustração 16. Criação de ruminantes na rua ao redor da casa. Trabalho realizado na localidade
de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006………………..……53
Ilustração 17. Criação de porcos em cima da casa. Trabalho realizado na localidade de Salina,
Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006……………………………...…53
Ilustração 18. Criação de ruminante no quintal. Trabalho realizado na localidade de Salina,
Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006……………………………...…55
Ilustração 19. Criação de aves soltas em cima da casa. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006………………………...55
xii
Índice de Tabelas
Tabela 1. Distribuição em classes do número de moscas colectadas durante o inquérito. ...... 36
Tabela 2. Distribuição em classes do número de moradores/agregado familiar registados
durante o inquérito. ...................................................................................................... 36
Tabela 3. Distribuição em classes da idade do tratador registada durante o inquérito. ........... 37
Tabela 4. Distribuição em classes do número de animais/família registado durante o inquérito.
..................................................................................................................................... 38
Tabela 5. Distribuição percentual da população após a homogeneização amostral do resultado.
..................................................................................................................................... 42
13
I. Introdução
Segundo o INE/2000, Santa Cruz é um dos concelhos mais pobres de Cabo Verde. Contudo,
com um grande potencial para agricultura, pesca e pecuária. Actualmente a criação animal é
feita como forma de poupança, dentro, encima, ao redor da casa ou solto na rua. Segundo
Rouquayrol & Almeida (1999), essa situação é preocupante visto que através do contacto,
animal/pessoa, muitos agentes causadores de doenças podem ser transmitidos, a maioria das
vezes pela falta de informação. Segundo, Forattini (1986), mensurar o estado de saúde e bemestar de uma determinada população é uma tarefa complexa, porém, necessária para que
sejam feitos diagnósticos e realizadas intervenções, assim como avaliação do impacto
produzido por determinados factores. Em Cabo Verde, a presença de inúmeras zoonoses já foi
detectada em diversos concelhos, e Santa Cruz não é a excepção. Sendo Pedra Badejo uma
vila em que o sistema familiar de criação animal é prevalente, há necessidade de determinar a
situação actual da sua condição sanitária e avaliar a existência ou não da correlação dos
factores relacionados com esses sistemas de criação. Com base nestas informações e sabendose da existência de variações regionais e anuais na prevalência das infecções influenciadas
pelas condições já citadas, foi elaborada esta investigação no intuito de servir como subsídio
para o planeamento futuro de formas de controlo estratégico de doenças vinculadas à presença
de animais e vectores.
14
II. Objectivos

Determinar o perfil da situação actual da região analisada.

Determinar a importância relativa dos factores analisados e estabelecer indicadores da
condição sanitária.

Determinar a homogeneidade amostral da condição sanitária a ser estabelecida.

Determinar o risco relativo que a condição actual representa.
15
III. Revisão de Literatura
A. Enquadramento do concelho de Santa Cruz
1. Dados históricos do Concelho de Santa Cruz (Vila de Pedra Badejo)
O concelho de Santa Cruz foi criado pelo Decreto nº 108/71, de 29 de Março, com vista a
promover o desenvolvimento de actividades que o crescimento populacional impunha e
possibilitar às populações contactos rápidos com as sedes quer do concelho ou das freguesias,
onde os seus problemas deveriam ser resolvidos, desencravando-se, assim, do concelho da
Praia. O nome, porem, fugiu à regra. Segundo conta o proprietário da então Sociedade
Agrícola e Comercial de Santa Filomena (SOCOFIL), situada na pequena localidade de Santa
Cruz, o Eng.º Almeida Henriques propôs às autoridades portuguesas a criação de concelho
nessa localidade, onde se iria, posteriormente, construir um porto para exportação das suas
bananas. Feito os levantamentos, viu-se que o local não dispunha de qualquer infra-estrutura
para o efeito, acabando, no entanto, o concelho por ser criado, mas com sede na povoação de
Pedra Badejo que já era um posto administrativo. O Eng.º Almeida Henriques fez, entretanto,
finca pé para que o novo concelho tomasse o nome de Santa Cruz. Segundo conta, para a vila
de Pedra Badejo, o nome teria advindo do património que dá vista com a ilha de Maio e da
alusão feita à grande quantidade de peixe (Badejo) existente nessa redundância.
2. Caracterização Geográfica
Localizado na parte leste da ilha de Santiago, Santa Cruz é um dos seis concelhos desta ilha,
cobrindo uma superfície total de 109,8 Km2, correspondendo à 11% dos 991 Km2 que
constitui a área total da ilha, sendo equivalente a aproximadamente 2.8% do território
nacional.
16
O concelho de Santa Cruz situa-se na zona nordeste da ilha, aproximadamente entre os
paralelos 15º 05º e 15º 11º de latitude norte e entre os meridianos 23º 38º e 23º 30º de
longitude de Greenwich.
Alongando-se entre Areia Branca, ao Norte, e a Ponta Tori (Mangue), ao Sul, estendendo-se
sentido Este/Oeste para o centro da ilha até o Pico d´Antonia.
Faz fronteira ao Norte com o concelho de São Miguel, Oeste com concelho de Santa Catarina,
e a Sul com o concelho de São Domingos. Ao Este é delimitado pelo mar.
O concelho é caracterizado por um emaranhado de montes, ribeiras e achadas. Com efeito, da
garganta do Monte Pico de Antónia, terceiro maior do país (1393mts de altitude), ou a dobra
das suas cordilheiras que percorrem longitudinalmente no sentido Norte/Sul e dividem a ilha
em duas partes distintas, nascem pequenas ribeiras que vão convergindo formando vales
cavados junto às montanhas, alargando e originando planícies à medida que vão-se
aproximando do litoral. As pequenas serras, por seu turno, vão-se aplanando, dando lugar aos
planaltos, normalmente denominados “Achadas”, Moreira (2000).
3. Caracterização Climática
Inserido no conjunto dos concelhos que constituem a ilha de Santiago, Santa Cruz não é a
excepção, no que concerne aos aspectos climáticos. No seu conjunto é do tipo árido a semiárido, com uma temperatura média anual de 25ºC e precipitação variável, caracterizado pelo
contraste de duas estações bem definidas:
 A estação das chuvas ou o “ tempo das aguas”, que vai de Agosto a Outubro, chuvas
fortemente ligadas à deslocação setentrional da Frente Internacional (FIT).
 A estação seca ou o “ tempo das brisas” que vai de Dezembro a Junho, mais fresca e
seca, durante a qual predomina a acção dos alísios de nordeste, que de um modo
regular sopram durante todo o ano
 Os meses de Julho e Novembro são considerados de transição.
A acção da altitude e à de orientação das massas do relevo, em relação aos ventos dominantes,
alísios do nordeste, provoca uma série de microclimas. Originando os climas locais
distribuídos da seguinte forma:
 Aridez no litoral, humidade e vegetação nos pontos mais altos, precipitação maior na
vertente oriental.
 A humidade e a vegetação encontram-se na zona de maior altitude, como a de pico
d´Antonia.
17
 O seu clima é árido, tornando-se mais ameno à medida que se avança para o interior,
constituído o microclima de altitude, suave tanto na época quente com na época fria,
cobrindo a maior parte do concelho (PAMSC, 2003)..
4. Caracterização socio-económica
Segundo o INE (2000), o Concelho de Santa Cruz conta com 25184 habitantes residentes,
sendo 11861 do sexo masculino e 13323 do sexo feminino.
O concelho é constituído por uma só freguesia, a de São Tiago Maior, constituída pelas
seguintes povoações: Pedra Badejo, Salina, Ponta Achada, Rocha Lama, Achada Igreja,
Achada Fazenda, Achada Ponta, Cancelo, Santa Cruz, Achada Bel Bel, Achada Laje, Ribeirão
Boi, Renque Purga, Boaventura, Aguada, São Cristóvão, Ribeira Seca, Librão e Porto
Madeira.
O concelho apresenta a maior taxa desemprego do país, a qual se situa na casa dos 30%. As
principais actividades económicas do concelho são a agricultura de regadio e do sequeiro (o
concelho possui uma das maiores áreas em agricultura de regadio do país em que as culturas
de hortícolas e bananeiras ocupam um lugar importante), a pecuária, a pesca artesanal, e as
pequenas e médias empresas, sobretudo a nível de marcenaria e carpintaria, mecânica,
serralharia, entre outros.
5. Alguns conceitos sobre Saneamento Básico
Saneamento é o conjunto de medidas visando preservar ou modificar as condições do meio
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Saneamento básico se
restringe ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas há quem inclua o lixo nesta
categoria. Outras actividades de saneamento são: controle de animais e insectos, saneamento
de alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e habitações.
Normalmente qualquer actividade de saneamento tem os seguintes objectivos: controle e
prevenção de doenças, melhoria da qualidade de vida da população, melhorar a produtividade
do indivíduo e facilitar a actividade económica, (Sabesp. 2006).
a) Saneamento básico na vila de Pedra Badejo
No concelho, os constrangimentos na área de saneamento são ainda complexos, mas no
domínio de abastecimento da água potável já há avanços visíveis quando comparados a outras
áreas do saneamento. Se por um lado, a cobertura da água potável já atingiu níveis bastante
18
satisfatórios, o saneamento do meio ainda não, no que diz respeito à evacuação de excretas e
das águas residuais, controlo dos animais e controlo sanitário dos alimentos.
6. Alguns conceitos básicos sobre Abastecimento de água
A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser considerada como
tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela tem substâncias que modifiquem estes
padrões é considerada poluída. As substâncias que indicam poluição por matéria orgânica são:
compostos nitrogenados, oxigénio consumido e cloretos.
Para o abastecimento de água, a melhor saída é a solução colectiva, exceptuando-se nas
comunidades rurais muito afastadas. No Sistema Público de Água podem ser considerados os
seguintes elementos: Manancial, Captação, Adução, Tratamento, Reservação, Reservatório de
montante ou de jusante e Distribuição.
7. Alguns conceitos sobre Sistema de esgotos
Despejos são compostos de materiais rejeitados ou eliminados devido à actividade normal de
uma comunidade. O sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de contacto de
despejos, esgoto e dejectos humanos com a população, águas de abastecimento, vectores de
doenças e alimentos. O sistema de esgotos ajuda a reduzir despesas com o tratamento tanto da
água de abastecimento, quanto das doenças provocadas pelo contacto humano com os
dejectos, além de controlar a poluição das praias. O esgoto (também chamado de águas
servidas) pode ser de vários tipos: sanitário (água usada para fins higiênicos e industriais),
sépticos (em fase de putrefação), pluviais (águas pluviais), combinado (sanitário + pluvial),
cru (sem tratamento) e fresco (recente, ainda com oxigénio livre).
Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejectos, havendo ou não água encanada.
a) Tipos de sistemas de esgotos
Existem três tipos de sistemas de esgotos :
 Sistema unitário: é a colecta do esgotos pluviais, domésticos e industriais em um único
colector. Tem custo de implantação elevado, assim como o tratamento também é caro.
 Sistema separador: o esgoto doméstico e industrial ficam separados do esgoto pluvial.
O custo de implantação é menor, pois as águas pluviais não são tão prejudiciais quanto
o esgoto doméstico, que tem prioridade por necessitar tratamento. Assim como o
19
esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário sem tratamento
especial prévio.
 Sistema misto: a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais.
A contribuição domiciliar para o esgoto está directamente relacionada com o consumo de
água.
As diferenças entre água e esgoto está na quantidade de microrganismos do último, a que é
superior. O esgoto não precisa ser tratado, depende das condições locais, desde que estas
permitam a oxidação. Quando isso não é possível, ele é tratado numa Estação de Tratamento.
Também existe o processo das lagoas de oxidação.
b) Evacuação dos resíduos na Vila
Segundo o PAMSC, (2003), a vila de Pedra Badejo não cresceu em termos físicos no domínio
da extensão da rede de pública de esgoto, que abrange apenas alguns domicílios, complexos
sanitários, mercado municipal e o matadouro; sendo que a descarga é feita no mar. No que diz
respeito ao esvaziamento das fossas, o serviço municipal não dispõe de um camião
autotanque/limpa fossa. No entanto, existe um projecto em estudo da implantação da rede
pública de esgoto e água potável aos principais centros da vila, além da construção de uma
estação de tratamento de águas residuais (ETAR), organizado pelo MIT. Este trabalho é
considerado de relevância, devido às melhorias que proporcionará ao saneamento do meio e
consequentemente do índice de morbilidade.
A limpeza da vila é feita por grupos de mulheres varredeiras, mas o facto mas tocante é a
recolha, transporte e tratamento dos resíduos sólidos, apesar de haver algumas melhorias ou
ganhos principalmente no meio de transporte, visto que anos atrás era feito em camião aberto.
A recolha e transporte do lixo para o depósito de tratamento, que se situa na zona próxima de
Porto Fundo, faz-se diariamente no camião de recolha do lixo, mas os homens que trabalham
na recolha do lixo carecem de condições mínimas de trabalho, no que diz respeito a
equipamentos. O lixo removido estima-se em 9,5-10ton/diárias. O depósito de tratamento é a
céu aberto num “covão” de pouca profundidade, construído nos anos 80, pela Associação de
Amizade Pedra Badejo-Leibnitz, que na altura distava 750mts da ultima casa em Achada
Fátima. A referida zona vem sendo considerada zona de expansão, daí as moradias estarem
próximas do depósito, com todos os incómodos que uma infra-estrutura do tipo acarreta,
mormente quando o sistema de tratamento é feito à queima. Contudo, o quadro mais grave se
relaciona com a lotação. Actualmente totalmente ocupado, com a consequente
20
impossibilidade da entrada do camião para seu esvaziamento. Portanto, há necessidade de
medidas urgentes no concernente à nova localização para construção de um novo e melhor
depósito central e tomada de novas medidas de tratamento do lixo (PAMSC, 2003). Com a
prevalência dessas condições tem-se como consequência a disseminação de agentes
causadores de doenças quer através do vento ou de vectores, neste caso especifico pode ser
citada a presença de principalmente da mosca comum (Musca domestica).
8. Alguns conceitos sobre Disposição do Lixo
O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da actividade humana. Ele é constituído de
substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. O problema do lixo alcança
patamares até de ordem psicológica: o efeito da limpeza da comunidade sobre o povo. O lixo
tem que ser bem acondicionado para facilitar sua remoção, sendo assim, as vezes a parte
orgânica do lixo é triturada e jogada na rede de esgoto. Se isso facilita sua remoção e possível
colecta selectiva, também representa mais uma carga para o sistema de esgotos. Quando
reciclada, a parte inorgânica do lixo pode ser reaproveitada no fabrico de alguns produtos, e a
orgânica na alimentação de animais. O sistema de colecta tem que ter periodicidade regular,
intervalos curtos, e a colecta nocturna ainda é a melhor, apesar dos ruídos.
O lixo pode ser lançado em rios, mares ou a céu aberto, enterrado, ir para um aterro sanitário
(o mais indicado) ou incinerado. Também pode ter suas graxas e gorduras recuperadas, ser
fermentado ou passar pelo processo Indore1.
B. Pecuária e condição sanitária
Considerando a Pecuária como a aplicação de técnicas zootécnicas para a obtenção de
proveitos, se tem a necessidade de uma boa condição sanitária para que o facto aconteça da
melhor forma possível e evitando a transmissão de zoonoses. Segundo Lamy (1997), os
1
Esse método busca manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza. Conceitualmente,
de acordo com especialistas da área, a "agricultura orgânica" insere-se na actualmente denominada "agroecologia"
(agricultura com princípios ecológicos), sendo essa também constituída pela "agricultura natural", "agricultura biodinâmica
(uso de preparados biodinâmicos)" e "agricultura biológica (uso de mecanismos biológicos)". Na realidade, a "agricultura
orgânica" nada mais é do que a agricultura realizada pelos nossos agricultores antes do uso de insumos químicos industriais
(fertilizantes solúveis e agrotóxicos), claro que, actualmente, com métodos mais cientificamente estudados. O conceito de
agricultura orgânica surgiu com o inglês Albert Howard, que em 1905 começou a trabalhar na estação experimental de Pusa,
na Índia, e observou que os camponeses hindus não utilizavam fertilizantes químicos, mas empregavam diferentes métodos
para reciclar os materiais orgânicos.
21
insectos ameaçam as nossas criações animais e consequentemente a produção animal. Embora
a maioria dos insectos sejam fitófagos (alimentam de vegetais) e consequentemente ameacem
a produção vegetal, outros insectos picadores são hematófagos (vivem do sangue dos
animais), transmitindo doenças tanto a animais quanto a humanos, outros ainda põem ovos ou
larvas, ou ainda servem como vectores de parasitas, limitando dessa forma a criação de
animais domésticos, principalmente nos países em desenvolvimento.
O insecto é de facto o inimigo número um das produções vegetais e animais do homem e, em
especial, das suas produções alimentares. As perdas são consideráveis e o custo económico
deve ser acrescido aos gastos empenhados para lutar contra eles. Também se deve ter em
mente, em especial para a alimentação das populações humanas dos países em
desenvolvimento, que a metade dos produtos cultivados e consumidos pelos camponeses
servem na verdade para alimentar estes parasitas, destacando-se que em muitas doenças
parasitárias do homem, o insecto que serve como vector. Os dípteros hematófagos são
considerados os insectos mais prejudiciais, desde que podem ocasionar a morte dos seus
hospedeiros, directa ou indirectamente. Segundo Lamy (1997), os simulídeos (Flia:
Ceratopogonidae) são capazes de causar estragos consideráveis pela sua picada venenosa e
exanguinação.
A Africa é uma zona importante da criação de bovinos, sendo estimados em 160 milhões de
cabeças. Contudo, estão desigualmente distribuídos. Os mais numerosos, ocupam oito
milhões de quilómetros quadrados das zonas do Sahel e do Sudão cobertas de estepes e de
savanas secas mais ou menos arborizadas. Doze milhões de quilómetros quadrados são
desertos ou regiões semidesérticas impróprias para a criação. Os dez milhões restantes estão
ocupados por florestas densas e savanas húmidas (sete milhões de hectares) onde grassam as
moscas tsé-tsé (Glossina palpalis). Pode-se então estimar em 7 milhões de quilómetros
quadrados as zonas onde, embora existam pastagem de boa qualidade e água em abundância,
o gado não esta presente por causa de problemas específicos, como a tripanosomíase
(Trypanosoma spp). O homem ao interferir no habitat desses parasitas, destruindo as galerias
florestais e desenvolvendo a criação animal, determinam o aumento constante desses
problemas.
O mesmo pode ser comentado sobre os ectoparasitas, como sarnas e piolhos que vivem na
plumagem ou no pêlo dos animais de sangue quente. Eles não podem viver muito tempo fora
desses “habitats” aos quais estão morfologicamente, anatomicamente e fisiologicamente bem
adaptados.
22
C. Zoonoses
São infecções naturalmente transmissíveis de anfitriões de animal vertebrados para humanos.
Usualmente são ditas doenças do animal para o homem mas inclui também doenças do
homem para o animal. São grupos de infecções heterogéneas com uma epidemiologia e
características clínicas variadas, necessitando da aplicação de medidas de controlo. O
organismo causativo pode ser uni ou pluricelular (vírus, bactérias, fungos, protozoário,
helmintos, etc). A transmissão do agente pode ser feita de forma directa ou indirecta. O
diagnóstico, vigilância, prevenção e controle requerem de um alto grau de colaboração
intersectorial, principalmente entre a saúde, agricultura e a pecuária, (hpa - health protecteon
agency 2003).
Ilustração 1. Desenho esquemático da mosca comum (Musca domestica L.), hospedeiro intermediário e
vector de diversos parasitos.
D. Vectores
1. Da Família Muscidae
a) Generalidades
Segundo Lamy (1997), a entomologia (Entomon = insecto), etimologicamente significa
estudo dos insectos. No entanto, hoje é empregado num sentido mais amplo para designar o
estudo dos artrópodes. Os artrópodes (Arthron = articulações e pous, podos = pés) são animais
metazoários triblásticos celomados, de simetria bilateral, apresentando o corpo segmentado
(Metamerização heterônoma), revestido de quitina e munido de apêndices articulados. O filo
Artrópode está dividido em várias classes, entre as quais temos: Onychophora, Pentastomida,
23
Crustácea, Arachnida, Chilopoda, Diplopoda, Hexapoda, etc. As moscas pertencem à Ordem
Diptera e possuem apenas um par de asas membranosas correspondente às asas anteriores, daí
o nome da ordem (di = duas, ptera = asas). O par posterior transformou-se em duas estruturas,
de tamanho reduzido, chamadas de halteres ou balancins, os quais dão equilíbrio ao insecto
durante o voo. Os dípteros pertencem a um dos quatro maiores grupos de organismos vivos,
existindo mais moscas do que vertebrados. Não ocorrem somente nas regiões ártica e
antártica, apresentam metamorfose completa, isto é, as fases de ovo, larva, pupa e adulto.
Pode-se reconhecer as moscas pela cabeça, nitidamente distinta e móvel, com dois grandes
olhos facetados, isto é, como se fosse dividido em várias partes (facetas). Algumas moscas
possuem o aparelho bucal com capacidade para absorver líquidos, enquanto em outras o
aparelho bucal é do tipo picador.
Do ponto de vista benéfico alguns dípteros são importantes para o homem, tais como as
espécies de Drosophila que são utilizadas como animais experimentais principalmente para
estudos genéticos. Algumas espécies são utilizadas como agentes de controle biológico de
plantas daninhas, bem como de insectos-pragas.
Algumas moscas são hematófagas, isto é, alimentam-se de sangue, como por exemplo, as
mutucas
(Tabanidae),
mosca-dos-estábulos
(Stomoxys
calcitrans),
mosca-do-chifre
(Haematobia irritans), etc. Entretanto, algumas moscas, mesmo não sendo hematófagas, são
muito importantes na saúde pública, como a M. domestica e a mosca varejeira
(Calliphoridae). As primeiras actuam como transportadores mecânicos de agentes
patogênicos (vírus, protozoários, bactérias, rickéttsias e ovos de helmintos) e as últimas
causam as miíases.
Moscas são muito comuns em áreas rurais e urbanas. No ambiente urbano, algumas
espécies adaptaram-se bem às condições criadas pelo homem, mantendo uma dependência
chamada de sinantropia. Algumas espécies são altamente sinantrópicas, isto é, possuem
grande adaptação ao ambiente urbanizado, enquanto outras são pouco sinantrópicas, ou
seja, não apresentam tolerância ao processo de urbanização. Dentre as altamente
sinantrópicas estão a M. domestica, as moscas-dos-filtros (Telmatoscopus albipunctatus,
Psychoda alternata, P. cinerea, P. satchelli), as mosquinhas (Drosophila spp.) e as moscas
do género Chrysomya. As mosquinhas ou mosca da banana (Drosophila spp.), no ambiente
urbano, são atraídas por frutas maduras ou lixo presentes no interior de residências, feiras e
mercados, (Prefeitura de São Paulo, (2000).
24
Actualmente, conhecem-se aproximadamente 120.000 espécies de dípteros e estima-se que
existam mais 1 milhão de espécies viventes. Estas espécies estão divididas em 188 famílias e
aproximadamente 10.000 géneros, sendo que por volta de 3.125 espécies são conhecidas
apenas por registos fósseis, (Lamy, 1997).
b) Classificação
A espécie Musca domestica (Díptera: Muscidae) é uma espécie de grande importância
parasitológica. Nesta família estão compreendidas duas subfamílias de interesse médico e
veterinário, Muscinae e Stomoxidinae. Muscinae é a subfamília que reúne espécies não
picadoras providas de proboscide do tipo lambedor; esta subfamília contém numerosos
géneros, além do Musca, onde encontramos M. domestica. A subfamília Stomoxidinae
contem espécies picadoras providas de proboscide do tipo picador sugador, esta subfamília
contém dois géneros de importância, Stomoxys, onde está incluída a espécie S. calcitrans, e o
género Neivamyia. O género Glossina, com as espécies exóticas transmissoras das
tripanossomoses africana, também pertence a esta subfamília.
25
(1) Taxionomia
Tabela 1. Classificação taxionómica de Musca domestica
Reino
Animalia
Filo
Arthropoda
Sub-filo
Hexapoda
Classe
Insecta
Sub-classe
Pterygota
Infra-classe
Neoptera
Super-ordem
Endopterygota
Ordem
Diptera
Sub-ordem
Brachycera
Infra-ordem
Orthorrapha
Muscomorpha
Cyclorrapha
Família
Muscidae
Género
Musca
Nome específico
M.domestica Linnaeus, 1758
c) Descrição
Os adultos medem de 5mm a 6mm de comprimento, macho e fêmea respectivamente. O
dimorfismo sexual é feito através dos olhos, sendo estes menores nas fêmeas. O tórax
apresenta coloração cinzento-escuro, com quatro listras pretas longitudinais e paralelas,
estendendo-se até a borda do escudo. O abdómen tem cor amarelada e apresenta uma linha
mediana longitudinal escura que se torna difusa ao nível do quarto segmento, (Pessôa &
Martins, 1982).
d) Ciclo de vida
Segundo Pessôa & Martins, (1982) o ciclo de vida dura de 25 a 30 dias (de acordo com as
variações de temperatura e humidade). A fêmea faz até 5 posturas (100-150/postura
aproximadamente),
26
(1) Ovos
Os ovos são brancos ovóides, com uma das extremidades mais larga, medindo 1mm de
comprimento. Cada fêmea põe um total aproximado de 500 a 600ovos. Os ovos geralmente
são depositados em substâncias orgânicas fermentáveis, como lixo, esterco de cavalo, etc.;
quando não, o ciclo de vida se prolonga. O período de incubação mínimo é de oito horas,
podendo ir até os quatro dias. A temperatura óptima é de 23ºC a 26ºC, (Pessôa & Martins,
1982).
(2) Larvas
As larvas recém nascidas ficam agrupadas, são cilíndricas, esbranquiçadas, muito activas e
dotadas de fototropismo negativo. Alimentam-se activamente e 24 horas após a eclosão,
apresentam a primeira muda larvária; até a formação da pupa decorrem 72 horas,
aproximadamente. A passagem de estádio larval a pupal pode ocorrer na própria matéria
orgânica em decomposição. Via de regra, porém, preferem abandonar o lugar de alimentação
e procurar locais mais frescos: terra fofa ou arenosa onde penetram, (Pessôa & Martins,
1982).
(3) Pupas
O pupário, a princípio tem uma cor amarelo-clara, que rapidamente muda para um tom
vermelho-claro, e finalmente para castanho-escuro. Segundo Pessôa & Martins, (1982) a fase
de pupa é de cerca de cinco dias no verão, aumentando nas épocas frias. As moscas, poucos
dias após a saída do pupário, copulam e as fêmeas começam a postura dos ovos.
Desta forma, não é difícil conceber a enorme quantidades de moscas que podem aparecer em
determinadas ocasiões.
e) Hábito
Em relação a este tópico, a redacção limitar-se-á à espécie M. domestica, geralmente
encontrada em áreas urbanas. A espécie é cosmopolita e, embora adaptada a condições extradomiciliares, ocorre preferencialmente nas habitações humanas e abrigos de animais
domésticos. Nessas condições, mais de 90% dos ciclorrafos capturados são desta espécie. É
activa durante o dia e repousa à noite. Preferencialmente pousam sob superfícies estreitas e
longas (fios elétricos, galhos de árvores, rachaduras de paredes, etc.). A espécie utiliza vários
27
substratos (fezes, escarros, pus, exsudato de feridas, produtos de origem animal e vegetal em
decomposição, açúcar, etc.) como alimento. As substancias líquidas são directamente
ingeridas, ao passo que as sólidas são dissolvidas pela saliva no meio externo e
posteriormente ingeridas. Esse mecanismo de regurgitação é um meio de disseminação de
parasitas, como cistos de Entamoeba histolytica, por exemplo. A contaminação se dá tanto
pelas fezes quanto pela saliva, (Pessôa & Martins, 1982).
f) Profilaxia e controle
Durante longos anos os métodos de combate às moscas foi constituído de medidas sanitárias
visando à destruição de criadouros ou das larvas nos criadouros, associado ao combate ao
adulto através de vários processos químicos e mecânicos.
Com a introdução do DDT2 e outros insecticidas de acção residual e seu uso extensivo, os
resultados foram tão espectaculares que os mais optimistas chegaram a afirmar, em 1948, que
a “era sem moscas” estava próxima. Após dez anos verificou-se que o sonho era só isso: um
sonho. De facto, a M. domestica tem a capacidade de se tornar resistente aos insecticidas de
efeito residual. Assim, após alguns anos, às vezes, mesmo após alguns meses, a população de
moscas de uma localidade, por selecção natural, torna-se inteiramente refractária. E uma vez
resistente a um insecticida clorado, a resistência a outros se desenvolve mais rapidamente;
assim a substituição do DDT por outros produtos não resolve o problema, como também não
resolve o uso de misturas de insecticidas. Por outro lado, a resistência se desenvolve mais no
estado larvário, de modo que um insecticida usado contra o adulto dificilmente funcionará
contra as larvas. Finalmente, uma população de moscas que se tornou imune ao DDT ou a
outros produtos correlatos compõe-se de “supermoscas” com maior resistência às condições
mesológicas, podendo tornar-se mais abundantes do que nos lugares não-desinsetizados,
(Chandler in Pessôa & Martins 1982).
(1) Medidas contra larvas ou seus criadouros
2
DDT - Dicloro Difenil Tricloroetano. O DDT foi sintetizado em 1874 por um estudante alemão, mas caiu no
esquecimento por muitos anos. Pesticida organoclorado, utilizado para o combate de pragas e formigas na
agricultura. É o mais famoso dos pesticidas proibidos. Era amplamente empregado até se descobrir a extrema
persistência no ambiente e toxicidade para quase todas as espécies animais. Já foi encontrado no leite materno de
populações isoladas no Ártico, evidenciando a extensão do impacto ambiental de seu uso. Apesar de proibido na
maioria dos países, ainda é produzido e utilizado para controle de insetos vetores de malária e encefalite, no
Terceiro Mundo. Pertence ao grupo de poluentes chamados POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) regulados
internacionalmente pela Convenção de Basel (referente ao lixo tóxico) e pelo Tratado PIC Global (informação e
consentimento prévio em caso de comércio ou transporte internacional).
28
Parece-nos certo que o método mais eficiente de combate as moscas consiste em evitar sua
criação, uma vez que as medidas contra adultos são paliativas. Sendo os principais criadouros
de moscas o lixo doméstico e fezes de animais, particularmente do cavalo, a eles devemos
dirigir nossa atenção.
Em relação ao lixo, a medida mais garantida seria a incineração; mas, além de dispendioso e
só aplicável em certas circunstâncias, o processo tem a desvantagem da destruição do lixo,
que é de grande valor económico e na adubação. O medida mais simples consiste em
depositar o lixo em valas com camadas cobertas com pelo menos 20 a 25 cm de terra, em
tanques de cimento armado (células de Beccari), onde há grande elevação da temperatura, e
consequente fermentação matando as larvas, (Weigert et al. 2002).
Pode-se ainda amontoar o lixo misturado com bórax (2 a 2,5kg/ton) ou paradiclorobezeno (0,5
Kg/m3), ou ainda regá-lo com solução daquele sal ou cianeto de sódio; mas esse último
oferece perigo em virtude da toxidade. Outra medida consiste na aplicação do DDT a 5-10%
ou gamexano a 0.5%. Mas o uso destes insecticidas como medida anti-larvária tem a
desvantagem de acelerar o desenvolvimento da resistência.
Quanto ao esterco de cocheiras, ele deve ser recolhido em fossas rectangulares ou de
preferência em tanques de cimento, onde a fermentação, excepto as que estão na superfície.
Para tornar as esterqueiras mais eficientes, elas podem ser construídas de modo que fiquem
suspensas sobre uma camada de água. Os insecticidas mencionadas para o tratamento do lixo
são também aplicáveis ao esterco.
(2) Medidas contra adultos
Desde que as moscas se criem domiciliarmente, o combate deverá ser feito contra adultos,
uma medida de protecção será a telagem das habitações e dependências onde se manipulam
alimentos.
Métodos mecânicos, tais como, papeis “pega moscas”, armadilhas e outros utensílios podem
ser usados como medidas paliativas tendentes a reduzir a população domiciliar das moscas.
Outras medidas consistem no uso de iscas envenenadas, tais como, soluções açucaradas
contendo 15ml de formaldeído ou solução saturada de fluorsilicato de sódio, este algo tóxico
para os animais domésticos.
Finalmente, os insecticidas de contacto são recomendáveis. Podemos usar o piretro ou
piretrinas dissolvidas em querosene refinado (flit, etc.), e espalhados por meio de atomicidas
manuais. Causam a morte rápida das moscas em ambiente fechados. O DDT, o gamexano e
29
outros inseticidas clorados são usados de modo idêntico ao empregado ao combate aos
mosquitos, mas o desenvolvimento da resistência limita seu uso.
E. Importância para a saúde (Vetores vs condição sanitária)
A espécie tem importância como vector mecânico, isto é, podem veicular os agentes em suas
patas após pousarem em superfícies contaminadas com germes e pousarem nos alimentos,
disseminando-os amplamente, podendo assim provocar várias doenças. Segundo Pro et al.
(1999), as larvas da espécie apresentam várias características que a tornam adequada para
uma produção massiva, como a precocidade e prolificidade da espécie, dependendo da
temperatura e humidade ambientais, além de poder desenvolver-se em uma grande variedade
de substratos, alimentando-se basicamente de matéria orgânica vegetal, (Aleixo et al. 1984).
1. Doenças causadas pela falta de saneamento básico
Existem mais de 100 doenças (incluindo zoonoses e outros tipos de doenças com fontes
diversas), entre as que podem ser citadas: cólera, amebíase, vários tipos de diarréia, peste
bubônica, lepra, meningite, póliomielite, herpes, sarampo, hepatite, febre amarela, gripe,
malária, leptospirose, Ebola, etc (Lamy, 1997).
a) Musca domestica como disseminadora de moléstias
Tem sido demonstrado que a espécie pode levar os bacilos da febre tifóide (Salmonella typhi)
nas patas, corpo, trompa ou ainda expulsá-los pela regurgitação ou nas fezes (Ficker, Smith &
Austen in Pessôa & Martins, 1982). Isto pode acontecer pelo seu contacto com fezes humanas
depositadas no lixo, no chão, nas fossas, etc., onde se contaminam. A situação torna-se
particularmente perigosa quando a latrina se comunica directamente com a cozinha. Os
bacilos podem permanecer vivos por aproximadamente 20 a 25 dias aderidos ao corpo das
moscas. Segundo Pessôa & Martins (1982) o papel das moscas é importante nos
acampamentos e locais com pouca ou nenhuma infra-estrutura de saneamento, porém menos
nas cidades com boa rede de esgotos. Diversos autores também isolaram Shigellas spp
patogénicas de moscas capturadas em casa com doentes de disenteria.
Várias espécies de estafilococos foram isolados de partes externas e do canal alimentar da
mosca, por diferentes observadores, e assim admite-se que o insecto possa transportar tais
germes do pus de uma lesão para erosão da pele de indivíduos sãos.
30
Grassi in Pessôa & Martins, (1982) foi o primeiro a demonstrar a possibilidade da mosca
ingerir ovos de helmintos, tais como Taenia solium, Enterobius vermicularis, e
posteriormente expulsa-los pelas fezes, com a possibilidade de continuidade da evolução; e
(Stiles in Pessôa & Martins, 1982) demonstrou o poder de disseminação de ovos de Ascaris
lumbricoides. Finalmente (Galli-Valeiro in Pessôa & Martins, 1982) demonstrou que ovos
dos helmintos, bem como larvas de Necator americanus, são transportados a pontos muito
distantes, quando aderidos ao corpo das moscas.
31
IV. Material e métodos
1. Local e época de estudos
Os dados foram obtidos a partir de inquérito realizado em Salina, Santa Cruz, Santiago (ver
caracterização geográfica, III-A-2). O trabalho foi realizado no período de Janeiro a Julho de
2006, sendo no período de Janeiro a Maio aplicado o questionário e realizada a respectiva
análise estatística. Os dados foram colectados de forma transversal, sendo as variáveis
registadas: presença de animais, espécies presentes, local de criação, uso ou não de
medicamentos, alimento usado, número de moscas/pulsar, presença ou não de latrinas e idade,
sexo e escolaridade do tratador dos animais.
32
V. Resultados
Durante as observações foram inquiridas 100 (cem) famílias. As perguntas foram
direccionadas no intuito de identificar o perfil da criação animal, tipo de alimentação e local
de criação usado para os animais, e nível sociodemográfico de cada família. Os resultados
foram distribuídos em gráficos e tabelas, sendo os dados das tabelas distribuídos em classes
para facilitar a análise.
A distribuição em classes estão registadas nas tabelas e nelas se destaca a possibilidade do
registo de até nove moscas/casa e dez animais/casa em mais de 80% dos casos. Em 75% dos
casos, cada família mantinha um agregado entre 4 e 9 indivíduos, sendo os tratadores pessoas
do sexo feminino (90%) de 39 a 56 anos (59%).
A ilustração do perfil geral da situação demonstrou que na amostra inquirida prevalece a
criação de porcos, pequenos ruminantes e aves, embora também tenham sido registadas a
presença de coelhos, grandes ruminantes, herbívoros e animais de companhia. Da mesma
forma foi verificada maior probabilidade de criação dos animais encima da casa ou no quintal.
A verificação do uso de palha, ração e comida de panela como alimento também foi registada,
destacando-se o uso de comida de panela. Demonstrou-se também uma proporção menor no
uso de latrinas e até 40% de chances dos indivíduos do agregado terem até o 4º ano de
escolaridade.
As análises de correlação e variação entre as espécies criadas demonstraram também que os
maiores problemas estão relacionados com o número de animais, criação de porcos e de aves.
Pode ser verificada a criação animal no quintal como o maior dos problemas, contudo, a
correlação foi positiva com a criação na rua e encima da casa. Em relação aos alimentos
utilizados, destaca-se o de uso de comida de panela como o maior problema, seguido do uso
da ração. Entretanto, também o uso da palha mantém correlação positiva com o número de
moscas. A variação dos resultados também se relacionou com a falta de latrinas, a idade e o
número de moradores.
33
A homogeneização da amostra avaliada destacou a presença de três grupos. No grupo 3 (três)
(10% da amostra) pode ser verificada uma pequena quantidade de moscas (classe I) e a falta
de animais. O chefe da família era do sexo feminino com 39 a 56 anos de idade, e o agregado
familiar de 4 a 6 pessoas. Na maioria das famílias pode ser constatada a presença de latrinas.
Os resultados da análise do grupo demonstraram que a variação no número de moscas
(11,2%) estava relacionada ao último factor.
Por outro lado, destaca-se que 90% da amostra mantém um grande número de moscas e que a
homogeneização demonstrou a formação de dois grupos, indicando a necessidade de mais
duas abordagens diferentes na estratégia de controlo. Assim vê-se, que no primeiro grupo
(40,7%) haveria a necessidade de considerar a contribuição dos factores número de animais, a
criação de pequenos ruminantes e o uso de palha como alimentos, indicando o número de
animais como responsável por grande parte da variação, entretanto aproximadamente 22% do
restante da variação depende de criação de porcos alimentados com comida de panela, e a
criação de grandes ruminantes na rua (cr; p<0,05). O sexo e a escolaridade também
apareceram como factores determinantes, contudo há necessidade da reavaliação do peso na
análise, desde que estes são factores comuns a todos os grupos.
Já no grupo 2 (49%), a criação de porcos e pequenos ruminantes e sua alimentação foram os
factores de maior contribuição, indicando novamente a relação dos suínos com a presença dos
insectos, entretanto o restante da variação (7%) se explica pela criação de aves na rua ou
encima da casa e pelo número de moradores (cr; p<0,05).
34
Probability Plot of nenhum; peqrum; porcs; coelh; aves; grarum; ...
Normal - 95% CI
nenhum
99,9
99
90
90
50
50
50
10
10
10
1
0,1
1
0,1
1
0,1
0
1
-0,5
coelh
99,9
99
1,0
2,5
aves
99,9
99
0,0
90
90
50
50
50
10
10
10
1
0,1
1
0,1
1
0,1
0,0
0,8
-1
herb
99,9
99
0
1
90
90
50
50
50
10
10
10
1
0,1
1
0,1
1
0,1
0,6
1,2
0,0
0,6
2,4
0
1
animais
99,9
99
90
0,0
1,2
-1
ancomp
99,9
99
nenhum
Mean
0,16
StDev
0,3685
N
100
AD
28,920
P-Value <0,005
grarum
99,9
99
90
-0,8
porcs
99,9
99
90
-1
Percent
peqrum
99,9
99
peqrum
Mean
0,33
StDev
0,4726
N
100
AD
20,593
P-Value <0,005
porcs
Mean
0,72
StDev
0,4513
N
100
AD
22,485
P-Value <0,005
coelh
1,2
-5
10
25
Mean
StDev
N
0,04
0,1969
100
av es
Probability Plot of nenhlo; quintal; rua; encicas
Normal - 95% CI
nenhlo
Percent
99,9
99
90
90
50
50
10
10
1
0,1
1
0,1
-1
0
1
rua
99,9
99
90
50
50
10
10
1
1
0,1
0,1
0
-1
1
2
nenhlo
Mean
0,16
StDev
0,3685
N
100
AD
28,920
P-Value <0,005
0
1
2
encicas
99,9
99
90
-1
quintal
99,9
99
quintal
Mean
0,34
StDev
0,4761
N
100
AD
20,273
P-Value <0,005
rua
Mean
0,2
StDev
0,4020
N
100
AD
26,503
P-Value <0,005
-1
0
1
2
encicas
Mean
0,47
StDev
0,5016
N
100
35
Probability Plot of nenalim; palha; ração; panela; escola; latrina
Normal - 95% CI
nenalim
Percent
99,9
palha
99,9
99
99
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
0,1
0,1
-1
0
99,9
-0,5
1,0
2,5
escola
99,9
-0,5
99
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
0,1
0,1
0,1
1,2
2,4
-6
0
6
1,0
2,5
latrina
99,9
99
0,0
nenalim
Mean
0,16
StDev
0,3685
N
100
AD
28,920
P-Value <0,005
0,1
1
panela
ração
99,9
palha
Mean
0,36
StDev
0,4824
N
100
AD
19,692
P-Value <0,005
ração
Mean
0,55
StDev
0,5
N
100
AD
18,040
P-Value <0,005
0,0
1,5
3,0
panela
Mean
0,72
StDev
0,4513
N
100
escola
Probability Plot of numanimclass; idadeclass; nummorclass; ...
Normal - 95% CI
numanimclass
Percent
99,9
idadeclass
99,9
99
99
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
0,1
0,1
-5
0
5
99
90
90
50
50
10
10
1
1
0,1
0,1
0
4
2
8
4
0,0
sexo
99,9
99
numanimclass
Mean
2,07
StDev
1,610
N
100
AD
10,498
P-Value <0,005
0,1
0
nummosclass
99,9
nummorclass
99,9
2,5
5,0
idadeclass
Mean
2,802
StDev
0,6901
N
96
AD
9,729
P-Value <0,005
nummorclass
Mean
2,598
StDev
0,8739
N
97
AD
6,252
P-Value <0,005
1
2
3
nummosclass
Mean
2,347
StDev
1,146
N
95
Ilustração 2. Análise de probabilidades dos factores avaliados no grupo amostral.
sexo
Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro
a Julho de 2006.
36
Tabela 2. Distribuição em classes do número de moscas colectadas durante o inquérito.
Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro
a Julho de 2006.
Valida
de
<= 3
4-6
7-9
10 - 12
13 - 15
19 - 21
Total
perdido Sistem
s
a
Total
Frequenc Percenta
ia
gem
26
26,0
28
28,0
27
27,0
12
12,0
1
1,0
1
1,0
95
95,0
5
5,0
100
100,0
Validade Cumulativo
Percentual Percentual
27,4
27,4
29,5
56,8
28,4
85,3
12,6
97,9
1,1
98,9
1,1
100,0
100,0
Tabela 3. Distribuição em classes do número de moradores/agregado familiar registados
durante o inquérito. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago
no período de Janeiro a Julho de 2006.
Valida
de
<= 3
4-6
7-9
10 - 12
13+
Total
perdido Sistem
s
a
Total
Frequenc Percenta
ia
gem
6
6,0
44
44,0
32
32,0
13
13,0
2
2,0
97
97,0
3
3,0
100
100,0
Validade Cumulativo
Percentual Percentual
6,2
6,2
45,4
51,5
33,0
84,5
13,4
97,9
2,1
100,0
100,0
37
Tabela 4. Distribuição em classes da idade do tratador registada durante o inquérito.
Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro
a Julho de 2006.
Valida
de
<= 20
21 - 38
39 - 56
57 - 74
75 - 92
Total
perdido Sistem
s
a
Total
Frequenc Percenta
ia
gem
3
3,0
24
24,0
59
59,0
9
9,0
1
1,0
96
96,0
4
4,0
100
100,0
Validade Cumulativo
Percentual Percentual
3,1
3,1
25,0
28,1
61,5
89,6
9,4
99,0
1,0
100,0
100,0
38
Tabela 5. Distribuição em classes do número de animais/família registado durante o
inquérito. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período
de Janeiro a Julho de 2006.
Valid
ade
<= 3
4-6
7-9
10 12
13 15
16 18
19 21
22 24
Total
Frequenc Percenta
ia
gem
50
50,0
26
26,0
11
11,0
Validade Cumulativo
Percentual Percentual
50,0
50,0
26,0
76,0
11,0
87,0
5
5,0
5,0
92,0
3
3,0
3,0
95,0
1
1,0
1,0
96,0
1
1,0
1,0
97,0
3
3,0
3,0
100,0
100
100,0
100,0
Loading Plot of nenhum; ...; moscas
porcs
0,50
Second Component
moscas
0,25
grarum
herb
0,00
peqrum
nenhum
-0,25
animais
-0,50
-0,50
av es
-0,25
ancomp
coelh
0,00
First Component
0,25
0,50
Ilustração 3. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e as espécies animais identificadas. Trabalho realizado na localidade de Salina,
Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
39
Loading Plot of nenhlo; ...; moscas
0,8
quintal
Second Component
0,6
0,4
0,2
nenhlo
moscas
0,0
rua
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-0,75
encicas
-0,50
-0,25
0,00
First Component
0,25
0,50
Ilustração 4. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e as local de criação dos animais. Trabalho realizado na localidade de Salina,
Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
40
Loading Plot of nenalim; ...; moscas
1,00
palha
Second Component
0,75
0,50
0,25
moscas
nenalim
0,00
ração
-0,25
-0,50
panela
-0,50
-0,25
0,00
First Component
0,25
0,50
Ilustração 5. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e o tipo de alimento utilizado. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa
Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
41
Loading Plot of moscas; ...; latrina
0,75
sexo
Second Component
0,50
0,25
latrina
0,00
escola
-0,25
idade
morador
-0,50
-0,75
moscas
-0,50
-0,25
0,00
First Component
0,25
0,50
Ilustração 6. Representação gráfica da inter-relação identificada entre o número de
moscas e alguns dos factores sociais identificados. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
42
Tabela 6. Distribuição percentual da população após a homogeneização amostral do
resultado. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período
de Janeiro a Julho de 2006.
N
Cluster/Grupo
Casos Excluidos
Total
1
2
3
Combinados
37
45
9
91
9
100
% da
Combinaç
ão
40,7%
49,5%
9,9%
100,0%
% do
Total
37,0%
45,0%
9,0%
91,0%
9,0%
100,0%
Ilustração 7. Representação gráfica da contribuição dos factores para a formação do
primeiro grupo. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006.
43
Ilustração 8. Representação gráfica da contribuição dos factores para a formação do
segundo grupo. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006.
44
Ilustração 9. Representação gráfica da contribuição dos factores para a formação do
terceiro grupo. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006.
45
Probability Plot of nenhum; peqrum; porcs; coelh; aves; grarum; ...
Normal - 95% CI
nenhum
99
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1,0
1,5
coelh
99
1
-0,5
0,0
0,5
av es
99
-0,5
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0,0
0,5
herb
99
0,0
0,5
ancomp
99
90
50
50
10
10
10
1
1
1
-0,5
0,0
0,0
0,5
0,5
animais
99
50
0,5
grarum
-0,5
90
0,0
0,5
1
-0,5
90
-0,5
0,0
99
90
-0,5
porcs
99
90
0,5
Percent
peqrum
99
-0,5
0,0
0,5
nenhum
Mean
*
StDev
*
N
9
AD
*
P-Value
peqrum
Mean
*
StDev
*
N
9
AD
*
P-Value
porcs
Mean
StDev
N
AD
P-Value
*
*
9
*
coelh
Mean
*
StDev
*
N
9
av es
Probability Plot of nenhlo; quintal; rua; encicas
Normal - 95% CI
nenhlo
Percent
99
90
90
50
50
10
10
1
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
rua
99
1
90
50
50
10
10
1
1
-0,25
0,00
-0,50
-0,25
0,25
0,50
0,00
nenhlo
Mean
*
StDev
*
N
9
AD
*
P-Value
0,25
0,50
encicas
99
90
-0,50
quintal
99
quintal
Mean
*
StDev
*
N
9
AD
*
P-Value
rua
Mean
StDev
N
AD
P-Value
-0,50
-0,25
0,00
0,25
0,50
*
*
9
*
encicas
Mean
*
StDev
*
N
9
46
Probability Plot of nenalim; palha; ração; panela; escola; latrina
Normal - 95% CI
nenalim
Percent
99
palha
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0,5
1,0
1,5
panela
99
0,0
0,5
escola
99
-0,5
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
0,5
-5
0
0,0
5
0,5
latrina
99
90
0,0
nenalim
Mean
*
StDev
*
N
9
AD
*
P-Value
1
-0,5
90
-0,5
ração
99
0,0
1,5
3,0
palha
Mean
StDev
N
AD
P-Value
*
*
9
*
ração
Mean
StDev
N
AD
P-Value
*
*
9
*
panela
Mean
*
StDev
*
N
9
escola
Probability Plot of numanimclass; idadeclass; nummorclass; ...
Normal - 95% CI
numanimclass
Percent
99
idadeclass
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0,5
1,0
1,5
nummosclass
99
50
50
10
10
1
1
0,5
1,0
1,5
3
5
sexo
99
90
numanimclass
Mean
*
StDev
*
N
9
AD
*
P-Value
1
1
90
nummorclass
99
0,0
2,5
5,0
idadeclass
Mean
2,889
StDev
0,6009
N
9
AD
1,136
P-Value <0,005
nummorclass
Mean
2,556
StDev
1,014
N
9
AD
0,525
P-Value 0,129
1,5
2,0
2,5
nummosclass
Mean
*
StDev
*
N
9
Ilustração 10. Análise de probabilidades dos factores avaliados no sexo
grupo 3, após
homogeneização. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006.
47
Probability Plot of nenhum; peqrum; porcs; coelh; aves; grarum; ...
Normal - 95% CI
nenhum
99
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0,0
0,0
0,5
1,0
av es
99
0,5
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0,0
0,5
herb
99
0
1
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
-0,5
0,0
0,0
0,5
animais
99
90
0,5
grarum
-0,5
ancomp
99
0,0
1,5
1
-1
90
-0,5
1,0
99
90
-0,5
nenhum
Mean
*
StDev
*
N
45
AD
*
P-Value
1
0,5
coelh
99
porcs
99
90
-0,5
Percent
peqrum
99
0,5
0
5
10
peqrum
Mean
0,02222
StDev
0,1491
N
45
AD
16,927
P-Value
<0,005
porcs
Mean
StDev
N
AD
P-Value
*
*
45
*
coelh
Mean
*
StDev
*
N
45
av es
Probability Plot of nenhlo; quintal; rua; encicas
Normal - 95% CI
nenhlo
Percent
99
90
90
50
50
10
10
1
-0,50
-0,25
0,00
0,25
0,50
rua
99
1
90
50
50
10
10
-0,5
0,0
-1
0
0,5
1,0
1
nenhlo
Mean
*
StDev
*
N
45
AD
*
P-Value
1
2
encicas
99
90
1
-1,0
quintal
99
quintal
Mean
0,4667
StDev
0,5045
N
45
AD
7,968
P-Value <0,005
rua
Mean
0,08889
StDev
0,2878
N
45
AD
15,074
P-Value
<0,005
-1
0
1
2
encicas
Mean
0,4889
StDev
0,5055
N
45
48
Probability Plot of nenalim; palha; ração; panela; escola; latrina
Normal - 95% CI
nenalim
Percent
99
palha
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
-0,5
0,0
0,5
panela
99
0,0
0,5
escola
99
0
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
1,0
0
1
6
2
latrina
99
90
0,5
nenalim
Mean
*
StDev
*
N
45
AD
*
P-Value
1
-0,5
90
0,0
ração
99
palha
Mean
StDev
N
AD
P-Value
*
*
45
*
ração
Mean
0,6889
StDev
0,4682
N
45
AD
9,477
P-Value <0,005
12
1
2
3
panela
Mean
0,9778
StDev
0,1491
N
45
escola
Probability Plot of numanimclass; idadeclass; nummorclass; ...
Normal - 95% CI
numanimclass
Percent
99
idadeclass
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0
2
4
nummosclass
99
50
50
10
10
1
1
2,5
5,0
3
5
sexo
99
90
0,0
1
1
90
nummorclass
99
0
2
4
numanimclass
Mean
1,4
StDev
0,6876
N
45
AD
7,259
P-Value <0,005
idadeclass
Mean
2,844
StDev
0,6380
N
45
AD
5,416
P-Value <0,005
nummorclass
Mean
2,622
StDev
0,8865
N
45
AD
2,640
P-Value <0,005
0,8
1,6
2,4
nummosclass
Mean
2,489
StDev
1,160
N
45
Ilustração 11. Análise de probabilidades dos factores avaliados no sexo
grupo 2, após
homogeneização. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006.
49
Probability Plot of nenhum; peqrum; porcs; coelh; aves; grarum; ...
Normal - 95% CI
nenhum
99
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0,0
0
1
2
av es
99
0
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0
1
herb
99
0
1
-1
ancomp
99
90
90
50
50
10
10
10
1
1
1
0,8
-0,8
0
peqrum
Mean
0,8378
StDev
0,3737
N
37
AD
10,574
P-Value <0,005
0,0
porcs
Mean
0,6757
StDev
0,4746
N
37
AD
7,591
P-Value <0,005
1
animais
99
50
0,0
2
1
-1
90
-0,8
1
grarum
99
90
-1
nenhum
Mean
*
StDev
*
N
37
AD
*
P-Value
1
0,5
coelh
99
porcs
99
90
-0,5
Percent
peqrum
99
0,8
0
10
Mean
StDev
N
20
coelh
0,1081
0,3148
37
av es
Probability Plot of nenhlo; quintal; rua; encicas
Normal - 95% CI
nenhlo
Percent
99
90
90
50
50
10
10
1
-0,50
-0,25
0,00
0,25
0,50
rua
99
1
90
50
50
10
10
1
1
0
-1
1
2
nenhlo
Mean
*
StDev
*
N
37
AD
*
P-Value
0
1
2
encicas
99
90
-1
quintal
99
quintal
Mean
0,3243
StDev
0,4746
N
37
AD
7,591
P-Value <0,005
rua
Mean
0,4054
StDev
0,4977
N
37
AD
6,803
P-Value <0,005
-1
0
1
2
encicas
Mean
0,6486
StDev
0,4840
N
37
50
Probability Plot of nenalim; palha; ração; panela; escola; latrina
Normal - 95% CI
nenalim
Percent
99
palha
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
-0,5
0,0
0,5
panela
99
0,8
1,6
escola
99
0,0
90
50
50
50
10
10
10
1
1
1
2
0
1,2
5
10
2,4
latrina
99
90
1
nenalim
Mean
*
StDev
*
N
37
AD
*
P-Value
1
0,0
90
0
ração
99
palha
Mean
0,9730
StDev
0,1644
N
37
AD
13,817
P-Value <0,005
ração
Mean
0,6216
StDev
0,4917
N
37
AD
7,013
P-Value <0,005
0,0
1,5
3,0
panela
Mean
0,6757
StDev
0,4746
N
37
escola
Probability Plot of numanimclass; idadeclass; nummorclass; ...
Normal - 95% CI
numanimclass
Percent
99
idadeclass
99
90
90
90
50
50
50
10
10
10
1
1
0
5
10
nummosclass
99
50
50
10
10
1
1
2
4
3
5
sexo
99
90
0
1
1
90
nummorclass
99
0
2
4
numanimclass
Mean
3,378
StDev
1,920
N
37
AD
2,579
P-Value <0,005
idadeclass
Mean
2,892
StDev
0,6139
N
37
AD
4,158
P-Value <0,005
nummorclass
Mean
2,676
StDev
0,8183
N
37
AD
3,537
P-Value <0,005
1
2
3
nummosclass
Mean
2,649
StDev
1,006
N
37
Ilustração 12. Análise de probabilidades dos factores avaliados no sexo
grupo 1, após
homogeneização. Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no
período de Janeiro a Julho de 2006.
51
Ilustração 14. Criação do porco no “chiqueiro” no quintal. Trabalho realizado na
localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
Ilustração 15. Criação de vários ruminantes (cabras e ovelhas) na rua ao redor da casa.
Trabalho realizado na localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro
a Julho de 2006.
52
VI. Discussão
Fica clara a constatação da necessidade de medidas sanitárias urgentes, também acredita-se na
necessidade do uso de insecticidas. Contudo, a população deverá ser esclarecida sobre
medidas eficientes que poderão ser usadas na destruição das larvas ou seus criadouros e as
moscas adultas, e sobre a importância do saneamento básico na manutenção da saúde
colectiva. Os resultados também demonstraram a necessidade de abordagem do problema de
forma diferenciada entre os diferentes grupos detectados, isto sem deixar de considerar que a
maioria das famílias inquiridas depende deste sistema como mais uma fonte de renda. É
importante destacar que em alguns casos, os resultados indicaram a necessidade de trabalhos
de educação a médio e a longo prazo, pois o problema principal radica nas pessoas de maior
idade, principalmente do sexo feminino; que a criação de pequenos animais, como por
exemplo aves e coelhos, pode ser recomendada; que em alguns casos, a diminuição do
número de animais também poderá ajudar; que há necessidade da construção e da
conscientização do uso de latrinas e que a criação de herbívoros e pequenos ruminantes
também pode ser preconizada desde que usada a ração como alimento. Entretanto, a melhoria
do quadro só alcançara a taxa dos 20%, aproximadamente, usando os factores avaliados. Isto
significa, que provavelmente resultados mais satisfatórios poderão ser atingidos caso houver
colaboração intersectorial entre as autoridades de saúde, municipais e a própria população,
uma vez que diagnóstico, vigilância, prevenção e controle são condições fundamentais para a
manutenção de condições sanitárias adequadas visando a prevenção de doenças e a promoção
da produtividade e da saúde.
53
Ilustração 16. Criação de ruminantes na rua ao redor da casa. Trabalho realizado na
localidade de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
Ilustração 17. Criação de porcos em cima da casa. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
54
VII.
Conclusões
Sabendo-se que existe uma relação inversa entre a condição sanitária de um local e o número
de moscas pode ser concluído que:
A maior parte das famílias mantém uma condição sanitária precária e esta se relaciona
principalmente com número de animais/família, as espécies criadas e o uso de latrinas.
O grande número de pessoas por agregado e o grande número de vectores possibilita o
desenvolvimento acentuado de doenças de transmissão vectorial.
O problema da educação sanitária actualmente se relaciona com indivíduos do sexo feminino
de 39 a 56 anos de idade, que criam sem os conhecimentos necessários um grande número de
animais, principalmente porcos e aves no quintal.
As recomendações devem ser direccionadas para evitar a criação de porcos e o tipo de
alimentação, entretanto, as abordagens estratégicas deverão considerar o problema com
latrinas e a criação de outras espécies como, por exemplo, aves, de acordo aos grupos
identificados para poder contornar o problema.
55
Ilustração 18. Criação de ruminante no quintal. Trabalho realizado na localidade de
Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
Ilustração 19. Criação de aves soltas em cima da casa. Trabalho realizado na localidade
de Salina, Santa Cruz, Santiago no período de Janeiro a Julho de 2006.
56
VIII. Referências bibliográficas
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57
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R.
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