II Simpósio Paulista de Nanotecnologia, Bauru, SP. Aumento da estabilidade térmica de nanocompósitos pela incorporação de nanoargilas Fauze A. Aouada1* (PG), Luiz H. C. Mattoso2 (PQ), Elson Longo1 (PQ) – [email protected] 1 Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC), Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, SP, 2 Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), Embrapa Instrumentação Agropecuária, São Carlos, SP. Palavras Chave: nanocompósitos, nanoargila, estabilidade térmica, análises termogravimétricas. Introdução Diversos trabalhos enfocam sistemas poliméricos biodegradáveis como alternativas ambientalmente corretas e adequadas a processos de substituição de matrizes poliméricas obtidas a partir de materiais sintéticos. Diferentes polímeros biodegradáveis vêm sendo investigados, como os polímeros baseados em precursores polissacarídicos, e amido.1,2 No entanto, apesar destes materiais permitirem o uso direto, esse procedimento por si só não se constitui em uma alternativa de substituição, devido a propriedades indesejáveis, tais como mecânicas, térmicas e higroscópicas dos filmes obtidos a partir desses polímeros biodegradáveis. O que pode impossibilitar a aplicação dessas matrizes como embalagens, principalmente no processo de armazenagem ou manipulação. Desta forma, tornase necessário propor alternativas que possa contornar essas dificuldades.3 Assim, este trabalho tem como objetivo principal produzir nanocompósitos biodegradáveis através da incorporação de nanoargilas em matrizes de amido termoplástico com satisfatórias propriedades térmicas e hidrofílicas, de forma que possa ser vislumbrada sua aplicação em embalagem. Resultados e Discussão Os nanocompósitos formados por amido termoplástico (ATP) e nanoargila (clay) foram processados em um misturador intensivo interno acoplado a um reômetro de torque do tipo Haake Rheomix controlando os parâmetros: velocidade de rotação, tempo de mistura e temperatura. Os nanocompósitos foram obtidos com diferentes teores de nanoargilas (0, 1, 2, 3 e 5 % (m/m)) mantendo constante a relação amido/plastificante. A estabilidade térmica dos nanocompósitos foi investigada por termogravimetria e seus principais resultados estão sendo mostrados na Tabela 1. A temperatura inicial de degradação (Td inicial) do ATP sem adição de nanoargila foi 223,2 ºC. A adição de nanoargila na matriz polimérica provocou um acréscimo pronunciado nos valores de Td inicial dos nanocompósitos. Sendo que a adição de 5% de clay aumentou a estabilidade térmica dos II Simpósio Paulista de Nanotecnologia, Bauru, SP. nanocompósitos em aproximadamente 20 ºC. Diversos fatores podem contribuir para aumentar a estabilidade térmica de nanocompósitos, dentre eles: as intensas interações entre ATP - clay podem dificultar a decomposição térmica do ATP; as estruturas esfoliadas/intercaladas da clay na matriz polimérica podem prevenir a migração e evaporação de água e do plastificante. Tabela 1. Valores de temperaturas de degradação obtidas para os nanocompósitos (NCs) de ATP-clay. NCs ATP ATP_1% clay ATP_2% clay ATP_3% clay ATP_5% clay Td inicial 223,2 226,2 227,0 232,2 242,1 Td máxima 319,2 311,0 311,9 314,0 313,2 Td final 355,6 374,6 367,6 363,2 350,3 Além disso, medidas de ângulo de contato indicaram que apenas 1% clay já foi suficiente para aumentar seus valores de 72 ± 3º (matriz de ATP) para 84 ± 2º. Indicando diminuição na hidrofilicidade da matriz, o que é altamente desejável para indústria de embalagens. Conclusões A incorporação de nanoargila melhorou consideravelmente a estabilidade térmica e as propriedades hidrofóbicas de matrizes poliméricas de amido termoplástico, vislumbrando sua possível aplicação na indústria de embalagens. Agradecimentos CNPq, FAPESP-CEPID, Embrapa, MCT/FINEP pelo suporte financeiro. ____________________ 1 Ning, W.; Xingxiang, Z.; Na, H.; Haihui, L. J. Compos. Mater. 2009, 44, 27. 2 Mondragón, M.; Arroyo, K.; Romero-Garía, J. Carbohyd. Polym. 2008, 74, 2001. 3 Paul, D. R.; Robeson, L. M. Polymer 2008, 48, 3187.