Um estudo sobre a cinética das reações químicas através de equações diferenciais Mailde da S. Ozório* Universidade Estadual Paulista - UNESP/FCT E-mail: [email protected] José Roberto Nogueira Suetonio de Almeida Meira Universidade Estadual Paulista - UNESP/FCT 19060-900 - Presidente Prudente – SP E-mail: [email protected] Beatriz Eleutério Goi Carvalho Universidade Estadual Paulista - UNESP/FCT E-mail: [email protected] RESUMO A cinética de reação refere-se ao estudo da velocidade das reações e das variáveis que afetam essa velocidade. A concentração dos reagentes, a temperatura, a pressão e os catalisadores representam as principais variáveis que afetam a velocidade de uma reação. A dependência entre velocidade de reação e as variáveis é representada por equações diferenciais, conhecidas como Leis de Velocidade. O conhecimento sobre cinética de reação é imprescindível para produção de substâncias em escala industrial, onde o tempo de reação é um fator muito importante. Neste trabalho, mediante equações diferenciais e resultados empíricos, foi avaliado a dependência da velocidade de reação do tiossulfato de sódio (Na2S2O3) com ácido clorídrico (HCl) em relação as concentrações dos reagentes e da temperatura. A reação química pode ser representada como segue: S2O32-(aq.) + 2H+(aq.) → S(s) + H2SO3(aq.) A velocidade de uma reação química representa a taxa de consumo de reagentes e formação de produtos, logo para reação em estudo: =− =− = = (1) 2 [x] = concentração da substância x, com x = S2O32-, H+, S ou H2SO3. A reação química foi realizada em solução aquosa, onde as espécies do lado esquerdo da seta representam as substâncias que reagiram e as espécies do lado direito representam as substâncias produzidas. As soluções das espécies reagentes são incolores, portanto o tempo de reação foi cronometrado até ser observado, um sólido amarelo de enxofre, o produto sólido da reação. A dependência da velocidade de reação em relação ao íon tiossulfato foi obtida através de várias reações, onde se variou a concentração do íon tiossulfato mantendo constante a concentração de H+. A partir dos resultados obtidos verificou-se que a velocidade de reação é diretamente proporcional ao quadrado da concentração do íon tiossulfato, indicando que o íon tiossulfato segue uma lei de velocidade de segunda ordem. * Aluna de Iniciação Científica 529 De modo análogo, a dependência da velocidade de reação em relação ao íon H+ foi obtida realizando-se várias reações, nas quais foi variando-se a concentração de H+ mantendo constante a concentração do íon tiossulfato. Verificou-se que a velocidade de reação é diretamente proporcional a concentração do próton. O próton segue uma lei de velocidade de primeira ordem. Através dos resultados obtidos foi possível expressar a velocidade da reação como segue: = (2) Onde k é a constante de proporcionalidade, porém mais conhecida como constante de velocidade. A constante de velocidade somente é constante para temperatura constante, isto é, a constante de velocidade é uma função da temperatura. A variação da temperatura acarreta uma variação no valor da constante de velocidade e, consequentemente, na velocidade de reação. Experimentalmente a dependência da velocidade de reação com a temperatura foi analisada realizando-se a reação a temperaturas diferentes. Essa dependência pode ser expressa pela equação de Arrhenius: = . Onde: K: constante de velocidade; A: o fator de frequência (medida da probabilidade de uma colisão eficaz); Ea: Energia de ativação da reação; R: constante dos gases (em unidades S.I.: 8,3145 J/K -1mol-1 ); T: temperatura − De acordo com a equação de Arrhenius, o valor da constante de velocidade k aumenta com a temperatura. O que também foi verificado experimentalmente, pois quanto maior a temperatura maior a velocidade de reação, conseqüência do aumento da constante de velocidade. A mudança da velocidade de reação com a temperatura se deve a distribuição de energia cinética dos reagentes, conhecida como distribuição de Maxwell Boltzmann. Uma mudança de temperatura resulta numa mudança na distribuição de energia dos reagentes. Em temperaturas mais elevadas essa distribuição aumenta a energia média dos reagentes, que é a energia necessária para superar a energia de ativação. Palavras-chave: Equações diferenciais, Cinética Química, Resultados Empíricos Referências ", São Paulo: Pearson Makron [1] Dennis G. Zill, Michael R. Cullen, "Equações Diferenciais" Books, 2001. [2] John W. Moore, Ralph G. Pearson, "Kinetics and Mechanism" ", New York: WileyInterscience, 1961. * Aluna de Iniciação Científica 530