Trabalho Submetido para Avaliação - 21/05/2012 18:19:56 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE LEITE PASTEURIZADO COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RS, BRASIL. DANIELA BUZATTI CASSANEGO ([email protected]) / Mestrado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos/UFSM, Santa Maria - RS SABRINA VIEIRA DA SILVA ([email protected]) / Doutorado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos/UFSM, Santa Maria -RS PAULA MATTANNA ([email protected]) / Doutorado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos/UFSM, Santa Maria-RS ANA PAULA GUSSO ([email protected]) / Mestrado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos/UFSM, Santa Maria-RS LUIZ GUSTAVO DE PELLEGRINI ([email protected]) / Mestrado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos/UFSM, Santa Maria-RS JUAN MARCEL FRIGUETTO ([email protected]) / Doutorado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos/UFRGS, Porto Alegre-RS SUZIANE OLIVEIRA CARGNELUTTI ([email protected]) / Tecnologia de Alimentos/UFSM, Santa Maria-RS ORIENTADOR: NEILA SILVIA P. DOS SANTOS RICHARDS ([email protected]) / Ciência e Tecnologia de Alimentos/UFSM, Santa Maria_RS Palavras-Chave: leite pasteurizado, avaliacão físico-química, controle de qualidade O leite é descrito, sem outra especificação como o produto oriundo da ordenha completa, e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias com alimentação adequada e descansada de acordo com a Instrução Normativa Nº 51 de 18/09/2002 (BRASIL, 2002). O leite oferece uma equilibrada composição de nutrientes que resulta em elevado valor biológico, é considerado um dos mais completos alimentos in natura (TRONCO, 2003). A água é o componente mais abundante, no qual se encontram em solução os demais compostos. O leite é formado, também, por gordura, proteínas e carboidratos. Existem também pequenas quantidades de substâncias minerais, substâncias hidrossolúveis transferidas diretamente do plasma sanguíneo, proteínas específicas do sangue e traços de enzimas (TRONCO, 2003). O controle da qualidade físico–química e microbiológica do leite que chega à plataforma de recepção da usina de beneficiamento ou da indústria é fundamental para a garantia da saúde da população e deve constituir-se num procedimento de rotina (TRONCO, 2003). O processo de pasteurização é um dos mais empregados no beneficiamento do leite, onde é submetido a um tratamento térmico específico, por um tempo determinado, para eliminar a bactéria Mycobacterium tuberculosis, sem alterar de forma considerável sua composição, sabor e valor nutritivo. Logo, a pasteurização não destrói todos os microrganismos presentes no leite e não corrige os defeitos do leite, apenas ajuda a conservar suas propriedades naturais (MÜLLER & MÜLLER, 2010). A legislação brasileira vigente, através da Instrução Normativa nº. 51, de 18 de setembro de 2002, estabelece os padrões físico-químicos para o leite pasteurizado, buscando garantir a qualidade do produto disponibilizado ao consumidor. O Leite Pasteurizado deve ser classificado quanto ao teor de gordura como integral, padronizado a 3% m/m, semi-desnatado ou desnatado, e, quando destinado ao consumo humano direto na forma fluida, submetido a tratamento térmico na faixa de temperatura de 72 a 75 ºC durante 15 a 20 segundos, em equipamento de pasteurização a placas, dotado de painel de controle com termo-registrador e termo-regulador automáticos, válvula automática de desvio de fluxo, termômetros e torneiras de prova, seguindo-se resfriamento imediato em aparelhagem a placas até temperatura igual ou inferior a 4 ºC e envase em circuito fechado no menor prazo possível, sob condições que minimizem contaminações (BRASIL, 2002). O objetivo deste trabalho foi determinar as características físico-químicas de leite pasteurizado comercializado no município de Santa Maria, RS, Brasil, verificando sua adequação à legislação brasileira vigente. Seis marcas de leite pasteurizado comercializado no município de Santa Maria, RS foram adquiridas e encaminhadas à Usina Escola de Laticínios da Universidade Federal de Santa Maria para determinação dos níveis de ácido láctico, proteínas, gorduras, lactose, sólidos totais, sólidos não gordurosos (SNG), índice crioscópico e densidade. A acidez, expressa em percentual de ácido láctico, foi determinada por titulação, utilizando indicador fenolfaleína. O percentual de proteínas, gorduras e lactose, bem como, a determinação de densidade foram obtidos por leitura direta em equipamento de análise por ultrassom (Lactoscan 90, Milkotronic Ltd. ®). O conteúdo de SNG foi determinado pela diferença do valor obtido em disco de Ackermann, em relação ao percentual de gorduras. A determinação do índice crioscópico foi obtida por leitura direta em crioscópico eletrônico. Todas as análises físico-químicas foram realizadas em triplicata. A determinação de gordura revelou percentuais de 2,78% e 2,87% em duas marcas de leite pasteurizado padronizado, sendo que o percentual mínimo de gordura neste produto deve ser de 3%. Uma destas, também apresentou percentual de SNG de 8,34%, inferior ao estabelecido pela legislação. O mesmo ocorreu em outra amostra analisada, que apresentou 8,32% de SNG. Os níveis de ácido láctico variam entre 0,15 e 0,18%, a densidade, entre 1,029 e 1,031 g mL-1, e o índice crioscópico, entre -0,596 ºH e -0,541 ºH, garantindo a conformidade das amostras analisadas à legislação brasileira vigente em relação à estas variáveis. Os percentuais de lactose variaram entre 3,75% e 4,13%, e os percentuais de proteína, entre 3,76% e 3,95%. Os resultados obtidos demonstram a ausência de padronização dos parâmetros físicoquímicos entre as marcas de leite pasteurizado consideradas neste estudo. Das seis marcas analisadas, três apresentaram não conformidades relacionadas ao enquadramento dos percentuais de gorduras e SNG à legislação brasileira vigente. REFERÊNCIAS: BRASIL, Ministério de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Secretaria de Defesa Agropecuária; Instrução Normativa n. 51, de 18 de setembro de 2002. Regulamentos técnicos de produção, identidade, qualidade, coleta e transporte de leite. ; Instrução Normativa n. 51; 51; 1-95; 2002. MÜLLER, J. M. e MÜLLER, C. M. O.; Tratamento térmico. ; http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5216/material.htm; 20 de maio de 2012. TRONCO, Vânia; Manual para inspeção da qualidade do leite; Santa Maria; Editora da UFSM; 2002.