Projeto Ferro Carajás S11D Um novo impulso ao desenvolvimento sustentável do Brasil Projeto Ferro Carajás S11D Um novo impulso ao desenvolvimento sustentável do Brasil 4 Apresentação Esta publicação da Vale tem o objetivo de apresentar à sociedade o projeto Ferro Carajás S11D. O projeto representa a expansão da atividade de extração e beneficiamento de minério de ferro no Complexo Minerador de Carajás, em operação desde 1985. Desde então, além de produzir o melhor minério de ferro do mundo, abastecendo o mercado nacional e internacional, a atuação da Vale nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, proporcionou à região Norte do Brasil um forte ciclo de desenvolvimento econômico e social, com benefícios igualmente importantes para a preservação do meio ambiente. Por meio das experiências vividas em Carajás, e de projeções sobre a expansão do complexo minerador, a Vale pretende compartilhar com a sociedade, nesta publicação, a importância do projeto S11D para a existência de mais um ciclo de desenvolvimento sustentável nos estados do Pará e do Maranhão – onde se situa o Terminal Portuário de Ponta da Madeira – e para a continuidade da inserção do Brasil como um agente importante no mercado mundial de minério de ferro. Os dados quantitativos do projeto S11D aqui informados são estimativas e devem ser considerados como tal. Junho de 2012 5 6 Índice O Complexo Minerador de Carajás O projeto Ferro Carajás S11D Desenvolvimento econômico Preservação ambiental Benefícios sociais Inovação e tecnologia 7 Agência Vale 08 10 18 26 34 42 O Complexo Minerador de Carajás Expansão da Estrada de Ferro Carajás 504 Km Remodelação de linhas existentes Futuras instalações do Complexo Mina/Usina 226 Km São Luís Santa Inês Açailândia Marabá Carajás S11D Parauapebas Canaã dos Carajás Instalações de apoio 8 Construção da Rodovia do Município de Canaã dos Carajás Salviano Machado / Agência Vale Agência Vale Expansão do Terminal Portuário de Ponta da Madeira Construção do Ramal Ferroviário Sudeste do Pará 101 Km Complexo Minerador de Carajás S11D Estrada de Ferro Carajás Rodovia 9 10 O projeto Ferro Carajás S11D Maria do Socorro / Agência Vale 11 Um novo ciclo de desenvolvimento Benefícios econômicos, sociais e ambientais apresentados em Carajás desde 1985 atestam o potencial transformador do projeto da Vale Um empreendimento de dimensões superlativas, que para a melhoria da vida da população dos arredores, representará o maior volume de investimento privado fortalecendo a economia brasileira e contendo no Brasil nesta década, promete dar um novo impulso a expansão da pecuária predatória. ao desenvolvimento econômico e social nos estados do Pará e do Maranhão, contribuindo, ainda, para a Daquela “aventura” já longínqua, iniciada com a produção preservação ambiental no bioma amazônico. Esse anual de um milhão de toneladas de minério de ferro e é o projeto Ferro Carajás S11D, que a partir de 2016, uma usina de beneficiamento semi-industrial, até 2011, uma vez obtida a Licença de Operação e confirmado quando se obteve um novo recorde de 109,8 milhões o cronograma de implantação, aumentará a de toneladas produzidas, a Vale viveu uma trajetória quantidade de minério de ferro extraída do Complexo de desafios e muito aprendizado na região. Minerador de Carajás, no sudeste paraense. Em primeiro lugar, aprendeu a gerir os impactos sociais 12 A Vale chegou por lá no início da década de 1980, quando que um empreendimento desse vulto representa para a ideia de extrair riquezas do solo de uma área florestal os municípios envolvidos. Ao mesmo tempo que aumenta parecia inusitada. Ao longo dessas três décadas de atuação, exponencialmente as ofertas de trabalho e o nível de renda a operação se mostrou um sucesso, contribuindo das pessoas, induz a ocorrência de fluxos migratórios que podem levar problemas para uma área despreparada. Por isso, a empresa investe no relacionamento com as comunidades e iniciativas de cunho social, por meio da Fundação Vale (ver detalhes na página 36); Simulações do projeto Ferro Carajás S11D desenvolve programas de qualificação de mão de obra, de empreendedorismo local, e investe em infraestrutura. Na área ambiental, todo o cuidado é pouco quando se está operando em meio a riquezas naturais de valor inestimável para o Brasil e o mundo. O compromisso da Vale com o respeito ao meio ambiente motivou investimentos diretos em áreas próprias e públicas, contribuindo atualmente para a preservação de mais de 8 mil km², metade deles na Floresta Nacional de Carajás, que cedeu apenas 3% de sua área para o complexo minerador (ver detalhes na página 28). Por sua vez, a experiência da empresa em Carajás permitiu o desenvolvimento de tecnologias produtivas e logísticas que diminuirão muito o impacto ambiental do futuro empreendimento, em termos de recursos naturais utilizados e emissão de poluentes. Quando estiverem operacionais, a mina e a usina do projeto S11D produzirão com economia de 93% no consumo de água, 77% no uso de combustível e 50% de redução na emissão de gases de efeito estufa, se comparadas aos métodos convencionais. A nova área de extração também será mais eficiente no consumo de energia elétrica (ver detalhes na página 44). 13 Carajás representou também uma mudança de patamar para a economia do sudeste do Pará. Parauapebas, por exemplo, se tornou o primeiro município em exportações no Brasil, com o aumento na arrecadação tributária decorrente das atividades Produção de minério de ferro no Complexo Minerador de Carajás (em milhões de toneladas) econômicas geradas a partir da mineração, e no número de empregos qualificados. Movimento semelhante, embora em 230 * 230 menor escala, ocorreu ao longo da Estrada de Ferro Carajás e em São Luís do Maranhão, por onde a produção de minério é 109,8 embarcada para o exterior. O projeto S11D promete um novo ciclo de desenvolvimento, gerando 30.000 empregos nos 110 estados do Pará e Maranhão - esse número congrega todos os trabalhadores necessários desde a implantação da usina, 1 passando pela expansão da ferrovia e do Terminal Portuário de Ponta da Madeira (ver detalhes na página 17). Projeto estratégico para a Vale e o Brasil Atualmente, a Vale realiza, em Carajás, a operação simultânea de quatro minas de ferro a céu aberto, e tem outra em fase 0 1985 2011 Operação de S11D a plena capacidade * projeção incluindo a produção estimada do S11D, de 90 milhões de toneladas por ano de abertura. O complexo é o maior produtor de minério de ferro no planeta, além de possuir um produto com alto teor A nova produção paraense de minério de ferro, em conjunto de ferro (cerca de 66%) e baixa concentração de impurezas. com os demais empreendimentos previstos para a região, posicionará o sudeste do Pará em patamar de importância O S11D fornecerá 90 milhões de toneladas métricas equivalente à do Quadrilátero Ferrífero, localizado em Minas de minério de ferro por ano. Quando estiver em plena Gerais. O projeto S11D permitirá que a Vale mantenha sua capacidade, a produção total de minério da Vale no Pará posição de líder mundial no fornecimento de minério de ferro. deverá alcançar 230 milhões de toneladas por ano. O projeto recebeu esse nome em referência à sua localização 14 A produção atenderá a demanda mundial aquecida pelos (corpo S11, Bloco D). O potencial mineral do corpo S11 crescentes investimentos em construção civil, máquinas, é de 10 bilhões de toneladas de minério de ferro, sendo equipamentos, aviões, celulares e outros elementos essenciais que o bloco D, isoladamente, possui 2,78 bilhões de no dia a dia que têm o minério de ferro como ingrediente. toneladas de reserva a ser minerada pela Vale. Simulação do projeto Ferro Carajás S11D Resultado de cinco anos de estudos ambientais e de das Nações Unidas, o Conselho Internacional de Mineração engenharia, com equipes técnicas de Brasil, Canadá e Austrália e Metais (ICMM) e o Fórum Global da Sustentabilidade da envolvidas no seu desenvolvimento, o projeto S11D reúne Indústria da Mineração. Um dos desdobramentos dessas todo o aprendizado da Vale na mineração em Carajás, além diretrizes foi a definição pela implantação da planta de de seguir a Política de Desenvolvimento Sustentável da processamento e de todas as instalações industriais em empresa, que está alinhada a iniciativas globais como o Pacto áreas de pastagem, fora da Floresta Nacional de Carajás. 15 Perfil dos investimentos do projeto S11D Mina e usina US$ 8,04 bilhões Infraestrutura logística US$ 11,45 bilhões Total US$ 19,49 bilhões Serão cerca de US$ 20 bilhões em investimentos, sendo US$ 8 bilhões na instalação da nova mina e da usina de beneficiamento, e o restante destinado à infraestrutura logística. 16 Salviano Machado / Agência Vale Cronograma do projeto S11D (expectativa) Período Status Atividades Junho de 2012 Obtenção da Licença Prévia Execução de obras de infraestrutura básica e compra de equipamentos Primeiro semestre de 2013 Obtenção da Licença de Instalação Início das obras de construção da usina Segundo semestre de 2016 Conclusão das obras Início das operações da mina e da usina S11D A previsão é de que S11D entre em operação em 2016, o que resultará na criação de mais 2.600 postos permanentes de trabalho na região O minério lavrado a céu aberto será transportado até a usina por meio de correias. O beneficiamento usará a umidade natural, eliminando o uso de água nessa etapa. O produto será então levado até a Estrada de Ferro Carajás (EFC) por um novo ramal ferroviário, de 101 quilômetros. A EFC, S11D Empregos gerados (estimativa) por sua vez, ganhará expansão de mais de 504 quilômetros, 30.000** transportando o minério até o Terminal Portuário de Ponta da Madeira, que também está tendo sua capacidade ampliada. Até junho de 2012, atingimos 30% de avanço físico no empreendimento, com investimento realizado de US$ 1,2 bilhão na construção de infraestrutura básica, como estradas de acesso e instalações para os empregados, compras de equipamentos e estruturas metálicas. A partir da emissão da Licença de Instalação (LI), o empreendimento prevê um prazo de três anos para a sua implantação, durante a qual, 5.200* 2.600*** no pico de obras, serão contratados 30 mil trabalhadores, nos estados do Pará e Maranhão - esse número congrega todos os trabalhadores necessários desde a implantação da usina, passando pela expansão da ferrovia e do Terminal Portuário de Ponta da Madeira. A previsão é de que S11D entre em operação em 2016, o que resultará na criação de Fase de implantação Pico de obras Fase de operação * empregos diretos / ** inclui temporários / *** empregos permanentes mais 2.600 postos permanentes de trabalho na região. 17 Estação Conhecimento, Tucumã, Pará 18 Desenvolvimento econômico Christian Knepper / Agência Vale 19 Mais riquezas para compartilhar Novo empreendimento da Vale em Carajás induzirá o desenvolvimento regional no Pará e no Maranhão, além de contribuir para o equilíbrio da balança comercial brasileira A confiança do sucesso da iniciativa tem como base o aprendizado de mais de 30 anos de atuação da empresa na região Norte. Com a implantação do projeto S11D, a Vale terá reforçada sua posição de líder global no mercado de mineração. O empreendimento determinará a melhoria da infraestrutura ferroviária e portuária regional, com repercussões positivas para a eficiência logística e a competitividade do sistema produtivo nacional. Quando entrar em operação plena, a partir de 2016, o empreendimento produzirá 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, volume pouco menor que a produção atual da mina de Carajás, atingida O Ferro Carajás S11D vai injetar na economia US$ 19,49 20 após três décadas de operação. bilhões em investimentos, além de gerar mais de O impacto no comércio exterior é, de fato, uma boa 30 mil empregos diretos durante a fase de implantação medida da importância do S11D para a economia do Brasil. e reforçar as exportações brasileiras. Regionalmente, O minério de ferro representou, em 2011, 95% das vendas o empreendimento impulsionará um novo ciclo de de minério brasileiras, atingindo um valor de US$ 41,8 desenvolvimento, ao contribuir para a expansão da cadeia bilhões, nada menos que 16,33% do total das exportações produtiva dos estados do Pará e do Maranhão, com efeitos brasileiras. A Vale foi responsável por cerca de 80% dessas multiplicadores sobre a renda, o mercado de trabalho, a vendas. A região Norte, isoladamente, participou com arrecadação tributária e o ambiente de negócios em geral. 29,5% nas exportações do produto no ano passado. Desenvolvimento de fornecedores locais é estratégico A contratação de fornecedores locais é uma empresas, além de gerar emprego e renda para estratégia da Vale para estimular a dinamização a população local. da economia nas regiões em que atua e também para qualificar e desenvolver empresas Já o Programa de Formação de Mão de Obra visa parceiras alinhadas com seus conceitos de atender um dos mais importantes compromissos da negócios sustentáveis. Vale, que é a priorização de mão de obra local, tanto na fase de implantação como na operação No S11D não será diferente. O empreendimento do empreendimento. vai incorporar os programas de qualificação e treinamento de fornecedores adotados pela Por meio desse programa, a Vale treina, em parceria Vale em parceria com a sociedade e a governança com instituições especializadas, como o Serviço dos municípios, por meio da capacitação, Social da Indústria (SESI), fornecedores locais de disponibilização de linhas de crédito, incentivo insumos e serviços, gerando trabalho e renda para à realização de negócios e extensão de a comunidade no entorno. condições mais favoráveis para a aquisição de produtos e serviços. Estima-se em mais de 200 o número total de novas oportunidades de negócios no S11D, a partir dos Uma das principais iniciativas nesse sentido é o programas de estímulo a compras locais que a Programa de Desenvolvimento de Fornecedores Vale já consagrou em suas operações em todo o (PDF), que tem como objetivo a capacitação da mundo. O projeto deverá criar um novo campo de cadeia produtiva regional para o fornecimento de oportunidades de negócios para micro e pequenos insumos e serviços de acordo com as necessidades empresários do Pará e do Maranhão, promovendo técnicas do empreendimento. um aquecimento na economia em virtude das compras locais resultantes dos efeitos multiplicadores O PDF permite o desenvolvimento da economia na – a forma como o empreendimento movimenta a área de influência do projeto, criando condições economia e toda sua cadeia de fornecedores para de competitividade, adequando e fortalecendo as atender às demandas por produtos e serviços. 21 Dario Zalis / Agência Vale Investimentos diversificados e porto), sendo o restante destinado à mina e à usina. Até junho de 2012, US$ 1,2 bilhão já havia sido efetivamente A região de Carajás é uma das maiores províncias minerais investido na construção de infraestrutura básica, como do mundo, contendo grandes depósitos de minério de estradas de acesso e instalações para empregados – ferro, manganês, cobre, níquel e ouro. A dinamização da atividade paralela ao processo de licenciamento. economia regional é um dos principais e mais visíveis impactos positivos do projeto S11D, tanto na área em Para que o S11D entre em operação, além dos que serão instaladas a mina e a usina, no estado do Pará, investimentos na mina e na usina, a Vale ainda construirá como no porto que embarcará o minério para o exterior, uma infraestrutura associada dedicada ao escoamento da localizado no Maranhão, e ao longo do trecho da Estrada produção. Essa infraestrutura inclui a construção de uma de Ferro Carajás, que atravessa esses dois estados. nova rodovia, de um ramal ferroviário no sudeste do Pará, ligando a usina de beneficiamento do minério à Estrada de 22 Dos US$ 19,49 bilhões orçados em investimentos, a maior Ferro Carajás, além da expansão da própria ferrovia e do parte (US$ 11,45 bilhões) será aplicada na logística (ferrovia Terminal Portuário de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Lucas Lenci / Agência Vale Alguns números do projeto S11D R$ 228 milhões foram desembolsados, até o final de 2011, com a contratação de serviços como manutenção elétrica, manutenção preditiva, informática e oficina para transportadores de correias. R$ 3 bilhões será o valor gasto com compras até 2016. R$ 1,6 bilhão valor estimado das despesas com terceirização até 2016. 23 Para facilitar a agenda positiva em torno das Antonio de Jesus do Nascimento / Agência Vale oportunidades de desenvolvimento que o S11D pode trazer à região e manter uma relação de confiança com os empreendedores locais, já está sendo desenvolvido um programa denominado Sala de Negócios. Trata-se de um espaço organizado pela Vale onde são apresentadas as oportunidades de novos negócios e de fortalecimento da economia local, incluindo a capacitação dos empresários e apoio para a regularização dos seus empreendimentos. O projeto Ferro Carajás S11D alia a experiência da Vale na produção eficiente de minério com os mais modernos conceitos tecnológicos do século XXI, de modo a garantir o Os valores aplicados em logística e tecnologia vão garantir equilíbrio entre os resultados econômicos, sociais e ambientais. mais do que eficiência, crescimento e sustentabilidade das operações: vão melhorar a competitividade do país como um todo. Oportunidades em cadeia O perfil dos investimentos da Vale Investimentos por Tipo (US$ bilhões) 21,4 A implantação e a operação do projeto Ferro Carajás 18,0 29% S11D vão criar muitas oportunidades em toda sua cadeia produtiva. Essas oportunidades começam na expansão da 12,7 renda (a massa de salários e a riqueza gerada pelas compras 26% diretas, indiretas e induzidas) e do emprego local, chegando 9% à arrecadação de tributos. 65% As novas atividades e a produção resultante dos efeitos em cadeia sobre a economia local vão promover uma expansão na economia regional. Um exemplo é o estímulo ao empreendedorismo para fornecimento de produtos e serviços visando ao atendimento do consumo da Vale, de seus trabalhadores, fornecedores e clientes. 24 2010 25% 10% 11% 65% 60% 2011 2012 * Valor de investimento orçado estimado Manutenção das operações existentes Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Execução de projetos * Transformação em mais de três décadas de atuação da Vale na região O empreendimento S11D materializará o As operações da Vale no Pará garantem ainda aprendizado de mais de 30 anos de contribuição muitos postos de trabalho na região. Considerando da Vale para o desenvolvimento da região Norte, empregados próprios, terceirizados permanentes e apostando alto em seu potencial minerador. terceirizados em projetos, 19% das 187,7 mil pessoas empregadas pela Vale em 2011 estavam no estado. No município de Parauapebas, no Pará, está Se somados os que trabalham no Maranhão, são localizada a Província Mineral de Carajás, a maior mais 18% da força de trabalho do estado ou 33,8 produtora de minério de ferro em operação do mil pessoas. Isso sem contar outras nove mil vagas planeta. Carajás engloba a operação simultânea em projetos em fase de implantação na região e as de quatro minas da Vale a céu aberto: N4E, N4W, oportunidades de emprego que os empreendimentos N5E e N5W, além de uma em fase de abertura, da empresa geram de forma indireta. que é a N5Sul. As atividades da Vale colocaram Parauapebas Também sai do Pará a maior linha férrea (PA) em primeiro lugar no ranking dos municípios de passageiros do Brasil, a Estrada de Ferro exportadores. Segundo estatísticas oficiais do Carajás, com 892 km de extensão, passando Ministério do Desenvolvimento, Indústria e por 25 municípios até chegar a São Luís do Comércio Exterior (MDIC), Parauapebas exportou, Maranhão. O trem de passageiros transporta em 2011, US$ 11,728 bilhões, seguida de Angra cerca de 1.100 pessoas por viagem entre os dois dos Reis (RJ), com US$ 10,877 bilhões; Nova Lima estados. Pelo mesmo trajeto, segue o maior trem (MG), US$ 4,579 bilhões; Anchieta (ES), US$ 4,158 de carga do mundo, com 330 vagões, que, além bilhões, e Santos (SP), com US$ 3,519 bilhões. do minério de ferro, transporta manganês, Juntos, esses municípios somaram um saldo ferro gusa, cobre e outros tipos de carga, de US$ 34,861 bilhões, mais que o superávit como soja e combustível. comercial do país no ano (US$ 29,790 bilhões). 25 Eduardo Perini / Agência Vale 26 Preservação ambiental 27 Passado, presente e futuro A experiência de mais de 30 anos está reunida no projeto S11D, um empreendimento cuidadosamente planejado para atingir a excelência operacional A Floresta Nacional de Carajás (Flona), que abriga minas da Vale de ferro, manganês e cobre e abrigará também a S11D, é uma Unidade de Conservação criada em 1998 por decreto presidencial, e prevê, entre outros objetivos, a “exploração sustentável dos recursos naturais”, como a extração mineral. As operações da Vale na Flona ocupam somente 3% da área da floresta, de aproximadamente 4.120 km2. Além disso, o apoio da Vale foi fundamental para evitar que a pecuária e a atividade de madeireiras Ao contrário do que muitos pensam, a mineração pode avançassem sobre a cobertura vegetal. As imagens aéreas contribuir para a preservação ambiental. Isso é o que mostram um cenário dominado por pastagens e áreas demonstra a atuação da Vale no sudeste do Pará. Desde que desmatadas fora dos limites do Mosaico de Unidades iniciou a extração de minério de ferro na região, em 1985, de Conservação da Região de Carajás a empresa ajuda a conservar a Floresta Nacional de Carajás 28 e outras áreas do bioma amazônico, em parceria com o Outras quatro áreas adjacentes, que totalizam Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 4.559,5 km2, compõem junto com a Flona (ICMBio). Ano a ano, a Vale também evoluiu no o Mosaico de Unidades de Conservação da Região desenvolvimento de tecnologias e sistemas de gestão que de Carajás (ver tabela na página 32). Esse mosaico a levaram a possuir, hoje, uma operação de menor impacto. é protegido pela parceria entre Vale e ICMBio, E toda essa experiência de mais de 30 anos está reunida que realiza atividades de fiscalização, pesquisa, no projeto S11D, um empreendimento cuidadosamente prevenção e combate a incêndios (ver quadro planejado para atingir a excelência operacional. na página 33) e educação ambiental. Imagens de satélite do Mosaico de Unidades de Conservação da região de Carajás 1985 A área marcada em amarelo no mapa mostra os 8.679 Km² do Mosaico das Unidades INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Satélite Landsat 5 Reserva Biológica do Tapirapé Área de Proteção Ambiental do Igarapé-Gelado Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri Floresta Nacional do Itacaiúnas de Conservação da região de Carajás. As atividades da Vale ocupam apenas 3% da Floresta Nacional de Carajás área da Floresta Nacional de Carajás. A Vale ajuda a proteger as unidades que compõem o Mosaico em parceria com o ICMBio. 2010 INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Satélite Landsat 5 A comparação das imagens de satélite de 1985 e 2010 mostra a importância do trabalho de proteção na região de Carajás para a preservação da Floresta Amazônica. área de floresta área antropizada/desmatada 29 Lucas Pupo/Agência Vale Há, ainda, os projetos do Fundo Vale para o A empresa protege ou colabora com a proteção de uma Desenvolvimento Sustentável, um fundo de cooperação área 3,5 vezes maior do que a ocupada por suas operações que atua em parceria com instituições públicas e globais, totalizando 13,7 mil km2 de áreas naturais. organizações do terceiro setor, que contribuíram para a Em 2011, a Vale investiu US$ 1,030 bilhão em controle redução de 40% na taxa de desmatamento na Amazônia e proteção ambiental, representando um acréscimo Legal, entre 2009 e 2011. de 40% em relação ao ano anterior. Essa participação da Vale na preservação do bioma Soluções inovadoras amazônico é apenas uma amostra do que a empresa faz 30 globalmente, pois está presente em diversas regiões do No projeto S11D, a preocupação em diminuir os impactos mundo com significativas reservas de florestas naturais. ambientais começa na localização escolhida para a usina de beneficiamento do minério de ferro. Será em uma área já antropizada (com interferência do ser humano) e fora da Floresta Nacional de Carajás, evitando o desmatamento. Com o mesmo objetivo, de minimizar o impacto na floresta, 70% do ramal ferroviário que levará a produção até a Estrada de Ferro Carajás também serão construídos em área de pastagem. No trecho que passa dentro dos limites da unidade de conservação, serão construídos um túnel e uma ponte para evitar impactos diretos na vegetação e na fauna, com investimento adicional de R$ 200 milhões. Uma vez em operação, o projeto S11D seguirá diversos procedimentos que visam minimizar seus impactos ambientais. Seguindo um compromisso estratégico corporativo de “reduzir a demanda de água nova nas operações, por meio de tecnologias novas ou correntes”, o processo de beneficiamento usará a umidade natural, possibilitando a redução de 93% do consumo de água em relação ao processo convencional, que requer uso intensivo do recurso. Além disso, 86% da água captada nas instalações da Vale serão reutilizados. Outro compromisso global com desdobramentos no projeto é o de reduzir em 5% as emissões de gases de efeito estufa projetadas para 2020. Três medidas contribuirão para a meta. A de maior impacto é a adoção do sistema Truckless no transporte do minério da mina para a usina. No lugar de caminhões, 37 quilômetros de correias transportadoras Redução do impacto ambiental 77% de redução no uso de combustível* 18 mil MW de eletricidade são economizados, por ano, em Carajás, com a aplicação de nova tecnologia de beneficiamento de minério* 3% da Floresta Nacional de Carajás é ocupada pelo complexo minerador 5,2 milhões de toneladas de ultrafinos de minério de ferro já foram reaproveitados por um sistema desenvolvido pela Vale *comparação com o modelo convencional de mina e usina cumprirão essa função. A substituição, além de 31 Dario Zalis / Agência Vale diminuir a quantidade de resíduos, como pneus, filtros e lubrificantes, permitirá a redução de 77% Mosaico de Unidades de Conservação da Região de Carajás - composição do consumo de diesel. Se comparados aos sistemas convencionais, o Truckless e o beneficiamento do minério a umidade natural Área (km2) Floresta Nacional de Carajás 4.119,5 de efeito estufa (GEE) ou 118 mil toneladas de CO2 Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri 1.900,0 equivalentes por ano. Floresta Nacional do Itacaiúnas 1.414,0 Por sua vez, os principais equipamentos do S11D serão Reserva Biológica do Tapirapé 1.030,0 possibilitarão reduzir em 50% as emissões de gases movidos a energia elétrica. Somente tratores de esteiras, motoniveladoras e outras máquinas auxiliares continuarão consumindo diesel. 32 Unidade Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado Total 216,0 8.679,5 João Marcos Rosa / Agência Vale Sistema auxilia na prevenção de queimadas Desde 2007, a Vale e o o Instituto Chico Mendes de Além do monitoramento de focos de calor, o SDI Conservação da Biodiversidade (ICMBio) previnem a permite produzir mapas de apoio à logística das ocorrência de queimadas no Mosaico de Unidades operações de campo e relatórios estatísticos, o que de Conservação da Região de Carajás. O Sistema agiliza o trabalho dos bombeiros e brigadistas, já de Detecção de Incêndios (SDI) se diferencia de que também é capaz de localizar as vias de acesso, outros sistemas de monitoramento semelhantes por como rodovias e estradas vicinais, próximas ao foco reclassificar as informações fornecidas pelo Instituto de incêndio identificado. Espacial de Pesquisas Espaciais (INPE), cruzandoas com informações de uso e ocupação do solo, No período seco, entre junho e novembro, cobertura vegetal e relevo e dados climáticos (como a Vale e o ICMBio realizam a Campanha de temperatura, velocidade do vento e umidade do Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. ar). Com essas informações sobrepostas, o sistema A ação inclui palestras educativas e de prevenção, produz o Mapa Dinâmico de Suscetibilidade a uso de outdoors e distribuição de material Incêndios, que indica se o foco está em uma área informativo nas comunidades próximas a áreas de baixa, média ou alta sensibilidade ambiental. de preservação ambiental. 33 Antonio de Jesus do Nascimento / Agência Vale 34 Benefícios sociais 35 Para deixar um legado positivo Diálogo com as comunidades, respeito às culturas tradicionais e estudos de diagnóstico formam a base da atuação social da Vale na região de Carajás Desde que o Complexo Minerador de Carajás começou a municípios brasileiros em três áreas: emprego e renda, ser implantado, na década de 1980, a região sudeste do educação e saúde. estado do Pará vivenciou um período de forte crescimento populacional e econômico. A expressiva geração de renda Parauapebas e Ourilândia do Norte, que possuem e emprego atraiu muitos trabalhadores de fora, o que operações da Vale, ocupam, respectivamente, o segundo causou uma pressão sobre os serviços públicos e a oferta e o terceiro lugares no ranking IFDM 2011 (ano-base 2009) de habitação, entre outros efeitos. relativo ao Estado Pará, atrás apenas da capital Belém. Ciente desses impactos, a Vale vem contribuindo para a Nas três áreas consideradas, os índices dos dois municípios melhoria da infraestrutura e estreitando o relacionamento mineradores são superiores à média estadual (ver gráfico com as comunidades, de forma a identificar as na página 37). A comparação entre os dados de 2000 necessidades e o potencial de cada território. e 2009 revela que Parauapebas e Ourilândia do Norte apresentaram evolução rápida em emprego, renda, O impacto de grandes projetos de mineração no educação e saúde. desenvolvimento socioeconômico dos municípios que 36 os recebem é visível nos dados apresentados pelo Índice No quesito educação, em particular, Parauapebas Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), um estudo apresentou uma escalada, na última década, em seu índice anual que acompanha a evolução de todos os 5.564 de desenvolvimento. Essa evolução foi atestada, também, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). capita do Estado, em 2008, eram, respectivamente, Canaã Segundo o Censo 2010 do órgão, o índice de analfabetismo dos Carajás (R$ 48.639,03) e Parauapebas (R$ 45.225,41). no município caiu pela metade em relação ao aferido pelo Com o projeto S11D, a Vale acredita que os benefícios Censo 2000, passando de 16,3% a 8,1%. serão ainda maiores. Parte do contingente de profissionais Considerando apenas a geração de riquezas, é possível previstos para trabalhar nas fases de implantação e constatar, também, a diferença dos municípios que operação do projeto já vem sendo beneficiada pelos abrigam projetos de mineração para os demais. O salário investimentos permanentes da Vale em formação de mão médio na fase de operação chega a ser cinco vezes de obra e capacitação da força produtiva local, que vai superior ao salário médio que prevalecia na economia qualificar, até 2013, seis mil trabalhadores. São oferecidos formal. Segundo o Censo 2010, os dois maiores PIB per cursos de ajudante de eletricista, pintor predial, mecânico Evolução no IFDM Estado do Pará 0,85 Parauapebas 0,813 0,80 0,75 0,7586 0,70 0,55 0,5966 0,5899 0,50 0,4819 0,4281 0,6909 0,6936 0,681 0,6355 0,5702 0,4957 0,6939 0,7089 0,6132 0,6052 0,5051 0,35 0,7953 0,6628 0,7038 0,5164 0,5291 0,45 0,4 0,40 0,6116 0,6033 0,7592 0,7851 0,6955 0,67 0,6291 0,65 0,60 Ourilândia do Norte 0,5065 0,5492 0,6393 0,5169 0,3969 0,3945 0,3679 0,30 Geral 2000 Educação Saúde 2006 + 0,8 alto desenvolvimento Emprego e renda Geral Educação Saúde Emprego e renda Geral Educação Saúde Emprego e renda 2009 0,6 - 0,8 desenvolvimento moderado 0,4 - 0,6 desenvolvimento regular - 0,4 baixo desenvolvimento 37 montador, armador e ferreiro armador, ajudante de obras, Estudo orienta ações sociais carpinteiro, pedreiro e outros. Em 2006, a Fundação Vale realizou um diagnóstico Para acomodar os empregados que trabalharão na socioeconômico da região, atualizado em 2010, que abrangeu implantação do projeto, além da infraestrutura da rede os municípios de Marabá, Eldorado dos Carajás, Curionópolis, de hotelaria existente em Canaã dos Carajás, serão Parauapebas, Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte e construídos três grandes alojamentos. Um deles foi Tucumã. O estudo avaliou vários dados estatísticos e traçou construído nas Instalações de Apoio da Vale no Sudeste projeções de impactos provenientes da expansão da empresa, do Pará, a seis quilômetros da cidade de Canaã, com com base no seu plano de investimento de 2006-2010. Por capacidade para atender até 3.500 empregados. Os outros fim, foi analisada a capacidade dos governos locais de manter dois alojamentos serão construídos próximos à futura esses investimentos, a partir da arrecadação de tributos. O usina do empreendimento, a 40 quilômetros de Canaã, resultado da análise mostrou que o plano de investimento da e poderão ser desmobilizados ao final da implantação. Vale representava desenvolvimento humano e econômico Também está prevista a construção de outros dois exequível e melhoria das condições locais de vida. alojamentos para acomodar os empregados que serão mobilizados para a fase de operação. Os alojamentos terão O estudo foi amplamente disseminado e cerca de cem áreas de administração, lavanderia, cozinha, refeitório, apresentações sobre seu teor foram realizadas para um centro comercial, área de lazer e centro ecumênico. público composto por metade da população local e a outra Programa Escola que Vale, Canaã dos Carajás Evolução do investimento social da Vale (em US$ milhões) 457,2 398,5 200,9 2009 Edu Simões / Agência Vale 38 2010 2011 Estação Conhecimento, Tucumã Christian Knepper / Agência Vale metade por empregados da mineradora. Esse trabalho produção de hortifrutigranjeiros. Além disso, está sendo gerou planos de ação para direcionar investimentos instalada uma indústria de laticínios para processamento em saúde, segurança, educação, geração de renda, do leite fornecido pelos produtores da região e infraestrutura e preservação da diversidade étnica e cultural. comercialização de leite e derivados. Um desses investimentos é a Estação Conhecimento Na Estação, são oferecidos, ainda, cursos da Área de Proteção Ambiental do Igarapé-Gelado, profissionalizantes, como o de carpintaria, e outros inaugurada em 2010. Construída em um núcleo rural, ela relacionados à construção civil, além de atividades possui atividades voltadas para o apoio a 120 famílias de esportivas e culturais. Por sua vez, crianças da região agricultores da região. Foram criados Núcleos de Apoio passaram a estudar na Escola Municipal Professor Jorge Avançado ao Produtor, nos quais as famílias estão sendo Amado, que funciona dentro da Estação e reúne cinco organizadas em grupos de trabalho para desenvolver escolas multisseriadas que antes funcionavam distribuídas formas de manejo da pecuária leiteira, da avicultura e da em um raio de até 30 km de distância uma da outra. 39 A atuação do Programa Voluntários Vale, por sua vez, campanha de arrecadação de donativos atendeu complementa o trabalho social da empresa na região, por mais de 700 desabrigados pelas chuvas de verão, com meio de doações de sangue, ações de educação, palestras alimentação e vestimenta. No mesmo município, a sobre drogas, violência, socorro a vitimas de desastres, Ação Criança proporcionou atendimento ortodôntico, campanhas de preservação ambiental, construção distribuição de alimentos e brinquedos para três mil e reformas de casa. crianças. Já em Canaã dos Carajás, houve um esforço coletivo para a revitalização da mata ciliar da barragem O programa conta com cinco comitês no Pará, que da estação de tratamento de água da cidade, que resultou coordenou 24 ações em 2011. Em Parauapebas, uma no plantio de mil mudas. Parcerias contra a exploração sexual de crianças e adolescentes Duas ações, em 2011, colaboraram para reafirmar Outra iniciativa foi o Programa de Educação o compromisso da Vale de realizar ações de Sexual e Promoção da Saúde, no Maranhão. Por sensibilização, promoção e proteção dos direitos meio de parceria com a ONG Oficina de Imagens, humanos, com especial atenção aos direitos das foram promovidas palestras sobre o tema, com crianças e adolescentes. a participação de cerca de 1.800 pessoas em cinco municípios maranhenses. Também foram 40 A primeira delas consistiu na realização de oficinas realizados minicursos mensais nos mesmos e palestras em busca da conscientização dos municípios, capacitando 555 pessoas em temas trabalhadores e das comunidades próximas do Projeto como Direitos Sexuais e Prevenção à Gravidez Salobo, com o tema da prevenção da exploração não desejada na adolescência. Além disso, os sexual infantil. A iniciativa foi resultado da parceria participantes também elaboraram um plano de firmada com empresas contratadas, a Prefeitura de comunicação e mobilização social para cada um Paraupebas (PA) e entidades da sociedade civil. dos municípios. Valorização da cultura indígena A Vale adota uma lógica de relacionamento Outra ação importante foi a promoção de pautada no etnodesenvolvimento e reconhece treinamentos com seus empregados, incluindo a oportunidade de valorizar culturas e preservar líderes e gestores de empresas contratadas, com identidades locais. Um exemplo é o diálogo interface com o Povo Indígena Xikrin do Cateté. O qualificado e convívio positivo que a empresa objetivo foi promover o alinhamento do histórico mantém com comunidades indígenas que de relacionamento da empresa com esse povo vivem em locais próximos ao Complexo indígena, expondo as ações em andamento e as já Minerador de Carajás. realizadas, assim como os impactos identificados nos estudos etnoecológicos. A Vale também firmou Nesse sentido, são desenvolvidas ações para parceria com a Prefeitura Municipal de Parauapebas evitar, mitigar ou compensar possíveis impactos para reformas das estradas da terra indígena da nessas populações. comunidade Xikrin do Cateté. Já o microssistema de abastecimento de água para a aldeia indígena Em parceria com a Fundação Nacional do Índio Oodjã encontra-se em fase final. (Funai) e a Associação Floresta Protegida, a Vale finalizou as obras da Casa de Apoio ao Índio em Por fim, atendendo pedido das lideranças Trânsito de Tucumã (PA), em 2011. A comunidade indígenas, a Vale apoiou as festas de final de ano depende dos centros urbanos de Ourilândia do realizadas no período de 15 a 18 de dezembro de Norte e Tucumã para realização de compras, 2011, concedendo artigos e materiais esportivos recebimento de aposentadorias, e articulação para para as aldeias indígenas Cateté, Djudjêkô e Oodjã. acesso ao apoio dos sistemas públicos (educação, assistência social e saúde), o que explica a Em 2011, ações desse tipo beneficiaram, no Brasil, relevância da ação. mais de 10 mil pessoas, de oito etnias diferentes. 41 42Beneficiamento a umidade natural Inovação e tecnologia 43 Agência Vale A busca da excelência operacional Projeto S11D reúne as principais inovações tecnológicas e processuais desenvolvidas pela Vale nos últimos anos A experiência na atuação de mais de três décadas da Vale Conveying e é conhecido como Truckless. Se o S11D em Carajás, aliada ao uso de tecnologias de ponta e seguisse a linha de uma mineração convencional, sistemas produtivos eficientes, fazem do projeto S11D seriam necessários cerca de 100 caminhões fora-de- o que há de mais próximo da excelência operacional estrada para a operação. em extração e beneficiamento de minério de ferro. Suas inovações garantem, ao mesmo tempo, um menor impacto Uma vez extraído do subsolo, o minério de ferro será ao meio ambiente e às comunidades de seu entorno, coletado por escavadeiras e depositado em britadores e competitividade frente aos concorrentes de mercado. móveis. Na sequência, esses equipamentos alimentam as correias transportadoras, que levam o produto até a Como em outras minas do Complexo Minerador de usina de beneficiamento. No total, serão 37 quilômetros Carajás, a S11D usará o sistema de lavra a céu aberto. de correias distribuídas no espaço ocupado pela mina, Esse sistema apresenta algumas vantagens em relação à incluindo ramais que vão se conectar ao tronco principal, extração subterrânea, como o menor custo de produção, a ser estendido por 9,5 quilômetros até a usina a facilidade de supervisão, melhores condições de trabalho de beneficiamento. e redução de riscos para os traballhadores. Com o uso de correias transportadoras, o sistema 44 A operação de lavra da mina será realizada por um proporcionará significativa redução no consumo de óleo sistema que utiliza tecnologia In-Pit Crushing and diesel, na emissão de particulados e na geração de resíduos, como pneus, filtros e lubrificantes. Além disso, permitirá que a usina de beneficiamento seja construída em uma área de pastagem, fora da área ocupada por floresta. O processo de beneficiamento, por sua vez, também seguirá uma metodologia inovadora desenvolvida pela Vale, que usa a umidade natural para peneirar o material. Essa tecnologia, que já é empregada com sucesso, em menor escala, no Complexo Minerador de Carajás, permitirá a redução de 93% do consumo de água em relação ao processo convencional, o equivalente ao abastecimento anual de uma cidade com mais de 400 mil habitantes (19,7 milhões de m3). Com a adoção da tecnologia, haverá, ainda, redução no consumo de energia que atingirá 18 mil MW ao ano. Outro diferencial é a ausência de barragem de rejeitos, o que minimiza a intervenção em ambientes nativos. Se comparados aos sistemas convencionais, o Truckless e o beneficiamento do minério a umidade natural possibilitarão reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) ou 118 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano. Todos os gases de efeito estufa (GEE) incorporados ao Ganhos ambientais e econômicos com o reaproveitamento de minério Um projeto pioneiro em escala industrial, desenvolvido pela Vale, pode mudar o modelo de exploração dessa atividade no mundo, aumentando a vida útil das reservas e reduzindo o impacto ambiental. É o reaproveitamento de sobras do processo da mineração, antes depositadas em pilhas de estéril (substâncias minerais que não têm valor econômico) ou em barragens de rejeito (lagos artificiais). A nova tecnologia permite o reprocessamento desse material, aproveitando o teor de ferro ainda existente e incorporando-o à produção mineral. Com isso, a empresa desmistifica a crença de que só é possível lavrar minério uma vez. Além do ganho econômico, a técnica diminui o impacto ao meio ambiente, pois reduz a área destinada a barragens e pilhas. escopo do inventário de emissões foram convertidos Em Carajás, a Vale já reaproveitou 5,2 milhões em toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e) de de toneladas do chamado minério ultrafino acordo com os potenciais de aquecimento global (PAG) depositado nas barragens após o processo específicos. Os cálculos foram feitos de acordo com de beneficiamento. a metodologia do GHG Protocol. 45 Montagem do primeiro módulo do projeto S11D Salviano Machado / Agência Vale Mais segurança para os trabalhadores A construção da usina de beneficiamento, incluindo as no tempo e um maior controle do local de montagem. Durante instalações administrativas, será realizada por meio de um a construção, os módulos podem ser testados e só então sistema chamado modularização. Esse processo consiste transportados para o local definitivo, onde serão conectados na montagem do projeto em módulos, que podem ser e operados. O sistema simplifica, ainda, os requisitos de construídos simultaneamente e fora do local da obra e, depois, fundação e possibilita a redução do tempo de implantação do transportados e integrados na montagem da planta industrial. empreendimento, já que a montagem dos módulos será feita simultaneamente aos serviços de terraplanagem e construção 46 A modularização é uma opção mais segura para os da rodovia do Município de Canaã dos Carajás, que está sendo trabalhadores, pois permite a melhor distribuição de pessoal construída pela Vale para ligar a zona rural ao centro urbano. Centro de Controle Operacional Olegário Reis Júnior / Agência Vale Sistema avançado de controle A eficiência do empreendimento também estará A partir do CCO, as imagens da operação presente após o início de suas atividades. Isso porque nas minas podem ser visualizadas em qualquer o S11D será integrado ao restante do Complexo Minerador etapa da produção, desde uma informação de Carajás, cuja supervisão é centralizada pelo Centro abrangente de determinada área até o processo de Controle Operacional (CCO). Inaugurado em 2007, de carregamento de material em um britador, o CCO reúne, em um único lugar, o monitoramento por exemplo. Com esse sistema avançado de controle, remoto das condições vitais dos equipamentos é possível otimizar a sinergia entre as operações de (telemetria), e as operações de usinas e expedição, em mina, usina, expedição e manutenção, em um tempo real, por meio de satélite. único ambiente. 47 Turn the page and see the English version 48