12 de maio de 2015 - Belo Horizonte (MG)
PROJETO PREMIADO
Realização
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PROJETO FERRO CARAJÁS S11D
Vale S/A
Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos
Gerência de Meio Ambiente Mina, Ferrovia e Porto
22-01-2014
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2
2. PROJETO FERRO CARAJÁS S11D ........................................................................ 3
2.1 Histórico do Processo de Licenciamento ............................................................. 3
3. Projeto Ferro Carajás S11D - MELHORIAS .............................................................. 6
3.1 Adequações Relevantes no Plano Diretor ........................................................... 7
3.2 Principais Desafios e Riscos ................................................................................ 8
3.3 Avaliação Comparativa do Projeto Ferro Carajás S11D ...................................... 8
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 10
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 11
RESUMO
O projeto Ferro Carajás S11D, localizado na Serra Sul de Carajás, é o maior projeto da
indústria de mineração de ferro mundial. Trata-se de um minério de alta qualidade e com
custos de explotação baixos. As melhorias realizadas no plano diretor original do projeto
durante o processo de licenciamento ambiental propiciarão a diminuição dos impactos
causados, reduzindo 93% no consumo de água, 77% nas emissões de CO2, 77% no
consumo de combustíveis fósseis, além de uma redução de 58% na supressão de
vegetação em áreas de campos rupestres ferruginosos e florestas ombrófilas deciduais e
semideciduais.
1. INTRODUÇÃO
O projeto Ferro Carajás S11D é o maior projeto da história da Vale e também da indústria
de minério de ferro global. Localizado na província mineral de Carajás, produzirá um
minério de alta qualidade a baixos custos, com a expectativa de uma produção anual da
ordem de 90 milhões de toneladas (Mtpa).
O estudo e a elaboração de melhorias visando à diminuição dos impactos ambientais
causados por um projeto desta magnitude são extremamente importantes, uma vez que
vivemos num cenário cada vez maior de escassez hídrica, causada por diversos fatores e
a Amazônia exerce um papel fundamental no equilíbrio climático, influenciando
diretamente as regiões sul e sudeste do território Brasileiro (Nobre, 2014).
As melhorias propostas para o projeto Ferro Carajás S11D representarão uma enorme
diminuição dos impactos ambientais, sobretudo no que tange ao consumo de água e à
emissão de CO2.
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2. PROJETO FERRO CARAJÁS S11D
O projeto Ferro Carajás S11D compreende a explotação de minério de ferro do Bloco D do
corpo S11 localizado na Serra Sul de Carajás, por meio de lavra a céu aberto, bem como o
beneficiamento do minério a umidade natural (sem a necessidade de Barragem de
Rejeitos). Implantado no município de Canaã dos Carajás, no estado do Pará, trata-se de
um projeto de classe mundial com a maior qualidade e o menor custo da indústria global
de mineração. A produção anual prevista é de 90Mtpa (milhões de toneladas por ano) de
um produto que será transportado pelo Ramal Ferroviário do Sudeste do Pará (RFSP). A
figura 1 mostra as principais características deste projeto.
Figura 01: Características Principais do Projeto Ferro Carajás S11D
2.1 Histórico do Processo de Licenciamento
O projeto atualmente encontra-se em fase de instalação. Entre o protocolo dos estudos
ambientais (EIA/RIMA) para obtenção da Licença Prévia até a obtenção da Licença de
Instalação decorreram aproximadamente 3 anos. Os principais marcos deste processo,
são descritos abaixo:
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 24/06/2010 – Protocolo no IBAMA do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA do Projeto Ferro Carajás S11D;
 04/08/2010 - EIA/RIMA foi aceito pelo IBAMA para análise;
 29/11/10, 30/11/10 e 02/12/2010 - Realizadas audiências públicas nos municípios
de Canaã dos Carajás/PA, Parauapebas/PA e Curionópolis/PA;
 29/11/10 a 01/12/10 - Vistoria do IBAMA nas áreas destinadas a implantação do
referido empreendimento;
 11 a 15/04/11 – Vistoria IBAMA/ICMBio nas áreas do Projeto Ferro Carajás S11D,
com foco na área de Espeleologia;
 07/07/11- Parecer Técnico nº 73/2011/COMOC/CGTMO/DILIC/IBAMA, emitido pelo
IBAMA, contendo a análise do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de
Impacto Ambiental, do Projeto Carajás S11D;
 23 e 24/08/11- Realizadas as reuniões técnicas no IBAMA, com a equipe
responsável pela análise do EIA/RIMA do Projeto Ferro Carajás S11D;
 31/10/11- Em resposta ao Parecer Técnico, a Vale protocolou no IBAMA e no
ICMBio, os esclarecimentos e as informações, sobre o EIA/RIMA;
 07 a 09/11/11– Vistoria do ICMBio a área do Platô do Projeto Ferro Carajás S11D;
 14 a 25/11/11– Vistoria do ICMBio/ CECAV com foco nas Cavidades do Projeto
S11/D;
 19/12/11 – Protocolo das Informações solicitadas pelo CECAV;
 20/04/12- O IBAMA finalizou o parecer técnico do EIA do Projeto S11D, foram
solicitadas novas informações complementares;
 16/05/12 – Protocolo de todas as informações complementares solicitadas pelo
IBAMA;
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 26/06/12 – Emissão da Autorização para Licenciamento Ambiental do ICMBio (nº
7/2012) e da Licença Prévia do IBAMA (nº436/2012);
 04/09/12 – Protocolo do Plano Básico Ambiental – PBA do Projeto Ferro Carajás
S11D, o Relatório de Atendimento às Condicionantes da LP nº 436/12 e o
Cronograma Macro do Projeto Ferro Carajás S11D (Mina/Usina/Ramal Ferroviário
Sudeste do Pará), no IBAMA;
 31/05/13 – A Vale recebeu o parecer técnico do IBAMA (nº 4914/2013), referente a
análise dos documentos que subsidiaram o pedido de Licença de Instalação - LI.
 11/06/13 – Foi protocolado no IBAMA, todas as respostas referente às análises do
Parecer Técnico nº 4914/2013
 03/07/13 – Emissão da Licença de Instalação do IBAMA (nº 947/2013).
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3. Projeto Ferro Carajás S11D - MELHORIAS
O projeto original, descrito no Estudo de Impacto Ambiental, previa a lavra a céu aberto
convencional, incluindo perfuração, desmonte (mecânico e com explosivos), carregamento
e transporte do minério e estéril, por meio de caminhões fora de estrada. O minério seria
transportado das frentes de lavra até as instalações de britagem semi-móvel previstas na
área da cava, de onde o minério britado seguiria por TCLD até a Usina de Beneficiamento.
O estéril seria disposto em três pilhas de estéril adjacentes a cava, localizadas no interior
da FLONA de Carajás (Figura 02).
Figura 02: Plano Diretor apresentado no EIA
O Projeto Ferro Carajás-Melhorias apresenta uma nova alternativa tecnológica, que
substitui o método de lavra convencional pelo sistema “Truckless” (Figura 03), que
compreende a lavra do minério sem o uso de caminhões fora de estrada, com utilização de
equipamentos e máquinas modulares. A concepção do novo Plano Diretor atende às
considerações
do
IBAMA/
ICMBio,
solicitadas
no
Parecer
Técnico
nº73/2011/COMOC/CGTMO/DILIC/IBAMA.
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Figura 03: Lavra Convencional X Sistema “Truckless”
3.1 Adequações Relevantes no Plano Diretor
Entre as adequações realizadas no plano diretor original, algumas merecem destaque e
são descritas abaixo:

Eliminação da alternativa de construção de barragem de rejeito;

Implantação das cavas sem a supressão das lagoas permanentes do Bloco D;

Adequação do perímetro da cava em função da nova tecnologia de lavra e para
preservar a área de proteção das cavidades de relevância máxima;

Redução do número das pilhas de estéril e sua implantação fora dos limites da
Floresta Nacional de Carajás;

Utilização de áreas já antropizadas para implantação da fábrica de explosivos e
paióis, das estruturas para apoio administrativo e das estruturas da Usina de
beneficiamento;

Nova localização da área de disposição de materiais excedentes – ADME / área de
estocagem de topsoil, eliminando impactos sobre drenagens.
A figura 04 apresenta o novo desenho do projeto Ferro Carajás S11D licenciado.
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Figura 04: Plano Diretor Licenciado
3.2 Principais Desafios e Riscos
Como em todo projeto de grande porte, a implantação de melhorias operacionais impõem
alguns desafios e riscos adicionais que precisam ser superados. Os principais pontos de
atenção com a implantação das melhorias neste projeto são:
 Menor flexibilidade operacional;
 Tendência à maior variabilidade na qualidade do produto;
 Maiores investimentos (US$ 1,0 bilhão a mais);
 Inovação operacional na empresa;
 Instalação de beneficiamento única, para tratar diferentes tipos de minérios;
 Necessidade de planejamento de mina com sondagens mais detalhadas.
3.3 Avaliação Comparativa do Projeto Ferro Carajás S11D
A tabela 01 mostra os ganhos ambientais decorrentes da diminuição das emissões de
CO2, do consumo de combustível e de pneus. A tabela 02 mostra as reduções na
supressão de vegetação, ambientes lacustres e ambientes de uso antrópico.
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Descrição
Projeto Ferro
Carajás S11D
Projeto Ferro Carajás
S11D c/ Melhorias
Total de
redução
Emissão de CO2 (t/ano)
146.300
33.700
77%
Consumo Diesel (L/ano)
65.000.000
15.000.000
76,9%
Consumo Pneus
Caminhões
(unidade/ano)
174
12
92%
Tabela 01: Redução prevista na emissão de CO2 e consumo de diesel e pneus com a implantação
das melhorias
Plano Diretor
Plano Diretor c/
%
EIA (ha)
Melhorias (ha)
Aproximada
Campos Rupestres
Ferruginosos (Savana)
1.061,90
969,05
-8,74%
Ambientes Lacustres
22,90
0
-100,00%
Floresta Ombrófila
Estacional e Decidual
2.568,20
804,16
-68,69%
Supressão de Vegetação
3.653,00
1.773,21
-51,46%
Pastagem (% de acréscimo
na supressão)
130,10
803,01
+517,23%
Descrição
Tabela 02: Redução prevista na supressão de vegetação, ambientes lacustres e áreas antropizadas
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A implantação do projeto ferro Carajás S11D-Melhorias propiciará uma redução de 93%
no consumo de água, em relação ao projeto convencional, onde era prevista a
construção de barragem de rejeito, considerando a redução de 38 milhões de m³/ano na
captação de água nova.
As reduções previstas nas emissões de CO2 são da ordem de 77%, além de uma
economia de energia de cerca de 18 mil MW por ano. Espera-se também uma
economia de 76,9% no uso de combustíveis fósseis e uma importante redução na
geração de resíduos (pneus, filtros, óleos, entre outros).
No que tange à supressão de vegetação e ambientes naturais, haverá uma redução de
51,46% em áreas ocupadas por campos rupestres ferruginosos, florestas ombrófilas
e ambientes lacustres, sendo que a intervenção dentro da Unidade de Conservação
Floresta Nacional de Carajás sofrerá uma redução superior a mil hectares. Além disto,
haverá uma redução significativa em áreas de APP e na área diretamente afetada (ADA),
preservando remanescentes residuais de campos rupestres ferruginosos e os perímetros
das lagoas do Violão e do Amendoim.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOBRE, Antonio Donato. Futuro Climático da Amazônia: relatório de avaliação
científica. Articulación Regional Amazónica (ARA). São José dos Campos, 2014.
39p.
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projeto ferro carajás s11d - Revista Minérios & Minerales