Sistema Integrado de Mapeamento Geológico/Geotécnico (SIGMA) com Aplicação de Realidade Virtual e Captura de Dados Digitais em Campo Patricía Procópio Vale, Belo Horizonte, Brasil, [email protected] José Carlos Sícoli Seoane UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] Allan Büchi Coffey, Belo Horizonte, Brasil, [email protected] Bruce Napier BGS (British Geological Survey), Keyworth, UK, [email protected] Pablo Mafra Reinhardt Coffey, Belo Horizonte, Brasil, [email protected] Paulo Orlandi Vale, Belo Horizonte, Brasil, [email protected] RESUMO: O Sistema SIGMA de mapeamento geológico/geotécnico é uma metodologia desenvolvida pelo Serviço Geológico Britânico em parceria com a Coffey e Vale para integração de dados geológicos, geográficos e de engenharia em uma interface de visualização avançada de Realidade Virtual (RV), com subsídios de geotecnologia (VRGIS), permitindo uma navegação intuitiva com interação em tempo real do modelo, em seis graus de liberdade, possibilitando, opcionalmente, a imersão do usuário do sistema no modelo gerado através do uso de equipamentos de RV. O modelo gerado, quando visualizado em modo Desktop RV ou em uma Sala de Realidade Virtual, permite a visualização de dados de superfície (imagens áreas, modelos digitais de terreno, caracterização geomecânica, sequenciamento de lavra, estruturas geológicas) e subsuperfície (modelo de blocos, furos de sondagem, perfis geológicos/geomecânicos) que pode ser utilizada para diversos fins na geotecnia, nas etapas de pré-campo, campo e pós-campo, como: apresentação do projeto, suporte à tomada de decisões, planejamento de campanhas de estudos geotécnicos, reconhecimento virtual de campo, mapeamento e interpretação geotécnica, análise de impacto visual, consulta a banco de dados geográficos e análise visual de resultados de simulação. O sistema foi customizado para coleta de dados geomecânicos em campo, com a utilização de um tablet com ARCGIS com o aplicativo SIGMA_Mobile (Caderneta Digital de Campo), que permite a avaliação geomecânica em tempo real (no campo) através dos sistemas RMR (Rock Mass Rating) e MRMR (Mining Rock Mass Rating), interagindo com o mapa geológico/geotécnico no ARCGIS, permitindo criação de stereonets no campo, geração de perfis geotécnicos e interpretação de estruturas em fotos. As informações coletadas em campo são transferidas para o ambiente RV e integrados com dados de superfície e subsuperfície permitindo uma analise integrado e multidisciplinar. PALAVRAS-CHAVE: mapeamento geotécnico, caracterização geomecânica, novas tecnologias 1 INTRODUÇÃO Os estudos geotécnicos em campo normalmente demandam alta responsablidade e esposição ao risco, além de grandes investimentos. O aprimoramento da aquisição de dados sobre a área de interesse, a proposição de novas técnicas, tecnologias e ferramentas computacionais têm sido de grande utilidade, porque aumentam a confiabilidade na avaliação geotécnica, reduzindo riscos e ampliando a qualidade das análises. No contexto desta evolução, convém destacar que as geotecnologias têm contribuído para potencializar análises a partir de dados de diferentes fontes, integrados em ambientes 2D e 3D de sistemas de informações geográficas. Novas metodologias, além da crescente ampliação da precisão das representações, inclusive posicional, vêm contribuindo para detalhar e embasar as análises, e para otimizar e tornar mais objetivo o planejamento das campanhas de campo e execução das mesmas. O Serviço Geológico Britânico vem aplicando a metodologia SIGMA, nos trabalhos de mapeamento, visando a redução do tempo e risco e otimização da coleta e interpretação dos dados. Em vista desta aplicação, este sistema vem sendo testado visando a sua customização para os trabalhos de cunho geotécnico, objetivando alcançar melhorias nos processos relacionados as etapas desde o pré-campo ao pós-campo. Foi escolhida uma área piloto que apresentase condições para os testes inciais, para efetivar a implantação desta nova forma de interpretação e aquisição de dados geológicosgeoténcnicos e geomecânicos com suporte de tecnologias. 2 funcionalidades diversas dos softwares e aplicativos envolvidos (Figura 1) e sua metodologia embarcada, os mesmos estão descritos abaixo; Geovisionary Software desenvolvido pela empresa inglesa Virtalis em parceria com o BGS. Permite a visualização em tempo real de grandes extensões geográficas de terreno e imagem, permitindo a visualização 3D em tempo real de camadas de informação GIS. È a plataforma ideal para aplicações de planejamento em projetos de médio e longo prazo. Oferece recursos de integração de dados de campo e de escritório, pode ser utilizada para fotointerpretação, correlação de dados de diferentes áreas e integração dos mesmos ARCGIS Sistema de Informação Geográfica, desenvolvido pela empresa americana ESRI. SIGMA Mobile Aplicativo desenvolvido pelo BGS, através do conceito SIGMA (Sistema de Mapeamento de Geociências Integrado). È concebido como uma plataforma digital de coleta de dados em campo, através de equipamentos móveis (Tablet, Thougbook e outros). METODOLOGIA SIGMA O objetivo do trabalho consiste na aplicação e adaptação da metodologia SIGMA da BGS, a caracterização e mapeamento geotécnico em uma área piloto. A área foi escolhida previamente em função da sua localização (facilidade de acesso) e didática, ou seja, área que apresentava características que poderiam ser aplicadas com consistência, as Figura 1 - Metodologia SIGMA com integração os softwares Geovisionary e ARGIS e o aplicativo SIGMA Mobile. Para execução do trabalho foi definido 3 etapas, que seguem uma ordem cronológica tipíca do mapeamento geológico-geotécnico. , as mesmas serão descritas a seguir; Etapa 1 – Pré-Campo Nesta etapa incial, ocorre o planejamento e interpretação da área de mapeamento definida. È montado um banco de dados GIS (shapes, imagens de alta resolução, mapas geológicos, modelo digital de terreno). Estes dados são integrados no ambiente de Realidade Virtual através do software Geovisionary, onde são analisados com técnicas de fotointerpretação e análise multidisciplinar de dados, para indentificação de caracteristicas geotécnicas e fundamentando os objetivos da campanha de campo. O resultado destas análises (shapes, descrições e etc.) são exportados para o software ARCGIS, que esta integrado há um toughbook, a plataforma de aquisição de dados em campo. Etapa 2 – Campo No campo o profissional envolvido detém uma base de dados consistente para execução dos trabalhos e toda pré-interpretação executada na etapa anterior na plataforma ARGIS, em um computador portátil com camêra e GPS integrados. A aquisição de dados (pontos de descrição e interpretações) ocorre através do aplicativo SIGMA Mobile, que funciona como uma caderneta digital de campo, possibilitando o armazenamento de informações geológicasgeotécnicas de forma organizada e precisa, já que esta integrada ao ambiente ARGIS, possibilitando a visualização em tempo real da localização na área de estudo e consulta e interpretação de informações. Os produtos desta etapa pontos geológicos-geotécnicos organizados em uma estrutura de dados, shapes de interpretação, fotografias interpretadas, mapa e relatório de campo confecionados durante o trabalho. Etapa 3 – Pós-Campo Após os trabalhos de campo, os dados são discutidos e revistos no Geovisionary (em amabiente de realidade virtual), antes de serem armazenados no banco de dados do projeto. Os produtos desta etapa são dados integrados de campo em ambiente de realidade virtual prontos para serem consultados e ultilizados em campanhas de campo posteriores. 3 ÁREA PILOTO Esta localizada no município de Nova Lima – MG (região metropolitana de Belo Horizonte) trata-se de uma área com histórico de problemas relacionados a estabilidade geotécnica, apresentando situações e estruturas diversificadas para os testes inciais da metodologia. A região foi caracterizada no trabalho realizado pela CPRM, denominado Projeto APA – Sul RMBH (CPRM, 2005), onde os aspectos fisícos (Geologia/Geotecnia) foram detalhados vizando o desenvolvimento sócioeconômico da região. A Figura 2 apresenta a localização da área de estudo e pode ser observado no entorno a crescente expansão urbana. Figura 2 - Localização da área de estudo na imagem Geoeye, cedida pela Vale. 3.1 Geologia Regional O Quadrilátero Ferrífero é, talvez, uma das áreas mais bem estudadas do Brasil, considerada uma das áreas clássicas da geologia pré-cambriana, é conhecida desde o início do século XVIII. Os primeiros estudos na região foram executados por Von Eschwege (1833) que apresenta o primeiro empilhamento estratigráfico para as rochas da região de Ouro Preto. Derby (1906) propõe a criação da Série Minas e a primeira coluna estratigráfica foi apresentada por Harder e Chamberlin (1915). Guimarães (1931) propõe a criação da Série Itacolomi. Posteriormente, nas décadas de 50 e 60, através do convênio USGS/DNPM, foi realizado mapeamento sistemático de todo o Quadrilátero Ferrífero na escala 1:25.000, o que originou diversos relatórios relativos às quadrículas, apresentadas numa síntese em Dorr (1969). Do ponto de vista geotectônico, o Quadrilátero Ferrífero está inserido na Província São Francisco, como pode ser observado na Figura 3, situando-se no extremo sul da área ocupada pelo Cráton de mesmo nome (Almeida 1977, Almeida & Hassuy 1984) e corresponde a um fragmento crustal poupado, em parte, da Orogênese Brasiliana, a qual abriga em seus domínios jazidas de ferro, ouro e outros recursos minerais. carbonatos. Unidade metassedimentar clástica: constitui-se de metaconglomerados, quartzitos e quartzo-xistos. 3.1.1 Contexto Geológico-Geotécnico Local O Grupo Nova Lima representa todo o arcabouço geológico da área de estudo, representada localmente pelas unidades Mestre Caetano e Córrego do Sítio (Figura 3). A litologia representante destas unidades, pode ser descrita como uma sequência bem variada de xistos, principalmente por xistos grafitosos, talco xisto e xistos ferruginosos apresentando – se com aspecto de formação ferrífera bandada. Figura 3 - Mapa de situação, mostrando a inserção do Quadrilátero Ferrífero na porção meridional. Fonte: Marshak e Alkmim, 1989. Figura 4 - Perspectiva para NE da área de estudo, mostrando a relação dos contatos entre as unidades Corrego do Sitío (verde) e Mestre Caetano (marron). Imagem Geoye cedida pela Vale . O Quadrilátero Ferrífero apresenta quatro principais unidades litoestratigráficas: o Embasamento Cristalino formado pelos terrenos gnáissico-migmatíticos, o Supergrupo Rio das Velhas, o Supergrupo Minas e o Grupo Itacolomi. Mais restritamente ocorrem as Coberturas sedimentares fanerozóicas. O Supergrupo Rio das Velhas foi divido em dois grupos, da base para o topo: Grupo Nova Lima e Grupo Maquiné. O Grupo Nova Lima (unidade aflorante na região de analise), constituído por rochas metavulcânicas e metassedimentares, foi subdividido em três unidades, da base para o topo, Ladeira (1980): Unidade metavulcânica: constituída por metaultramafitos, metabasaltos, filitos grafitosos e metacherts. Unidade metassedimentar química: constituída por formação ferrífera tipo algoma, xistos, filitos e Em Projeto APA – Sul RMBH (CPRM 2005), esta conjunto de rochas foi agrupado em uma unidade geotécnica denominada; UG_X (xistos). Do ponto de vista geotécnico esta unidade apresenta-se com solos poucos espessos e desenvolvidos, com predominío de Cambissolos. Este limitado desenvolvimento pedogenético condicionado pela declividade acentuada (Figura 4), eleva a susceptilidade a erosão e reflete no comportamento geomecânico dos materiais, que dependendo das relações espaciais entre as faces dos talude, a foliação e demais estruturas geológicas como falhas e fraturas, pode agravar a situação de estabilidade. Estas caracteristícas geram alta suscetibilidade a movimentos de massa, como pode ser observado na região de estudo, onde implantação de condomínios com arruamentos, cortes e aterros, gerou vários pontos de ruptura nos taludes. Figura 4 - Perspectiva para NE da área de estudo, mostrando a alta inclinação do terreno. Imagem Geoye cedida pela Vale. 4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA SIGMA NA ÁREA PILOTO Para realização do trabalho de campo na área piloto foram estabelecidos as etapas de acordo com a metodologia apresentada (vide capitulo 2), objetivando uma comparação do mapeamento geologico-geotécnico tradicional com o proposto pela metodologia. Os dados SIG ultilizados na etapa précampo, foram integrados no ambiente de realidade virtual (Geovisionary), para a interpretação dos aspectos geológicosgeotécnicos e declividade do terreno permitindo a simulação virtual da campanha de campo. Os dados ultilizados nesta etapa, foram cedidos pela Vale, e estão listados abaixo: - Imagem GeoEye 2012 com resolução de 35 cm pixel. - Modelo Digital de Terreno (MDT), obtidos por aerolevantamento a Laser. - Curvas de Nível com equidistância de 5m (1:5000) obtidas através do MDT. - Mapa Geológico Dorr 1969 , escala 1:25.000. A partir da interpretação integrada, foram diagnosticadas 2 feições geotécnicas, interpretadas como rupturas (Figura 5). Estas estruturas foram delimitadas e exportadas como shape para o software ARGIS instalado no dispositivo móvel de campo. Figura 5 - Rupturas delimitada na interpretação no ambiente de realidade virtual. A campanha de campo foi realizada com a integração da metodologia proposta pelo BGS para mapeamento de campo combinada com a caracterização geotécnica dos maciços e rupturas diagnosticadas. A classificação utilizada teve como base os conceitos sugeridos pela ISRM (International Society for Rock Mechanics), juntamente com a classificação de Bieniawski (1989). Durante a campanha de campo, em todos os pontos de controle realizados foram caracterizados os taludes e rupturas, avaliandose: (i) a resistência da rocha, incluindo o grau de alteração, o grau de resistência; (ii) RQD, (iii) o espaçamento e as condições de fraturas; (iv) as condições de percolação de água; (v) as atitudes das estruturas planares. Esta caracterização ocorreu com a ultilização do dispositivo móvel de campo (Toughbook, Figura 6). Figura 6 - Toughbook Panasonic, ultilizado na campanha de campo. A plataforma do ARGIS agregada a este hardware permituiu a vizualização dos mapas e imagens da área e os shapes das estruturas delimitadas em campo, objetivando o trabalho. O aplicativo SIGMA Mobile (BGS) foi utilizado para a captura de informações de campo, já que funciona como uma caderneta digital, ou seja, possibilitando o usuário a aquisição de dados em cima das imagens e mapas da área de estudo, facilitando a interpretação e confiabilidade do dado gerado. Os pontos geológicos foram descritos nesta plataforma, em suas caracteristícas estruturais e litológicas (Figura 7). Figura 7 - Plataforma de descrição e coleta de dados estruturais no aplicativo SIGMA Mobile. Os dados coletados são automaticamente integrados ao mapa geológico ou imagem associada. Este aplicativo permite interpretar fotografias, facilitando a descrição e desenhos de estruturas geológicas diagnosticadas no campo (Figura 8). Figura 8 - Plataforma de interpretação em fotografias no aplicativo SIGMA Mobile. A caracterização geotécnica foi descrita nas tabelas de RMR (Bieniawski, 1989), intepretando os padrões de persistencia, abertura, rugosidade, alteração e preenchimento. As medidas estruturais foram intepretadas em campo através do software DIPS 5.1 (instalado no toughbook). Uma das estruturas analisadas em campo foi confirmada como uma ruptura em cunha (Figura 9), através do DIPS 5.1, na plataforma digital do dispositivo móvel de campo. Figura 9 - Estereograma mostrando a relação dos ângulos do talude X ângulos das fraturas e de atrito do xisto (13°), confirmando a ruptura em cunha. Os maciços rochosos analisados se encontram medianamente alterados a extremamente alterados, medianamente a pouco coerentes, muito fraturados, com RQD (Rock Quality Designation) regular e pobre. No fim do trabalho de campo é gerado um relatório automático na plataforma Microsoft Office, através de um plug-in do aplicativo SIGMA Mobile, onde todos os dados, fotografias e desenhos gerados são dispostos em um arquivo .doc, separados por ponto geológico, sendo os dados estruturais dispostos em tabelas Na etapa pós-campo os dados vetoriais (shapes) e pontos de descrição, são exportados para o software Geovisionary (Realidade Virtual), onde são validados por equipe multidisciplinar, resultando em um modelo 3D em realidade virtual, com banco de dados digital e padronizado. 5 CONCLUSÕES A aplicação da metodologia proposta pela BGS para o mapeameno de campo demostrou comprovada eficácia na aquisição de dados e aumento da confiabilidade do profissional envolvido em campo, já que o mesmo pode consultar uma gama imensa de dados em seu dispositivo móvel (toughbook). A aplicação desta metodologia na Geotecnia vem sendo testada em trabalhos periódicos, diagnosticando os pontos de atenção e passíveis de customização para esta área de atuação. Este projeto de pequena escala apresentou resultados expressivos relativos a redução do tempo e custo no campo (planejamento na realidade virtual e aquisição de dados digitais em campo), aumento da objetividade e confiança do profissional, qualidade e precisão na coleta de dados e redução no tempo de entrega dos resultados. Os próximos passos são referentes a integração deste sistema ao cotidiano de trabalho dos profissionais de geotecnia visando melhorar os resultados e aperfeiçoamento do sistema. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a equipe técnica da Vale, Coffey e BGS, nas discussões e interpretações relativas ao tema proposto. REFERÊNCIAS Almeida, F. F. M., 1977. O cráton do São Francisco. Revista Brasileira de Geociências 7, 349-364. Bieniawski, Z.T. 1989. Engineering rock mass classifications. New York: Wiley. Derby, A. O. 1906. The Serra do Espinhaço, Brazil. Journal of Geology 14, 374-401. Dorr II, J.V., 1969. Physiographic, stratigraphic and structural development of the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. United States Geological Survey Professional Paper 614-A. 110 pp. Eschewege, Wilhelm Ludwig von. Pluto Brasiliensis [1833]. Vol. 1. Trad. Domício de Figueiredo Murta. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1979 (a). Guimaraes, D. 1931. Contribuição à geologia do Estado de MinasGerais, Brasil. Dept. P.M., Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Bol., 55: 36p. Harder, E.C., Chamberlin, R.T. The geology of central Minas Gerais: Brazil. Journal Geology, v.23, n. 4, p. 341-378, v. 23, n. 5, p. 385-424, 1915. Ladeira, E.A., 1980. Metalogenesis of gold at the Morro Velho mine, and in the Nova Lima District, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. PhD thesis, Department of Geology, University of Western Ontario. London, Canada, 272 pp. Marshak, S., Alkmim, F.F., 1989. Proterozoic contraction/extension tectonics of the southern São Francisco region, Minas Gerais, Brazil. Tectonics 8, p. 555–571. Projeto APA – Sul RMBH, CPRM. 2005. Geotecnia, mapas geotécnicos 1:50.000. Jorge Pimentel, Cornélio Zampier Teixeira, Fábio M. Silva. Belo Horizonte – MG. 111 pp.