Text 1
As everybody knows, if you do not work out, your muscles
get flaccid. What most people don’t realize, however, is that
your brain also stays in better shape when you exercise.
Surprised? Although the idea of exercising cognitive
machinery by performing mentally demanding activities –
popularly termed the “use it or lose it” hypothesis – is
better known, a review of dozens of studies shows that
maintaining a mental edge requires more than that. Other
things you do – including participating in activities that
make you think, getting regular exercise, staying socially
engaged and even having a positive attitude – have a
meaningful influence on how effective your cognitive
functioning will be in old age.
www.scientificamerican.com/article.
Acessado
em
06/07/2009. Adaptado.
10. O texto informa que
a) grande parte das pessoas preocupa-se apenas com a
aparência física.
b) as pessoas não se dão conta da importância de músculos
fortes.
c) o cérebro é muito pouco exercitado por pessoas que não
trabalham.
d) todo mundo deveria exercitar-se diariamente.
e) exercícios físicos são benéficos para o corpo e para a
saúde mental.
11. Segundo o texto, o bom funcionamento de nosso
cérebro na velhice depende, entre outros fatores,
a) das perdas e ganhos que vivenciamos ao longo da vida.
b) da herança genética que trazemos conosco.
c) das modalidades de exercícios físicos que realizamos.
d) da complexidade de exercícios intelectuais a que somos
expostos.
e) de nosso engajamento em atividades intelectuais e
sociais.
Text 2
Work, e-mail, news, bills...
8 Tips to Fight Info Overload
1. Spot the signs. Feel alone even as you communicate
with people all day? That’s a signal technology is
dominating your life.
2. Take baby steps. Try being inaccessible for short spurts
to see what happens. The world probably won’t implode.
3. Repeat these four words:
“I have a choice.” People who say, “My boss wants me to
be reachable after 8 p.m.” are likely exaggerating the
control others have over them.
4. Set limits. Rein in office e-mail and instant message
traffic. Who truly needs 35 daily FYIs on the Henderson
case?
5. Give clear instructions. Try an e-mail signature that
reads “I answer e-mail at 10 a.m., 1 p.m. and 4 p.m. If you
need a quicker response, please call.”
6. Make a task list. If you’re interrupted, you’ll get back to
work faster if you have one.
7. Stick to a schedule. Handle recreational Web surfing
and e-mail at set times. Dipping in and out is classic selfinterruption.
8. Do a reality check. After five minutes of unplanned
surfing, ask yourself, “Should I really be doing this now?”
(www.readersdigest.com)
12. The tips given in the text apply to people
a) who are busy showering babies and giving instructions.
b) who want to learn how to keep from being overwhelmed.
c) who tend to exaggerate the amount of information they
supply their VIP clients with.
d) who will only admit getting 35 daily FYIs on the
Henderson case.
e) who never really plan ahead of time or are inaccessible.
Text 3 - Spider-Man 4 (2011) - Preview
If you’re a serious Spider-Man fan, you’ve
probably been wondering when the producers are finally
going to let Dylan Baker become the super-villain we’ve all
been waiting for. Yes, the one-armed college professor who
appears in all three Spider-Man films (for about 90 seconds
at a time) is the guy who eventually gets turned into mansized Lizard with a true hatred for Spider-Man.
According to one source, not only will Baker
finally become The Lizard in Spider-Man 4, but we’ll also
have to contend with a certain villain known as Carnage.
Director Sam Raimi who directed all the previous movies in
the franchise will be back in the director’s chair.
There has been much speculation about who the
next villains might be. In previous interviews, director
Raimi was secretive about the actors who would play the
role of The Sinister Six and Electro. Expect this to be a
closely guarded secret for a while to come.
Apparently there’s also talk of getting Black Cat
into the Spider-Man 4 mix because, if a record-breaking
opening weekend tells you one thing, it’s that you can never
have too many villains in your Spidey sequels. Venom will
probably not be returning. Word has it that this character
will have its own live-action movie title – screenwriters are
already at work on this.
1Spider-Man 4 would have to go a little bit
―darker‖ than its predecessors to accurately capture the
Carnage story, which focuses on a serial killer called Cletus
Kasady. Despite rumors about the next movie, it seems that
both Maguire and Kirstin Dunst, as his girlfriend Mary
Jane, will return.
Spider-Man 4 Director: Sam Raimi U.S. Opening Date:
May 2011
13. The text is a preview, that is, an anticipated review of
an upcoming movie.
The central issue discussed in this preview of Spider-Man 4
is related to:
a) directing staff
b) award indication
c) villains selection
d) actors’ performance
e) box office
14. Spider-Man 4 would have to go a little bit “darker”
than its predecessors to accurately capture the Carnage
story, (ref. 1)
The preview writer’s opinion is that the upcoming movie
should evoke the following sensation:
a) great anger
b) deep regret
c) violent disgust
d) intense sadness
e) slight happiness
15. (Unesp) A peça Fonte foi criada pelo francês Marcel
Duchamp e apresentada em Nova Iorque em 1917.
A transformação de um urinol em obra de arte representou,
entre outras coisas,
a) a alteração do sentido de um objeto do cotidiano e uma
crítica às convenções artísticas então vigentes.
b) a crítica à vulgarização da arte e a ironia diante das
vanguardas artísticas do final do século XIX.
c) o esforço de tirar a arte dos espaços públicos e a
insistência de que ela só podia existir na intimidade.
d) a vontade de expulsar os visitantes dos museus,
associando a arte a situações constrangedoras.
e) o fim da verdadeira arte, do conceito de beleza e
importância social da produção artística.
16. (Pucrs) Leia o fragmento que segue.
―A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente
e móvel fugia sob os passos aos caminhantes; remorava a
tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos
raios; opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de
espinheirais, que era forçoso destramar a facão; e
reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da
canícula. De sorte que ao chegar à tarde, à ―Serra Branca‖,
a tropa estava exausta.
Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em
pleno arder do sol bravio do verão.‖
O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da
Cunha, que relata a Guerra de Canudos, travada no
Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio
Conselheiro e as tropas militares republicanas.
Neste trecho da obra,
I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade
com a exploração do homem pelo homem.
II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição
constituem características marcantes.
III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação
com a condição humana permeiam o ponto de vista do
narrador.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
17. (Enem) Após estudar na Europa, Anita Malfatti
retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura
nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres
na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu
trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que
valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros
artistas modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas
tradicionais na Europa, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então
utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística
nacional.
c) representaram a ideia de que a arte deveria copiar
fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática
educativa.
d) mantiveram-se de forma fiel à realidade nas figuras
retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à
tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras,
respeitando limites de temas abordados.
18. (Cftmg) O poeta Gregório de Matos tornou-se
importante na representação da literatura barroca brasileira
porque
a) enfatizou a produção poética satírica em detrimento da
religiosa.
b) pautou sua vida pelo respeito às normas e costumes
sociais e estéticos.
c) criticou membros do clero e do poder político e exaltou
índios e mulatos.
d) apropriou-se de formas e temas do barroco europeu, mas
adequando-os ao contexto local.
e) criticava todas as instituições da sociedade baiana, exceto
o clero.
19. (Mackenzie)
O amor é feio
Tem cara de vício
Anda pela estrada
Não tem compromisso
[...]
O amor é lindo
Faz o impossível
O amor é graça
Ele dá e passa
A.Antunes, C.Brown, M.Monte, ―O amor é feio‖
As alternativas a seguir citam aspecto estilístico presente no
texto, EXCETO o uso de:
a) estrutura paralelística (O amor é feio / O amor é lindo).
b) rimas externas e internas (vício / compromisso; cara /
estrada).
c) conjunções coordenadas (O amor é feio / Tem cara de
vício).
d) processo metafórico (Anda pela estrada / Não tem
compromisso).
e) estrofes simétricas (quartetos).
20. (Enem)
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
José Aguilar, 1967.
Na estruturação do texto, destaca-se
a) a construção de oposições semânticas.
b) a apresentação de ideias de forma objetiva.
c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o
eufemismo.
d) a repetição de sons e de construções sintáticas
semelhantes.
e) a inversão da ordem sintática das palavras.
21. (Mackenzie)
Chicó – Por que essa raiva dela?
João Grilo – Ó homem sem vergonha! Você inda pergunta?
Está esquecido de que ela o deixou? Está esquecido da
exploração que eles fazem conosco naquela padaria do
inferno? Pensam que são o cão só porque enriqueceram,
mas um dia hão de pagar. E a raiva que eu tenho é porque
quando estava doente, me acabando em cima de uma cama,
via passar o prato de comida que ela mandava para o
cachorro. Até carne passada na manteiga tinha.
Para mim nada, João Grilo que se danasse. Um dia eu me
vingo.
Chicó – João, deixe de ser vingativo que você se desgraça.
Qualquer dia você inda se mete numa embrulhada séria.
Ariano Suassuna, Auto da Compadecida
Considere as seguintes afirmações.
I. O texto de Ariano Suassuna recupera aspectos da tradição
dramática medieval, afastando-se, portanto, da estética
clássica de origem greco-romana.
II. A palavra Auto, no título do texto, por si só sugere que
se trata de peça teatral de tradição popular, aspecto
confirmado pela caracterização das personagens alegóricas
nele presentes.
III. O teor crítico da fala da personagem, entre outros
aspectos, remete ao teatro humanista de Gil Vicente, autor
de vários autos, como, por exemplo, o Auto da barca do
inferno.
Assinale:
a) se todas estiverem corretas.
b) se apenas I e II estiverem corretas.
c) se apenas II estiver correta.
d) se apenas II e III estiverem corretas.
e) se todas estiverem incorretas.
22. (Fuvest)
Todo o barbeiro é tagarela, e principalmente
quando tem pouco que fazer; começou portanto a puxar
conversa com o freguês. Foi a sua salvação e fortuna.
O navio a que o marujo pertencia viajava para a
Costa e ocupava-se no comércio de negros; era um dos
comboios que traziam fornecimento para o Valongo, e
estava pronto a largar.
— Ó mestre! disse o marujo no meio da conversa,
você também não é sangrador?
— Sim, eu também sangro...
— Pois olhe, você estava bem bom, se quisesse ir
conosco... para curar 1a gente a bordo; morre-se ali que é
uma praga.
— Homem, eu da cirurgia não entendo muito...
— Pois já não disse que sabe também sangrar?
— Sim...
— Então já sabe até demais.
No dia seguinte saiu o nosso homem pela barra
fora: a 6fortuna tinha-lhe dado o meio, cumpria sabê-lo
aproveitar; de oficial de barbeiro dava um salto mortal a
médico de navio negreiro; restava unicamente saber fazer
render a nova posição. Isso ficou por sua conta.
Por um feliz acaso, logo nos primeiros dias de
viagem adoeceram dois marinheiros; chamou-se o médico;
ele fez tudo o que sabia... sangrou os doentes, e em pouco
tempo estavam bons, perfeitos. Com isto, ganhou imensa
reputação, e começou a ser estimado.
Chegaram com feliz viagem ao seu destino;
tomaram o seu carregamento de gente, e voltaram para o
Rio. Graças à lanceta do nosso homem, nem um só negro
morreu, o que muito contribuiu para aumentar-lhe a sólida
reputação de entendedor do riscado.
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de
milícias.
A linguagem de cunho popular que está presente tanto na
fala das personagens quanto no discurso do narrador do
romance de Manuel Antônio de Almeida, está mais bem
exemplificada em:
a) ―quando tem pouco que fazer‖; ―cumpria sabê-lo
aproveitar‖.
b) ―Foi a sua salvação‖; ―a que o marujo pertencia‖.
c) ―saber fazer render a nova posição‖; ―Chegaram com
feliz viagem ao seu destino‖.
d) ―puxar conversa‖; ―entendedor do riscado‖.
e) ―adoeceram dois marinheiros‖; ―sólida reputação‖.
23. (IFSP) Considere as afirmações sobre a tirinha.
I. Parte do humor presente na tirinha decorre da inversão dos papéis sociais, pois o pai é que deveria estar ajudando o filho
com as tarefas escolares.
II. A artista se utilizou da figura de linguagem antítese, pois as personagens são seres não humanos aos quais ela atribuiu
reações próprias de humanos.
III. Obedecendo às regras da língua culta, o filho deveria dizer: ... ou você precisa ainda que eu o ajude a fazer minha lição
de casa?
É correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
___________________________________________________________________________________________________
24. (IFSP) Comparando-se mito e filosofia, é correto
afirmar o seguinte:
a) A autoridade do mito depende da confiança inspirada
pelo narrador, ao passo que a autoridade da filosofia
repousa na razão humana, sendo independente da pessoa
do filósofo.
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação
de realidades passadas a partir da interação entre forças
naturais personalizadas, criando um discurso que se
aproxima do da história e se opõe ao da ciência.
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação
parcial da realidade, limitando-se ao universo da cultura
grega, a filosofia tem um caráter universal, buscando
respostas para as inquietações de todos os homens.
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades
absolutas e são, em essência, faces distintas do mesmo
processo de conhecimento que culminou com o
desenvolvimento do pensamento científico.
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita
contradições ou fabulações, admitindo apenas
explicações que possam ser comprovadas pela
observação direta ou pela experiência.
sociedade, compreendendo identidade e alteridade,
diversidade e desigualdade, cooperação e hierarquização,
dominação e alienação.
Octavio Ianni. Dialética das relações sociais.
Estudos avançados, n. 50, 2004.
25. (Fuvest) As palavras do texto cujos prefixos traduzem,
respectivamente, ideia de anterioridade e contiguidade são
a) ―persistente‖ e ―alteridade‖.
b) ―discriminados‖ e ―hierarquização‖.
c) ―preconceituosos‖ e ―cooperação‖.
d) ―subordinados‖ e ―diversidade‖.
e) ―identidade‖ e ―segregados‖.
26. (Fuvest) Segundo o texto, a questão racial configura-se
como ―enigma‖, porque
a) é presa de acirrados antagonismos sociais.
b) tem origem no preconceito, que é de natureza irracional.
c) encobre os interesses de determinados estratos sociais.
d) parece ser herança histórica, mas surge na
contemporaneidade.
e) muda sem cessar, sem que, por isso, seja superada.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 25, 26 e 27
A questão racial parece um desafio do presente,
mas trata-se de algo que existe desde há muito tempo.
Modifica-se ao acaso das situações, das formas de
sociabilidade e dos jogos das forças sociais, mas reitera-se
continuamente, modificada, mas persistente.
Esse é o enigma com o qual se defrontam uns e
outros, intolerantes e tolerantes, discriminados e
preconceituosos, segregados e arrogantes, subordinados e
dominantes, em todo o mundo. Mais do que tudo isso, a
questão racial revela, de forma particularmente evidente,
nuançada e estridente, como funciona a fábrica da
27. (Fuvest) Conforme o texto, na questão racial, o
funcionamento da sociedade dá-se a ver de modo
a) concentrado.
b) invertido.
c) fantasioso.
d) compartimentado.
e) latente
TEXTO PARA AS QUESTÕES 28, 29 e 30:
As questões a seguir tomam por base duas passagens do
livro A linguagem harmônica da Bossa Nova, do docente e
pesquisador da Unesp José Estevam Gava.
Momento Bossa Nova
Nos anos 1940, o samba-canção já era uma alternativa
para o samba tradicional, batucado, quadrado. Em sua
gênese, foram empregados recursos correntes na música
erudita europeia e na música popular norte-americana. Já
era algo mais sofisticado, praticado por compositores e
arranjadores com maior preparo musical e sempre de
ouvido aberto para as soluções propostas pela música
estrangeira. O jazz, por exemplo, mais tarde permitiria
fusões interessantes como o ―samba-jazz‖ e o ―samba
moderno‖, com arranjos grandiosos e com base nos
instrumentos de sopro. Mas, em termos de poesia e
expressividade, o samba-canção tendia a manter seu caráter
escuro, sombrio, com muitos elementos que lembravam a
atmosfera tensa e pessimista do tango argentino e do
bolero, gêneros latinos por excelência.
O samba-canção esteve desde logo ambientado em
Copacabana, lugar de vida noturna intensa, boates
enfumaçadas, mulheres adultas e fatais envoltas num clima
de pecado e traição, enquanto a Bossa Nova ambientou-se
mais para o Sul, em Ipanema, além de tornar-se
representativa de um público mais jovem, amante do sol e
da praia. Nesse ambiente solar, a mulher passou a ser a
garota da praia, a namorada. Deu-se um descanso às
imagens de ―amante proibida e vingativa, com uma navalha
na liga. E as letras da Bossa Nova não tinham nada de
enfumaçado. Eram uma saga oceânica: a nado, numa
prancha ou num barquinho, seus compositores prestaram
todas as homenagens possíveis ao mar e ao verão. Esse mar
e esse verão eram os de Ipanema‖ (Castro, 1999, p. 59).
A Bossa Nova levou aos extremos a tendência
intimista de cantar sobre temas do cotidiano, sem muita
complicação poética. Em vez da negatividade do sambacanção, explorou ao máximo a positividade expressiva e um
otimismo sem precedentes. Esse foi o grande traço
distintivo entre a Bossa Nova e o samba-canção. O
otimismo diante do amor trouxe consigo imagens de paz e
estabilidade possibilitadas por relacionamentos amorosos
felizes e amores correspondidos, sem as cores patológicas e
dramáticas que tanto marcavam os sambas-canções. Mesmo
a dor, quando ocorria, era encarada como um estágio
passageiro, deixando de assumir o antigo caráter terminal.
Em plenos anos 1950, quando nas rádios predominava
o derramamento vocal e sentimental, Tom Jobim já buscava
um retraimento expressivo pautado por um discurso
poético/musical mais sereno, mais em tom de conversa do
que de súplica. Se os mais jovens identificavam-se com
essas coisas novas, os mais velhos e tradicionalistas viamnas com estranheza, sendo compreensível que as
descrevessem como canções bobas e ingênuas, não obstante
a sofisticação harmônica e rítmica.
(José Estevam Gava. A linguagem harmônica da Bossa
Nova. São Paulo: Editora Unesp, 2002.)
28. (Unesp) ... sendo compreensível que as descrevessem
como canções bobas e ingênuas, não obstante a
sofisticação harmônica e rítmica.
Nesta passagem, a sequência não obstante a poderia ser
substituída, sem prejuízo do sentido, por
a) em função da.
b) apesar da.
c) graças à..
d) por causa da.
e) em relação à
29. (Unesp) Segundo o texto, o principal traço distintivo da
Bossa Nova com relação ao samba-canção foi
a) a influência do jazz.
b) o afastamento do samba tradicional, batucado, quadrado.
c) a exploração da positividade expressiva e um otimismo
sem precedentes.
d) a influência do tango e do bolero sofrida pela Bossa
Nova.
e) o caráter mais inovador e as virtudes rítmicas do sambacanção.
30. (Unesp) Seguindo as lições do fragmento apresentado
sobre as características temáticas de cada gênero musical,
aponte quais dos quatro seguintes exemplos fazem parte de
letras de sambas-canções.
I. Não falem dessa mulher perto de mim, / Não falem pra
não me lembrar minha dor
(Cabelos brancos, de Marino Pinto e Herivelto Martins.)
II. Doce é sonhar / E pensar que você / Gosta de mim /
Como eu de você
(Este seu olhar, de A. C. Jobim.)
III. Eu não seria essa mulher que chora / Eu não teria
perdido você
(Castigo, de Dolores Duran.)
IV. Ah! se eu pudesse te mostrar as flores / Que cantam
suas cores pra manhã que nasce
(Ah! se eu pudesse, de Roberto Menescal e Ronaldo
Boscoli.)
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
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Prova de Inglês, Português1 (PT1) e Português2 (PT2)