entrevista INTERVIEW 46 Consegue ser anônimo em algum momento? Está um pouco difícil [risos]. Outro dia, uma amiga famosa me contou que foi esquiar e ninguém a reconheceu. Acho que pode ser uma boa ideia... O que mantém seus pés no chão? Meu pai sempre disse para os filhos [além de Teófilo, Teló tem mais um irmão: Teotônio, que trabalha com ele como produtor] que antes do sucesso e do dinheiro, é preciso ser gente de verdade. Tento tratar as pessoas com respeito, entender que todo mundo é igual. Qual foi o segredo do sucesso de “Ai se eu te pego”? Acho que está na simplicidade. Ou um holandês, um alemão e um suíço não saberiam cantar. Tudo bem que eles cantam errado, “móssa, môssa” [risos], mas ainda acho bem difícil ser simples e conseguir agradar. Sinto que as pessoas ficam felizes quando ouvem o som. Elas assistem ao clipe e veem aquelas pessoas bonitas dançando, querem estar lá. Uma vez o cantor Marcelo Camelo declarou que não aguentava mais cantar a música “Anna Julia”, um dos primeiros sucessos do Los Hermanos. Sinceramente, você nunca ficou de saco cheio do seu hit? Não penso assim. Você batalha uma vida inteira para ter uma música de sucesso, aí ela fica em primeiro lugar em 40 países, toca em mais de 200, então tem que ter um carinho especial, não? Me divirto enquanto estou cantando. E só dá certo porque é verdadeiro. Existem alguns fenômenos na música que passam rápido. Você não tem medo que isso tudo acabe? Sempre tive a consciência desse lance. Você estoura hoje e amanhã começa a não acertar mais. Tem que saber lidar. Já vivi um pouco isso, em menor escala, quando saí do Grupo Tradição. Ao recomeçar na carreira solo, deu uma baixada na poeira. Esse sobe e desce faz parte dos desafios e da vida. Conte sobre as novas músicas de trabalho aqui e lá fora. Nosso foco é o Brasil, e, se as coisas continuarem acontecendo lá fora, maravilha. Aqui, lançamos “É nóis fazê parapapá”, uma mistura de sertanejo e pagode cantada junto com o grupo Sorriso Maroto [em vez de recrutar figurantes para o clipe, Michel quis incluir toda a sua equipe na gravação]. Acreditamos que vai pegar [segundo a gravadora, dois dias depois do lançamento o vídeo atingiu quase 300 mil visualizações no YouTube e a música liderou o ranking das mais vendidas na loja virtual da Apple]. Para trabalhar no exterior, atendendo a um pedido da gravadora, gravamos a música “Bara bara bere bere”. footballer who did those dance moves. Everyone wanted to know what it was. You just can’t plan things like these.” Success also enabled Teló to make his foreign début. He traveled to Europe, rode a high-speed train for the first time and learned a little Spanish. A tornado that the humble young man with a thick accent is still digesting. He talked exclusively to Dufry World about all this and more. Dufry World: Cristiano Ronaldo, Rafael Nadal and others sportsmen have celebrated victories to your song. On a visit to Brazil, FC Barcelona goalie Victor Valdés talked about your success in Europe. Even socialite Paris Hilton said she would love to meet you. How do you deal with all this? The other day I saw tennis player Novak Djokovic write “Ai se eu te pego” on a camera lens after a match, which is really unbelievable. I try to deal with it as naturally as I can. But seeing even a stolen watch [a Rolex of his was stolen in July] make the news cannot be all that easy... Imagine what it’s like for a country boy like me to suddenly see everything I do become news and stumbled on paparazzi everywhere I go. It’s scary at times and I’m learning how to manage the loss of privacy. I miss eating out with the family, going to the beach or the movies. Do you manage to remain anonymous at all? It’s hard [laughing]. The other day, a famous friend went skiing and no one recognized her. I think it may be a good idea... What keeps you grounded? My father always told his kids [Teló has two brothers, Teófilo and Teotônio] that being righteous comes before success and money. I try to treat people with respect, to keep in mind that everyone is equal. What was the key to the success of “Ai se eu te pego”? I thing it has to do with simplicity. Otherwise, people wouldn’t be able to sing along in other countries. It’s alright that they fumble with the words [laughing]. I sense that people are happy to listen to the music. They see the clip and those beautiful dancers in it. FOTOS PHOTOS CELSO AKIN, FRANCISCO CEPEDA E ORLANDO OLIVEIRA (MICHEL E IVETE), MICHEL NA BALADA/DIVULGAÇÃO, DIVULGAÇÃO/MICHEL TELÓ Dufry20_matcapa_1R_2R_2.indd 46 04/09/12 15:08