Juntos fazemos melhor! Atitude dos pais é mais importante que teoria Durante o período das férias escolares, é mais fácil ver pais e mães com os filhos nos espaços públicos. É que, mesmo quando os pais continuam trabalhando, o fato de os filhos não terem a rotina da escola, com seus horários e afazeres em casa, torna o período favorável a passeios em família. Observei duas situações diferentes e a atitude dos pais envolvidos permite uma boa conversa a respeito da educação familiar. Vou começar pela situação mais constrangedora e, portanto, deseducativa. Eu estava no aeroporto, perto do local de embarque, quando uma família se encaminhou para a entrada porque seu voo havia sido chamado. Pai, mãe, três filhos pequenos, sendo um de colo, e empregada. O pai apresentou todos os tíquetes e, ao conferir, a recepcionista reclamou da falta de um deles e comunicou, com bons modos, que não era permitido o embarque sem o comprovante da passagem. Desse momento em diante, foi uma lástima o que ocorreu. O pai, em altos brados, passou a agredir verbal e insistentemente a recepcionista, mesmo depois de o problema ter sido resolvido, já que um funcionário do balcão da companhia trouxe o tíquete que havia ficado lá. Ele disse coisas do tipo «Sabe com quem está falando?», «Vou dar um telefonema e você será demitida», «Vai agir assim com as suas «negas»», etc. Baixo nível mesmo. E as crianças paradas, olhando pai. É em situações desse tipo que as crianças aprendem com seus pais as maiores lições a respeito de como se comportar no espaço público, de como se relacionar com pessoas que prestam serviços para uma empresa, principalmente atendentes, recepcionistas, etc. De nada adiantam lições teóricas sobre o respeito no trato com os outros se, na prática, é assim que os pais agem. É bom lembrar que os filhos aprendem muito mais observando seus pais do que ouvindo as lições que eles dão. E esse pai ensinou a seus filhos que respeito mesmo só merece quem ele considera igual a ele, quem não o interpela, quem não o contraria. Não deu tempo de as crianças aprenderem algo mais sobre solidariedade e cidadania com outras pessoas. Logo depois que a família embarcou, a recepcionista alvo do desrespeito daquele pai recebeu apoio formal de vários passageiros que testemunharam o caso e que quiseram até deixar identificação para afirmar, caso necessário, que o comportamento dela fora exemplar, mesmo quando humilhada publicamente. A outra situação ocorreu na praça de alimentação de um shopping, justamente no horário em que uma sessão do cinema terminava. Um pai, acompanhado de um filho de pouco mais de seis anos, pelo jeito fazia um programa do tipo cinema e lanche. O garoto, com toda a vitalidade própria da idade, saiu em disparada em busca de uma mesa para a refeição, seguido de perto pelo pai que tentava acompanhá-lo. No trajeto, o garoto esbarrou em uma senhora idosa que andava com dificuldade, apoiada em uma bengala. Se o pai do garoto não estivesse bem perto para amparar a senhora, ela certamente teria levado um tombo. Desse momento em diante, foi louvável o que aconteceu. O pai chamou o garoto e, na frente da senhora, falou-lhe da falta de cuidado que teve, o dano que poderia ter provocado e, com firmeza, mandou o menino pedir desculpas à senhora e perguntar se poderia fazer algo por ela. A senhora, que, no início, parecia bem irritada, aceitou o pedido do garoto e ainda conversou um pouco com ele. Após o incidente, pai e filho tomavam lanche bem próximos à minha mesa e pude perceber que o pai falava com o garoto a respeito das dificuldades da avó em caminhar, dos idosos em geral e do respeito e dos cuidados que ele deveria ter para com essas pessoas. Diferentemente do primeiro pai, o segundo deu uma linda lição de cidadania ao filho com simplicidade, amizade e sem perder a compostura. É assim que a educação acontece: nos momentos de convívio e sem formalidade. Contem com a nossa equipe para qualquer esclarecimento ou apoio. Acreditamos que «JUNTOS FAZEMOS MELHOR!» Agosto / 2015